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Superior Tribunal de Justiça

AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.377.135 - SC (2013/0096994-6)

RELATOR : MINISTRO SÉRGIO KUKINA


AGRAVANTE : ESTADO DE SANTA CATARINA
PROCURADOR : EVANDRO RÉGIS ECKEL E OUTRO(S) - SC012101
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
INTERES. : MUNICÍPIO DE SANTA CECÍLIA E OUTRO
EMENTA

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. FORNECIMENTO


DE REMÉDIO PELO PODER PÚBLICO. AÇÃO CIVIL
PÚBLICA EM QUE O PARQUET AUTOR POSTULA A
OBTENÇÃO DE MEDICAMENTO PARA UM ESPECÍFICO
PACIENTE E PARA OUTROS TANTOS QUE VENHAM A
COMPROVAR QUADRO CLÍNICO ASSEMELHADO.
ACÓRDÃO RECORRIDO QUE AFIRMA A IMPOSSIBILIDADE
DE SE PROFERIR DECISÃO COM EFICÁCIA SUBJETIVA
AMPLIADA. ENTENDIMENTO QUE DIVERGE DA
COMPREENSÃO DO STJ SOBRE O TEMA. EFICÁCIA ERGA
OMNES RECONHECIDA EM FAVOR DE OUTROS
INDIVÍDUOS QUE VENHAM A DEMONSTRAR A
NECESSIDADE DE UTILIZAR O MESMO MEDICAMENTO.
RECURSO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
DESPROVIDO.
1. Não cabe ao Superior Tribunal de Justiça, ainda que para fins de
prequestionamento, examinar, na via especial, violação ao texto
constitucional, sob pena de usurpar competência do Supremo Tribunal
Federal.
2. O tema concernente ao confinamento do alcance da sentença aos
limites da jurisdição territorial de seu prolator não foi suscitado na
apelação do Estado agravante, daí que seu enfrentamento, na presente
quadra, não pode ocorrer, por se tratar de indevida inovação recursal.
3. A interpretação de dispositivos da Lei n. 7.347/1985, a fim de se
delimitar a eficácia subjetiva dos efeitos de sentença proferida em ação
civil pública, não demanda o revolvimento de matéria
fático-probatória.
4. Nos termos da jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça, em
ação civil pública na qual se postula medicamento para um específico
paciente, revela-se possível, havendo pedido também expresso, a
prolação de decisão com eficácia erga omnes, em ordem a que,
posteriormente, cada paciente interessado, desincumbindo-se do ônus
de comprovar o seu enquadramento clínico à hipótese prevista no
comando judicial, possa pleitear e obter o mesmo remédio nele
indicado. Nesse sentido: AgInt no REsp 1.549.608/SC, Rel. Ministro
Documento: 153233065 - EMENTA / ACORDÃO - Site certificado - DJe: 13/05/2022 Página 1 de 2
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FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA TURMA, julgado em
16/11/2017, DJe 22/11/2017 e AgInt no REsp 1.377.401/SC, Rel.
Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA
TURMA, julgado em 7/3/2017, DJe 20/3/2017.
5. Agravo interno não provido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira


TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo
interno, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Regina Helena Costa,
Gurgel de Faria, Manoel Erhardt (Desembargador convocado do TRF-5ª Região) e Benedito
Gonçalves (Presidente) votaram com o Sr. Ministro Relator.

Brasília (DF), 10 de maio de 2022(Data do Julgamento)

MINISTRO SÉRGIO KUKINA


Relator

Documento: 153233065 - EMENTA / ACORDÃO - Site certificado - DJe: 13/05/2022 Página 2 de 2


TERMO DE JULGAMENTO
PRIMEIRA TURMA
AgInt no REsp 1.377.135 / SC
Número Registro: 2013/0096994-6 PROCESSO ELETRÔNICO

Número de Origem:
20110064314000200 20110064314000100 20110064314000201 56060016880 20110064314

