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SEMINÁRIO MAIOR DE CRISTO REI

SECÇÃO DE FILOSOFIA

HUAMBO

O VALOR DA EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE DO


HUAMBO

BAPTISTA BERNARDO JOÃO

TRABALHO DE PESQUISA NA

DISCIPLINA DE METODOLOGIA

DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

Iº ANO DE FILOSOFIA.

PROFESSOR: MENEZES CARDOSO

HUAMBO/DEZEMBRO/2022
O VALOR DA EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE DO
HUAMBO

BAPTISTA BERNARDO JOÃO

TRABALHO DE PESQUISA NA

DISCIPLINA DE METODOLOGIA

DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

Iº ANO DE FILOSOFIA.

PROFESSOR: MENEZES CARDOSO

HUAMBO/DEZEMBRO/2022
À toda minha família de modo especial o meu Pai
Francisco João e a minha Mãe Verónica Luísa Ussova
Satchipati.
AGRADECIMENTOS
Queremos primeiramente agradecer a Deus mentor e autor da vida e a me concedeu,
agradeço aos meus pais que foram colaboradores de Deus e que aceitaram me trazer neste
mundo e não só pelo apoio que me têm dado, agradeço ao meu Superior, Reitor e Director que
faz muito por mim na comunidade, agradeço ao Frei Abreu que disponibilizou alguns
computadores do Cyber para elaboração deste mesmo trabalho.
SIGLAS E ABREVIATURAS
D. F _______________________________________________________ De dentro para fora

Ed.__________________________________________________________________ Edição

F. D_______________________________________________________ De fora para dentro

Ibid. (Ibidem )_____________________________________________________ Mesma obra

Id. ( Idem) ____________________________________________________ Do mesmo autor

Op. cit. (Opus citatum) ______________________________________________ Obra citada

P.____________________________________________________________________ Página

Trad. ______________________________________________________________ Tradução


INTRODUÇÃO

Educar é instruir, isto é, colocar na forma aquilo que não está na forma é assim que
numa sociedade em que os indivíduos não são educados estes mesmos indivíduos tornam-se
inimigos do outro, isto é, ninguém respeita o outro e ninguém respeita as leis, é assim que o
homem educado respeita os outros e as leis. Esta é a grande razão de falarmos deste tema. Nos
propusemos falar deste tema porque achamos que é útil falar de educação porque é o ponto
basilar de uma sociedade.

Este nosso trabalho está estruturado em três capítulos. No primeiro capítulo


procuramos falar do valor da educação na sociedade porque é ela que traz harmonia e
tranquilidade na mesma. Procuramos também entender o termo educação partindo da sua
etimologia que é latina. Falamos também da função dos pais no processo da formação da
personalidade, porque os pais são os primeiros Educadores. No segundo capítulo falamos dos
tipos de Educação porque não basta só a educação geral ou aquela que se dá só na escola mas
também é importante a educação ambiental, a educação familiar e a educação religiosa. Já no
terceiro capítulo que é o último capítulo falamos da educação como aquela que torna o
homem livre, porque o homem educado não depende muitos dos outros porque ele já não é
cego. Queremos desde já dizer àqueles que virão se deparar com este trabalho aproveitassem
no máximo na compreensão da própria educação.

7
CAPITULO I
O VALOR DA EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE

1.1 A EDUCAÇÃO
Pois, como já é do nosso conhecimento, «a palavra educação como no-lo diz Américo
Veiga, alguns autores fazem-no derivar do verbo latino educare que no seu sentido primitivo
significa criar, alimentar; outros de um verbo mais antigo: educere composto do radical ex,
que indica a direcção para fora, e do verbo ducere (conduzir), significando assim o acto de
tirar de dentro para fora, fazer sair.»1 Esses dois significados etnológicos, apesar da sua
aparente falta de conciliação, unem-se e complementam-se para nos dizerem que a educação
se compõem de dois movimentos: um de dentro para fora: o desenvolvimento; outro, de fora
para dentro: a ajuda, o alimento, o apoio, a orientão dos outros.

