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NUTRIGENÉTICA E

NUTRIGENÔMICA NO
ESPORTE
Biologia M olecular e
Nutrigenômica

Humberto Nicastro
Ni n g u é m é igual a n i n g u é m!

“Algumas pessoas comem três omeletes de ovos cobertos


com lascas de bacon e não mostram sinais de aumento nos
níveis de colesterol. Há pessoas que ingerem uma barra de
chocolate atrás da outra e ficam tão finas quanto uma
vassoura. Muitos, no entanto, são menos afortunados”.
The Economist (2007)
Atletas n a s c e m prontos
ou são moldados?

O q u e faz a diferença
entre u m “puro sangue” e
u m “pangaré”?
A evolução d a e s p é c i e

Hipócrates
O q u e é e x p r e s s ã o gê ni c a ?

“Processo através do qual as informações


codificadas no DNA de um gene são
convertidas em proteína, que fornece o
fenótipo observável na célula”
P o n t o s d e Regul ação

Ativação da estrutura do gene


Início da transcrição
Processamento do transcrito
Transporte para o citoplasma
Estabilidade do mRNA
Tradução do mRNA
Processamento da proteína
Epigenética
( re p re s s ã o / a t iva çã o )

Transmissão de padrões Mudança de expressão


de expressão para os espaço temporal de
descendentes genes

Patógenos Die t a
Mecanismo pelos quais
fatores ambientais
controlam a atividade
Exposição gênica
Exercício
tóxica

O GENE EUCARIOTO
Transcrição

UNIDADE TRANSCRICIONAL

Ligam-se a sequência “TATA”


e medeiam a ligação da RNA-
Gerais Poli II no promotor do DNA
para formar o complexo de
Fatores de transcrição
transcrição
Regulam a atividade do
complexo basal de
Específicos transcrição por meio da sua
ligação com elementos de
resposta

Sequências nucleotídicas
que permitem o controle
da expressão gênica por
Elementos de meio de estímulos
resposta específicos
Regulam a expressão
tecido-resposta
F o r ma ç ã o d o c o mp l e x o b a s a l d e
t r anscr i ção

F o r ma ç ã o d o c o mp l e x o b a s a l d e
t r anscr i ção
F a t o r e s d e t r anscr i ção específicos

Ligam a s e q u ê n c i a s e sp e c í f i c a s (ER) d o DNA e


d e s e n c a d e i a m a e x p r e s s ã o diferencial d o g e n e

Glicocorticóides e s t e r o i d a i s
Regul ação d a Transcrição
Tr a duç ã o - Início
Tr a duç ã o – “Alongamento”
Tr a duç ã o – Término
Regul ação P ó s - t r a d u ç ã o

Fosforilação;

Acetilação;

Alquilação;
Metilação;

Ubiquitinação.

Fo s fo rila çã o

PROTEÍNA KINASE

P P
P

FOSFORILAR = ATIVAR OU DESATIVAR


Fo s fo rila çã o

CP CREATINA + P + ENERGIA
CK

CONTRAÇÃO
MUSCULAR ATP ADP + P + ENERGIA
Início d a
t ra d u çã o

Tr a d u ç ã o / s í n t e s e pr ot éi ca

Norton & Layman. J Nutr (2006)


P la s m a Ho r m ô n io s

Receptor P I ( 3 ,4 ) P 2 PI(3,4,5)P3
Ho r m o n a l

S a r c o p la s m a
( Cit o p la s m a ) I RS- 1 / 2 PI 3 k P DK- 1

Ak t
GLUT4

AS1 6 0 FOXO1
Nú c le o
m TOR

At r o g in a - 1
GLUT4 p70S6k 4E-BP1 MuRF-1

Sinalizadores d a e x p r e s s ã o
gênica
Hormônios
Fatores de crescimento e diferenciação celular
Citocinas
Espécies reativas de N e O
Contato célula-célula (adesão celular)
Fatores ambientais
D e g r a d a ç ã o Protéica
(Proteólise)

Proteólise Extracelular

D e g r a d a ç ã o Protéica
(Proteólise)
Fornecimento de esqueletos de carbono ao
fígado
S i s t e m a s Proteolíticos
S i s t e m a UPS

Lecker et al. (2006)


