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04 Tipologias e Gêneros
OBJETIVOS
TIPOLOGIAS
https://www.parabolablog.com.br/index.php/blogs/luiz-antonio-marcuschi
D
e acordo com Luiz Antônio Marcuschi, renomado linguista brasileiro, tipo textual ou tipologia textual é
“uma espécie de construção teórica definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexi-
cais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas)”. Porém, sobretudo, as tipologias se vinculam intima-
mente com os objetivos comunicativos a serem atingidos através de um texto.
LINGUAGENS I
o)
GÊNEROS
Os gêneros textuais são de suma relevância para a vida em sociedade, uma vez
que estão inseridos em toda forma de comunicação. Segundo Marcuschi (2002), os
gêneros são concebidos como fenômenos históricos profundamente ligados à vida
social e cultural dos sujeitos. Dessa forma, a comunicação social só se dá por meio
dos gêneros. Bakhtin (1979), precursor da base teórica utilizada por Marcuschi, de- https://oficina-de-filosofia.
fine gênero textual como um tipo relativamente estável de enunciado e aborda suas blogspot.com/2016/09/o-
conceito-de-linguagem-em-
esferas de conteúdo, forma e estilo. -bakhtin.html
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TIPOS, GÊNEROS, OBJETIVOS, CARACTERÍSTICAS
EXEMPLOS DE GÊNEROS
TIPO TEXTUAL OBJETIVO CARACTERÍSTICAS
NOS QUAIS PREDOMINA
– Linguagem objetiva.
Expor Seminário, verbete de enci-
Expositivo – Verbos no presente.
informações clopédia, reportagem.
– Predomínio da 3ª pessoa.
Defender um
ponto de vista – Estabelecimento de relações de causa e
– efeito. Debate, editorial, artigo de
Apresentação opinião, manifesto, carta
Argumentativo – Estrutura formada por introdução, desen-
de argumentos aberta, carta de solicitação,
volvimento e conclusão.
segundo uma carta de reclamação.
organização – Verbos no presente.
lógica.
Fazer com
Anúncio publicitário, regras
Injuntivo que o
de jogo, receita manual de
(persuasivo ou interlocutor – Verbos no imperativo: faça, beba, coma.
instruções, regulamento, livro
instrucional) tome alguma
de autoajuda.
atitude.
Narração Conto, fábula, lenda, mito, biografia, romance, novela, piada, crônica, notícia, relato...
Argumentação Editorial, carta de leitor, assembleia, debate, resenha, ensaio, texto de opinião...
Injunção Manual de instruções, receita de bolo, regulamento, regras de jogo, receita médica...
Descrição Laudo, guia de viagem, perfil em comunidade virtual, relatório, texto publicitário...
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CARACTERÍSTICAS DA NARRAÇÃO: UMA GRAMÁTICA A PENSAR
VERBOS NA NARRAÇÃO
Nas narrativas, os tempos verbais predominantes são os tempos do passado ou tempos do pretérito
(imperfeito, mais-que-perfeito, perfeito), pois, ao narrar, falamos de fatos já acontecidos, e, portanto, ante-
riores ao momento da fala. Porém, é comum usar o presente do indicativo na modalidade chamada presente
histórico, ou seja, é como se o narrador voltasse ao momento dos acontecimentos e narra como se presen-
ciasse as cenas. Dessa forma, é perfeitamente possível o uso do presente em contos. Esse recurso torna o
texto mais dinâmico e causa maior expectativa ao leitor.
[...] Desce o menino a montanha, atravessa o mundo todo, chega ao grande rio, com as mãos recolhe
quanta de água lá cabia, volta o mundo atravessar, pelo monte se arrasta, três gotas que lá chegaram, be-
beu-as a flor com sede. Vinte vezes cá e lá...[...]
José Saramago. A maior flor do mundo.
Disponível em ww.avvl.pt/images/stories/Biblioteca/historias/a-maior-flor-do-mundo.pdf.
Acesso em 04/03/2014: 23:30.
RETOMANDO REFLEXÕES VERBAIS – PARA LEMBRAR
S Indica anterioridade de uma ação incerta concluí- Torço que. ao amanhecer, você
perfeito
U da antes de outra. tenha pensado em uma solução.
