Uma antologia de aventuras de Dragon Age por Walt Ciechanowski, Kevin Kulp e T. S.

Luikart

Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com

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par a D r ag o n Age RPG
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Três aventura
Créditos da edição original Créditos da edição Brasileira
Criação: Criação adicional: Tradução: Edição: Diagramação:
Walt Ciechanowski, David Hill, Jeff Tidball Fabiano Silveira Leonel Caldela Tiago H. Ribeiro
Kevin Kulp e T. S. Luikart e Filamena Young 1º Edição: dezembro de 2011
Desenvolvimento: Jeff Tidball Edição: Evan Sass ISBN: 978858913471-2
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Direção de arte: Hal Mangold Arte da capa: Tyshan Carey Bibliotecária Responsável: Denise Selbach Machado CRB-10/720

Cartografia: Jared Blando, Tyler Lee e Warren Heise C569s Ciechanowski, Walt
Sangue em Ferelden / Walt Ciechanowski; tradução de
Arte interna: Yoann Boissonnet, Andrew Bosley, Fabiano Silveira. - - Porto Alegre: Jambô, 2011.
Even Mehl Amundsen e Christophe Swal 128 p. il.
Equipe da Green Ronin: Bill Bodden, Steve Kenson, 1. Jogos eletrônicos - RPG. I. Silveira, Fabiano. II. Título.
Jon Leitheusser, Nicole Lindroos, Hal Mangold, Chris CDU 794:681.31
Pramas, Evan Sass, Marc Schmalz e Jeff Tidball
Jogadores da fase de teste: Nicholas Agranoff, Joel Allan, Josh
Publicado sob autorização de:

Auerbach, Tyler Carey, Russell Carver, Walt Ciechanowski, Helena

Ciechanowski, Michael Colón, Mark DiPasquale, Jamison Dufour,
Kevin Forst, Peter Hentges, Wes Kobernick, Christian Lindke, Eric
Lytle, Anya Maesteroff, Steven Merrell, Mitch Rigger e Jason Walden
Sangue em Ferelden é copyright © 2010 Green Ronin Publishing, LLC. Todos os direitos
reservados. Dragon Age, BioWare e seus respectivos logotipos são marcas comerciais www.jamboeditora.com.br
registradas da EA International Ltd. Green Ronin, Adventure Game Engine e seus
respectivos logotipos são marcas comerciais da Green Ronin Publishing.

Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com

 Introdução
Bem-vindo a Sangue em Ferelden! Este livro contém
três aventuras completas para Dragon Age RPG, basea-
do no videogame Dragon Age: Origins, da Bioware.
Em Fúria Âmbar, os heróis sobrevivem a um ata-
que surpresa a uma feira em uma vila e devem via-
jar aos Ermos Korcari para encontrar o ingrediente-
-chave para curar a terrível doença que os atacantes
trouxeram consigo.
Em Onde as Águias Vivem, os PJs são recrutados
para solucionar o sequestro da filha de um dos arls de
Ferelden nas Montanhas do Dorso Frio, onde vivem os
estranhos e selvagens avvarianos das colinas.
Finalmente, em Uma Teia Frágil, os heróis devem
enfrentar um desafio completamente diferente, onde
quase nada é o que parece, e lidar com uma série de
intrigas políticas mortais na capital de Ferelden.
Estas três aventuras são apresentadas em ordem
para o mesmo grupo de PJs: Fúria Âmbar é recomen-
dada para heróis de 1º e 2º níveis e Onde as Águias
Vivem, para 3º e 4º níveis. Uma Teia Frágil é feita para
heróis de 4º e 5º níveis, mas veja a seção Visão a Longo
Prazo, na página 81, para ideias para estendê-la por
uma ou mais aventuras.
No final de Sangue em Ferelden, você também en-
contrará três ideias de cenários, cada uma fornecendo
o esqueleto básico de uma aventura que você mesmo
pode criar.
Para usar as aventuras de Sangue em Ferelden, você
deve possuir a caixa básica de Dragon Age RPG. Você
encontra informações sobre como adquiri-la no site da
Jambô, em www.jamboeditora.com.br.
Por fim, somente os mestres de Dragon Age RPG
devem ler o material em Sangue em Ferelden. Se você
pretende jogar como um PJ em qualquer uma dessas
aventuras, pare de ler agora. Saber os segredos destas
histórias irá estragar sua diversão.
Cada uma das aventuras em Sangue em Ferelden é
dividida em partes, que são conjuntos de encontros
relacionados. Cada parte começa com uma descrição
geral, às vezes continuando com uma seção que descre-
ve a área em que cada encontro acontece. Em seguida,
apresenta cada encontro. Tudo é apresentado na ordem
em que provavelmente irá acontecer.
Cada encontro apresenta um desafio único, ou um
conjunto de desafios relacionados (como uma luta) que
os PJs devem superar. Encontros de exploração desa-
2
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
fiam os PJs a usar suas habilidades e engenhosidade
para descobrir coisas sobre o mundo e a história. En-
contros de interpretação permitem que os PJs interajam
e influenciem os PNJs que fazem parte da aventura.
Encontros de combate envolvem batalhas entre os PJs
e seus inimigos. Embora seja possível, por exemplo, in-
terpretar em um encontro de exploração, esta classifica-
ção ajuda-o a saber o que esperar e compreender como
cada encontro funciona na história maior. Cada encon-
tro tem seções de texto formatadas de diferentes ma-
neiras para ajudá-lo a encontrar as informações de que
você precisa imediatamente enquanto está jogando.
Cada encontro começa com um resumo da ação.
Depois, a maior parte dos encontros tem textos para se-
rem lidos em voz alta, em caixas cinzas. É melhor e mais
natural que você parafraseie o que está escrito, usando
suas próprias palavras. Cuidado: embora os textos que
devem ser lidos em voz alta sejam úteis quando os en-
contros começam como esperado, tudo pode ser dife-
rente caso os PJs abordem um encontro em outro mo-
mento, de outra direção (literal ou figurativamente) ou
na companhia de outros PNJs. Neste caso, a passagem
ainda fornecerá dicas sobre informações importantes
que você deve comunicar aos jogadores, mas você terá
que adaptar os acontecimentos.
Depois vem a descrição geral do que você, o mes-
tre, precisa saber sobre o encontro e como a ação pode
se desenrolar em jogo. Na maior parte dos encontros,
isto inclui informações específicas sobre testes que os
personagens provavelmente terão que fazer. Os testes
aparecem desta forma: “um teste de VONTADE (CORA-
GEM) contra NA 13” ou “um teste oposto de DESTREZA
(FURTIVIDADE) contra PERCEPÇÃO (VISÃO)” para facilitar a
identificação no texto rapidamente.
Alguns encontros têm passagens de texto adicio-
nais, intercaladas na descrição geral, para serem lidas
em voz alta se e quando condições específicas acontece-
rem. Trate-as da mesma forma que o texto para leitura
em voz alta que inicia cada encontro.
Alguns encontros incluem uma seção de “Pergun-
tas e Respostas” — perguntas que podem ser feitas pe-
los PJs com as respostas dos PNJs. Você pode adaptar
as frases para cada situação. E, é claro, as palavras exa-
tas de cada pergunta são incluídas somente para ajudá-
-lo a localizar a informação correta. Você não deve in-
sistir para que os jogadores usem essas frases ou digam
essas palavras específicas. A graça de um RPG de mesa
(em comparação com RPGs eletrônicos) é deixar os jo-
gadores exercitarem sua criatividade para fazer e dizer
o que quiserem!
Introdução
 Por Walt Ciechanowski
Fúria Âmbar é uma aventura para quatro a seis per-
sonagens de 1° a 2° nível, embora possa ser adaptada
para níveis maiores. Se você tem um grupo menor,
com dois ou três jogadores, eles podem começar esta
aventura no 2° ou 3° níveis. Seus heróis devem ter um
conjunto equilibrado de habilidades para lidar com en-
contros de combate, exploração e interpretação.
Esta aventura presume que os personagens jogado-
res estão no começo de suas carreiras de aventuras, e
podem até mesmo ser naturais de Lago Soth, o vilarejo
onde a aventura começa.
Resumo da
aventura
Em Fúria Âmbar, os PJs aproveitam o festival em hon-
ra a um novo forte que será construído nas redondezas.
Infelizmente, o vilarejo é atacado por caçadores chasind
transformados em selvagens sem mente por uma doen-
ça mística conhecida como fúria âmbar. Vários aldeões
(e talvez um ou mais PJs) são infectados pela doença.
Felizmente, uma sábia local acredita conhecer a receita
para a cura, mas isto requer uma erva extremamente
rara, musgossombra, que só existe em uma gruta nos Er-
mos Korcari. Pior ainda, a cura deve ser aplicada dentro
de três dias, ou os infectados tornam-se psicopatas sem
mente para sempre.
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
Fúria Âmbar
O ataque dos “furiosos” foi provocado pelo novo
Flagelo que apareceu nas profundezas dos Ermos Kor-
cari. A propagação do Flagelo infectou a flora e fauna
das proximidades e forçou algumas comunidades cha-
sind a se mudar para o norte. Como os Ermos do norte
se tornaram mais lotados, alguns chasind estão come-
çando a procurar novos lares na Retroterra.
Alguns xamãs chasind, temendo que o novo forte
possa retardar esta migração, organizaram um grupo
de ataque no dia antes do início da aventura para impe-
dir sua construção e destruir as instalações próximas.
Como os guerreiros de Ferelden costumam usar arma-
duras pesadas, os chasind revestem suas armas com
veneno, para que um mero arranhão possa derrubar
um guerreiro de armadura. Infelizmente, os ingredien-
tes do veneno foram recolhidos em uma área infectada
pelo Flagelo. O veneno resultante criou a fúria âmbar,
que infecta qualquer um que tenha contato com ele ou
permaneça próximo por muito tempo. O primeiro gru-
po de ataque caiu sob a fúria âmbar em algumas horas
e se transformaram em “furiosos”.
Muitos desses furiosos se voltaram contra seus
compatriotas. Outros, parcialmente lembrando de sua
missão, continuaram avançando através do vilarejo
Vau Wich até Lago Soth. Quando chegaram lá, já ha-
viam se tornado selvagens sem mente interessados so-
3
 mente em matar. Enquanto os PJs e residentes de Lago
Soth lidam com estes furiosos, os próprios chasind vêm
matando os xamãs responsáveis pela fúria âmbar, e es-
tão atualmente caçando seus irmãos corrompidos para
que não erradiquem toda a cultura chasind.
Os PJs viajam aos Ermos Korcari para encontrar o
musgossombra, enfrentando perigos e devendo fazer
escolhas morais pelo caminho. Quando retornarem a
Lago Soth, descobrirão que Ser Vilem, o comandante
do forte, colocou seus próprios planos em prática para
lidar com a fúria âmbar.
Ser Vilem ficou descontente com a decisão de Lago
Soth — permitir que os aldeões infectados vivessem —
e coloca um plano em ação quando os PJs estão dis-
tantes. Envia um mensageiro ao castelo do Bann Karel
Dusic, o mais próximo da região. Felizmente para Ser
Vilem, uma senhora do salão negro (espécie de árbitro
apontado pelo rei) atualmente na corte do Bann Dusic
deve a Ser Vilem um favor. Ser Vilem chama esta mu-
lher, Ser Gelda, a Lago Soth, para arbitrar a seu favor e
permitir que ele execute os aldeões infectados.
Enquanto isso, uma segunda onda de furiosos en-
contra os residentes de Vau Wich que estão voltando
para casa após o festival em Lago Soth. Tendo sobre-
vivido ao ataque em Lago Soth, estes fereldenianos
atacam os furiosos com flechas, matando-os com um
mínimo de baixas.
No terceiro dia depois do ataque inicial, Ser Gelda
chega (antes dos PJs) e realiza uma audiência. Ela ouve
os argumentos de Ser Vilem e do Xerife Milo, e decide
em favor de Ser Vilem. O Xerife Milo pede misericórdia
— sua filha está entre os atingidos. Em vez de queimar
as vítimas vivas, Ser Gelda concede-lhes uma morte
mais rápida, pelo corte de suas gargantas. Antes que a
sentença seja executada, os PJs retornam.
Sobre a
Fúria Âmbar
A fúria âmbar é uma doença mágica que assolou o
que é agora Ferelden durante o Primeiro Flagelo. Acre-
dita-se que seja originalmente um experimento demoní-
aco. A fúria âmbar atual foi criada quando os xamãs cha-
sind, procurando uma forma de tornar seus guerreiros
mais eficientes contra soldados com armaduras, aciden-
talmente usaram ervas maculadas pelo novo Flagelo.
A fúria âmbar aumenta a força de um indivíduo ao
custo de seu intelecto; suas vítimas se tornam selvagens
sem mente determinados a matar qualquer um em seu
caminho. Um “furioso”, como um humanoide infecta-
do é chamado, pode ser notado por sua pele amarelada,
músculos grandes com veias salientes, olhos selvagens
e pela espuma que emerge da boca. Sua inteligência é
semelhante à de um animal; não se pode discutir ou
interrogar um furioso.
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Furiosos frequentemente atacam áreas que reco-
nhecem de suas antigas vidas, ou continuam a realizar
seus últimos objetivos “pré-fúria”. Por exemplo, um
chasind que tenha recebido a ordem de tomar um forte
iria ao forte depois de sua transformação — mas de for-
ma errática e atacando todos em seu caminho. Uma vez
que chegasse ao forte, estaria interessado apenas em
matar, e permaneceria no local o tempo suficiente para
atacar todos que conseguisse notar antes de procurar
comida e carnificina em outro lugar.
Os furiosos criam outros do seu tipo ao transmitir
a doença para suas vítimas. Normalmente, isto ocorre
através de mordidas. Ao morder uma vítima, transmite
a doença com uma façanha de 3 PF. Um personagem
pode resistir à fúria âmbar, mas isto é quase impossível:
exige um teste bem-sucedido de CONSTITUIÇÃO (VIGOR)
contra NA 21. Qualquer humanoide pode se tornar um
furioso. Embora os sábios especulem que animais fu-
riosos sejam possíveis, ninguém jamais viu algum.
A pele de um personagem infectado adquire uma
coloração amarelada, e ele sofre de febre leve (–1 em to-
das as rolagens). Também exala uma versão menor do
odor de um furioso completo, o que pode ser detectado
com um teste de PERCEPÇÃO (OLFATO) contra NA 15. Sem
tratamento, o personagem se torna um furioso comple-
to dentro de (3 + Constituição) horas.
Os atuais furiosos têm uma versão ainda mais po-
tente da fúria âmbar, na forma de veneno líquido que
usam para cobrir suas armas. Uma arma com o veneno
âmbar é mais potente do que a mordida de um furioso,
infectando uma vítima com uma façanha que custa so-
mente 1 PF. Um furioso também pode fazer uma arma
envenenada ao recobri-la com seu próprio sangue.
Transmissão desta forma custa 2 PF.
Felizmente, os furiosos têm vidas curtas. Devido à
sua natureza assassina, a maioria é caçada e morta em
alguns dias. Além disso, embora comam (geralmente
carne crua), eles não dormem nem se protegem dos
elementos adequadamente. Assim, mesmo que um fu-
rioso não seja morto em combate, seu coração não con-
segue lidar com seu metabolismo acelerado por muito
tempo e explode em 1d6+3 dias. O que torna os furio-
sos perigosos em larga escala é o fato de que podem
espalhar sua fúria âmbar antes de morrer.
A única cura conhecida para a fúria âmbar é uma
bebida mágica que requer musgossombra, um ingre-
diente extremamente raro. No passado, criaturas cha-
madas fadas do fogo ensinaram os sábios alamarri a
curar a fúria âmbar e deram a eles musgossombra. A
ganância humana, entretanto, levou muitas tribos ala-
marri a atacar os bosques das fadas do fogo e roubar o
musgossombra, diminuindo a população dessas criatu-
ras. Com o passar do tempo, tanto a fúria âmbar quanto
o musgossombra viraram lenda, e hoje ninguém mais
lembra a exata natureza do relacionamento entre as fa-
das do fogo e a erva.
Fúria Âmbar
 Envolvendo os Permitindo
personagens escolhas
A forma mais simples de envolver os PJs é ligá-los a
Lago Soth ou à Retroterra em geral. Se você está usando
esta aventura para começar sua campanha de Dragon
Age, pode simplesmente dizer que os PJs são naturais
de Lago Soth, ou que têm parentes lá. O Festival de
Inauguração fornece uma desculpa para que até mes-
mo PJs viajados voltem a Lago Soth.
Se os PJs não têm laços com a Retroterra, simples-
mente aparecem no vilarejo durante suas viagens, ou fi-
cam intrigados quando ouvem boatos na região sobre o
Festival de Inauguração. Neste caso, você pode permitir
que os PJs passem um pouco de tempo em Lago Soth
antes dos eventos de Fúria Âmbar começarem, para que
estabeleçam relacionamentos com alguns dos aldeões
que serão infectados mais tarde.
Se for apropriado, você pode também reintroduzir
PNJs amigáveis das aventuras prévias dos heróis no
Festival de Inauguração.
Em qualquer caso, você deve assegurar que os PJs
tenham uma razão para se preocupar com o destinos
dos aldeões infectados de Lago Soth depois do ataque
inicial dos furiosos.
Morte de
personagens
Dragon Age é um jogo de fantasia sombria, e a morte
de personagens é sempre uma possibilidade. Há vários
encontros em Fúria Âmbar que representam chances
reais de morte de personagens jogadores. Entretanto,
também existem encontros que fornecem pontos natu-
rais para que novos personagens sejam introduzidos.
A menos que seus PJs façam alguma coisa drásti-
ca durante o Festival de Inauguração, o primeiro local
provável para a morte de um PJ é o ataque dos furiosos
na PARTE 1: BEM-VINDOS A LAGO SOTH. Imediatamente
após, os PJs devem lutar para manter os aldeões infec-
tados a salvo, além de comprometerem-se a ajudar na
busca. Isto é a oportunidade perfeita para inserir um
novo PJ que também tenha perdido um amigo ou pa-
rente para a fúria âmbar.
Inserir novos PJs é um pouco mais difícil durante a
busca, mas não impossível. O mundo de Thedas é um
lugar perigoso, e o único sobrevivente de um ataque de
bandidos ou um viajante teimoso desejará a segurança
de um grupo, mesmo que os PJs não estejam indo na di-
reção correta. Se você quiser acrescentar uma motivação
imediata para um novo PJ, pode determinar que ele co-
meça o jogo infectado e precisa curar-se. Seja cuidadoso
com esta abordagem: um PJ assim pode ter dificuldades
em convencer o grupo a deixar que ele se junte.
Fúria Âmbar
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Há várias decisões que os jogadores podem tomar
capazes de alterar o curso desta aventura. Isto é espe-
rado, e é melhor terminar Fúria Âmbar prematuramente
do que conduzir os jogadores a um final pré-determi-
nado. Há escolhas difíceis a serem tomadas, e o peso
dessas decisões irá se perder se os jogadores sentirem
que você os está forçando em determinada direção.
Além disso, o que pode parecer um final prematu-
ro para a aventura talvez seja só uma complicação. Por
exemplo, mesmo que os PJs decidam executar alguns al-
deões infectados de Lago Soth, isso não significa que eles
não possam prosseguir na busca. Mesmo que os PJs não
tenham interesses e motivações maiores, o xerife (ou até
mesmo Ser Vilem) pode oferecer aos PJs dinheiro para
aceitar a busca. E há sempre a segunda onda de furiosos,
se a primeira não foi capaz de motivar os jogadores.
Complicações
Em Dragon Age, o final nem sempre é feliz. A seguir
estão algumas opções que você pode usar para tornar
Fúria Âmbar ainda mais sombria. Mas tome cuidado se
escolher incorporá-las, pois terá que mudar algumas
partes da aventura.
A traição de Bogdan
O lado de Bogdan perde a votação sobre o que deve
ser feito com os aldeões infectados, mas não por muito.
É possível que ele organize um ataque de guerrilha aos
celeiros dos aldeões infectados e os queime enquanto
os PJs estão fora. Seu sucesso ou falha (e a reação dos
PNJs) certamente terá um impacto no retorno dos PJs.
Em vez de chegar para ver Ser Gelda julgando os alde-
ões infectados, os PJs são convidados ao julgamento de
Bogdan, e o celeiro está misteriosamente desaparecido.
Uma segunda onda
bem-sucedida
Conforme os eventos são planejados, o visitantes
do festival de Vau Wich derrotam a segunda onda de
furiosos. É possível, entretanto, que os furiosos tomem
uma rota diferente, cruzando terreno mais difícil, e ata-
quem o Forte Lago Soth, ou a própria aldeia.
Se você decidir que a segunda onda de furiosos
chega a Lago Soth, então precisará decidir o sucesso
ou fracasso dos aldeões ao resistir à segunda onda de
ataques. Algum PNJ importante morreu? Quais novos
aldeões foram infectados? As vítimas originais foram
libertadas ou executadas? Os aldeões decidiram não
manter os infectados vivos agora que há uma ameaça
contínua? Ser Vilem insistiu que todos os aldeões não
infectados viessem ao forte?
5
 Tudo por nada
A Velha Stoyanka não tem certeza se a receita que
possui para a cura vai realmente funcionar. Isto é espe-
cialmente problemático se os PJs tentarem arranjar um
meio-termo com o musgossombra (como deixar uma
parte na caverna para as fadas do fogo ou dividir um
pouco da erva com Ser Vilja).
Você pode decidir que a receita simplesmente não
funciona. A receita da Velha Stoyanka está errada, ou a
sábia é morta enquanto os PJs estão na busca. Embora a
primeira escolha seja um pouco cruel, certamente dá o
tom “sombrio” à “fantasia”. No último caso, você pode
permitir que um PJ que fala o idioma chasind encontre
a receita para a cura na casa da Velha Stoyanka e tente
fazer o preparado. Isto exigiria um teste avançado de
ASTÚCIA (CONHECIMENTO ARCANO) contra NA 11 com li-
miar de sucesso 15. Duas falhas arruínam a poção.
A loteria
A Velha Stoyanka precisa do musgossombra para
fazer a cura. Presume-se que ela terá erva suficien-
te para curar os aldeões da primeira onda bem como
quaisquer PJs infectados. Cabe a você decidir se há
musgossombra suficiente para os aldeões infectados
de Wulverton, ou para uma segunda onda de aldeões
infectados de Lago Soth. Se os PJs só trouxeram o mus-
gossombra da gruta, então a Velha Stoyanka pode ser
capaz de curar apenas alguns infectados. Os PJs e os
aldeões terão que decidir quem vive e quem morre.
PARTE 1
Bem-Vindos a
Lago Soth
Os homens livres de Lago Soth têm uma vida dura.
Suas terras são menos férteis do que em outras partes
de Ferelden, sua estação de cultivo é curta, seus arte-
sãos são poucos. Além disso, a proximidade dos Er-
mos Korcari torna Lago Soth um lugar perigoso para
viver. Certamente há terras mais fáceis para cultivar,
mesmo para os fortes fereldenianos do sul. Então por
que morar aqui?
A resposta é pão. Os fazendeiros de Lago Soth cul-
tivam campos de ryott, um grão altamente valorizado
em Ferelden. O cultivo do ryott é notoriamente difícil, e
o vale onde Lago Soth está localizada é uma das poucas
áreas no sul de Ferelden onde o ryott nasce.
Lago Soth fica num vale entre colinas altas, apro-
veitando o córrego que corre entre elas e acaba em um
charco no sudoeste (o córrego se estende por todo o ca-
minho do Rio Sudrand durante a temporada chuvosa
do verão). Um forte temporário de madeira construído
no topo de uma alta colina ao sul observa Lago Soth.
Este forte de madeira, chamado “Forte Lago Soth”, é
guarnecido por uma dúzia de soldados liderados por
Ser Vilem, um impetuoso jovem cavaleiro.
Lago Soth foi recentemente afetada pela constru-
ção de um forte de pedra para substituir o forte de
madeira. Recentemente, o Arl Voychek Neruda tem
recebido relatos de que ataques dos chasind vêm au-
mentando. Percebendo que entregar os campos de
ryott para os chasind resultaria na perda de um re-
curso importante, o arl decidiu melhorar este posto
avançado militar. Novos prédios estão agora sendo
construídos para acomodar os trabalhadores que se-
rão necessários para completar esta tarefa, e dentro de
alguns meses a silenciosa aldeia será provavelmente
uma próspera cidade.
Isto deu aos aldeões de Lago Soth uma razão para
celebrar, e agora eles estão oferecendo um Festival de
Inauguração. Visitantes e artistas vieram de todas as
partes da região e montaram barracas que agora ali-
nham-se nos limites do vilarejo. O festival foi planejado
como um evento de três dias que coincide com o come-
ço da temporada de plantio. Cada dia será repleto de
entretenimento e festejos, com a cerimônia de início dos
trabalhos no forte marcada para o último dia.
1. O festival de
inauguração
Encontro de interpretação
Os PJs experimentam o Festival de Inauguração de
Lago Soth e encontram alguns PNJs notáveis.

Criando a atmosfera
Um festival parece fora de lugar em uma aventura de fantasia sombria. Não se preocupe: o clima cons-
pirou para dar a esta ocasião uma aparência sombria. O céu está com nuvens cinzentas e relâmpagos
ocasionais. Uma garoa fria cai no vale e deixa os visitantes do festival grudentos e desconfortáveis.
Ventos leves também sopram no vale, enregelando as pessoas em roupas úmidas e ocasionalmente
derrubando itens leves no chão.
A garoa e o tráfego a pé deixaram o chão lamacento. Botas e saias longas ou calças ficam manchadas nas
pontas, enquanto que as pessoas que participam de jogos ficam cobertas de lama. A maioria dos aldeões
tirou seus sapatos e enrolou a barra de suas calças para melhorar a situação, mas o tempo certamente
está estragando as festividades.