D e g r a d a ç ã o Protéica
(Proteólise)
Degradação de proteínas mal formadas

Atrofia Muscular
Bonaldo & Sandri. (2013)

P la s m a Ho r m ô n io s

Receptor P I ( 3 ,4 ) P 2 PI(3,4,5)P3
Ho r m o n a l

S a r c o p la s m a
( Cit o p la s m a ) I RS- 1 / 2 PI 3 k P DK- 1

Ak t
GLUT4

AS1 6 0 FOXO1
Nú c le o
m TOR

At r o g in a - 1
GLUT4 p70S6k 4E-BP1 MuRF-1
Sinalizadores d a e x p r e s s ã o
gênica
Hormônios
Fatores de crescimento e diferenciação celular
Citocinas
Espécies reativas de N e O
Contato célula-célula (adesão celular)
Fatores ambientais
O FATOR EXERCÍCIO

O p a r a d o x o d o e x e r c íc io
Estímulo me c â n i c o e e x p r e s s ã o
gênica

Exercício
Genes

Genes Saúde
Desempenho

Fenótipos
Benefícios cardiovasculares,
intermediários controle glicêmico-insulinêmico,
metabolismo lipídico, etc

Bray (2000)

A PÍLULA DO EXERCÍCIO
Evidências...

PPAR-δ (GW1516)
– 4 semanas em camundongos sedentários
– Aumentos de genes do metabolismo oxidativo
– Sem aumento de conversão de fibras tipo I
– Sem aumento na performance

– 4 semanas em camundongos treinados


– 70% de aumento de conversão em fibras tipo I

Narkar et al. Cell (2008)


Evidências...

AICAR (AMPk)
– 4 semanas em camundongos sedentários
– 44% de aumento de performance
Narkar et al. Cell (2008)

– 5 dias de tratamento
– Aumento dos estoques de glicogênio muscular
– Aumento da translocação de GLUT-4
– Aumento da atividade de enzimas oxidativas
Holmes et al. J Appl Physiol (1999)
AICAR: A m e l h o r d e s c o b e r t a d e
todos os tempos ?
Devemos usar o AICAR para melhorar a
função muscular?

Será que o AICAR é o novo doping


esportivo?

Podemos tratar/curar a obesidade o


diabetes tipo 2 com o uso de AICAR e/ou
outros agonistas?

N e m t u d o s ã o flores...

AICAR (AMPk)
– Meia vida curta
– Baixa biodisponibilidade oral
– Aumento dos níveis séricos de ácidos lático e
úrico Musi et al. Curr Drig Targets (1999)

– Mutação natural na subunidade γ2 leva a


cardiomiopatia hipertrófica
– AMPk no hipotálamo estimula o consumo
alimentar Goodyear et al. New Eng J Med (2002)
EXERCÍCIO E SINALIZAÇÃO
CELULAR
Mecanismos envolvidos no controle do fenótipo muscular
em resposta ao treinamento aeróbio/anaeróbio

TREINAMENTO

Alterações fe n o típ ic a s m u s c u l a r e s

Protocolo de exercício (variáveis do treinamento)

Estímulos específicos a s s o c i a d o s a o
exercício
Extrínsecos (físicos) Intrínsecos (biológicos)
(estresse mecânico, (cálcio, AMP,ATP, hipóxia,
estiramento, injúria celular) espécies reativas)

Ativação de MÚLTIPLAS via s d e si n a l i z a ç ã o

Alterações fenotípicas, morfológicas, metabólicas e FUNCIONAIS


N a t u r e z a e m a g n i t u d e d o est í mul o
Aeróbio Anaeróbio
Endurance Intermitente
Resistido

Diferentes padrões de
sinalização

Plasticidade diferenciada
A especificidade d o estímulo....

Rennie (2005)

Algumas vias moleculares...