Tendo em conta essas duas raízes etimológicas e a nossa visão do homem, podemos
definir a educação como desenvolvimento integral da pessoa humana até a sua plena
maturidade.

1.2 EXPLICAÇÃO DOS TERMOS

1.º Desenvolvimento (D. F)


A educação é, em primeiro lugar um desenvolvimento. E sabemos que o
desenvolvimento humano como, aliás, o de outra qualquer criatura viva, é de dentro para fora,
como surgir de potencialidades latentes à espera de manifestação. Desenvolver-se é abrir-se,
desvelar-se, desabrochar, tornar-se aquilo que de algum modo já se é, mas em germe,
ultrapassando-se continuamente. O homem é um ser em constante de vir: não é só o que já é,
mas também o que ainda não é; não é só um ser, mas principalmente um poder-ser. Existe no
homem-ser um homem latente que se quer revelar na sua plenitude total. No fundo, o homem
já é o que ainda não é. Esta característica provoca no homem uma inquietação e insatisfação
tão permanentes, que levaram Fernando Pessoa a dizer que «ser descontente é ser homem».

O desenvolvimento é um processo gradual e, embora se façam referencias a certos


estádios, crescimento contínuo. Contudo, o desenvolvimento não se faz nunca de forma
linear, não é apenas um processo de maturação ou amadurecimento. Organiza-se ao redor de
algumas viragens ou períodos de maturação que questionam as maturações anteriores,
1
Américo VEIGA, A educação hoje, A realização integral e feliz da pessoa humana, 8ªed. Perpétuo Socorro,
Vila Nova da Gaia 2012, p.13.
8
transpondo-as para outro nível. A velocidade ou rapidez do desenvolvimento varia de pessoa
para pessoa, mas a sequência é uniforme. «Não há dois casos com exactamente a mesma
história de desenvolvimento. Porém, toda a criança, por exemplo, gatinha antes de andar e
anda antes de correr.»2

Em segundo lugar, trata.se do desenvolvimento de alguém que é pessoa, ainda que a


fazer-se. Isto quer dizer que desenvolver-se humanamente, é crescer em humanidade, valer
mais e ser mais como homem. Quer também dizer que é o educando que se educa e
desenvolve a si próprio, sendo o principal artífice da sua construção ninguém educa ninguém:
é cada um que se educa um que se educa a si próprio com ajuda dos outros.» 3 A educação é,
por isso, auto-educação, pois não há crescimento humano por imposição exterior, mas
unicamente por assimilação interior de valores. E ninguém pode fazer isso por nós. «Somos,
em certo modo, pais de nós próprios quando, pela liberdade, nos formamos a nós mesmos, nos
geramos e nos damos à luz»4. A motivação constitui, sobretudo neste nosso mundo pluralista
e cheio de das mais diversas solicitações, a essência da tarefa educativa, pois a educação
consiste na interiorização de valores e de comportamentos à base de valores, motivos ou
razões de viver, e nem tudo é igual.

2° Ambiente educativos e educadores (F. D)


A vitalidade da planta vem da semente, mas está condicionada pela terra boa ou má,
pelo ambiente e pelos cuidados de que a trata. Nada depende tanto dos outros como o homem:
antes, durante e depois do nascimento. O homem, sendo social por natureza, só em sociedade
se pode desenvolver como homem. Por isso, e é este terceiro aspecto, o ambiente e os
educadores que rodeiam o educando têm uma importância incalculável no processo educativo.
O ambiente autenticamente educativo não é o de super-protecção nem de abandono; de
severidade nem de facilidade, de excesso nem de falta de autoridade. Só um clima de
exigência, isto é, de ideias significativas empenhativos, de firmeza e disciplina, de amor,
diálogo, confiança e responsabilidade se pode chamar educativo. Severidade ou autoritarismo,
não; abandono, tão pouco; exigência ou autoridade, sim.