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Fúria Âmbar
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Apesar de o céu cinzento ter desabado em uma ga-
roa constante e fria desde a manhã, o vale de Lago
Soth está no meio de uma grande celebração, cen-
trada logo fora da aldeia. Os campos estão cobertos
com barracas e diversões, e artistas abrem caminho
entre a multidão para impressionar os aldeões com
suas performances.
Vocês preferem explorar as barracas ou o campo?
Grandes barracas e mesas foram montadas para
artesanato, comida e jogos. Artistas de todos os tipos
vagam através da multidão, impressionando os foliões
com feitos de malabarismo, prestidigitação e música,
ou tentando-os com jogos de azar ou entretenimentos
mais privados. Vinho, hidromel e cerveja de ryott cor-
rem livremente. Tudo é motivo para festejar.
PJs visitantes têm problemas em encontrar aloja-
mento, pois Lago Soth não tem estalagem. Geralmente,
um visitante pode encontrar abrigo como convidado de
um aldeão, mas com o festival todos os quartos estão
ocupados. A menos que os PJs tenham um amigo ou
parente em Lago Soth, todos terão que montar barracas
ou dormir ao relento.
Este encontro permite que os PJs divirtam-se e tal-
vez participem de brincadeiras. Um jogo favorito é o
“golpe na cria das trevas”, em que os competidores
atiram machados em tábuas pintadas com imagens de
crias das trevas. Outros jogos incluem arquearia, duelo
(com espadas de madeira) e luta livre.
Fúria Âmbar
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Os jogos devem ser resolvidos com testes opostos.
Se o jogo aceita muitos participantes, qualquer perso-
nagem deve também superar NA 13 para ganhar. Por
exemplo, se dois PJs decidem jogar golpe na cria das
trevas, ambos fazem testes de FORÇA (MACHADOS) contra
NA 13. Se nenhum tem sucesso, então uma terceira pes-
soa ganha a competição. Se ambos são bem-sucedidos,
o PJ com o maior sucesso (refletido pela medida de su-
cesso do dado do dragão) ganha.
Além das competições, o festival tem várias bar-
racas de artesanato e comida. Embora a primavera em
Lago Soth seja levemente mais quente que o inverno,
artesãos tentam vender roupas mais leves e botas no-
vas para os visitantes do festival enquanto cozinheiros
estão ansiosos para vender o que resta de suas comidas
conservadas enquanto carne fresca é obtida com as pri-
meiras caças da temporada.
Artistas também assediam os visitantes, divertin-
do-os na esperança de receber algumas pratas por seus
esforços. Bardos, dançarinos, malabaristas e ilusionis-
tas vagam na feira para entreter crianças e adultos.
Prostitutas seduzem os visitantes com a oferta de calor
e companhia fora da garoa. Jogos e brincadeiras duram
até o cair da noite, quando um imenso banquete à luz
de velas é servido e todos cambaleiam de volta para
suas casas ou barracas para descansar até a manhã.
Há vários PNJs notáveis que os PJs podem encon-
trar aqui, muitos dos quais têm laços com o resto da
aventura. Cada PNJ traz, em sua descrição, notas de
como um PJ pode encontrá-lo.
7

Você pode seguir para o próximo encontro, FURIO-
SOS!, uma vez que os jogadores tenham tido tempo su-
ficiente para aproveitar o festival. O ataque dos furio-
sos pode acontecer em qualquer uma das três noites
do festival.
Xerife Milo Kovic
Além do seu dever regional, o Xerife Milo é o bur-
gomestre de Lago Soth. É um homem idoso, e sua per-
na direita foi ferida em batalha e nunca devidamente
curada. Ele caminha mancando e estremece se precisa
usá-la com frequência. O Xerife Milo está sempre an-
sioso por ouvir aventuras e oferece cerveja a qualquer
aventureiro disposto a contar uma história.
Embora sinta dores ao se mover, o Xerife entende
que precisa ser visto neste festival e geralmente pode
ser encontrado entre as barracas, muitas vezes paran-
do em qualquer uma com um banco onde possa sentar
enquanto conversa com um vendedor. Também pode
ser encontrado “seguindo” Ser Vilem, pois espera que
o cavaleiro concorde em cortejar sua filha Wanda.
Wanda Kovic
Wanda é a única filha do Xerife Milo. O Xerife a
teve tarde em sua vida, e Wanda somente agora está
se tornando uma mulher. Ela é atraente e seu corpo
gracioso esconde seu espírito forte, pois Wanda cuida
do Xerife Milo desde que sua mãe morreu há muitos
anos. Milo quer que ela se case com um nobre, especifi-
8
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
Xerife Milo Kovic
Burgomestre de Lago Soth e pai amoroso.
HABILIDADES (FOCOS)
1 Astúcia (Conhecimento Militar)
3 Comunicação (Liderança, Persuasão)
2 Constituição
2 Destreza (Cavalgar)
4 Força (Lâminas Pesadas, Lanças)
0 Magia
1 Percepção
2 Vontade (Coragem)
VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
12 (7)* 55 12 (14)* 0 (10)*
ATAQUES
ARMA ATAQUE DANO
Espada longa +6 2d6+4
Punhos +2 1d3+4
PODERES
Façanhas favoritas: golpe duplo (3 PF) e
golpe poderoso.
Grupos de armas: briga, lâminas pesadas, lanças e
machados.
Talentos: Estilo de Arquearia (novato), Estilo de Arma
de Duas Mãos (novato), Estilo de Arma e Escudo (ex-
periente), Treinamento com Armaduras (experiente).
*Durante o festival, o xerife está sem equipamento. Se mais
tarde ele se equipar, use os valores entre parênteses.
EQUIPAMENTO
Armadura de placas pesada, escudo médio, espada
longa.
camente Ser Vilem, mas Wanda gosta da vida em Lago
Soth e não tem vontade de partir.
Wanda gosta de dançar e pode ser encontrada com
outros aldeões em muitas das danças folclóricas em
frente às bandas. Ela não tem interesse em Ser Vilem
e pode agarrar um PJ para dançar com ela se suspeitar
que seu pai está considerando uma apresentação.
Velha Stoyanka
A Velha Stoyanka é a sábia de Lago Soth. Ela é uma
apóstata com sangue chasind em suas veias. Sua idade
avançada e a localização remota de Lago Soth permi-
tem que passe despercebida pelos Templários, que têm
desafios maiores do que localizar uma velha corcunda
e meio louca cujos “amuletos mágicos” são geralmente
remédios feitos com ervas. A Velha Stoyanka tem voz
áspera e irritante e é meio surda.
Durante o festival, a Velha Stoyanka é encontrada
apoiada em sua bengala, que é um pouco mais do que
Fúria Âmbar
 Wanda Kovic Velha Stoyanka

Uma jovem despreocupada — e disponível. Sábia de Lago Soth.

HABILIDADES (FOCOS) HABILIDADES (FOCOS)
1 Astúcia Astúcia (Conhecimento Arcano, Cura,
3
2 Comunicação Conhecimento Natural)
0 Constituição 2 Comunicação
2 Destreza (Cavalgar) -1 Constituição
-1 Força -1 Destreza (Cajados)
0 Magia -2 Força
3 Percepção 6 Magia (Lança Arcana)
2 Vontade (Coragem) 3 Percepção
VALORES DE COMBATE 4 Vontade (Fé)
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA VALORES DE COMBATE
12 33 12 0 VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
ATAQUES 12 33 12 0
ARMA ATAQUE DANO ALCANCE ATAQUES
Adaga +2 1d6 — ARMA ATAQUE DANO ALCANCE
Arco curto +2 1d6+4 16/32 metros Bengala +1 1d6 –2 —
PODERES Lança arcana +5 1d6+5 16 metros
Façanhas favoritas: postura defensiva e PODERES
recarga rápida. Façanhas favoritas: feitiço poderoso e feitiço habilidoso.
Grupos de armas: arcos, briga, cajados e lâminas leves. Poder de feitiço: 16. Mana: 20.
Talentos: Estilo de Arquearia (novato), Estilo de Arma Grupos de armas: briga, cajados.
Única (novato) Treinamento com Armaduras (novato). Talentos: Linguística (chasind antigo).
EQUIPAMENTO EQUIPAMENTO
Adaga, arco curto e flechas x20. Cajado, ervas e amuletos estranhos.

um galho retorcido, enquanto observa um jogo ou ou- Dielza, a dançarina

tra diversão. Se um PJ cruza seu caminho, ela faz um
comentário críptico mas acurado sobre o PJ, baseado
em sua observação.
A Velha Stoyanka conhece muitos rituais que não
estão listados aqui. Sinta-se livre para dar a ela algumas
habilidades estranhas para aumentar sua mística.
Olek, o palhaço
Olek é um elfo valeano que viaja com uma peque-
na família de artistas. Ele tem aparência estranha para
um elfo: suas orelhas são maiores do que a média e seu
nariz é protuberante. Seus braços e pernas parecem
longos demais para seu corpo, e suas mãos e pés são
maiores do que deveriam ser. Esta aparência desajeita-
da esconde sua destreza, e Olek sobressai-se ao entreter
a multidão com sua prestidigitação. Também tem mão
leve, mas geralmente só rouba itens de pouco valor,
que não irão envolvê-lo em grandes perigos.
Olek pode ser encontrado apresentando-se. Ele
pode escolher um PJ como “assistente” para um tru-
que mágico específico, e talvez roube um pequeno
item de seu “parceiro”.
Dielza é uma artista valeana de voz sedosa que
apresenta-se com antigas danças e canções élficas. Ela
frequentemente trabalha junto de seu irmão Olek. Sua
estatura menor e aparência mais atraente dão a impres-
são equivocada de que é a mais nova dos dois. Dielza
está fazendo sua parte para preservar a herança élfica e
geralmente começa cada canção e dança com um rápido
relato de sua história. Embora os fereldenianos do sul
não tenham nenhum apreço especial por tais histórias,
Dielza é linda o suficiente para que eles geralmente as
aceitem como o preço a ser pago por sua performance.
Dielza tende a atrair multidões, e pode puxar um
PJ para ser o foco de uma de suas danças mais exóticas.
Bogdan, o ferreiro
Bogdan é o segundo homem mais importante de
Lago Soth, atrás do Xerife Milo. Como ferreiro da al-
deia, Bogdan garante que as ferramentas necessárias
para cultivar ryott estejam em boas condições e man-
tém as ferraduras dos cavalos que levam os grãos em
boas condições. Bogdan é um homem duro que guarda
um rancor antigo contra o Xerife Milo por ter se casa-

9
Fúria Âmbar
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 Olek, o palhaço Ladino 1 Bogdan, o ferreiro

Artista valeano “desajeitado”. Amargo ferreiro de Lago Soth.

HABILIDADES (FOCOS) HABILIDADES (FOCOS)
1 Astúcia 3 Astúcia (Engenharia)
4 Comunicação 1 Comunicação (Persuasão)
1 Constituição 2 Constituição
6 Destreza (Prestidigitação, Lâminas Leves) 1 Destreza
1 Força 2 Força (Armas de Contusão, Intimidação)
1 Magia –2 Magia
2 Percepção 2 Percepção
3 Vontade (Coragem) 0 Vontade
VALORES DE COMBATE VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
18 30 16 0 11 30 11 0
ATAQUES ATAQUES
ARMA ATAQUE DANO ARMA ATAQUE DANO
Adaga +8 1d6+2 Adaga +2 1d6+3
PODERES Marreta +4 1d6+5
Façanhas favoritas: penetrar armadura (1 PF). PODERES
Grupos de armas: arcos, briga, cajados e lâminas leves. Façanhas favoritas: derrubar e golpe poderoso.
Talentos: Batedor (novato) e Furto (novato). Grupos de armas: armas de contusão, lâminas pesa-
EQUIPAMENTO das e lâminas leves.
Talentos: Estilo de Arma Única (novato) e Estilo de
Adagas x2, bolas de malabarismo, cartas marcadas. Arma de Duas Mãos (novato).
EQUIPAMENTO
Dielza, a dançarina Ladina 1 Adaga e marreta.

Artista exótica valeana.

do com Magda, a quem cortejou em sua juventude. Se
HABILIDADES (FOCOS)
beber demais, Bogdan pode deixar escapar que ele não
1 Astúcia se importaria de ver algum horror acontecer ao xerife
5 Comunicação (Performance, Sedução) (como se perder sua esposa para uma doença não fos-
3 Constituição se o bastante). Bogdan trata sua própria esposa e filhos
com indiferença.
5 Destreza (Acrobacia)
1 Força Durante o festival, Bogdan vende as armas que fa-
bricou em uma barraca provisória. Além das armas e
0 Magia
itens comuns, Bogdan também pode, segundo a deci-
2 Percepção (Empatia) são do mestre, ter uma ou mais armas superiores dis-
3 Vontade (Coragem) poníveis para venda, embora imponha altos preços por
VALORES DE COMBATE produtos de alta qualidade.
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA Fiala
16 40 16 0 Fiala é uma caçadora e excelente arqueira. Embora
ATAQUES mantenha seus longos cachos negros amarrados atrás da
ARMA ATAQUE DANO cabeça, Fiala tem uma beleza natural que brilha de qual-
quer forma. Gosta de regiões selvagens mas vê pouco
Adaga +5 1d6+2 mais do que seus territórios de caça usuais na Retroterra.
PODERES
Fiala é geralmente encontrada em jogos de arque-
Façanhas favoritas: desarmar. aria e chama qualquer PJ carregando um arco para
Grupos de armas: arcos, briga, cajados e lâminas leves. competir com ela. Fiala gosta de um bom desafio e ofe-
Talentos: Contatos (novato) e Música (experiente). rece-se para comprar uma bebida a qualquer um que
EQUIPAMENTO conseguir derrotá-la.
Adaga, sinos e pandeiros.
10
Fúria Âmbar
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 FIALA Ser Vilem Richta

Caçadora e arqueira. Jovem e orgulhoso cavaleiro.

HABILIDADES (FOCOS) HABILIDADES (FOCOS)
1 Astúcia 0 Astúcia (Conhecimento Militar)
1 Comunicação 3 Comunicação (Liderança)
3 Constituição (Vigor) 2 Constituição (Vigor)
5 Destreza (Arcos, Cavalgar) 3 Destreza (Cavalgar)
1 Força (Escalar) 4 Força (Lâminas Pesadas)
0 Magia -1 Magia
3 Percepção 1 Percepção
1 Vontade -1 Vontade
VALORES DE COMBATE VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
12 44 14 4 8 35 8 10
ATAQUES ATAQUES
ARMA ATAQUE DANO ALCANCE ARMA ATAQUE DANO ALCANCE
Adaga +5 1d6+2 — Besta +3 2d6+5 30/60 metros
Arco longo +7 1d6+6 26/52 metros Espada longa +6 2d6+4 —
PODERES PODERES
Façanhas favoritas: desarmar e recarga rápida. Façanhas favoritas: derrubar e penetrar armadura.
Grupos de armas: arcos, briga, lâminas pesadas e Grupos de armas: arcos, briga, lâminas pesadas e lanças.
lâminas leves. Talentos: Estilo de Arma Única (novato), Estilo
Talentos: Estilo de Arquearia (novato), Estilo de Arma de Arma e Escudo (novato) e Treinamento com
Dupla (novato) e Treinamento com Armaduras (novato). Armaduras (experiente).
EQUIPAMENTO EQUIPAMENTO
Adaga, arco longo, armadura de couro pesado, Armadura de placas pesada, besta, escudo médio,
flechas x20. espada longa e virotes x20.

Ser Vilem Richta

Ser Vilem é um jovem cavaleiro que foi designado
para comandar o Forte Lago Soth durante a constru-
ção do novo forte de pedra. O Xerife Milo vem tentan-
do convencer Ser Vilem a cortejar sua filha, mas Ser
Vilem está, na verdade, mais interessado em Fiala. Se
um dos PJs for uma mulher atraente, Ser Vilem pode
se apaixonar por ela. Isto poderia causar complica-
ções depois do ataque dos furiosos se qualquer uma
dessas mulheres for infectada — Ser Vilem mostra
seu verdadeiro caráter quando confrontado com uma
decisão difícil.
Ser Vilem pode ser encontrado suspirando por Fia-
la (à distância) ou em uma conversa com o Xerife Milo.
Ser Vilem não tem interesse em perder lutas, então não
irá participar de duelos a menos que seja provocado.
Strom Karsgard
Strom é um mercador anão popular na região.
Sempre oferece os melhores produtos anões a preços
razoáveis e geralmente está disposto a fazer trocas por
comida quente, bebida boa e cama confortável. Ele se
veste de maneira simples para um mercador, princi-

11
Fúria Âmbar
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
 Jogadores bem-sucedidos em um teste de PERCEP-
Strom Karsgard ÇÃO (AUDIÇÃO) contra NA 13 ouvem gritos de “Caçado-
res! Eles estão aqui!” antes de reagir. Em qualquer caso,
Respeitado mercador anão.
todos se dispersam para ficar em segurança. Enquanto
HABILIDADES (FOCOS) isso, alguns dos furiosos invadem a área do banquete.
3 Astúcia Leia o seguinte:
4 Comunicação (Barganha, Persuasão)
Um machado corta a lona da barraca atrás do Xe-
2 Constituição rife Milo e um bárbaro humano com pele de cor
0 Destreza estranhamente amarelada e veias salientes surge
2 Força (Armas de Contusão) para ameaçar o velho xerife. Wanda agarra o braço
-2 Magia do homem, e o bárbaro rosna para ela antes de cor-
tar seu antebraço com a adaga em sua outra mão.
1 Percepção Aldeões assustados passam por vocês, batendo
2 Vontade uns nos outros e espalhando comida e bebida por
VALORES DE COMBATE toda parte.
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA Pelo canto dos seus olhos, vocês veem dois ou mais
8 28 10 3 homens de cor estranha vestidos como chasind en-
trarem na barraca por ambos os lados e atacarem os
ATAQUES
convivas que tentam fugir.
ARMA ATAQUE DANO
Vocês vão lutar ou fugir?
Maça +4 2d6+2
PODERES Estes chasind são diferentes dos outros que os PJs
Façanhas favoritas: derrubar. podem ter encontrado, pois estão infectados com a fú-
Grupos de armas: armas de contusão, briga ria âmbar. PJs bem-sucedidos em um teste de ASTÚCIA
e machados. (CURA) contra NA 9 percebem que os chasind sofrem de
Talentos: Contatos (experiente) e Estilo de Arma algum mal. PJs bem-sucedidos em um teste de PERCEP-
Única (novato). ÇÃO (OLFATO) contra NA 13 cheiram algo desagradável
EQUIPAMENTO que se intensifica quando os furiosos chegam mais perto.
Armadura de couro leve e maça. PJs que se envolvam em luta corpo-a-corpo contra
um furioso devem ser bem-sucedidos em um teste de
CONSTITUIÇÃO (VIGOR) contra NA 13, ou ficarão abalados
palmente porque — tendo nascido em Orzammar — com o cheiro ocre, sofrendo uma penalidade de –1 em
usar joias seria como enfeitar-se com pedras. Strom rolagens de ataque. Todos os PJs também sofrem uma
gosta do sabor do ryott e pode ser visto saboreando penalidade de –1 por lutarem na penumbra da barraca.
pão fresco.
Depois de ter sido atacada, Wanda cai no chão. Se
Strom passa a maior parte do seu tempo em bar- um PJ a examinar, um teste de ASTÚCIA (CURA) contra NA
racas de comida, especialmente aquelas que oferecem 9 revela que ela tem febre, e sua pele está levemente ama-
pão de ryott. relada ao redor do ferimento. Se o PJ for bem-sucedido
em um teste de PERCEPÇÃO (OLFATO) contra NA 15, sente
2. Furiosos! uma leve variação do cheiro que emana dos furiosos.
A faca do furioso está coberta com veneno âmbar.
Encontro de combate Os personagens que examinarem as adagas podem
fazer um teste de PERCEPÇÃO (VISÃO) contra NA 9 para
Furiosos atacam o vilarejo e infectam alguns
notar o veneno. Um teste de ASTÚCIA (CONHECIMENTO
habitantes. Os PJs ajudam a defender os aldeões.
NATURAL) contra NA 11 revela que o veneno não é de
Vocês se reúnem na maior barraca, junto com vá- um tipo conhecido dentro de Ferelden.
rios aldeões, para o banquete da noite. O Xerife Sangue amarelado escorre dos ferimentos dos fu-
Milo se levanta de seu assento na mesa da frente riosos. Um PJ que faça uma autópsia no furioso (ob-
e se prepara para brindar ao festival. Ele ergue sua viamente depois do combate!) e que seja bem-sucedido
caneca e abre sua boca para falar, mas pausa ao som em um teste de ASTÚCIA (CURA) contra NA 15 nota que,
de cães latindo à distância. Ele balança a cabeça e além do sangue amarelo, suas artérias e veias estão di-
tenta novamente, apenas para ser silenciado por latadas. Uma autópsia é arriscada, pois tocar no sangue
cães latindo uma segunda vez. do furioso pode transmitir a fúria âmbar. A doença é
contraída se o personagem que toca no sangue infecta-
É quando vocês começam a ouvir gritos.
do falhar em um teste de ASTÚCIA (CURA) contra NA 11.

12
Fúria Âmbar
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
 Há outros furiosos no vale além daqueles que ata-
caram a barraca do banquete. Use as vinhetas de com- Furiosos
bate a seguir conforme forem apropriadas, levando em
Furiosos são humanoides infectados pela fúria âm-
consideração as capacidades dos PJs. Você também
bar. Sua pele é amarelada e tem cheiro rançoso. Fu-
pode criar seus próprios encontros de combate.
riosos operam unicamente por instinto.
A área do festival fornece complicações interessan-
HABILIDADES (FOCOS)
tes para os encontros de combate. Os PJs e os furiosos
podem pular nas mesas para ganhar bônus por terreno -2 Astúcia
alto. Não faltam facas e outras armas nas barracas de -2 Comunicação
comida e nas áreas de jogos. Tochas acesas em postes 3 Constituição
podem ser boas armas improvisadas. Lembre-se tam- 3 Destreza
bém de ajustar a cena para iluminação. Lutar à noite
impõe uma penalidade de –2, enquanto que lutar perto 6 Força
de uma tocha impõe uma penalidade de –1. Como o -2 Magia
festival estava terminando, muitas já se apagaram, ou 0 Percepção
estão a ponto de apagar (uma penalidade de –1 na pri- 8 Vontade
meira rodada pode facilmente se tornar uma penalida-
VALORES DE COMBATE
de de –2 na rodada seguinte).
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
Problema valeano 13 20 13 3
ATAQUES
Vocês veem um par de artistas valeanos — Olek e
Dielza — fugindo de dois furiosos. Dielza rasteja até ARMA ATAQUE DANO
o navio terrestre valeano com um ferimento horrível Machado de batalha +6 2d6+6
em sua perna. Entre ela e os dois furiosos está Olek, Mordida +3 1d3+6
não mais um palhaço mas um feroz defensor, man- PODERES
tendo os inimigos afastados com uma faca grande Lutar até a Morte: furiosos podem agir enquanto
em cada mão. Mesmo com sua impressionante de- estão moribundos. Só param quando morrem.
monstração, é óbvio que está ferido e cansado. Mordida Venenosa: um furioso que morda uma
Vocês vão ajudar? vítima pode transmitir a fúria âmbar com uma faça-
nha de 3 PF. Um personagem infectado rapidamente
Olek não está tentando vencer. Ele simplesmente começa a exalar odor, e sua pele se torna amarelada.
quer ver sua irmã em segurança antes de sucumbir aos Sem tratamento, o personagem se torna um furioso
seus ferimentos. dentro de (3 + Constituição) horas.
Odor: furiosos exalam um odor potente. Aqueles
Uma vez que os PJs assumam a luta, Olek cai. Ele que lutam com um furioso em corpo-a-corpo devem
está exausto e com Saúde 2, mas irá sobreviver. Qual- ser bem-sucedidos em um teste de CONSTITUIÇÃO
quer PJ que auxilie Olek com um teste de ASTÚCIA (VIGOR) contra NA 13 ou sofrem –1 em ataques.
(CURA) contra NA 11 descobre que ele foi envenenado. Veneno Âmbar: a onda inicial de furiosos chasind
Um teste oposto bem-sucedido de PERCEPÇÃO (PROCU- carrega armas envenenadas. Uma arma revestida
RAR) contra DESTREZA (PRESTIDIGITAÇÃO) revela vários pe- de veneno âmbar é mais potente do que a mordida,
quenos objetos nos bolsos de Olek e dentro da costura infectando uma vítima com uma façanha que custa
de seu casaco. São itens menores que ele roubou dos apenas 1 PF.
visitantes do festival. É possível que algumas pequenas EQUIPAMENTO
posses dos PJs estejam ali. Armadura de couro leve e machado de batalha.

Impedindo a execução
Em um cenário sombrio como Thedas, um jogador pode se apressar e concluir que um aldeão infecta-
do é uma causa perdida, matando-o no calor da batalha. Como isto obviamente elimina o encontro de
interpretação a seguir, a Velha Stoyanka vem ao resgate. Enquanto o PJ se prepara para o golpe final, a
sábia se aproxima mancando, dizendo que pode haver uma forma de curar a vítima.
A Velha Stoyanka interrompe desta forma apenas uma vez. Caso o jogador desconsidere isto, ela não
intervém fisicamente. Você precisará alterar o próximo encontro se todas as vítimas foram executadas
durante a luta. Também é possível que alguns aldeões não infectados (como o Xerife Milo) surjam para
proteger alguns dos infectados contra PJs exageradamente preocupados.

13
Fúria Âmbar
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 Aldeões assustados Soldados do forte

Foliões transformados em vítimas. A guarnição do Forte Lago Soth.

HABILIDADES (FOCOS)
0 Astúcia
1 Comunicação (Lidar com Animais)
2 Constituição
1 Destreza (Cavalgar)
1 Força
0 Magia
0 Percepção
1 Vontade
VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
11 20 11 0 9
ATAQUES
ARMA ATAQUE DANO
Adaga +3 1d6+2
Ferramenta +1 1d6+1
EQUIPAMENTO
Adaga, ferramenta.
A resistência de Strom
“Saiam de perto de mim, seus bárbaros nojentos! Já
derrotei aranhas de caverna maiores do que vocês!”
Vocês veem o mercador anão no alto de seu vagão
com sua maça, balançando-a selvagemente contra
um chasind amarelado que está escalando o lado
do veículo para pegá-lo. O anão perde o equilíbrio
em um giro e cai do outro lado.
Vocês vão enfrentar o chasind?
A menos que os PJs o interceptem, o furioso corre
ao redor do vagão para atacar Strom enquanto está ca-
ído. Se os PJs atacarem o furioso, Strom une-se à luta
depois de duas rodadas, esfregando o traseiro doído
e lamacento.
casaca virada
Vocês veem uma jovem correr até um homem que
parece ser um mateiro.
“Oskar, você conseguiu! Graças ao Criador!”
Então o caçador se vira para encarar a mulher, e ela
grita. Ele ergue seu machado para cortá-la e vocês
notam que seu braço é amarelo.
HABILIDADES (FOCOS)
0 Astúcia
0 Comunicação
2 Constituição (Vigor)
2 Destreza (Cavalgar)
3 Força
0 Magia
0 Percepção
1 Vontade
VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
35 14 7
ATAQUES
ARMA ATAQUE DANO ALCANCE
Besta +2 2d6+1 30/60 metros
Espada longa +3 2d6+3 —
PODERES
Façanhas favoritas: escaramuça e golpe poderoso.
Grupos de armas: arcos, briga, lâminas pesadas
e lanças.
Talentos: Estilo de Arma e Escudo (novato), Estilo
de Arquearia (novato) e Treinamento com Armadu-
ras (novato).
EQUIPAMENTO
Armadura de malha pesada, besta, escudo médio,
espada longa, virotes x20.
A caminho de Lago Soth, os furiosos encontraram
um caçador chamado Oskar, que tinha negócios no vila-
rejo de Wulverton e estava a caminho do festival. Embo-
ra ele tenha escapado, um furioso o mordeu. Sucumbiu
à fúria âmbar e agora luta ao lado dos outros furiosos.
A nova condição de Oskar é a prova de que os furio-
sos podem transmitir sua doença, e um teste de ASTÚCIA
(CURA) contra NA 11 confirma isso. Se os PJs falharem
neste teste, um dos habitantes locais percebe isso quan-
do os enfermos forem levados ao salão, no próximo
encontro. Se você escolher não usar este encontro, um
PNJ, provavelmente um soldado, é responsável por
despachar Oskar e levar a informação de que a fúria
âmbar pode ser espalhada até o xerife e Ser Vilem.
Use a ficha dos furiosos para Oskar. Aneta, a jo-
vem, pertence a uma das famílias de fazendeiros de
ryott de Lago Soth. Ela tem as mesmas estatísticas dos
aldeões assustados.