Antes q u e a l g u é m n a s a l a
enlouqueça....
O q u e di zem o s especialistas
“Aativaçãoeintegraçãodasmúltiplasviasintracelulares,assim comoaligaçãodessasviasàsrespostasregulatóriasmetabólicas egênicasespecializadasn,osdiferentestiposdeexercícion,ão
sãocompletamenteconhecidaseelucidadas”

“Taisintegraçõessãocomplicadaspelofatodequeessasvias desinalizaçãonãosãolineareseconstiuemfrequentemente
umaredecomplexaenãocompletamenteelucidada,comumeelvadograudenietrseçãor,egualçãoporefedbacka,vitaçãotransitóriaeredundância”

“Otreinamentocrônicodeenduranceoudeforçapareceatenuaralgumasdasrespostassinalizadorasenvolvidasnasresposatsadapatvitasaoesofrçoespeccifío”

O est í mul o d e força

Spiering et al (2008)
O est í mul o d e força

O h o r mô n i o s e n d ó g e n o s s ã o
fundamentais para a
hipertrofia mu s c u l a r ?
As variáveis d o t r e i n a m e n t o

Te s t o s t e r o n a

Secretada dos testículos e da adrenal;

Secreção estimulada por:


– Volume elevado de treinamento
– Grandes grupos musculares
– Pequenos intervalos de repouso

Fagala et al. Sports Med 2011; 41: 621-39


Kraemer & Ratamess. Sports Med 2005; 35: 339-61

Hormônio d o c r e s c i me n t o (GH)

Secretada pela pituitária anterior;

Secreção estimulada por:


– Intensidade elevada de treinamento
– Pequenos intervalos de repouso

Fagala et al. Sports Med 2011; 41: 621-39


Alta i n t e n s i d a d e e
curta duração

Craig et al. Mechanisms of Ageing and Development 1989; 49: 159-69

Evidência a g u d a ( 1 s e s s ã o )
8 homens (20 ± 1.1 anos)
Fisicamente ativos
Não treinados em força
IMC = 26 ± 3.5 kg/m 2

Dois protocolos de treinamento de força:


– Low h o r m o n e (LH)
Flexão de cotovelo unilateral (4 x 10 a 95% 10RM)
– High h o r m o n e (HH)
Flexão de cotovelo unilateral (4 x 10 a 95% 10RM)
Leg press (5 x 10 a 90% 10RM)
Extensão e flexão de joelho (super séries)

De 60 a 120 segundos de repouso entre séries


West et al. J Physiol 2009; 587: 5239-47

West et al. J Physiol 2009; 587: 5239-47


v

v v

West et al. J Physiol 2009; 587: 5239-47

S í n t e s e pr ot ei ca equivalente!

West et al. J Physiol 2009; 587: 5239-47


Os horm ônios e x e r c e m papel
fisiológico ( h i p e r t r o f i a e
força muscular) ?

Evidência crônica ( 1 5 s e m a n a s )
12 homens (21.8 ± 1.2 anos)
Fisicamente ativos
Não treinados em força
IMC = 23.1 ± 0.6 kg/m 2

Dois protocolos de treinamento de força:


– Low h o r m o n e (LH)
Flexão de cotovelo unilateral (3-4 x 8-12 a 95% 10RM)
– High h o r m o n e (HH)
Flexão de cotovelo unilateral (3-4 x 8-12 a 95% 10RM)
Leg press (5 x 10 a 90% 10RM)
Extensão e flexão de joelho (super séries – 3 x 10 a 90% 10RM)

De 60 a 120 segundos de repouso entre séries


West et al. J Appl Physiol 2010; 108: 60-67

West et al. J Appl Physiol


2010; 108: 60-67
Ganho de
força
e q u iva le n t e !

West et al. J Appl Physiol 2010; 108: 60-67

v v

West et al. J Appl Physiol 2010; 108: 60-67


Em r es umo. . .
Tr e i n a m e n t o d e f o r ç a

Secreção hormonal

X
Sín t e s e p r o t e ica

X X
Hip e r t r o fia e fo r ç a m u s cu la r ( cr o n ica m e n t e )

Mas como....????
C o m o u m sin a l m e c â n i c o é
convertido e m estímulo
biológico e fisiológico ? ? ?

