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Determinismo Radical (DR) Libertismo Determinismo Moderado (DM)

.Paul D´Holdbach .Corliss Lamont David Hume


.Bento Espinosa .Jean-Paul SARTRE
.Marquês de Laplace .Fernando Savater
Tudo o que acontece, é uma consequência necessária de Defendem que Existe livre-arbítrio e que, Defendem que todos os
acontecimentos anteriores e das leis da naturez,não existe portanto, algumas ações são livres. acontecimentos são determinados
livre-arbítrio ( ou é uma ilusão).
pelos acontecimentos anteriores e
Considera que todos os acontecimentos, incluindo as ações Para haver livre-arbítrio é necessário que os agentes sejam pelas leis da natureza, e que, desde
humanas, são determinados por acontecimentos anteriores capazes de agir de forma diferente daquela como agiram (ou
seja, têm possibilidades alternativas de ação), dadas que não sejamos coagidos (interna
e pelas leis da natureza.
A ideia segundo a qual tudo o que ocorre no mundo pode ser exatamente as mesmas leis da natureza e exatamente o ou externamente), temos livre-
mesmo passado. arbítrio.
explicado através de relações de causa-efeito designa-se de
«princípio da causalidade» e pode ser formulado da seguinte O libertista considera que temos livre-arbítrio. Logo, o Na minha opinião o facto de tudo estar determinado não
forma: dada a causa A, segue-se necessariamente o efeito B, ou determinismo acerca da ação humana é falso (embora aceite implica que não haja lugar para o livre-arbítrio (assim, o DM
seja, ocorrida a causa A, tem de ocorrer o efeito B. o determinismo no mundo físico/natureza). defende que a antecedente da condicional é verdadeira,
mas a consequente é falsa).

Incompatíveis ( LA-V; D-F) Compatíveis (LA-V; D-V)


Incompatíveis (LA-F; D-V) Pois os Libertistas pensam que para haver livre-arbítrio é Segundo os DM as duas teses, Há livre-
Pois os DR consideram que não é possível necessário que os agentes sejam capazes de agir de forma
arbítrio e Todos os acontecimentos são
diferente daquela como agiram (ou seja, têm possibilidades
compatibilizar o determinismo e o livre- alternativas de ação), dadas exatamente as mesmas leis da efeitos de causas anteriores, são
natureza e exatamente o mesmo passado. Também o libertista compatíveis.
arbítrio, que 2º esta teoria todos os considera que se o determinismo é verdadeiro, então temos Existe Livre-arbítrio mesmo que tudo
acontecimentos são causalmente possibilidades alternativas de ação. Ora, se não temos esteja determinado. Não controlamos as
possibilidades alternativas de ação, então não temos livre- causas das nossas ações. Apesar de
determinados, então não existe livre- arbítrio. No entanto, o libertista considera que temos livre-
causado, nem tudo o que fazemos é
arbítrio. Logo, o determinismo acerca da ação humana é falso
arbítrio (ou vontade). Assim, a crença no (embora aceite o determinismo no mundo físico/natureza). constrangido. O que é levado a cabo sem
livre-arbítrio é falsa ou ilusória. O DR coação é considerado uma ação livre.
• A ideia de que nem tudo está determinado assenta no
argumenta que, caso fosse possível conhecer pressuposto do dualismo mente-corpo, isto é, a tese de que
os seres humanos são compostos por duas partes: um corpo,
todas as inúmeras causas que nos um objeto material sujeito às leis da natureza, e uma mente
determinam, perceberíamos que sempre que imaterial, não sujeita a tais leis. Ora, é nesta parte imaterial,
fora da natureza, que ocorrem as intenções, crenças e
AÇÃO LIVRE:
- crenças e desejos do agente
agimos, essa ação é o resultado inevitável de decisões que nos levam a agir. No domínio da matéria (corpo), (possibilidades alternativas de ação)
reconhece o libertista, o determinismo é verdadeiro, mas no
uma cadeia causal que não controlamos. domínio mental, tal não é o caso. Logo, é verdade que podia
- o que escolhemos e o modo como agimos
ter comido antes o pêssego. Concluindo, de acordo com o resulta causalmente do que queremos
libertismo, o sujeito/agente comeu o bolo porque essa foi a - ausência de coação, doença, compulsão
sua vontade, decisão ou opção (livre-arbítrio). ou controlo artificial

