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PORQUE: musica e jogos pedagógicos?

Porque a pedagogia moderna enfoca o valor do lúdico na educação. O “lúdico” nada


mais é do que a atividade que nos dá alegria e prazer de realizar. Está socialmente ligada a
jogos, brincadeiras e divertimentos. “Musica e Jogos Pedagógicos” facilitará a aprendizagem
do aluno. Pensando dessa forma nossa proposta é desenvolver jogos pedagógicos
estratégicos com brincadeiras infantis aos alunos da rede de ensino municipal e estadual nas
unidades de ensino de todo o país, como ferramenta de apoio ao desenvolvimento
educacional. Os jogos educacionais são importantes exercícios intelectuais. É uma distração
sadia, que leva a criança ao treinamento da memória, à reflexão, melhorando a sua aplicação
nos estudos. Com os jogos se prende a atenção, obriga a concentrar-se, a refletir e ter mais
rapidez de raciocínio. Muitos alunos encontram no jogo de damas, de xadrez, por exemplo, um
meio de desenvolver sua criatividade, destacando seus potenciais intelectuais, que às vezes,
demorariam muito para se desenvolver pela falta de estímulo. A promoção de uma grande
brincadeira dentro da sala de aula, onde o aluno, brincando, estará desenvolvendo inúmeras
faculdades do ser humano de grande estímulo ao desenvolvimento educacional, como:
 Concentração;  Cálculo;
 Memória;  Imaginação;
 Visualização (poder de visão);  Precisão;
 Reflexo;  Perseverança;
 Raciocínio lógico;  Cautela;
 Paciência (calma);  Criação;
 Associação;  Rapidez de raciocínio;