A personalidade do educador deve ser positiva, segura e tranquila; de tornar-se uma


presença simpatizante, amada e respeitada; deve inspirar confiança e segurança através de
exercício da sua responsabilidade e dos valores que testemunha. O educando, radicalmente

2
Bernabé TIERNO, Educar hoje, Dos seis aos vinte anos, São Paulo: Paulinas 1997 p. 11.
3
Idem.
4
Américo VEIGA, Op. cit, p. 16.
9
seguro, necessita de educadores consistentes e, por isso, flexíveis, onde olhar-se projectar-se
fazer-se e, talvez refazer-se. Só o educador consistente e seguro evitará o duplo perigo da
rigidez e do abandono com relação ao educando, do despotismo e de demissão. É tendência
muito geral e forte do educador desejar que os educandos triunfem naquilo que ele sonhou
realizar e não pode, ou eu repitam a sua personalidade, sendo seu prologamento no tempo.
Abafam dessa maneira a sua personalidade, tratando-os, ainda que inconscientemente, mais
como objectos que como sujeitos chamados a realizar a sua própria singularidade e os seu
próprios projecto. «o maior bem que podemos fazer aos outros não consiste em lhes dar a
nossa riqueza, mas em fazer com descubram a sua. (Lavelle)»5

1.3 OS PAIS NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE


Hoje em dia educar é uma tarefa difícil, árdua e ingrata, pelo menos é que deixam
transparecer e assim o manifestam em suas queixas milhares de pais desorientados que não
sabem como orientar as atitudes, às vezes descontroladas e irresponsáveis, de seus filhos.
Nesta atmosfera, é frequente ouvir expressões como as seguintes: não consigo dar ordens aos
meus filhos, parece que estão me esperando dizer algo para fazer o contrário, já não sei o que
vou fazer com seus estudos. No entanto, se há algo que devemos deixar claro desde o
primeiro momento é a necessidade de reconhecer nossa capacidade de educadores e não
deixar que o desânimo ou a desesperança nos dominem. Neste processo tornou-se necessário
o domínio de técnicas psicológicas que permitam sair com elegância de situações
verdadeiramente arriscadas e ajuda directa do especialista, o qual se deve procurar sempre que
for necessário neste sentido podemos distinguir três níveis de educação familiar:

-Nível educativo. Neste âmbito encontramo-nos com as escolas de pais. Trata-se de


analisar sob uma perspectiva educativas todas aquelas situações que podem ser vividas na
família e respondem a um esquema de crescimento normal.

- Nível de asseguramento orientação. Antes de um problema específico precisamos de


soluções concretas. Assim, podemos consultar um professor ou qualquer outro especialista
sobre a forma de resolver um conflito na escola, como ajudar os nossos filhos a ler melhor ou
relacionar-se com os seus companheiros.

- Nível terapêutico. Quando a situação se torna mais complexa e necessita de


instrumento mais complexos para poder ser resolvida, devemos recorrer a outros especialistas
em intervenção familiar que nos ajudem a solucionar o problema.
5
Ibid. p. 21.
10
1.4 UM INDIVIDUO EDUCADO É UM SER ÚNICO E IRREPETÍVEL

Educar não é outra coisa que despertar pessoas, portanto, a essência de uma educação
praticada a partir da ciência deve ser entendida sempre levando-se em conta o próprio sentido
etnológico da palavra educar (educere: conduzir a partir de), levar a criança a partir do seu
«eu» a partir das suas possibilidades em relação ao desenvolvimento do melhor de si mesma,
permitir-lhe expressar e desenvolver os seus elementos de vida que possui. Cada criança, cada
adolescente é um ser original e sua pessoa tem o carácter do único e irrepetível. Dito, os
resultados de suas experiências; existe, realmente, uma educação não-intencional,
ininterrupta, que promove a formação do indivíduo. O papel da pedagogia não é o de
substituir a prática educativa, mas sim, de guiá-la, esclarecê-la, auxiliá-la, remediando as
lacunas existentes, corrigindo as insuficiências observadas. «Durkheim(1999) diz que cada
sociedade, considerada em um momento determinado de seu desenvolvimento, possui um
sistema de educação que se impõe aos indivíduos, de modo geralmente irresistível sendo
difícil ministrar uma educação fora dos padrões vigentes»6

