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NATUREZA, MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE: revisão histórica dos


conceitos e suas correlações na ciência geográfica

Conference Paper · March 2019

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Jefferson Rodrigo Cantelli


Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo - ITESP
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NATUREZA, MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE: revisão
histórica dos conceitos e suas correlações na ciência geográfica

CANTELLI, Jefferson Rodrigo


Programa de Pós-Graduação em Geografia, IGCE/UNESP Campus Rio Claro
jeffersoncantelli@hotmail.com

FORNAZIEIRO, Marcos Paulo Almeida


Programa de Pós-Graduação em Geografia, IGCE/UNESP Campus Rio Claro
marcos.fornazieiro@gmail.com

MARCUCCI, Jessica Corgosinho


Programa de Pós-Graduação em Geografia, IGCE/UNESP Campus Rio Claro
jessica_marcucci_@hotmail.com

Resumo:O presente trabalho realizou uma revisão bibliográfica sobre os conceitos de Natureza, Meio
Ambiente e Sustentabilidade, tendo em vista a relevância destas categorias para o debate ambiental e para a
Geografia. Buscou-se uma reflexão teórica sobre estes conceitos, correlacionando-os e conectando-os a seus
respectivos contextos históricos. Natureza, concebida inicialmente numa visão cosmológica, converteu-se em
recurso e separada do homem. A noção de Meio Ambiente surgiu num contexto marcado pela fragmentação
entre sociedade e natureza, tornando-se um conceito ambíguo e impreciso. Sustentabilidade esteve, desde
sempre, ligado ao processo de desenvolvimento econômico. Por fim, procurou-se demonstrar de que forma a
Geografia se apropriou destas categorias em seus esforços de interpretação sobre a relação entre Sociedade e
Natureza.
Palavras-chave:natureza; meio ambiente; sustentabilidade; conceito; geografia.

Resumen:El presente trabajo pretendió realizar un rescate conceptual de Naturaleza, Medio Ambiente y
Sostenibilidad, teniendo en vista la relevancia de estas categorías para el debate ambiental y para la propia
Geografía. Se buscó una reflexión teórica sobre estos conceptos, correlacionándolos y conectándolos a sus
respectivos contextos históricos. La naturaleza, concebida inicialmente en una visión cosmológica, se convirtió
en recurso y separada del hombre. La noción de Medio Ambiente surgió en un contexto marcado por la
fragmentación entre sociedad y naturaleza, convirtiéndose en un concepto ambiguo e impreciso. La
sostenibilidad ha estado, desde siempre, vinculada al proceso de desarrollo económico. Por último, se buscó
demostrar de qué forma la Geografía se apropió de estas categorías en sus esfuerzos de interpretación sobre la
relación entre Sociedad y Naturaleza.
Palabras Claves:naturaleza; medio ambiente; sostenibilidad; concepto; geografía.

Introdução
O texto, apresentado em forma de revisão bibliográfica,aborda o processo de
construção dos conceitos de Natureza, Meio Ambiente e Sustentabilidade, entendidos ora
como sinônimos, ora como dotados de certa especificidade, de acordo com o contexto
histórico e as matrizes teóricas e metodológicas de cada fonte consultada. Salientamos que
não foi nossa intenção esgotar a revisão bibliográfica sobre o assunto, obviamente, dado o
volume e abrangência de estudos sobre o tema e sua complexidade. O propósito do artigo foi
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contribuir com o debate sobre a construção do conhecimento com base nestas categorias tão
caras à questão ambiental e à ciência geográfica.

Metodologia
O método, envolvendo pesquisa e revisão bibliográfica, iniciou-se com a etimologia
das palavras natureza, meio ambiente e sustentabilidade. Posteriormente, procedemos ao
resgate da construção destes conceitos historicamente, consultando autores de matrizes
teóricas e/ou metodológicas distintas. Num terceiro momento, voltamos nossa atenção para a
história do pensamento geográfico e procuramos explicitar, em algumas notas, de que forma a
Geografia se apropriou destas categorias em seus esforços de interpretação sobre a relação
entre Sociedade e Natureza.

