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QUAL O PROTOCOLO UTILIZADO PARA

TRAUMAS DAS EXTREMIDADES NO


ESPORTE? O QUE SÃO E QUAIS SÃO
OS CRITÉRIOS DE OTTAWA? QUAL A
DIFERENÇA ENTRE FRATURA POR
INSUFICIÊNCIA E FRATURA POR
FADIGA?
LUXAÇÃO E
LESÕES
LIGAMENTARES –
MEDICINA
ESPORTIVA
VINHETA DE ABERTURA
VINHETA DE ABERTURA
LESÕES MUSCULARES

Até 55% das lesões esportivas


96% sem contato (indireta)
92% nos membros inferiores
Mais em competição do que no treino
LESÕES MUSCULARES

1° Isquiotibiais
(bíceps mais comum)
Biarticulares

2º Adutores

3º Quadríceps Maior risco

4º Panturrilha
FATORES DE RISCO

Idade
FATORES DE RISCO

Idade
Aquecimento inadequado
Lesão prévia no mesmo ou outro músculo
Baixa flexibilidade
FATORES DE RISCO

Fadiga, sobrecarga de treino e recuperação inadequada


Desbalanço de força entre os membros
Déficit de força
FATORES DE RISCO

Fadiga, sobrecarga de treino e recuperação inadequada


Desbalanço de força entre os membros
Deficit de força
FATORES DE RISCO

GESTO ESPORTIVO INADEQUADO


MECANISMO: TRAUMA INDIRETO

Sprint: aceleração brusca Desaceleração


MECANISMO: TRAUMA INDIRETO

Sprint: aceleração brusca Desaceleração

Contração excêntrica
MECANISMO
Contração Contração
concêntrica excêntrica

Contração
isométrica
CLASSIFICAÇÃO: O’DONOGHUE

GRAU I
Sem perda de força e função
Baixo grau de inflamação
Perda mínima da integridade estrutural da unidade
musculotendínea
CLASSIFICAÇÃO: O’DONOGHUE

GRAU II
Ruptura parcial
Perda moderada de força
Pode haver edema muscular e hematoma
localmente
CLASSIFICAÇÃO: O’DONOGHUE

GRAU III
Ruptura completa
Perda significativa de função
DIAGNÓSTICO

CLÍNICO
Dor abrupta no membro
Dificulta continuar atividade
Dor à palpação
Dor à mobilização ativa/passiva
Pode ser palpado um defeito
Letícia “Se o diagnóstico é clínico, por que
quando os jogadores se machucam,
eles fazem ressonância ou ultrassom?”
USG E RMN

Lesões que se estendem para a porção tendínea:


੦ maior tempo de recuperação
੦ maior taxa de recorrência
USG E RMN

Avaliar a extensão e volume do hematoma


Confirmar avulsão dos isquiotibiais
Monitorar o progresso da cicatrização
RMN tem maior acurácia e reprodutibilidade
TRATAMENTO
FASES DE REPARO

INFLAMATÓRIA OU DE DESTRUIÇÃO:
Ruptura e necrose das miofibras
Formação abundante de hematoma
Reação inflamatória
FASES DE REPARO

REPARO
Fagocitose
Regeneração das miofibras
Produção de tecido cicatricial
Revascularização
FASES DE REPARO

REMODELAMENTO
Amadurecimento das miofibras regeneradas
Reorganização do tecido cicatricial
Recuperação das capacidades funcionais
#MEMORIZE
MEMORIZE

TRATAMENTO
Protocolo da fase inflamatória:

Proteção Inicia dentro dos


primeiros 20-30 minutos
Repouso
Ice (gelo)
Compressão
Elevação
Mantém por 3-7 dias
PROTEÇÃO

Órteses
Bengalas
Muletas
REPOUSO

Retira a carga do membro acometido


OL: optimal loading
POLICE
REPOUSO OU OTIMIZAÇÃO DA CARGA

Carga progressiva conforme tolerado

Após 48h:
੦ Alongamento estático
੦ Contrações isométricas
੦ Mobilização precoce e gentil
ICE - GELO

20-30 min
A cada 2-3 horas
Nunca direto na pele
COMPRESSÃO

Enfaixamentos
Meias de compressão
Diminui sangramento
Melhora fluxo linfático
ELEVAÇÃO
TRATAMENTO

AINE (48-72h?)
Fisioterapia
TRATAMENTO

CIRURGIA
Hematoma intramuscular grande
Ruptura completa em músculo sem agonistas
(ex.: peitoral maior, bíceps, tríceps)
Avulsão completa dos isquiotibiais
Perda de função prolongada
Dor persistente (> 4-6 meses)
#PEGADINHA