Sessão Virtual de 02/06/2020 a 08/06/2020

Relator do AgInt
Exmo. Sr. Ministro SÉRGIO KUKINA

Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro GURGEL DE FARIA

AUTUAÇÃO

RECORRENTE : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA


RECORRIDO : ESTADO DE SANTA CATARINA
PROCURADOR : EVANDRO RÉGIS ECKEL E OUTRO(S) - SC012101
INTERES. : MUNICÍPIO DE SANTA CECÍLIA E OUTRO

ASSUNTO : DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO -


SERVIÇOS - SAÚDE - TRATAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR E/OU
FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS

AGRAVO INTERNO

AGRAVANTE : ESTADO DE SANTA CATARINA


PROCURADOR : EVANDRO RÉGIS ECKEL E OUTRO(S) - SC012101
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
INTERES. : MUNICÍPIO DE SANTA CECÍLIA E OUTRO

TERMO

O presente feito foi retirado de pauta em 02/06/2020.


Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Gurgel de Faria.

Brasília, 08 de junho de 2020


Superior Tribunal de Justiça
AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.377.135 - SC (2013/0096994-6)

RELATOR : MINISTRO SÉRGIO KUKINA


AGRAVANTE : ESTADO DE SANTA CATARINA
PROCURADOR : EVANDRO RÉGIS ECKEL E OUTRO(S) - SC012101
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
INTERES. : MUNICÍPIO DE SANTA CECÍLIA E OUTRO

RELATÓRIO

O SENHOR MINISTRO SÉRGIO KUKINA: Trata-se de agravo interno


interposto pelo Estado de Santa Catarina desafiando decisão que deu provimento ao recurso
especial do respectivo Parquet estadual para atribuir efeito erga omnes à sentença proferida
em ação civil pública.
A parte agravante alega que: (I) é inviável o conhecimento do recurso especial,
ante a incidência da Súmula 7/STJ; (II) as ações civis públicas que visam ao fornecimento de
medicamento não podem possuir efeito erga omnes sem a produção de estudos técnicos; (III)
em caso de manutenção do decisum agravado, "devem ser respeitados os limites de jurisdição
do órgão prolator da sentença." (fl. 382); (IV) a concessão de efeito erga omnes ao presente
caso implica violação aos princípios da universalidade e da igualdade de acesso aos serviços
do SUS; e (V) a decisão deste Relator viola a separação dos Poderes ao determinar a
implementação de nova política pública.
Sustenta, ainda, afronta aos arts. 2º, 37, caput, e 196 da Constituição Federal,
uma vez que a decisão agravada violou o princípio da separação dos Poderes e o da
eficiência, além de criar exceção indevida na política pública de saúde definida pela
Administração.
Requer, desse modo, a reconsideração do decisum ou a submissão do feito ao
julgamento colegiado, para que seja desprovido o recurso especial do órgão ministerial
catarinense.
Impugnação do Ministério Público do Estado de Santa Catarina ofertada às fls.
402/406.
É o relatório.

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RELATOR : MINISTRO SÉRGIO KUKINA


AGRAVANTE : ESTADO DE SANTA CATARINA
PROCURADOR : EVANDRO RÉGIS ECKEL E OUTRO(S) - SC012101
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
INTERES. : MUNICÍPIO DE SANTA CECÍLIA E OUTRO
EMENTA