1.5 A CHAVE DA ARTE DE EDUCAR RESIDE NA PRÓPRIA PESSOA E DO


MESTRE
A prudência é uma virtude que o mestre deve encarar. Não é uma questão de domínio
de técnicas ou de procedimentos, mas de ser. A fraqueza precisa, igualmente, de um homem
de caracter e isso é especialmente certa com relação àqueles que admoestam outros.
Abundando nesse sentido, Plutarco comenta o recto exercício da fraqueza na arte de ensinar:
em primeiro lugar, há que eliminar na medida do possível o amor-próprio que se manifesta na
censura. Em segundo lugar, há que eliminar de nossa franqueza todo contimento
desagradável, com o tom orgulhoso, o riso ou a zombaria, procurando o momento oportuno
para exercitar a correcção. E, o mais importante, a fraqueza exige a confissão da própria
experiência. A maior forma de educação reside na comunicação de vivências interiores no
contexto da confiança. Por isso, «Plutarco diz que, na hora de admoestar o aluno para
conduzi-lo pelo caminho da virtude, e dado que o mestre também tem imperfeições, a melhor
forma de admoestar é confessar nossas próprias debilidades, como Sócrates fazia quando
repreendia, ou como Fénix.»7 E por isso, é necessário exercitar-se na arte da franqueza, na
ideia de que é a maior e mas poderosa medicina na amizade, que precisa sempre de uma
oportunidade com boa pontaria e de um temperamento moderno.
6
Alane de Lucena LEAL, Educação e cidadania, Uma inovadora proposta de formação religiosa. Paulinas,
2005 p. 35.
7
José Penalva BUITRAGO, O Professor como formador moral, A relevância do exemplo Paulinas, 2008 p. 65.
11
CAPÍTULO IIº

TIPOS DE EDUCAÇÃO

2.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Podemos considerar educação ambiental como um processo por meio do qual o


indivíduo e a colectividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e
competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo,
essencial à sádica qualidade de vida e sua sustentabilidade. A educação ambiental se constitui
numa forma abrangente de educação, que se propõe atingir todos os cidadãos através de um
processo pedagógico participativo permanente que deve incutir no educando uma consciência
reflexiva sobre a problemática ambiental.

2.2 EDUCAÇÃO FAMILIAR EDUCAÇÃO ESCOLAR

Muitos pais pensam que a percentagem maior da educação está com as escolas. A
escola representa um complemento, um direcionamento, um viés, na complementação da
educação familiar. Por mais que os educadores desempenhem papel primordial na orientação
da criança, não dispensar os pais da responsabilidade maior na educação de seus filhos. Uma
idade ideal para os pais brindarem seus filhos com excelente educação vai dos zeros aos sete
anos de idade. Dos sete aos 14 a situação complica um pouco. A educação social também visa
à formação da auto-estima, da personalidade e do carácter

2.3 EDUCAÇÃO RELIGIOSA

A educação religiosa almeja dar direcção espiritual à criança, para que ela seja capaz
de resistir às diversas tentações e seguir o caminho certo na vida. Para isto é, preciso que ela
desde a tenra infância conheça, não apenas regras de comportamento, mas também deve
possuir integridade interior a qual lhe mostraria claramente a diferença entre o bem e o mal.

«Pelo fato da natureza do homem ser composta de corpo e alma, a criança tem
necessidade, não apenas do alimento físico, mas também do espiritual. Se os pais se limitam
apenas à alimentação física da criança e menosprezam a espiritual, essa criança cresce como
uma criança da natureza, escrava dos anseios carnais.»8

8
Alane de Lucena LEAL, Op. cit, p. 25.
12
Uma pessoa que vive na essência a maturidade da experiencia religiosa ê, por
consequência, uma pessoa ética e politicamente militante, porque a religião é identificação,
solidariedade, dialogo, responsabilidade, participação, contributividade, conservação
ecológica; em síntese, é presença operante aos apelos do outro da comunidade da sociedade.
A formação religiosa não se realiza apenas na memorização de informações vindas dos textos
sagrados. Exige, sobretudo, experienciar, na essência, o ser-religioso e o ser-cristão no ser-
cidadão. E vice-versa, experienciar o ser-cidadão no ser-religioso educação

A sala de aula não ê mais um palco de discursos vazios, é um espaço social de


vivências compartilhadas por professores, pais e alunos que se reencontram na dimensão
autenticamente humana, na busca de uma vivência familiar e social, construída na tolerância,
no respeito, na valoração das diferenças, na solidariedade com as necessidades e exigência
individuais e comuns. A verdade na história não se constrói dogmática, mas dialecticamente,
e que essa dialéctica, para nós, cristão, está no seio da Trindade.