Mecanotransdução

“Mecanismopeloqualascélulas(musculares)convertemossinais mecânicosemrespostasbiológicas”

Zanchi & Lancha Jr. Eur J Appl Physiol 2008; 102:253-263


P I ( 3 ,4 ) P 2 E stím u lo d e f o r ç a
Receptor
Ho r m o n a l

Proteínas d e
P DK- 1 membrana
I RS- 1 / 2 PI 3 k
- Ácido f o s f a t í d i c o
- Integrinas
GLUT4 Ak t
- Fosfolipase D

FOXO1

GLUT4 AS1 6 0 m TOR


At r o g in a - 1
MuRF-1
p70S6k
4E-BP1

P I ( 3 ,4 ) P 2
Receptor E stím u lo d e f o r ç a
Ho r m o n a l

P DK- 1
I RS- 1 / 2 PI 3 k
Hormônios
GLUT4 a u t ó c r in o s / p a r á c r in o s
Ak t

FOXO1

GLUT4 AS1 6 0 m TOR


At r o g in a - 1
MuRF-1
p70S6k
4E-BP1
- Mechano
grow th factor
E o s h o r mô n i o s e x ó g e n o s ? ? ?

12 semanas
3.5 mg/kg/dia de testosterona
Em conclusão...

Hormônios exógenos vs. endógenos

O treinamento de força modula a secreção de


hormônios endógenos;

Os hormônio endógenos exercem papel pós-


traducional (fosforilação), porém, seu alterações
fisiológicas (hipertrofia, força e síntese proteica
muscular);

A mecanotransdução tem demonstrado importante


papel modulador no metabolismo e função
musculares

O r e a l p a p e l d a i n s u l i n a EM
HUMANOS
INSULINA NÃO É ANABÓLICO!!!
INSULINA É ANTI-CATABÓLICO!!!

F o r ç a vs. Aeróbio
Sinalização = Hipertrofia
Muscular ? ? ?
Miostatina: inibidor d o c r e s c i me n t o

Miostatina: inibidor d o c r e s c i me n t o

Kolias&McDermot(2008)
O exercício d e e n d u r a n c e
Kraemer&Spiering(2005)
Nutrigenômica: n u t r i e n t e s
essenciais e n ã o essenciais
Recomendações dietéticas

Como atingir as recomendações?


– Doses supra-fisiológicas?

E por quê ainda há deficiências?


– Pobreza, escolhas alimentares,
polimorfis mos , medicamentos, etc.

German et al. Ann Rev Food Sci Technol (2011)


German et al. Ann Rev Food Sci Technol (2011)

German et al. Ann Rev Food Sci Technol (2011)


E o s n u t r i e n t e s nã o- e s s e nc i a i s ?

German et al. Ann Rev Food Sci Technol (2011)


German et al. Ann Rev Food Sci Technol (2011)

Como a s r e c o m e n d a ç õ e s
nutricionais p o d e m lidar c o m a
r eal i dade biológica d e a l g u n s
indivíduos?

Q u e m s ã o o s r es pons i vos e o s
não-responsivos a
determinadas intervenções
nutricionais?
O Genoma Humano

Genótipo e fenótipo:
interação nutricional
Genótipo

Genos(origem;porvir)+typos(caracetrsícita)

Exemplo:
– Polimorfismo de 1 nucleotídeo
– Susceptibilidade/resistência a doenças;
respostas metabólicas a dietas

German et al. Ann Rev Food Sci Technol (2011)

Polimorfismo d e 1 nucleotídeo
Me t ile n o -t e t ra h id ro fo la t o
r e d u t a s e (MTHFR)

2 polimorfismos de 1 único
nucleotídio
– C por T (C677T);
– Apor C (A1298C)

RiscodedanoendotelialIsquemaiaretrailMáformaçãodotuboneural

ÁCIDOFÓLCOIVITAMNAB12I

Ravi Subbiah. OMICS (2008)

Me t ile n o -t e t ra h id ro fo la t o
r e d u t a s e (MTHFR)

Ácido Fólico
– Levedo, espinafre,
brócolis, repolho, banana,
ovos, leite

Vitamina B12
– Fígado, leite, ovos, peixes,
queijo

Ravi Subbiah. OMICS (2008)


Fenótipo ( g e n ó t i p o + a m b i e n t e )

Pheno(evdienet;brhlianet)+ytpos
(característico)

Exemplo:
– Polimorfismo do gene Metileno tetrahidrofolato
redutase (MTHFR)

– F e n ó t i p o s : d o e n ç a c a r d i o v a s c u l a r, c â n c e r

Galván-Portillo et al. Nutrition (2009)

S u r g e m a s n o v a s ciências...

