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GRUPO I
Na resposta a cada uma das questões que seguem seleciona, de modo inequívoco, a única opção correta.
Escreve, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
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COLÉGIO Ficha de Revisões – 5º teste
Filosofia: 10º ano
DOM DIOGO DE SOUSA maio de 2022
6. Selecione a afirmação que é incompatível com a perspetiva relativista acerca dos juízos morais.
(A) Diferentes grupos culturais, por vezes, têm os mesmos valores morais.
(B) Culturas diferentes têm padrões morais diferentes, havendo culturas com padrões morais errados.
(C) Agir bem é agir de acordo com os padrões culturais do grupo a que se pertence.
(D) Há indivíduos que não se ajustam aos padrões morais da sociedade em que foram educados.
8. Qual das frases seguintes exprime um juízo de valor moral acerca de uma certa pessoa?
(A) Aquela pessoa usa transportes públicos.
(B) Aquela pessoa não age de modo responsável.
(C) Aquela pessoa não consome produtos de origem animal.
(D) Aquela pessoa convive com criminosos reincidentes.
10. Quem afirma que não existe uma realidade objetiva à qual os nossos juízos se possam referir rejeita:
(A) Apenas o objetivismo.
(B) Quer o relativismo quer o objetivismo.
(C) Quer o subjetivismo quer o objetivismo.
(D) Apenas o relativismo.
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11. A afirmação «Não há códigos morais únicos nem valores absolutos» identifica-se com a perspetiva
filosófica que habitualmente designamos por:
(A) Não cognitivismo.
(B) Relativismo moral.
(C) Subjetivismo moral.
(D) Objetivismo moral.
15.Imagine que alguém age segundo a máxima «Não bebo álcool quando conduzo para não ser multado
pela polícia.» De acordo com a ética de Kant, essa pessoa:
(A) Segue um imperativo categórico e, portanto, age por dever.
(B) Segue um imperativo hipotético e, portanto, age conforme o dever.
(C) Segue um imperativo hipotético e, portanto, age por dever.
(D) Segue um imperativo categórico e, portanto, age conforme o dever.
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16.De acordo com Kant, quando a nossa ação é realizada em função de um fim exterior a nós, estamos
a agir:
(A) Heteronomamente.
(B) Moralmente.
(C) Autonomamente.
(D) Motivados pelo dever.
17.Considere que, para se opor à perspetiva de Kant, alguém argumenta do modo seguinte.
«Kant erra ao atribuir uma excessiva importância ao dever. E esse erro acontece porque Kant vive
fechado num mundo pequeno e provinciano, que o impede de compreender a complexidade da
natureza humana. Além disso, limitado pela frieza germânica, Kant não reconhece que a boa ação
possa simplesmente vir de um bom coração.»
O argumento apresentado é
(A) Fraco, pois baseia-se numa descrição da vida e do carácter de Kant, irrelevante para a avaliação
da sua perspetiva.
(B) Forte, pois é proposta uma tese alternativa acerca da moralidade da ação, e não apenas uma
análise das motivações de Kant.
(C) Fraco, pois as circunstâncias da vida e o contexto social de um filósofo não são relevantes para
a génese da sua perspetiva.
(D) Forte, pois o facto de o valor moral das ações também poder depender dos sentimentos do
agente refuta a perspetiva de Kant.
18.Imagine que o Rodrigo age segundo a máxima «Não vou copiar no teste porque tenho receio que
o professor descubra e o teste seja anulado.» De acordo com a ética de Kant, o Rodrigo:
(A) Segue um imperativo categórico e, portanto, age por dever.
(B) Segue um imperativo hipotético e, portanto, age por dever.
(C) Segue um imperativo hipotético e, portanto, age conforme o dever.
(D) Segue um imperativo categórico e, portanto, age conforme o dever.
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21.De acordo com a ética de Kant, temos a obrigação de respeitar os princípios seguintes:
– Nunca se deve violar contratos.
– Nunca se deve quebrar promessas.
Suponha que alguém prometeu fazer algo, não se apercebendo de que isso implicava violar um
contrato. Que problema levantaria este caso à ética de Kant?
(A) O conflito de princípios é irresolúvel, pois ambos constituem proibições absolutas.
(B) O primeiro princípio deverá ser desrespeitado, pois tem menos força do que o segundo.