2.4 OS PAPEIS DOS PAIS NA EDUCAÇÃO


A relação mais importante da vida é a relação entre homem, mulher e criança.
Nenhuma filosofia é boa, nem é filosofia se esquece deste princípio. Se deixarmos de lado a
velha polémica de que é a escola que influi na sociedade ou é a sociedade que influi na escola,
é incontestável que tanto a sociedade quanto escola, e sobretudo afamília, têm experimentado
contantes e profundas mudanças na história moderna; entrentanto, nos últimos vinte anos
essas mundanças foram tão vertigiosas e tão radicais que nos pegaram a todos, pais
educadores, completamente desprevenidos, sem a necessária reciclagem.

13
CAPITULO III°

A EDUCAÇÃO TORNA O HOMEM LIVRE


3.1 A LIBERDADE
Define-se a liberdade como a capacidade que a pessoa tem de agir ou não agir, de
fazer ou de não fazer alguma ciosa desde que se sinta responsável dos seus actos. Asssim, a
liberdade é tida como bem supremo do ser humano, pois, é com ela que se pode pensar no
homem como tal. Sem a liberdade o homem não passaria de um cadáver ambulante incapaz
de discernir o bem do mal e concomitantemente se tornaria em coveiro de si mesmo.
«Rousseau ao se pronunciar sobre a liberdade, diz que é a capacidade de querer o que lhe é
conveniente ou, o que ele julga de conveniente, sem que nada estranho a ele o determine.»9

«Todo o homem é radicalmente livre, isto é tem a vocação e a possibilidade de viver a sua
existência em liberdade. A maior parte, porém não a exerce porque não se liberta nem
conquista a liberdade. Temos a possibilidade de ser livres, mas podemos não sê-lo.»10

Ser livre é poder agir sem emoções internas nem externas, de acordo com o bem para
o qual o coração humano está feito; é a capacidade de aderir ao mesmo tempo com todas as
forças do nosso ser unificadas. Ser livre é não agir por automatismos inconscientes, por forcas
instintivas, por pressões externas, por complexos por recalcamentos, por vergonha, por
respeito humano. Somos livre na medida em que nos capacitamos para a execução e
realização totalmente desimpedida do bem para o qual fomos feitos e nos sentimos impelidos.
Só há liberdade no bem e para o bem. Se fazemos o mal, deixando bem para qual nos
sentimos inclinados e somos escravos de coações, não somos livres: «Todo aquele que comete
pecado é escravo do pecado (Jo. 8. 34), não é livre.» 11 Por isso mais do que falar de liberdade,
deveríamos falar de libertação e dos caminhos que as tornam possível. O facto de podermos
escolher e fazer o mal, mais do que sinal de liberdade, é sinal da nossa condição de criaturas e
criaturas falíveis.

Ainda é mais inexistente que no primitivo, pois as condições anti-higiénica da sua vida
fazem-no presa da fadiga nervosa que inutiliza os centros de auto-regulação do seu cérebro,

9
Jean Jacque ROUSSEAU, Emílio ou da educação, trad. Sérgio Milliet, Editora Bertrand Brasil, Rio de Janeiro
1999 p. 324.
10
Américo VEIGA, Op. cit. p. 35.
11
Ibid. p. 36.
14
privando-o do auto-controlo. «O homem de hoje não sabe querer esperar e espera da técnica a
solução dos seus problemas. O homem de hoje quer médicos, receita fácil, comprimidos…»12

3.2 A LIBERDADE PASSA PELA LIBERTAÇÃO


A maior parte das pessoas nascem, vivem e morrem sem ter feito um único acto
totalmente livre, sem ser elas próprias inteiramente livre serem elas próprias inteiramente a
agir. Agem sem unificação interior, com a personalidade dividida, levada pela indolência,
vergonha, caprichos, comodismo, pressões externas, recalcamentos, maus sentimentos e
hábitos. Mas podemos e devemos tornar-nos livres. É essa a vocação do homem. Aquele que
se julga já totalmente livre, não tem senão a ilusão da liberdade. A educação da liberdade e
para a liberdade impõe-se, portanto, a cada pessoa como tarefa primordial da sua vida. Não
nascemos livres mas com vocação de liberdade. Temos de conquistá-la.

