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ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL:

CONCORRÊNCIA SOB
CONDIÇÕES OLIGOPOLÍSTICAS

CAPITULO III: STEINDL: EM


DIREÇÃO A UMA TEORIA DINÂMICA
DA CONCORRÊNCIA

AUTORA: ANA LUCIA GONÇALVES


DA SILVA
DISCENTE: JOSÉ ADRIEL DA SILVA
LEAL

DATA: 10/02/2023
INTRODUÇÃO
Na obra Maturidade e Estagnação no Capitalismo Americano, Steindl inova de maneira pioneira ao
romper com a microeconomia e seu arcabouço estático. Assim a heterogeneidade entre empresas se tornou
algo comum a sua teoria, diferenças de tamanho, margem de lucro, custos e potencial de expansão agora
são explorados na determinação do poder de mercado destes agentes. Um dos principais fatores que causa
enorme peso da intensidade da concorrência é a diferença de custos entre empresas. Deste modo,
podemos sintetizar os principais pontos da teoria de Steindl nos seguintes tópicos:
a. O autor não se deteve aos preços, mas sim as margens de lucro como fator determinante do
equilíbrio.
b. Tratou do excesso de capacidade como uma constituinte natural do próprio processo produtivo e da
estratégia do capitalista.
c. Via o processo de concorrência como uma força motriz da economia capitalista ao permitir o acumulo
de capital de modo a transformar a estrutura produtiva.

Contudo, o calcanhar de Aquiles da teoria de Steindl é não ter dado a devida atenção a diferenciação e
inovação de produtos, bem como aos processos de diversificação e internacionalização de grandes
empresas, tal limitação foi reconhecida posteriormente pelo autor.
CONCEITOS-CHAVE DE STEINDL
• Em sua obra Steindl reconstruiu alguns conceitos centrais da teoria microeconômica e propôs inovações
analíticas importantes. Entre os temas tratados na análise steindliana, destacam-se:

• – Economias de escala: conceito dissecado em detalhe já em seu livro de 1945, apoiando-se na análise
crítica da visão marshalliana acerca da relevância econômica do tamanho das empresas;

• – Rigidez de preços (e de margens de lucro) e excesso de capacidade produtiva: embora


considerados pela teoria tradicional, estes temas receberam de Steindl revisão e crítica, visando inseri-
los em uma análise dinâmica

• – Acumulação interna dos lucros das empresas e seus efeitos dinâmicos: retomando as
contribuições de Marx e apoiando-se fortemente em Kalecki, a quem cita recorrentemente, Steindl tratou
com originalidade os efeitos da dinâmica da acumulação de capital sobre as estruturas de mercado.
TEORIA DINÂMICA DA CONCORRÊNCIA
• Antes de Steindl não se vislumbrava que a concorrência poderia ocorrer mediante outro fator além do preço. A partir dele
se iniciou a Teoria Dinâmica da Concorrência, a qual propôs que as economias de escala criavam além de fortes
barreias à entrada (baseadas sobretudo em custos) capazes de auferir altos lucros, e justamente por causa deste
detalhe (se é que podemos chamar assim) é que existe importantes efeitos dinâmicos.

• Partimos do pressuposto que as indústrias são caracterizadas (em geral), por populações heterogêneas de empresas
em termos de porte, custos, preços e margem de lucro. Tal condição origina uma hierarquia entre empresas, onde as
maiores e mais fortes tem acesso a menores custos de insumos e maiores margens de lucro. Neste sentido, que o autor
alerta para a forte tendência de concentração que ocorre as economias de escala.


TEORIA DINÂMICA DA CONCORRÊNCIA
• Steindl parte da observação que uma teoria dinâmica deve levar em consideração a
existência de diferenciais de custo e margem de lucro entre empresas, especialmente
quando tais diferenças derivam do tamanho desta. De acordo como autor, assimetrias no
acesso às economias de escala é o principal fator para diferenciais de custos e de margem
de lucro entre empresas. Deste modo, a estrutura de custos tem um relação inversa com o
porte da empresa, ou seja, o tamanho da empresa desagua em uma espécie de "hierarquia
de rentabilidade", o qual cresce à medida que cresce as empresas, uma vez que cada vez
mais tem acesso a vantagens não-elimináveis e inacessíveis para empresas de pequeno
porte.
• Steindl também afirma que as oportunidades de manter um custo diferencial não dependem
somente de estruturas de mercado, mas também de inovações técnicas, processo este que
se dá na margem e se torna igualmente importante, sem dúvidas uma grande contribuição
deste autor.
CONCORRÊNCIA
Quando tratamos de concorrência, podemos ter dois casos, a realizada em mercados de
concorrência perfeita e a em mercados oligopolistas.

• Estratégia 1: Política agressiva para a expansão das vendas na própria indústria (e a


consequente compressão da margem de lucro):

• Nesta estratégia a empresa busca atingir um patamar de crescimento acima da taxa de crescimento
do setor, para isso temos: políticas de redução de preço; aumento de qualidade sem aumentar
preço; ampliação das despesas com vendas. O sucesso desta política agressiva conduzem a um
aumento da concentração de mercado.
Dentro desta análise podemos ter ainda ter dois casos da reação da concorrência a esta política:

a. Se as empresas marginais forem facilmente elimináveis.

• O esforço de vendas das empresas líderes causará uma redução da parcela de mercado para as
demais empresas, estas não podendo concorrer com elevados custos vão desaparecer.
CONCORRÊNCIA
b. Se as empresas marginais não forem facilmente elimináveis.
• Supondo que uma inovação produtiva aumente a margem de lucro e a acumulação interna da
empresa líder, a questão agora é saber se esta empresa vai se expandir. Caso a taxa de
crescimento do mercado seja maior que a da empresa como no caso A, vale a pena expandir,
porém caso contrário a empresa líder deve fazer um cálculo se vale a pena enfrentar empresas
concorrentes com poder financeiro capaz de suportar concorrência pode ser muito caro (a não ser
que a empresa líder seja tão grande que compense), portanto, nem sempre haverá concentração de
mercado ao passo que ocorre a acumulação interna da empresa líder.
Assim, Steindl conclui que, no oligopólio, o aumento do ritmo de acumulação interna não pressiona no
sentido de expansão da empresa tal qual a empresa do mercado competitivo.
Estratégia 2 – Destinar a acumulação ampliada de lucros para outros escoadouros alternativos
(evitando uma política agressiva para expansão das vendas na própria indústria)
HIPOTÉSES DE STEINDL*
• 1ª) As empresas investem preferencialmente em sua própria indústria ou
mercado;
HIPOTÉSES DE STEINDL*
• 2ª) O aumento do capital empresarial (entendido como acumulação interna a partir da retenção
de lucros) é um importante incentivo ao investimento de uma empresa;
HIPOTÉSES DE STEINDL*
• 3ª) A taxa de crescimento da indústria em questão como um todo é dada (ou seja, a empresa
não influi na taxa de crescimento do mercado).
HIPOTÉSES DE STEINDL*
• 4ª) As empresas procuram operar com certo nível planejado de capacidade produtiva ociosa;

• 5ª) Se a utilização da capacidade estiver abaixo do nível desejado, isso funcionará como um
fator de desestímulo ao investimento.

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