B
J Indica anterioridade associada à noção de incer- Com uma preocupação como a mi-
Pretérito imperfeito
U teza, possibilidade, desejo. nha, você talvez pensasse mais.
N
T mais- Indica anterioridade remota, associada à noção Talvez tivesse pensado na saída
I que-perfeito de incerteza, possibilidade, desejo. mais fácil.
V
O simples Ele só vai responder se pensar.
Indica anterioridade associada à noção de incer-
Futuro
teza, possibilidade, em sentenças subordinadas. Ele só vai responder se tiver pen-
composto
sado antes.
77
DISCURSOS NA NARRAÇÃO
Verbo no pretérito perfeito do indicativo. Verbo no pretérito mais-que-perfeito do indicativo (simples ou composto).
– Eu não almocei ainda - comentou a moça. A moça comentou que não almoçara (não tinha almoçado) ainda.
Também conhecido como texto instrucional, o texto injuntivo apresenta as seguintes características:
VERBO NO IMPERATIVO
LINGUAGENS I
78
ATIVIDADES
1. longo da obra.
d) oferecer ao leitor uma avaliação do livro por
meio de uma síntese crítica objetiva.
e) divulgar para o leitor a obra, retomando alguns
pontos fundamentais.
2.
Dormi na praça
Canção de Bruno & Marrone
79
3.
tripulantes pereceram instantaneamente. Salvou-
-se apenas um marinheiro, projetado à distância
no momento do desastre. Meio afogado, pois não
era bom nadador, o marinheiro orava e despedia-
-se da vida, quando viu a seu lado, nadando com
presteza e vigor, a vaca Carola. A vaca Carola ti-
nha sido embarcada em Amsterdam. Excelente
ventre, fora destinada a uma fazenda na América
do Sul. Agarrado ao chifre da vaca, o marinhei-
ro deixou-se conduzir, e, assim, ao romper do
dia, chegaram a uma ilhota arenosa, onde a va-
Manoel Wenceslau Leite Barros nasceu em Cuiabá,
Mato Grosso, dia 19 de dezembro de 1916. ca depositou o infeliz rapaz, lambendo-lhe o ros-
to até que ele acordasse. Notando que estava nu-
Passou a infância em sua cidade natal onde ma ilha deserta, o marinheiro rompeu em pran-
seu pai, João Venceslau Barros, tinha uma fazen- tos: “Ai de mim! Esta ilha está fora de todas as ro-
da no Pantanal. tas! Nunca mais verei um ser humano!”. Chorou
Já na adolescência, mudou-se para Campo muito, prostrado na areia, enquanto a vaca Caro-
Grande onde estudou num Colégio Interno. la fitava-o com seus grandes olhos castanhos. Fi-
Formou-se em Direito no Rio de Janeiro. Lá se nalmente, o jovem enxugou as lágrimas e pôs-se
filiou ao partido Comunista e por conta do apoio de pé. [...]
de Luís Carlos Prestes a Getúlio Vargas, ficou de- SCLIAR, Moacyr. O carnaval dos animais.
Editora Movimento. Rio Grande: 1968.
siludido com a política abandonando o partido.
Embora desde pequeno escrevesse poemas,
foi em 1937 que Manoel publicou sua primeira O fragmento do texto “A vaca”, de Moacyr
obra: Poemas concebidos sem pecado. Scliar, é narrativo porque
Chegou a morar em outros países: Bolívia, Pe- a) a trama explora, entre seus elementos de com-
ru e Nova York. Nos Estados Unidos, fez um cur- posição, problemas do cotidiano.
so de artes plásticas e de cinema. b) nele predomina o discurso direto, com conse-
Viveu um ano por lá e ao retornar conheceu quente apagamento da figura do narrador.
sua futura esposa, Stella. Casaram-se em 1947 e c) os eventos se sucedem em progressão
com ela teve três filhos: Pedro, João e Marta. temporal, com espaço e personagens bem de-
Seu filho João morreu num acidente de avião limitados.
em 2008. Em 2013, seu primogênito Pedro foi ví- d) utiliza elemento fantástico, como o fato de os
tima de um AVC e também faleceu. animais falarem.