“oma” (grego) = completo, tudo

Genômica (genes)

Transcriptômica (mRNA)

Proteômica (proteínas)

Metabolômica (metabólitos)
Rimbach et al. (2005)

Na nutrição...

Genoma Dieta
Mutch et al. FASEB J (2005)

O q u e é n u t r i g e n ô mi c a ?

“Estudo da interação de componentes


dietéticos com o genoma e as alterações
resultantes na expressão de genes,
estrutura e função de proteínas e outros
metabólitos”

Ravi Subbiah. OMICS (2008)


Nutrigenômica

“Estudo científico do modo como os genes e


componentes bioativos específicos se
interagem”

“Base para compreensão do porque que as


consequências de hábitos dietéticos podem
variar entre os indivíduos”

O q u e é g e n ô m i c a nutricional?

“Estudo de como os fatores dietéticos


podem afetar a função total do genoma,
considerando a diferença na responsividade
baseada no backgroundgenéticodo indivíduo, e a
interação de fatores dietéticos com o
genoma e suas subsequentes mudanças
proteômicas e metabolômicas”

Ravi Subbiah. OMICS (2008)


O que é nutrigenética?

“Estudo das diferentes respostas à


componentes dietéticos e da
compatibilidade de vários fatores dietéticos
com a saúde e a doenças com base no perfil
genético”

Ravi Subbiah. OMICS (2008)

O que são nutracêuticos?

Nos Estados Unidos...


“Qualquer substância (alimento ou parte
dele) que pode promover benefícios
terapêuticos à saúde:
- nutriente(s);
- suplementos dietéticos;
- dietas especializadas;
- alimentos geneticamente modificados.”

Ravi Subbiah. OMICS (2008)


O que são nutracêuticos?

No Canadá...
“Produto isolado ou purificado de algum
alimento, vendido de forma distinta do
produto alimentício, que demonstra ter
benefícios fisiológicos contra doenças
crônicas”

Ravi Subbiah. OMICS (2008)

Aplicação d a Nutrigenômica n a
Prática Clínica
Identificar mudanças específicas induzidas por nutrientes em
vias de sinalização celular;

Identificação de mudanças induzidas por nutrientes na


secreção de proteínas orgão-específicas (fluídos corporais,
plasma e urina);

Identificar biomarcadores relacionados com doenças crônicas


e monitorar as mudanças transcricionais durante a
intervenção nutricional;

Otimizar a prescrição dietética.


Nutrigenômica

Não é uma alternativa a saúde pública;

Intervenção multi-paramétrica;

Preserva e optimiza a saúde;

Efeito biológico d o a l i me n t o

Biodisponibilidade
Constituintes d e
e propriedades de
outros alimentos
seus constituintes
da dieta
ativos

D i f e r e n ç a s i n t e r-i n d i v i d u a i s
- Gênero

- Backgroundgenético

- Medicamentos
- Atividade física / Sedentarismo
Áreas d a Nutrigenômica

1) Rel ação nutriente-DNA


2) Interação epigenética
3) Polimorfismos d e 1 n u c l e o t í d e o
German et al. Ann Rev Food Sci Technol (2011)

Modulação d a Expressão
Gênica por Nutrientes

Interação com eventos pré-


t r a ns c r i ç ã o, t r a ns c r i ç ã o, p ó s -
transcrição e pós-tradução
Transcrição e
Tr a duç ã o

C o m p o n e n t e s Dietéticos q u e
I nf l uenci am a Metilação d o DNA
Betaína – frutos do mar, farelo de trigo, espinafre
Colina – gema de ovo, feijão, soja
Genisteína – feijão, soja
Fibras – cereais, legumes, frutas, verduras
Folato – fígado, feijão, vegetais verde-escuros, carne vermelha
Polifenóis – cebola, maçã, vinho tinto, morango, nozes
Selênio – castanha do pará, peixes, mariscos
Zinco – carne vermelha, aves, peixes (ostras e crustáceos), leite
Metionina – carne vermelha
Vitaminas A– fígado, manteiga, leite, gema, abacate
Vitamina B6 – peixes, nozes, cereais integrais, milho
Vitamina B12 – fígado, carne vermelha, ovos, leite, peixes
Regul ação d a Transcrição

Interação direta com elementos reguladores


no genoma, alterando a transcrição de um
gene específico
+
PUFA PPARα + RXR PPARα-RXR
(LIGANTE)

Obesos;
28 dias de restrição calórica baixa;
Tecido adiposo subcutâneo.
Genes anti-inflamatórios

Clément et al. FASEB J (2004)


Adultos saudáveis;
03 dias de dieta hiperlipídica (50%);
Músculo vasto lateral.