Dentro dessa grande brincadeira os jogos educacionais estrategicamente aplicados


auxiliarão os alunos de forma contundente o despertar e o desenvolvimento de diversas
características benéficas à formação do caráter do ser humano. Ainda teremos no aspecto
escolar o despertar e desenvolvimento de importantes bases comportamentais e educacionais
no aluno. “Musica e Jogos Pedagógicos” com atividades lúdicas dos jogos intelectuais de
estratégias, dentro das unidades de ensino da rede estadual e municipal de forma recreativa,
visará desenvolver melhores capacidades individuais que auxiliem no seu desempenho
educacional. As aulas serão ministradas em local próprio, onde as atividades estarão
organizadas em ordem de grau de dificuldade para que o aluno vença as barreiras propostas
pelo projeto. Os jogos na modalidade fácil, médio e difícil serão aplicados de acordo com a
visita do aluno. Os professores, diretores e inclusive os próprios pais poderão encaminhar
alunos, desde que preencha ficha de visita relacionando o problema do aluno ou o motivo da
sua visita, sendo que na primeira visita será aplicada uma sondagem para avaliação da
atividade que deverá desenvolver no projeto, qual exercício ou brincadeira ou jogo e qual nível
de dificuldade deverá enfrentar, sendo analisado por monitores treinados que deverão a cada
visita emitir parecer através de relatório com sua avaliação. As atividades e matérias propostas
para ensinamento e desenvolvimento dos jogos educativos terão como estratégia
complementar alguma dificuldade que o aluno apresentar nas matérias curriculares que
estiverem cursando para conjugar fielmente com as diretrizes educacionais propostas. O
estímulo das inúmeras faculdades do ser humano em milhares de crianças, adolescentes e
jovens. A integração e interação de forma lúdica com adesão total dos alunos, já que nada terá
o teor de obrigação, e sim, teor de brincadeira, teor lúdico. O aprendizado do sentido do
comportamento do aluno que será obrigado a familiarizar com as regras de cada jogo ou
brincadeira, aprenderá conviver melhor com limitações educacionais, sugeridas por
professores, pais ou responsáveis. A sociabilidade dos alunos introduzindo consciência da
existência de diversas raças, classes sociais, dentre outras diferenças, verão que essas
diferenças não interferem positivamente em nenhum resultado. A diminuição da agressividade,
visto que, com as aulas todas programadas e preparadas com tal objetivo os alunos
aprenderão desenvolver a paciência para obter resultados com a obediência das regras do
jogo. O método de ensino aplicado nas aulas desse projeto será baseado em experiências
significativas que envolvam a forma integrada do pensar desenvolvido a partir da avaliação de
cada aluno até à sistematização do conhecimento. O trabalho privilegiará o dialogo entre o
monitor e o aluno, buscando sempre alcançar os objetivos estabelecidos. Profissionais da área
educacional, comprometidos com a qualidade da sua prática pedagógica, reconhecem a
importância do jogo como um veículo para o desenvolvimento social, emocional e intelectual
dos alunos. O jogo não é simplesmente um “passatempo” para distrair os alunos, ao contrário,
corresponde a uma profunda exigência do organismo e ocupa lugar de extraordinária
importância na educação escolar. Estimula o crescimento e o desenvolvimento, a coordenação
muscular, as faculdades intelectuais, a iniciativa individual, favorecendo o advento e o
progresso da palavra. Estimula a observar e conhecer as pessoas e as coisas do ambiente em
que se vive. Através do jogo o indivíduo pode brincar naturalmente, testar hipóteses, explorar
toda a sua espontaneidade criativa. O jogar é essencial para que a criança manifeste sua
criatividade, utilizando suas potencialidades de maneira integral. Somente sendo criativo que a
criança descobre seu próprio eu. O jogo cria uma situação de regras que proporcionam uma
zona de desenvolvimento proximal no aluno. Assim “comporta-se de forma mais avançada do
que nas atividades da vida real e também aprende a separar objeto e significado”. Vários tipos
de jogos existem entre eles jogos motores (correr, saltar), jogos intelectuais (damas, xadrez,
etc.), jogos competitivos e jogos de cooperação. O jogo dramático se diferencia dos outros
jogos porque envolve representação dramática, envolve personagens e sentimentos. Jogar
significa alegria, divertimento, entusiasmo, confiança, aprendizagens e desenvolvimentos. A
ação, durante o movimento do jogo, provoca espontaneidade. Isto causa estimulação suficiente
para que o aluno transcenda a si mesmo. Ele é libertado para penetrar no ambiente, explorar,
aventurar e enfrentar sem medo todos os perigos. Dessa experiência integrada, surge o aluno
ativo e participativo dentro de um ambiente total, e aparece o apoio e a confiança que permite a
ele desenvolverem qualquer habilidade necessária para a comunicação dentro do jogo. Os
jogos proporcionam a criança adquirir o domínio da comunicação com os outros. Existem no
uso dos jogos dois aspectos primordiais, um referente à afetividade expressa durante a ação e
outro referente aos aspectos cognitivos, no qual o jogo proporciona avanços nos processos de
aprendizagem e desenvolvimento. O desenvolvimento da espécie humana está baseado no
aprendizado que, sempre envolve interferência, direta ou indireta, de outros indivíduos e a
reconstrução pessoal da experiência e dos significados. Temos o que chamamos de funções
psicológicas superiores ou processos mentais superiores, isto é, aquelas funções mentais mais
complexas, típicas do ser humano, que envolvem o controle consciente do comportamento,
como percepção, atenção e memória, que não estão presentes no ser humano desde o seu
nascimento (as outras funções psíquicas elementares são aquelas que representam os
mecanismos mentais mais simples como as ações reflexas, as reações automáticas ou os
processos de associação simples). O ser humano possui as funções psicológicas (processos
mentais) elementares, que nasce consigo. São simples, como as ações reflexas, as reações
automáticas e os processos de associação simples, como exemplo. O Ser humano possui
também as funções psicológicas (processos mentais) superiores, funções mais complexas, que
envolvem o controle consciente do comportamento, como a percepção, atenção e memória,
capacidade de planejamento, memória voluntária, imaginação, como exemplo, que não estão
presentes no ser humano desde o seu nascimento. Esses processos mentais (funções
psicológicas) são considerados sofisticados e superiores porque se referem a mecanismos
intencionais, ações conscientes controladas, processos voluntários que dão ao indivíduo a
possibilidade de independência em relação às características do momento e espaço presente.
Muitos de seus conceitos são importantes para o entendimento da aprendizagem humana e
consequentemente, muito contribuíram para a educação, enriquecendo as práticas
pedagógicas. Como processo de aprendizagem têm a ideia do simples “estímulo-resposta” e a
ideia mais complexa da mediação, onde o processo deixa de ser direto e passa a ser
intermediado por um elemento. A mediação é de fundamental importância justamente porque é