Manoel de Barros faleceu em Campo Grande, e) caracteriza espaço e tempo com detalhes mi-
dia 13 de novembro de 2014, aos 97 anos. nuciosos que promovem o envolvimento dos
https://www.todamateria.com.br/manoel-de-barros/amp/ leitores.
5.
A análise dos elementos constitutivos desse
texto, como forma de composição, tema e es- Distúrbios psiquiátricos têm base
tilo de linguagem, permite identificá-lo como
a) científico, pois investiga informações sobre a
genética diferente
vida de Manoel de Barros. de doenças neurológicas
b) jornalístico, pois dá a conhecer fatos relacio-
nados ao autor brasileiro. De modo geral, pessoas que sofrem de dife-
c) didático, já que explica a importância das con- rentes transtornos psiquiátricos ou neurológicos
LINGUAGENS I
80
Com o propósito de realizar uma intervenção
tro lado, as doenças neurológicas, dentre elas Al-
artística, o poeta Bruno Félix desperta o inte-
zheimer, Parkinson e epilepsia, apresentam cor-
resse de leitores a partir de uma nova forma de
relação genética pouco significativa comparadas
apresentar o gênero textual poema. Sobre es-
umas com as outras. Quando cruzadas as infor- se texto, pode-se afirmar que
mações dos transtornos psiquiátricos com dos a) o autor brinca com a linguagem a partir de uma
neurológicos, descobriu-se que a correlação ge- variação coloquial urbana.
nética entre ambos também é baixa, sugerindo b) o título explora a ambiguidade da expressão
que sejam causados por fatores diferentes, mes- “vendo imóvel”, desfeita pelo uso da vírgula no
mo que compartilhem algumas características. último verso.
Conforme explica Helena Brentani, professora c) o autor inova o gênero poético ao vincular o
da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e texto a um meio de comunicação por qual os
uma das autoras, de forma simplificada, pode-se leitores são desinteressados.
dizer que a neurologia estuda a relação do cére- d) há rimas organizadas de forma simétrica,
bro com os demais órgãos do corpo, enquanto a respeitando as características de poesias tra-
psiquiatria considera também o relacionamento dicionais.
do indivíduo com o ambiente externo, inclusive e) a quebra de expectativa descaracteriza o gê-
as outras pessoas. A conclusão do estudo reforça nero poesia, que deveria se estruturar de
a compreensão destes transtornos em categorias forma harmoniosa.
separadas: já que possuem origens diversas, faz
sentido que sejam analisados de modo distinto. 7.
Disponível em: <https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-
da-saude/doencas-psiquiatricas-e-neurologicas-
tiveram-base-genetica-comparada/>. Cores do Brasil
Acesso em 23 jul. 2021.
81
8.
nar os filhos contra doenças que deixaram de ser
comuns, como o sarampo e a difteria. Alguns por
acreditar em teorias exóticas e fraudulentas, ou-
Caminhando contra o vento,
tros por medo de que a vacina prejudique a saúde
Sem lenço e sem documento
da criança. Por um motivo ou outro, a irrespon-
No sol de quase dezembro
sabilidade pode colocar em risco não só a saúde
Eu vou
da criança, mas a de todos à sua volta.
Veja, n. 2 260, 14 mar. 2012 (adaptado).
O sol se reparte em crimes
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
O argumento que fundamenta a obrigatorieda-
Eu vou de da vacinação infantil é o de que
a) o médico inglês Edward Jenner foi o homem
Em caras de presidentes que criou as vacinas.
Em grandes beijos de amor b) alguns pais optam por não vacinar seus filhos
Em dentes, pernas, bandeiras contra doenças incomuns.
Bombas e Brigitte Bardot c) o uso de vacinas pode evitar a ocorrência de
O sol nas bancas de revista doenças letais e contagiosas.
Me enche de alegria e preguiça d) as teorias assinalam que as vacinas podem
Quem lê tanta notícia prejudicar a saúde das crianças.
