Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
modelo de negócio n
a Indústria da Confecção
Sumário
INTRODUÇÃO
1. A DEFINIÇÃO DE UM MODELO DE NEGÓCIO
1.1. A necessidade de ter um modelo de negócio
1.2. A transformação recente na indústria da moda
1.3. O risco para um negócio da indústria da moda
CONCLUSÃO
SOBRE A AUDACES
02
1. INTRODUÇÃO
A moda nunca viveu um momento em que atraísse tanta atenção Confira, neste material que produzimos especialmente para você
internacional quanto hoje. Esse setor está, atualmente, passando entender melhor esta nova fase da indústria da moda, um pouco
por uma profunda transformação. mais sobre as ideias do italiano Enrico Cietta. Descubra, por
exemplo, a importância de ter um modelo de negócio bem estru-
Para acompanhar esse momento, é necessário compreender que turado e como tirar o melhor proveito dele para chegar ao seu
a moda não trata apenas de uma produção simples de itens de público consumidor. Boa leitura!
consumo. Ela é um híbrido entre produto cultural e criativo. Ainda
assim, nesse segmento não há consumo sem a posse, diferente-
mente da indústria musical ou da cinematográfica.
Um dos fatores que, cada vez mais, tem se tornado decisivo para
a moda é o tempo. Para uma empresa que atue nesse setor,
tornou-se fundamental aprender a usar o tempo de maneira ade-
quada. Por exemplo, dividindo-o corretamente entre as várias
funções da empresa (criativa, produtiva e comercial).
03
1. A definição de um modelo de negócio
O economista italiano Enrico Cietta destaca que uma empresa pode ser compreendido como um ponto de equilíbrio que nasce
pode sobreviver sem uma estratégia, mas que ela não existe sem não da tradicional noção econômica da eficiência, mas sim de
a adoção de um modelo de negócio. Por isso, o primeiro grande uma visão total da empresa.
desafio de qualquer empresa de moda é saber qual é o seu
diferencial. O segundo é deixar claro esse diferencial para toda a Cietta define o modelo de negócio como sendo o funcionamento
empresa: quem cria, quem produz e quem vende. “As teórico da empresa. A estratégia da companhia faz parte desse
estratégias podem ser copiadas. Os modelos, não”, modelo.
defende Cietta.
04
1. A definição de um modelo de negócio
A definição do modelo de negócio por uma empresa de moda Estrutura de custos: quais são os custos para o
passa por uma série de questionamentos por parte do negócio rodar?
empreendedor. Deve-se observar que modelo de negócio não é
o mesmo que a estratégia. Esta depende daquele. Principais recursos: qual é a infraestrutura de
recursos ou serviços de base?
Listamos aqui as principais perguntas que você deve fazer-se ao
formular o modelo de negócio: Canais de comunicação e distribuição: como o
produto ou serviço chega ao cliente final?
Proposta de valor: o que você oferece que seja Relacionamento com o cliente: como a marca
único no mercado? comunica-se com ele?
05
1. A definição de um modelo de negócio
06
1. A definição de um modelo de negócio
Esse era um contexto em que as tendências de moda eram O que está em jogo na moda não é a preponderância de um
ditadas, principalmente, pelas semanas de moda. Nesse cenário, processo de produção mais lento e uma pesquisa minuciosa
as tendências não tinham interferência de influenciadores digitais de design para construir um produto de qualidade, mas
e blogueiros, como hoje em dia. Por isso, apostar em uma “quanto” e “o que” exatamente o sistema dominante pode
coleção que a empresa tinha criado seria mais certeiro. fazer para reduzir a crescente diferença entre o momento em
que o produto é proposto – e o consumidor toma consciência
Mais recentemente, a variável tempo passou a dominar o cenário dele – e aquele em que o produto chega ao mercado.
e, com isso, surgiram duas correntes: a norte-americana, focada
nos resultados de mercado e nas necessidades comerciais; e a Desde que o processo de hibridização do produto transfor-
europeia, especialmente a italiana e a francesa, que estão mais mou a moda em algo que não é totalmente industrial nem
preocupadas com a defesa da qualidade e de processos de cultural (ou seja, imaterial), a questão dos tempos e dos
produção mais artesanais dos artigos de luxo. riscos está em aberto e não completamente resolvida.
