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Fala e
Linguagem no
Adulto
Etiologia e classificação da Afasia
A necessidade de socialização é crucial na existência humana e a capacidade de
comunicação com os outros é a essência da socialização. A linguagem é como diz
Chomsky, a base da essência Humana.
Etiologia da afasia
A afasia tem várias etiologias, sendo elas: AVC, TCE,
tumor ou metátese cerebral ou uma doença infeciosa.
Traumatismo Crânio-Encefálico(TCE)
Esta etiologia depende muito de dois fatores: o local da contusão e o
contragolpe.
Doença Infecciosa
Esta etiologia pode ser derivada de: meningites,
encefalites ou neurosífilis.
Os sintomas variam
conforme o cérebro seja
comprimido
(tumor, não receba alimento
(AVC) ou seja ferido (TCE).
Diagnóstico Clínico da
afasia
Localização Cerebral da afasia
Afasia transcortical sensorial área occipital
Afasia motora parte mais parietal
Afasia Mista centro
Classificação da afasia
Fluência
Tipos de Compreensão
do Nomeação Repetição
Afasia auditiva
discurso
Não
Broca Perturbada Normal Perturbada
fluente
Não
Global Perturbada Perturbada Perturbada
fluente
Wernicke Fluente Perturbada Perturbada Perturbada
Extrasilvicas
Neurobiologia da
Linguagem
Afasia e localização cerebral
PAUL BROCA: Séc. XIX (1824 – 1880)
O Broca realizou uma autópsia a doentes com afasia adquirida (tinham a
compreensão mantida) e identificou uma área que estava encarregue da
linguagem (F3).
Este senhor ainda descobriu a dominância cerebral (a dominância da linguagem
encontra-se no hemisfério esquerdo 1865)
Lichtheim
VIA FONOLÓGICA
Nesta via faz-se:
Analise e segmentação fonológica
Codificação fonológica
Articulação da palavra ouvida
Esta via permite-nos repetir palavras que não conhecemos (pseudo-palavras),
como também repetir palavras que não estão no nosso léxico.
Processamento da linguagem
O cérebro não está organizado em regiões dissociáveis para a produção e
compreensão, ou seja, há uma organização em redes de larga escala cortical e
subcortical. Isto faz com que haja um aumento do focus na hodologia e na
conexão dos feixes de substância branca.
Os feixes de substância branca são como fios elétricos, pois são os que trazem e
levam informação MAIS IMPORTANTES. Quando há alguma alteração em
algum feixe no cérebro, pode haver um compromisso na deglutição ou até
mesmo na motricidade.
As regiões envolvidas no processamento da linguagem, também estão envolvidas
noutros domínios cognitivos e sensorio-motores.
Gyrus frontal
inferior
Córtex prémotor
ventral
Áreas primárias Áreas multi-
sensoriais e motoras Áreas motoras tasks (fala,
mediais (do cíngulo, deglutição e
sumplementar e a
pré-suplementar) movimentos
oro-faciais)
Gânglios da base
Arquitetura neural
Cerebelo
2
nervo auditivo
3
tronco cerebral
4
colículo inferior do mesencéfalo
5
núcleo geniculado medial do tálamo
córtex auditivo primário (gyrus temporal transverso
6 ou de Heschl)
Áreas de
associaç
ão
Via Via
central dorsal
Processame
Identificaçã
o auditiva
Via de: nto Via de:
do objeto o quê? espacial do
som
Onde?
1. Linguagem:
Existe seis feixes de substância branca que têm um
envolvimento importante para a linguagem:
˃ 3ª componente do feixe longitudinal superior
liga a parte infero-posterior do gyrus frontal com o
gyrus supramarginal do lobo parietal inferior
Envolvimento na componente articulatória da
linguagem
˃ Feixe arqueado classicamente conecta as áreas de Wernicke e de Broca, mas
conecta realmente o córtex temporal posterior com o córtex fronto-dorsal
Envolvimento na localização espacial da fonte auditiva
˃ Feixe longitudinal médio em conjunto com o feixe
longitudinal superior o feixe arqueado participa na
capacidade de repetição de pseudo-palavras
Representação auditivo-motora dos sons da fala – via
dorsal
˃ Feixe longitudinal inferior
˃ Feixe uncinato tem sido polémica a definição do seu
envolvimento
˃ Cápsula externa em conjunto com o feixe longitudinal
médio e com o feixe longitudinal inferior
Ligação do som ao seu significado (processamento semântico) – via ventral
Organização anátomo-funcional
LOBO DA ÍNSULA – planeamento motor complexo da fala
Hemisfério esquerdo apraxia do discurso
Hemisfério direito síndrome de Foix-Chavany-Marie: aqui há uma paralisia bilateral
facio-línguo-faringo-laringea
˃ Impedimento de produção oral e da deglutição
Cérebro
O cérebro é o sistema mais complexo do universo. Na sua constituição há:
o 40 biliões de neurónios condensados numa área de 3m2
o O número de contactos neurais é da ordem de 40 seguido de 14 zeros
Existe um desconhecimento sobre as funções das suas partes complexidade organizada
Alteração de funções em poucos milímetros
Córtex primário sensorial e motor é mais conhecido e estável
˃ = 10% do córtex
90% é córtex associativo onde se processa a integração do que chamamos:
˃ Cognição, comportamento
O córtex associativo funciona em cadeias em cascata do tipo bottom-up e top-down. A esta
interação de transmissão neural chamamos de consciência.
