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Nísia Trindade assume Saúde com promessa de

revogaço de portarias

Leonardo Martins e Gabriela Vinhal


Do UOL, em Brasília
02/01/2023 12h14

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Segundo a nova ministra, serão revogadas as portarias e notas técnicas que "ofendem a
ciência, os direitos humanos, os direitos sexuais e reprodutivos". Ela não especificou,
contudo, quais serão as medidas avaliadas.

Mas citou como exemplo a nota técnica que autorizou a prescrição da cloroquina e da
hidroxicloroquina no tratamento da covid-19 durante a pandemia, no governo de Jair
Bolsonaro (PL).

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Transformaram várias posições do Ministério da Saúde em uma agenda


conservadora e negacionista da ciência"
 Nísia Trindade, ministra da Saúde

Além do revogaço, a ministra prometeu:

Fortalecer o SUS
Defender a vacinação
Guiar a pasta pela ciência

Nossa gestão será pautada pela ciência e pelo diálogo com a comunidade
científica"
Nísia Trindade, ministra da Saúde
Ao longo de seu discurso de posse, Nísia defendeu ações de combate à fome após a
pandemia e ressaltou em diversos momentos a importância da aprovação da PEC da
Transição. O projeto viabilizou pagamento do Bolsa Família em R$ 600 no ano que vem.

Em conversa com jornalistas, Nísia divulgou que a pediatra Ana Gorete, que já atuava no
Plano Nacional de Imunização, chefiará a pasta em sua gestão.

A cerimônia foi marcada pela presença de oito ministros da gestão petista:

Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais


Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento Social

Esther Dwerk, ministra de Gestão e Inovação em Serviços Públicos


Ana Moser, ministra do Esporte
Luciana Santos, ministra da Ciência e Tecnologia

Cida Gonçalves, ministra da Mulher


Sonia Guajajara, ministra dos Povos Originários

Camilo Santana, ministro da Educação

Além deles, estiveram na solenidade ex-titulares da pasta de outros governos. Da gestão


de Jair Bolsonaro (PL), Nelson Teich foi o único ex-ministro da Saúde presente.

Quem é Nísia Trindade? Nísia foi presidente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz)


desde 2017 e trabalhou ativamente no combate à covid-19 durante a pandemia. Ela foi
exonerada do cargo após assumir o Ministério da Saúde.

Ela também atuava como professora de História das Ciências e da Saúde na Casa de
Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz).

Nísia também foi fundadora do Observatório Covid-19 e coordenou todo o acordo de


encomenda tecnológica na articulação com o Ministério da Saúde do Brasil, a
Universidade de Oxford, a farmacêutica AstraZeneca e as unidades de produção locais.
Ela é a primeira mulher a ocupar o Ministério da Saúde.

Gestão Bolsonaro. Durante a pandemia, em 2020, o ex-presidente Jair


Bolsonaro (PL) demitiu três ministros da Saúde no período de um ano.

Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich foram os dois primeiros que caíram após
discordarem da condução da pandemia adotada pelo chefe do executivo e sua vontade de
apostar em medicamentos comprovadamente ineficazes como a doença, como a
hidroxicloroquina.

Depois de Teich, o cargo passou para o general Eduardo Pazuello, que foi cortado por
pressão política. Assumiu, entao, o ministro que encerrou o mandato de Bolsonaro,
Marcelo Queiroga.

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