07
1. A definição de um modelo de negócio
produtos imateriais híbridos. A alta costura já tinha essa veia e
1.3. O risco para um negócio da tornou-se um segmento cada vez mais predominante de
Indústria da Moda significados do que de produtos.
A mudança veio e fez com que uma coleção não seja mais
pensada como um processo seletivo, mas como um processo
criativo destinado a definir categorias específicas de produtos.
Não se trata somente da adaptação de estratégias a um contexto
que passou por modificações, mas de aprender a confrontar
essas estratégias com características de produtos diferentes
(manufatureiros e culturais).
08
1. A definição de um modelo de negócio
09
2. As mudanças para um novo modelo focado no consumidor
Os consumidores estão cansados dos produtos
mesmo antes que eles cheguem às lojas. O motivo Produtos culturais/ Produtos
disso é que as informações sobre as coleções,
CARACTERÍSTICA criativos e moda manufaturados
apresentadas pelo menos seis meses antes, já
foram amplamente vistas, mastigadas e digeridas. Variedade baseada na
Diferenciação Variedade infinita e
variabilidade técnica e
do produto: diferenciação horizontal.
Essa característica decorre do fenômeno de hibri- diferenciação vertical.
dismo da moda. O produto deixou de ser exclusi-
vamente manufatureiro e transformou-se, ao Tipo de produto: Bem de experiência. Bem de busca.
longo do tempo, em um produto cultural (veja
mais dessa diferenciação na tabela a seguir). As
consequências dessa transformação são exóge- No processo produtivo
Valor do produto: No processo produtivo.
nas a qualquer empresa, semana de moda ou e no consumo.
qualquer sistema empresarial.
O consumidor é apenas
O consumidor é raramente influenciado
Conheça a diferenciação entre produtos da Efeitos do consumo
influenciado pelo consumo pelo consumo dos outros
moda e os da manufatura dos outros: do outros (tendência). (padrões tecnológicos
aos quais se adequar).
Um consumidor é Um consumidor é
influenciado pelo próprio influenciado por variáveis,
Previsões de como renda, faixa etária,
consumo anterior; suas
consumo: escolhas definem que sexo etc., que descrevem
tipo de consumidor ele é. o seu comportamento.
10
2. As mudanças para um novo modelo focado no consumidor
11
2. As mudanças para um novo modelo focado no consumidor
12
2. As mudanças para um novo modelo focado no consumidor
A primeira foi a de fast fashion. Com coleções contínuas, essa
proposta tinha por objetivo reduzir os riscos do negócio. A principal
característica de fast fashion é a não obsolescência do produto na
loja. Com a criação do produto com tempos muito próximos ao
momento da venda, foi ampliada a capacidade de observar as
últimas tendências da moda e colocá-las no mercado.
13
2. As mudanças para um novo modelo focado no consumidor
14
2. As mudanças para um novo modelo focado no consumidor
no mercado apenas algumas semanas depois.
2.4. O papel dos desfiles nesse cenário
Da mesma forma, existe o aspecto da comunicação: enquanto
Os desfiles têm hoje, basicamente, dois objetivos. O primeiro está
blogueiros e jornais on-line são capazes de retransmitir a
relacionado a um tipo de teste comercial. As empresas, com o
tendência rapidamente, a mídia tradicional tem tempos mais
objetivo de propor coleções muito grandes, precisam de um
longos e, basicamente, alinhados com os da venda.
momento de confronto das suas ideias com o mercado.
Hoje, as marcas mais evoluídas do setor entendem que pre-
Isso permite acionar a máquina de produção. Coletados os
cisam agregar valor à cadeia inteira e não apenas ao pro-
primeiros pedidos, as empresas podem projetá-los no mercado
duto que chega à mão do consumidor.
e, portanto, ter uma ideia inicial de qual, entre todos os produtos
propostos, foi aquele que recebeu maior aceitação comercial.