14
Fúria Âmbar
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 A escolha do Diabo
Vocês ouvem duas crianças gritando por seus pais.
Veem-nas agachadas embaixo de um vagão que
afundou em uma das partes mais lamacentas do
campo. Dois chasind se ajoelham na lama e as agar-
ram, tentando puxá-las. Uma das crianças, uma
jovem garota, consegue escapar e corre. Um dos
caçadores se lança atrás dela. O menino permane-
ce sob o vagão, berrando enquanto a mão do outro
chasind chega mais perto. Se vocês agirem rapida-
mente, talvez tenham tempo de salvar um deles.
Mas qual?
Este é um encontro angustiante, pois um PJ deve
escolher quem vive ou morre. Se você quiser aliviar as
consequências, apresente a vinheta a mais de um herói
ou faça com que, depois que a escolha for feita, a flecha
de Fiala ou a lâmina de Ser Vilem acertem o outro fu-
rioso antes que a criança seja despedaçada.
Aldeões assustados
Inicialmente, os aldeões assustados são uma ame-
aça tão grande quanto os furiosos. Temerosos por suas
vidas, muitos aldeões, visitantes, artistas e vendedores
não se importam com quem precisam empurrar ou atro-
Fúria Âmbar
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
pelar para salvar a si mesmos. Alguns aldeões podem
até mesmo tentar agarrar a arma ou escudo de um PJ.
Depois de algumas rodadas, a maioria dos aldeões
terá fugido. Mesmo assim, um aldeão pode voltar à
área onde os PJs estão, perseguido por um furioso.
Laços familiares
Se algum dos PJs é natural de Lago Soth ou da re-
gião ao redor e tem parentes aqui (ou se você inseriu
um PNJ de uma aventura prévia), um furioso ataca o
parente ou amigo. Dê ao PJ a chance de salvá-lo. Con-
tudo, quando os PJs conseguem reagir, o parente já foi
mordido por um furioso.
Soldados do forte
Há atualmente uma dúzia de soldados no Forte
Lago Soth, e metade deles está participando do festi-
val. Três soldados estavam entre os primeiros mortos
esta noite e os três remanescentes estão extremamente
preocupados com a situação. Os PJs podem ter que
discutir com um soldado para poupar a vida de um
aldeão infectado.
Os três soldados remanescentes podem também ser
aliados úteis se você achar que os PJs precisam de um
pouco mais de ajuda contra os furiosos. Seus nomes são
Jonshee, Lazlo e Zoran.
15

3. Só para ter
certeza?
Encontro de interpretação
Os aldeões decidem o que fazer com
seus companheiros infectados.
Uma vez que os estranhos atacantes estejam mor-
tos, o Xerife Milo assume o controle da situação,
organizando uma fogueira para os corpos e ins-
truindo todos, tanto feridos quanto saudáveis, a se
reunirem no salão da cidade. A maioria dos visi-
tantes dirige-se para suas barracas, pensando em
ir embora. Não importa que a chuva esteja ficando
mais pesada agora ou que talvez haja mais ameaças
fora do vale: Lago Soth não é mais um lugar seguro.
O Xerife Milo esvazia uma das maiores salas no sa-
lão de reuniões (que também é sua casa) para cuidar
dos feridos.
Todos os aldeões infectados estão com febre. Não
é preciso teste para deixar uma vítima infectada mais
confortável, mas nenhum nível de sucesso em ASTÚCIA
(CURA) ajuda um PJ a deter ou até mesmo retardar a
infecção. Os aldeões infectados incluem Wanda Kovic;
Olek, o palhaço; Lazlo (ou outro soldado se Lazlo tiver
morrido), e talvez um ou mais parentes dos PJs.
Uma vez que tenha tempo para examinar o veneno
de um furioso, a Velha Stoyanka descobre que está ma-
culado pela fúria âmbar. Ela avisa que ninguém deve
guardar o veneno e sugere que as lâminas sejam quei-
madas para serem limpas. Qualquer PJ que guardar
uma lâmina envenenada (ou o próprio veneno) corre o
risco de contrair a doença.
A Velha Stoyanka também visita os feridos, usan-
do seus poderes de cura e oferecendo aos envenenados
uma xícara de bebida de cheiro horrível. Esta mistura
retarda a transformação das vítimas em furiosos.
Em pouco tempo, o Xerife Milo abre a reunião e
discute como proteger a aldeia de mais ataques. Ser
Vilem promete que o forte ajudará, mesmo contando
com poucos homens, e qualquer aldeão não-infectado
é bem-vindo para passar a noite dentro de seus muros.
PJs doentes
Um ou mais heróis podem estar envenenados.
Isto provavelmente afetará a maneira como o PJ
age durante este encontro, bem como o tratamen-
to que recebe de seus companheiros. A bebida da
Velha Stoyanka retarda o efeito do veneno por
um tempo, mas os PJs infectados estão levemente
amarelados e ficam com um pouco de cheiro ocre
pelo resto da aventura.
16
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
Quando a questão dos aldeões infectados vem à
tona, as coisas começam a ficar feias. Para o horror do
Xerife Milo, Ser Vilem sugere que os aldeões infectados
sejam executados. Bogdan concorda. A Velha Stoyanka
intervém, declarando que há uma forma de curá-los. Isto
quebra a discussão em dois grupos: aqueles que querem
ajudar os infectados e aqueles que querem matá-los.
As opiniões dos quatro maiores PNJs são apresen-
tadas aqui para que você possa incorporá-las na dis-
cussão com os PJs. Se os jogadores não estiverem dis-
postos a debater, você tem algumas opções. Você pode
simplesmente dizer aos jogadores que, depois de um
caloroso debate, o Xerife Milo ou Bogdan (sua escolha)
vence a discussão. Alternativamente, você pode pedir
que os PJs façam um teste oposto avançado de COMUNI-
CAÇÃO (PERSUASÃO) contra NA 13 com limiar de sucesso
15, com cada grupo tentando atingir o limiar e cada ro-
lagem gastando até 30 minutos de tempo.
• Xerife Milo: o xerife tem um interesse pessoal neste
debate, pois ficar ao lado de Bogdan significa exe-
cutar sua filha. Além disso, o Xerife Milo tem um
forte código pessoal e quer dar uma chance aos al-
deões infectados. Ele tem fé na Velha Stoyanka e
sabe que ela não faria uma proposta sem uma chan-
ce decente de sucesso.
• Bogdan: também tem um interesse pessoal no de-
bate — quer ver o Xerife Milo sofrer. Se o xerife per-
der sua filha, ele pode sair e permitir que Bogdan se
torne o burgomestre de Lago Soth. Bogdan também
é realista: não acredita nas arengas da velha sábia e
acha que é melhor proteger o vilarejo agora, elimi-
nando os incuráveis. Se a opinião popular estiver a
favor do xerife, Bogdan argumenta que pelo menos
o elfo infectado seja morto, pois elfos em geral não
valem nada.
• Ser Vilem: está determinado a matar os aldeões in-
fectados. Embora possa recuar para o Forte Lago
Soth, Ser Vilem não receberá reforços por pelo me-
nos dois dias. A fúria âmbar realmente assusta o ca-
valeiro e ele teme que, com ou sem muros, a doença
possa infectá-lo. Não fosse pelo fato de que o Xerife
Milo supera Ser Vilem em hierarquia em assuntos
locais, Ser Vilem abandonaria o debate e simples-
mente executaria os aldeões infectados.
• Velha Stoyanka: quer salvar os aldeões infectados.
Ela acredita que pode fazer uma cura a partir de
uma receita que ela lembra de uma velha lenda, e
tem a maior parte dos ingredientes necessários. O
que está faltando é musgossombra, que só cresce
em uma gruta escondida nas florestas enevoadas
dos Ermos Korcari. Fica a um dia de caminhada de
Lago Soth. Os enfermos devem beber o prepara-
do dentro de três dias para que funcione. Quando
Ser Vilem a pressiona, a sábia admite que a receita
pode não funcionar, já que é apenas uma lenda.
Fúria Âmbar
 Se o xerife vencer
Se o lado do Xerife ganhar a discussão, os aldeões in-
fectados precisam ser abrigados e contidos em algum lu-
gar. O Forte Lago Soth é o local óbvio, mas o Xerife Milo
acredita que, uma vez que os aldeões estejam em posse
de Ser Vilem, ele irá matá-los. Um dos fazendeiros de
ryott, Anzhay, oferece seu celeiro, se alguém se oferecer
para vigiar os aldeões infectados lá. A Velha Stoyanka
reitera que seu composto retardaria os efeitos da fúria
âmbar até que o musgossombra possa ser coletado.
A próxima questão é quem irá buscar o musgossom-
bra. Não há muitos aldeões dispostos a se arriscar nos
Ermos Korcari e, de qualquer forma, eles são necessários
aqui. Os PJs são a escolha óbvia. Se eles não se volun-
tariarem, o Xerife Milo oferece uma peça de ouro para
cada um — e isto pode ser negociado até um máximo
de 50 peças de prata a mais com um teste oposto de CO-
MUNICAÇÃO (BARGANHA). Bogdan irrita-se e reitera que, se
os aldeões têm a intenção de prosseguir com este plano
louco, devem pelo menos matar o elfo infectado.
Se os PJs aceitarem a busca, a Velha Stoyanka pro-
mete indicar o caminho no início da manhã. Por en-
quanto, ela sugere que eles durmam e deixem os alde-
ões lidarem com os infectados. Se um PJ foi infectado, a
Velha Stoyanka insiste que ele seja levado para o celei-
ro para que todos fiquem a salvo durante a noite.
Se Ser Vilem e Bogdan
vencerem
Se o lado mais brutal vencer, os aldeões infectados
são levados para fora, amarrados e executados pelos
soldados de Ser Vilem. O Xerife Milo ou quaisquer pa-
rentes das vítimas podem fazer uma última tentativa
fútil de resistir, se você quiser. Mesmo assim, como
Bogdan esperava, o Xerife Milo fica tão perturbado que
desiste de seu cargo como burgomestre.
A maioria dos aldeões não fica feliz com esta de-
cisão, especialmente enquanto veem amigos e entes
queridos sangrarem até a morte. Se tivessem que de-
cidir novamente, provavelmente os aldeões votariam
ao contrário.
Mesmo após as execuções, a Velha Stoyanka insiste
que o musgossombra seja coletado, caso haja mais fu-
riosos na área. Embora não haja um prazo a ser cumpri-
do, a jornada dos PJs ainda é crucial, pois pode haver
mais ataques e mais aldeões infectados a qualquer mo-
mento. Bogdan, sentindo uma nova oportunidade para
liderança, agora apoia a busca.
Dependendo de quando os PJs partem, Ser Vilja (veja
PARTE 6, 1. A ÚLTIMA RESISTÊNCIA DE UM CAVALEIRO) pode
conseguir o musgossombra antes deles. Neste caso, os
papéis se invertem: são os PJs que descobrem com as fa-
das do fogo o que aconteceu, e que devem seguir Ser Vilja
para pegar o musgossombra.
Fúria Âmbar
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
4. Fuga!
Encontro de combate (opcional)
Um aldeão infectado sucumbe à fúria
âmbar e ataca inocentes.
Se a discussão parecer unilateral e você quiser mo-
tivar os PJs contra a compaixão, um ou mais aldeões
infectados se tornam furiosos antes de experimentar a
bebida da Velha Stoyanka e se libertam, atacando ou-
tros aldeões antes que possam ser dominados ou mor-
tos. Como alternativa, você pode decidir que o composto
não é completamente eficiente em retardar os efeitos da
fúria. Também é um bom encontro para usar se um ou
mais PJs decidirem ajudar a conter os aldeões infectados.
PARTE 2
Nos Ermos
Esta parte da aventura leva os PJs de Lago Soth aos
Ermos Korcari. Eles viajam sobre as colinas da Retroter-
ra e cruzam o Rio Sudrand em Vau Wich, onde os furio-
sos que atacaram Lago Soth mataram todos que encon-
traram. Uma vez lá, os PJs devem decidir se abandonam
a busca para ajudar Lago Soth contra uma segunda onda
de ataques ou se continuam. Caso decidam continuar,
eles descobrem um pouco mais sobre o que aconteceu
nos Ermos Korcari tanto com amigos quanto inimigos.
1. A Jornada Começa
Encontro de interpretação
Os PJs embarcam em uma jornada para
encontrar a cura para os aldeões infectados.
A manhã chega com uma chuva pesada. O sol nas-
cente é só um brilho opaco sobre o vale, mal ilumi-
nando o caos deixado pelos eventos da noite ante-
rior. Barracas estão destruídas, mesas estão viradas
e o chão está cheio de lixo. Cães e pássaros mexem
nos restos, procurando comida.
A Velha Stoyanka senta próxima a uma fogueira no
centro do campo encarando o sol e canta em uma
língua desconhecida. Ela joga um punhado de algo
no fogo, que explode em uma bola de fogo azul.
Com um leve sorriso, a Velha Stoyanka pega sua
bengala e se levanta. Momentos mais tarde, um cor-
vo gralha e pousa em seu ombro.
PJs bem-sucedidos em um teste de ASTÚCIA (CONHE-
CIMENTO ARCANO) contra NA 13 percebem que a Velha
Stoyanka está fazendo um velho ritual animista cha-
sind (se souberem falar chasind, nenhum teste é ne-
cessário, e eles compreendem que ela está rezando aos
espíritos por orientação).
17

O Xerife Milo e alguns aldeões se aproximam dos
PJs com provisões para a jornada. Ele também dá aos
PJs um mapa esboçado da região. Strom também está
presente, agradecendo aos PJs por sua ajuda (se eles o
ajudaram) e oferece uma lanterna sem chama (alimen-
tada por uma pedra de luz — veja o Guia do Mestre,
página 40) para sua jornada.
A Velha Stoyanka caminha até os PJs com o corvo
ainda empoleirado em seu ombro.
A velha olha para vocês com um olho aberto e o ou-
tro quase fechado. Ela lhes oferece duas pequenas
bolsas e um saco grande. Uma das bolsas parece es-
tar se movendo, enquanto que da outra emana um
cheiro repulsivo. O saco parece estar vazio. “Sigam
o corvo para encontrar a gruta”, diz ela. “Esta bol-
sa”, ela segura a bolsa que se move, “contém sua
comida. Acampem onde o corvo os levar. Mas pres-
tem atenção ao caminho: ele os levará onde preci-
sam estar, mas não os trará de volta”.
Ela então segura a bolsa malcheirosa. “Uma vez no
local do acampamento, coloquem esta mistura em
água fervente. Isto atrairá as fadas do fogo. Elas os
levarão até o musgossombra.”
Por fim, ela indica o saco grande. “Encham isto com
musgossombra”.
18
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
Além do que foi dito acima, a sábia dá a cada PJ
três potes com unguentos. Cada unguento é uma mis-
tura feita de várias ervas e manteiga, dentro do estô-
mago de um castor. Quando o estômago é perfurado
e a mistura é espalhada em um ferimento, o unguento
age como uma poção de cura menor (veja o Guia do
Mestre, página 40).
A Velha Stoyanka também dá a cada PJ infectado
(se houver algum) três frascos de sua mistura antifú-
ria. Cada dose desta bebida malcheirosa evitará por
um dia — ela espera — que o PJ infectado se torne
um furioso.
Perguntas e Respostas
Se os PJs tiverem bom senso, devem fazer per-
guntas. As mais comuns são apresentadas aqui, junto
com as respostas da Velha Stoyanka. Improvise con-
forme necessário.
“COMO SABEREMOS QUANDO O CORVO TIVER TERMINADO
DE NOS GUIAR?”
Vocês saberão.
“O QUE ESTÁ SE MEXENDO DENTRO DA BOLSA?”
Besouros carniceiros. O corvo deve consumi-los vivos
para prolongar o encantamento. Um besouro por hora deve
ser o suficiente.
“O QUE É UMA FADA DO FOGO?”
Criaturas antigas, de quando o mundo era jovem. Já
foram numerosas nos Ermos Korcari, cantando canções de
alegria, mas esta época há muito se foi. Com o passar do
tempo, muitas fadas do fogo foram mortas. Somente algu-
mas restaram, e agora suas canções são tristes. Aquelas que
sobreviveram protegem a localização do musgossombra. Di-
zem que suas canções acalmam seu guardião.
“COMO DIREMOS ÀS FADAS DO FOGO O QUE PRECISAMOS?”
Não dirão. Elas se cansarão de vocês e retornarão para a
gruta. Sigam-nas.
“O QUE PROTEGE O MUSGOSSOMBRA?”
Uma criatura antiga — uma serpente poderosa — vive
na gruta que contém o musgossombra.
“QUAL É A APARÊNCIA DO MUSGOSSOMBRA?”
É uma substância musgosa que emite um brilho verde
doentio. Só floresce onde o sol não consegue alcançar.
“COMO RECOLHEMOS O MUSGOSSOMBRA?”
Da forma óbvia. Apenas certifiquem-se de que a bolsa
está cheia e bem fechada. O composto pode não funcionar com
uma quantidade menor.
“QUANTO TEMPO TEMOS?”
Devem trazer o musgossombra para mim antes que três
pores-do-sol passem.
Uma vez que os PJs tenham feito todas as pergun-
tas, a Velha Stoyanka os despacha.
Fúria Âmbar
 “Boa sorte!”, ela grunhe, batendo sua bengala contra
uma grande pedra. O corvo gralha e voa. “Sigam o
corvo”, ela diz, apontando o dedo ossudo em dire-
ção a ele, que voa para o sul, circulando um pouco
como se os estivesse esperando.
“Boa sorte, de fato!”, diz o Xerife Milo, que abaixa
sua voz para sussurrar enquanto se aproxima. “Por
favor... Salvem minha filha”.
Enquanto os PJs partem, aqueles que forem bem-
-sucedidos em um teste de PERCEPÇÃO (VISÃO) contra NA
13 veem Bogdan olhando para eles de sua oficina, ves-
tindo um avental e segurando um martelo. Ele tem uma
expressão sinistra mas satisfeita, como se estivesse feliz
por estarem partindo. Assentindo para si mesmo, Bog-
dan olha para o forte e então volta para seu trabalho.
2. A menor distância
entre dois pontos
Encontro de exploração
Os PJs devem descer um penhasco íngreme evitando
ferimentos a si mesmos e a suas montarias.
A chuva cai sobre vocês enquanto alcançam o cume
de uma última colina através da neblina que encobre
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
o sol da tarde. Vocês conseguem ver o Rio Sudrand
abaixo e os Ermos Korcari além. Infelizmente, o de-
clive se torna um penhasco íngreme, cheio de rochas
soltas meio enterradas.
Se um PJ verificar o mapa, peça um teste de ASTÚCIA
(CARTOGRAFIA) contra NA 9. Com um sucesso, o PJ ob-
serva que Vau Wich, uma aldeia com um vau, fica a cer-
ca de um quilômetro rio acima. É impossível vê-la da-
qui, mas seguir a oeste ao longo da borda do penhasco
deve revelá-la. Infelizmente, o penhasco em Vau Wich
é tão íngreme quanto aqui, portanto os mesmos testes
para descer são exigidos de qualquer maneira.
Descer o penhasco a cavalo é difícil, e exige um
teste de COMUNICAÇÃO (LIDAR COM ANIMAIS) contra NA
11. Então, cada PJ tem que fazer um teste avançado de
DESTREZA (CAVALGAR) contra NA 15 com um limiar de
sucesso 9. Uma falha significa que o cavaleiro e o cavalo
caem colina abaixo e sofrem 1d6 pontos de dano para
cada 3 pontos pelos quais o PJ não atingiu o limiar (mí-
nimo de 1d6). Um teste de DESTREZA (ACROBACIA) contra
NA 13 bem-sucedido reduz o dano à metade.
Desmontar e conduzir o cavalo colina abaixo é mais
fácil. Nenhum teste de COMUNICAÇÃO (LIDAR COM ANI-
MAIS) é necessário, mas cada cavalo e PJ devem fazer
um teste avançado de DESTREZA (ESCALAR) com limiar de
sucesso 9. Uma falha resulta em 1d6 pontos de dano
para cada 3 pontos abaixo do limiar (mínimo de 1d6).
 PJs preocupados com a viagem de volta percebem
com um teste de ASTÚCIA (NAVEGAÇÃO) conta NA 9 que
os cavalos não serão capazes de escalar o penhasco. Um
PJ bem-sucedido em um teste de ASTÚCIA (CARTOGRAFIA)
contra NA 9 nota que a rota alternativa mais rápida é
passar por Vau Wich e seguir o rio para oeste até que o
vale se abra. A viagem de Vau Wich até Lago Soth leva
cerca de um dia a cavalo.
Não importa se os PJs descem o penhasco onde
encontram-no pela primeira vez ou cavalgam a oeste,
até as imediações de Vau Wich — o vau da aldeia é o
único ponto adequado para cruzar o rio. O corvo não os
seguirá ao oeste para o vau, mas permanece na mesma
área do outro lado do rio até que os heróis voltem. Ofe-
recer comida ao corvo temporariamente o atrai, mas
ele volta para sua posição anterior no outro lado do rio
depois de comer um ou dois besouros. Os PJs devem
cruzar o rio em Vau Wich e então virar para leste para
se reunir com o corvo.
Os dez “corvos” em Vau Wich são corvos de san-
gue, que atacam os PJs quando eles entram na aldeia.
Um teste de ASTÚCIA (CONHECIMENTO NATURAL) contra
NA 13 permite que um PJ note que esses pássaros são
mais do aparentam. Para mais informações sobre cor-
vos de sangue, veja o Guia do Mestre, páginas 62 e 63.
4. Do Fogo para
a Frigideira
Encontro de interpretação
Os PJs encontram um sobrevivente do ataque a Vau Wich.
Exceto pela chuva caindo nos telhados de sapé, a
aldeia de Vau Wich está em um silêncio macabro.
Alguns corpos estão espalhados na lama ao redor
dos prédios, cortados por lâminas e comidos pelos
corvos de sangue. Alguns prédios estão fechados
enquanto outros têm janelas e portas quebradas.

3. As Ruínas Vocês querem investigar ou continuar para o vau?

de Vau Wich Peça um teste de PERCEPÇÃO (RASTREAR) contra NA

Encontro de combate
Corvos de sangue atacam os PJs quando
entram na aldeia de Vau Wich.
À frente fica Vau Wich. Vocês esperavam que a al-
deia estivesse fervilhando de atividade, pois caça-
dores na orla dos Ermos Korcari usam a pequena
balsa em Vau Wich para viajar de uma margem do
Sudrand a outra. Hoje, entretanto, não parece ha-
ver qualquer atividade além da chuva enchendo as
poças e alguns corvos sobrevoando a cidade, sabo-
reando restos de corpos humanos.
Vocês entrarão na aldeia?
Ao entrar na aldeia (ou com um teste de PERCEPÇÃO
(VISÃO) contra NA 13 de longe) se torna óbvio que a bal-
sa está desaparecida. Quando Vau Wich sofreu o ataque
dos furiosos, um sobrevivente soltou a balsa, esperando
que isso impedisse que mais furiosos cruzassem o rio.
15. Qualquer PJ bem-sucedido nota que algumas das
pegadas na lama indicam que humanoides vieram à al-
deia da direção do rio há menos de um dia (quando a
luta aconteceu), talvez nas últimas horas.
Qualquer um que verifique os corpos e seja bem-
-sucedido em um teste de COMUNICAÇÃO (INVESTIGAÇÃO)
contra NA 11 percebe que os corpos dilacerados e des-
membrados foram parcialmente comidos por criaturas
com dentes semelhantes aos dos humanos.
Peça um teste de PERCEPÇÃO (AUDIÇÃO) contra NA 9 de
qualquer um que passe por Vau Wich. Aqueles que forem
bem-sucedidos ouvem uma janela se abrir de um andar
superior atrás deles, seguido de uma batida de dentro do
prédio. Josef, o coureiro, está no segundo andar de sua
oficina. Sua perna esquerda está quebrada pelo golpe de
uma maça e ele tem um corte feio em seu braço esquerdo.
Ele ouviu os PJs chegarem e queria avisá-los (a “batida”
foi Josef caindo de sua cadeira). Se nenhum dos PJs for
bem-sucedido no teste, Josef começa a gritar para que eles
venham vê-lo, o que não exige teste algum.

Uma oportunidade ladina

Thedas é um mundo duro, e é difícil culpar qualquer PJ que queira tomar vantagem da oportunidade
que Vau Wich dá para fazer umas “comprinhas”. Vau Wich é uma aldeia pequena, mas também é uma
cidade fronteiriça. Há muitas armas de caça e armaduras, e a maioria dos moradores tem pelo menos
algumas moedas de prata escondidas em seus lares. Além de algumas poucas trancas, o maior inimigo
neste encontro é o tempo. O relógio está correndo contra os aldeões infectados e os PJs simplesmente
não podem se dar ao luxo de gastar o dia saqueando casas.
Saquear um cadáver leva um minuto e rende 1d6 peças de cobre e (na maior parte dos casos) uma arma.
Há 20 cadáveres espalhados na aldeia. Saquear uma casa exige um teste de DESTREZA (ARROMBAMENTO)
contra NA 9, um teste de PERCEPÇÃO (PROCURAR) contra NA 13 e 30 minutos. Uma casa saqueada desta
forma rende 1d6 peças de prata multiplicadas pelo número do dado do dragão do teste de Percepção.

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Fúria Âmbar
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 Corvo de sangue Cria das trevas da fome

Aves negras de olhos avermelhados.

HABILIDADES (FOCOS)
–2 Astúcia
0 Comunicação
–2 Constituição (Vigor)
3 Destreza (Furtividade, Mordida)
–1 Força (Intimidação)
–2 Magia
2 Percepção (Olfato)
0 Vontade
VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
5 (voo 20) 10 13 0
ATAQUES
ARMA ATAQUE DANO
Mordida +5 1d6–1
PODERES
Façanha atacar olhos: por 2 pontos de façanha, um
corvo de sangue pode arranhar ou bicar os olhos de
um alvo, ou outros pontos vulneráveis. O alvo sofre
–1 de penalidade em todos os testes até o final do
próximo turno do corvo.
Façanha drenar sangue: por 3 pontos de façanha, um Peça um teste de PERCEPÇÃO (OLFATO) contra NA 15.
corvo de sangue pode golpear um alvo e prender-se Qualquer um que for bem-sucedido sente o cheiro fa-
a ele para drenar seu sangue. O dano do ataque do miliar de uma vítima infectada.
corvo de sangue ignora armadura.
Façanhas favoritas: atacar olhos, drenar sangue e Josef está confuso. Como o Sudrand se tornou in-
golpe poderoso. transponível rio abaixo, Josef presume que os PJs te-
nham vindo de rio acima, talvez com os moradores de
Vau Wich que participaram do festival. Entre a longa
A oficina de Josef é onde o couro é transformado jornada — Lago Soth fica a quase um dia daqui, pela
em sapatos e outros produtos. O primeiro andar chei- estrada — e um provável confronto com os furiosos,
ra a couro e graxa de sapato. Há um alçapão no teto ele não entende como os PJs podem ter chegado a Vau
que, quando aberto, leva ao segundo andar por meio Wich tão rapidamente.
de uma escada (uma característica comum das cons-
truções de dois andares de Vau Wich como proteção Se alguém perguntar o que aconteceu em Vau
contra caçadores chasind e outras criaturas dos Ermos Wich, Josef diz que os chasind “enlouquecidos” saíram
Korcari). Uma vez que os PJs puxem a escada, ouvem a da floresta nebulosa e mataram um grupo de mateiros
voz de um homem dizer que podem subir. que voltavam de uma manhã de caçada. Rudolf, o bar-
queiro, cortou a corda para soltar o barco, mas os furio-
O segundo andar é escassamente decorado. Um sos conseguiram cruzar o rio devido aos baixios. Havia
homem de idade avançada se apoia na parede do inimigos demais, já que alguns dos moradores de Vau
lado da janela quebrada. A cor sumiu de seu rosto Wich estavam fora por causa do festival. Os furiosos
e uma lente dos seus óculos está rachada. A perna mataram todos com quem cruzaram; Josef se escondeu
esquerda de sua calça foi arrancada e há curativos no andar de cima de sua oficina.
amarrados a uma tala segurando o que resta de seu Em algum momento, Josef adormeceu e acordou
joelho. Sua pele tem aparência amarelada. Uma es- cedo esta manhã. Ele desceu do segundo andar e saiu
pada curta está ao seu lado. apenas para ser emboscado por Hanz, o carpinteiro de
“Vocês... Vocês não vieram de Lago Soth, vieram?”, Vau Wich, que tinha se tornado um furioso com o ataque
ele pergunta. de ontem. Ele estraçalhou a perna de Josef e teria ma-
tado-o se não fosse por Karl, um vigia moribundo, que
Como vocês respondem?
atirou em Hanz com sua besta. Mas quando Hanz caiu,