Resgate aos conceitos de Natureza, Meio Ambiente e Sustentabilidade


Quando se discute os termos natureza, meio ambiente e sustentabilidade é preciso
enfatizar que o trabalho de pesquisa histórica destes enquanto conceitos, muitas vezes, esbarra
em contradições e problemas de delimitação e definição dos conteúdos. Aqui, assume-se o
conceito de Natureza como norteador para as discussões sobre Meio Ambiente e
Sustentabilidade que ocorreram já no âmbito da ciência moderna.
A etimologia da palavra natureza provém do latim natura, que é a soma do
verbo nasci (nascer) com o sufixo urus (força que gera).
O uso do conceito de Natureza está relacionado ao estágio de desenvolvimento
científico-tecnológico da sociedade (MORAIS, 1999). De acordo com Springer (2010, p.
168), a noção de Natureza é subjetiva e não há verdade absoluta sobre ela, tendo em vista que
a mesma é produto do homem dentro de um contexto histórico, filosófico e geográfico
específico. ―A natureza é o que os homens denominam que ela seja [...]. E a partir desta
construção humana estabelecemos formas de concebê-la e de nos relacionarmos com ela‖.
No Quadro 1 sintetizamos as principais concepções de Natureza diante do contexto
histórico preponderante. Não houve pretensão, porém, de dar linearidade ao entendimento do
conceito, visto que eles são atemporais e transitam entre os diferentes períodos históricos,
redimindo-se ao novo ou contrapondo-se a ele.

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Quadro 1 – Princípios e concepções de Natureza em diferentes períodos históricos

Período Princípios Concepção Referências


 Superdeterminismo mágico.

 Comportamentos humanos e fenômenos do mundo possuem

a mesma essência natural. Natureza


Pré-história  Não há uma separação clara entre o mundo natural e o
mágica
mundo social.
 Natureza como algo misterioso e obstáculo.

• Rompimento com o sobrenatural e reconhecimento da


especificidade da consciência humana. Escola
• Physis como o princípio único que ligava e organizava todas Jônica
as coisas. Natureza Escola de
Grécia cosmológica
• Tentativa de explicar a natureza das coisas a partir do Mileto
Antiga
conhecimento de seus elementos constituintes, livre do (Physis) Platão
misticismo e da religião. Sócrates
• Não havia distinção entre a Natureza e o Homem, este é parte Aristóteles
integrante da primeira.
• Síntese entre o pensamento grego e a verdade cristã.
Santo
• Natureza como obra de Deus e as máquinas como obras do
Greco- Natureza Agostinho
homem.
Romano divinizada São Tomaz
• O homem não tem mais seu lugar como as coisas, ele
de Aquino
transcende e não pertence mais a natureza.
• Visão matemática e geométrica do mundo.
Idade • Separação total entre homem e natureza.
Moderna • Visão dicotômica de Natureza – recurso a ser explorado Copérnico
versus impossibilidades de agente sobre os eventos naturais. Descartes
• Conceito de natureza técnica com valor prático de uso Natureza Isaac
industrial. Mecanizada Newton
Revolução • Natureza concebida como algo a ser possuído e dominado. Francis
Industrial • Separação no campo do pensamento e na realidade objetiva Bacon
entre homem e natureza.
• Ciências Naturais x Ciências Sociais.
• Teoria Quântica e da Relatividade dão novo entendimento à
natureza.
Albert
• Teoria da Evolução afasta a ideia antropocêntrica e o homem
Natureza Einstein
Iluminismo passa a ser visto como produto da natureza.
orgânica Charles
• Soerguimento de barreiras nos campos do conhecimento levou
Darwin
aos equívocos do darwinismo social, reduzindo o social ao
natural, biológico.
• Positivismo, neopostivismo.
• Sobreposição da técnica ao pensamento e a coisificação do
Contemporâneo

mundo uniformizaram a ciência natural e social.