LESÃO MUSCULAR GASTROCNÊMIO


Pode ser confundida com:
੦ trombose venosa profunda
੦ ruptura do tendão do calcâneo
RUPTURA DO TENDÃO DO CALCÂNEO

TENDÃO DE AQUILES
RUPTURA DO TENDÃO DO CALCÂNEO

Tendão que mais rompe nos MMII


3ª-5ª décadas

MECANISMO

Direto: incomum
Indireto

Estresse mecânico + Degeneração

RUPTURA

Dorsiflexão Aterrisagem com


forçada inesperada joelho em extensão
+
Forte contração
do tríceps sural
FATORES DE RISCO

Artrite inflamatória
(Ex.: artrite reumatoide, gota, lúpus)
Disfunção endócrina
(Ex.: hipotireoidismo, insuficiência renal)
Uso de quinolonas
Corticoide oral ou injetado localmente
LOCAIS

2-6 cm
CLÍNICA

Dor súbita: uma pedrada


Gap palpável e doloroso
Teste de Thompson positivo

Figura: BARROS FILHO, T.E.P.; LECH O. Exame


Físico em Ortopedia . 3ª ed. Sarvier: São Paulo,
2001. p. 343
TRATAMENTO

PRICE
TRATAMENTO

Cirúrgico Não cirúrgico

Menos re-ruptura Sem risco cirúrgico

Maior força Sem hospitalização

Atletas Baixa demanda


ENTORSE DE TORNOZELO

30% das lesões esportivas


85% no complexo lateral
ENTORSE DE TORNOZELO
ENTORSE DE TORNOZELO
COMPLEXO LATERAL DO TORNOZELO

LFTA + LCF + LFTP: raro


Isolado ou +LCF: raríssimo

Mais frágil
Mais lesado

2-3x mais resistente


LFTA + LCF: 2º mais comum
Isolado: incomum
INVERSÃO ± FLEXÃO PLANTAR E ROTAÇÃO INTERNA
CLASSIFICAÇÕES

SISTEMA PADRÃO DA ASSOCIAÇÃO MÉDICA AMERICANA


Grau I: Estiramento
Grau II: Ruptura parcial
Grau III: Ruptura total
CLASSIFICAÇÕES

SISTEMA CLÍNICO
Leve: perda funcional mínima, edema leve,
sem claudicar
Moderado: perda moderada, claudica, não
consegue ficar na ponta dos pés, edema localizado
Grave: dor e edema difusos, paciente prefere
muleta a deambular
CLÍNICA

Equimose
Limitação da amplitude de movimento
EXAME FÍSICO

PALPAR COM PONTA DOS DEDOS


Proeminências ósseas
Ligamentos
Tendões
#CAI NA PROVA

RADIOGRAFIAS
Importante pedir?
RADIOGRAFIAS

CRITÉRIOS DE OTTAWA
Dor maleolar + 1 dos seguintes:
੦ Incapacidade de apoiar (4 passos)
੦ Dor à palpação 6 cm distais borda posterior da
tíbia
ou na ponta do maléolo medial
੦ Dor à palpação 6 cm distais borda posterior da
fíbula ou na ponta do maléolo lateral
RADIOGRAFIAS

Anteroposterior (AP)
Perfil
AP com rotação interna 15°(AP verdadeiro, mortise)
TRATAMENTO

Não cirúrgico
PRICE / POLICE
Gesso Órtese funcional
TRATAMENTO

CIRURGIA (RARO)
Lesão exposta
Luxação franca
Fratura-avulsão com fragmento grande
LUXAÇÃO GLENOUMERAL

Articulação que mais luxa (45%)



20-29 anos
LUXAÇÃO GLENOUMERAL

Congênita (Ex.: displasia de glenoide, síndrome


de Ehlers-Danlos)
Traumática
Atraumática
Neuromuscular (Ex.: AVC, paralisia cerebral,
paralisia do plexo braquial, epilepsia)
LUXAÇÃO GLENOUMERAL

ANTERIOR (85%)
Maioria subcoracoide

Subclavicular

Subglenoide

Intratorácica

Retroperitoneal
LUXAÇÃO GLENOUMERAL

Anterior
Posterior (até 79% de falha diagnóstica)
LUXAÇÃO GLENOUMERAL

Anterior
Posterior
Inferior (luxatio erecta )