21
Fúria Âmbar
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 mordeu o braço de Josef. Josef arrastou-se de volta para
a segurança quando ouviu novos furiosos movendo-se
— antigos residentes de Vau Wich agora infectados com
a horrível praga. Depois de uma hora ou mais, este gru-
po de talvez uma dúzia de furiosos saiu da cidade, indo
em direção ao norte na direção geral da trilha que acaba
levando de volta ao leste e segue para Lago Soth.
Embora acredite que o perigo tenha passado, Josef
percebe que logo se tornará uma daquelas “coisas ama-
relas”. Com isto, e a condição de sua perna, ele pede a
um dos PJs para matá-lo. Josef está, de fato, a ponto de
se tornar um furioso. Os PJs podem oferecer a ele um
pouco da bebida da Velha Stoyanka para postergar a
transformação, mas têm que fazer um teste oposto de
COMUNICAÇÃO (PERSUASÃO) contra VONTADE (DISCIPLINA)
com ele para convencê-lo a tomar. Se você quiser au-
mentar a pressão nos PJs para decidir, Josef comple-
ta sua transformação enquanto eles estão indecisos e
se lança sobre eles com uma ferramenta de trabalho.
Além do pedido perturbador, a informação de Josef
de que há mais furiosos indo em direção a Lago Soth
também é preocupante. Simplesmente não há tempo de
voltar e matar esta segunda onda antes de recolher o
musgossombra sem condenar os aldeões já infectados.
Também é bem óbvio que os PJs não serão capazes de
levar os cavalos de volta penhasco acima. Portanto, eles
não podem usar a rota terrestre que pegaram quando
estavam seguindo o corvo para interceptar os furiosos
antes que cheguem a Lago Soth.
Cabe aos PJs decidir se voltam ou seguem. Se eles
escolherem voltar, você terá que decidir se os morado-
res voltando a Vau Wich detêm os furiosos ou, como
sugerido em COMPLICAÇÕES, a segunda onda de furiosos
chega a Lago Soth.
A oficina de Josef pode ser saqueada assim como as
outras casas de Vau Wich, mas nenhum teste de DESTRE-
ZA (ARROMBAMENTO) é necessário.
5. Atravessando
a Ponte
Encontro de exploração
Os PJs devem cruzar o Rio Sudrand.
O vau tem talvez 50 metros de largura, com alguns
juncos projetando-se fora da água, indicando seus
baixios. A balsa seguia uma corda amarrada à outra
margem, mas esta foi cortada, e cada ponta está solta
na água. Atravessar com um cavalo pode ser perigo-
so, especialmente sem um guia com conhecimento
sobre os pontos altos e baixos da água escura.
Como planejam atravessar o rio?
Tentar cruzar o rio a cavalo é difícil; um PJ deve ser
bem-sucedido em um teste avançado de DESTREZA (CA-
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Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
VALGAR) contra NA 13 com limiar de sucesso 12. Uma
falha em qualquer um destes testes causa 2d6 pontos
de dano ao cavalo e força o cavaleiro a fazer mais um
teste de DESTREZA (CAVALGAR) contra NA 13 para evi-
tar ser derrubado. Um cavaleiro derrubado sofre 2d6
pontos de dano e deve ser bem-sucedido em um tes-
te avançado de CONSTITUIÇÃO (NATAÇÃO) contra NA 13
com limiar de sucesso 9 para conseguir chegar ao outro
lado (ele escolhe qual lado). Cada falha nos testes de
Natação resulta em mais 1d6 pontos de dano por bater
nas rochas e engolir água. Personagens que nadam de-
vem continuar fazendo testes até alcançar o limiar de
sucesso ou se afogar.
Como alternativa, um personagem pode nadar ou
caminhar através do vau (como descrito acima) e então
reparar a corda ou amarrar uma nova corda, permitin-
do que o resto dos PJs a use para atravessar os cavalos.
Um PJ que procure na cidade pode encontrar uma cor-
da de tamanho suficiente com um teste de PERCEPÇÃO
(PROCURAR) contra NA 11. Fazer os nós adequados exige
um teste de ASTÚCIA (ENGENHARIA) contra NA 7.
Uma vez que a corda tenha sido presa, os jogadores
recebem um bônus de +3 em testes de DESTREZA (CAVAL-
GAR) e CONSTITUIÇÃO (NATAÇÃO) para cruzar o rio.
Uma vez que os PJs cruzem o rio, precisam apenas
segui-lo para encontrar seu corvo. Ainda chove enquan-
to o corvo os guia para os sinistros Ermos Korcari.
6. A História de
um Caçador
Encontro de interpretação
Os PJs encontram um mateiro que conta a eles mais sobre
os estranhos acontecimentos recentes dos Ermos Korcari.
Vocês estão cavalgando há três horas desde que atra-
vessaram o vau e conseguem ver o campo cheio de
colinas à frente que os separa da floresta. Também
conseguem ver uma carroça e uma fogueira onde um
homem grande, vestido com peles, atiça a brasa sob
um pedaço de carne que está assando. Enquanto vo-
cês se aproximam, dois grandes cães com pelos cin-
zentos e brancos latem para vocês.
“Bog! Ipa! Quietos!”, diz o homem quando os vê.
“Bem-vindos à minha fogueira! Fico contente em
ver rostos amigáveis novamente!”.
Como vocês respondem?
Este encontro acontece a cerca de três horas de ca-
valgada do vau. A chuva diminuiu, embora as nuvens
cinzentas no céu sugiram que isso seja temporário.
Branik, um mateiro local, acabou de sair dos Ermos
Korcari e está aproveitando a pausa para comer algo
antes de completar sua jornada para Vau Wich.
Fúria Âmbar
 BRANIK, O CAÇADOR Cão wofun

Caçador e mateiro. Cães wofun lembram pastores fereldenianos mais

altos, com pelos brancos e cinzentos. Embora sua in-
HABILIDADES (FOCOS)
teligência assemelhe-se à de um mabari, cães wofun
1 Astúcia (Conhecimento Natural) são irascíveis e teimosos.
2 Comunicação (Lidar com Animais)
HABILIDADES (FOCOS)
3 Constituição (Vigor)
–1 Astúcia
3 Destreza (Arcos)
0 Comunicação
5 Força (Machados, Armas de Contusão)
1 Constituição (Corrida)
0 Magia
3 Destreza (Mordida)
4 Percepção (Audição, Visão)
2 Força (Salto)
2 Vontade (Coragem)
–1 Magia
2 Percepção (Olfato, Rastrear)
Perguntas e Respostas 1 Vontade
Se os PJs aceitarem a hospitalidade de Branik, o cor- VALORES DE COMBATE
vo se empoleira na árvore mais próxima para esperar. VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
Branik oferece aos PJs carne assada e cerveja de ryott. 16 20 13 0
Ele explica que é um caçador e mateiro, o que é com-
ATAQUES
provado pelos muitos animais mortos na sua carroça.
Uma vez que os PJs se acomodem ao redor do fogo, ARMA ATAQUE DANO
Branik relata o que está acontecendo no norte dos Er- Mordida +5 1d6+2
mos Korcari. Se os PJs contarem a ele o que aconteceu PODERES
em Vau Wich, Branik fica profundamente abalado. Ele
Façanhas favoritas: derrubar e escaramuça.
considerava Josef um amigo.
“COMO ANDA A CAÇA?”
Muito boa. Eu venho caçando duas ou três vezes mais
animais ultimamente do que deveria. Os chasind estão
nervosos. Sabem, eles não são todos saqueadores. A maio-
ria deles só quer ficar em paz. Mas alguns dos clãs mais
agressivos estão se movendo ao norte. Entre os chasind
e os animais, é como se algo profundo nos Ermos esteja
expulsando-os.
“VOCÊ SABE DA FÚRIA ÂMBAR?”
Sei que algo está errado. Eu passei por um vilarejo cha-
sind abandonado esta manhã e vi caçadores correndo na flores-
ta próxima, caçando uns aos outros. Um deles até me atacou,
mas prendi-o a um tronco de árvore com minha besta. Estava
selvagem e doente, tudo ao mesmo tempo. Sua arma estava re-
coberta por algum veneno. Não uso veneno no meu trabalho;
estraga a carne.
“VOCÊ QUER VIR CONOSCO?”
Não, acho que irei a Vau Wich e verei se algum dos mo-
radores conseguiu voltar de Lago Soth.
“TEM ALGUMA NOTÍCIA SOBRE A TRILHA À NOSSA FRENTE?”
Em algum ponto vocês precisarão deixar seus cavalos
para trás. Os pântanos e charcos dos Ermos são perigosos
demais para eles.
“O QUE DEVEMOS FAZER COM NOSSOS CAVALOS?”
Dosov é um vilarejo chasind à frente que destila vinho
selvagem. Fica dentro da floresta na direção em que estão

23
Fúria Âmbar
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
 indo. São pessoas amigáveis, e vocês devem conseguir fa-
zer um acordo com um estábulo para seus cavalos. Digam a
Zorya que eu avisei para não beber o vinho!
Branik indica o caminho para Dosov. Parece ser
bastante perto da direção em que o corvo os está le-
vando, e não será problema algum parar lá para deixar
seus cavalos.
BRANIK, O CAÇADOR
Branik é um urso em forma de homem: alto, corpu-
lento e peludo. Seu cabelo longo e castanho se mescla
ao seu bigode e barba longos, fazendo com que pareça
ter uma juba. Ele se sente mais em casa nos ermos do
que até mesmo nas cidades fronteiriças de Ferelden.
Embora seja sociável, Branik passa muito tempo sem
companhia humana, e gosta disso. Branik se veste com
peles e pode ser confundido com um chasind de longe,
embora seu sotaque o marque como um fereldeniano.
BOG E IPA, CÃES WOFUN
Bog e Ipa são os fiéis companheiros de caça de Bra-
nik. Embora ele os chame de cachorros, são na verdade
híbridos de cães e lobos, conhecidos como cães wofun,
especialmente criados na Retroterra.
Há dois caçadores para cada PJ. Os caçadores lu-
tam até que metade deles tenha caído, depois o resto
recua para seus cavalos, que estão pastando, fora da li-
nha de visão dos PJs, a cerca de 100 metros de distância,
protegidos por outro caçador chasind.
Se um caçador for capturado, pode ser persuadido
a falar com um teste oposto de COMUNICAÇÃO (PERSUA-
SÃO) contra VONTADE (DISCIPLINA). Os caçadores faziam
parte de uma incursão organizada contra a Retroterra.
Os xamãs tinham dito que os Ermos Korcari estavam se
tornando muito perigosos. Mas estes caçadores acredi-
tam que seus xamãs os traíram. O veneno que os xamãs
prepararam para ajudar nas invasões corrompeu as
mentes e corpos daqueles que o usaram. Este grupo de
caçadores decidiu abandonar a horda e voltar a fazer o
que faziam melhor. Eles descobriram os rastros de Bra-
nik e decidiram surpreendê-lo. Os PJs simplesmente
foram um novo alvo tentador.
CAÇADOR CHASIND
Caçadores desgarrados.
HABILIDADES (FOCOS)
1 Astúcia

7. Caçadores! 0
2
Comunicação
Constituição (Vigor)
Encontro de combate
Destreza (Arcos, Lâminas Leves, Fur-
Um bando de caçadores chasind que estavam 3
tividade)
seguindo Branik intercepta os PJs. 2 Força (Escalar)
Enquanto o sol começa a se por, o terreno pedrego- 1 Magia
so conduz a um leve declive que leva para a borda 3 Percepção (Procurar, Visão, Rastrear)
da floresta coberta por neblina. Algumas gotas de 1 Vontade (Moral)
chuva caem nas suas roupas de viagem, indicando
VALORES DE COMBATE
que outra tempestade está a caminho.
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
Alguma coisa não parece estar certa.
13 (14 com
13 20 3
escudo)
O fato de alguns chasind terem se tornado furiosos
não significa que não há grupos normais de caçadores ATAQUES
chasind pelos arredores. Um desses grupos vem se- ARMA ATAQUE DANO ALCANCE
guindo os rastros da carroça de Branik. Eles localiza- Arco curto +5 1d6+4 16/32 metros
ram os PJs e agora escondem-se nas colinas, esperando Espada curta +5 1d6+4 —
emboscá-los. PODERES
Peça um teste oposto de PERCEPÇÃO (V ISÃO) con- Façanhas favoritas: escaramuça e penetrar armadura.
tra D ESTREZA (F URTIVIDADE). PJs que vencerem identi- Grupos de armas: arcos, briga e lâminas leves.
ficam os caçadores escondidos atrás de uma rocha Talentos: Batedor (experiente), Estilo de
acima e podem atacar normalmente na primeira Arquearia (experiente) e Treinamento com
rodada. PJs que falharem são surpreendidos. Os Armaduras (novato).
caçadores disparam flechas contra os PJs antes de EQUIPAMENTO
saltarem e atacarem em corpo-a-corpo. PJs que ati-
Arco curto, armadura de couro leve, escudo leve e
rarem nos caçadores atrás das pedras sofrem uma
espada curta.
penalidade de –2 pela cobertura.

24
Fúria Âmbar
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
 PARTE 3
Na Floresta
Durante esta parte da aventura, os PJs entram na
floresta pantanosa e recebem uma pequena ajuda em
um vilarejo chasind. Aprofundando-se na floresta, eles
encontram alguns perigos antes de chegar ao local de-
signado e seguir as indicações da Velha Stoyanka para
invocar as fadas do fogo.
Ambiente: o Charco
O aviso de Branik de que os cavalos não seriam
capazes de atravessar os charcos fora dos caminhos
seguros mostra-se verdadeiro, e o corvo não está inte-
ressado em seguir as trilhas da floresta. Ele voa sobre
terrenos pantanosos, tornando difícil cavalgar ou até
mesmo conduzir os cavalos sem perder muito tempo.
A menos que os PJs deixem um dos seus para trás
(uma tarefa adequada para um personagem cujo jo-
gador faltou a uma sessão de jogo), há três opções. A
primeira é levar os cavalos a Dosov e esperar que os
aldeões tomem conta deles. A segunda é deixar os ani-
mais em algum lugar, pastando, e torcer para que os ca-
çadores chasind ou outras ameaças não os machuquem
ou roubem. Por fim, os PJs podem insistir em levar os
cavalos, o que leva a outros problemas.
A cada meia hora em que os PJs levam seus cavalos
ou cavalgam através do charco, cada cavalo deve fazer
um teste de DESTREZA contra NA 11. Em caso de falha, so-
fre 1d6 de dano. Um PJ montado em um cavalo que sofre
dano deve ser bem-sucedido em um teste de DESTREZA
(CAVALGAR) contra NA 9, ou cairá e sofrerá 1d6 de dano.
Se os PJs se arrependerem, podem voltar e visitar
Dosov. É necessário um teste de ASTÚCIA (NAVEGAÇÃO)
contra NA 11 ou um teste de ASTÚCIA (CARTOGRAFIA)
contra NA 7 para encontrar a aldeia (desde que tenham
descoberto sua localização com Branik).
1. O Vilarejo Dosov
Encontro de interpretação
Os PJs chegam no Vilarejo Dosov e recebem
a hospitalidade que lhes é dispensada.
À medida que vocês entram na floresta, o chão se
torna menos pantanoso, e vocês finalmente chegam
a um larga área aberta de água pantanosa, com go-
tas da chuva caindo do céu crepuscular. À distância
vocês veem uma pequena aldeia de casas palafitas.
Tochas e lanternas banham o vilarejo com um lúgu-
bre brilho enquanto a luz do sol cai. Alguns barcos
de fundo chato cheios de barris cortam o pântano,
em direção ao vilarejo.
Vocês vão se aproximar?
Fúria Âmbar
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
Lendas das fadas do fogo
A maioria dos chasind conhece as histórias sobre
os “pequeninos dos pântanos”, que ocasionalmen-
te aparecem aos humanos como criaturas peque-
nas e brilhantes. Alguns chasind já ouviram falar
das “lanternas do pântano”, feitas ao aprisionar
uma fada do fogo em uma gaiola ou lanterna por-
tátil. Infelizmente, ninguém sabe do que as fadas
do fogo precisam para sobreviver. Assim, muitas
delas já morreram dentro das lanternas.
Localizada entre a Retroterra e o resto dos Ermos
Korcari, Dosov criou um negócio lucrativo produzindo
vinho selvagem de ryott (que não é tecnicamente um vi-
nho, mas um destilado). Vinho selvagem é muito mais
forte do que cerveja, e é a bebida favorita entre os chasind
desta região. Os barris nos barcos contêm mercadorias
trocadas pelo último caregamento de vinho selvagem
enviado rio abaixo para as outras comunidades chasind.
O vilarejo fica em palafitas devido à instabilidade
do solo, e também por proteção. As casas são conecta-
das por uma série de passarelas feitas de tábuas. Um
vigia posta-se nas passarelas, atento para quaisquer
estranhos que se aproximem. Se os PJs não se esgueira-
rem até o vilarejo, o vigia os interpela e pergunta o que
querem. Se os PJs mencionarem Branik e perguntarem
por Zorya, o vigia a chama.
Após alguns momentos, uma mulher aparece na
passarela. Ela é naturalmente atraente, perto da
meia idade, com cabelo trançado e escuro e um
largo sorriso. Ela veste surpreendentemente pouca
roupa e tem uma grande cobra sobre seus ombros.
“Sou Baba Zorya. São amigos de Branik, então? O
que querem em Dosov?”
O que vocês respondem?
Se os PJs mencionarem o conselho de Branik (“Di-
gam a Zorya que eu avisei para não beber o vinho!”),
Zorya ri e diz que Branik nunca conseguiu gostar de
vinho selvagem.
Se os PJs perguntarem sobre os cavalos, Zorya os
convida para sua casa, em vez de “discutir negócios
aqui fora, no frio e na chuva”.
Em sua casa, Zorya senta no que poderia ser con-
siderado uma varanda, uma parte aberta de sua caba-
na que dá para o pântano. Acomoda-se a uma pequena
mesa com uma garrafa de cerâmica de vinho selvagem e
dois pequenos copos. Sua cobra se enrola em seu colo, e
ela convida um dos PJs a sentar para “discutir negócios”.
Isto envolve consumir alguns copos de vinho selvagem.
Zorya está disposta a cuidar dos cavalos em tro-
ca de algo. Como uma chasind, ela faz escambo e tem
pouco interesse em dinheiro.
25
 Conduza a negociação como um teste oposto avan-
çado de COMUNICAÇÃO (BARGANHA) com limiar de suces-
so 9. Se o PJ que estiver barganhando (Zorya negociará
com apenas um PJ) alcançar o limiar primeiro, merca-
dorias com valor aproximado de 60 PP devem ser en-
tregues. Se Baba Zorya alcançar o limiar primeiro, esta
quantia fica por volta de 100 PP. Fique à vontade para
ajustar esses valores se qualquer um dos negociadores
tiver um sucesso (ou falha) muito grande. Você deve
forçar os PJs a discutir os itens que têm para trocar, ao
invés de reduzir a discussão a números.
O vinho selvagem complica as negociações. Depois
de cada rodada de testes de barganha, todos que estive-
rem bebendo (não necessariamente apenas Zorya e o PJ
negociador) devem fazer um teste de CONSTITUIÇÃO (BE-
BER) contra NA 11. Um personagem que falhe desmaia.
Um personagem bem-sucedido recebe uma penalidade
por embriaguez em todos os testes seguintes (incluindo
negociações) baseado no resultado do dado do dragão.
Negociações com Zorya
RESULTADO PENALIDADE POR EMBRIAGUEZ
1 –3 em todos os testes.
2-3 –2 em todos os testes.
4-5 –1 em todos os testes.
6 Sem penalidade.
Se o negociador dos PJs desmaiar, um substituto
deve assumir seu lugar. Zorya mantém qualquer pro-
26
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
gresso no sucesso da negociação, mas o PJ deve co-
meçar do zero. Se todos os negociadores dos PJs des-
maiarem, as negociações continuam quando um deles
acordar. Se Zorya desmaiar, os aldeões cuidarão dos
cavalos de graça.
Penalidades por embriaguez diminuem à taxa de
–1 por hora. Um personagem desmaiado acorda em
1d6 horas, ou quando receber um teste de ASTÚCIA
(CURA) contra NA 13 (este teste pode ser feito uma vez
por hora). Personagens desmaiados acordam com uma
penalidade de –5 em todos os testes, que diminui com
o tempo, como descrito acima.
Se um acordo for fechado, Zorya chama alguns al-
deões para colocar os cavalos no curral. Os PJs devem
estar ansiosos por seguir em seu caminho.
BABA ZORYA
Zorya é a líder da aldeia de Dosov, por isso rece-
be o título “baba” (que significa “anciã” em um velho
dialeto chasind). Ela é um espírito livre e diz que não
tem marido ou amante porque é casada com Dosov.
Aproximando-se da meia idade, Zorya é muito atraen-
te. Usa seus cabelos longos e escuros em uma trança e
raramente é vista sem Sasha, sua cobra.
Aldeões de Dosov
Os aldeões de Dosov são chasind; mais robustos,
baixos e fortes que os fereldenianos do sul. A maioria
tem bastante tolerância à bebida graças à constante ex-
posição ao principal produto de exportação de Dosov.
Fúria Âmbar
 BABA ZORYA
Anciã de espírito livre da aldeia de Dosov.
HABILIDADES (FOCOS)
2 Astúcia (Avaliação)
Comunicação (Lidar com Animais,
4
Barganha, Liderança, Persuasão)
5 Constituição (Beber)
0 Destreza
2 Força
0 Magia
3 Percepção (Empatia)
4 Vontade (Disciplina)
Aldeões de Dosov
Reservados habitantes do pântano.
HABILIDADES (FOCOS)
0 Astúcia (Conhecimento Natural)
0 Comunicação
1 Constituição (Beber)
0 Destreza
1 Força
–1 Magia
2 Percepção
0 Vontade
2. Quando o Corvo
Para de Voar
Encontro de exploração
O corvo escolhe o ponto onde os PJs devem
fazer a sopa que atrai as fadas do fogo.
Enquanto vocês progridem com água pelas cane-
las, através da floresta pantanosa (e, agora, escura),
com roupas encharcadas pela chuva, mal veem o
corvo pousar em uma solitária árvore morta que se
projeta de uma pequena elevação na água do pân-
tano. O corvo vira e olha para vocês uma última vez
antes de cair da árvore, morto.
Este é claramente o local onde vocês devem invocar
as fadas do fogo.
Os PJs devem ferver a água e jogar nela a mistura
feita pela Velha Stoyanka. Isto exige catar lenha e fa-
zer fogo (espera-se que os PJs tenham lembrado de tra-
zer uma chaleira, embora um elmo também funcione).
Um PJ que seja bem-sucedido em um teste de ASTÚCIA
Fúria Âmbar
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Sasha
Sasha, uma grande jiboia, é o animal de estimação de
Zorya, a quem protege fielmente.
HABILIDADES (FOCOS)
–1 Astúcia
–2 Comunicação
2 Constituição (Corrida)
4 Destreza (Mordida)
5 Força (Constrição)
0 Magia
2 Percepção (Visão)
1 Vontade
VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
18 15 14 1
ATAQUES
ARMA ATAQUE DANO
Mordida +4 1d3+5
PODERES
Constrição: com um ataque de mordida bem-suce-
dido, Sasha se enrola em sua vítima. A cada rodada
depois do primeiro ataque, Sasha pode espremer sua
vítima automaticamente, causando 1d3+5 de dano.
Para remover Sasha, é preciso um teste avançado de
FORÇA contra NA 7, com limiar de sucesso 10. Cada
teste leva uma rodada.
Façanhas favoritas: derrubar e postura defensiva.
(CONHECIMENTO NATURAL) contra NA 11 pode reunir os
materiais necessários em cerca de 20 minutos. Ferver
a mistura produz um caldo verde e grosso, bem como
um gás de cheiro repugnante. Não vomitar exige um
teste de CONSTITUIÇÃO (VIGOR) contra NA 11.
3. A Invocação Errada
Encontro de combate
A sopa atrai um visitante indesejado antes
que as fadas do fogo cheguem.
A presença dos PJs e o cheiro da sopa atrai um ca-
ranguejo do pântano gigante antes que as fadas do fogo
cheguem. Este crustáceo quer roubar a panela e beber
seu conteúdo.
Peça um teste de PERCEPÇÃO (VISÃO) contra NA 11,
com –2 pela escuridão. Qualquer PJ bem-sucedido nota
uma coisa grande movendo-se em direção ao grupo
sob a água do pântano. Na rodada seguinte, a criatura
emerge e rasteja para a elevação.
PJs que forem bem-sucedidos em um teste de PER-
CEPÇÃO (EMPATIA) contra NA 11 percebem que o caran-
guejo quer a sopa.
27
 Caranguejo do pântano gigante
Caranguejos do pântano gigantes possuem o dobro
do tamanho de um humano.
HABILIDADES (FOCOS)
–1 Astúcia
–2 Comunicação
3 Constituição
2 Destreza
5 Força
0 Magia
1 Percepção (Olfato)
2 Vontade
VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
12 40 12 8
ATAQUES
ARMA ATAQUE DANO
Garra +5 2d6+5
PODERES
Façanhas favoritas: veja FAÇANHAS AMBIENTAIS.
Durante esta luta, todos os ataques sofrem uma
penalidade de –1 pela escuridão (mesmo com a luz
da fogueira). Ataques feitos na água do pântano so-
frem uma penalidade adicional de –2. Estas penali-
dades não se aplicam ao caranguejo.
O caranguejo pode gastar pontos de façanha em
nome do ambiente, e também para agarrar a sopa.
Façanhas Ambientais
CUSTO
FAÇANHA
EM PF
1 Terreno desnivelado: o PJ tropeça e sofre
uma penalidade de –1 (cumulativa com outras
penalidades ambientais) até que vá para um
local diferente.
3 Armadilha de raiz: o PJ prende o pé em uma
raiz e cai. Além disso, deve fazer um teste de
FORÇA (PODERIO MUSCULAR) contra NA 9 para
cada item em suas mãos para evitar derrubá-
-los. Encontrar um objeto caído na água exige
um teste de PERCEPÇÃO (PROCURAR) contra NA 13.
4 Hora do almoço!: o caranguejo agarra a pane-
la, entorna-a e pula sobre o conteúdo derrama-
do, devorando o líquido repugnante.
6 Enredado: como “Armadilha de raiz”, acima,
mas o PJ também fica preso no local até que
seja bem-sucedido em um teste de FORÇA (PO-
DERIO MUSCULAR) contra NA 15.
Os PJs também têm uma opção extra nesta luta.
28
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Façanha contra o Caranguejo
CUSTO
FAÇANHA
EM PF
4 Cortar garra: o PJ decepa uma das garras do
caranguejo, aumentando o custo da façanha
“Hora do almoço!” para 6 PF (com a falta de
uma garra) ou tornando-a impossível (com a
falta de duas garras). Ao perder sua segunda
garra, o caranguejo deve fazer um teste de
VONTADE (CORAGEM) contra NA 15 ou recuará
aos charcos escuros para curar suas feridas.
Se o caranguejo do pântano devorar a sopa, a jor-
nada dos PJs termina. Se a sua campanha for especial-
mente brutal, é o fim — os PJs têm que voltar a Lago
Soth e lidar com as repercussões. Por outro lado, se
você quiser ser mais generoso, é possível salvar a situa-
ção ao jogar o estômago do caranguejo na panela.
4. O Chamado das
Fadas do fogo
Encontro de interpretação
Os PJs atraem as fadas do fogo e seguem-nas até a gruta.
O amanhecer se aproxima. Enquanto vocês exami-
nam a escuridão que se afasta do pântano, veem
uma sutil luz amarela reluzir, seguida por uma
outra, e então mais uma. Logo, surge uma dúzia
de luzes, todas aproximando-se de vocês. Elas se
aglomeram ao redor da panela e vocês conseguem
ver que cada uma se parece com um pequeno hu-
manoide com asas de inseto. As pequenas criatu-
ras avaliam a panela e então, balançando suas ca-
beças tristemente, voam ao redor umas das outras
enquanto cantam uma melodia perturbadora que
combina bem com a chuva que cai sobre o pântano.
A canção comovente invade seus ouvidos.
Diga para os personagens fazerem um teste de VON-
TADE (DISCIPLINA) contra NA 13. PJs que falharem são
tomados pela tristeza e desespero. Eles acreditam que
a expedição está condenada, e mesmo que consigam o
musgossombra, o preço será terrível demais (mesmo
que não tenham ideia de qual seja o preço).
PJs que tentem interagir com as fadas do fogo des-
cobrem que é uma experiência frustrante — elas não
estão interessadas nos PJs ou em qualquer coisa que
eles tenham.
Depois de alguns minutos, as fadas do fogo voltam
ao lugar de onde vieram. Continuam a cantar sua canção
triste. Assim, os PJs podem segui-las ou com um teste de
PERCEPÇÃO (VISÃO) contra NA 13 ou PERCEPÇÃO (AUDIÇÃO)
contra NA 9 (é muito mais fácil ouvi-las do que achá-las
à luz do dia). Cada teste bem-sucedido permite que os
Fúria Âmbar
 Fada do fogo
As fadas do fogo são uma raça antiga e moribunda,
de proporções diminutas — cerca de 10 centímetros
de altura. São humanoides de pele amarelada e asas
de inseto, e uma observação mais cuidadosa revela
que têm antenas e olhos compostos (como moscas).
Fadas do fogo não usam roupas e seus corpos ema-
nam um brilho amarelo pálido. Também não pare-
cem falar; em vez disso, cantam constantemente.
Suas canções refletem o humor daqueles ao seu re-
dor; não se sabe se isto é intencional.
HABILIDADES (FOCOS)
0 Astúcia
0 Comunicação
-3 Constituição (Corrida)
6 Destreza (Voo)
–4 Força
2 Magia
3 Percepção
2 Vontade
VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
— (voo 20) 10 16 0
PODERES
Canção: em grupo, fadas do fogo podem se comuni- 13 para notar uma grande bolha emergindo da água.
car e influenciar um público através de uma canção. PJs que vejam a bolha de ar podem determinar o que
Os efeitos específicos são descritos no texto. isto significa com um teste de ASTÚCIA (CONHECIMENTO
NATURAL) contra NA 13, o que permite evitar o perigo.
PJs que não vejam a bolha ou reconheçam o aviso
PJs rolem uma vez em um teste avançado de DESTREZA correm para dentro do poço e podem ficar presos no
(ACROBACIA) contra NA 11 com limiar de sucesso 9. Qual- piche. Os PJs precisam fazer um teste de FORÇA (PODERIO
quer PJ que falhe perde o rastro. Um PJ que alcance o MUSCULAR) contra NA 11 para libertarem-se. Uma falha
limiar chega à gruta (e pode facilmente chamar qualquer exige testes contínuos, uma vez por rodada, com o NA
um dos seus companheiros que foram deixados para aumentando em 2 a cada rodada até a quarta, quando
trás). A história avança para A GRUTA, na página 31. o PJ fica completamente submerso e começa a se afogar
Os PJs devem correr para alcançar as fadas do fogo. (2d6 pontos de dano por rodada).
Em algum ponto durante a perseguição, os PJs encon- PJs que não sejam afetados podem ajudar seus ami-
tram o poço de piche (veja abaixo). Você pode acrescen- gos, puxando-os para fora. Isto pode ser feito de forma
tar alguns perigos adicionais durante a corrida, como segura apenas à distância: um PJ que entre na água para
galhos de árvore baixos ou raízes salientes, cada um agarrar a mão de outro fica preso no poço. Um PJ pode
exigindo um teste de DESTREZA (ACROBACIA) contra NA encontrar um galho adequado com um teste de PERCEP-
11 bem-sucedido para evitar 1d6 de dano. ÇÃO (PROCURAR) contra NA 9. Para cada PJ que esteja aju-
dando um companheiro preso, o PJ que está afundando
5. O Poço de Piche recebe um bônus de +2 em seu teste.
Encontro de exploração PJs que não estejam presos podem evitar o piche com
pouca dificuldade, fazendo um teste de ASTÚCIA (CONHE-
Os PJs encontram um poço de piche escondido CIMENTO NATURAL) contra NA 9 para encontrar terreno
enquanto seguem as fadas do fogo. mais seguro. Caso um PJ demore mais de três rodadas
Durante a perseguição às fadas do fogo, as criaturas circundando o poço ou ajudando um companheiro,
sobrevoam uma área do pântano que esconde um poço deve fazer outro teste de PERCEPÇÃO (VISÃO) contra NA
de piche. PJs que estejam correndo em direção ao poço 15 ou PERCEPÇÃO (AUDIÇÃO) contra NA 11 para retomar o
podem fazer um teste de PERCEPÇÃO (VISÃO) contra NA rastro das fadas do fogo, que sumiram.