Eu vou e) o uso de vacinas exóticas contribui com a ma-
VELOSO, C. Alegria, alegria. nutenção da saúde das crianças.
In: Caetano Veloso.
São Paulo: Phillips, 1967 (fragmento). 10.
9.
LINGUAGENS I
82
a) coloca em xeque a existência de Jesus.
b) não acredita na opinião autônoma dos cris-
tãos.
c) resiste à ideia de Theo que conjectura acerca
da opinião de Jesus.
d) prende-se a um sentido distinto daquele pre-
tendido por Theo.
e) ironiza o amigo porque ele acredita que pode-
ria compreender Jesus.
11.
83
específicas, além da situação comunicativa de Ao abordar a temática da violência contra a
sua produção. Dessa forma, o texto de Fran- mulher, o cartaz conjuga as linguagens verbal
cisco Alvim e não verbal para
a) é um exemplo de artigo de opinião extrema- a) apresentar políticas públicas de combate à dis-
mente sintético. criminação de gênero.
b) surpreende o leitor pelo seu caráter poético. b) mobilizar a vítima para denunciar as agressões
c) relata um argumento válido baseado em expe- sofridas.
riência pessoal. c) expressar a reação da sociedade em relação
d) possui, ao mesmo tempo, caráter descritivo, ao crime.
argumentativo e lírico. d) analisar as consequências resultantes do so-
e) defende um ponto de vista objetivo e claro, frimento.
pautado em evidências implícitas. e) discutir o comportamento psicológico do agres-
sor.
14.Preconceito: do latim prae, antes, e concep-
tus, conceito, esse termo pode ser definido 16.
como o conjunto de crenças e valores apren-
didos, que levam um indivíduo ou um grupo a O lobo que não é mau
nutrir opiniões a favor ou contra os membros
de determinados grupos, antes de uma efeti-
A primeira coisa a saber é que o guará não é,
va experiência com eles. Tecnicamente, por-
na verdade, um lobo. Embora seja o maior ca-
tanto, existe um preconceito positivo e um ne-
nídeo silvestre da América do Sul, sua espécie
gativo, embora, nas relações raciais e étnicas,
o termo costume se referir ao aspecto negati- (Chrysocyon brachyurus) é de difícil classifica-
vo de um grupo herdar ou gerar visões hostis ção. Alguns cientistas dizem que é parente das
a respeito de um outro, distinguível com base raposas, outros, que é parente do cachorro-vi-
em generalizações. Essas generalizações de- nagre sul-americano. Mas, de lobo mesmo, ele
rivam invariavelmente da informação incorre- não tem nada. Além disso, é um animal onívo-
ta ou incompleta a respeito do outro grupo. ro. Porém, em algumas regiões, a sua dieta che-
CASHMORE, E. Dicionário de relações étnicas e raciais. ga a quase 70% de frutas, especialmente da lo-
São Paulo: Selo Negro, 2000 (adaptado). beira, uma árvore típica das savanas brasileiras,
que contribui para a saúde do animal, prevenin-
Nesse verbete de dicionário, a apropriação do um tipo de verminose que ataca os rins do
adequada do uso padrão da língua auxilia no guará.
estabelecimento O lobo-guará não é um animal perigoso ao
a) da precisão das informações veiculadas. homem. Não existe nenhum registro, em toda a
b) da linguagem conotativa característica desse história, de um guará que tenha atacado uma pes-
gênero.
soa, mas, ainda assim, são vistos como “maléfi-
c) das marcas do interlocutor como uma exigência
cos”. Por quê? Porque, em ambientes degrada-
para a validade das ideias.
d) das sequências narrativas como recurso de
dos, o lobo, para sobreviver, acaba atacando gali-
progressão textual. nheiros ou comendo aves que são criadas soltas.
e) do processo de contraposição argumentativa Com a desculpa de “proteger sua criação”, pesso-
para conseguir a adesão do leitor. as com baixo nível de consciência ecológica aca-
bam matando os animais.
15. Se não bastassem a matança e a destruição
de ambientes naturais, o lobo-guará ainda apre-
senta grande índice de morte por atropelamento
em estradas.