Figura: Rockwood and Matsen’s The Shoulder. 4ª ed. p. 661


LUXAÇÃO GLENOUMERAL

Anterior
Posterior
Inferior
Superior

Figura: Rockwood and Matsen’s The Shoulder. 4ª ed. p. 661


CAUSA DO TRAUMA

Queda (58.8%)
Mais idosos

Esporte (48.3%)
Mais jovens
MECANISMO

Posterior
Anterior

Abdução
Adução + Flexão
Extensão + Rotação externa
interna
LESÕES ASSOCIADAS

Lesão de Hill-Sachs (40-90%)


LESÕES ASSOCIADAS

Lesão de Hill-Sachs (40-90%)


Fratura-avulsão do tubérculo maior (20-33%)
LESÕES ASSOCIADAS

Lesão de Hill-Sachs
Fratura-avulsão do tubérculo maior
Rotura do manguito (>40a: 40%; >60a: 80%)
LESÕES ASSOCIADAS

Lesão de Hill-Sachs
Fratura-avulsão do tubérculo maior
Rotura do manguito
Axilar (73%)
Lesão neurológica (13-65%)

Plexo
LESÕES ASSOCIADAS

Lesão de Hill-Sachs
Fratura-avulsão do tubérculo maior
Rotura do manguito
Lesão neurológica Raro
Lesão/trombose da A./V. axilar
Oclusão mais comum na inferior Mais idosos
EXAME FÍSICO

SINAL DA DRAGONA
EXAME FÍSICO

Sinal da dragona
Espasmo muscular
Eventualmente, palpa-se a cabeça
Limitação da mobilidade
NEUROVASCULAR
IMAGEM

RX:
AP verdadeiro (no plano da escápula)

30°– 45°

Figura: Rockwood and Green’s Fractures in Adult. 8ª ed. p. 1522


IMAGEM

RX:
AP verdadeiro (no plano da escápula)

Figura: Rockwood and Green’s Fractures in Adult. 8ª ed. p. 1522


IMAGEM

RX:
Perfil escapular
IMAGEM

RX:
Perfil axilar
Redução da luxação glenoumeral
TENDINOPATIAS

Por que não tendinite?

Inflamação Degeneração
CLÍNICA

GRAU I
Dor leve após a atividade
Geralmente na manhã seguinte
CLÍNICA

GRAU II
Dor no início e no fim da atividade
Melhora conforme aquece
CLÍNICA

GRAU III
Dor em repouso e durante atividade
Atrapalha a performance
CLÍNICA

GRAU IV
Ruptura
FISIOPATOLOGIA

Estresse repetitivo

Fatores
Carga excessiva
mecânicos

Contusões

Celular

Fatores
Morfológico
estruturais

Metabólico
FISIOPATOLOGIA

> 40 anos


Fatores
estruturais
Fatores genéticos

Doenças autoimunes
FISIOPATOLOGIA

Doenças endócrinas

Variantes anatômicas
Fatores
estruturais
Quinolonas

Corticoides
FISIOPATOLOGIA

Gesto esportivo

Excesso de carga

Fatores
Erro na rotina de treino
mecânicos

Equipamentos inadequados

Força muscular deficiente


FISIOPATOLOGIA

Fatores
mecânicos

Lesões microscópicas

Fatores
estruturais
Tendinopatia reativa
FISIOPATOLOGIA

Grau I
Tendinopatia reativa

Graus II e III
Adaptação Erro no reparo
(dysrepair)

Recuperação clínica Tendinopatia degenerativa


Intervenção

Grau IV

RUPTURA
EXAME FÍSICO

Dor à palpação
Dor ao movimento resistido
Dor ao alongamento
Espessamento
Edema e crepitação
#CAI NA PROVA
#IMPORTANTE

TENDINOPATIAS
Epicondilite lateral
੦ mais comum do membro superior
੦ cotovelo do tenista (até 40%)
੦ extensor radial curto do carpo
EPICONDILITE LATERAL

TESTE DE COZEN

Figura: BARROS FILHO, T.E.P.; LECH O. Exame Físico em


Ortopedia . 3ª ed. Sarvier: São Paulo, 2001. p. 176
EPICONDILITE LATERAL

TESTE DE MILL

Figura: BARROS FILHO, T.E.P.; LECH O. Exame Físico em


Ortopedia . 3ª ed. Sarvier: São Paulo, 2001. p. 176
TENDINOPATIAS

EPICONDILITE MEDIAL
Cotovelo do golfista
TENDINOPATIAS

MANGUITO
Supraespinal
Comum em nadadores (até 71%)
Cadeirantes (31-73%)
Tênis, baseball
TENDINOPATIAS