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. FORNECIMENTO


DE REMÉDIO PELO PODER PÚBLICO. AÇÃO CIVIL
PÚBLICA EM QUE O PARQUET AUTOR POSTULA A
OBTENÇÃO DE MEDICAMENTO PARA UM ESPECÍFICO
PACIENTE E PARA OUTROS TANTOS QUE VENHAM A
COMPROVAR QUADRO CLÍNICO ASSEMELHADO.
ACÓRDÃO RECORRIDO QUE AFIRMA A IMPOSSIBILIDADE
DE SE PROFERIR DECISÃO COM EFICÁCIA SUBJETIVA
AMPLIADA. ENTENDIMENTO QUE DIVERGE DA
COMPREENSÃO DO STJ SOBRE O TEMA. EFICÁCIA ERGA
OMNES RECONHECIDA EM FAVOR DE OUTROS
INDIVÍDUOS QUE VENHAM A DEMONSTRAR A
NECESSIDADE DE UTILIZAR O MESMO MEDICAMENTO.
RECURSO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
DESPROVIDO.
1. Não cabe ao Superior Tribunal de Justiça, ainda que para fins de
prequestionamento, examinar, na via especial, violação ao texto
constitucional, sob pena de usurpar competência do Supremo Tribunal
Federal.
2. O tema concernente ao confinamento do alcance da sentença aos
limites da jurisdição territorial de seu prolator não foi suscitado na
apelação do Estado agravante, daí que seu enfrentamento, na presente
quadra, não pode ocorrer, por se tratar de indevida inovação recursal.
3. A interpretação de dispositivos da Lei n. 7.347/1985, a fim de se
delimitar a eficácia subjetiva dos efeitos de sentença proferida em ação
civil pública, não demanda o revolvimento de matéria
fático-probatória.
4. Nos termos da jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça, em
ação civil pública na qual se postula medicamento para um específico
paciente, revela-se possível, havendo pedido também expresso, a
prolação de decisão com eficácia erga omnes, em ordem a que,
posteriormente, cada paciente interessado, desincumbindo-se do ônus
de comprovar o seu enquadramento clínico à hipótese prevista no
comando judicial, possa pleitear e obter o mesmo remédio nele
indicado. Nesse sentido: AgInt no REsp 1.549.608/SC, Rel. Ministro
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FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA TURMA, julgado em
16/11/2017, DJe 22/11/2017 e AgInt no REsp 1.377.401/SC, Rel.
Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA
TURMA, julgado em 7/3/2017, DJe 20/3/2017.
5. Agravo interno não provido.

VOTO

O SENHOR MINISTRO SÉRGIO KUKINA (Relator): Em que pese aos


argumentos deduzidos no presente recurso, a decisão agravada não merece reparos.
Inicialmente, cumpre destacar que as teses erguidas pelo Estado agravante, em
torno da violação aos princípios da igualdade, universalidade e separação dos Poderes,
possuem feição eminentemente constitucional. Vale lembrar, todavia, não competir ao STJ
examinar, na via especial, ainda que para fins de prequestionamento, eventual vilipêndio a
dispositivo constitucional, pois tal mister é reservado ao Supremo Tribunal Federal. Nesse
sentido:

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO


INTERNO NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO
ESPECIAL. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015.
APLICABILIDADE. OMISSÃO. VIOLAÇÃO DE DISPOSITIVOS
CONSTITUCIONAIS. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE.
COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE
VÍCIOS.
I - Consoante o decidido pelo Plenário desta Corte na sessão realizada em
09.03.2016, o regime recursal será determinado pela data da publicação
do provimento jurisdicional impugnado. In casu, aplica-se o Código de
Processo Civil de 2015.
II - A fundamentação adotada no acórdão é suficiente para respaldar a
conclusão alcançada, pelo que ausente pressuposto a ensejar a oposição de
embargos de declaração, nos termos do art. 1.022 do Código de Processo
Civil de 2015.
III - Não compete a esta Corte Superior a análise de suposta violação de
dispositivos constitucionais, ainda que para efeito de prequestionamento,
sob pena de usurpação da competência reservada ao Supremo Tribunal
Federal, ex vi art. 102, III, da Constituição da República.
IV - Embargos de declaração rejeitados.
(EDcl no AgInt nos EREsp 1.229.776/RS, Rel. Ministra REGINA
HELENA COSTA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 13/12/2017, DJe
16/2/2018)

Documento: 151363669 - EMENTA, RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 3 de 6