29
Fúria Âmbar
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 PARTE 4
Encontrando
a Cura
Nesta parte da aventura, os PJs chegam à gruta e
confrontam a serpente guardiã. Depois de derrotar a
serpente, descobrem a verdadeira natureza do mus-
gossombra e têm uma decisão moral a tomar. Eles le-
varão o musgossombra para tentar curar os aldeões
infectados mesmo que isso signifique condenar toda
uma raça à extinção?
1. A Gruta
Encontro de exploração
Os PJs encontram a gruta e sua passagem escondida para
as cavernas onde o musgossombra e sua guardiã residem.
Vocês seguem as pálidas luzes âmbar por quase
uma hora. Finalmente, passam por uma área de
arbustos densos e chegam a uma gruta. Dentro da
gruta há um pequeno lago de água esverdeada, ao
redor do qual rochas projetam-se. As fadas do fogo
pararam aqui, voando em um padrão irregular e
continuando seu canto lamentoso.
O que vocês farão aqui?
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PJs bem-sucedidos em um teste de ASTÚCIA (ENGE-
NHARIA) contra NA 9 percebem que as rochas são rema-
nescentes de um prédio. Seu estado gasto, quebrado e
coberto de musgo sugere uma estrutura antiga, ante-
rior ao Imperium Tevinter e diferente de qualquer esti-
lo arquitetônico que os PJs conheçam.
A canção das fadas do fogo toca novamente as emo-
ções dos PJs. Qualquer PJ que falhe em um teste de VON-
TADE (DISCIPLINA) contra NA 13 sente como se conhecesse
este lugar. É o último posto avançado de uma antiga,
linda e esquecida civilização. A canção das fadas do
fogo é um registro de sua perda. Estes PJs não compre-
endem por que sabem isso, apenas que é verdade.
Depois de um momento, as fadas do fogo começam
a mergulhar no lago. Um PJ bem-sucedido em um teste
de PERCEPÇÃO (VISÃO) contra NA 9 percebe que nenhu-
ma fada do fogo que mergulha retorna do lago. Elas
devem estar indo a algum lugar.
O lago tem cerca de 3 metros de profundidade e é
na verdade uma piscina artificial, embora seu propó-
sito já tenha sido esquecido. A pedra está tão gasta e
coberta de vegetação que o lago parece natural. O fun-
do é cheio de estatuetas antigas que se gastaram em
pontas afiadas e cantos recortados. Se um PJ mergulhar
no lago, peça um teste de CONSTITUIÇÃO (NATAÇÃO) con-
tra NA 11. Se o PJ for bem-sucedido, não sofre dano.
Caso contrário, sofre 1d6+3 pontos de dano enquanto
se corta e ou é empalado nestes perigos escondidos. PJs
 que descrevam especificamente que vão entrar na água
com cuidado não sofrem risco de dano. PJs que sondem
o lago com um cajado ou vara podem fazer um teste
de PERCEPÇÃO (PROCURAR) contra NA 13. Se forem bem-
-sucedidos também não correm risco de dano.
É difícil enxergar sob a água escura, mas com sorte
ainda há fadas do fogo entrando no lago. Um PJ bem-
-sucedido em um teste de PERCEPÇÃO (VISÃO) contra NA
13 pode seguir uma fada do fogo por um túnel embaixo
d’água. Um PJ que falhe neste teste ainda pode usar
intuição para encontrar um túnel com um teste de PER-
CEPÇÃO (PROCURAR) contra NA 15.
Uma vez dentro do túnel, os PJs nadam através dele.
Isto exige um teste avançado de CONSTITUIÇÃO (NATAÇÃO)
contra NA 9 com limiar de sucesso 9. Para cada falha, o
PJ sofre 1d6 de dano por inalar água. Aqueles que atra-
vessarem o túnel emergem em uma caverna subterrânea.
2. A Serpente
Guardiã
Encontro de combate
Os PJs enfrentam a serpente guardiã em seu lar.
Vocês emergem na superfície da água e se encon-
tram em uma grande caverna vagamente iluminada
pela fraca luz amarela emanando de dezenas de fa-
das do fogo que voam pela sala, agora cantando uma
melodia mais suave. O que atrai imediatamente sua
atenção é uma cobra gigante enrolada no canto, que
parece grande o bastante para engolir todos vocês!
E agora?
A “cobra gigante enrolada” é na verdade a pele da
serpente guardiã. Qualquer um que seja bem-sucedido
em um teste de PERCEPÇÃO (VISÃO) contra NA 11 perce-
be isso ainda dentro d’água. Se um PJ sair do lago para
confrontar a “cobra”, automaticamente vê o que é. Um
PJ bem-sucedido em um teste de ASTÚCIA (CONHECIMENTO
NATURAL) contra NA 11 percebe que a pele descartada
significa que a cobra guardiã deve ser ainda maior.
A caverna tem cerca de 15 metros de diâmetro, e em
seu centro fica o pequeno lago circular (3 metros de diâ-
metro) pelo qual os PJs chegaram. O teto da caverna tem
cerca de 9 metros de altura. Há muitos buracos grandes
(entradas de túneis), pelos quais pode-se caminhar, bem
altos nas paredes, a partir de cerca de 4,5 metros acima
do chão. Não há sinal de musgossombra aqui.
Depois de alguns momentos, a serpente guardiã co-
loca sua cabeça para fora de um dos buracos mais altos,
com um silvo, e olha para os PJs. As fadas do fogo se
espalham até as paredes, algumas entrando nos túneis.
A serpente guardiã desliza pela parede e ataca.
A serpente guardiã luta até a morte. Se todos os PJs
pularem de volta na água e fugirem, a serpente os segue,
Fúria Âmbar
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
Serpente guardiã
A serpente guardiã é uma cobra de 10 metros de
comprimento, cor prateada e esverdeada, com corpo
preênsil e pequenas pernas. Tem dois chifres sinis-
tros na sua cabeça, que usa para eviscerar suas víti-
mas antes de engoli-las.
HABILIDADES (FOCOS)
0 Astúcia
-1 Comunicação
4 Constituição (Natação, Vigor)
6 Destreza (Furtividade)
8 Força (Apertar, Escalar, Perfurar)
0 Magia
3 Percepção (Audição, Rastrear)
2 Vontade
VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE
22
SAÚDE
50
DEFESA
16
ARMADURA
5
ATAQUES
ARMA ATAQUE DANO
Eviscerar +10 3d6+8
PODERES
Constrição: depois de um ataque bem-sucedido de
eviscerar, a serpente guardiã pode se enrolar em sua
vítima e espremê-la, sufocando-a e causando 1d6+8 de
dano a cada rodada subsequente. A serpente pode usar
constrição em até duas vítimas de tamanho humano
de cada vez, e pode continuar eviscerando outros
alvos enquanto isso. Uma vítima da constrição pode
se libertar com um teste avançado de FORÇA (PODERIO
MUSCULAR) contra NA 11. Cada rolagem exige uma
ação principal; é necessário alcançar limiar de sucesso
10 para escapar. Vítimas de constrição podem também
tentar fazer outras coisas (exceto carga, corrida ou
movimento), mas sofrem uma penalidade de –3 em
todas as ações, incluindo atacar a serpente. Uma vítima
de constrição tem acesso à façanha especial “escapar
da serpente”. Qualquer número de pontos de façanha
pode ser gasto de cada vez para esta finalidade; cada
ponto gasto contribui para o limiar de sucesso para
escapar da constrição.
Façanhas favoritas: ataque relâmpago, derrubar e
escaramuça (empurrando para o lago).
embora esteja mais preocupada em garantir que eles
partam do que em matá-los. Qualquer PJ que volte para
enfrentar a serpente guardiã é atacado sem misericórdia.
Durante a luta, qualquer PJ que seja bem-sucedido
em um teste de PERCEPÇÃO (AUDIÇÃO) contra NA 9 obser-
va que a canção das fadas do fogo mudou, tornando-se
mais alta e irregular. As fadas do fogo parecem preocu-
padas e agitadas.
31

3. Os Túneis
Encontro de exploração
Os PJs exploram um labirinto de túneis,
aproximando-se mais do musgossombra.
Uma vez que a serpente guardiã tenha sido elimina-
da, as fadas do fogo emitem um guincho alto e desapa-
recem nas bocas dos túneis.
Os PJs devem escalar as paredes para conseguir en-
trar nos buracos. As paredes são íngremes, mas naturais
(qualquer que seja a arquitetura da gruta, parece não
estar presente aqui); há rochas salientes, perfeitas para
escalar. Um PJ precisa apenas fazer um teste de FORÇA
(ESCALAR) contra NA 11 para escalar um buraco.
Uma vez em um túnel, a maioria dos PJs tem que
rastejar para se mover; apenas anões podem caminhar
sem rastejar. Está muito escuro nos túneis serpentean-
tes, exceto pelo fraco brilho ocasional de uma fada do
fogo. Mesmo no escuro, um PJ pode se mover tateando.
Orientar-se nos túneis é difícil, pois eles serpen-
teiam e se entrelaçam constantemente. Entretanto, um
PJ bem-sucedido em um teste de PERCEPÇÃO (OLFATO)
contra NA 11 nota um cheiro desagradável — idêntico
ao da sopa fervente — vindo dos túneis. Seguir este
cheiro permite que o PJ a encontre a caverna do mus-
gossombra (veja MUSGOSSOMBRA).
4. O Poço
Encontro de exploração
Os PJs encontram os restos de intrusos do passado.
Se os heróis especificam que estão tomando um dos
túneis que passam pela câmara marcada como “O Poço”
(veja mapa na página 30), ou se não especificarem qual-
quer dos túneis e você sentir que eles merecem um pou-
co de sorte, use este encontro e leia o texto abaixo. Você
pode pular este encontro; neste caso, a fortuna contida
nesta caverna fica perdida, infelizmente.
Vocês emergem do túnel em uma caverna mais pa-
recida com um poço, descendo até o que sua fraca
luz sugere que possam ser mais de dez metros. No
fundo vocês conseguem ver muitos ossos e escom-
bros, mas também restos de roupas e o fraco reluzir
de armaduras e armas.
Alguém quer descer? Nesse caso, como?
Descer exige um teste de DESTREZA (ACROBACIA) con-
tra NA 13 (com –3 de penalidade se o PJ não tiver uma
fonte de luz, –1 se ele tiver uma fonte de luz e +2 de bô-
nus se descer usando uma corda). Qualquer um que fa-
lhe escorrega e cai no poço, sofrendo 3d6 de dano.
32
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
O fundo do poço contém ossos e objetos de intrusos
do passado, alguns antigos e alguns recentes. Pesquisar
o poço exige um teste de PERCEPÇÃO (PROCURAR) contra
NA 11 com –1 de penalidade com uma fonte de luz e –3
sem luz alguma. Com um sucesso, o resultado do dado
do dragão determina o que é encontrado, conforme a
tabela abaixo.
Escalar de volta para fora do poço exige o mesmo
teste feito para descer, com as mesmas consequências
por uma falha.
Tesouro do Poço
DADO DO
TESOURO ENCONTRADO
DRAGÃO
1-2 4d6 peças de cobre.
3 3d6 peças de prata.
4 1d3 peças de ouro.
5 Armadura de malha leve gasta, com estilo
de Tevinter. Pode ser consertada com um
teste de ASTÚCIA (ENGENHARIA) contra NA 11
e um dia de trabalho com as ferramentas
adequadas.
6 Uma antiga espada curta de procedência in-
certa, em perfeitas condições apesar de sua
bainha mofada. Está incrustada com runas
cujo significado se perdeu, e adiciona +1 a
rolagens de ataque e dano.
5. Musgossombra
Encontro de interpretação
Depois de descobrir que o musgossombra é a única fonte de
alimento das fadas do fogo, os PJs devem decidir se deixam
as fadas do fogo morrer pelo bem dos aldeões infectados.
Vocês entram em uma grande câmara com várias
saídas. Fadas do fogo voam inquietas, iluminando
a sala com um fraco brilho amarelo. Um brilho ver-
de pálido emanando de uma substância que se for-
ma em crostas no chão ilumina ainda mais a sala.
O cheiro aqui é opressivo, uma versão mais intensa
do fedor da sopa que vocês fizeram para atrair as
fadas do fogo.
PJs que tentem entrar nesta sala devem fazer um
teste de CONSTITUIÇÃO (VIGOR) contra NA 15. Aqueles
que falham vomitam e não conseguem entrar. PJs bem-
-sucedidos sofrem uma penalidade em todos os testes
enquanto permanecerem, dependendo do resultado do
dado do dragão: 1 a 2 resulta em uma penalidade de –2,
3 a 4 resulta em uma penalidade de –1, 5 a 6 resulta em
nenhuma penalidade.
Fúria Âmbar
 Um PJ bem-sucedido em um teste de ASTÚCIA (CO-
NHECIMENTO NATURAL) contra NA 9 percebe que o mus-
gossombra é excremento: especificamente, é o excre-
mento condensado da serpente guardiã. Com um teste
de PERCEPÇÃO (VISÃO) contra NA 9, também nota que
algumas fadas do fogo estão comendo a crosta externa
luminescente do musgossombra.
Se um ou mais PJs entrarem na caverna, as fa-
das do fogo começam a cantar uma canção fútil e de-
pressiva. PJs que ouvirem-na devem fazer um teste
de VONTADE (DISCIPLINA) contra NA 11. Aqueles que
forem bem-sucedidos resistem a seus efeitos. Aque-
les que falharem de repente compreendem a relação
entre a serpente guardiã e as fadas do fogo, se ainda
não entenderam.
A serpente guardiã era mais do que a protetora da
comida das fadas do fogo: era também sua criadora. A
própria serpente era uma criação mágica das fadas do
fogo. Quando ela morre, um filhote das fadas do fogo
torna-se a próxima serpente guardiã. Os PJs descobrem
que já houve muitas colônias de fadas do fogo, cada
uma com sua própria guardiã. Ao longo dos milênios,
as serpentes foram destruídas e as fadas do fogo tam-
bém. Agora só resta esta colônia. O musgossombra
remanescente quando uma serpente guardiã morre é
a única coisa que sustenta as fadas do fogo até uma
nova serpente amadurecer. Se este musgossombra for
levado, os PJs condenarão as fadas do fogo à extinção.
Como antes, os PJs não entendem como conhecem esta
informação, apenas que é verdade.
Um PJ bem-sucedido em um teste de PERCEPÇÃO
(VISÃO) contra NA 11 percebe que será necessário todo
o musgossombra desta sala para encher a sacola. Por-
tanto, os PJs devem fazer uma escolha. Eles condenam
as fadas do fogo para salvar os aldeões? Arriscam-se a
levar apenas parte do musgossombra?
As fadas do fogo não interferem com a escolha dos
heróis, independentemente de qual ela seja, a não ser
com uma canção fúnebre e perturbadora se os PJs leva-
rem todo o musgossombra.
Se os jogadores reclamarem desta horrível escolha,
você deve lembrá-los de que entraram no lar da serpen-
te guardiã com a intenção de roubá-la, e mataram-na
enquanto ela tentava protegê-lo. Assassiná-la não era
necessário: Dragon Age RPG tem regras para nocautear
uma criatura ao invés de matá-la. Os heróis encaram
esta horrível escolha em parte por causa de suas ações.
Fúria Âmbar
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
PARTE 5
A Jornada
de Volta
Tendo coletado o musgossombra (ou não), os PJs
devem encontrar a saída dos Ermos Korcari e voltar a
Lago Soth. Isto é mais difícil que a viagem de ida, sem
um corvo encantado para guiá-los.
1. Qual Caminho?
Encontro de exploração
Os PJs devem descobrir como voltar
pelo caminho por onde vieram.
Vocês emergem ensopados do lago na gruta. Vocês
têm certeza de que deve ser a manhã do dia seguin-
te à sua saída de Lago Soth, e realmente o sol nas-
ceu, já que a neblina que cobre a terra é mais verde
do que negra. Tudo parece diferente de quando vo-
cês entraram nas cavernas. Será que isso é um tru-
que de seus olhos ou um truque do pântano? Por
qual caminho vocês vieram? Onde está o sol, afinal
de contas? Quem dentre vocês pode guiá-los para
fora dos Ermos?
Determinar o caminho de saída dos Ermos Korcari
exige um teste avançado de ASTÚCIA (NAVEGAÇÃO) contra
NA 13 com limiar de sucesso 15. Cada rolagem repre-
senta cerca de duas horas de viagem, enquanto os PJs
partem, mudam de rota, voltam e tentam descobrir onde
estão em meio a essa maldita neblina. Depois de cada
rolagem, bem-sucedida ou não, os PJs encontram algo.
Como devem acumular 15 pontos em seus dados do
dragão para sair dos Ermos, definitivamente terão vá-
rios encontros, que são descritos nas seções a seguir. To-
dos são opcionais e não é necessário usá-los em ordem.
Muitos desses encontros envolvem tentativas dos
chasind de conter a ameaça dos furiosos antes que ela
os destrua.
2. Lobos na Floresta
Encontro de combate
Os PJs enfrentam um animal que é quase um mito.
À medida que progridem pelo terreno pantanoso,
vocês ouvem um chapinhar ao seu redor. Há gran-
des lobos nos arredores, com pelo marrom opaco
esverdeado por musgo, mofo ou qualquer outra
coisa. Eles rosnam e atacam!
33

Lobo do Pântano
Lobos grandes que se adaptaram à vida no pântano.
Têm garras muito afiadas para se prender em solo
frouxo e são excelentes nadadores.
Embora os lobos tenham sido quase extintos em Fe-
relden, algumas alcateias ainda existem no sul dos Er-
mos Korcari. Estes lobos, assim como os chasind, foram
empurrados ao norte pelo Flagelo cada vez maior. Há
dois lobos do pântano para cada PJ.

HABILIDADES (FOCOS)
–1 Astúcia 3. Caindo na
-1 Comunicação Armadilha (Opcional)
3 Constituição (Corrida, Natação) Encontro de exploração
4 Destreza (Mordida)
Os PJs deparam-se com uma armadilha feita para um furioso.
3 Força (Salto)
–1 Magia Através de uma brecha nos arbustos, vocês veem
2 Percepção (Olfato, Rastrear) um bosque em uma elevação. Vocês notam o cin-
tilar de um machado e parte de um humanoide
1 Vontade vestido como um caçador chasind agachado entre
VALORES DE COMBATE a folhagem, esperando por algo na outra direção.
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA E agora?
17 25 14 0
ATAQUES O que os PJs viram não é na verdade um caçador,
mas um boneco estufado com grama. Um PJ que tenha
ARMA ATAQUE DANO
sucesso em um teste de PERCEPÇÃO (VISÃO) contra NA 17
Mordida +6 1d6+5 percebe isso. Um PJ que especificamente pergunte se o
PODERES chasind está se mexendo recebe +3 neste teste.
Façanhas favoritas: derrubar e golpe poderoso. Chasind fizeram esta armadilha para capturar fu-
Garras traseiras: após um ataque de mordida bem- riosos. PJs que pensem em olhar e sejam bem-sucedidos
-sucedido, um lobo do pântano pode atacar com em um teste de DESTREZA (ARMADILHAS) contra NA 15
as garras traseiras como uma façanha especial que identificam um fio esticado. Se um personagem tropeçar
custa 2 PF. As garras têm ataque +3 e dano 1d6 +5. em um fio, a armadilha atinge-o junto com um segundo
PJ próximo a ele, causando 2d6 de dano em cada um.
Um PJ que seja bem-sucedido em um teste de DESTREZA
(ACROBACIA) contra NA 11 sofre metade do dano.
Um personagem ferido por uma armadilha deve
fazer um teste de VONTADE (DISCIPLINA) contra NA 13
ou gritará alto o bastante para que os caçadores de fu-
riosos nas redondezas o escutem. Isto leva ao próximo
encontro, CAÇADORES DE FURIOSOS.
Os caçadores chegam furtivamente, esperando en-
contrar um furioso. As ações dos PJs determinam se
eles dialogam ou atacam. Veja o próximo encontro para
mais detalhes.

4. Caçadores
de Furiosos
Encontro de interpretação e/ou combate
Um grupo de caçadores de furiosos embosca
os PJs para descobrir o que eles sabem.
Depois que os chasind perceberam que seu veneno
estava maculado, começaram a agir para conter a fúria
âmbar. Os xamãs responsáveis foram mortos e o resto
do veneno, destruído. Grupos foram organizados para
caçar os furiosos, enquanto os aldeões chasind fugiram
para áreas já limpas.

34
Fúria Âmbar
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
 Neste encontro, um grupo de caçadores está escon-
dido em uma região pantanosa, esperando emboscar Caçadores de furiosos chasind
qualquer furioso que cruze seu caminho. Quando os
HABILIDADES (FOCOS)
PJs passam, os caçadores ficam a postos até que os PJs
estejam cercados, esperando ter oportunidade de inter- Astúcia (Conhecimento Natural,
2
rogar estes forasteiros e descobrir o que eles sabem. Navegação)

Notar a emboscada antes exige um teste oposto de 0 Comunicação

PERCEPÇÃO (VISÃO OU AUDIÇÃO) contra DESTREZA (FUR- 2 Constituição (Vigor)
TIVIDADE). Role apenas uma vez para todo o grupo de Destreza (Arcos, Armadilhas,
3
chasind. Os caçadores têm um bônus de +2 devido ao Furtividade, Lâminas Leves)
tempo que tiveram para se preparar. Há um caçador 3 Força (Lâminas Pesadas)
para cada PJ.
0 Magia
Os chasind estão mais interessados em interrogar
3 Percepção (Procurar, Rastrear, Visão)
os PJs do que em matá-los. Se conseguirem cercar os
PJs, cerca de metade dos caçadores de furiosos apare- 1 Vontade (Moral)
ce (o resto permanece escondido) e exige que os heróis VALORES DE COMBATE
larguem suas armas, embora não considerem isto uma VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
condição necessária para um diálogo. Eles dizem que 13 25 13 3
precisam falar com apenas um dos PJs — assim, se os
outros precisam morrer primeiro, que seja. Enquanto ATAQUES
estiverem em sua posição de emboscada, os chasind ARMA ATAQUE DANO ALCANCE
são extremamente confiantes e têm uma vantagem sig- Arco longo +5 1d6+6 26/52 metros
nificativa: acrescente +2 a todos os testes de COMUNICA- Espada bastarda +5 2d6+4 —
ÇÃO e VONTADE enquanto a condição persistir.
PODERES
Presumindo que haja negociações em vez de com- Façanhas favoritas: escaramuça e golpe poderoso.
bate, os chasind fazem perguntas como as seguintes. Grupos de armas: arcos, briga, lâminas leves, lâmi-
“ENCONTRARAM ALGUM GUERREIRO LOUCO?” nas pesadas e lanças.
Talentos: Batedor (experiente), Estilo de Arquearia
“ALGUM DE VOCÊS FOI MORDIDO POR ESTES LOUCOS?” (Isto (experiente), e Estilo de Arma Única (experiente).
é perguntado com uma grande dose de desconfiança).
EQUIPAMENTO
“ATÉ ONDE A LOUCURA SE ESPALHOU? ATÉ AS COLINAS
Arco longo, armadura de couro leve, espada longa,
DO NORTE?” (Por “colinas do norte”, eles querem dizer a
lança e flechas x20.
Retroterra de Ferelden).
Você pode resolver a cena apenas com interpreta-
ção ou com testes opostos de COMUNICAÇÃO (BARGANHA,
ENGANAÇÃO e/ou PERSUASÃO). 5. Aldeia Vazia
Os chasind ficam preocupados ao ouvir que a fúria Encontro de combate
âmbar se espalhou pela Retroterra. Ficam muito inte- Os PJs são atacados por uma coruja
ressados ao ouvir que pode haver uma cura, ou que os flagelada em uma aldeia abandonada.
heróis têm uma bebida que retarda a loucura.
Uma vez que os chasind estejam convencidos de Vocês se aproximam de uma aldeia de palafitas na
que descobriram tudo que podiam, podem ficar tenta- beira de um lago pantanoso. Parece abandonada, e
dos a matar os PJs por uma questão de princípio. Fi- pilhas de cinzas fumegam em seus arrabaldes. Uma
cam duplamente tentados se qualquer um dos heróis coruja gigante está empoleirada em um dos pré-
admitir estar infectado ou ter sido mordido. Os PJs, é dios. Tem penas pretas e grandes olhos vermelhos.
claro, podem tentar fazer algum tipo de acordo, e tal- Ela pia e silva, seu bico segmentado em quatro par-
vez até mesmo negociar por informação ou orientação tes, revelando fileiras de dentes quebrados. O silvo
para sair dos Ermos. A maneira como este encontro se se torna um guincho agudo enquanto a criatura sal-
resolve depende de você e dos jogadores. ta em sua direção, com garras sinistras estendidas.
Obviamente, se os PJs notarem a emboscada de an- Rolem iniciativa.
temão, o combate pode começar antes que uma palavra
seja dita. Mas os caçadores ainda estão interessados em Este foi um dos primeiros vilarejos atacados pelos
conversar, e qualquer caçador que não seja visto tenta furiosos. Os furiosos foram derrotados, mas fizeram al-
atacar furtivamente pelo menos um dos PJs e transfor- gumas vítimas. Os aldeões decidiram ir embora para
má-lo em refém para forçar os outros a parar de lutar. um lugar mais seguro depois de queimar os corpos.