(C) O segundo princípio deverá ser desrespeitado, pois tem menos força do que o primeiro.
(D) Os dois princípios deixam de ter importância moral, pois mostram não ser universalizáveis.
22.Alguém que age honestamente, mas apenas para conseguir a admiração e o respeito dos outros,
age, segundo Kant:
(A) Contra o dever.
(B) Ilegalmente mas, apesar disso, é uma ação moralmente boa.
(C) Por respeito à lei moral.
(D) Em conformidade com o dever.
23. Imagine que o Luís precisa urgentemente de medicamentos e que a única maneira de os conseguir
é pedir dinheiro emprestado a um amigo rico, sem ter a intenção de lho pagar. Neste caso, o Luís
decidiu adotar a máxima «faz promessas enganadoras quando não há outra forma de resolver os
teus problemas pessoais».
Esta máxima pode ser usada para fazer uma crítica à ética kantiana, dado ser razoável
argumentar que a máxima:
(A) Não é imoral, ainda que não seja racional querer universalizá-la.
(B) É imoral, ainda que venha a ter aprovação dos agentes envolvidos.
(C) Não é imoral, embora seja um imperativo categórico condicional.
(D) É imoral, embora dê prioridade às consequências da ação.
GRUPO II
1. Indicação de que a afirmação não exprime um juízo de valor / a afirmação exprime um juízo de facto.
Justificação:
‒ na afirmação, apenas se dá conta do facto de a Luísa gostar de dançar tango OU apenas se descreve
o que a Luísa gosta de fazer;
‒ na afirmação, não se faz qualquer apreciação normativa do facto de a Luísa gostar de dançar tango.
2.
2.1. Se aceitarmos o subjetivismo moral teremos que aceitar que a nossa opinião não é melhor nem
pior que a opinião de outra pessoa, simplesmente porque na ética não há verdades nem falsidades
independentes daquilo que as pessoas pensam. Só há opiniões diferentes. De acordo com o
subjetivismo se o sujeito X considera que perseguir pessoas com religiões diferentes é algo correto,
então esse juízo moral é verdadeiro para o sujeito X. De acordo com o subjetivismo não está nem
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mais nem menos enganado do que alguém que pense o contrário (o sujeito Y considera que
perseguir pessoas com religiões diferentes é errado, então esse juízo moral é verdadeiro para o
sujeito Y). E, se ele tem razão do seu ponto de vista, então ficamos sem motivos para tentar mudar
a sua opinião, sem motivos para argumentar racionalmente a favor do que quer que seja.
O subjetivismo tira todo o sentido ao debate sobre questões morais porque assenta no pressuposto
de que o sujeito é moralmente infalível, ou seja, por mais estranho que um dado juízo moral nos
pareça, ele não poderá ser falso. Mas se assim é, como se explica que já tenhamos tido a
experiência de mudar de opinião em relação a qualquer questão moral por sentirmos que
estávamos errados?
3. Não. De acordo com o relativismo moral, os juízos morais têm valor de verdade (isto é, podem ser
verdadeiros ou falsos) e esse valor de verdade não é independente de qualquer perspetiva. Para o
relativismo, os juízos morais são sempre verdadeiros ou falsos em função da avaliação das culturas.
Logo, não há razões para contestar os juízos morais de diferentes culturas, desde que cada um deles
expresse as preferências coletivas (ou expresse a perspetiva maioritária) acordadas pelos membros da
sociedade ou cultura. Por outras palavras, um juízo moral é verdadeiro numa sociedade quando os seus
elementos acreditam que ele é verdadeiro, falso quando acreditam que ele é falso.
4. Concordo. Embora usemos frequentemente os termos «moral» e «ética» como sinónimos, em rigor,
não significam exatamente a mesma coisa. A «moral» refere-se ao conjunto das condutas e normas que
aceitamos como válidas. Dito de outra forma, a «moral» é o conjunto de normas, princípios ou valores
morais vigentes numa dada sociedade, que são interiorizadas através da educação sem que, no entanto,
ocorra nesse processo uma reflexão crítica sobre a sua importância. Por seu lado, a «ética» é a reflexão
sobre o porquê de considerarmos as normas morais válidas, bem como a sua comparação com as outras
«morais», assumidas por pessoas diferentes. Podemos concluir que a «ética» é uma reflexão filosófica
sobre os princípios ou critérios que permitem a fundamentação ou justificação das ações e normas
morais.
