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Escola de Artes
Departamento de Música
Alexandre Gouveia
Nº. 40530
Resumo
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Abstract
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Índice
Resumo..............................................................................................................................2
Abstract.............................................................................................................................3
Introdução..........................................................................................................................4
Contextualização...............................................................................................................6
Sintomas............................................................................................................................6
Alexander Technique......................................................................................................10
Método Pilates................................................................................................................11
Ioga.................................................................................................................................12
Dispokinesis....................................................................................................................13
Aquecimento....................................................................................................................13
Alongamentos..................................................................................................................14
Metodologia.....................................................................................................................16
Questionário...................................................................................................................16
Caso prático....................................................................................................................17
Workshops.......................................................................................................................17
Cronograma....................................................................................................................18
Conclusão........................................................................................................................19
Referências Bibliográficas..............................................................................................20
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Introdução
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bateria de exercícios que permitam prevenir as lesões mencionadas por estes no
questionário.
Contextualização
Lesões por Esforços Repetitivos (LER), é a definição atribuída àquelas que são
causadas pelo desempenho de uma determinada atividade que é continuamente
repetitiva. Estas lesões surgem como inflamações nos músculos e tendões, originadas
pelo uso constante de posturas inadequadas e esforços musculares acrescidos. Yeng
(1995), caracteriza as lesões por esforços repetitivos como algo que afeta as estruturas
ósseas, musculares, tendíneas, nervosas e do tecido conjuntivo que lhe dá sustentação.
(p.9)
Seguindo a mesma linha de pensamento, Lima (2001) considera “as Lesões por
Esforços Repetitivos, como um conjunto de doenças que agridem os nervos, músculos e
tendões juntos ou separadamente.” (p.45) Para o mesmo autor uma lesão deste tipo
“apresenta característica degenerativa e cumulativa e é sempre precedida de dor ou
incômodo.” (p.45)
Estas lesões, bastante comuns nos instrumentistas, podem ser igualmente
causadas pelas atividades diárias, praticadas muitas vezes sem cuidado e prudência nos
movimentos. Tal pode ser confirmado, através da obra dos autores citados nesta
explanação.
Sintomas
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LER nos Músicos
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profissionais, dentre estes destaca-se o tipo de instrumento (peso, tamanho e
qualidade); a duração da execução; a dificuldade técnico-musical da obra; as
condições psicológicas do executante; a resistência muscular; a reabilitação
prévia inadequada; as variações anatómicas; a necessidade de repetição não
somente uma, mas várias vezes para adquirir aprendizagem motora; as posturas
antifisiológicas; o excesso de força na movimentação ...” (p.6)
Grande parte das lesões sofridas pelos pianistas, são causadas por movimentos
de tensão derivados da má gestão corporal durante a execução ao piano. “Uma vez que
as pessoas que passam várias horas ao computador sofrem de lesões por esforço
repetitivo, não é surpreendente que estas lesões sejam comuns aos pianistas, pois estes
executam maior variedade e repetição de movimento dos dedos, mãos e braços.” (Sakai
et al, 2006, p.830)
“A atitude do músico em relação ao estudo do piano cria hábitos que podem
contribuir para o início de problemas físicos, como: falta de aquecimento, tempo de
estudo prolongado, pouco ou nenhum intervalo, dedilhados complexos praticados em
excesso e falta de atividades compensatórias.” (Frank A; Muhlen C., 2007, p.188)
Complementando o pensamento de Frank e Muhlen relatado anteriormente, para
Santiago (2005), para lidar com as suas desordens e dores físicas, “os músicos
admitiram fazer uso de xilocaína, esteroides, anti-inflamatórios, relaxantes e até mesmo
se submeterem a tratamentos cirúrgicos; porém, o tratamento considerado mais eficiente
foi o descanso absoluto.” (p.2)
Ao adotar uma postura correta, os pianista poderão usufruir de um maior
rendimento quer no estudo, quer na performance. Após os pianistas, e os músicos em
geral, compreenderem os perigos das más posturas na prática dos seus instrumentos,
irão conseguir prevenir e recuperar de lesões.
A força excessiva executada no piano, é um outro fator que causa dor e
desconforto aos pianistas. Devido à constante prática de excertos musicais, de uma
determinada obra – mais exigente – durante o estudo, há um aumento da tensão e força
excessiva. “Quanto mais força se usa, mais tensão se transmite às estruturas envolvidas.
Estudos comprovam que a quantidade de tensão causada ao corpo não é diretamente
proporcional à força envolvida. Duplicando a força usada, não se duplica a tensão, mas
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multiplica-se esta por cinco.” (Mark T., 2003, p.4)
Durante a prática instrumental, é indispensável uma postura correta, por forma a
evitar hábitos posturais difíceis de corrigir. Para que tal se verifique, “o tempo de estudo
deve ser regulado consoante a condição física do pianista.” (Hofmann J., 1976, p.19)
O tempo de estudo excessivamente prolongado, a falta de
aquecimento/alongamentos e os poucos intervalos são alguns dos fatores de risco mais
comuns, entre os pianistas/músicos.