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Lado outro, quanto ao tema concernente ao confinamento da eficácia da
subjacente sentença aos limites da jurisdição territorial de seu prolator, verifica-se que a
matéria não foi suscitada em momento oportuno, tendo o Estado agravante permanecido
silente quando da interposição do pretérito recurso de apelação. Evidenciando-se, pois,
indevida inovação recursal, não cabe analisar o tema em sede de agravo interno.
Versa a insurgência do Estado, também, quanto à impossibilidade de se atribuir
efeito erga omnes à decisão proferida em ação civil pública, na qual o Parquet local postulou
o fornecimento do medicamento Spiriva para uma específica paciente (senhora Rosalina
Camargo) e, ainda, para tantas outras pessoas que, em condições clínicas assemelhadas,
vierem a necessitar do mesmo fármaco, sendo certo que as duas instâncias ordinárias
acolheram esse pleito extensivo. Em primeira instância, o julgador singular entendeu possível
essa ampliação da eficácia subjetiva da decisão (fls. 200/205), o que acabou recusado pela
Corte Estadual em sede apelatória (fl. 262).
Como se constata, a controvérsia assim posta não encontra óbice na Súmula
7/STJ, sendo a questão de efetivo direito, envolvendo a interpretação de dispositivos da Lei
7.347/85.
Como referido, ao analisar a questão de fundo ora discutida, o Tribunal de
origem concluiu por não chancelar o efeito erga omnes outorgado pelo Juízo de primeira
instância, consoante os seguintes fundamentos (fl. 270):
"Sobre a impossibilidade de se estender os efeitos da sentença "aos demais
usuários em situação semelhante", razão assiste ao apelante.Desta
Câmara:
"AÇÃO CIVIL PÚBLICA PARA OBTENÇÃO DE
MEDICAMENTOS AO REPRESENTADO. "EFEITOS ERGA
OMNES. CONCESSÃO DESSES NA SENTENÇA.
INCONFORMISMO DO ENTE ESTATAL QUE DEVE SER
ACOLHIDO. TIPO DE SOLICITAÇÃO QUE EXIGE A
REALIZAÇÃO DE PROVA PERICIAL PARA CADA HIPÓTESE.
EFEITOS ERGA OMNES QUE SE TRADUZEM EM
CERCEAMENTO DE DEFESA AO ESTADO DE SANTA
CATARINA. IMPOSSIBILIDADE. '"Em que pese o art. 16 da Lei
n. 7.347/85 atribuir efeito erga omnes à sentença de Ação Civil
Pública transitada em julgado, cumpre salientar que os efeitos do
decisum em questão não podem ser direcionados, de maneira
genérica, a todos cidadãos que demonstrarem necessitar dos
fármacos pleiteados, pois como os seres humanos são diferentes
entre si, não é difícil presumir as peculiaridades de cada caso, bem
como a reação singular que cada um possa ter, em relação à doença
e aos fármacos objetos da pretensão inicial [...]' (AC n.
2008.017563-1, Des. José Volpato de Souza)" (AC n.
2010.037116-8). (Apelação Cível n. 2010.037116-8, de Lages, Rel:
Des. Vanderlei Romer, j.em 30-9-10)."

Documento: 151363669 - EMENTA, RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 4 de 6


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Todavia, percebe-se que o entendimento exarado no Tribunal a quo diverge
da jurisprudência firmada no âmbito deste Superior Tribunal de Justiça, no sentido de que, em
ação civil pública na qual se postula medicamento para um específico paciente, revela-se
possível, havendo pedido também expresso, a prolação de decisão com eficácia erga omnes,
em ordem a que, posteriormente, cada paciente interessado, desincumbindo-se do ônus de
comprovar o seu enquadramento clínico à hipótese prevista no comando judicial, possa
pleitear e obter o mesmo remédio nele indicado.
A propósito, confiram-se os seguintes precedentes:

ADMINISTRATIVO. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS.