5. As éticas deontológicas (ou deontologismo) fazem depender a moralidade ou imoralidade de uma ação
da intenção com que é realizada e do respeito por princípios absolutos e incondicionais. Um exemplo
de uma ética deontológica é a filosofia moral de Kant. As éticas consequencialistas (ou
consequencialismo), fazem depender a moralidade ou imoralidade de uma ação das consequências
previsíveis que dela possam advir. Um exemplo de uma ética consequencialista é a filosofia utilitarista
de Stuart Mill.
6. Segundo Kant, as ações por dever e as ações em conformidade com o dever têm em comum o
cumprimento (ou respeito) do dever. Todavia, para Kant não basta cumprir o dever para que uma ação
possa ser avaliada como moralmente correta. É preciso cumprir o dever com intenção de o fazer. Se a
ação estiver apenas conforme o dever e não tiver sido exclusivamente motivada pelo cumprimento do
dever não se trata de uma ação moralmente correta. Agir por dever exige um conhecimento das regras
e normas a que se deve obedecer. Exemplos: não mentir, não roubar, não matar. Com efeito, em termos
morais, não roubar ou não matar apenas por receio de ir para a prisão não são ações cuja forma nos
dignifique, ou seja, são ações sem valor moral porque são realizadas com fins egoístas, por desejos,
inclinações naturais ou por quaisquer outros motivos menos valiosos. Apenas as ações por dever são
consideradas moralmente corretas ou boas porque são realizadas, exclusivamente, por dever sem
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qualquer outra finalidade ou objetivo, ou seja, são ações em que se cumpre o dever com intenção de
cumprir o dever (não mentir com intenção de cumprir esse dever).
7.
7.1. De acordo com o imperativo categórico, para uma ação ser moralmente boa, o agente tem de poder
querer que a máxima que a determina seja uma lei universal (da natureza). Ora, se a máxima que
determina o agente, no caso considerado, fosse uma lei universal (da natureza), haveria uma
contradição na natureza, pois evitar o que é desagradável e nos ameaça determinaria,
simultaneamente, pôr fim à vida/ «destruir a vida» e conservá-la. Assim, a máxima que determina o
suicídio não poderia ser uma lei universal (da natureza).
7.2. A pessoa agiria de modo heterónomo. Isto porque a vontade da pessoa que optasse pelo suicídio
seria determinada por uma inclinação («o amor de si mesmo» / o desejo de se subtrair aos aspetos
desagradáveis ou insuportáveis da vida / o amor-próprio). Logo, a sua vontade não seria determinada
unicamente pela razão (que proíbe o suicídio).
8. A máxima «Não deves fazer promessas enganadoras» constitui um imperativo categórico, porque
ordena que não façamos promessas enganadoras, independentemente dos fins que desejamos
alcançar, isto é, a ação de fazer promessas enganadoras é considerada má em si mesma, não
dependendo o facto de ser má dos nossos desejos ou interesses (ordena incondicionalmente). Por outro
lado, a máxima «Não deves fazer promessas mentirosas para não perderes o crédito quando se
descobrir o teu procedimento» constitui um imperativo hipotético, porque ordena que não façamos
promessas mentirosas como um meio para o fim, determinado pelo nosso interesse (intenção egoísta),
de não perdermos o crédito que temos aos olhos dos outros , ou seja, a ação de fazer promessas
enganadoras não seria considerada má em si mesma, admitindo-se que, em virtude dos nossos fins,
poderia ser boa nuns casos e má noutros (ordena condicionalmente).
9. A moral de Kant prescreve regras absolutas, como não matar, não roubar ou não mentir. Porém, parece
haver casos em que essas regras absolutas entram em conflito, sem que seja possível decidir qual
prevalece. No caso apresentado, a regra que manda ajudar os outros sempre que possível (encontrando
alimentos ou agasalhos que lhes permitam sobreviver) pode ser considerada tão importante como a
regra que proíbe o roubo.
10. Por exemplo, cumprir um contrato por medo das consequências do seu incumprimento. Neste exemplo,
a ação considerada foi motivada por um sentimento de medo. Ainda que não tenha sido motivada pelo
dever de cumprir o contrato (que é um imperativo da razão), a ação não é contrária ao dever, pois esta
é a ação que, em todo o caso, decorreria do dever de cumprir o contrato.
FIM
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