Para Fry (1986), “a prevenção do uso muscular excessivo está no controle do
uso. Um estudante ou um músico profissional deveria limitar o seu estudo a períodos de
20-30 minutos. Um descanso de 5 minutos promoverá a recuperação dos músculos e
juntas do corpo e possibilitará uma melhor atuação destes na próxima seção de estudo.”
(p.183)Segundo o mesmo autor, “há aceitação da condição por parte dos músicos, o que
faz com acreditem que é normal sentir dor.” (p.183)
Em suma, citando Telles, “ Mais do que trabalhar repertório/técnica,
trabalhamos sobre nós próprios. Trabalhamos o nosso corpo. Temos a responsabilidade
de o fazer de maneira saudável e responsável, visando o equilíbrio físico e mental
conducente a uma pratica saudável e feliz.” (p.18)
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Técnicas de Prevenção das LER
Alexander Technique
muitas outras doenças, tais como lesões.” (Jain S., Janssen K., DeCelle S., 2004, p.815)
Método Pilates
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respiratórios eficientes. Todos estes fatores benéficos para os músicos permitem uma
maior expansão na execução de repertório musical com menos fadiga” (Kava et al.,
2010, p.17)
Ioga
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corporal e prazer ao fazer música” (Hogg, 2001, p.104). Segundo Khalsa & Cope
(2006) “todos estes fatores favorecem um melhor desempenho musical.” (p.325)
Dispokinesis
público. (p.202)
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Aquecimento
conjuntivos, tornando-se mais maleáveis. Ainda sobre este assunto, refere que o
aquecimento contribui para que as articulações se movam de forma mais eficaz e
perspicaz. (p.95)
Alongamentos
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orquestras e em outras instituições, com o único propósito de ajudar os seus
instrumentistas, como acontece em outras áreas profissionais onde a prevenção de
trabalho é algo indispensável.” (Lledó, et al., 2002, p.1)
Por norma, quando um aluno sente algum tipo de desconforto durante a prática
do seu instrumento, a primeira pessoa a quem recorre - no sentido de perceber o que se
Figura 7 – Alongamentos. (Fonte: https://conceitos.com/stretching-alongamento/)
passa – é ao seu professor. Segundo os autores Bragge, Bialocerkowski, & McMeeken.
(2006) “estes são, em princípio, os profissionais em quem os músicos mais confiam
para pedir conselhos técnicos e indicações específicas de estudo.” (p.71)
Seguindo o mesmo pensamento Alford & Szanto (1996) referem que “o ensino
de um instrumento, requer cuidados redobrados, tanto na prevenção de desconforto
físico, como também no ensino do instrumento (...) de modo a que os alunos aprendam
desde cedo como melhor usar o seu corpo e prevenir desconfortos e episódios de dor no
estudo do seu instrumento.” (p.1)
Da mesma forma que os docentes devem possuir conhecimentos básicos
referentes a esta problemática, é também necessário um envolvimento dos
estabelecimentos de ensino, de forma a existir uma colaboração entre músicos e
profissionais de saúde para uma maior difusão de conhecimento acerca deste tema e
assim prevenir futuras lesões. Esta prevenção será mais eficiente, se forem fornecidas ao
longo do percurso académico/musical as ferramentas e saberes, certos.
A reforçar esta ideia, é possível ler em Green, Chamagne & Tubiana (2000)
quando explicam que “todas as escolas de música deveriam fornecer consultas
periódicas aos seus alunos, que envolvesse o trabalho colaborativo de professores,
médicos, psicológicos e fisioterapeutas, acompanhando-os ao longo do seu
desenvolvimento.” (p.531)
Um número considerável de autores, defende que a inclusão da prevenção de
lesões/promoção da saúde nos músicos, deve ser incluída nos planos de estudo das
escolas de música, como já existe na Alemanha, Estados Unidos da América e Reino
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Unido. (Spahn C., Hildebrant H., Seidenglaz K., 2001, p.24; Hadok, 2008, p.82; Chesky
et al., 2006, p.142)
Em suma, cada professor deve estar consciente dos fatores de risco associados à
prática do instrumento, de forma a conseguir agir de forma rigorosa no desenvolvimento
de cada aluno.
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Metodologia
Questionário
Este projeto, que tem como público alvo os alunos do Ensino Superior da
Universidade de Évora, procura promover ferramentas aos discentes e docentes, no que
respeita à prevenção de posturas desadequadas na prática do instrumento musical.
Para a realização deste estudo, considera-se essencial numa primeira fase, a
elaboração de um questionário aos discentes, de modo a apurar quais os desconfortos
músculo-esqueléticos sentidos pelos mesmos aquando da performance musical. Para tal,
serão colocadas as seguintes questões:
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Após a realização do mesmo, pretendo apurar, em torno das três temáticas
abordadas nesta explanação, quais os desconfortos sentidos pelos alunos, o que fazem
para os prevenir e o papel que os docentes assumem nesta questão.
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Caso prático
Workshops
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Cronograma
Tarefas Set. Out. Nov. Dez. Fev. Mar. Abr. Mai. Set. Out. Nov. Dez.
Elaboração do
questionário
Levantamento
dos dados
obtidos
Workshop aos
docentes
Workshop de
Técnicas não
convencionais
Assistência nas
aulas
Elaboração de
exercícios para
a prevenção
das lesões
Reavaliação
aos alunos
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Conclusão
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Referências Bibliográficas
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