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Como poderão perceber, o peru é tão delicioso como misterioso. Basta lembrar que
a chegada dele à Europa continua a ser um enigma, embora a maior parte dos
historiadores continue a afirmar que terá sido um presente bendito das Américas.
Entre nós o peru tem desde sempre um lugar de eleição, amplamente desejado,
mas nunca conquistado, pelo também delicioso capão, que no Norte, mais
exactamente no Douro, representa o papel principal na festa que é ali cada refeição
da época natalícia.
Antigamente, o peru e a sua vinda para as cidades nesta altura do ano, era um
espectáculo pitoresco, folclórico mesmo.
Nos nossos dias, o peru deixou de estar reservado apenas ao Natal, come-se
durante todo o ano e vende-se em bocados em qualquer talho ou supermercado.
Pode dizer-se mesmo que só por encomenda e muita amabilidade conseguiremos
nas cidades obter um peru com a pele do pescoço suficientemente grande para lhe
rechearmos o papo, como é a nossa tradição. Raras vezes poderemos ver hoje
sobre a mesa da Festa um peru orgulhoso da sua condição.
À semelhança do que acontece por esse mundo fora com todas as receitas
tradicionais, “cada roca com seu fuso, cada terra com seu uso”.
É por isso que apesar do frio que por lá faz, me ponho a caminho de Trás-os-
Montes, mais exactamente de Valpaços, para lhes dizer como se faz o melhor peru
de Natal do Mundo!
Para 10 pessoas:
Confidências: por estranho que pareça, este peru não é barrado com qualquer
gordura antes de ser introduzido no forno. São condições essenciais para que fique
suculento: estar bem seco quando é introduzido no forno, nunca ser regado com
qualquer líquido ou gordura durante toda a assadura e cozinhar apenas o tempo
necessário para que a carne fique cozida mas não seca (geralmente leva entre 20 a
25mn por cada fracção de 500g de peru já recheado).