através desse processo que as funções psicológicas superiores, especificamente humanas, se
desenvolvem. A criança em cada momento de seu desenvolvimento tem um nível de
desenvolvimento real e um nível de desenvolvimento potencial. O primeiro representa a
capacidade que a criança tem de realizar tarefas de forma independente. O nível de
desenvolvimento potencial seria sua capacidade de desempenhar tarefas com ajuda de adultos
ou de amigos mais capazes. À distância entre esses dois níveis é a zona de desenvolvimento
proximal. Interferindo nessa zona, um educador estará contribuindo para movimentar os
processos de desenvolvimento das funções mentais complexas da criança. É nessa zona que
a interferência é mais transformadora. Esse conceito sob a ótica da educação escolar é
importante, pois sendo o aprendizado que impulsiona o desenvolvimento, a escola tem um
papel fundamental na construção do ser psicológico adulto de nossas sociedades mais
organizadas e coerentes. Há tarefas que uma criança não é capaz de realizar sozinha, mas
que se torna capaz de realizar se alguém lhe der instruções, fizer uma demonstração, fornecer
pistas, ou der assistência durante o processo. A zona de desenvolvimento proximal refere-se,
assim, ao caminho que o indivíduo vai percorrer para desenvolver funções que estão em
processos de amadurecimento e que se tornarão funções consolidadas, estabelecidas ao seu
nível de desenvolvimento real. A zona de desenvolvimento proximal é um domínio psicológico
em constante transformação: aquilo que uma criança é capaz de fazer com a ajuda de alguém
hoje, ela conseguirá fazer sozinha amanhã. O processo de ensino e aprendizagem na escola
deve ser construído, então, tomando como ponto de partida o nível de desenvolvimento real da
criança, num dado momento e com sua relação a um determinado conteúdo a ser
desenvolvido, e como ponto de chegada os objetivos estabelecidos pela escola, supostamente
adequados à faixa etária e ao nível de conhecimentos e habilidades de cada grupo de crianças.
O percurso a ser seguido nesse processo estará demarcado pelas possibilidades das crianças,
isto é, pelo seu nível de desenvolvimento potencial. O uso dos jogos proporciona ambientes
desafiadores, capazes de “estimular o intelecto” proporcionando a conquista de estágios mais
elevados de raciocínio. Isto quer dizer que o pensamento conceitual é uma conquista que
depende não somente do esforço individual, mas principalmente do contexto em que o
indivíduo se insere. Comparada com a situação escolar, a situação do jogo parece pouco
estruturada e sem uma função explícita na promoção de processos de desenvolvimento, mas
sabemos que o jogo é essencial como recurso pedagógico, pois no brincar a criança articula
teoria e prática, formula hipóteses e as experiências, tornando a aprendizagem atrativa e
interessante. Se o aprendizado impulsiona o desenvolvimento, então a escola tem um papel
essencial na construção do ser psicológico adulto dos indivíduos que vivem em sociedades
escolarizadas. Para a criança que frequenta a escola, o aprendizado escolar é elemento central
no seu desenvolvimento. Tanto pela criação de situações imaginárias, como pela definição de
regras específicas, o jogo cria uma zona de desenvolvimento proximal na criança. No jogo a
criança comporta-se de forma mais avançada do que nas atividades da vida real e também
aprende a separar objeto e significado. Existe a trajetória do pensamento desvinculado da
linguagem e a trajetória da linguagem independente do pensamento. Analisamos o aspecto
cognitivo do uso dos jogos em sala de aula e sua importância para os processos de
aprendizagem e desenvolvimento. Concluímos que o jogo atua na zona de desenvolvimento
proximal realizando um intercâmbio entre a zona de desenvolvimento real, a qual abrange as
aprendizagens já consolidadas, à zona de desenvolvimento potencial, que representa as
aprendizagens que ainda vão se consolidar. Nesta perspectiva, o jogo é fundamental para que
os processos de desenvolvimento se efetivem, resultando em saltos nos processos de
aprendizagem e desenvolvimento, pois um está relacionado e articulado ao outro. No próximo
momento, analisaremos o aspecto afetivo da utilização dos jogos enfatizando sua importância
para a aprendizagem e o desejo em buscar cada vez mais conhecimentos. Ao relatarmos
sobre aprendizagem, desenvolvimento, processos de interação, educação escolar não pode
deixar de mencionar sobre a vontade de aprender, o desejo em buscar e realizar a construção
do conhecimento o acreditou que pode ser resgatado através dos jogos em sua dimensão
afetiva. Sucesso e fracasso escolar estão diretamente relacionados com essa vontade de
aprender. A educação escolar deve objetivar manter seus alunos em situação de constantes
aprendizagens, mas muitas vezes a correria do dia-a-dia acaba por abafar esse processo e
torna o prazer pelo aprender cada vez mais complicado, deixando espaço para o fracasso na
aprendizagem. Ao desenvolver em sala de aula um trabalho com jogos está não só
desenvolvendo os aspectos cognitivos das crianças, mas passando também a enfatizar os
aspectos afetivos que são resgatados durante um momento lúdico (jogos e brincadeiras). É
interessante observar que o ensino sistemático não é o único fator responsável por alargar
horizontes na zona de desenvolvimento proximal. Ele considera o brinquedo uma importante
fonte de promoção de desenvolvimento. Afirma que, apesar do brinquedo não ser o aspecto
predominante da infância, ele exerce uma enorme influencia no desenvolvimento infantil. Para
trabalhar com os jogos em todas as suas dimensões, tanto cognitivas quanto afetivas,
traçamos e definimos os objetivos que se quer alcançar, para não ficar um momento solto e
sem significado dentro da sala de aula. Estamos então, interligando a educação escolar com a
apropriação de conhecimentos, o que resultaria em processos de aprendizagem e
desenvolvimento. Assim ao trabalharmos com os aspectos afetivos que norteiam o processo de
aprendizagem poderemos buscar através de atividades significativas o sucesso escolar. Os
“aspectos emocionais estariam ligados ao desenvolvimento afetivo e sua relação com a
construção do conhecimento e a expressão deste através da produção escolar. Remete aos
aspectos inconscientes envolvidos no ato de aprender.” Ao ensinar com carinho e respeito às
individualidades e potencialidades estaremos mais próximo de prevenir os fracassos escolares.
É ampliar a saúde educacional, é dar sentido ao que é realmente significante para quem quer
aprender. O jogo na sala de aula resgata nas crianças o gosto pelo aprender, à vontade pela
busca de conhecimento. Consideramos que através de jogos isso se processaria mais
facilmente. Observar a criança como um sujeito pensante, orgânico, corporal, intelectual e
simbólico é ponto de partida para uma nova concepção de aprendizagem, aquela que
realmente buscará o sucesso. Investigar, pesquisar, propor e mediar situações de jogos em
sala de aula ocasiona momentos de afetividade entre a criança e o aprender, tornando a
aprendizagem formal mais significativa e prazerosa. “Descobrir o que a criança sabe e gosta de
fazer produz uma relação na qual ela era capaz. É possível intensificar a problematização por