O fato é que o lobo-guará precisa de nós
LINGUAGENS I
conclui com sua conceituação. te, caso um projeto de lei seja aprovado na Câma-
d) exemplifica, apresenta sua fundamentação e ra Municipal de Belo Horizonte (CMBH). Dian-
avalia seus resultados. te do alto número de casos da doença na Grande
e) discute, apresenta seu conceito e promove
BH, a Comissão de Saúde e Saneamento da CM-
uma discussão.
BH aprovou a proposta de realização de campa-
nhas públicas de vacinação gratuita de cães con-
21.
tra a leishmaniose, tema do PL 404/17, aprecia-
do pelo colegiado em reunião ordinária, no dia 6
Ser cronista
de dezembro.
Disponível em: https://www.revistaencontro.com.br/.
Sei que não sou, mas tenho meditado ligeira- Acesso em: 11 dez. 2017.
mente no assunto.
Crônica é um relato? É uma conversa? É um
resumo de um estado de espírito? Não sei, pois Essa notícia, além de cumprir sua função in-
formativa, assume o papel de
86
a) fiscalizar as ações de saúde e saneamento da 24.
cidade.
b) defender os serviços gratuitos de atendimento
à população.
c) conscientizar a população sobre grave proble-
ma de saúde pública.
d) propor campanhas para a ampliação de aces-
so aos serviços públicos.
e) responsabilizar os agentes públicos pela de-
mora na tomada de decisões.
23.
87
As informações contidas no texto dessa cam- de uma política pública como incentivo à parti-
panha têm o objetivo de cipação social.
a) avaliar as políticas públicas para melhorar a qua- d) fazer a distinção entre as políticas de governo
lidade dos serviços prestados ao povo brasileiro. e as políticas de Estado a fim de incentivar a
b) apresentar os canais de participação social, busca por direitos.
como os Conselhos previstos na Constituição e) estimular a participação da sociedade civil em
Federal de 1988. políticas públicas para fortalecer a cidadania e
c) descrever o ciclo e as etapas de organização o bem comum.
TAREFAS
1. 2.
Ariano Suassuna (1927- 2014) foi um escritor Receita Para Se Fazer um Herói
brasileiro. “O Auto da Compadecida”, sua obra- (Ira!)
-prima, foi adaptada para a televisão e para o ci-
nema. Sua obra reúne, além da capacidade imagi- Toma-se um homem
nativa, seus conhecimentos sobre o folclore nor- Feito de nada como nós
destino. Em tamanho natural
Foi poeta, romancista, ensaísta, dramatur- Toma-se um homem
go, professor e advogado. Em 1989, foi eleito pa- Feito de nada como nós
ra a cadeira n.º 32 da Academia Brasileira de Le- Em tamanho natural
tras. Em 1993, foi eleito para a cadeira n.º 18 da Embebece-lhe a carne
Academia Pernambucana de Letras e em 2000, De um jeito irracional
ocupou a cadeira n.º 35 da Academia Paraibana Como a fome, como o ódio
de Letras. (...) Embebece-lhe a carne
Em 2007, Ariano Suassuna assumiu a Secre- De um jeito irracional
taria Especial de Cultura do Estado de Pernam- Como a fome, como o ódio
buco, convidado por Eduardo Campos. No se- Depois, perto do fim
gundo mandato do governador, Ariano passou a Levanta-se o pendão
integrar a Assessoria Especial do governo do Es- E toca-se o clarim
tado. E toca-se o clarim
Além de dar aulas-espetáculo, Ariano vinha Serve-se morto
trabalhando na obra “O Jumento Sedutor”, que Serve-se morto
começou a escrever em 1981. Também fazia as Serve-se morto
ilustrações do livro e dizia que estava tentando Morto!
pela primeira vez, fundir seu romance com teatro https://www.google.com.brsearch?q=ira!+receita+
e poesia. para+se+fazer+um+he
Ariano Suassuna faleceu no Recife, no dia
23 de julho de 2014, decorrente das complicações
de um AVC hemorrágico. Todo gênero apresenta elementos constitu-
https://www.ebiografia.com/ariano_suassuna/amp/ tivos que condicionam seu uso em socieda-
de. A letra de canção identifica-se, essencial-
mente, pela utilização da sequência textual,
A análise dos elementos constitutivos des- como
se texto, como forma de composição, tema a) expositiva, por discorrer sobre um dado tema.
