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1. Apresentação
2. Contexto e Justificação
A história recente de Moçambique é marcada pela instabilidade sociopolítica e económica.
Depois do retorno daquilo que alguma literatura chamou de segunda guerra civil1, que opôs o
governo de Moçambique e as Forças da Renamo e da Junta Militar da Renamo na região do
vale do Zambeze (2012), a discussão em torno da situação dos Direitos Humanos dominou a
agenda pública. A crise económica provocada pela chamadas dívidas ocultas (2016), o inicio
dos ataques terroristas liderados pelo grupo jihadista, Al Sunnah wa Jama'ah ligado ao Estado
Islâmico2 (2017) e a declaração do Estado de Emergência, em função da propagação da Covid
19 (2020) aliado à incapacidade do Estado em prover bens e serviços à população privaram os
cidadãos do acesso aos direitos fundamentais e deterioraram ainda mais a situação dos Direitos
Humanos3.
De facto, durante os últimos anos as organizações da Sociedade civil que trabalham na Defesa
de Direitos Humanos documentaram episódios violentos perpetrados não só pelos grupos
armados, mas também pelas Instituições do Estado contra civis, na quase totalidade do
território nacional. Dentre esses episódios de violência, os eventos mais significativos incluem
1 Darch «Uma historia de sucesso que correu mal ? o conflito moçambicano e o processo de paz numa perspectiva histórica ».
Friedrich Ebert Stiftung, Maputo, 2018.
2 Saide Habibe et al., Radicalização Islâmica no Norte de Moçambique. O Caso de Mocímboa da Praia, Caderno do IESE,
17, (2019)
3 CESC, Análise da Economia Politica do Vale do Zambeze e Cabo Delgado. Maputo: CESC, 2022.
1
destruição de infraestruturas sociais e económicas4; a expropriação de terras, reassentamentos
problemáticos; espancamento de garimpeiros; fechamento de rádios comunitárias, raptos e
decapitação de pessoas; violações sexuais, assassinatos de figuras ligadas à sociedade civil,
opositores políticos, jornalistas, académicos. Estes episódios resultaram em deslocamentos
massivos internos de populações, para zonas ‘supostamente’ seguras.
3. Objectivos da Consultoria
4 Human Right Watch, “Moçambique: Eventos de 2017”. In World Report 2018: Mozambique | Human Rights Watch
(hrw.org)
5 The Economist Intelligence Unit, Indice da Democracia, 2018; CIVICUS, “Mozambique: Killing of activist Dr. Matavel &
restrictions on civic space mar upcoming elections” (Carta Aberta ao governo de Moçambique), 2019;
2
parceiros na monitoria e implementação de programas com abordagens de Direitos Humanos
(monitoria de projectos e abordagens baseadas em Direitos Humanos) no terreno.
4. Metodologia
O treinamento será feito em Maputo, na região centro e em Cabo Delgado. A metodologia para
esta consultoria deverá ser proposta pelo consultor. Contudo deve privilegiar metodologias
apropriadas de interação, capazes de produzir resultados em poucas horas de contacto.
5. Produtos da Consultoria
6. Requisitos do Consultor
3
7. Prazos de Conclusão
A duração da consultoria incluindo os treinamentos que serão feitos na zona sul, centro
e norte é de 21 dias úteis. O calendário dos treinamentos deverá ser feito o mais tardar
até o fim do 1° trimestre de 2023. O calendário dos treinamentos será programado
depois de apresentado e aprovado o Manual de formação.