pior que sejam as dificuldades econômicas, intelectuais ou afetivas por que passam algumas
crianças.” A construção de um espaço de jogo, de interação e de criatividade proporciona o
aprender com seu objetivo máximo, com sentido e significado, no qual o gostar e o querer
estarão sempre presentes. O jogo faz parte de outra importante dimensão da aula a qual
denominamos amplamente de ‘movimento lúdico’. O lúdico permite que a criança explore a
relação do corpo com o espaço, provoca possibilidades de deslocamento e velocidade, ou cria
condições mentais para sair de enrascadas. Quando os problemas de aprendizagem ou
fracassos escolares ocorrem devido à anulação das capacidades e o bloqueio das
possibilidades de aprendizagem a construção de situações mais significantes de ensino podem
auxiliar na busca pelo sucesso escolar. Analisar este aspecto nos permite compreender que as
dificuldades não se encontram apenas nas crianças, mas também na estrutura educacional em
que se está inserido, temos que compreender essas dificuldades como a articulação entre o
estrutural e o dinâmico. Um aspecto da educação escolar que proporcionaria o sucesso escolar
é o resgate do jogo, proporcionando um ambiente de amor, nas relações entre criança,
conhecimento, meio, aprendizagem e educadores. Trabalhar com a dimensão lúdica é muito
mais do que brincar com as crianças é proporcionar espaços onde seus desejos e sentimentos,
ou seja, sua afetividade esteja presente. O que proporcionaria para a aprendizagem um
significado ainda maior. O movimento lúdico proporciona compreender os limites e as
possibilidades da assimilação de novos conhecimentos pela criança. Esta situação “desenvolve
a função simbólica e a linguagem, e trabalha com os limites existentes entre o imaginário e o
concreto e vai conhecendo e interpretando os fenômenos a sua volta.” Ao negar-se a aprender
ou rejeitar a aprendizagem, a criança se negará a participar do seu processo de
desenvolvimento, o que dificultará cada vez mais as assimilações no processo educativo. O
jogo seria então a articulação entre o desejo, a afetividade, e inteligência e os processos de
apropriação do conhecimento e avançar das zonas de desenvolvimento. Momentos de
aprendizagem significativa que proporcionem processos de desenvolvimento ressaltariam o
valor do sucesso escolar como algo verdadeiro e realmente importante para a criança. A
interação e os processos de construção dos conhecimentos adquiridos são fundamentais para
alcançarmos o significado da educação escolar para as crianças, levando ao prazer pelo
aprender quando se deparam ao domínio do estudado. E, o uso dos jogos pode auxiliar todo
esse processo, tanto no aspecto cognitivo quanto no aspecto afetivo. Portanto, é no jogo que
se cria, antecipa e inquieta, assim, transforma-se, levanta-se hipóteses e traça estratégias para
a busca de soluções. No jogar o desejável passa a ser algo obtido através da sua imaginação
na qual o abstrato se concretiza e resulta no processo de construção do conhecimento. As
situações de jogos atuam no imaginário e estabelecem regras, o que proporciona
desenvolvimentos na medida em que impulsionam conceitos e processos em desenvolvimento.
Analisamos então, os jogos como estratégia de ensino, na qual ao agir a criança projeta seus
sentimentos, vontades e desejos, buscando assim a afetividade na aprendizagem. Acreditamos
que os jogos podem também resgatar o desejo pela busca de conhecimento e tornar a
aprendizagem prazerosa, na qual a criança passe a gostar cada vez mais de aprender. A
história do Jogo de Damas envolve 40 séculos de evolução. Sofreu inúmeras mudanças em
seu formato. Suas regras foram se adaptando a novas culturas até chegar ao formato atual,
ganhando adeptos no mundo todo. A importância da aprendizagem e da prática deste jogo na
infância e adolescência vem sendo comprovada por inúmeras pesquisas, tanto nos países
desenvolvidos quanto nos países de terceiro mundo. Esta atividade favorece o
desenvolvimento mental das crianças, além de lhes impor uma disciplina atrativa e agradável,
aumentando suas capacidades de cálculo, raciocínio, também de concentração. Além disso,
quando este jogo é introduzido nas classes de baixo rendimento escolar, auxilia o
desenvolvimento no sentido da autoconfiança, visto que apresenta uma situação na qual os
alunos têm a oportunidade de descobrir uma atividade onde podem se destacar e,
paralelamente, progredir em outras disciplinas acadêmicas. O imenso mérito deste jogo é que
ele responde a uma das preocupações fundamentais do ensino moderno, ou seja, o de
propiciar a possibilidade a cada aluno de progredir segundo seu próprio ritmo, valorizando
assim, a motivação pessoal. O jogo de damas não é apenas uma distração. É, além disso, um
importante exercício intelectual, com todos os tipos de combinações de uma complexidade
incomparável. Ele constitui uma distração sadia, que leva a criança ao treinamento da
memória, à reflexão, melhorando a aplicação nos estudos. É uma prática que prende a
atenção, obriga a concentrar-se, a refletir muito e ter mais rapidez de raciocínio. Muitos alunos
encontram neste jogo um meio de desenvolver sua criatividade, ou pelo menos, desenvolvem
seu potencial intelectual, que às vezes, demoraria muito para se desenvolver pela falta de
estímulos adequados. Que a criança gosta de jogar, isto é evidente, mas jogar na classe
aumenta o prazer... O tempo passa sem que ela perceba! É preciso que durante o primeiro ano
os alunos não joguem realmente, mas aprendam as regras, familiarizem-se com o tabuleiro,
descubram seus aspectos físicos e sua geometria, procurem a solução de pequenos
problemas, sigam uma progressão bem estável, comecem a imitar as figuras e posições
sugeridas. Daí, eles mesmos criarão as novas posições, baseados nos ensinamentos. A
importância da aprendizagem e da prática deste jogo na infância e adolescência vem sendo
comprovada por inúmeras pesquisas, tanto nos países desenvolvidos quanto nos países de
terceiro mundo. Esta atividade favorece o desenvolvimento mental das crianças, além de lhes
impor uma disciplina atrativa e agradável, aumentando suas capacidades de cálculo, raciocínio
e, também de concentração. Além disso, quando este jogo é introduzido nas classes de baixo
rendimento escolar, auxilia o desenvolvimento no sentido da autoconfiança, visto que
apresenta uma situação na qual os alunos têm a oportunidade de descobrir uma atividade onde
podem se destacar e, paralelamente, progredir em outras disciplinas acadêmicas. O imenso
mérito deste jogo é que ele responde a uma das preocupações fundamentais do ensino
moderno, ou seja, o de propiciar a possibilidade a cada aluno de progredir segundo seu próprio
ritmo, valorizando assim, a motivação pessoal. Do ponto de vista pedagógico é inegável que
esse esporte estimula pelo menos cinco capacidades do desenvolvimento cognitivo:
a) raciocinar na busca dos meios adequados para alcançar um objetivo;
b) organizar uma variedade de elementos para uma finalidade;
c) imaginar concretamente situações futuras próximas;
d) prever as prováveis consequências de atos próprios e alheios e
e) tomarem decisões vinculadas à resolução de problemas.

