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A DITADURA MILITAR NA EDUCAÇÃO

A ditadura militar se instaurou no Brasil no ano de 1964, após a deposição de


João Goulart da presidência e com o apoio dos nortes americanos, empresariado
brasileiro, latifundiários, imprensa, governadores de Estados, da igreja e da classe
média, com o intuito de impedir o avanço das lutas das classes populares por seus
direitos e controlar a crise econômica que residia no país naquela época.

No âmbito educacional houve mudanças durante o sistema militar regente


(1964-1984), neste período os professores eram constantemente vigiados
rigorosamente pelos militares, pois eram um grande inimigo em potencial visto que
poderiam disseminar ideias contrárias à ideologia da classe dominante e ditatorial,
houve manifestações estudantis em todo o Brasil em prol da luta pelo direito de ter
acesso a uma vaga na universidade pública, já que este acesso era restrito a classe
trabalhadora e mais favorável aos filhos dos burgueses.

É nítido que o Estado autoritário buscou a desqualificação dos professores,


supervisores e orientadores pedagógicos, com o intuito de aperfeiçoar o controle
técnico e burocrático em diferentes graus de ensino. Foi criado as disciplinas EMC
(Educação Moral e Cívica) e OSPB (Organização Social e Política do Brasil) que se
referem à introdução dos ideais de civismo e patriotismo na educação, a ideia era
construir o homem integrado à sociedade.

Em 1967 foi criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) com o


intuito de erradicar o analfabetismo de jovens e adultos, porém o objetivo
mascarado era integrar os recém-alfabetizados no pleito eleitoral para que
ajudassem a consolidar o poder político vigente.

Os tecnocratas do regime militar acharam necessário criar uma base para o


sistema educacional de acordo com o que a elite precisava e os interesses
econômicos do mercado, com o auxílio do Conselho Federal de Educação que
aprovou sucessivas autorizações de reconhecimento para a entrada da iniciativa
privada no ensino superior, houve a consolidação de uma enorme rede de ensino
privado no Brasil.
Com a entrada do ensino privatizado, os filhos das classes trabalhadoras
ficaram à mercê da subalternização a esse ensino já que não conseguiam entrar na
instituição pública. Como esse acesso era dificultado pelo regime vigente ditatorial,
a educação para as pessoas desta classe se tornou tecnicista e profissionalizante,
ou seja, apenas para o mercado de trabalho no intuito de enriquecer o país.

Portanto, tal regime trouxe inúmeros percalços durante 1964 á 1985, foram
muitos os prejuízos causados à educação dentre eles podemos citar, o baixo fluxo
de pessoas da classe trabalhadora nas universidades, cassação de professores que
eram contrários ao autoritarismo, substituição e degradação das disciplinas
necessárias para a formação acadêmica dos alunos, por fim, os objetivos
mascarados por trás desse regime autoritário demonstra como o ideal dominante de
privatização do ensino modificou as realidades das pessoas de classes mais baixas
no Brasil.

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