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A PEDRA CÚBICA

Ir.’. Antonio José Rodrigues, M∴M∴ (1999)


ARLS João Ramalho, nº 107 – Or. de Santo André - SP

Filosofia iniciática
A pedra cúbica é o símbolo da medida áurea, do desenvolvimento harmônico e equili-
brado que supera todas as deficiências e controla a tendência para os excessos de qualquer
natureza, pois todo excesso, em qualquer sentido, é uma falta de controle e discernimento.

Exceder-se, em qualquer sentido, é uma deficiência, pois indica a falta de qualidade


oposta que deve controlar esta tendência. É uma das asperezas alegóricas da pedra bruta que
deve ser desbastada, é uma irregularidade no desenvolvimento em determinado sentido que
nos afasta do equilíbrio perfeito e da perfeição cúbica ideal.

A beleza da figura humana, assim como a de um edifício ou obra de arte é da mesma


maneira função e resultado do grau de equilíbrio, harmonia e proporção perfeita entre todas as
partes que compõem o conjunto. Quando existir desproporção e excesso em qualquer sentido,
manifestar-se-á a imperfeição que afasta a obra da medida áurea.

A beleza imortal e proverbial das estátuas gregas deriva, precisamente, deste sentido
de equilíbrio e harmonia que eliminava todos os excessos e que constitui a característica mais
evidente da antiga cultura helênica. O que os gregos reprovavam nos estrangeiros era esta
tendência habitual para a falta de equilíbrio e harmonia.

A saúde perfeita e a eficiência física, também dependem do grau de justo equilíbrio,


harmonia e proporção que sabemos manifestar em nossos hábitos fisiológicos; todo excesso
em qualquer sentido se converte em elemento destrutivo, enquanto a sóbria frugalidade carac-
teriza ao Mestre.

O mesmo deve ser dito, no plano da inteligência, das diversas qualidades e faculdades
que caracterizam a genialidade verdadeira, ou seja, a produtiva e a fecunda. O chamado gênio
não e constituído somente pelo desenvolvimento da faculdade da memória, nem da imagina-
ção; não consiste unicamente na abundância das idéias, nem no desenvolvimento da concen-
tração.

Nenhuma dessas qualidades, isolada, produz o gênio verdadeiro, que só realiza com
perfeito desenvolvimento equilibrado de todas as qualidades da inteligência sem que haja
excessos; e desde que cada uma dessas qualidades e faculdades seja capaz de conservar o
lugar ao qual pertence e atuar em perfeita harmonia com as demais.

O iniciado deve comunicar-se com os planos superiores

A intuição, quando desacompanhada do raciocínio, pode dar a percepção imediata da


verdade, porém, impede aquele que a percebe de expressá-la devidamente; enquanto que o
raciocínio sem a intuição nos faz girar pelo campo das concepções e criações intelectuais, sem
porém atingir aquelas regiões superiores onde resplandece a verdadeira luz e onde de pode
perceber a razão íntima das coisas. O que necessitamos é de uma cooperação e um desenvol-
vimento harmônico de ambas faculdades.

É este equilíbrio, esta ausência de excessos que pode fazer da PEDRA BRUTA A
PEDRA CÚBICA útil ao edifício, ou seja, tornar-nos tais como nossa evolução necessita.

A Pedra Bruta se apresenta em seu estado natural, tal como foi extraída da natureza,
representando a infância do homem e da própria humanidade, já que se reconhece que esta
evolui muito, mas não passa de uma pedra bruta, com suas guerras, preconceitos, misérias e
desigualdades sociais.

A Pedra Bruta é considerada uma jóia, por oferecer, latente, a possibilidade de ser
aproveitada para edificar, para construir. Sabe-se que todo ser humano tem qualidades soci-
almente aproveitáveis, mas, para tanto, é necessário que se lhe desbastem as arestas de sua
forma grosseira. A Pedra Bruta ensina que o homem, dotado de inteligência e raciocínio pode
aperfeiçoar-se da educação e instrução.

Este trabalho deve ser feito por si mesmo, obter um aperfeiçoamento, sentir as miste-
riosas harmonias das esferas superiores, unir-se a estas harmonias e compreender que elas não
podem ter sido formadas nem por acaso nem sem uma finalidade. É preciso que o iniciado se
coloque por ele mesmo num estado físico e moral que permita estas revelações que resultam
de uma iluminação última que se merece.

A Maçonaria, como centro iniciático verdadeiramente formado, visando procurar a


Luz e não como organização materialista, pode colocar o iniciado sobre a senda e ser o guia e
o apoio do verdadeiro pesquisador, mas ao atingir um certo estado de evolução, tem o inicia-
do, o dever de deixar-se colocar por si mesmo em comunicação com os planos superiores.

O iniciado que atinge este plano de contato com as forças superiores é simbolizado
pela Estrela Flamejante, e neste estado de perfeição, o ser humano irradia em torno de si todas
as forças benéficas das quais se tronou senhor.

Imaginemos agora, todos os seres humanos, senhores de si mesmos e possuidores de


tais forças dirigindo-as para o bem, todas as paixões e vícios dominados e submetidos á bon-
dade e a razão; e assim como nas sociedades pitagóricas, as forças de cada um pertenceriam
aos sofredores aos fracos. O mal deixaria de existir e o Sol espiritual, perfeito chegaria e espa-
lharia seus raios por todo universo.

O maçom deve exercitar-se no manejo de suas ferramentas, evitando melindrar e


ofender os semelhantes, sabendo suportar o caráter alheio, esforçando-se para compreender,
em vez de censurar, procurar o lado bom das pessoas e das coisas e não os vícios e defeitos, e
não envergonhar ninguém através da ironia e do sarcasmo.

Obras Pesquisadas:
O Aprendiz – Boletim Informativo
Dicionário Maçônico

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