Clément et al. FASEB J (2004)

EFEITO NA
NUTRIENTE GENE
TRANSCRIÇÃO

Glicoquinase
Glicose
L-Piruvato Quinase

Receptor do hormônio
Vitamina B6
esteróide

Enzimas dependentes
Zinco
de zinco

Vitamina C Pró-colágeno
Regul ação Pós - t r anscr i ção

Interação com elementos reguladores


localizados na UTR 5’ e 3’, melhorando a
estabilidade do mRNA e aumentando a taxa
de tradução

PONTO DE ELEMENTO
NUTRIENTE GENE
CONTROLE REGULADOR

Ferritina Tradução 5’ UTR


Ferro
Receptor de transferrina Estabilidade 3’ UTR

Selênio Glutationa Peroxidase Tradução 3’ UTR

Estado Pós-prandial GLUT1 Tradução 5’ UTR

Ácidos Graxos Lipase lipoprotéica Tradução 3’ UTR


L-Le u cin a
(BCAA)

Harper et al. Ann Rev Nutr (1984)

Crozier et al. J Nutr (2005)


Crozier et al. J Nutr (2005)

BCAA, d i e t a hiperlipídica e
r es i s t ênci a a insulina
BCAA e L e u c in a : P o ssív e l
efeito anti-inflamatório
Nicastro et al. J Nutr Metab (2012)

Nicastro et al. J Nutr Metab (2012)


Creatina

Wyss & Kaddurah-Daouk. Physiol Rev (2000)


Deldicque et al. Am J Physiol Cell Physiol (2007)
Gualano et al. Med Sci Sports Exerc (2011)

Gualano et al. Med Sci Sports Exerc (2011)


Creatina + Tr e i n a me n t o d e
força
Exercício + D i e t a

Rápida capacidade d e exercer mudanças


c o o r d e n a d a s n a t r a n s c r i ç ã o d e mRNA d e g e n e s
r e l a c i o n a d o s a o m e t a b o l i s m o e n e rg é t i c o

Estímulo
Genes
mecânico

“Compreensãodoporqueasconsequêncaisdehábitosdeatividadefísicapodemvariarentre osnidvidíuos”

“ERGOGENÔMICA”
Nu t r i e rg o g e n ô mi c a

Heck et al. Nutrition (2004)

Nu t r i e rg o g e n ô mi c a

Exercício
Genes

Genes Saúde
Desempenho

Fenótipos
intermediários NUTRIÇÃO

Bray (2000)
Aplicação d a Nutrigenômica n a
Nutrição Esportiva
Avaliar se e o quanto a combinação de um tipo de
dieta e/ou nutriente e exercício pode regular a
expressão gênica;

Avaliar se a combinação de um tipo de dieta e/ou


nutriente e exercício pode acentuar ou compensar
os polimorfismos genéticos;

Detectar a presença de polimorfismos que podem


influenciar o desempenho a determinada dieta e
exercício.
ConteúdodeCHOdietéticopós-esforçoeexpressãodegenes
dometabolismoenergéticonomúsculoesquelético

Ciclistas moderadamente treinados;


Dieta com 0.7 ou 1.0g de CHO/kg, 48h após
exercício até exaustão (65% VO2 máx.)

G e n e s d o m e t a b o l i s m o glicídico

Arkinstall et al. (2004)


G e n e s d o m e t a b o l i s m o lipídico

Arkinstall et al. (2004)

Indivíduos não treinados;


Consumo de 1.0g de CHO/kg antes e 0.35
g/kg de CHO durante o exercício;
2 horas de bicicleta com intensidade
moderada

Civitarese et al. (2005)


Indivíduos não treinados;
Consumo de solução com 6% CHO durante
o exercício;
1 hora de bicicleta (60% VO2 máx.)

