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TRAUMATISMO

RAQUIMEDULAR
TRM

PROF° LEANDRO LIMA


CURSO DE FISIOTERAPIA

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TRM – TRAUMATISMO RAQUI-MEDULAR

•Lesão Traumática da
raqui(coluna) e medula espinal
resultando algum grau de
comprometimento temporário ou
permanente das funções
neurológicas
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TRAUMATISMO
RAQUIMEDULAR
MEDULA ESPINHAL
 Via de comunicação entre o cérebro X corpo

Lesões podem trazer:


 déficits: sensitivos, motores

 Alterações: viscerais, sexuais e tróficas


TRAUMATISMO
RAQUIMEDULAR
 Lesões cervicais são as de maior
gravidade, causam diminuição temporária
ou permanente da qualidade de vida,
sendo a principal causa de sequelas.

 Lesões simultâneas, com trauma torácico


e abdominal, ou lesões vasculares,
associadas a fraturas da coluna vertebral.
TRAUMATISMO
RAQUIMEDULAR

 Lesões medulares são mais comuns em adolescentes e


adultos jovens entre 15 aos 30 anos, correspondendo a 60%
dos casos

 Lesões em crianças são mais raras, apenas 5% . Devido à


maior flacidez dos ligamentos associada à imaturidade da
musculatura e da formação cartilaginosa dos ossos.
COLUNA VERTEBRAL

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COLUNA VERTEBRAL

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A primeira vértebra cervical é também, denominada de
ATLAS por sustentar o peso da cabeça. Atlas foi um dos
Titans na mitologia grega que foi castigado por Zeus e
obrigado a carregar a terra em seus ombros.
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COLUNA VERTEBRAL

Medula
C1 a L1 ou L2

L3 ....Cauda eqüina
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MEDULA ESPINAL

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TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR

 TRM representa um problema epidêmico


no mundo.
 Quadros muito graves com alta
mortalidade
 Incidência crescente
 Atendimento de Urgência e especializado
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TRM

 Maior causa é o acidente de trânsito –


50%
 Homem jovem 25 a 35 anos
 Brasil - 70 a 90 casos/100.000 habitantes
 Mortalidade – 30% no local
10% 1° ano
50% tetraplégicos
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 Principais Causas
 Acidente de carro - Chicote
 Mergulho em águas rasas
 PAF
 PAB
 Quedas
 Esportes

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TRM – TRAUMATISMO RAQUI-MEDULAR

Mecanismos de trauma
•Os traumas fechados geralmente são
uma combinação de forças de contusão,
compressão, rotação e tração
•Locais mais comuns – C5-6-7 e T11-12
e L1
•Cervicais altas, torácicas puras e
lombares são menos frequentes 15
FISIOPATOLOGIA

 TRAUMA FECHADO
 Afeta mais os segmentos móveis cervicais e lombares
 O comprometimento neurológico é secundário a
patologia da raquis

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FISIOPATOLOGIA

 TRAUMA FECHADO
 Fratura cervical
 Angulação aguda do pescoço por flexão e extensão violenta.
 Acidente automobilístico e mergulho

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FISIOPATOLOGIA
 TRAUMA FECHADO
 Fratura Torácica
 Rara devido proteção de caixa torácica
 Tóraco Lombar
 Comum. Quedas com impacto dos pés e região glútea
 Lombar baixa
 Os traumas produzem ruptura de discos
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TRAUMATISMO
RAQUIMEDULAR
ESCALA DE COMPROMETIMENTO:
ASIA – American Injury Association:

A (completa): nenhuma função motora ou sensorial nos segmentos S4- S5


B (incompleta): Função sensorial preservada , sem função motora abaixo da
lesão, incluindo S4 – S5.
C (incompleta): função motora preservada abaixo do nível neurológico, e
músculos chaves cm grau de força menor que 3.
D (incompleta): função motora preservada abaixo da lesão e metade dos
músculos com grau 3 ou mais de força.
E (normal): As funções motoras e sensitivas estão normais
TRAUMATISMO
RAQUIMEDULAR
SÍNDROMES CLÍNICAS

BROWN-SEQUARD: ocorre uma hemissecção da


medula, devido a ferimentos por penetração (arma de
fogo e branca)

Características clínicas são assimétricas:


 Ipsilateral: perda da sensibilidade, diminuição
dos reflexos, clônus, perda da propriocepção,
sinestesia e palestesia.