RESUMO
Refere-se a pesquisa realizada pelas autoras no programa de Iniciação Científica em que se
objetivou investigar a função que tem sido atribuída ao brinquedo por professoras de creches e
pré-escolas do município, analisar as concepções que tem as professoras sobre a função do
brinquedo para o desenvolvimento infantil, identificar no programa de formação continuada das
instituições os espaços reservados para estudos sobre os jogos e a ludicidade bem como
observar, caracterizar e analisar os usos dos brinquedos e brincadeiras no dia-a-dia das
creches e pré-escolas. O trabalho aponta as possibilidades que tem as brincadeiras para o
desenvolvimento dos processos de ensinar e aprender e revelam os espaços e tempos
destinados pelas professoras e pelas escolas as atividades lúdicas cotidianamente. Dessa
forma produz a reflexão sobre o brinquedo compreendendo-o como atividade fundamental da
infância que tem um papel primordial no seu desenvolvimento, uma vez que está na gênese do
pensamento e, portanto implica na possibilidade de criar e transformar o mundo. No mundo
atual, o crescimento acelerado e desordenado das cidades, a crescente participação da mulher
no mercado de trabalho com consequentes modificações na organização familiar – somada à
desqualificação do lúdico, do tempo livre e de lazer pela sociedade capitalista, vem retirando
das crianças os espaços e os tempos que eram de brincar. Como resposta a esta formação
socioeconômica e políticas, amplia-se a criação de creches e pré-escolas reconhecidas como
espaços socioeducativos na primeira etapa da educação básica. Nas creches e pré-escolas
têm-se notado a dificuldade da oferta de brinquedos paras as crianças, além da pouca
importância dada à atividade lúdica para desenvolvimento da criança. O brinquedo é a
essência da infância e sua principal atividade, mas nem sempre as instituições desenvolvem
práticas que tomam este pressuposto como orientador da organização de suas rotinas. As
instituições escolares cada vez mais têm se preocupado com a antecipação de oferta de
conteúdos formais do ensino e dado ênfase à alfabetização precoce das crianças. Percebe-se
que há um despreparo relativo ao conhecimento das necessidades básicas das crianças
pequenas e, principalmente, em relação ao brincar, um desconhecimento de sua função como
linguagem e principal forma de interação com o mundo. Nessa perspectiva a realização de
pesquisas sobre o tema ganha relevância na medida em que podem oferecer contribuições
importantes para a análise das práticas educativas visando a uma melhor compreensão do
desenvolvimento infantil e do importante papel que as instituições educativas têm frente às
diferentes realidades em que vivem as crianças. Brincar é uma atividade cotidiana na vida das
crianças. É o brinquedo a forma pela qual ela resolve a maioria dos conflitos criados pelas
limitações do mundo em que vive e que é, eminentemente, um mundo dos adultos. Através da
brincadeira a criança expressa sua forma de representação da realidade. Sobre a importância
do ato de brincar para o desenvolvimento psíquico do ser humano, Bettelheim afirma que:

“Nenhuma criança brinca espontaneamente só para passar o tempo. Sua escolha é motivada
por processos íntimos, desejos, problemas, ansiedades. O que está acontecendo com a mente
da criança determina suas atividades lúdicas; brincar é sua linguagem secreta, que devemos
respeitar mesmo se não a entendemos.” (Bettelheim, 1984, p. 105).

A criança quando brinca cria situações imaginárias em que se comporta como se estivesse
agindo no mundo do adulto. Enquanto brinca, seu conhecimento sobre o mundo se amplia,
uma vez que ela pode fazer de conta e colocar-se no lugar do adulto. Assim, no ato de brincar,
os sinais, os gestos, os objetos e os espaços valem e significam outra coisa daquilo que
apresentam ser. Ao brincar a criança recria e repensam os acontecimentos que lhes deram
origem, sabendo que está brincando. Na brincadeira a criança assume diferente papeis e
nessa representação age, frente à realidade, de maneira não liberal, transferindo e substituindo
suas ações cotidianas pelas ações e características do papel assumindo, utilizando-se de
objetos substitutos.

Conforme Leontiev (1992, p. 62) “só no brinquedo as operações exigidas podem ser
substituídas por outras e as condições do objeto podem ser substituídas por outras condições
do objeto com preservação do próprio conteúdo da ação.”.

Como se pode ver o jogo é uma atividade que tem sua própria razão de ser e contém em si
mesma, o seu objetivo. Entretanto é fundamental diferenciar as formas de jogo nas fases da
infância. Para uma criança bem pequena o ato de brincar significa muito atendimento à
necessidade de exploração dos objetos. Segundo Vigotsky (1988, p. 96) os objetos ditam a ela
a ação que deve ser executada. Por isso, que quando vê uma cadeira ela se assenta, uma
escada é para subir e uma vassoura para varrer. À medida que cresce, sustentada pelas
imagens mentais que já se formou, a criança utiliza-se do jogo simbólico para criar significados
para objetos e os espaços. Dessa forma, à cadeira pode atribuir a função de um trono do
príncipe, à vassoura de seu cavalo e à escada de seu tesouro.
Kishimoto, sobre esta questão afirma que:
“O brinquedo propõe um mundo imaginário da criança e do adulto, criador do objeto lúdico. No
caso da criança, o imaginário varia conforme a idade: para o pré-escolar de três anos, está
carregado de animismo; de 5 a 6 anos, integra predominantemente elementos da realidade.”
(Kishimoto, 2000: pg. 19).