3.3 LIBERDADE E COMPROMISSO


Poderá haver liberdade sem compromisso? O compromisso coarcta com a liberdade?
Poderei ser verdadeiramente homen sem me comprometer livremente? Para poder responder,
é fundamental a distinção, já feita, entre livre-arbítrio ou poder de escolha ou liberdade
comprometida ou como poder criador e em acto. A minha liberdade é maior como poder de
escolha, como livre- arbítrio. Comprometido numa situacão escolhida, a fidelidade à escolha
que fiz torna menor o jogo de livre-arbítrio mas maior a minha liberdade como poder
criador. O comprimisso, se for pessoal, longe de limitar a liberdade, desenvolve-a e torna
possível, em acto. A liberdade, efectivamente, não se realiza no interior de um compromisso
pesoal e concreto que,por sua vez, exige uma escala de valores. Aquele que, conhecendo os
desafio, as diferentes possíveis opcões e as suas capacidades, se compromete intensamente e
por convicção pessoal, à luz de valores que dão à vida sentido verdadeiramente humano
nesse compromisso coloca todas as suas energias. Esse é verdadeiramente livre.

Longe de ser um limite, o compromisso, se é pessoal é condição para ser livre. Por
isso, o homem, apoiando-se no livre-arbítrio, deve tender para a liberdade comprometida ou
para o compromisso interiormente assumido. «Não existo, diz Gaston Berger, na medida em
que me nego a colaborar, mas na proporção da minha entrega; e, por conseguinte, na medida
em que me ligo. O compromisso, portanto, longe de restringir ou limitar a liberdade, é a
maneira de a tornar possível, de encher a vida de significado e de passar do abstracto ao
concreto.»13

12
Idem.
13
Paulo FREIRE, Educação como pratica da liberdade 29a ed. Paz e terra, 2006 p. 37.
15
3.4 LIBERDADE, COMPROMISSO E VALORES
Pelo que fica dito, vemos como a liberdade diz referência directa a valores, pois
realiza-se fazendo escolhas ou opções e compromissos. E nada disso é possível sem uma
escala de valores a orientar a vida e sem uma adequada capacidade volitiva. Quais os nossos
valores? Questão dedicada e importantíssima, pois no fundo é ela que vai definir o estilo da
nossa liberdade, da nossa maneira de ser homens e de estar na vida.

3.5 A MINHA LIBERDADE E A LIBERDADE DOS OUTROS


Não se pode pensar em liberdade para um consciente, tendo-se em vista apenas o seu
«eu» isolado, sem relação com o próximo. A criatura verdadeiramente apaixonada pela
liberdade autêntica é aquela que, antes de pensar na sua liberdade, pensa na dos outros,
respeita a dos outros, defende a dos outros. Aquele que fala primeiro da sua liberdade, não é
um ser livre. É mais do que qualquer outro, escravo do egoísmo, de si mesmo. A liberdade
tem de comum com o amor o facto de estar sempre relacionada com outrem (François Goust).

3.6 LIBERDADE NÃO É LIBERTINAGEM


O conceito de liberdade entendido como poder fazer ou dizer o que se quiser, ou como
soltura de movimentos, vem a ser um conceito adolescente, de começos de estreia liberdade.
E é sempre acompanhado de agressividade. O exercício da liberdade, para ser humano, exige
responsabilidade e sentido ético ou moral. A comédia só as borboletas são livres esclarecedor
em relação ao que fica dito sobre a liberdade: sob a falsa liberdade de modos há escravidão
face a todas solicitações.