1. a ciência parece estar do lado do DR pois o determinismo é a base da 1. o argumento da experiência do livre-arbítrio (Consiste 1.aceita que temos livre-arbítrio.(Se o
conceção científica da natureza: a Biologia descobriu que os genes são na experiência ou sensação que podemos sentir quando, comportamento que resulta dos nossos
responsáveis por doenças e por características físicas e psicológicas; a ao fazer escolhas, não sentimos nenhuma espécie de desejos, crenças, intenções, objetivos ou
Psicologia revelou que muitos dos nossos comportamentos se devem, em constrangimento, nenhuma pressão ou força a impor-se propósitos é livre, então uma parte do nosso
parte, a experiências tidas na infância; a Sociologia mostrou que muitos dos sobre nós e a obrigar-nos a fazer algo. Se inúmeras comportamento depende da nossa vontade);
nossos comportamentos têm incorporadas fortes influências da sociedade e
pessoas têm a experiência ou sensação de serem livres,
da cultura. Ora, para o determinista radical, os elementos biológicos,
então a crença no livre-arbítrio é verdadeira. Ora, 2.permite compatibilizar o livre-arbítrio com o
sociais, históricos e culturais determinam causalmente o agente, pelo que a
inúmeras pessoas têm a experiência ou sensação de determinismo.(as duas teses, Há livre-arbítrio e Todos
ideia de uma vontade livre (isto é, «não causada») parece absurda quando
serem livres. Logo, a crença no livre-arbítrio é verdadeira. os acontecimentos são efeitos de causas anteriores, são
tomamos consciência de princípios científicos muito bem estabelecidos. Daí compatíveis).
que (o autor do texto) considere que quanto mais aprendemos sobre as
causas do comportamento humano mais claro parece ser a ideia que o ser 2. argumento da responsabilidade moral 3.argumento da responsabilidade moral.
humano não é livre. (Se não existisse livre-arbítrio, então não teria sentido (-Se o comportamento que resulta dos nossos desejos,
crenças, intenções, objetivos ou propósitos é livre, então
responsabilizar as pessoas. Tem sentido uma parte do nosso comportamento depende da nossa
2. Negar o determinismo na natureza é uma atitude pouco racional (pois o
responsabiliza as pessoas. Logo, existe livre-arbítrio). vontade;
determinismo é a base de explicação científica da natureza). -Se somos livres sempre que não agimos sob coação, então
temos responsabilidade moral quando agimos livremente /
3. O determinismo proporciona uma explicação uniforme de todos os quando não estamos sob coação física ou psicológica).
acontecimentos, incluindo as ações humanas.

1. Contraria as nossas ideias mais básicas acerca do ser humano, sobretudo 1. Está por provar que os fenómenos mentais 1. Se aquilo que desejamos fazer se
a sensação interior de liberdade. É difícil não pensar que temos livre-
arbítrio pois diariamente, a nossa experiência pessoal parece indicar que, não sejam determinados por leis físicas ou que encontra determinado por
embora a liberdade não seja total, existe um espaço para escolher. A não tenham leis próprias. acontecimentos anteriores, então,
sensação interior de liberdade é tão poderosa que podemos ser incapazes nestes casos, as nossas ações não
de abandonar a ideia de livre-arbítrio, por muito fortes que sejam as provas
da sua inexistência.
2. Se a mente e o corpo são distintos, como se estão igualmente constrangidas?
2. É muito difícil provar adequadamente que todos os acontecimentos são explica que a mente (imaterial) seja a causa de
efeitos de causas anteriores (nunca conseguimos observar todos os efeitos sobre o corpo (material)? 2.Não permite compreender a
acontecimentos, mas apenas alguns).
3. Não parece deixar espaço à responsabilidade moral pois só quem age
existência de autênticas
livremente merece censura, castigo ou elogio. Todos nós sentimos o desejo 3. Porque é que é a mente a “ditar as regras” possibilidades alternativas de ação.
bastante forte de que as pessoas sejam responsáveis pelas suas ações e sobre o corpo, e não o contrário?
escolhas e uma enorme necessidade de admirar e premiar aqueles que se
sacrificam pelo seu dever e de punir aqueles que têm práticas incorretas ou
3.Baixa a fasquia do que se entende
moralmente erradas aos olhos da sociedade. por livre-arbítrio. (REDEDINIÇÃO DE
4. Defender o DR implica renunciar à liberdade de fazer planos para o LIVRE-ARBÍTRIO: é o poder de
futuro, pois de que adianta fazer planos se não temos a liberdade para
mudar o que acontecerá?
fazermos o que queremos e não fazer
5. Sem livre-arbítrio a vida parece não ter sentido (somos uma espécie de o que não queremos)
robôs).

Tese: Defendem que todos os acontecimentos são determinados Tese: Defendem que Existe livre-arbítrio e Tese: Defendem que todos os acontecimentos
pelos acontecimentos anteriores e pelas leis da natureza, e que, são determinados pelos acontecimentos
que, portanto, algumas ações são livres. anteriores e pelas leis da natureza, e que,
por isso, não temos livre-arbítrio (o livre-arbítrio é uma ilusão);
desde que não sejamos coagidos (interna ou
-Os DR afirmam que o nosso comportamento é o resultado As ações humanas resultam de deliberações externamente), temos livre-arbítrio.
-Se o comportamento que resulta dos nossos
inevitável de causas que desconhecemos e que não controlamos, racionais e podem alterar o curso dos desejos, crenças, intenções, objetivos ou
então o nosso comportamento não depende da nossa vontade; acontecimentos no mundo. Logo, o ser propósitos é livre, então uma parte do nosso
-Se o nosso comportamento não depende da nossa vontade,
humano tem livre-arbítrio e, como tal, comportamento depende da nossa vontade;
então não temos responsabilidade moral. -Se somos livres sempre que não agimos sob
é responsável pelas suas ações.
coação, então temos responsabilidade moral
quando agimos livremente / quando não
estamos sob coação física ou psicológica.

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