Métodos de mapeamento cerebral
RN ME PET
Mf G
ERP Tractograf
SPE
c ia
CT
Extra-cirúrgica epilepsia
A epilepsia é uma doença do funcionamento do cérebro, devido a uma descarga anormal de
alguns ou da quase totalidade dos neurónios cerebrais.
Esta descarga (crise epilética):
˃ Início súbito e imprevisível
˃ Curta duração (de segundos a 15 minutos)
˃ O funcionamento cerebral mantém-se normal entre as crises
As crises epiléticas têm tendência a repetir-se ao longo do tempo sendo a frequência variável
de doente para doente.
ETIOLOGIA
1
Somente 3 das epilepsias são secundárias a etiologias definitivas.
TERAPÊUTICA DA EPILEPSIA
Temos dois tipos de terapêutica:
o Farmacológico 20 a 30% dos doentes com epilepsia crónica estão inadequadamente
controlados com terapêutica antiepilética
o Cirúrgico os doentes candidatos a cirurgia da epilepsia são os que têm epilepsia
parcial medicamente intratável. Existem cerca de 13.000 casos em Portugal
AVALIAÇÃO
Nesta avaliação temos presentes vários profissionais de saúde, nomeadamente:
o Neurologista
o Neurocirurgião
o Neurofisiologista Decisão
o Neurorradiologista cirúrgica?
o Psiquiatra
o Neuropsicólogo
o Enfermeiro
o Técnico de neurofisiologia
o Terapeuta da fala
EPILEPSIA E LINGUAGEM
Na epilepsia existem alterações de linguagem que se associam a crises originadas no
hemisfério dominante. Por vezes a manifestação da crise é só a alteração da linguagem
(paroxysmal aphasia).
A alteração de linguagem pode surgir:
˃ Durante a crise
˃ Alguns minutos a horas após a crise
˃ Nos períodos entre as crises
Os lobos temporais são os mais epileptogénicos e estes doentes podem apresentar alterações:
o Nomeação
o Fluência verbal
o Compreensão
o Leitura
o Escrita
o Expressão oral
EPILEPSIA E MEMÓRIA
Existe uma forte evidência entre a presença de crises e dificuldades de memória.
As crises temporais esquerdas resultam em defeitos de memória verbal com amnésia
anterógrada, ou seja, apresentam dificuldade em listas de palavras, associações verbais, etc.
LINGUAGEM
Na linguagem podemos avaliar:
˃ Discurso espontâneo
˃ Nomeação de representações gráficas (teste de nomeação de Snodgrass e Vanderwart)
˃ Compreensão auditiva de material verbal complexo (Token Test)
˃ Repetição de palavras, pseudo-palavras e frases
˃ Leitura
˃ Escrita
Isto tudo tem que ser avaliado por um terapeuta da fala.
PROCEDIMENTOS
A cirurgia faz-se em dois tempos:
1º: colocação dos elétrodos subdurais (em grelha e/ou profundos
o Nomeação por descrição auditiva Ex.: usa-se para passar a ferro; toca
na torre da igreja; protege as mãos do frio
o Nomeação de faces públicas
˃ Avaliação da memória:
o Memória de palavras Ex: camelo, avião, vestido, malmequer
Evocação Ajuda semântica Reconhecimento
espontânea
(3) Camelo (2) Animal (1)
(3) Avião (2) meio de Zebra/camelo/Raposa
(3) Vestido transporte (1)
(3) Malmequer (2) peça de Bicicleta/avião/elétric
vestuário o
(2)Flor (1)
vestido/blusa/calças
(1)
rosa/papoila/malmeq
uer
o Memória de frases Ex: O cão ladrou ao gato
O cão ladrou ao rato
O Francisco lavou as mãos
O cão mordeu o gato
O cão ladrou ao gato
o Memória de números
o Memória de faces
o Memória de locais
o Memória de cores
DIFICULDADES
. Procedimento moroso que exige colaboração do doente (várias horas)
. Constrangimentos temporais ao procedimento
. Necessidade de utilizar tarefas simples e de rápida aplicação (5 segundos)
. Dificuldade de valorizar alguns erros, quando já existe um defeito prévio
. Dificuldade de valorizar os defeitos, quando o número de itens de avaliação é reduzido
(memória)
. Impossibilidade de atingir uma intensidade de estimulação “aceitável”, devido a um
baixo limiar epileptogéneo… Neste casos não há certeza se o nível de estimulação
aplicado foi suficiente para interferir com a função avaliada
RM FUNCIONAL
A RMf é pouco fiável na localização das áreas específicas da linguagem, pois esta só nos dá
as áreas corticais.
DUFFAU, HUGHES
O LGG invade não só estruturas corticais como também
subcorticais. Este mostra uma progressão infiltrativa ao longo das
vias de substância branca, como também a utilização de novas
técnicas de rastreio anatómico e mapeamento funcional das vias
subcorticais da substância branca.
GLIOMAS DE GRAU II
Os gliomas de grau II são tumores cerebrais de baixo grau de malignidade (I - IV OMS) com
localização preferencial supratentorial em áreas eloquentes e com padrão infiltrativo (áreas
mal demarcadas).
Resseção Sequelas
extensa elevadas
Déficits graves
e permanente
em 30%
SELEÇÃO DOS CADIDATOS
Não pode ter defeito de linguagem major prévia à cirurgia
Sem comorbilidades que impeçam a cirurgia BMI < 30 (não obesos)
CONTROLE DA DOR
. Inserção do fixador Mayfield
. Abertura da calote craniana
. Tração da Dura-máter e vasos cerebrais
. Dor postural
LINHA DE TEMPO