3.8 A EDUCAÇÃO EM ANGOLA COMO PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO


Antes de entrar no âmago deste tema gostaria de definir a socialização que vem a ser
«o processo através do qual os indivíduos aprendem e interiorizam os valores, as normas e os
comportamentos que vigoram na sociedade e lhes facultam a sua interacção social»14; é
através dela que os indivíduos, vivem como indivíduos, pondo assim de parte a teoria do
homem se tornar lobo para outro homem, porque possibilita ao indivíduo a ter o
conhecimento padrão da sua sociedade, para sua livre adaptação no seu pedaço de terra em se
encontra.

De todos esses agentes, que apresentamos, sem por de parte os outros agentes, exalto
mais a família que ética como o centro destas outras que vêm depois dela. Assim na cultura

14
Paulo GASPAR & Fernando DIOGO, Sociologia da educação, Porto editora, 2002 p. 133.
16
tradicional «bantu»15, a família é tida como a primeira célula social constituída pelo pai, mãe
e filhos. «A família, por mais que seja considerada a célula primária para a formação da
sociedade, não pode ser considerada como verdadeira família banta, mais sim a união desta
com as outras famílias, uma vez que o bantu é chamado desde antemão a viver em sociedade,
dando assim origens as instituições sociopolíticas.»16

3.9 A ESCOLA E A SOCIALIZAÇÃO


A escola é um dos meios de educação que exerce uma grande função na formação do
homem porque, a escola tem como missão o cultivo das faculdades intelectuais com um
cuidado constante, desenvolve capacidade de julgar rectamente, introduz o homem no
património cultural adquirido pelas gerações passadas, promove o sentido dos valores, prepara
para vida profissional, além disso constitui como que um centro, de cuja actividade e
progresso devem participar ao mesmo tempo as famílias, os professores e todas as associações
que promovem a vida cultural, cívica e religiosa.

Como bem sabemos, a educação exerce uma grande importância na vida do homem,
porque o homem não é só um organismo comunitário por natureza, como também é um ser
educável por natureza. Ele já é um ser educável desde o seu estado pré-natal. Ele já vem do
seu primeiro mundo com os traços comportamentais já bem programados, que poderão ser
desenvolvidos através do meio social que terá como seu habitat durante a sua peregrinação
nesta civitas terrena.

Neste caso, ouso em afirmar categoricamente que o meio social, por mais que restrinja
simplesmente a transmitir os valores e os costumes morais, considero-o como uma das
primeiras universidades onde o homem com auxílio da natureza, é preparado a suportar e a
superar todos os desafios apresentados pelas mesmas sociedades. Assim sendo, dizemos que o
estado natural do homem, a escola e a socialização, são três factores inseparáveis, porque
estes factores têm um objectivo comum, «de fazer o homem um instrumento de felicidade,
para si mesmo e para os seu semelhantes porque, esta mesma felicidade é uma coisa
subjectiva, onde cada pessoa através da influência destes três factores poderá apreciá-la de
uma maneira diferente.»17
15
O termo BANTU aplica-se a uma civilização que conserva a sua unidade e foi desenvolvida por povos de raça
negra. O radical "ntu" comum em muitas línguas Bantu significa pois, homens, seres humanos. Os Bantus além
do nítido parentesco linguístico conservam um fundo de crenças, ritos e costumes similares, uma cultura com
traços específicos e idênticos que os assemelha e agrupa independentemente da identidade racial.
16
Pe. Raul Ruiz de Asúa ALTUNA, cultura tradicional Bantu, Paulinas Editora, Prior Velho (Portugal), 2006 p.
113.
17
Ibid. p. 45.
17
Porém é importante sublinhar que é na interacção do homem natural com os agentes sociais,
que a sociedade ganha um grande presente jamais visto, isto é, um verdadeiro homem, no
sentido estreito da palavra, capaz de pôr em prática todas as exigências que a sociedade lhe
apresenta, ajudando-o assim no seu caminhar rumo ao porto da tranquilidade, do amor e da
paz.