Isto pressupõe que existe a necessidade de os educadores conhecerem os comportamentos


das crianças, conforme suas etapas de desenvolvimento, uma vez que elas, principalmente,
nas creches passam a maior parte de seu tempo diariamente. A criança utiliza-se de várias
formas de representação: o desenho, a linguagem, a imitação e, principalmente, o jogo
simbólico, mais conhecido como jogo de “faz de conta”. Estes elementos vão se constituindo
em recursos de socialização e, historicamente, conforme o ambiente cultural, vão produzindo
os saberes infantis sobre o mundo. O brinquedo e as brincadeiras são atividades culturalmente
pertencentes ao ser humano.

“A criança está inserida, desde o seu nascimento, num contexto social e seus comportamentos
estão impregnados por essa imersão inevitável”. (Brougére, 2000, p. 54)

Assim, também, por ser a escola, o ambiente privilegiado de apropriação da cultura, a criança
aprende as formas como, nesta instituição, os elementos culturais são-lhes apresentados. A
relação de oposição entre a realidade no brincar deve-se ao fato de que a atividade lúdica
apoia-se, fundamentalmente, no princípio do prazer, pois a criança ao brincar procura apoio
nas coisas visíveis e palpáveis do mundo real experimentando prazer em unir a elas seus
objetos e situações imaginárias. Este processo primário e secundário consciente e inconsciente
se interpenetra na realidade e esta se interconecta com a fantasia. O brincar se diferencia do
sonho, pois no ato de brincar a consciência adquire importância primordial: a criança sabe que
seu jogo não é correspondente à realidade, embora os dados da realidade sirvam de base para
o brincar. Por outro lado, através do jogo cria, corrige os aspectos insatisfatórios do real que
realiza sua imaginação e seus desejos. O brincar revela-se em toda a sua complexidade, opera
a interpretação entre o real e o irreal, oferece a experiência ao sujeito criança ou adulto de ser
o imaginado concentrando toda sua atenção para aquela atividade, para o presente e para o
relacionamento com os outros participantes. Brincar é fundamental para quem precisa a todo o
momento, construir e transformar sua experiência de si, ou seja, todos nós, conforme afirma
Friedmann (1996). “É assim que o adulto diz que se brinca... cada um com olhar diferente. Mas
o jogo é um só”. Brougère (2000) ao criticar aqueles que consideram o brinquedo um objeto
fútil sem importância defende:

“Se o brinquedo é um objeto menor do ponto de vista das ciências sócias, é um objeto de
profunda riqueza. A sua sombra, a sociedade se mostra duplamente naquilo que é mais,
sobretudo naquilo que se dá a conhecer as suas crianças. Assim sendo, mostra a imagem que
faz da infância. O brinquedo é um dos reveladores de nossa cultura, incorpora nossos
conhecimentos sobre a criança ou, ao menos, as representações largamente difundidas que
circulam as imagens que nossa sociedade é capaz de segregar.” (Brougère, 2000, p. 98).
Objetivando investigar a função que tem sido atribuído ao brinquedo, pelas professoras de
creches e pré-escolas de Ipatinga, realizou-se em cinco instituições de educação infantil, um
trabalho de campo com entrevistas e análise documental visando conhecer as concepções dos
professores sobre o brincar da criança e os espaços e tempos destinados às atividades lúdicas
pelas instituições. Observou-se no decorrer da pesquisa características comuns e
diferenciadas entre as instituições visitadas. Pode-se perceber que existe uma tendência de
vinculação do ato de brincar com o fazer pedagógico. Parece que as instituições desconhecem
o fato de que quando a criança brinca está em constante processo de construção de
significados, buscando compreender o mundo a partir de suas representações. Os sentidos e
os significados do brincar dependem de quem brinca. E o brincar pode ser entendido como
uma rica possibilidade de construção de identidade, ou seja, observa-se que o brincar das
crianças tem a ver com a espontaneidade de seus olhares. A atividade lúdica infantil fornece
informações elementares a respeito da criança como suas emoções, a forma como interage
com seus colegas, seu desempenho físico-motor, seu estágio de desenvolvimento, seu nível
linguístico, sua formação moral. Das entrevistas realizadas, as professoras destacaram a força
do caráter pedagógico como função primordial do brinquedo. E o jogo, o brincar aparecem
como métodos e estratégias de produzir ludicidade no ato de aprender. A função do brincar na
escola não tem sido atribuída de forma adequada, devido às exigências dos pais, da sociedade
de que as crianças estejam sendo alfabetizado o quanto antes, e que de certa forma gerou
mudanças de objetivos das professoras nas metodologias das aulas. A brincadeira é um
espaço de socialização, de construção que desenvolve todos os sentidos da criança. O ato de
brincar não é apenas para o desenvolvimento escolar da criança pedagogicamente, mas sim
para que possa adquirir experiência de elaboração das vivencias da realidade na construção
do ser. A brincadeira implica para a criança muito mais do que um simples ato de brincar, pois
através da brincadeira ela está se comunicando com o mundo e também está se expressando.
Winnicott (1982) revela que é no brincar que o indivíduo criança ou adulto pode ser criativo e
utilizar sua personalidade integral, ou seja, qualquer que seja a atividade lúdica conduz ao
encontro com criatividade. Nas escolas o que se tem percebido é a falta de espaço e tempo
destinados à atividade lúdica, o que compromete o desenvolvimento da criatividade da criança,
bem como limita as possibilidades de os professores acompanharem o desenvolvimento das
crianças, bem como conhecerem melhor o universo sócio cultural ao qual elas estão inseridas.
Apesar de se ter registrado a existência de espaços físicos internos ricos para possibilitar às
crianças a exploração e a criação de brinquedos e brincadeiras, percebe-se a ausência de uma
intencionalidade destacada nos projetos pedagógicos e, consequentemente, nas práticas
educativas em relação à importância do brincar no processo de apropriação dos códigos da
cultura em que estão inseridas as crianças. Observa-se o desconhecimento do adulto sobre a
importância do brincar das crianças. As escolas, em sua maioria, por não se apropriarem de
conhecimentos sobre a importância do brinquedo e do brincar, não possibilitam espaços e
tempos para o brincar, trocando esses espaços por uma escolarização precoce. Na pesquisa
realizada observou-se, dentre outros aspectos, uma grande preocupação em fazer do brincar
na escola uma atividade cada vez mais pedagogica. Entretanto, no dia a dia ao proporem as
brincadeiras, os professores se deparam com o fato de as crianças produzirem alternativas e
construírem novos objetivos diferentes do que era a proposição da professora. Quer dizer que
a capacidade criadora das crianças tem mostrado às escolas a função do brinquedo em seu
desenvolvimento, o que extrapola as limitações das atividades propostas pelos professores.
Mesmo conscientes disso, pelas percepções do cotidiano, os professores se veem diante dos
ditamos institucionais e acabam por produzir suas práticas educativas pautadas na expectativa
de brincar para aprender conteúdos escolares. Observa-se aqui a limitada noção de conteúdos
escolares, uma vez que estes têm sido compreendidos como conhecimentos sistematizados
encontrados nos livros didáticos e previstos nos planejamentos escolares. Fica clara a
dificuldade de enxergar tantos outros elementos da cultura que estão expostos às crianças e
que são por elas descobertos e reelaborados, dia a dia, durante suas brincadeiras. Nessa
perspectiva pode-se destacar como resultado final da pesquisa o registro de que houve
avanços significativos na construção de conceitos sobre o jogo no desenvolvimento infantil em
contato com um rico referencial bibliográfico. Observou-se também, a importância da produção
de pesquisas relacionadas à questão, visando oferecer aos professores e às instituições de
Educação Infantil subsídios para uma melhor compreensão dos processos de construção das
representações das crianças sobre o mundo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BETTELHEIM, Bruno. Uma vida para seu filho. São Paulo: Artmed, 1984. 358p.
BROUGÈRE, Gilles. Brinquedo e cultura. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2000. 110p. (Coleção Questões da Nossa Época, v.43)
FRIEDMANN, Adriana. Brincar: crescer e aprender; resgate do jogo infantil. São Paulo: Moderna, 1996. 128p.
KISHIMOTO, T. M. (Org). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 4.ed. São Paulo: Cortez, 2000, 183 p.
LEONTIEV, A.N. Os princípios psicológicos da brincadeira pré-escolar In: VIGOTSKI, L.S.; LURIA,
A.R.; LEONTIEV, A.N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone, 1992. p.119-142.
VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos. 2. ed. Martins Fontes, 1988. 168p.
WINNICOTT, D.W. A criança e o seu mundo. 6.ed. Rio de Janeiro: LTC, 1982. 270p

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