LINGUAGENS I
e estilo de linguagem, permite identificá-lo b) narrativa, por apresentar uma cadeia de ações.
como c) injuntiva, por chamar o interlocutor à partici-
a) científico, pois investiga informações sobre a pação.
vida de Ariano Suassuna. d) descritiva, por enumerar características de um
b) jornalístico, pois dá a conhecer fatos relacio- personagem.
nados ao autor brasileiro. e) argumentativa, por incitar o leitor a uma toma-
c) didático, já que explica a importância das con- da de atitude.
tribuições de Ariano Suassuna.
d) ensaístico, já que discute fatos da vida do es-
critor.
e) biográfico, pois narra trajetória de vida de Aria-
no Suassuna.
88
3.
É o caso das aranhas-macho, que usam a rede
Quantos há que os telhados têm vidrosos tecida por uma fêmea para perguntar se podem
E deixam de atirar sua pedrada, se aproximar dela, já que se, dependendo do rit-
De sua mesma telha receiosos. mo como andam pelos fios, podem ser confundi-
dos com uma presa.”
Adeus, praia, adeus, ribeira,
https://brasilescola.uol.com.br/redacao/texto
De regatões tabaquista,
Que vende gato por lebre
Querendo enganar a vista.
Os gêneros textuais podem ser caracteriza-
Nenhum modo de desculpa dos, dentre outros fatores, por seus objetivos.
Tendes, que valer-vos possa: Esse fragmento é um(a)
Que se o cão entra na igreja, a) notícia, pois registra um fato cotidiano de
É porque acha aberta a porta. interesse popular e apresenta um caráter pro-
GUERRA, G. M. In: LIMA, R. T. Abecê de folclore. pagandístico.
São Paulo: Martins Fontes, 2003 (fragmento). b) resenha, pois sintetiza as principais informa-
ções de um objeto analisado e reproduz as
percepções do autor.
Ao organizar as informações, no processo de
c) texto de divulgação científica, pois tem o obje-
construção do texto, o autor estabelece sua
tivo de tornar público conhecimento produzido
intenção comunicativa. Nesse poema, Gre-
gório de Matos explora os ditados populares por segmento científico.
com o objetivo de d) relatório, pois enumera as atividades exerci-
a) enumerar atitudes. das no meio científico e informa os resultados
b) descrever costumes. alcançados com elas.
c) demonstrar sabedoria. e) artigo de opinião, pois predomina uma avalia-
d) recomendar precaução. ção pessoal do autor do texto sobre o objeto
e) criticar comportamentos. analisado.
4. 5.
27 é certo, no entanto, se um dia será possível simular lista, tendo em vista que apresentam registros
28 por computador todos os processos mentais envol- próprios à flora e à fauna de determinada re-
29 vidos na produção e compreensão da linguagem. gião do Brasil;
Adaptado de John Lyons, c) transcreve traços de oralidade a fim de permitir
em Lingua(gem) e Linguística, 1981. que o leitor sinta as mesmas experiências en-
frentadas pelo narrador;
d) busca transcrever traços de oralidade, per-
Depreende-se corretamente do texto que:
mitindo ao leitor deduzir, em certa medida, a
a) num futuro próximo será possível observar
classe social e o extrato cultural a que perten-
computadores se comportando exatamente
ce o narrador;
como os humanos.
e) oscila entre o culto e o coloquial, deixando
b) os estudos sobre linguagem artificial podem
transparecer, assim, o sólido repertório lin-
auxiliar a humanidade na resolução de várias
guístico do autor em face do coloquialismo do
questões e também contribuir para que saiba-
narrador.
mos mais sobre a própria linguagem e a mente
humana.