18
CONCLUSÃO
Depois de termos feitos um estudo sobre a Educação, chegamos a conclusão que ela
tem ela tem um valor primordial na sociedade porque sem ela a sociedade torna-se desumana.
E também dissemos que quando se fala da educação para a sua melhor compreensão que bom
que se parta mesmo da sua etimologia. E vimos também a função dos pais na formação da
personalidade porque estes são os primeiros formadores na vida da pessoa.

Uma vez que o indivíduo é um ser complexo não baste que se lhe dê uma educação
geral é necessário também que se lhe outra educação como: a educação ambiental, familiar e
religiosa, são esses tipos de educação que fazer um indivíduo completo. E vimos que o
homem educado torna-se livre porque para além de ver as coisas ele também entende as
mesmas coisas, isto é, o homem educado é muito diferente daquele que não estudou porque o
primeiro comporta-se mesmo como homem e o segundo comporta-se como animal.

Que esse nosso trabalho seja uma grande contribuição para o desenvolvimento da
nossa sociedade, e que venha ajudar muito não só aqueles que estudam como também aqueles
que não estudam. Desejamos uma boa leitura e uma boa compreensão.

19
BIBLIOGRAFIA

ALTUNA Pe. Raul Ruiz de Asúa, cultura tradicional Bantu, Paulinas Editora, Prior Velho
(Portugal), 2006.

BUITRAGO José Penalva, O Professor como formador moral, A relevância do exemplo


Paulinas, 2008.

DURKHEIM Emile, Educação e sociologia, trad. Lourenço Filho, Edições Melhoramentos,


1955.

FREIRE Paulo, Educação como pratica da liberdade 29a ed. Paz e terra, 2006.

GASPAR Paulo & DIOGO Fernando, Sociologia da educação, Porto editora, 2002.

LEAL Alane de Lucena, Educação e cidadania, Uma inovadora proposta de formação


religiosa. Paulinas, 2005.

ROUSSEAU Jean Jacque, Emílio ou da educação, trad. Sérgio Milliet, Editora Bertrand
Brasil, Rio de Janeiro 1992.

TIERNO Bernabé, Educar hoje, Dos seis aos vinte anos, São Paulo: Paulinas 1997.

VEIGA Américo, A educação hoje, A realização integral e feliz da pessoa humana, 8°ed.
Perpetuo Socorro, Vila Nova da Gaia 2012.

20
Índice
AGRADECIMENTOS...........................................................................................................................5
INTRODUÇÃO.....................................................................................................................................7
CAPITULO I°........................................................................................................................................8
O VALOR DA EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE...........................................................................8
1.1 A EDUCAÇÃO........................................................................................................................8
1.2 EXPLICAÇÃO DOS TERMOS...................................................................................................8
1.º Desenvolvimento (D. F)................................................................................................................8
2° Ambiente educativos e educadores (F. D)......................................................................................9
1.3 OS PAIS NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE................................10
1.5 A CHAVE DA ARTE DE EDUCAR RESIDE NA PRÓPRIA PESSOA E DO MESTRE........11
CAPÍTULO IIº.................................................................................................................................12
TIPOS DE EDUCAÇÃO.................................................................................................................12
2.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL..................................................................................................12
2.3 EDUCAÇÃO RELIGIOSA........................................................................................................12
2.4 OS PAPEIS DOS PAIS NA EDUCAÇÃO.................................................................................13
CAPITULO III°............................................................................................................................13
A EDUCAÇÃO TORNA O HOMEM LIVRE.............................................................................13
3.1 A LIBERDADE......................................................................................................................13
3.2 A LIBERDADE PASSA PELA LIBERTAÇÃO....................................................................14
3.3 LIBERDADE E COMPROMISSO........................................................................................15
3.4 LIBERDADE, COMPROMISSO E VALORES....................................................................15
3.5 A MINHA LIBERDADE E A LIBERDADE DOS OUTROS...............................................15
3.6 LIBERDADE NÃO É LIBERTINAGEM..............................................................................16
3.8 A EDUCAÇÃO EM ANGOLA COMO PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO........................16
3.9 A ESCOLA E A SOCIALIZAÇÃO.......................................................................................17
CONCLUSÃO.....................................................................................................................................18
BIBLIOGRAFIA..................................................................................................................................19

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