AugustoCo
• Consagrou a Ciência Natural como o estudo da natureza e a
mte
Ciência Social, da sociedade. Natureza
Karl Marx
• Materialismo Histórico. histórica
Friedrich
• Historicidade da natureza e naturalidade da história.
Engels
• História da natureza e da sociedade é um processo único.
• Entende-se que é por meio do trabalho humano que ocorre a
produção da natureza.
Fonte: Morais (1999), Kesselring (2000), Oliveira (2002) e Springer (2010).
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Percebe-se que a visão dicotômica entre Natureza e Sociedade marca o
desenvolvimento da ciência ocidental moderna, mas nem sempre esta foi a tônica do debate.
Na ideia contemporânea de Natureza, ora ela é vista como externa ao homem, ora é concebida
inseparável dele. Para Morais (1999), a natureza torna-se um objeto que deve ser dominado
pelo homem por meio de sua força produtiva, embora nem todos eles sejam proprietários dela.
Ainda segundo a autora (op. cit.), a natureza externalizada é dada ora como hostil, ora como
harmoniosa e virtuosa.
Na perspectiva de separação entre a natureza das coisas e a natureza dos homens,
alguns autores tentam marcar esta inter-relação. Para Shiva (2000), o termo recursos naturais
sofreu uma ruptura conceitual com o advento da industrialização e do colonialismo.
Originalmente o conceito remetia a uma ideia de reciprocidade e zelo dos homens para com a
natureza, para o próprio bem do ser humano. Com o colonialismo e a industrialização, a
natureza passou a ser considerada ―um repositório de matérias-primas que aguardam sua
transformação em insumos para a produção de mercadorias‖ (SHIVA, 2000, p. 300).
Na inter-relação entre Natureza e Sociedade, Rehbein (2010) destaca que o termo
ambiente ora remete ao entorno físico e, por isso, natureza, e outras vezes deixa de ser
natureza frente às concepções sociais.
Sanchez (2006, p. 18), por sua vez, apresenta que o conceito de Meio Ambiente é
amplo, multifacetado e maleável, podendo ―ser reduzido ou ampliado de acordo com
necessidades do analista ou interesses envolvidos‖.
Pensando na definição de Meio Ambiente, Geraldino (2014) ressalta a necessidade de
se afirmar as características dos seres de que se fala para encontrar as propriedades do seu
ambiente. Dessa forma, apresenta três tipos fundamentais de seres: (a) inanimados ou não-
vivos; (b) vivos ou orgânicos, (c) conscientes ou humanos. Assim, o autor considera:
• O ambiente das coisas: "O ambiente relativo aos seres inanimados, não-vivos ou
inorgânicos, age sobre eles deteriorando-os. A relação ser/meio, nesse caso, é constituída
por uma via de mão única" (GERALDINO, 2014, p. 404). Por exemplo, uma pedra que se
deteriora e transforma-se em areia, a forma se dilui e muda-se a outra.
• O ambiente dos viventes: "[...] ao mesmo tempo em que é negado pelo meio, o ser
depende igualmente do meio para continuar a ser; em outras palavras, o meio nega e
afirma o ser concomitantemente" (GERALDINO, 2014, p.406). Ou seja, o ser vivo está

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sujeito as influências do meio em que vive, lutando para sobreviver ao mesmo tempo que
depende das condições em que está, uma mescla de adversidades e possibilidades.
• O ambiente dos humanos: destaca-se a capacidade simbólica do ser humano. "A
instauração do módulo simbólico não só modificou nossa relação com o entorno, mas
também implicou mudanças radicais no próprio processo da evolução natural"
(GERALDINO, 2014, p. 408).
Portanto, ―O conceito de ambiente é flexível. [...]. Todavia, tais observações remetem
à possibilidade de múltiplas articulações teórico-metodológicas que podem nos aproximar da
complexidade organizacional do espaço geográfico‖ (REHBEIN, 2010, p. 172).
Bertrand e Bertrand (2007) destacam que o conceito de Meio Ambiente,
historicamente, evoluiu de uma concepção naturalista da flora e da fauna para uma visão de
comunidade (biocenose) e, posteriormente, para uma concepção ecologicamente mais
elaborada, em parte inspirada pelo conceito de Ecossistema.
Na atualidade, o conceito de Meio Ambiente encontra-se mais robusto e tem situado o
homem não mais como agente externo, mas como elemento integrante e ativo no meio. A
conceituação trazida por Troppmair (1992, p. 1) já demonstrava a ruptura com a concepção
puramente naturalista ao incorporar os aspectos nóoticos, sendo, portanto, o meio ambiente
―um complexo de elementos abióticos, bióticos e noóticos que interagem entre si com
reflexos recíprocos afetando de forma direta todos os seres vivos, inclusive o homem‖.
A noção de Meio Ambiente viu-se ampliada também na doutrina jurídica brasileira.
Conforme destacou Sirvinskas (2018), embora a Política Nacional de Meio Ambiente tenha
definido Meio Ambiente como ―o conjunto de condições, leis, influências e interações de
ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas‖
(BRASIL, 1981), a doutrina, ciente das limitações desse conceito, ampliou-o para abranger
também as esferas cultural, artificial e do trabalho. Diante disso, a interpretação de meio
ambiente ecologicamente equilibrado, dada pela Constituição Federal de 1988, concilia
desenvolvimento e meio ambiente, compatibilizando-os de forma a considerar as suas inter-
relações particulares a cada contexto sociocultural, político, econômico e ecológico, dentro de
uma dimensão tempo/espaço no processo contínuo de planejamento (BRASIL, 1988).
Mesmo diante de sua evolução conceitual, a concepção naturalista de Meio Ambiente
ainda persiste, o que faz parecer um desafio para a nova geração de cientistas e ambientalistas
incorporarem na abordagem ambiental a perspectiva humana (social, econômica, política e

