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Fatores de risco inerentes ao condutor

Visão Audição
É através dos órgãos dos sentidos – visão, audição, A seguir à visão vem, em grau de importância, a audição.
olfato, sinestesia e tato – que os utentes da via recolhem Por isso, também é importante que os ouvidos estejam
a informação necessária para circular. saudáveis, permitindo que o condutor distinga com
clareza os sons úteis, a sua intensidade e a sua direção
90% da informação é recolhida através dos olhos , sendo
para uma circulação segura.
a visão o sentido mais importante para uma circulação
segura. Por isso, o condutor deve ter uma boa visão ao A deficiência auditiva pode afetar a capacidade de ouvir
nível da nitidez da imagem, da distinção das cores e da sirenes, buzinas, apitos ou outros sons que, geralmente,
avaliação da profundidade e deve ter um bom campo alertam para situações potencialmente perigosa no
visual. trânsito.
Alguns fatores que podem alterar a qualidade da visão e Mas também há jovens que sofrem de perda auditiva
do campo de visão são: o estado físico do condutor, a devido, principalmente, à exposição prolongada a ruídos
velocidade, a luminosidade, e o ruído. Com isto o de grande volume.
condutor deve:
o Certificar-se de que os seus olhos estão
clinicamente saudáveis e capazes
o Evitar o consumo de álcool e/ou outras
substâncias psicotrópicas
o Adaptar a velocidade às condições e às
circunstâncias da via
o Utilizar os espelhos retrovisores com frequência
e ter atenção permanente ao que se passa à
sua volta, isto faz com que haja uma visão mais
abrangente do meio envolvente (os espelhos
devem estar bem regulados e limpos)
o Olhar para as zonas laterais da via, Fadiga e sonolência
nomeadamente passeios, bermas, noa quais A fadiga é um dos maiores
também existem elementos que podem fatores de risco para segurança
interferir na circulação rodoviária rodoviária, já que lhe são
o Praticar uma condução defensiva, olhando “ao atribuídos muitos acidentes.
longe” de modo a ter mais tempo para analisar
e decidir sobre a informação recolhida A falta de descanso e o cansaço
acumulado atrasam as
capacidades de análise e de
resposta, provocando
reações mais lentas.
Uma condução mais prolongada, o trânsito intenso, a
condução noturna, um percurso monótono, uma “direta”
a estudar, uma “noitada” de festa, a medicação para a
alergia, são algumas das situações que podem provocar
fadiga e/ou sonolência durante a condução. Nestas
situações, o condutor deve interromper a marcha e
andar um pouco a pé, se sentir os olhos a querer fechar,
um peso na cabeça, uma moleza no corpo ou até
mesmo dores musculares, pois quanto mais tempo • O consumo de medicamentos, pois alguns
prolongar esta situação mais dificilmente recupera as atrasam o processo de eliminação do álcool do
suas capacidades normais. organismo
• O sexo, pois com a mesma quantidade de álcool
Estado emocional as mulheres atingem taxas mais elevadas que os
homens, porque o sexo feminino produz menos
As emoções são reações psicofisiológicas intensas, mas
enzimas necessárias à decomposição do álcool
passageiras, causadas por situações novas ou imprevistas.
• A estrutura corporal, pois quanto menor o corpo
Estas podem alterar os estado de espírito e maior a concentração de álcool existente no
comprometer as capacidades de atenção e sangue
concentração do condutor, impedindo-o de tomar as
decisões mais adequadas às situações de trânsito. Mesmo taxas de álcool no sangue
reduzidas prejudicam as capacidades
É importante saber controlar o estado emocional e não do condutor para o exercício da
deixar que este afete a segurança da circulação no condução em segurança, aumentando o
trânsito. risco de acidente. A partir do momento
em que existe álcool no sangue –
alcoolemia – este distribui-se, através
da corrente sanguínea a todos os
órgãos do corpo.
TAE (teor de álcool
expirado) → baseia-se
no princípio de que 1
mg de álcool por litro de
ar expirado é equivalente a 2,3 g de álcool por litro de
sangue. Legalmente, considera-se sob influência de álcool
Ingestão de bebidas alcoólicas o condutor que apresente uma taxa de álcool no sangue
igual ou superior a 0,5 g/l.
À partida, antes dos 18 anos os órgãos não têm a mesma
capacidade que os de um adulto para decomporem o Perigos e feitos da condução sob efeito de
álcool existente no sangue. álcool
Para além da idade, existem vários fatores que O risco de acidentes rodoviários verifica-se porque o
influenciam a taxa de álcool no sangue (TAS), como por álcool é uma substância estranha ao organismo que
exemplo: provoca alterações ao nível:
• A quantidade de álcool consumido, pois quanto ˃ Da atenção e dos
mais se bebe mais álcool passa na corrente órgãos dos
sanguínea sentidos,
• O tipo de álcool consumido, pois alguns tipos de nomeadamente
álcool interagem mais rapidamente com o da visão, da
organismo conseguindo entrar mais rapidamente audição e do
na corrente sanguínea sentido de
• A rapidez com que se bebe, pois, o fígado equilíbrio, afetado
precisa de tempo para realizar as suas funções a capacidade de
• A quantidade de comida existente no estômago, recolha de análise
pois se este estiver cheio o álcool leva mais de informação
tempo a passar no estômago e a entrar na ˃ Da concentração, da memorização e do
corrente sanguínea raciocínio, afetando a capacidade de decisão
˃ Dos reflexos e da coordenação motora,
afetando diretamente a execução de ações
Ingestão de medicamentos
Os medicamentos podem influenciar
fortemente a capacidade de analisar e
reagir às situações de trânsito, porque
provocam uma diminuição dos níveis
de atenção e alguma sonolência.
Um condutor que tenha de ser
medicado deve consultar o
seu médico ou farmacêutico e ler
com atenção o folheto a embalagem de
medicamentos, para perceber quais os possíveis efeitos
do mesmo na condução.

Ingestão de outras substâncias


psicotrópicas
Outras substâncias,
nomeadamente as de
utilização ilícita, também
diminuem a capacidade de
analisar as situações de
trânsito, tornando o tempo de
resposta maior.
Isto acontece porque estas podem provocar desinibição
e euforia no condutor, fazendo com que ele não
identifique corretamente os riscos e os perigos a que
está sujeito ou que sujeita os outros condutores.
Paralelamente, pode perder o equilíbrio e sofrer
alterações a nível da coordenação motora, o que é
obviamente prejudicial para uma condução segura.

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