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O autor começa dizendo como ter um olhar para a religião grega, como o
historiador deve investigar para alcançar respostas desejadas.
Todo panteão, como dos gregos, supõe deuses múltiplos; cada um tem suas
funções próprias, seus tipos específicos de poder. Esses deuses que compõem uma
sociedade do além hierarquizada, na qual a muitas divisões, porém, limitam-se
necessariamente um dos outros, ao mesmo tempo que se completam. Tal como a
unicidade, o divino. No politeísmo, não implica como para nós, a onipotência, a
onisciência, o absoluto.
Esses deuses múltiplos estão no mundo e dele fazem parte. Não o criaram por um
ato que, no caso do Deus único, marca a completa transcendência. Os deuses
nasceram do mundo, vieram à luz ao mesmo tempo que o universo, diferenciando-se e
ordenando-se, assumia sua forma definitiva de cosmo organizado. Esse processo de
gênese (inicio) se deu a partir de potencias primordiais, como narra Hesíodo na
Teogonia, Caos e Gaia enfim... Há, portanto, algo de divino no mundo e algo de
mundano nas divindades.
Diferente das religiões monoteístas que creem em uma revelação por parte de Deus
para com as criaturas, o politeísmo grego não repousa sobre uma revelação; não há
nada que fundamentalmente, a partir do divino e por ele, sua inescapável verdade; a
adesão baseia-se no uso: os costumes humanos ancestrais. O culto não precisa de
justificações além de sua própria existência: desde que passou a ser praticado, provou
ser necessário.
Não há oposição entre natural e sobrenatural, divino e humano. O fiel, portanto,
não estabelece com a divindade uma relação de pessoa para pessoa. Os deuses gregos
não são pessoas, mas potências. O culto os honra razão de extrema superioridade do
estatuto deles. Embora pertencem ao mesmo mundo que os humanos e, de certa
forma, tenham a mesma origem, eles constituem uma raça que, ignorando todas as
deficiências que marcam as criaturas mortais com o selo da negatividade – fraqueza,
fadiga, sofrimento, doença, morte – encarna não o absoluto mas a plenitude dos
valores que importam na existência nesta terra: beleza, força, juventude constante.
A decifração do mito: Embora o mito depois vai sendo tratado como algo
puramente racional, e essa é nossa tendencia, de achar a razão melhor que o mito,
mas na verdade no mito vemos uma história lendária que tem seu modo de
funcionamento, sua coerência.
Zeus, pai e rei: Como Zeus se destaca na sua soberania? R: Como soberano, Zeus
encarna, diante da totalidade dos outros deuses, a maior força, o poder supremo:
Zeus de um lado, todos os olimpianos de outro, é ainda Zeus que prevalece. Diante de
Cronos e dos deuses Titãs em liga contra ele para disputar o trono, Zeus representa a
justiça, a exata repartição das honrarias e das funções, o respeito aos privilégios de
que cada um pode se prevalecer. Nele em sua realeza, a potencia e a ordem, a
violência e o direito, reconciliados, conjugam-se. Todos os reis vêm de Zeus, dirá
Hesíodo no século VII a.C., pois a justiça age pacificamente.