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cultural), enxergando o homem não como um fator, mas como elemento constituinte do
ambiente (MENDONÇA, 2001).
Neste sentido, o termo sustentabilidade tem ganhado, há algumas décadas, notoriedade
no discurso ambientalista e econômico, apostando numa relação harmoniosa entre Sociedade
e Natureza.
Boff (2017, n.p), em consulta aos dicionários atuais e clássicos1, esclarece que na "raiz
de sustentabilidade e de sustentar está a palavra latina sustentare com o mesmo sentido que
possui em português". O autor argumenta que há dois significados para o conceito de
Sustentabilidade: um ativo e outro passivo.
A acepção ativa de sustentar "enfatiza a ação feita de fora para conservar, manter,
proteger, nutrir, alimentar, fazer prosperar, substituir, viver"(BOFF, 2017, n.p). Desta forma,
"sustentabilidade representa os procedimentos que tomamos para permitir que a Terra e seus
biomas se mantenham vivos, protegidos, alimentados de nutrientes a ponto de estarem sempre
bem conservados e à altura dos riscos que possam advir‖ (BOFF, 2017, n.p).
Já o significado passivo de sustentar remete à ideia de "equilibrar-se, manter-se,
conservar-se sempre à mesma altura, conservar-se sempre bem" (BOFF, 2017, n.p). Nesta
perspectiva, sustentabilidade é definido por "tudo o que a Terra faz para que um ecossistema
não decaia e se arruíne"(BOFF, 2017, n.p). Assim, a Terra é responsável por manter
condições para que ela e seus biomas se conservem como são, mas também coevoluam,
fortaleçam-se e prosperem.
Contudo, Boff (2017) adverte que o conceito de Sustentabilidade tem uma história
bastante antiga, com mais de 400 anos.
Na época do mercantilismo,o uso intensivo de madeira pela sociedade europeia, como
matéria prima para suas atividades - por exemplo a construção de barcos e edificações, e
sendo a principal fonte de combustível –fez surgir uma preocupação com o uso racional das
florestas. Boff (2017) assinala que foi na Alemanha, em 1560, na Província da Saxônia,
através dos escritos sobre silvicultura (produção e manejo de florestas), que surgiu a palavra
Nachhaltigkeit, que significa Sustentabilidade. Porém, já naquela época, a preocupação com
a manutenção da exploração econômica de recursos naturais motivava o emprego do conceito
de sustentabilidade: "devemos tratar a madeira com cuidado (...), caso contrário, acabar-se-á o
negócio e cessará o lucro" (BOFF, 2017, n.p). Estas foram as palavras do capitão Hans Carl