91
11.
na adoção de um estilo de vida menos sedentário,
com efeitos positivos sobre a saúde. Tem-se de-
A história do futebol brasileiro contém, ao
fendido que os exergames podem contribuir pa-
longo de um século, registros de episódios racis-
ra a prática regular de atividade física moderada,
tas. Eis o paradoxo: se, de um lado, a atividade fu-
bem como promover a interação entre jogadores,
tebolística era depreciada aos olhos da “boa so-
reduzindo o sentimento de isolamento social. Por
ciedade” como profissão destinada aos pobres,
outro lado, argumenta-se que os exergames não
negros e marginais, de outro, achava-se investi-
podem substituir a experiência real das práticas
da do poder de representar e projetar a nação em
corporais, pois não motivam a longo prazo a prá-
escala mundial. A Copa do Mundo no Brasil, em
tica permanente de atividades físicas.
1950, viria a se constituir, nesse sentido, em uma
FINCO, M. D.: REATEGUI. E. B.; ZARO, M.A.
rara oportunidade. Contudo, na decisão contra o Laboratório de exorgames: um espaço complementar
Uruguai sobreveio o inesperado revés. As crôni- para as aulas de educação física. Movimento.
cas esportivas elegiam o goleiro Barbosa e o de- n. 3, 2015 (adaptado).
fensor Bigode como bodes expiatórios, “descar-
regando nas costas” dos jogadores os “prejuízos”
da derrota. Uma chibata moral, eis a a senten- Pela sua interatividade, os exergames apre-
ça proferida no tribunal dos brancos. Nos anos sentam-se como possibilidade para estimular
o(a)
1970, por não atender às expectativas normati-
a) Exercitação física, promovendo a saúde.
vas suscitadas pelo estereótipo do “bom negro”,
b) Vivência de exercícios físicos sistemáticos.
Paulo César Lima foi classificado como “joga-
c) Envolvimento com atividades físicas ao longo
dor – problema”. Ele esboçava a revolta da chiba- da vida.
ta no futebol brasileiro. Enquanto Barbosa e Bi- d) Jogo por meio de comandos fornecidos pelo
gode, sem alternativa suportaram o linchamento video-game.
moral na derrota 1950, Paulo César contra-ata- e) Disputa entre jogadores, contribuindo para o
cava os que pretendiam condená-lo pelo insuces- individualismo.
so de 1974. O jogador assumia as cores e as cau-
sas defendidas pela esquadra dos pretos em to- 13.
das as esferas da vida social. “Sinto na pele esse
racismo subjacente” revelou a imprensa francesa: TEXTO I
“Isto é, ninguém ousa pronunciar a palavra ‘ra-
cismo’. Mas posso garantir que ele existe, mesmo
na seleção Brasileira”. Sua ousadia constituiu em
pronunciar a palavra interdita no espaço simbó-
lico do discurso oficial para reafirmar o mito da
democracia racial.
Disponível em: https://observatorioracialfutebol.com.br.
Acesso em: 22 jun. 2019 (adaptado)
ginalidade.
d) Interdição da palavra “racismo” no contexto
esportivo.
e) Atitude contestadora de um “jogador-proble-
ma”.
12.
92
TEXTO III só, com aparência e costumes que não corres-
pondem ao poder, ao dinheiro e à capacidade
de influenciar o consumo de outras gerações.
Analisemos o conceito de saúde formulado na
b) os millennials, uma vez que a forma obcecada
histórica VIII Conferência Nacional de Saúde, no como os representa faz com que os jovens se
ano de 1986. Também conhecido como “concei- tornem caricaturas e deixem de ter reconheci-
to ampliado” de saúde, foi fruto de intensa mo- do o seu papel efetivo, como o de influenciar o
bilização, que se estabeleceu em diversos países comportamento de outras gerações.
da América Latina, como resposta à crise dos sis- c) a geração X, uma vez que ela está sendo
temas públicos de saúde. Recordemos seu enun- representada a partir dos valores que deter-
ciado: em sentido amplo, a saúde é resultante das minam os millennials, estes sem ter de fato
condições de alimentação, habitação, educação, poder, dinheiro e capacidade para influenciar
renda, meio ambiente, trabalho, transporte, em- o consumo de outras gerações.
prego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e d) a geração X, cujos valores são representa-
acesso aos serviços de saúde. Sendo assim, é prin- dos em consonância com os dos millennials,
cipalmente resultado das formas de organização embora sejam estes que exibem potencial
social, de produção, as quais podem gerar gran- financeiro e, com isso, podem exercer influên-
des desigualdades nos níveis de vida. cia sobre o consumo de outras gerações.