35
Fúria Âmbar
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
 Crocodilo de Korcari
Crocodilos de Korcari têm 3 metros de comprimento
e mandíbulas terríveis. Estes crocodilos adquiriram
gosto por carne humana depois de se alimentar de
um chasind incauto.
HABILIDADES (FOCOS)
–1 Astúcia
-1 Comunicação
2 Constituição (Natação)
4 Destreza (Furtividade)
6 Força (Mordida)
0 Magia
2 Percepção (Visão)
1 Vontade
VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
7 25 14 3
ATAQUES
ARMA ATAQUE DANO
Mordida +8 1d6+6
PODERES
Façanhas favoritas: golpe poderoso.

Uma coruja flagelada (ou mais — há uma para cada

três PJs) entrou na aldeia, alimentando-se dos restos
Coruja flagelada nas pilhas de cinzas. A coruja luta até a morte. Depois
Uma coruja gigante maculada e transformada pelo da batalha, planeja banquetear-se nos corpos frescos.
Flagelo.
HABILIDADES (FOCOS) 6. Crocodilos!
–1 Astúcia Encontro de combate
-1 Comunicação Crocodilos atacam os PJs no pântano.
0 Constituição
4 Destreza (Mordida) Seu caminho leva-os através de uma seção mais
pantanosa dos Ermos. Vocês se sentem desconfor-
6 Força (Garra)
táveis aqui, como se estivessem sendo vigiados.
0 Magia
7 Percepção (Visão) Peça um teste de PERCEPÇÃO (VISÃO) contra NA 13.
3 Vontade Os crocodilos nadam e rastejam em direção aos
VALORES DE COMBATE PJs pouco abaixo da superfície da água. PJs bem-
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA -sucedidos no teste notam os olhos dos crocodilos se
aproximando. Se os PJs falharem, os crocodilos che-
6 40 17 1
gam perto o bastante para atacar sem aviso. Há um
ATAQUES crocodilo para cada PJ.
ARMA ATAQUE DANO Os animais estão famintos, mas não cegamente; se
Garra +8 1d6+6 dois ou mais crocodilos forem derrotados, os outros
Mordida +6 2d6+6 deslizam de volta às águas e fogem para procurar uma
PODERES presa mais fácil.
Façanhas favoritas: golpe poderoso.

36
Fúria Âmbar
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com

7. Furioso Preso
Encontro de exploração
Um furioso caiu em uma armadilha chasind e preparou
uma surpresa para qualquer um que se aproxime.
(CURA) contra NA 11 indica que Gyera não contraiu a
fúria âmbar. Use a ficha da página 35 para as estatísti-
cas de Gyera, mas ele tem apenas 7 de Saúde.
Se os PJs procurarem os furiosos, encontram-nos a
cerca de cem metros de distância.

Vocês ouvem gritos à frente. Parecem humanos,
mas vocês não veem ninguém.
Há um poço aberto à frente. Era uma armadilha
coberta com folhas, e um furioso caiu nela. Uma das
pernas do furioso quebrou-se na queda, e foi perfu-
rada pelos espetos no fundo do poço. O furioso fe-
rido usou sua adaga para fabricar pequenos dardos
revestidos com seu veneno para atirar em qualquer
um que o espie. De sua posição, o furioso sofre –2 em
sua rolagem de ataque.
Apesar do ataque surpresa, os PJs não estão em pe-
rigo imediato, pois o furioso não pode sair do poço.
8. Caçando os
Enquanto vocês avançam pelos arbustos, deparam-
-se com uma visão macabra. Dois chasind estão
estirados, mortos e desmembrados, enquanto dois
furiosos cortam pedaços de sua carne com suas lâ-
minas e os mastigam com dentes afiados.
A menos que sejam surpreendidos, os furiosos ime-
diatamente largam sua refeição horrenda e atacam os
PJs. Eles têm as mesmas estatísticas de outros furiosos
(veja FURIOSOS!, na página 12) e lutam até a morte.
Depois da luta, Gyera está disposto a oferecer aos
PJs qualquer peça que esteja faltando no quebra-ca-
beças dos furiosos (a origem da fúria âmbar, o modo
como ela se espalha e assim por diante). Ele acredita
que a maioria dos furiosos ao sul do rio foi morta. Estes
dois últimos pegaram seu grupo de surpresa.

Caçadores
Encontro de combate e/ou interpretação
Os PJs descobrem a verdade sobre os
furiosos, por uma fonte improvável.
Vocês acreditam ter chegado ao limite dos Ermos,
mas assim que saem da orla notam um cavaleiro
solitário galopando na sua direção. Talvez “cavalei-
ro” seja uma palavra muito forte: este chasind está
curvado sobre seu cavalo e conduz as rédeas com
uma mão. Seu outro braço está caído ao seu lado.
Ele os nota e se ergue, gritando para seu grupo:
“Por favor! Vocês precisam detê-los!”
Este é Gyera, um caçador chasind cujo grupo foi
emboscado por furiosos. Ele foi seriamente ferido, mas
conseguiu escapar enquanto seus companheiros eram
mortos. Gyera percebe que os furiosos estão devorando
seus amigos e implora aos PJs que matem os furiosos
antes que infectem mais alguém. Um teste de ASTÚCIA
9. Retorno a Dosov
Encontro de interpretação
Os PJs pegam seus cavalos.
Se os PJs deixaram seus cavalos na aldeia de Dosov,
provavelmente desejarão recuperá-los. Eles descobrem
que suas montarias foram bem cuidadas. Baba Zorya
está feliz por vê-los e curiosa para saber se encontraram
o que procuravam. Ela dá a eles uma garrafa de vinho
selvagem como um presente, para mantê-los aquecidos
em sua jornada para casa.
Como alternativa, se os PJs perderam seus cavalos
no pântano, podem querer comprar novas montarias
em Dosov. Neste caso, eles devem negociar com Baba
Zorya como em A ALDEIA DE DOSOV, na página 27. Se
um PJ vencer a negociação, os cavalos de montaria
custam o preço regular em escambo (120 PP). Se Zorya
vencer, custam 150% do normal (180 PP).
Caso contrário, pule este encontro.

Sustentando o Drama e Variando o Ritmo na Jornada de Volta

Após os heróis recuperarem o musgossombra (ou não), os encontros podem se tornar repetitivos e
anticlimáticos, se forem conduzidos sem um cuidado para dar continuidade ao drama. Uma vez que a
questão mais crítica da aventura já foi resolvida (“Os PJs conseguirão o que precisam?”) é importante
focar nas perguntas não respondidas, como “Os PJs conseguirão voltar a tempo?”. Para isso, enfatize a
forma com que cada cena de atraso e cada tentativa de orientar-se afeta o sucesso ou a falha dos heróis.
Cuide para não exagerar. Se todos os encontros no pântano, e até mesmo aqueles que acontecem depois
do pântano, tiverem o mesmo tom de atraso e inconveniência, podem se tornar insossos. Qualquer
história que toca as mesmas notas repetidamente se torna chata, portanto certifique-se de variar o teor
— positivo ou negativo — dos encontros que você introduz enquanto os PJs estão voltando a Lago Soth.

37
Fúria Âmbar
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
 PARTE 6
O Trecho Final
Nesta parte final da aventura, os PJs devem retornar
a Lago Soth e enfrentar Ser Vilem, sobrevivendo a uma
emboscada e subvertendo a decisão de uma senhora do
salão negro. Isto pode resultar em um julgamento por
combate entre um dos PJs e Ser Vilem. Contudo, antes
disso, eles devem encarar outra escolha moral difícil.
1. A Última Resistência
de um Cavaleiro
Encontro de interpretação e/ou combate
Os PJs confrontam um outro grupo que foi
atrás do musgossombra pela mesma razão.
Enquanto vocês se aproximam das colinas rocho-
sas entre a floresta e o Rio Sudrand, nuvens escuras
mais uma vez rolam pelo céu. Uma chuva leve mo-
lha-os enquanto um relâmpago revela um cavaleiro
solitário parado no topo da primeira colina.
Vocês vão abordá-lo?
Um PJ bem-sucedido em um teste de PERCEPÇÃO (VI-
SÃO) contra NA 13 (–1 devido à chuva) pode identificar
as cores e estandarte de Ser Vilja Wulver. Um teste de
ASTÚCIA (HERÁLDICA) contra NA 13 revela que o cavalei-
ro usa o brasão da aldeia ribeirinha de Wulverton, a um
dia de cavalgada a oeste.
PJs desconfiados podem olhar ao redor para ver se o
cavaleiro está sozinho. Faça um teste oposto de PERCEP-
ÇÃO (VISÃO) contra DESTREZA (FURTIVIDADE) entre os PJs e
os companheiros de Vilja. Os PJs sofrem uma penalida-
de de –1 pela chuva e os companheiros de Vilja recebem
um bônus de +1 por terem tido tempo para se preparar.
De qualquer modo, o cavaleiro desce a colina como
se fosse cumprimentar os PJs, mas para e ergue sua es-
pada, segurando-a afastada do corpo. Um PJ bem-suce-
dido em um teste de COMUNICAÇÃO (ETIQUETA) contra NA
9 percebe que ele espera que um PJ venha encontrá-lo.
Se um PJ cavalgar em sua direção, Vilja faz seu pedido.
O cavaleiro cansado olha para vocês com determi-
nação inflexível. “Com pesar, devo pedir que entre-
guem o musgossombra. Se o fizerem de boa vontade,
poderão partir sem derramamento de sangue”.
Se o PJ perguntar por que os companheiros do ca-
valeiro estão se escondendo, Ser Vilja se desculpa pela
enganação e acena para seus aliados se revelarem. Ser
Vilja sabe que nunca é sábio permitir que os caçadores
chasind conheçam sua verdadeira força, e não sabia se
os PJs respeitariam seu chamado para dialogar.
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Ser Vilja Wulver
Um cavaleiro honrado transformado em bandido
relutante.
HABILIDADES (FOCOS)
1 Astúcia (Conhecimento Militar)
2 Comunicação
3 Constituição (Vigor)
4 Destreza (Cavalgar)
4 Força (Lâminas Pesadas)
0 Magia
1 Percepção
2 Vontade
VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
11 39 16 7
ATAQUES
ARMA ATAQUE DANO ALCANCE
Besta +1 2d6+2 30/60 metros
Espada longa +6 2d6+4 —
PODERES
Façanhas favoritas: desarmar e golpe poderoso.
Grupos de armas: arcos, briga, lâminas leves e lâmi-
nas pesadas.
Talentos: Estilo de Arma e Escudo (novato), Estilo
de Arma Única (novato) e Treinamento com Arma-
duras (novato).
EQUIPAMENTO
Armadura de malha pesada, besta, escudo médio,
espada longa e virotes x20.
Ser Vilja é o cavaleiro e burgomestre de Wulverton.
Um homem relativamente jovem, já conheceu dificul-
dades, seu próprio pai tendo caído pelos frequentes
ataques dos avvarianos contra sua aldeia.
Furiosos atacaram sua aldeia nesta manhã, infecta-
ram sua esposa e seu filho e mataram seu outro filho.
Ao todo, dez pessoas em Wulverton estão infectadas.
O sábio do vilarejo disse a ele para procurar o musgos-
sombra, e ele obedeceu. Infelizmente, quando convo-
cou as fadas do fogo, a visão que recebeu durante sua
canção lamuriosa o fez compreender que não havia
mais musgossombra, provavelmente nunca mais have-
ria, e que a substância estava saindo da floresta. Ele viu
até mesmo os rostos daqueles que o levaram — os PJs.
Decidiu interceptá-los antes que fosse tarde demais.
Ser Vilja está determinado a salvar sua família ou
morrer tentando. Se os PJs não entregarem o musgos-
sombra, ele terá de lutar. Um PJ bem-sucedido em um
teste de PERCEPÇÃO (EMPATIA) contra NA 9 percebe que
Ser Vilja está torturado pela decisão. Ele sempre foi um
Fúria Âmbar
 Voluntários de Wulverton Dobreela, a abençoada
Wulverton não tem milícia, mas a maioria dos seus Aprendiz do sábio de Wulverton.
aldeões sabe lutar.
HABILIDADES (FOCOS)
HABILIDADES (FOCOS) 2 Astúcia (Cura, Conhecimento Natural)
0 Astúcia 1 Comunicação
0 Comunicação 0 Constituição
2 Constituição (Vigor) 2 Destreza
1 Destreza 1 Força
Força (Armas de Contusão, Lâminas 4 Magia
2
Pesadas ou Machados)
0 Percepção
0 Magia
3 Vontade (Disciplina)
1 Percepção
VALORES DE COMBATE
2 Vontade
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
VALORES DE COMBATE
12 23 12 3
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
ATAQUES
9 15 13 5
ARMA ATAQUE DANO ALCANCE
ATAQUES
Cajado +2 1d6+2 —
ARMA ATAQUE DANO ALCANCE Lança arcana — 1d6+4 16 metros
Besta +1 2d6+2 30/60 metros PODERES
Espada longa, +4 2d6+2 —
Façanhas favoritas: feitiço poderoso.
machado de
Poder de feitiço: 14. Mana: 18.
batalha ou maça
Feitiços: cura, fraqueza e garra do inverno (note que
PODERES sua armadura causa um ponto de esforço quando
Façanhas favoritas: escaramuça. Dobreela os lança).
Grupos de armas: arcos, armas de contusão, briga, Grupos de armas: briga e cajados.
lâminas pesadas e machados. Talentos: Cirurgia (novato).
Talentos: Treinamento com Armaduras (novato). EQUIPAMENTO
EQUIPAMENTO Armadura de couro leve, cajado e varinha.
Armadura de malha leve, besta, escudo médio, virotes
x20 e um machado de batalha, maça ou espada longa.
Dobreela, a abençoada
Dobreela é aprendiz de Maximilian, o sábio de
soldado honrado, e agora foi reduzido pelas circuns- Wulverton. Ela tem um bom desafio: Maximilian é
tâncias a um bandoleiro comum. uma das vítimas da doença. É uma jovem atraente de
Esta cena pode ser resolvida de diferentes manei- cabelos negros, pouco mais que uma menina. Ela não
ras. Você deve interpretar as interações ao invés de gosta deste plano mais do que Ser Vilja, mas segue suas
reduzi-las a testes, pressionando cada lado a fazer es- ordens (ela é um pouco fascinada por ele, apesar das
colhas, em vez de rolar dados. circunstâncias).
Ser Vilja é ajudado por Dobreela e um voluntário
de Wulverton para cada PJ. Se a determinação de Ser 2. Retorno a Vau Wich
Vilja fraquejar, Dobreela ou algum dos voluntários Encontro de interpretação
pode começar a lutar de qualquer forma. Ser Vilja evita
golpes mortais. Os PJs retornam a Vau Wich e encontram Strom,
que avisa-os sobre os planos de Ser Vilem.
Se a luta terminar e Ser Vilja ainda estiver de pé, ele
se certifica de que os PJs saibam que condenaram sua
Uma pesada chuva cai e relâmpagos brilham en-
família à morte. Ele chora abertamente.
quanto vocês se dirigem para o rio. Vocês veem mui-
Se Ser Vilja e seus homens conseguirem sobrepujar tas luzes pequenas à frente: é Vau Wich.
os PJs e pegar o musgossombra, cavalgam para Wul-
verton a toda velocidade. Ultrapassar o grupo de Ser Os habitantes de Vau Wich que estavam fora volta-
Vilja exige um teste oposto de ASTÚCIA (NAVEGAÇÃO). ram para enterrar seus mortos e restaurar a ordem. A

39
Fúria Âmbar
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
 balsa foi consertada e a estalagem está aberta. De fato,
Strom Karsgard está aqui, fumando um cachimbo na
varanda quando vê os PJs. Ele implora para que se abri-
guem do clima terrível e oferece-se para pagar por sua
refeição e estadia.
Se os PJs sentirem que não há tempo a perder e qui-
serem enfrentar o clima, Strom ainda assim diz a eles
que Ser Vilem chamou uma senhora do salão negro no
dia seguinte à sua partida, e que ela chegará a qualquer
momento no terceiro dia. O Xerife Milo parecia certo de
que a enviada esperaria pelo menos até os PJs chegarem
com o musgossombra antes de tomar uma decisão, mas
Strom não confia em Ser Vilem.
3. Uma Mensagem
de Ser Vilem
Encontro de combate
Ser Vilem joga sujo; seus leais soldados
emboscam os PJs no caminho a Lago Soth.
A chuva continua enquanto vocês prosseguem pe-
las margens do Sudrand para chegar ao caminho
até Lago Soth. Vocês logo veem um grupo de cava-
leiros com armaduras vindo em sua direção. Eles
usam as cores do Arl Neruda, o lorde de Ser Vilem.
Embora Ser Vilem tenha uma senhora do salão ne-
gro em seu bolso, prefere colocar o jogo ainda mais a
seu favor. Mandou seus soldados mais leais intercep-
tar os PJs se eles conseguissem passar através de Vau
Wich. Suas instruções são matar os PJs, queimar os cor-
pos e pegar qualquer musgossombra com eles. Há um
soldado por PJ.
Um soldado chamado Kristof lidera o bando. Ele
pergunta aos PJs se localizaram o musgossombra. Diz
a eles que estão vigiando a área como prevenção contra
outros ataques.
PJs desconfiados podem fazer um teste oposto de
PERCEPÇÃO (EMPATIA) contra COMUNICAÇÃO (ENGANAÇÃO).
Se Kristof for descoberto, ele e seus homens sacam suas
espadas e atacam.
Se os PJs não suspeitarem de nada, os soldados lhes
dão passagem, então viram-se e atiram em suas costas
com bestas. Eles pretendem acabar com os sobreviven-
tes com seus cavalos e espadas.
Se esta luta acontecer à noite, todos os testes de
combate sofrem uma penalidade de –3 devido à escu-
ridão e chuva pesada. Se acontecer de manhã, a chuva
pesada causa apenas uma penalidade de –2.
Use as estatísticas dos soldados do forte em FURIO-
SOS!,na página 14. Seus nomes são Antal, Bozek, Ches-
lov, Kristof e Tivadar. Você também pode usar solda-
dos com nomes que os PJs já conheceram antes, para
tornar esta traição mais dolorosa.
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4. Os Remanescentes
da Segunda Onda
Encontro de exploração
Os PJs descobrem o que aconteceu com a segunda onda
de furiosos que seguiu ao norte a partir de Vau Wich.
Fora do caminho vocês veem uma linha de espa-
das, quatro ao todo, fincadas no chão. No outro
lado do caminho está uma grande pilha de cinzas
na qual pelo menos dez armas chamuscadas estão
meio enterradas.
Aqui os moradores de Vau Wich que voltavam do
Festival de Inauguração encontraram a segunda onda
de furiosos. Os moradores estavam preparados para
lutar e atacaram os furiosos com flechas enquanto eles
faziam carga. Mesmo assim, não conseguiram matar
todos os furiosos antes que eles chegassem, e quatro
aldeões perderam suas vidas. Seus corpos foram quei-
mados, para que não espalhassem a doença.
5. Para Evitar
uma Fogueira
Encontro de interpretação e/ou combate
Os PJs voltam a Lago Soth quando os aldeões
infectados estão prestes a serem executados.
Alguns dias atrás, Lago Soth foi o local de uma fes-
tividade. Agora é uma pira fúnebre. À medida que
vocês se aproximam, conseguem ver soldados do
forte amarrando os aldeões infectados a postes com
pilhas de galhos a seus pés. A maioria dos aldeões
infectados está gritando ou chorando. Vocês veem
Bogdan oferecer uma grande adaga a Ser Vilem, que
se posta arrogantemente ao lado de uma mulher
usando o manto de uma senhora do salão negro.
Vocês deixarão isto continuar?
Como Strom disse, uma árbitra veio a Lago Soth, e
está ao lado de Ser Vilem. Os aldeões infectados estão
prestes a serem executados e queimados para destruir a
doença. Bogdan afiou uma lâmina para que as gargan-
tas das vítimas fossem cortadas. A madeira está seca;
foi tirada das pilhas de inverno e misturada com feno.
O Xerife Milo está sentado no chão, sua cabeça em suas
mãos enquanto soluça. A Velha Stoyanka fica à distân-
cia, seu corpo arqueado apoiado em sua bengala.
Se os PJs possuírem o musgossobra, isso é o su-
ficiente para deter a senhora do salão negro. Mas Ser
Vilem é contra qualquer atraso em fazer a “justiça” pla-
nejada, e argumenta que a sentença foi decidida e não
há volta. Faça um teste oposto de COMUNICAÇÃO (PERSU-
ASÃO) entre os PJs e Vilem. Se os PJs vencerem, Gelda
Fúria Âmbar
 está disposta a dar à Velha Stoyanka algumas horas
para preparar sua cura na esperança de ajudar. Caso
contrário, as preparações para a fogueira continuam.
Se os PJs acusarem Ser Vilem de estar por trás da
emboscada contra eles, ele arrogantemente exige satis-
fação. Ser Gelda está disposta a conceder isto. Se os PJs
apresentarem provas adicionais, como um cavaleiro
disposto a falar contra Ser Vilem, então Ser Vilem exige
satisfação do soldado primeiro. Simplesmente descre-
va Ser Vilem facilmente despachando o soldado. Como
alternativa, se o soldado estiver muito ferido, Ser Gelda
permite que ele designe um dos PJs como seu campeão.
Caso Ser Vilem seja vencido no julgamento por
combate, os PJs conseguem um bônus de +3 em testes
de Persuasão contra ele, tendo direito até mesmo a um
novo teste para convencer Ser Gelda a esperar que a Ve-
lha Stoyanka tente curar os aldeões antes de executá-los.
Se os PJs recorrerem ao combate, provavelmente
serão massacrados. As forças de Ser Vilem foram refor-
çadas pelo Bann Dusic (que enviou dez soldados) e os
quatro guarda-costas de Ser Gelda. O restante da unida-
de de Ser Vilem (nove menos aqueles perdidos em UMA
MENSAGEM DE SER VILEM) está no forte. A única esperan-
ça dos PJs caso escolham esta opção é incitar os aldeões
com um teste de COMUNICAÇÃO (PERSUASÃO) contra NA 15.
Se os PJs atacarem, Ser Gelda tentará detê-los com
um apelo à razão. Se os PJs matarem-na, estarão se
comprometendo a lutar até a morte, e o NA para per-
suadir os aldeões a ajudá-los aumenta para 17 — nin-
guém quer se envolver na morte de uma senhora do
salão negro, não importam as circunstâncias.
As estatísticas para Ser Gelda e sua guarda são
apresentadas abaixo. Os reforços do bann têm as mes-
mas estatísticas dos soldados do forte de Ser Vilem.
Ser Gelda Cermac
Ser Gelda é uma mulher endurecida (o título “Ser”,
concedido aos cavaleiros de Ferelden, aplica-se igual-
mente a homens e mulheres) na casa dos quarenta anos,
ainda atraente apesar de uma cicatriz feia no lado es-
querdo de seu rosto, produto de um ataque que deixou-
-a cega de um olho — obra de alguém que discordou de
uma de suas decisões. Em geral, Ser Gelda é uma árbitra
justa e teria esperado os PJs chegarem antes de tomar
uma decisão. Infelizmente, Ser Gelda deve um favor ao
pai de Ser Vilem, e assim, relutantemente, fica ao seu
lado, mesmo que tenha dúvidas. Ela simplesmente quer
pagar sua dívida e ir embora de Lago Soth.
A guarda da árbitra
Os guardas de Ser Gelda são lutadores defensivos,
mais preocupados em proteger a árbitra do que em
usar qualquer vantagem em combate. Lutam sem mi-
sericórdia apenas caso Ser Gelda seja morta, perceben-
do que falharam em seu dever e devem agora salvar a
honra que puderem em sua memória.

41
Fúria Âmbar
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 Ser Gelda Cermac A guarda da árbitra

Árbitra do Salão Negro. Guarda-costas de Ser Gelda.

HABILIDADES (FOCOS) HABILIDADES (FOCOS)
Astúcia (Conhecimento Cultural, 0 Astúcia (Conhecimento Militar)
5 Conhecimento Histórico, 0 Comunicação
Conhecimento Militar, Escrita)
2 Constituição (Vigor)
6 Comunicação (Persuasão)
2 Destreza (Cavalgar)
2 Constituição
4 Força (Lâminas Pesadas)
1 Destreza (Lâminas Leves)
0 Magia
2 Força (Armas de Contusão)
0 Percepção
0 Magia
2 Vontade (Coragem)
–1 Percepção
VALORES DE COMBATE
3 Vontade (Disciplina)
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
VALORES DE COMBATE
8 45 14 8
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
ATAQUES
8 55 11 7
ARMA ATAQUE DANO ALCANCE
ATAQUES
Besta +2 2d6+1 30/60 metros
ARMA ATAQUE DANO Espada bastarda +6 2d6+5 —
Adaga +3 1d6+3 PODERES
Maça +4 2d6+2
Façanhas favoritas: escaramuça e golpe poderoso.
PODERES Grupos de armas: arcos, briga, lâminas pesadas
Façanhas favoritas: desarmar e postura defensiva. e lanças.
Grupos de armas: armas de contusão, briga e lâminas Talentos: Estilo de Arma de Duas Mãos (novato), Es-
leves. tilo de Arma e Escudo (novato) e Treinamento com
Talentos: Conhecimento (novato), Contatos (expe- Armaduras (experiente).
riente), Estilo de Arma Única (novato), Linguística EQUIPAMENTO
(novato, ler tevene antigo), Treinamento com Arma-
duras (novato). Armadura de placas leve, besta, escudo médio, espa-
da bastarda e virotes x20.
EQUIPAMENTO
Adaga, armadura de malha pesada e maça.
Você decide se a cura funciona ou não. Caso funcio-
ne, a pele amarelada dos infectados começa a clarear.
Caso contrário, os infectados logo caem em uma loucu-
6. A Cura ra irreversível e tornam-se furiosos. Em qualquer caso,
Encontro de interpretação um trato é um trato e, se os PJs tiverem feito um acordo,
o Xerife Milo cumpre-o.
A Velha Stoyanka prepara a cura.
Se a poção curar Wanda, os PJs têm um novo alia-
Se os PJs conseguirem retornar com uma boa quan-
do: o Xerife Milo. Ele pretende fazer uma petição ao
tidade de musgossombra e também evitar que Ser Vi-
bann para apontar um PJ como substituto de Ser Vilem
lem execute os aldeões infectados, Fúria Âmbar termina
(a menos que todos os personagens absolutamente re-
da seguinte maneira.
cusem-se a aceitar a posição), e também está interessa-
do em encontrar um bom marido para Wanda. Depen-
A Velha Stoyanka pega o saco de musgossombra,
dendo de como as coisas se desenrolam, os PJs também
abre-o e cacareja ao ver o conteúdo, sem notar o
podem ter uma aliada em Ser Gelda. É improvável que
cheiro ou acostumada a ele. Ela desaparece por
Ser Vilem ou Bogdan tenham simpatia pelos PJs no fim,
algumas horas em sua casa, da qual orações e en-
e ambos podem ser uma fonte de dores de cabeça recor-
cantamentos podem ser ouvidos. Quando ressurge,
rentes para os heróis.
está com uma gamela de madeira e uma concha.
Os infectados restantes foram reunidos, e a sábia se
aproxima deles com um preparado que todos espe-
ram que cure sua condição.