1
Novo Dicionário Aurélio e Dicionário de Verbos e Regimes, de Francisco Fernandez (1942).
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von Carlowitz que, em 1713, na Saxônia (Alemanha), "escreveu um verdadeiro tratado na
língua científica da época, o latim, sobre a sustentabilidade (...) das florestas com o título de
Sylviculturaoeconomica." (BOFF, 2017, n.p).
Foi então, no contexto da silvicultura, que o conceito de Sustentabilidade nasceu e se
manteve vivo até o início do século passado.
Um bom número de autores concordam que o termo sustentabilidade ganhou
notoriedade mundial enquanto adjetivo ao conceito de Desenvolvimento, na década de 1970, a
partir das reuniões organizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), "quando surgiu
forte a consciência dos limites do crescimento que punha em crise o modelo (de
desenvolvimento) vigente praticado em quase todas as sociedades mundiais"(BOFF, 2017,
n.p).
A definição clássica do conceito de Desenvolvimento Sustentável provém do relatório
da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento2 (CMMAD), publicado em
1987, denominado Our Common Future: ―Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento
que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras
em satisfazer suas próprias necessidades‖ (NASCIMENTO, 2012, p.54).
Para Nascimento (2012, p. 51), a partir da publicação do citado relatório, abriu-se "um
imenso debate na academia sobre o significado de desenvolvimento sustentável". Para este
autor, o conceito de desenvolvimento sustentável "se tornou um campo de disputa, no sentido
utilizado por Bordieu, com múltiplos discursos que ora se opõem, ora se complementam".
Dessa forma, a polissemia do conceito é a maior representação de um campo de forças que
envolve desde governos, empresariado, representantes políticos, até os movimentos sociais e
organismo multilaterais.
Não obstante, Boff (2017) registra que a definição clássica do Desenvolvimento
Sustentável carrega consigo a busca pela satisfação das necessidades humanas em três
dimensões: a econômica, a ambiental e a social. O modelo-padrão de desenvolvimento
sustentável que aparece nos discursos oficiais de governos e conceitualmente adotado por
empresas se resume na frase: "Para ser sustentável o desenvolvimento deve ser
economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto"3 (BOFF, 2017, n.p).

2
Comissão dirigida pela ex-primeira ministra da Noruega, Gro Harlen Brundtland. O relatório publicado pela
comissão também é conhecido como Relatório Brundtland.
3
É o famoso tripé chamado de Triple Botton Line (a linha das três pilastras) que deveriam garantir a
sustentabilidade. O conceito foi criado em 1990 pelo britânico John Elkington, fundador da ONG SustainAbility,
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Nascimento (2012) ressalta que, apesar de haver um consenso de que o
desenvolvimento sustentável se concentra nas três dimensões citadas, há alguns autores,
inclusive o próprio, que consideram a relevância de outras dimensões da sustentabilidade,
como o poder e a cultura. Segundo o mesmo, não dar o devido destaque à dimensão política
do desenvolvimento sustentável é escamotear a "assimetria de poder no âmbito da sociedade"
(NASCIMENTO, 2012, p.56)
Boff (2017) argumenta que o discurso de sustentabilidade de empresas e governos, em
geral, é retórico e vazio, pois
Tudo é realizado desde que não se afetem os lucros, não se enfraqueça a
competição e não se prejudiquem as inovações tecnológicas. Aqui, a
utilização da expressão "desenvolvimento sustentável" possui uma
significação política importante: representa uma maneira hábil de desviar a
atenção para os reais problemas, que são a injustiça social nacional e
mundial, o aquecimento global crescente e as ameaças que pairam sobre a
sobrevivência de nossa civilização e da espécie humana (BOFF, 2017, n.p).
Sachs (2000), ao desvelar os fatos históricos que abriram caminho para o casamento
entre desenvolvimento e meio ambiente, mostra como a ideologia desenvolvimentista evocou
a erradicação da pobreza, em nível de discurso, como meta principal para a manutenção dos
programas desenvolvimento pelo mundo.
Citando o Relatório Brundtland: "Pobreza reduz a capacidade das pessoas de
usar recursos de uma maneira sustentável; ela intensifica a pressão sobre o
meio ambiente... Uma condição necessária, mas não suficiente, para a
erradicação da pobreza absoluta é um crescimento relativamente rápido nas
rendas per capita no Terceiro Mundo". O caminho assim estava livre para o
casamento entre "meio ambiente" e "desenvolvimento"(SACHS, 2000,
p.121).