BATISTELLA, C. Abordagens contemporâneas e) os millennials, uma vez que esse grupo tem si-
do conceito de saúde. do representado como o grande influenciador
Disponível em: www.epsjv.fiocruz.br. do comportamento social, em razão de poder
Acesso em: 5 jun. 2018 (adaptado).
e dinheiro, ainda que de forma caricatural e
bastante obcecada.
Com base no conceito ampliado de saúde, po- 15.
demos interpretar que as imagens dos textos I
e II
a) Convidam a pensar sobre o conceito ampliado
O Brasil (descrição física e política)
de saúde.
b) Criticam a relação entre a prática de exercícios O Brasil é um país maior do que os menores
e a saúde. e menor do que os maiores. É um país grande,
c) Coadunam-se com o conceito de saúde cons- porque, medida sua extensão, verifica-se que não
truído na Conferência. é pequeno. Divide-se em três zonas climatéricas
d) Exemplificam a conquista do estado de saúde absolutamente distintas: a primeira, a segunda e
em um sentido amplo. a terceira. Sendo que a segunda fica entre a pri-
e) Reproduzem a relação de causalidade entre meira e a terceira. Há muitas diferenças entre as
fazer exercício e ter saúde. várias regiões geográficas do país, mas a mais im-
portante é a principal. Na agricultura faz-se ex-
14. Leia o texto para responder à questão 14. clusivamente o cultivo de produtos vegetais, en-
quanto a pecuária especializa-se na criação de ga-
Basta ligar a TV ou abrir uma revista para do. A população é toda baseada no elemento hu-
ver quanto a publicidade é obcecada pelos mil- mano, sendo que as pessoas não nascidas no pa-
lennials, a geração que tem entre 20 e 34 anos. ís são, sem exceção, estrangeiras. Tão privilegia-
Os atores são jovens, usam barba, andam de bi- da é hoje, enfim, a situação do país que os cien-
cicleta, lambreta ou Kombi. Os filmes são edita- tistas procuram apenas descobrir o que não está
dos com cortes bruscos, e a trilha sonora é reche- descoberto, deixando para a indústria tudo o que
ada de bandas hipsters. A obsessão é tão grande já foi aprovado como industrializável e para o co-
que os resultados chegam a formar uma carica- mércio tudo o que é vendável. É, enfim, o país do
tura dos jovens. futuro, e este se aproxima a cada dia que passa.
LINGUAGENS I
21.
soas brancas e bem tratadas, que comiam ao lado “onde dormiram sob uma marquise” (2º. parágrafo)
das fidalgas e tomavam rapé em caixas de ouro; e “onde a alta chegou a seis vezes” (4°. parágrafo)
convinha-lhe aquela profissão em que se fala bai-
xo com as mulheres, — vivendo entre elas, cochi- No texto, as expressões sublinhadas referem-
chando, sentindo-lhes o calor penetrante, — e se -se, respectivamente, a
recebem presentes em bandejas de prata. Recor- a) “sede do Poupatempo Taboão da Serra” e “pe-
dava o padre Liset com um anel de rubi no dedo riferias”.
mínimo; monsenhor Savedra com os seus belos b) “Grande São Paulo” e “cidade”.
óculos de ouro, bebendo aos goles o seu copo de c) “Grande São Paulo” e “região central”.
Madeira. As filhas da senhora marquesa borda- d) “casa” e “periferias”.
vam-lhes chinelas. e) “sede do Poupatempo Taboão da Serra” e “ci-
(O crime do padre Amaro, 1994.) dade”.
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G ABARI TO
1. E 10.D 19.D
2. C 11. E 20.C
3. E 12.A 21.B
4. C 13.E 22.D
5. E 14.C 23.A
6. B 15.C 24.B
7. B 16.C 25.A
8. E 17.D
9. B 18.B
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