15
2. As mudanças para um novo modelo focado no consumidor
16
3. A velocidade como nova variável para a moda
A velocidade não é uma escolha estratégica para a empresa, mas os períodos em que as empresas trabalham a todo vapor.
parece ser uma variável estrutural do mercado. O "quando" e o
"quanto tempo" são fatores decisivos para competir nesse tipo Segundo Cietta, quando se aborda a questão da velocidade na
de mercado de produtos híbridos. moda tem-se sempre a sensação de que
Configuração do falta
tempo uma
de visão global do
encaixe;
problema. O raciocínio normalmente usado é que fazer as
O lead time com o qual se consegue servir o mercado é um fator mesmas coisas mais rápido do que
Criação desão
umafeitas hoje
fila de é simplesmen-
encaixe, que será
decisivo e uma variável relevante na estratégia de uma compa- te impossível. O raciocínioexecutada
não é errado, mas incompleto.
enquanto o computador não
nhia de moda. é utilizado;
Deve-se reconhecer a necessidade de pensar a moda. A
O segundo ponto que Cietta destaca em sua obra é a rela- organização não deveUtilização
ser a mesma
do encaixedo passado.
manual Asespecialista;
junto ao em-
ção entre velocidade e qualidade: é verdade, como presas devem levantar seriamente a questão de como
muitos intérpretes da moda italiana apoiam, que um elas podem reorganizar os seus
Redução processos
significativa criativos,
do tempo pro- no
despendido
lead time mais curto que os clássicos seis a oito meses dutivos e comerciais. encaixe;
significa efetivamente abrir mão da qualidade criativa e
de produção? O processo das empresasRedução
de fast do
fashion
custo foi, desde o impactando
operacional, início, con- na
cebido para ser rápido.otimização
No entanto, o processo
do recurso das outras
hora-funcionário(a).
As empresas do segmento têxtil e do vestuário ainda têm um empresas, que não tinha sido pensado dessa forma, foi obrigado
espaço enorme para crescer em termos de agilidade e rapidez a tornar-se mais ágil também.
nas suas respostas. Não se trata somente de comprimir ainda
mais os tempos, explica Cietta. É necessário entender como organizar um processo dife-
rente a partir do processo criativo: hoje, simplesmente,
Uma empresa não será mais rápida comprimindo mais os pretende-se fazer em três semanas o que antes se fazia
tempos, mas por intermédio de uma maior integração dos com- em três meses, mas sem dúvida rapidez e agilidade são
ponentes da cadeia e das funções dentro da companhia. São os os desafios do futuro para as empresas da moda, tanto
“tempos mortos” que precisam ser eliminados e não comprimir para as de slow fashion quanto para as de fast fashion.
17
4. O novo cenário apresentado por fast fashion
O aumento de ritmo na moda não está relacionado ao surgi-
mento de empresas fast fashion no mercado. É necessário esta-
belecer uma relação correta entre causa e efeito. Não foi a pro-
dução de fast fashion que criou a velocidade, mas sim a exigên-
cia da velocidade que está diretamente relacionada ao modo de
fast fashion.
18
Conclusão
Não dá para classificar a moda como sendo essencialmente um decisão pode ser tomada sem avaliar o impacto em outras funções
produto cultural. Ao fazer isso, negligencia-se o aspecto industrial da cadeia produtiva. Isso não pode nem deve imobilizar a empre-
que constitui um de seus elementos essenciais. O mais indicado, sa. Pelo contrário, deve permitir que ela atue mais rapidamente.
portanto, é considerar a moda como um produto ao mesmo
tempo material e imaterial. Para isso, é fundamental ter um modelo de negócio bem claro,
segundo o qual possa identificar-se facilmente a relação entre as
Essa dupla natureza é indivisível. “Quase não existe fase produti- decisões e as consequências.
va que construa apenas o valor material ou apenas o imaterial.
Quase não existe ato de consumo que não envolva tanto o aspec- A visão circular da empresa e um claro modelo das relações
to funcional (material) do produto quanto o imaterial (o significa- internas e externas são um importante passo para um negócio
do e a estética)”, destaca o economista italiano Enrico Cietta. que queira competir nos segmentos criativos híbridos.
19
6. Sobre Audaces
QUERO AS SOLUÇÕES DO
AUDACES 360 NA MINHA
CONFECÇÃO! SOLICITE O
CONTATO DE UM CONSULTOR.
SOLICITE O CONTATO
DE UM CONSULTOR
20