A relação entre Sociedade e Natureza no contexto da ciência geográfica


A Geografia se desenvolve enquanto ciência no decorrer do século XIX, centrada em
duas vertentes, isto é, no estudo da diferenciação espacial da superfície terrestre e na relação
homem-meio (CAPEL, 1981).
Sob influência do positivismo formal e do raciocínio indutivo, a ciência geográfica é
caracterizada inicialmente como uma ciência de síntese, descritiva e empírica, conferindo o
caráter idiográfico da chamada Geografia Tradicional ou Clássica. Nessa época, ganharam
visibilidade a escola alemã de Geografia, expressa nas obras clássicas de Alexander von

que se propõe exatamente a divulgar estes três momentos como necessários a todo desenvolvimento
sustentável. (BOFF, 2017)
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Humboldt (1769-1859), Carl Ritter (1779-1859) e Friedrich Ratzel (1844-1904), e a escola
francesa de Geografia, que teve como principal expoente Paul Vidal de La Blache (1845-
1918).
As escolas alemã e francesa de Geografia pautaram-se no princípio baconiano de
conhecimento da natureza e no seu domínio pelo ser humano, predominando uma definição
de Natureza e Meio Ambiente ainda bastante naturalista e utilitarista, que ainda se sobressai
nos dias atuais (BISPO, 2012).
O surgimento da Geografia Quantitativa (ou Teorética), caracterizada pela vinculação
à filosofia neopositivista, pela adoção do raciocínio hipotético-dedutivo, pelo embasamento
em leis e teorias emprestadas das ciências naturais e por uma renovação em termos de
linguagem (matemática), trouxe certo vigor a Geografia Física, nos quesitos planejamento e
organização do espaço, bem como na exploração de recursos naturais. Essa renovação no
processo de investigação e análise da Geografia se deu através do uso de técnicas estatísticas,
da análise fatorial, dos modelos preditivos e diagramas, entre outros (ANDRADE, 2004;
MENDES, 2010 apud GAMA, MELO, MORAIS, 2015).
Dessa forma, observamos que, "[...] Este paradigma procura leis ou regularidades
empíricas sob a forma de padrões espaciais" (SOUZA, MARIANO, 2008, p.83), notando-se a
consideração da natureza como recurso, o que, por sua vez, influiu no uso da Teoria Geral dos
Sistemas, com a relação ao organismo-meio (GAMA, MELO, MORAIS, 2015). Na Geografia
Física, temos a proposição de Viktor Sotchava com o ―geossistema‖ como abordagem
metodológica marcante. Utilizando-se de análise integrada, ou seja, uma conexão natureza-
sociedade, tem-se que ―Os Geossistemas são fenômenos naturais, porém seu estudo engloba
os fatores econômicos e sociais das paisagens modificadas pelo homem‖ (SOUZA,
MARIANO, 2008, p.87).
Nas décadas de 1970 e 1980, a corrente de pensamento geográfico com abordagem
crítica deixa de ver o homem com um ser passivo em relação à natureza e entende-o ―como
principal atuante sobre o meio, produzindo seu espaço‖ (SOUZA, MARIANO, 2008, p.83).
Assim, o materialismo histórico e a dialética, enquanto método, passam a ser incorporados
pelos geógrafos desta corrente.
Conforme destaca Casseti (1991) apud Bispo (2012), a concepção de Natureza para a
corrente crítica do pensamento geográfico diferencia-se em dois momentos. No primeiro, a
natureza é incorporada ao homem e este a utiliza como valor de uso, ao passo que no segundo

