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(Im)probabilidade literária

Texto-objeto-feijão-mágico e o 

processo combinatório na leitura

Patrícia Reina Thales Estefani


Mestre em Práticas Tipográficas e Editoriais Contemporâneas (FBAUL) Mestre em Arte, Cultura e Linguagens (IAD-UFJF)

Doutoranda em Materialidades da Literatura (FLUC) Doutorando em Materialidades da Literatura (FLUC)


Critical Making
(Ratto 2011 apud Burdick 2015, 22)

1 2 3

“identifying “exploring those “extending the


concepts and concepts through concepts through
theories from a “making” reflection, further
discipline’s experiments and exploration, and
literature” the creation of critique”
technical
prototypes”
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Materialidade
probabilística
(Drucker, 2009)
O Poemário, de Rui Torres e Nuno Ferreira, foi utilizado como ferramenta para a
geração arbitrária de combinações paradigmáticas para a consecução da rega.
1 iteração

Ogre’s wife missed the precious harp

3 iterações
The
Ogre's wife caught the golden milk widow

An old
man

An old man caught the wonderful harp

The widow brought the wonderful bag of gold


10º dia

1 iteração 3 iterações
12º dia

1 iteração 3 iterações
12º dia
15º dia

1 iteração 3 iterações
17º dia

1 iteração 3 iterações
19º dia

1 iteração 3 iterações
21º dia

1 iteração 3 iterações
Texto-objeto-mágico
(Hatherly 1975, 141-142)

“O carácter unitário do objecto mágico, a sua funcionalidade, residia


maximamente no desejo de interpretação do seu beneficiário. Ou seja:
o texto-objecto-mágico exigia do seu utente uma leitura interpretativa
adequada, sem o que se correria o risco de se perder a sua eficácia.”
Metaleitura, ou leitura criadora
(Hatherly 1975, 142)

Teria portanto de haver um certo grau de universalização do seu uso,


uma generalização do seu valor, que no entanto deveria permanecer
virtualmente secreto, dada a exigência duma interpretação
especializada, que definia também o seu poder de acção. Ora essa
exigência é o que vem aproximar a sua funcionalidade da moderna
técnica de interpretação dum texto: a metaleitura, a leitura criadora.
Poder germinativo
(Barbosa 1996, 36)

A informática traz […] para o terreno da Arte a ideia de “poder


germinativo” […]: e se não podemos dizer que a semente é já a árvore
formada (pode até nem chegar a sê-lo), também não se poderá negar
que ela contém já potencialmente toda a árvore futura. Daqui decorre a
noção de “texto potencial” (ou “texto virtual”): um texto materialmente
em aberto, concebido apenas sob a forma de projecto, mas não
preexistente como tal.
GERA COMBINA
Leitura 

poemário dados iteração
criadora #1

Sistema 

de rega

GERA COMBINA
Leitura 

feijões crescimento decifração
criadora #2

Contagem

GERA COMBINA
parâmetros visualização Combinatória Leitura 

(tipo)gráficos 3D de palavras
criadora #3
Materialidade probabilítica
(Drucker 2009,13)

The aesthetic object presents a set of constraints and possibilities […],


not as a thing or entity, but as a provocation to interpretation. […],
[T]hey express conditions and a field of forces, not a set of things in
relation to each other whose identities are fixed or self-evident. […]
They are always probabilistic entities, subject to constrained but
indeterminate possibilities. As in any probabilistic field, the act of
intervention (reading, seeing, watching) constitutes the event, gives it
determinate form from its potential.
Obrigado!

patriciaresteves@gmail.com thales.chaun@gmail.com

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