Cluberton et al. (2005)

Níveis d e glicogênio mu s c u l a r
pré-exercício

M o d u la ç ã o n a e x p r e s s ã o d e g e n e s d o
m e t a b o l i s m o e n e rg é t i c o n o m ú s c u l o
esquelético d u r a n t e o esforço
Glicogenólise h e p á t i c a

Gliconeogênese hepática

I L-6 Tr a n s l o c a ç ã o d e GLUT4

Lipólise (Tecido a d i p o s o )

O xida ç ã o AG ( m ú s c u l o )

Indivíduos não treinados;


Conteúdo de glicogênio normal ou baixo;
180 min de extensão de joelho

Keller et al. (2001)


Indivíduos fisicamente ativos;
Dieta 78% ou 4% CHO;
60 min bicicleta (70% VO2 máx.)

Chan et al. (2004)

Dietahiperlipídicaeexpressãodegenesdometabolismo
lipídiconomúsculoesquelético
Yeo et al. (2011)

Yeo et al. (2011)


Yeo et al. (2011)

Ciclistas e triatletas bem treinados;


Dieta com <1 5 % LIP e 70-75% CHO ou
65% LIP e 20% CHO por 5 dias;
20 min de bicicleta (70% VO2 máx)

Cameron-Smith et al. (2003)


Ciclistas e triatletas bem treinados;
Dieta com <1 5 % LIP e 70-75% CHO ou
65% LIP e 20% CHO por 5 dias

Arkinstall et al. (2004)

AlimentosFuncionais
ESTUDO AMOSTRA INTERVENÇÃO EXERCÍCIO RESULTADO

Corrida em
Chá verde
esteira
Alessio et al. (2002) Ratos 260 ml/dia MDA
(25 m/min, 30
6 semanas
min)
Pilaczynska- Chokeberry juice Teste
Szczesniak et al. Remadores 150 ml/dia progressivo em TBARS
(2005) 1 mês remoergômetro
Suco de frutas
vermelhas
Bicicleta
200 ml
Morillas-Ruiz et al. ergométrica
Cliclistas 15 min pré e a TBARS
(2006) (70% VO2máx,
cada 15 min
durante o 90 min)
exercício

Chá Verde

Flavonóides

Flavonóis: Flavonols:
Quercetina Catequina
Campferol Epicatequina
Miricetina Epicagalatocatequina

Dreosti, 2000; Ferraro, 2001


Chá Verde - C a t e q u i n a s

Potentes neutralizadores de O2 , OH, H2O2, NO,


ONOO e peróxidos orgânicos;

Interropem cadeias de peroxidação lipídica;

Inibem a atividade das enzimas xantina oxidade,


COX e LOX;

Diminuem a expressão de iNOS

0,1% de extrato de chá verde em animais


durante 4 meses

Sueoka et al. Ann NY Acad Sci, 2001


Indivíduos do gênero masculino (n=14);
20-30 anos;
Treinados em força (supino reto);
200 ml de chá verde, 3x/dia, 7 dias, e 200
ml 1 hora antes do exercício;

Panza et al. Nutrition, 2008

REDUÇÃO DO DANO MUSCULAR !!!

Panza et al. Nutrition, 2008


Chocolate (Procianidinas)

Chocolate e Exercício

Homens não-treinados;
100 ml de bebida achocolatada 2 horas
antes do exercício;
Bicicleta ergomêtrica (exaustão), 10 min;

[ ] plasmática de F2-IsoP

Wiswedel et al, 2004


PROCIANIDINAS

Anéis de aorta incubados com procianidinas


apresentaram vasorelaxamento do endotélio
vascular

Atividade da iNOS

Vinho Tinto

Principais compostos bioativos:


Vinho Tinto - Resveratrol

“Varredor” de radicais livres;

Inibidor da peroxidação lipídica;

Inibidor da atividade/expressão das enzimas


COX/LOX;

Vasodilatador.