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momento a natureza é caracterizada pelo valor de troca. Desse modo, Karl Marx concebe a
natureza como produto social, em que a relação homem-meio é mediada pelo trabalho.
Conforme apresentam Moraes e Costa (1984, p.54), Engels ―[...] foi o único autor
clássico do marxismo a tentar desenvolver uma reflexão sistemática no domínio das ciências
naturais.‖ Esse autor escreveu a obra intitulada Dialética da Natureza, porém foram tecidas
críticas severas a mesma, como concessões ao positivismo e darwinismo. Dessa forma, ―A
natureza apresenta formas de causalidade distintas dos processos sociais. A dialética deve ser
concebida, então, como o modo específico de captar o movimento do ser social‖ (MORAES;
COSTA, 1984, p.55).
Na Geografia Humanista, temos que o indivíduo vincula-se ao lugar, ao ambiente em
que vive. Tuan (1980) expõe que as pessoas podem desenvolver uma capacidade excepcional
de adaptação frente um meio ambiente hostil.
No Ártico, por exemplo, há épocas em que nenhum horizonte separa o céu
da terra, quando a cena é visualmente indiferenciada. No entanto, o esquimó
é capaz de viajar cento e cinquenta quilômetros, ou mais, através dessas
terras desoladas(TUAN, 1980, p. 89).
Tuan (1980) destaca ainda a integração entre o meio ambiente e a visão de mundo dos
povos: ―Como meio de vida, a visão do mundo reflete os ritmos e as limitações do meio
ambiente natural‖ (TUAN, 1980, p. 91).
No final do século XX entram em discussão metodologias que tentam reaproximar a
Geografia e a Ecologia, como a Ecogeografia, apresentada por Jean Tricart e Jean Killian,
cujo objetivo é estudar como o homem se integra aos ecossistemas, ou melhor,
[...] como esta integração é diversificada em função do espaço terrestre,
envolvendo dois aspectos principais: a dependência natural dos homens ao
ecossistema e as modificações voluntárias ou não que o homem provoca nos
ecossistemas (SOUZA, MARIANO, 2008, p.87).
Na atualidade, ganha espaço na Geografia uma abordagem socioambiental, em que
prevalece a visão holística dos fenômenos, apoiando-se, segundo Bispo (2012), no princípio
da ética e na concepção de sociedade enquanto sujeito, ou seja, não apenas como agente, mas
tendo sua dimensão social incorporada aos problemas ambientais.
Nos estudos sobre as cidades sustentáveis ou o desenvolvimento urbano sustentável
destacam-se trabalhos de autores que não necessariamente adotam uma abordagem geográfica
para explicação dos fenômenos socioambientais. Exemplos são os trabalhos de

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Haughton&Hunter (2004)4, Acselrad (1999) e Jacobi (1997)5. Já em relação a pesquisas sobre
qualidade de vida em ambientes urbanos e planejamento urbano, com uma visão geográfica
do fenômeno, sobretudo por um viés crítico, é notável a contribuição de geógrafos, por
exemplo os trabalhos de Silva, De Souza & Leal (2012) e Souza (2001)6.
Já autores da Geografia Agrária nacional tem pensado a questão do desenvolvimento
rural sustentável também por um viés crítico e de desconstrução. Montenegro Gómez (2012) é
radical ao evocar o conceito de decolonialidade para exaltar povos e comunidades tradicionais
na América Latina que realmente praticam uma racionalidade e relação com a natureza que se
sustentam ao longo de sua existência. Júnior (2010) denuncia as condições nada sustentáveis
de trabalho que se submetem um número cada vez maior de trabalhadores do chamado
complexo do agrohidronegócio que, em nome da sustentabilidade da atividade primária
nacional, promovem grandes obras estruturais para escoamento da produção e acumulação de
capital.

Considerações Finais
Pode-se observar que as questões e os conceitos relativos a Natureza, Meio Ambiente
e Sustentabilidade estão dentro de um contexto multidisciplinar. Ao longo da trajetória
histórica, diferentes métodos de interpretação foram utilizados nos estudos científicos, o que
igualmente influenciou a Geografia.
As relações Sociedade x Natureza e Homem x Ambiente foram tratadas ao longo da
história sob diversas abordagens e campos de estudo, inclusive na Geografia, a qual teve, e
continua tendo, contribuições essenciais para o debate sobre a natureza. Conforme
demonstrou Bertrand e Bertrand (2007), a natureza é primeiramente espaço dentro da
concepção geográfica, espaço este cada vez menos natural e cada vez mais antropizado.
Por fim, importa ressaltar que determinados conceitos, como Natureza, Meio
Ambiente e Sustentabilidade, são utilizados conforme a visão de mundo de quem os emprega
e atendem a objetivos específicos, dotados de intencionalidade, o que obriga o pesquisador a
observar cuidadosamente o discurso construído, o método adotado e os verdadeiros interesses.

4
HAUGHTON, Graham; HUNTER, Colin. Sustainable Cities. Routledge, 2003. 368p.
5
JACOBI, Pedro. Meio ambiente urbano e sustentabilidade: alguns elementos para a reflexão. In:
CAVALCANTI, Clóvis (Org.) Meio ambiente, desenvolvimento sustentável e políticas públicas. São Paulo:
Cortez; Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 1997. p. 384-390.
6
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