DIREITO INDIVIDUAL HOMOGÊNEO. EFICÁCIA ERGA OMNES DA
DECISÃO. INTERPRETAÇÃO DO ART. 16 DA LEI 7.347/85.
RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
I - A jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que é possível a
atribuição de efeitos erga omnes à sentença proferida em ação civil
pública para a defesa de direitos individuais homogêneos, caso em que
caberá a cada prejudicado comprovar o seu enquadramento na situação
prevista na decisão, dentro dos limites da competência territorial do órgão
prolator da decisão. Precedentes: AgInt no REsp 1.378.579/SC, Rel.
Ministra Regina Helena Costa, Primeira Turma, julgado em 16/5/2017,
DJe 22/5/2017; AgInt no REsp 1.377.401/SC, Rel. Ministro Napoleão
Nunes Maia Filho, Primeira Turma, julgado em 7/3/2017, DJe 20/3/2017;
AgInt no REsp 1.594.411/SC, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques,
Segunda Turma, julgado em 6/10/2016, DJe 14/10/2016 e EREsp
1.134.957/SP, Rel. Ministra Laurita Vaz, Corte Especial, julgado em
24/10/2016, DJe 30/11/2016.
II - A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que não compete ao
Superior Tribunal de Justiça manifestar-se sobre suposta ofensa a preceitos
constitucionais, ainda que para o fim de prequestionamento, sob pena de
invasão da competência do Supremo Tribunal Federal, nos termos do art.
102, inciso III, da Constituição da República. Precedentes: EDcl no AgRg
no RMS 44.108/AP, Rel. Ministra Diva Malerbi (Desembargadora
Convocada TRF 3ª Região), Segunda Turma, julgado em 1º/3/2016, DJe
10/3/2016; EDcl no AgRg nos EDcl no RMS 46.678/PE, Rel. Ministro
Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 15/12/2015, DJe
18/12/2015.
III - Agravo interno improvido.
(AgInt no REsp 1.549.608/SC, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO,
SEGUNDA TURMA, julgado em 16/11/2017, DJe 22/11/2017)

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM


RECURSO ESPECIAL. DIREITO À SAÚDE. PARALISIA CEREBRAL.
FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS. EFICÁCIA ERGA OMNES
DA SENTENÇA. INTERPRETAÇÃO DO ART. 16 DA LEI 7.347/85.
AGRAVO INTERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA A QUE SE
NEGA PROVIMENTO.
1. A jurisprudência do STJ firmou-se de que é possível atribuir efeito erga
Documento: 151363669 - EMENTA, RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 5 de 6
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omnes à decisão proferida em Ação Civil Pública que visa tutelar direitos
individuais homogêneos, como na presente hipótese, cabendo a cada
prejudicado provar o seu enquadramento na previsão albergada pela
sentença.
2. Não se aplica, à espécie, o óbice da Súmula 7/STJ, uma vez que a
decisão ora agravada apenas confirmou o efeito erga omnes atribuído pela
sentença proferida em ação civil pública, tendo em vista a interpretação
do art. 16 da Lei 7.347/85, o que prescinde de análise probatória.
3. Agravo Interno do ESTADO DE SANTA CATARINA a que se nega
provimento.
(AgInt no REsp 1.377.401/SC, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA
FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 7/3/2017, DJe 20/3/2017)

ANTE O EXPOSTO, nega-se provimento ao agravo interno.


É o voto.

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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
PRIMEIRA TURMA

AgInt no
Número Registro: 2013/0096994-6 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.377.135 / SC

Números Origem: 20110064314 20110064314000100 20110064314000200 20110064314000201


56060016880

PAUTA: 10/05/2022 JULGADO: 10/05/2022

Relator
Exmo. Sr. Ministro SÉRGIO KUKINA
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro BENEDITO GONÇALVES
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. AURÉLIO VIRGÍLIO VEIGA RIOS
Secretária
Bela. BÁRBARA AMORIM SOUSA CAMUÑA

AUTUAÇÃO
RECORRENTE : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
RECORRIDO : ESTADO DE SANTA CATARINA
PROCURADOR : EVANDRO RÉGIS ECKEL E OUTRO(S) - SC012101
INTERES. : MUNICÍPIO DE SANTA CECÍLIA E OUTRO

ASSUNTO: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Serviços -


Saúde - Tratamento Médico-Hospitalar e/ou Fornecimento de Medicamentos

AGRAVO INTERNO
AGRAVANTE : ESTADO DE SANTA CATARINA
PROCURADOR : EVANDRO RÉGIS ECKEL E OUTRO(S) - SC012101
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
INTERES. : MUNICÍPIO DE SANTA CECÍLIA E OUTRO

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia PRIMEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Primeira Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, nos termos do
voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Regina Helena Costa, Gurgel de Faria, Manoel Erhardt
(Desembargador convocado do TRF-5ª Região) e Benedito Gonçalves (Presidente) votaram com o
Sr. Ministro Relator.

Documento: 153147333 - CERTIDÃO DE JULGAMENTO - Site certificado Página 1 de 1

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