Erva Ma t e (Ilexparaguariensis)
Efeito hipocolesterolêmico em humanos (Machado et
al., 2005)

Indivíduos com hipercolesterolemia moderada ou alta


(n=47; 47,4 ± 1,7 anos; IMC = 24,8 ± 0,6 kg/m 2 )

Consumo de mate tostado ou mate verde (50 mg/ml ou


10 mg/ml, respectivamente) – 330 ml, 3x/dia, 40 dias

Após 20 dias = CT, LDL-C e TG e HDL


Após 40 dias = PAS e peso corporal
Ma çã
Catequina
Quercetina
Epicatequina
Flavonóides
Procianidina
Cianidina
Florizidna

Ác. cumárico
Flavonóides Ác. Clorogênico
Ác. gálico

Maçã

Pearson (1999): 6 sucos disponíveis no


mercado e maçã (inteira, casca, polpa)

Sucos: 9-34%
Inibição da Maçã: 34%
peroxidação
Casca: 34%
lipídica
Polpa: 21%
Blueberry - Antocianinas

J Nutr 134(12):3479-85, 2004

Soja

Proteínas ***

Ácidos graxos;

Vitamina E;

Cálcio, magnésio, potássio;

Isoflavonas
Isoflavonas e modulação enzimática

Isoflavonas e seus metabólitos

Transcrição e síntese de eNOS;

Produção de NO;

Favorecem a biodisponibilidade de NO;

Modulam o efeito do Ca 2+ no aparato contrátil.


Licopeno

Carotenóide de maior efeito antioxidante;

Reage com NO2, H2 O2 ;

Neutraliza o oxigênio singlet comparado ao β-


caroteno e α-tocoferol;

Proteção de lipídeos LDL, proteínas e DNA

Biochemica et Byophisica Acta 1740:101-7, 2006

Azeite

Ácidos graxos Ambiente menos


monoinsaturados oxidante

Ômega-9

Ativação d o N F - k a p p a B p o r EROs
Consumo de 25 ml de azeite/dia, com baixo, médio
ou alto conteúdo de fenólicos, por 4 dias, após
dieta pobre em antioxidantes; n=12)
Ômega-3

Alterações estruturais e funcionais de membrana


celular:

Fluidez de membrana;

Troca d e si n a i s d e t r a n s d u ç ã o , i n t e r a ç ã o
hormônio-receptor e transporte de substrato
e ntre meios intra e extracelular

Ação anti-inflam atória!!!

Ômega-3 e síntese
protéica???
Fosforilação d e
proteínas musculares
anabólicas
Novilhos
Ômega-3InsulinaAAs
Síntese protéica
corporal

E a síntese protéica muscular???

Gingras et al. J Physiol (2007)

O u t r a s evidências

Asuplementação de ômega-3 preveniu a


perda de massa muscular em suínos
queimados (modelo experimental);
Alexander et al. Ann Surg (1986)

Ômega-3 tem propriedades anti-


inflamatórias.
Fetterman & Zdanowics. Am J Health Syst Pharm (2009)
Em h u m a n o s . . .

8 semanas de suplementação com:


4 g Lovaza/d (1.86 g de EPA e 1.50 de DHA)
ou a mesma quantidade em óleo de milho
Limitações

Coleta de tecidos;

Limitações
Alimentos vs. Medicamentos ???
Diversidade genética;
Custo de estudos populacionais;
Desenho experimental;
– Cross-over
– Randomizado
– Duplo-cego
– Controlado por placebo
Fatores ambientais e estilo de vida:
– Atividade física;
– Dieta;
– Estresse;
– Ciclo circadiano.
P e r s p e c t i v a s d a Nutrigenômica

Biomarcadores “pré-doença” (modelo animal);

Plasticidade do organismo (adaptação e


recuperação) à intervenções dietéticas;

Mecanismos moleculares para uma intervenção


nutricional adequada.

Agr a de c i me nt os
FAPESP Rafael Pires
EEFE-USP Rebeca Lugaresi
Serena Del Favero
Prof. Dr. Antonio Herbert Lancha Jr Vitor de Salles Painelli
Prof. Dr. Bruno Gualano Wagner Dantas
Prof. Dr. Hamilton Roschel Willian das Neves

Claudia da Luz
Daniela Seixas
Desire Coelho
Fabiana Benatti
Fábio Medici
Guilherme Artioli
Igor Murai
OBRIGADO!
@NICASTROH

NICASTROH@YAHOO.COM.BR

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