CALCÂNEO
Uma das mais comuns nos MMII
Atletas de endurance (50%)
Dançarinos
TENDINOPATIAS

PATELAR
Uma das mais comuns nos MMII
Joelho do saltador
Vôlei, basquete, handeball, futebol
TRATAMENTO

CONVENCIONAL
Repouso ativo
Não imobilizar
Modificação da atividade
Alongamento
TRATAMENTO

CONVENCIONAL
Crioterapia
AINE
Correção do treino
Injeção de corticoide
TRATAMENTO

Exercícios excêntricos: modalidade mais eficaz


TRATAMENTO

Exercícios excêntricos
Tratamento por ondas de choque
Injeções com esclerosantes
Toxina botulínica
Plasma rico em plaquetas
FRATURAS POR ESTRESSE

Ou por fadiga
Falha do osso resultante de carga repetitiva
↑duração
↑intensidade
↑frequência
#PEGADINHA

NÃO CONFUNDA
Fratura por insuficiência
Osso com fragilidade
INSUFICIÊNCIA + FADIGA

TRÍADE DA MULHER ATLETA

Disfunção
menstrual

+
Redução da DMO

+
Baixo aporte
energético
FRATURAS POR ESTRESSE

Corresponde a até 20% das lesões do atleta


Corrida é maior causador (até 69%)
FRATURAS POR ESTRESSE

OSSOS MAIS AFETADOS


Tíbia (33%)
Tarso (20%)
Metatarso (20%)
FATORES DE RISCO

Atletas profissionais
Mulheres
Militares
Pessoas com baixo envolvimento em atividade
esportiva que decidem se tornar atletas
FATORES DE RISCO

Corredores > 40 km/sem


> 5 horas de treino/dia
História prévia de fratura por estresse
Tabagismo
CLÍNICA

Dor localizada durante e após treino


Dói à palpação local
DIAGNÓSTICO

RX
Primeiro exame
Traço incompleto
DIAGNÓSTICO

RNM
Feita quando RX normal
Padrão-ouro
Sensibilidade 100%
Especificidade 85%
DIAGNÓSTICO

USG
Portátil
Melhor para ossos mais superficiais
Operador dependente
DIAGNÓSTICO

CINTILOGRAFIA ÓSSEA
Teve muita importância no passado
Alta sensibilidade
Especificidade de 40%
TRATAMENTO

FRATURAS DE ALTO RISCO


Progressão do traço
Retardo de união e não união
Recuperação lenta
TRATAMENTO

FRATURAS DE ALTO RISCO


Alta tensão
Má vascularização
TRATAMENTO

FRATURAS DE ALTO RISCO


Colo femoral (lado lateral)

Medial
(compressão)

Figura: Rockwood and Green’s Fractures in Adults. 8ª ed. p. 2058


TRATAMENTO

FRATURAS DE ALTO RISCO


Colo femoral (lado lateral)
Patela
Face anterior da tíbia
Maléolo medial
TRATAMENTO

FRATURAS DE ALTO RISCO


Tálus
Navicular
5º metatarso
Sesamoides do halux
TRATAMENTO

FRATURAS DE BAIXO RISCO (MAIS COMUNS):


Posteromedial na tibia
Calcâneo
3º e 4º MTT
Colo femoral (medial)
TRATAMENTO

Correção da atividade física


Corrigir distúrbios nutricionais e endócrinos
Balancear força muscular
Restringir carga
TRATAMENTO

IMOBILIZAÇÃO E RESTRIÇÃO TOTAL DA CARGA


Fraturas de alto risco
Fraturas de baixo risco completas
e sem desvio
TRATAMENTO

OSTEOSSÍNTESE
Fraturas de baixo risco no lado de forças tensionais
Fraturas com desvio
Algumas fraturas de alto risco: colo femoral, 5º
MTT, no corpo do navicular (ou bicortical)
TRATAMENTO

OSTEOSSÍNTESE
Falha no tratamento não cirúrgico
Necessidade de retorno rápido ao esporte

Figura: Rockwood and Green’s Fractures in Adults. 8ª ed. p. 2058


QUAL O PROTOCOLO UTILIZADO PARA
TRAUMAS DAS EXTREMIDADES NO
ESPORTE? O QUE SÃO E QUAIS SÃO
OS CRITÉRIOS DE OTTAWA? QUAL A
DIFERENÇA ENTRE FRATURA POR
INSUFICIÊNCIA E FRATURA POR
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