42
Fúria Âmbar
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
 Por T. S. Luikart Onde as Águias Vivem
Dizem que o amor pode
mover montanhas. Mas nin-
guém menciona se é para derrubá-las ou erguê-las. Os
jovens e apaixonados diriam que não há obstáculo que
não possa ser superado, distância que não possa ser
cruzada, e que até mesmo o vasto abismo entre ferelde-
nianos e avvarianos pode ser atravessado, se você for
fiel ao seu coração. Pena que o resto do mundo nem
sempre compartilhe de tal otimismo.
Onde as Águias Vivem é uma aventura para 4 a 6 per-
sonagens durões de 3º a 4º nível, que devem ir às Mon-
tanhas do Dorso Frio para resgatar a filha sequestrada
de um nobre, ou pelo menos garantir a vingança de seu
pai. No caminho, eles devem lidar com os avvarianos
das colinas, que não gostam muito dos fereldenianos,
e também com os muitos predadores do Dorso Fio, os
efeitos do frio cortante e o fato de que Izot Wulff não
foi exatamente sequestrada... Pelo menos, não de início.
Onde as Águias Vivem também contém muitas infor-
mações sobre os avvarianos, os parentes amargos dos
fereldenianos que foram expulsos ao Dorso Frio sécu-
los atrás. Essas informações serão úteis tanto para esta
aventura quanto para aventuras futuras no oeste de Fe-
relden. Se você tem PJs avvarianos no seu grupo, pode
deixar que eles leiam o APÊNDICE 1: SOBRE OS AVVARS, nas
páginas 78 e 79 para que saibam mais sobre a cultura de
seus personagens.
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
Estava Tudo
Indo Bem
A história por trás de Onde as Águias Vivem come-
ça há quatro anos, no meio de um quente verão que
envolveu o arling das Colinas do Oeste em um gentil
abraço. Um arling é o equivalente fereldeniano a um
condado fronteiriço, e os arls que os regem são alguns
dos nobres mais poderosos em Ferelden, ofuscados em
poder apenas pelos teyrn e pelo rei. O arling das Coli-
nas do Oeste fica ao norte do Lago Calenhad e faz fron-
teira com as Montanhas do Dorso Frio. Isso significa
que o Arl Gallagher Wulff passou a maior parte de sua
vida lutando contra avvars. O Arl Wulff e sua família
são muito amados em Ferelden tanto por sua natureza
brava quando sua gentileza com as pessoas das Colinas
do Oeste. Naquele ano fatídico, a poucos dias de Desa-
broche, o quinto mês no calendário fereldeniano, uma
caravana anã passou pelas Colinas do Oeste a caminho
do interior de Ferelden, ao sul. Como é sempre sábio
quando se viaja por Ferelden, eles contrataram vários
guardas. O mais jovem deles era um belo avvar cujo
nome completo era Azur Ar Brosna O Terra-Vermelha.
O jovem Azur apaixonou-se por viajar e não se im-
portava em se expor às incontáveis blasfêmias dos ha-
43
 bitantes das planícies. O que Azur não esperava era ir
ao resgate de uma jovem adolescente que estava sen-
do atacada por uma alcateia de lobos flagelados. Ele
certamente não previu que ela não somente não iria
lhe agradecer pela ajuda, como também iria repreen-
dê-lo por interferir. Achando aquilo divertido, o avvar
solenemente desculpou-se por não permitir que a jo-
vem se tornasse o almoço dos lobos e voltou aos seus
deveres na caravana. Antes que Azur voltasse à sua
caravana, Izot Wulff, a jovem, que era a quarta filha (e
segunda filha mulher) do arl, decidira que se casaria
com ele algum dia.
Anos se passaram. Em cada um deles, Azur ia e vi-
nha do Dorso Frio acompanhando caravanas através
do arling das Colinas do Oeste. Não foi por acidente
que o avvar fez questão de viajar em caravanas para
o leste, pois uma certa jovem ousada estava constan-
temente em seus pensamentos. A cada passagem, os
dois se encontravam brevemente por alguns dias, até
que finalmente Izot estava com idade suficiente para
que Azur pudesse roubá-la. Izot teve que se esforçar
muito para convencer Azur de que anunciar ao arl
das Colinas do Oeste de que ele — um avvar — que-
ria roubar sua filha para se casar com ela seria má
ideia. Azur finalmente concordou que eles poderiam
contar ao seu pai um mês depois que estivessem casa-
dos. Os jovens amantes fizeram planos para roubar e
ser roubada na primavera seguinte.
Azur escolheu um dia quando o inverno mal tinha
deixado o Dorso Frio para ir às Colinas do Oeste e tomar
sua noiva, acompanhado por dois de seus amigos. Izot
obedientemente lutou por alguns momentos antes de
acompanhar seu amado de volta a seu lar montanhoso.
Na jornada de volta a Terra-Vermelha, os planos
de Azur e Izot saíram terrivelmente errados. Seu pe-
queno grupo foi emboscado por um bando de caça-
dores avvarianos liderados pelo maldoso Balan Ar
Malad. Encontrar o bando foi um grande azar — pois,
com a primavera chegando, os avvars se prepara-
vam para voltar ao leste do Dorso Frio. Balan matou
Sollus, amigo de Azur. Derrotou Azur, mas não ma-
tou-o porque seu segundo em comando (um homem
bem mais ponderado chamado Torin) reconheceu-o
como sobrinho do Chefe Owyne de Terra-Vermelha
e deteve seu golpe final. Por sua vez, Izot matou um
homem e feriu outros dois na escaramuça. Ao invés
de matar a garota das planícies, o que teria sido a res-
posta normal de Balan, ele ficou impressionado por
sua natureza forte e decidiu levá-la para “diversão”
futura. Balan e seus homens partiram carregando Izot
à força, em direção às montanhas.
Preparação
A trama de Onde as Águias Vivem exige que os PJs
estejam viajando no arling das Colinas do Oeste no iní-
44
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
cio da primavera. Presumimos que eles sejam um gru-
po de aventureiros respeitados, ou algo similar, como
um mercenários ou guardas de caravana competentes,
que estariam dispostos viajar ao Dorso Frio para re-
cuperar a filha sequestrada do Arl Wulff — ou, pelo
menos, descobrir o que aconteceu com ela. Embora o
arl tenha poucos homens, certamente não enviaria ne-
nhum incompetente atrás de sua amada filha.
Como Onde as Águias Vivem é planejada para per-
sonagens experientes, provavelmente não deveria ser o
primeiro desafio do seu grupo de aventureiros. Quanto
mais familiarizados os jogadores (e seus personagens)
estiverem com a cultura fereldeniana, mais chocante é
o contraste que experimentarão ao lidar com os avva-
rianos das colinas. Entretanto, se eles já conhecerem
os avvars (talvez por jogar Dragon Age: Origins), você
pode permitir que sejam residentes do arling das Coli-
nas do Oeste. Isto pode até mesmo justificar o envolvi-
mento de personagens de nível mais baixo, pois a forte
lealdade entre os PJs pode influenciar o julgamento do
arl. Um grupo de nível mais baixo deve ter pelo menos
um personagem com o foco Rastrear.
Se você está usando Onde as Águias Vivem como par-
te de uma campanha longa, é uma excelente ideia intro-
duzir alguns dos PJs aos PNJs desta aventura antes de
jogá-la. Conhecer o Arl Wulff ou Izot e gostar deles será
uma motivação muito maior que o mero dinheiro.
O momento exato para começar a história é in-
tencionalmente flexível: começa no fim do inverno, a
poucos dias da primavera, que geralmente ocorre na
primeira ou na segunda semana de Guardião. É impor-
tante apenas que a estação acabou de mudar e que Izot
Wulff está desaparecida há apenas alguns dias.
Embora o arl e seus homens acreditem que avvars
sequestraram sua filha, o arl ainda está disposto a con-
tratar um avvar para esta tarefa. Por quê? Porque o Arl
Wulff conhece os avvarianos muito bem: eles são se-
paratistas e brigões que se voltam uns contra os outros
quase tão facilmente quanto contra estranhos. De fato,
pode ser que um avvar seja necessário para pegar outro
avvar no Dorso Frio.
Pelo Hálito do
Criador, que Frio!
A maior parte desta história acontece na Cordilhei-
ra do Dorso Frio, uma série de picos na fronteira ociden-
tal de Ferelden. Os anões do reino de Orzammar, que
fica sob as raízes do Dorso Frio, chamam as montanhas
de Dentes Congelados, e com boa razão. A maior parte
da cadeia está eternamente coberta por neve, com uma
única rota, a Passagem de Gherlen, considerada segura
durante o ano todo. Viajantes que rumem ao Dorso Frio
no início da primavera, como os PJs, experimentam um
frio cortante que não diminui até que o curto e vigoroso
Onde as Águias Vivem
 verão surja nas alturas. Eles devem se considerar sortu-
dos: o inverno é muito pior. Durante esta aventura, as
regras a seguir se aplicam às montanhas:
• Sempre que um personagem não avvar for forçado
a começar rapidamente qualquer atividade física pe-
sada (por exemplo, ser atacado), deve ser bem-suce-
dido em um teste de CONSTITUIÇÃO (VIGOR) contra NA
11 contra os efeitos entorpecentes do frio constante,
ou sofrerá uma penalidade de –2 em todos os testes
físicos por três rodadas, enquanto se aquece. Com
pelo menos um minuto para se preparar especial-
mente para a tarefa (esfregando as mãos, batendo os
pés e assim por diante), os personagens são automa-
ticamente bem-sucedidos no teste.
• Armas de metal em bainhas, como aquelas dos gru-
pos das lâminas leves e pesadas, frequentemente
grudam-se dentro de suas bainhas, devido ao gelo.
Esta é uma das razões pelas quais os avvars prefe-
rem machados e lanças. Sempre que um personagem
precisa aprontar sua espada rapidamente (como em
uma emboscada), deve fazer um teste de FORÇA (PO-
DERIO MUSCULAR) contra NA 11 quando usa a ação
menor preparar para sacar sua arma. Um sucesso
significa que a lâmina sai da bainha normalmente,
mas uma falha indica que ela fica presa. O persona-
gem deve usar outra ação para tentar novamente.
• Com grandes nuvens de vapor produzidas pela res-
piração e a neve fazendo barulho sob os pés, passar
despercebido é extremamente difícil no Dorso Frio.
Todos os testes de DESTREZA (FURTIVIDADE) sofrem
uma penalidade de –2.
Resumo da
Aventura
Izot Wulff, a filha do Arl Gallagher Wulff do arling
das Colinas do Oeste, aparentemente foi sequestrada
da casa de seu pai, embora as circunstâncias ao redor
de seu desaparecimento sejam incomuns para uma típi-
ca incursão avvar em Ferelden. Os PJs são convocados
pelo arl e contratados para ir às Montanhas do Dorso
Frio e resgatar sua filha ou descobrir seu destino. Em-
bora o arl preferisse enviar um bann confiável ou al-
gum outro agente do tipo, grupos errantes de crias das
trevas foram recentemente encontrados nas Colinas do
Oeste, e ele não tem mais homens disponíveis, mesmo
para sua filha.
Viajando ao sopé do Dorso Frio, os PJs encontram
os vestígios de uma batalha incomum, de onde partem
conjuntos de rastros diferentes. Um é a trilha de Azur, o
amor de Izot, sendo arrastado para o povoado avvaria-
na de Terra-Vermelha por seu amigo Martain. O outro
é a trilha do grupo de caçadores de Balad, indo para o
oeste. Depois de um encontro com a vida selvagem lo-
cal, os personagens descobrem um horror de verdade:
Onde as Águias Vivem
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
um campo de avvars de todas as idades mortos, assas-
sinados por crias das trevas.
A partir daí, as decisões dos personagens ditam boa
parte do que ocorre. Os avvars de Terra-Vermelha preci-
sam de ajuda contra as crias das trevas até que seus gru-
pos de caçadores voltem, embora eles certamente não
esperem que forasteiros os ajudem. Azur quer ir atrás de
Izot, mas seu tio, o Chefe Owyne, tem outros planos. Se
quiserem ajudar seus inimigos culturais, os PJs podem
conquistar aliados contra o cruel Balan, mas uma luta
terrível contra crias das trevas deve acontecer primeiro.
A trilha de Balan leva os PJs a uma difícil cami-
nhada às altas montanhas, onde uma luta fatídica so-
bre uma ponte de gelo desmoronando os espera, as-
sim como a possibilidade de ter que atravessar uma
passagem assombrada onde nenhum avvar se arris-
caria. Se os PJs forem bravos, diplomáticos e astutos,
podem finalmente derrotar o brutal Balan e resgatar
Izot Wulff. Caso contrário, uma morte fria os aguarda
no meio dos picos gelados.
Muitas Estradas
Boa parte do modo como os eventos transcorrem
em Onde as Águias Vivem depende das escolhas que os
PJs tomam. Encontros inteiros podem não ocorrer se
eles evitarem certos caminhos ou se recusarem a lidar
com os avvars de qualquer modo não violento. Tudo
bem. Flexibilidade é a chave aqui. Talvez os PJs se em-
brenhem nas montanhas, evitando Terra-Vermelha,
enquanto rapidamente avançam atrás de Balan. Se for
o caso, podem terminar voltando das alturas com Izot
insistindo em saber o destino de Azur.
Subtramas
Opcionais
Em uma aventura de Dragon Age, subtramas po-
dem ser incluídas para complicar a trama principal.
Tudo é separado da história principal. Portanto, se você
não quiser usá-las, isso não afetará a aventura.
O Guardião de
Minha Irmã
Izot tem vários irmãos que a amam, mas um ir-
mãozinho em particular venera sua irmã mais velha.
Berchan Wulff tem quase 12 anos, mas o que lhe falta
em idade sobra-lhe em coragem. O sequestro de Izot
deixou Berchan devastado, e ele exigiu que seu pai dei-
xasse-o ir atrás dela. O arl ficou dividido entre dar um
tapa na cabeça de seu filho mais novo e abraçá-lo.
Berchan foi enviado para a propriedade de inverno
do arl com instruções específicas para ficar lá até que
seu pai dissesse o contrário. Vários guardas foram se-
45
 lecionados para ficar de olho nele em turnos, pois é um
garoto esperto. Para falar a verdade, esperto demais BERCHAN WULFF
para seus guardas. Berchan já tem um plano com o qual Teimoso menino de 11 anos, filho de um arl.
pretende fugir da propriedade e partir em direção ao
Dorso Frio atrás de sua irmã. Quando os PJs passam, HABILIDADES (FOCOS)
não importa o quão competentes eles possam parecer, 1 Astúcia (Conhecimento Natural)
nada convence-o que eles não precisem de sua ajuda. 0 Comunicação (Enganação)
Mas Bercham é esperto o suficiente para saber que, se
1 Constituição
abordar os PJs abertamente, eles certamente rejeitarão
sua oferta. Ele se apresenta aos PJs enquanto estão ins- 0 Destreza
pecionando os terrenos da propriedade. Então espera –3 Força
até que os aventureiros estejam um dia à frente antes de 0 Magia
partir atrás deles. Ele é um filho das Colinas do Oeste e
1 Percepção
teve muitos tutores habilidosos: facilmente rastreia os
personagens nas montanhas. –2 Vontade
Berchan chega em qualquer momento oportuno —
ou inoportuno. Talvez, por exemplo, o Chefe Owyne,
nenhuma circunstância, a responsabilidade pelo garoto.
segurando-se para não rir, anuncie aos PJs que eles têm
De fato, eles dizem que sua habilidade de rastrear os PJs
um “visitante” logo após chegarem a Terra-Vermelha.
poderia valer-lhe um lugar no seu grupo de caça! Ber-
Ou, se os PJs evitaram o povoado avvariano, talvez Ber-
chan é, de fato, um combatente: afinal de contas, é filho
chan cavalgue ao seu acampamento certa noite, bravo e
de um arl. A menos que arrastem-no fisicamente do Dor-
audaz, um dia ou dois antes de eles encontrarem Balan
so Frio de volta à propriedade de seu pai, o grupo não
e seus homens. Obviamente, os personagens não podem
irá se livrar dele até que sua irmã seja encontrada.
perder um dos filhos do arl enquanto procuram pelo
outro. Uma coisa é certa: os avvars não aceitarão, sob Se você usar esta subtrama, deve também decidir
até que ponto Berchan superestima suas próprias habili-
dades. Por um lado, você pode decidir torná-lo comple-
tamente incapaz. Neste caso, use as estatísticas de não-
-combatente, acima. Esta opção coloca um fardo maior
nos heróis, e pode se tornar cômica. Por outro lado, você
pode introduzi-lo como o irmão orgulhoso, capaz e com-
pletamente leal (embora envolvido em uma situação
além de suas capacidades). Esta opção tem um maior
potencial emocional. Se você escolher isso, Berchan usa
as mesmas estatísticas de Izot, encontradas na página 77.

Não Estamos
Sozinhos
Os avvars são famosos por serem separatistas — tan-
to que, em sua longa história com Ferelden, várias incur-
sões nas planícies desmoronaram devido à luta interna
entre os membros de vários clãs. Atualmente, há várias
rixas de sangue entre clãs avvars que se estendem lite-
ralmente há um século ou mais, suas causas originais há
muito esquecidas. Mesmo quando os avvars lembram
do que começou a luta, explicar para forasteiros incré-
dulos que batalham contra outros clãs há décadas por
causa de um bastardo que certa vez rejeitou sua tataravó
esgota a paciência do mais tolerante homem das colinas,
e eles raramente oferecem explicações.
Uma vez que os avvars gostam de guardar ressen-
timentos, e que um certo Visant Ar Norig O Forte-Tem-
pestuoso se orgulha por ser um avvar digno, ele e um
pequeno grupo de camaradas semelhantes viajaram ao
norte a fim de se vingar de várias injustiças que não
têm paciência de relatar. Visant absolutamente detesta

46
Onde as Águias Vivem
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
 o vil Balan, mas não gosta particularmente de ninguém
dos clãs de Terra-Vermelha.
Visant e seu grupo são um curinga que você pode
usar se os eventos não estiverem “interessantes” o su-
ficiente. Visant quer um pouco de emoção, uma chance
de saquear e um pouco de glória. Há vários pontos em
que o esquentado filho de Norig e seus homens podem
aparecer, e eles podem ajudar ou atrapalhar os PJs, pos-
sivelmente mudando de ideia durante a aventura.
Visant e seus homens têm estatísticas de caçado-
res avvarianos do Guia do Mestre. Visant tem 1 ponto a
mais em Astúcia e 2 em Vontade.

PARTE 1

O Coração
de um Pai
A aventura começa com os PJs surgindo da Corvo
Fumegante, uma taverna na pequena cidade de Pico do
Olmo, nas Colinas do Oeste, tendo acabado de acompa-
nhar uma caravana ou fazer algum outro tipo de tarefa.
Um arauto enviado pelo Arl Wulff os aborda e leva-os
até ele, que está acampado nas redondezas. O arl con-
trata o grupo para ir ao Dorso Frio e resgatar sua filha,
ou pelo menos trazer notícias de seu destino. Depois de
alguma investigação na propriedade do arl, os perso-
nagens se dirigem ao sopé do Dorso Frio.

Ambiente: Pico do Olmo, 1. Uma Convocação

nas Colinas do Oeste
Em Ferelden, o arling das Colinas do Oeste é con-
siderado uma região fronteiriça perigosa, muito perto
dos avvarianos das colinas e da ameaça implícita de
Orlais. A terra é densamente arborizada, com árvores
se estendendo até onde a vista alcança em direção às
imensas montanhas cobertas de neve no oeste. As es-
tradas que cruzam a região são poucas e lamacentas,
embora muitas tenham sulcos permanentes e profun-
dos das numerosas carroças de caravanas passando ao
leste em direção ao Bannorn.
A primavera acabou de chegar, e grandes partes
das colinas ainda estão cobertas com uma fina camada
de neve. Pilhas brancas lamacentas ainda emolduram a
estrada e o ar é gelado. Pico do Olmo é mais um entre-
posto do que uma cidade de verdade, um lugar em que
viajantes ficam por um breve período de tempo antes
de rumar a qualquer que seja o lugar aonde queiram
ir. A maior parte dos prédios do povoado é de madeira
ou de lona, somente uma pequena e solitária capela é
feita de pedra. A maior parte dos estabelecimentos é
destinada a viajantes: tavernas, lojas, equipamentos e
armas são abundantes. A proximidade com Orzammar
faz com que produtos forjados por anões sejam surpre-
endentemente fáceis de se encontrar.
na Primavera
Encontro de interpretação
Um arauto aborda os PJs com uma convocação do arl local.
Vocês acabaram de fazer um banquete na Corvo
Fumegante, uma taverna que serve o melhor café
da manhã na cidade de Pico do Olmo, um peque-
no ponto de partida para caravanas de mercado-
res e peregrinos que passam pelo arling das Coli-
nas do Oeste. Ao longo da refeição, várias ideias
sobre os próximos planos do seu grupo foram
discutidas. Com o inverno mal tendo se transfor-
mado em primavera, o trabalho pode ser escasso
pelos próximos meses.
Enquanto vocês conversam entre si, um homem
vestido em peles elegantes se aproxima rapida-
mente em um cavalo. Quando vê seu grupo, um
grato reconhecimento cruza seu rosto, embora
nenhum de vocês o reconheça. Ele desce de seu
cavalo e os aborda.
“Sou Odras, arauto do Arl Gallagher Wulff. O arl
solicita sua presença com toda a pressa possível. Se
desejarem, posso levá-los a ele imediatamente”.