 Contralateral: perda da sensibilidade dolorosa e


térmica.
TRAUMATISMO
RAQUIMEDULAR
SÍNDROME ANTERIOR DA MEDULA ESPINHAL:
Relaciona-se com lesão em flexão cervical com danos da
porção anterior da medula ou obstrução do fluxo da artéria
espinhal anterior. Consequências de fraturas, deslocamentos
ou protrusões discais.

PODE OCASIONAR:
 Perda da função motora
 Perda da sensibilidade à dor e à temperatura
 Propriocepção, sinestesia e palestesia (preservado)
TRAUMATISMO
RAQUIMEDULAR
SÍNDROME POSTERIOR DA MEDULA ESPINHAL:
Seu quadro clinico abrange:
 Preservação da função motora, sensação dolorosa e toque
leve
 Perda de propriocepção, sinestesia e palestesia

 Perda de tato epicrítico

 Marcha com base alargada e batida de calcanhar (marcha


tabética)
O SULLIVAN, 2012
TRAUMATISMO
RAQUIMEDULAR

AACD
TRAUMATISMO
RAQUIMEDULAR
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
CHOQUE MEDULAR: período de depressão reflexa, devido desconexão
abrupta de conexões de centros superior e inferior.
 Anestesia superficial e profunda
 Paralisia flácida
 Arreflexia superficial, profunda
 Arreflexia vesical
 Ausência do reflexo bulbocavernoso
 Atonia intestinal
 Ausência de ereção e ejaculação
 Amenorréia AACD
TRAUMATISMO
RAQUIMEDULAR
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:

RETORNO DA ATIVIDADE MEDULAR REFLEXA:


➢ Lesão de neurônio motor inferior:

▪ Paralisia
▪ Flacidez
▪ Arreflexia
▪ Atrofia muscular
▪ Anestesia
AACD
TRAUMATISMO
RAQUIMEDULAR
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

DISFUNÇÃO NEUROGÊNICA DE BEXIGA

➢ Lesão acima do cone medular (NMS): bexigas reflexas ou espárticas.

➢ Lesão abaixo do cone medular no centro reflexo da micção – S3/S4/ cone


medular(NMI): bexiga flácida

Complicações urológicas:
 Cálculos vesicais
 Hidronefrose
 Dissinergia vésico- esfincteriana
 Insuficiência renal

AACD
TRAUMATISMO
RAQUIMEDULAR

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
COMPLICAÇÕES UROLÓGICAS
TRAUMATISMO
RAQUIMEDULAR

PREVENÇÃO:
 Sonda de alívio

AACD
TRAUMATISMO
RAQUIMEDULAR
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:

COMPLICAÇÕES UROLÓGICAS
➢ Alteração sexual:
Masculina: disfunção erétil
ejaculação retrógrada
infertilidade

Feminina: secura vaginal


AACD
TRAUMATISMO
RAQUIMEDULAR

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:

DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS
▪ Hipotensão ortostática
▪ Trombose venosa profunda

AACD
TRAUMATISMO
RAQUIMEDULAR
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:

DISTÚRBIOS OSTEO-ARTICULARES

 Osteoporose
 Fratura
 Hipodensidade mineral óssea
 Deformidades
 Calcificação heterotópica
AACD
TRAUMATISMO
RAQUIMEDULAR
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:

ÚLCERAS DE PRESSÃO:
Fatores causais:
 Imobilidade
 Deformidades
 Estado nutricional baixo
 Distúrbios esfincteriano (umidade)

AACD
TRAUMATISMO
RAQUIMEDULAR

ÚLCERAS DE PRESSÃO:

AACD
TRAUMATISMO
RAQUIMEDULAR
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:

COMPROMETIMENTO RESPIRATÓRIO
 Broncopneumonia
 Embolia pulmonar
 Paralisia de músculos intercostais
 Alteração postural de diafragma (desvantagem biomecânica)
 Alteração do padrão respiratório
TRAUMATISMO
RAQUIMEDULAR

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
ESPASTICIDADE: Ocorrência após fase de choque medular
 Hipertonicidade
 Clônus
 Reflexos de estiramentos hiperreflexos
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MECANISMO DE TRAUMA RAQUI-MEDULAR COM
FRATURA

As lesões ocorrem por:


-Flexão, extensão, rotação, compressão
por impacto axial ou combinação desses
mecanismos.
-Achatamento
-Fratura cominutiva
-Fratura luxação – articulação
intervertebral e pedículos
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FRATURA COMPRESSÃO TORÁCICA BAIXA

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FRATURA COM LUXAÇÃO COMPLETA –
TORÁCICA BAIXA

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LESÕES - COLUNA

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MECANISMO DE TRAUMA RAQUI-MEDULAR
PENETRANTE

•Perfuração da coluna (arma branca, tiro


ou estilhaço de bomba na coluna)
•Lesão medular completa ou incompleta,
associada ou não a lesão dos nervos
espinhais e/ou tronco dos plexos
nervosos.
•Quadro neurológico é variável.
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•SUSPEITAR DE TRM NOS SEGUINTES CASOS:

· MECANISMO DE LESÃO SUGESTIVO (CAUSAS DE TRM),


MESMO SEM SINTOMAS POLITRAUMATIZADO.
· VÍTIMAS INCONSCIENTES QUE SOFRERAM ALGUM TIPO
DE TRAUMA.
· DOR OU DEFORMIDADE EM QUALQUER REGIÃO DA
COLUNA VERTEBRAL.
· TRAUMATISMO FACIAL GRAVE OU TRAUMATISMO DE
CRÂNIO FECHADO.
· "FORMIGAMENTO" (ANESTESIA) OU PARALISIA DE
QUALQUER PARTE DO CORPO ABAIXO DO PESCOÇO.
· MERGULHO EM ÁGUA RASA 46
GRAVIDADE DO TRAUMA

 DEPENDE SE A MEDULA É ATINGIDA


 Lesão medular cervical é a mais comum – 2/3
 C4 a C7 – mais vulnerável a lesão
 Torácica - proteção de costelas
 Toracolombar – T11,T12 e L1
 Lesão estável ou instável
 Difícil de avaliar no pré hospitalar.
 Considerar toda lesão instável até se prove o contrario

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SINAIS

 Deformidade
 Inchaço
 Laceração ou contusão
 Paralisia ou anestesia
 Incontinência
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SINTOMAS

 Dor
 Formigamento, amortecimento ou
fraqueza
 Dor com movimentação
 Dificuldade de respirar
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TIPOS DE LESÃO

 Partes moles
 Lesão óssea(coluna) sem lesão
medular
 Lesão óssea (coluna) com lesão
medular incompleta
 Lesão óssea (coluna) com lesão
medular completa
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TRM

 Paraplegia – paralisia de ambas as pernas


 Quadriplegia ou Tetraplegia – paralisia
de ambos os braços e pernas
 Hemiplegia – paralisia do braço e perna
do mesmo lado
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TRATAMENTO

 Restaurar vias aéreas


 Ventilação adequada
 Controle de hemorragia
 Atenção ao choque medular ou neurogênico –
hipotensão, bradicardia, vasodilatação
 Imobilização antes mesmo de qualquer mobilização

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TRATAMENTO

 Todos pacientes com suspeita de TRM devem


receber O2
 Lesões cervicais e torácicas podem causar
paralisia da musculatura da parede torácica e a
respiração ser apenas diafragmática
 Encaminhar a centro especializado

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TRM

 Complicações
 Precoces
 Depende da gravidade da lesão
 Mais freqüente – cervical ou torácica alta

 Insuficiência respiratória
 Choque neurogênico
 Tardias – Seqüelas neurológicas graves
 Infecção
 Escaras
 Espasticidade
 Bexiga neurogênica
 Dor cronica
 Rigidez articular 56
 Tromboses
TRM

 PREVENÇÃO
 IMOBILIZAÇÃO
 TRANSPORTE
 CENTRO MÉDICO
ADEQUADO
 REABILITAÇÃO

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TRAUMATISMO
RAQUIMEDULAR
TRM

PROF° LEANDRO LIMA


CURSO DE FISIOTERAPIA

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