47
Onde as Águias Vivem
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com

Odras, o ARAUTO DO ARL
Homem livre fereldeniano e arauto do Arl Wulff há
mais de vinte anos.
HABILIDADES (FOCOS)
2 Astúcia (Heráldica)
3 Comunicação (Etiqueta, Persuasão)
–1 Constituição
0 Destreza
–2 Força
–1 Magia
2 Percepção (Procurar)
1 Vontade (Disciplina)
Mesmo que os PJs não conheçam o arl pessoal-
mente, certamente já ouviram falar dele, pois é um dos
nobres mais poderosos em Ferelden. O Arl Wulff tem
uma reputação impecável no oeste de Ferelden como
um homem valente que cuida de seu povo. Se eles tive-
ram negócios com o arl no passado, já devem conhecer
Odras — ajuste a introdução do encontro de acordo.
Odras é persuasivo e eloquente. Está ciente do as-
sunto que o arl quer discutir com os PJs, mas se recusa
a explicá-lo ao grupo, dizendo que não cabe a ele falar
sobre isso. Odras está, no entanto, claramente perturba-
do com algo: ele conhece Izot desde seu nascimento e
sabe que ela está perdida, seu destino incerto.
Se seus jogadores suspeitarem de algo, permita que
façam testes de PERCEPÇÃO (EMPATIA) ou COMUNICAÇÃO
(INVESTIGAÇÃO), e role alguns dados em segredo, fingin-
do oposição, pois não há disputa de verdade. Odras é o
arauto do Arl Wulff — um teste de ASTÚCIA (HERÁLDICA)
contra NA 7 identifica o brasão dos chifres de veado e
da montanha, do arling das Colinas do Oeste, em seu
gibão. Não há como saber por que ele está perturbado,
pois ele não fala sobre isso, embora mais tarde isso vá
ser evidente aos PJs. Odras os reconheceu porque são
um grupo de aventureiros viajantes de sucesso, e foram
descritos a ele no passado. Se isso não se aplicar aos PJs,
então o arl perguntou sobre homens adequados à tarefa
e eles foram descritos como candidatos. Se for pergun-
tado sobre a razão de tanta pressa, Odras diz que o arl
em breve deixará a área para uma expedição marcial.
Por causa da natureza da nobreza de Ferelden,
os PJs não estão sendo forçados à presença do arl por
guardas armados, como seria o caso em muitos outros
reinos de Thedas. Os personagens podem certamente
dizer que não estão interessados e mandar Odras de
volta. Embora ele vá fazer o que puder para convencê-
-los, se eles realmente não puderem ser convencidos,
ele balança sua cabeça e vai embora. E este é o final de
Onde as Águias Vivem para seu grupo de PJs. No fim do
verão ou no início do outono, eles ouvem as notícias do
48
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
oeste de que Izot Wulff foi sequestrada e morta no Dor-
so Frio. Ou, se você estiver com vontade de torturá-los
um pouco, talvez eles ouçam que ela foi sequestrada
e resgatada por um grupo de aventureiros que agora
goza de riqueza e fama no oeste de Ferelden.
Presumindo que os PJs concordem em ouvir o que
o arl tem a dizer, este encontro acaba quando Odras
leva-os ao acampamento do arl, fora de Pico do Olmo.
2. O Dilema do Arl
Encontro de interpretação
Os PJs são conduzidos à presença do Arl Wulff, que
tem uma proposta arriscada para eles. Quer que eles
partam em uma jornada às Montanhas do Dorso Frio e
tragam de volta sua filha, ou notícias sobre seu destino.
Odras os leva a uma clareira ao sul de Pico do
Olmo, onde uma grande força, com talvez cem ho-
mens, está acampada. Há antecipação no ar, clara-
mente uma luta é iminente. O arauto desmonta e,
gesticulando para que vocês o sigam, aproxima-se
de uma grande tenda em uma pequena colina.
O interior da tenda mostra-se austero. A única mo-
bília é uma cama improvisada e várias cadeiras de
madeira próximas a uma grande mesa. Mapas co-
brem as paredes de lona. Um homem enorme traja-
do em uma armadura de placas com adornos está
no centro de tudo. Olhos penetrantes os avaliam
enquanto vocês chegam à presença do arl — por-
que certamente este é ele.
“Saudações”, fala o gigante, com uma voz retum-
bante. “Sou Gallagher Wullf, protetor do arling
das Colinas do Oeste. Eu... Eu, hã...”. Ele fica em
silêncio, tomado pela emoção. Cerra seus grandes
punhos e depois os abre. “Eu preciso de sua ajuda.
Uma de minhas filhas... Minha filha Izot foi seques-
trada. Levada ao Dorso Frio pelos avvars”.
Este encontro é uma discussão sobre o sequestro
de Izot. Odras permanece no canto, ocasionalmente
ajudando o arl, que está abalado, com algum detalhe.
Na verdade, Wulff acredita que sua filha está morta.
Ele sabe que os avvars raramente mantêm prisioneiros
das terras baixas por muito tempo. Pelo que sabe de
como os avvarianos geralmente tratam as mulheres das
planícies, quase deseja que ela esteja morta. Durante a
conversa, o arl relata o seguinte:
• Izot está desaparecida há quatro dias.
• O manto rasgado de Izot foi encontrado fora da
propriedade de inverno do arl. Pegadas de botas
foram encontradas perto do manto e próximas a
um banco de neve, a trilha seguindo para o oeste.
• O arl deu ordens para que o local do aparente se-
questro ficasse intocado até que seus agentes o ins-
Onde as Águias Vivem
 ARL GALLAGHER WULFF
Senhor do arling das Colinas do Oeste.
HABILIDADES (FOCOS)
2 Astúcia (Conhecimento Histórico,
Conhecimento Militar)
2 Comunicação (Etiqueta, Liderança)
3 Constituição (Beber)
1 Destreza (Cavalgar)
5 Força (Armas de Contusão, Lâminas
Pesadas, Poderio Muscular)
–1 Magia
0 Percepção
3 Vontade (Disciplina)
pecionassem. O arl não o viu; ele já estava na estra-
da quando sua filha foi levada.
• Os avvars costumam atacar no inverno. Contudo, a
primavera mal começou.
• Izot completou 18 anos dois meses atrás. Ela é uma
linda garota loira com olhos acinzentados. Por ser
filha de um arl, tem treinamento em combate.
Perguntas e Respostas
O Arl Wulff responde às seguintes perguntas de
maneira similar ao que é mostrado aqui.
“VOCÊ DEVE TER MUITOS HOMENS, POR QUE PRECISA DE NÓS?”
Preciso de todos os homens à minha disposição, e mais al-
guns. Uma enorme força de crias das trevas vem atacando os
campos, e vilas inteiras foram massacradas. Eu cavalgo contra
eles dentro de uma hora — é o dever de um arl. Mas o coração
de pai dentro de mim exige que eu faça algo. Por isso estão aqui.
“POR FALAR NISSO, POR QUE NÓS?”
Sua reputação os precede. Uma pequena força pode viajar
rapidamente e chamar menos atenção dos homens das colinas.
“OS AVVARS NÃO PEDIRÃO RESGATE POR SUA FILHA?”
Eles talvez não saibam que ela é minha filha, pois ela
mesma jamais diria. Se descobrissem que ela é filha de um
arl, eles provavelmente a matariam pela glória, sacrificando-a
a seus deuses pagãos. Pedir resgate não é seu modo de agir.
“AONDE ACHA QUE ELA PODE TER SIDO LEVADA?”
Os clãs avvarianos vivem em vilarejos com muros de pe-
dra que eles chamam de “fortificações”. Só conheço duas forti-
ficações a uma semana de viagem de minha propriedade ao les-
te. Uma fica ao norte, mas meus batedores dizem que aqueles
selvagens estão lutando contra uma outra fortificação mais ao
norte, e não podem desperdiçar guerreiros em saques. A outra
fica quatro ou cinco dias para dentro do Dorso Frio, além das
fronteiras das Colinas do Oeste. Se minha filha for encontrada,
meu melhor palpite é que será nessa fortificação mais próxima.
Onde as Águias Vivem
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
“Temos um Avvar Bem Aqui
Aqui””
O arl abranda suas referências aos “deuses pa-
gãos” se houver um PJ avvar na tenda. Um teste
de ASTÚCIA (CONHECIMENTO CULTURAL) contra NA
11 revela que o deus que exige que os avvars lu-
tem no inverno deve ser Haakon Soproinvernal, o
Senhor do Inverno e Mestre da Batalha. Tecnica-
mente, ele não exige que os avvars lutem somente
no inverno; na verdade, os avvars fazem isso para
usar o frio do inverno contra seus inimigos. Veja o
APÊNDICE 1: SOBRE OS AVVARS, no final desta aven-
tura, para mais detalhes. O mesmo teste também
revela que os avvars não atacam Ferelden sem a
cobertura de uma tempestade de neve, e não há
uma boa tempestade há semanas. Mesmo assim,
os vários clãs avvarianos têm tradições muito di-
ferentes, e um PJ avvar pode não ter ideia de por
que um grupo específico de avvars pode estar dis-
posto a descer às planícies nesta época.
“VOCÊ ACREDITA QUE ELA AINDA ESTEJA VIVA?”
Viva ou não, desejo saber o que aconteceu com ela. Se não
puderem trazê-la de volta, então provas de sua morte serão sufi-
cientes, embora a cabeça de seu assassino seja muito bem-vinda.
“ESTAMOS EM DESVANTAGEM NUMÉRICA. NÃO SEREMOS
MASSACRADOS PELOS AVVARS IMEDIATAMENTE?”
Novamente, por isso um grupo pequeno é melhor. Os
avvarianos guerreiam apenas no inverno. Isso tem a ver com
seus deuses. Como é primavera, eles não atacarão uma pe-
quena força imediatamente, enquanto que uma força grande
certamente iria obrigá-los a lutar independentemente da es-
tação. Eles têm um tipo de honra. Se permanecerem alertas,
provavelmente serão capazes de lidar com eles.
“O QUE GANHAREMOS?”
Se concordarem em fazer isto, fornecerei equipamentos e
cavalos robustos, se precisarem. Por notícias de sua morte e
prova de seu falecimento, eu darei cem peças de prata a cada
um de vocês. Se trouxerem minha filha viva daquelas monta-
nhas, cada um receberá dois soberanos. E não esquecerei que
serviram a minha casa.
O arl não está disposto a pechinchar: ele fez sua
oferta, e ela é bem generosa. Se os PJs aceitarem, o arl
aperta suas mãos, gravemente agradecendo a eles in-
dividualmente. Ele gesticula ao seu arauto, diz que
“Odras irá ajudá-los” e se vira para seus mapas.
Se os personagens precisarem de cavalos, Odras
leva-os a uma área do acampamento onde consegue
montarias. Personagens sem o foco Cavalgar podem
montar, mas são incapazes de fazer qualquer coisa mais
extravagante do que se segurar na sela, e certamente
não podem lutar montados. Odras fornece vestimentas
de montanha se os PJs precisarem. Outros equipamen-
tos básicos podem ser facilmente obtidos no acampa-
mento, além de provisões para várias semanas. Odras
49
 dá ao grupo uma carta identificando-os como agentes
do Arl Wulff, e solicitando que o castelão da proprieda-
de de inverno do arl trate-os com todas as cortesias. Ele
também passa um mapa do arling das Colinas do Oes-
te, com instruções sobre como encontrar a propriedade
de inverno do arl. Odras os instrui a voltar à proprie-
dade depois que partirem do Dorso Frio, observando
que o castelão saberá como fazer com que as notícias
cheguem ao arl rapidamente. Então deseja que sejam
acompanhados pelo Criador, e só resta partir.
Se os PJs não aceitarem a proposta, da mesma for-
ma que no final do primeiro encontro, esta aventura se
encerra. O arl bruscamente permite que saiam e não as-
siste a sua partida.
3. Pistas na
Propriedade
Encontro de Exploração
Os PJs investigam os terrenos da propriedade de inverno
do arl e conseguem pistas sobre o que pode ter ocorrido.
Três dias de dura cavalgada levam vocês ao salão
do Arl Wulff, uma sólida fortaleza na beira do arling
das Colinas do Oeste, mais um forte de pedra do que
uma propriedade de inverno. Vocês chegam depois
de escurecer, mas à primeira luz, o castelão da pro-
50
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
priedade, um homem chamado Konwal, leva-os
pessoalmente ao local onde Izot foi sequestrada.
O ar da manhã é dolorosamente frio. O Dorso Frio
alcança as nuvens, espalhando-se por todo o ho-
rizonte do oeste até onde a vista alcança. Konwal
leva-os por uma curta distância dos muros da pro-
priedade a uma clareira na floresta onde algumas
bandeiras foram espetadas no chão, circundando
uma grande área de neve lamacenta e mexida.
Há muitas pegadas de botas sobrepostas e lama re-
mexida na área limitada pelas bandeiras, dificultando
ver qualquer coisa útil onde o manto foi encontrado.
Um PJ que decida escalar uma árvore para ver a cena
de cima recebe um modificador de +2 em qualquer tes-
te de Percepção aplicável.
Qualquer personagem pode vasculhar o local, fazen-
do um teste de PERCEPÇÃO (RASTREAR) contra NA 15. Um
teste bem-sucedido concede informações de acordo com
o resultado do dado do dragão. Um teste falho significa
que nada pode ser distinguido da neve lamacenta.
Investigação na
Propriedade de Inverno
DADO DO
INFORMAÇÃO
DRAGÃO
1-2 Há muitas marcas indo para lugar algum
na área, como se alguém deliberadamente
caminhasse a esmo para dar a impressão
de que havia muitas pessoas presentes. De
fato, você acha que não mais do que três
pessoas deixaram esses rastros.
3-4 Alguém foi arrastado para fora da clareira,
com os calcanhares de suas botas arrastan-
do-se no chão, mas somente por cerca de
três metros antes de ser solto.
5-6 Apesar da luta evidente, nenhuma gota de
sangue foi derramada na clareira, e você
não consegue encontrar qualquer traço de
sangue na área ao redor.
Um PJ que anuncie especificamente que está pro-
curando na área coberta por árvores pode fazer um tes-
te de PERCEPÇÃO (PROCURAR) contra NA 11. Um sucesso
leva o personagem a um ajuntamento de coníferas a
cerca de 20 metros da clareira. Lá, ele descobre um sím-
bolo entalhado na casca de um grande pinheiro. Um
dos amigos de Azur decidiu passar o tempo enquan-
to esperavam por Izot entalhando isto. Um teste bem-
-sucedido de ASTÚCIA (CONHECIMENTO CULTURAL) contra
NA 11 identifica o símbolo como uma versão estilizada
do signo de Korth, o Pai da Montanha, chefe do pan-
teão avvariano. Procurar ao redor das coníferas revela
pegadas escondidas embaixo de galhos. Personagens
bem-sucedidos em um teste de PERCEPÇÃO (RASTREAR)
contra NA 9 podem notar que pelo menos três homens
esperaram, dentro da clareira, por várias horas.
Onde as Águias Vivem
 Konwal aponta o monte de neve onde as marcas de
botas foram encontradas, e então se afasta para deixar
os PJs inspecionarem a cena, embora responda a suas
perguntas da melhor maneira possível.
O monte de neve está a cerca de 30 metros da clarei-
ra. Personagens bem-sucedidos em um teste de ASTÚCIA
(CONHECIMENTO CULTURAL) contra NA 13 sabem que os
avvars frequentemente usam galhos de árvores para
limpar seus rastros na neve quando tentam ser furtivos.
Entretanto, não é preciso um especialista para dizer que
alguém tentou ocultar estes rastros, embora os esforços
tenham sido claramente apressados, pois vários luga-
res foram apenas parcialmente cobertos e outros foram
esquecidos. Konwal tem certeza de que havia guardas
patrulhando por perto, já que a propriedade está em
alerta desde que se ouviu falar dos ataques das crias
das trevas — mas as patrulhas não se afastam tanto.
Konwal diz que os personagens podem interrogar
o pessoal da propriedade. Todos estão visivelmente
preocupados com Izot e ela claramente é amada, o que
pode acalmar os medos dos PJs de que o seu desapare-
cimento fosse culpa dos empregados. Seu manto rasga-
do foi encontrado de manhã cedo, não muito depois da
primeira luz, oito dias atrás. Se os PJs pedirem para ver
o manto, Konwal o apresenta. É uma roupa de inverno
robusta mas esfarrapada, sugerindo que foi rasgada e
não cortada. Não há sangue nele.
Se os PJs pensarem em perguntar se alguém notou
algo incomum desde o desaparecimento de Izot, al-
guém hesitantemente fala que o manto rasgado real-
mente pertence a Izot, mas seu manto favorito — uma
peça muito mais luxuosa e quente — inexplicavelmen-
te sumiu. Também está faltando uma espada curta
adornada, um presente de seu pai, sugerindo que Izot
estava armada (o que não era incomum sempre que ela
estava fora dos muros da propriedade).
Perguntas sobre o temperamento de Izot dão aos
PJs a impressão geral de que ela era uma garota gentil
mas de gênio forte. “Puxou ao pai”, diz o consenso ge-
ral. “Ela tem os olhos dele”.
Resolução da Parte 1
Ao final da PARTE 1, os PJs devem saber o que se
espera deles: ir ao Dorso Frio e resgatar Izot Wulff ou
trazer notícias de seu destino, com provas físicas. Se os
“aventureiros” estiverem determinados a não seguir
com esta tarefa, não há muito que você possa fazer. Eles
podem argumentar que é suicídio ir ao Dorso Fio pela
remota chance de encontrar a jovem viva. Embora isso
seja discutível, é inegável que a jornada é nobre e que
há um bom lucro envolvido.
Os personagens devem ter aprendido um pouco
sobre os avvars, e devem saber que eles deveriam estar
procurando por um vilarejo de muros de pedra conhe-
cido como “fortificação”. A respeito do objetivo de sua
busca, eles estão provavelmente suspeitando de que
Onde as Águias Vivem
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
O Castelão DO ARL
Konwal, homem livre fereldeniano e castelão do arl.
HABILIDADES (FOCOS)
3 Astúcia (Cura, Conhecimento Musical)
2 Comunicação (Barganha, Etiqueta)
0 Constituição
1 Destreza
1 Força
–2 Magia
0 Percepção
2 Vontade (Moral)
nem tudo é o que parece. Há discrepâncias entre o que
foi dito sobre a ousada jovem Izot e o que eles realmente
encontraram. O fato de que a “luta” durante seu desa-
parecimento parecia ensaiada e sem sangue certamente
levantará dúvida, especialmente uma vez que tenha fica-
do claro a eles que ela é capaz de se defender. A presença
de avvars fora de época também é muito estranha.
Como Romeu e Julieta é uma das histórias de amor
mais famosas de todos os tempos, seus jogadores po-
dem trocar olhares de “eu já sabia” quando a PARTE 1
chegar ao final. Tudo bem — a história está prestes a
dar uma virada inesperada.
Se você está usando a subtrama opcional O GUAR-
DIÃO DE MINHA IRMÃ, certifique-se de que Berchan apre-
sente-se aos PJs. Assim, quando ele aparecer mais tar-
de, os PJs saberão quem ele é.
PARTE 2
No Dorso Frio
Nesta parte, os personagens vão para as montanhas,
onde encontram a vida selvagem local quando um dos
predadores nativos do Dorso Frio decide dar-lhes as
boas-vindas. Logo depois, pássaros carniceiros levam-
-nos ao local da segunda abdução de Izot. Duas trilhas
levam para longe da cena, mas ambas logo conduzem
os personagens à mesma visão terrível: um campo com
corpos espalhados, cruelmente assassinados por crias
das trevas, que não foram todas embora...
Ambiente:
Os Dentes Congelados
As Montanhas do Dorso Frio figuram na história
de Ferelden há incontáveis séculos. São a barreira natu-
ral que fez as ocupações de Tevinter e Orlais falharem,
e a quase inexpugnável fortaleza que permite que os
avvars continuem a incomodar. Os anões de Orzam-
mar chamam o Dorso Frio de “Dentes Congelados”,
com o jeito tipicamente cínico dos anões, pois seus mui-
tos perigos mastigam e cospem os incautos.
51
 As alturas do Dorso Frio são massas de rocha e
gelo, sem quaisquer árvores. Os picos são frequente-
mente cobertos por névoa fria e podem gerar tempes-
tades de neve fora da estação. Envolvidos em neblina
ou facilmente visíveis, os picos erguem-se como vultos
para os viajantes, acima das árvores.
A região intermediária e a parte mais baixa são pe-
sadamente arborizadas com árvores coníferas: lariço,
pinheiro, abeto e outras. Também algumas árvores so-
litárias de folhas largas, como bétula, sorveira, salgueiro
e álamo. O chão é coberto com vários tipos de musgo
presos às rochas e às árvores. Poucas plantas além de
vários liquens e alguns dos musgos mais resistentes po-
dem crescer no solo da floresta, que é altamente ácido.
As partes intermediária e baixa são frequentemente
úmidas, mas a água congela com frequência, deixan-
do pedaços do chão cobertos de neve por oito meses
a cada ano. No final da primavera e no verão, o ar se
torna quente e úmido. Os fazendeiros avvars aprovei-
tam a breve temporada de plantio, saindo de suas forti-
ficações rumo aos sopés para cultivar. Cuidam de suas
plantações de forma nômade, enquanto conduzem seus
rebanhos de cabras e vigiam os homens das planícies.
Muitos roedores vivem no Dorso Frio: marmotas,
lebres e esquilos. Linces, raposas, doninhas e pássaros
predatórios se alimentam de roedores. Aves de rapina
como águias, corujas e os falcões mais resistentes são
comuns, e os avvars têm um relacionamento especial
com elas. Rebanhos de cervos, cabritos montanheses e
ocasionais alces vagam pela floresta. Mas o real perigo
para os viajantes são os grandes predadores que não te-
mem os homens: lobos do penhasco, brontos selvagens,
ursos das cavernas, leões vermelhos e dragões.
1. Hora do Almoço
Encontro de Combate
Os personagens adentram os sopés quando
são atacados por um dos terríveis predadores
do Dorso Frio: um leão vermelho.
Por dois dias, desde que deixaram a propriedade
do arl, vocês viajam para oeste e para cima, através
dos sopés do Dorso Frio. Ocasionalmente, já houve
sinais do que vocês acreditam ser sua presa — um
pequeno grupo de quatro ou cinco passou por este
caminho na última semana.
A floresta é densa ao seu redor. Em breve, vocês
terão que deixar seus cavalos para trás. Apesar da
chegada da primavera, o ar é dolorosamente frio, e
sua respiração produz vapor.
Vocês pararam para verificar o mapa, estudar a tri-
lha esparsa e talvez comer algo. Pios de aves e sons
de roedores surgem da vegetação. Mesmo assim,
de vez em quando, tudo fica em silêncio...
52
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Um leão vermelho, um dos predadores naturais
mais perigosos do Dorso Frio, vem perseguindo os
aventureiros pelo sopé, esperando uma chance de ata-
car. O inverno foi longo, e a fera está tão feroz quanto
faminta — e leões vermelhos são incrivelmente perigo-
sos na melhor das hipóteses.
Peça dos PJs um teste oposto de PERCEPÇÃO (AU-
DIÇÃO OU VISÃO) contra DESTREZA (FURTIVIDADE) do leão
vermelho enquanto ele se esgueira pela vegetação a 20
metros em direção a eles. Leões vermelhos são famosos
por sua habilidade quase sobrenatural de se mover sem
fazer o menor barulho. O leão vermelho tem +9 em sua
rolagem, por sua Destreza 7 e seu foco em Furtivida-
de. Embora normalmente ele tivesse direito a um bô-
nus adicional de +2 devido à camuflagem de seu pelo,
também tem uma penalidade de –2 devido ao frio (veja
a seção PELO HÁLITO DO CRIADOR, QUE FRIO! para mais
detalhes, muitos dos quais provavelmente afetarão os
PJs durante este encontro). Além disso, o leão verme-
lho pode tentar novamente se falhar, devido ao talento
Batedor (experiente).
Se o leão vencer o teste (o que é muito provável),
continue o encontro como se nada tivesse acontecido.
Comece descrevendo uma pegada que o personagem
com a melhor Percepção descobriu, ou alguma outra
característica do terreno que eles encontraram, como se
esse fosse o objetivo do teste. A fera é esperta o sufi-
ciente para esperar até que os personagens estejam dis-
traídos ou separados antes de atacar. Se um PJ deixar o
grupo ou parecer vulnerável, o astuto predador ataca.
O leão vermelho ataca com velocidade impressio-
nante, procurando quebrar o pescoço de sua presa e ar-
rastar seu corpo para ser devorado em outro lugar. Se
o leão vencer o teste de Furtividade, o primeiro ataque
tem um bônus de +3, pois apanha o alvo totalmente
desatento, totalizando +12 no ataque de mordida con-
tra Defesa sem escudo. Role iniciativa para a rodada
seguinte, lembrando dos possíveis problemas do frio.
Durante a luta, enfatize a velocidade do leão. Ele
se move quase como um borrão, atacando de direções
diferentes, esquivando-se atrás de árvores apenas para
dar a volta e atacar inesperadamente. A fera se concen-
tra em derrotar a presa escolhida até que tenha perdido
30 pontos de Saúde, e então foge. Enquanto o leão está
lutando, os cavalos provavelmente estão em pânico to-
tal. Se eles não estiverem seguros, os PJs devem passar
algum tempo reunindo-os para evitar que fujam mon-
tanha abaixo, possivelmente com uma ou mais patas
quebradas por causa do terreno desnivelado.
Se o leão vermelho conseguir ferir a presa escolhi-
da antes de ser rechaçado, ele não vai longe. Começa a
perseguir o grupo à distância, ficando longe o bastante
para que eles não consigam identificá-lo prontamente.
Em algum momento, durante a noite, retorna para ter-
minar o que tinha começado, esgueirando-se ao acam-
pamento o mais silenciosamente possível.
Onde as Águias Vivem
 LEÃO VERMELHO
Um famoso predador do Dorso Frio, o leão vermelho
é um grande felino que não teme as espécies capa-
zes de usar ferramentas, e é capaz de derrubar um
urso das cavernas. Os leões vermelhos medem mais
de três metros e pesam mais de 300 quilos. Seu pelo
tem uma exuberante cor vermelha com listras cin-
zas e pretas, e suas peles são muito valorizadas pelos
anões de Orzammar.
HABILIDADES (FOCOS)
2 Astúcia
0 Comunicação
5 Constituição (Vigor)
7 Destreza (Furtividade, Iniciativa, Mordida)
6 Força (Garras, Salto)
-1 Magia
3 Percepção (Visão, Olfato)
2 Vontade
VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
15 50 17 0
ATAQUES
ARMA ATAQUE DANO
Garras +8 1d6+6
Mordida +9 2d6+6
PODERES
Façanhas favoritas: mandíbulas lendárias e tomar a 2. Duas Trilhas
iniciativa.
Mandíbulas lendárias: a mordida de um leão Separadas
vermelho pode esmagar aço. Como uma façanha
especial com custo de 3 PF, a mordida de um leão na Floresta
vermelho causa 2d6 de dano adicional. Encontro de EXPLORAÇÃO
Pele: se um leão vermelho for morto e mais da me-
tade do dano que ele sofreu tiver sido causado por Os PJs descobrem as marcas de uma luta e
armas contundentes ou perfurantes, sua pele pode uma série de estranhos túmulos. Pior ainda,
ser vendida para negociantes anões por 30 PP. seu caminho se divide à frente, e há pouca
Talentos: Batedor (experiente). indicação de qual direção é a certa.

A tênue trilha que vocês vêm seguindo termina re-

Se a criatura conseguir matar seu alvo, arrasta a
carne ou foge, esperando que o resto do grupo deixe o
corpo para trás (como os avvars fariam). Caso contrá-
rio, reage como descrito acima, seguindo à distância até
que uma oportunidade surja.
Se os PJs conseguirem vencer o teste oposto para
notar a criatura, ouvem ou veem o grande felino se
aproximando silenciosamente através das árvores. Isto
dá a eles uma chance de se preparar para quando ele fi-
nalmente surgir no acampamento. Um teste de ASTÚCIA
(CONHECIMENTO NATURAL) contra NA 11 revela as infor-
mações na ficha do leão vermelho, bem como o fato de
que eles são notórios por não desistir facilmente.
pentinamente. Espalhados em uma pequena clarei-
ra estão os restos do que parece ter sido uma terrí-
vel luta. O musgo ainda está manchado de sangue,
embora vocês estimem que uma semana tenha se
passado desde a luta.
Há rastros de todos os tipos na lama aqui e o que
parecem ser vários sacos espalhados entre as rochas.
Onde querem procurar primeiro?
Há muita informação para ser encontrada na clarei-
ra ensopada de sangue, mas juntar tudo exige tempo e
esforço.

53
Onde as Águias Vivem
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Em primeiro lugar, aqui vai um resumo do que
ocorreu naquele dia fatídico. Os jovens amantes, felizes
por finalmente estarem juntos e sabendo que estavam a
um dia e meio de Terra-Vermelha, foram muito menos
cautelosos do que deveriam, e seu grupo caiu em uma
emboscada. Os homens de Balan pegaram-nos despre-
venidos e cercaram-nos rapidamente. Embora os caça-
dores de Balan estivessem em vantagem, não estavam
preparados para a luta que se seguiu, tendo subestima-
do a fúria de seus alvos e a habilidade de luta da garota
da planície, que julgavam ser um mero “prêmio”.
Dois dos homens de Balan foram mortos e cinco
foram feridos. Balan matou o jovem amigo de Azur,
Sollus, e derrotou o próprio Azur. Depois que o se-
gundo em comando de Balan, Torin, identificou Azur
como sobrinho do Chefe Owyne, até mesmo o raivo-
so Balan soube que algo deveria ser feito para evi-
tar uma rixa de sangue com Terra-Vermelha. Além
disso, a luta tinha sido divertida: todos os presentes
tinham lutado com paixão — surpreendentemente,
até mesmo a garota — e Haakon Soproinvernal fica-
ria ofendido se Balan não reconhecesse isso em seu
modo de tratar os mortos.
Portanto, Balan solicitou uma cerimônia completa
de enterro para ser realizada no local, declarando que
todos que tinham caído seriam “oferecidos à Senhora”
com todas as cerimônias devidas. Em vez de cremar ou
enterrar guerreiros valorosos, os avvars desmembram
54
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A clareira ensanguentada
DADO DO
INFORMAÇÃO
DRAGÃO
1 Obviamente, houve uma grande luta na
clareira. Um grupo de dez ou mais embos-
cou um grupo de quatro ou cinco.
2 Pelo menos dois — provavelmente mais —
foram mortos na luta. Vários outros foram
feridos.
3-4 Um dos membros do grupo menor era
uma mulher ou um elfo. Vocês notam isso
pelo tamanho e forma das marcas de bota,
bem como pela profundidade das pegadas
no solo.
5 Dois grupos separados deixaram a área
depois da batalha: um foi diretamente ao
oeste, o outro para o oés-sudoeste. Um
pequeno grupo, talvez apenas dois ou
três, abrigou-se nas árvores próximas por
uma noite.
6 O grupo que rumava ao oeste era o maior
dos dois, embora seus membros tenham
caminhado sobre pegadas uns dos outros
para ajudar a esconder quantos eram (um
truque comum de caçadores). Um dos
membros do grupo menor (que se dirigia
a oés-sudoeste) estava claramente camba-
leando quando deixou a clareira, andando
com a ajuda de um de seus camaradas.
seus corpos e oferecem-nos aos pássaros carniceiros
das montanhas. Sua carne é partida em pequenos peda-
ços para facilitar o consumo e seus ossos são triturados
e colocados em pequenos sacos de couro para que os
pássaros possam devorá-los (veja o APÊNDICE 1: SOBRE
OS AVVARS para mais detalhes sobre a deusa avvariana
da morte, a Senhora dos Céus).
Com a cerimônia de enterro terminada, Balan to-
mou Izot como seu prêmio. Deixando o último membro
do grupo dos amantes, Martain, para cuidar do ainda
inconsciente Azur, Balan e seus homens foram para o
oeste, arrastando Izot, que resistia e se debatia. Martain
descansou por um dia, cuidando de Azur da melhor ma-
neira possível, e então pôs-se a caminho de Terra-Ver-
melha, arrastando seu amigo semiconsciente e febril.
O enterro a céu aberto avvariano obviamente dei-
xou uma grande quantidade de evidências na clareira,
embora possa ser difícil para os aventureiros entender
exatamente o que estão vendo. A quantidade de san-
gue derramado na clareira deixa claro a qualquer um
bem-sucedido em um teste de ASTÚCIA (CURA) contra
NA 7 que vários corpos devem ter sido cortados em
pedaços. Entretanto, personagens bem-sucedidos no
teste também notam que a maior parte das manchas é
precisa, concentrada em uma área da clareira (onde os
corpos foram despedaçados).
Onde as Águias Vivem
 Inspecionar os restos dos sacos revela apenas que
eram sacolas de couro grosseiramente costuradas, mas
seu conteúdo permanece desconhecido. Um teste de
PERCEPÇÃO (PROCURAR) contra NA 13 revela um saco
ainda cheio, amarrado aos galhos mais baixos de uma
árvore próxima. Contém o que parece ser um alimento
granulado, ensopado em sangue. É osso moído. Um tes-
te de PERCEPÇÃO (PROCURAR) contra NA 9 encontra uma
rocha com uma leve depressão, sob uma pedra redonda
e manchada de sangue: o pilão usado para moer o osso.
Os avvars raramente falam sobre suas práticas fu-
nerárias para o povo das planícies. É preciso um teste
de ASTÚCIA (CONHECIMENTO CULTURAL) contra NA 17 para
que um não-avvar lembre de histórias sobre “enterros
aéreos” entre os homens das colinas bárbaros. Se con-
seguirem discernir o que está dentro do saco intacto, os
PJs recebem um bônus de +3 neste teste. Este é um dos
pontos na aventura em que a presença de um avvar no
grupo faz uma grande diferença: um avvar automati-
camente percebe que uma ou mais oferendas à Senhora
ocorreram na clareira. Qualquer um que conheça a prá-
tica sabe que os avvars raramente realizam a cerimônia
para o corpo de um habitante da planície.
Um teste de PERCEPÇÃO (RASTREAR) contra NA 11 re-
vela boa parte do que ocorreu na clareira, dependendo
do resultado do dado do dragão. Os resultados estão
na tabela A CLAREIRA ENSANGUENTADA. Um número alto
revela todas as informações listadas, além de todas as
informações dos números mais baixos. Vários persona-
gens podem procurar, obtendo mais informações.
Se todos os PJs falharem em seus testes de Rastrear,
descobrem apenas que houve uma grande luta e que
vários grupos deixaram a clareira rumo a direções dife-
rentes — supostamente ao oeste — mas todas as trilhas
logo se perdem entre a vegetação rasteira.
Embora tenham poucas informações específicas, os
personagens devem ter uma ideia de que a fortificação
avvar Terra-Vermelha fica ao oés-sudoeste de sua atual
posição. Não seria difícil concluir que o menor dos dois
grupos deixou a clareira na direção da aldeia.
Depois que os personagens tiverem examinado a
clareira, o personagem com a Percepção mais alta nota
algo incomum ao oeste, talvez a meio dia de viagem:
um grande bando de pássaros carniceiros, talvez cem
ou mais, circulando acima.
No final deste encontro, os PJs parecem ter algumas
escolhas a fazer. Mas, a menos que deem meia-volta e
desçam a montanha, todos os caminhos óbvios levam
ao próximo encontro, UMA DESCOBERTA SANGRENTA.
Ambas as trilhas passam através dos campos sangren-
tos do encontro seguinte, que também ficam entre os
personagens e Terra-Vermelha. Mas é claro que nem os
aventureiros nem os jogadores têm ideia de qualquer
um desses fatos. Portanto, certifique-se de que eles es-
colheram um curso de ação antes do próximo encontro,
e conduza-o de acordo com a decisão.
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3. Uma Descoberta
Sangrenta
Encontro de Exploração e Combate
Os personagens descobrem uma cena de massacre: um
grande grupo de fazendeiros avvarianos — homens,
mulheres, crianças e até mesmo suas cabras — foi
morto. Uma investigação revela que crias das trevas
são os culpados, e que não deixaram o local...
Vocês sentem o cheiro bem antes de encontrar a fon-
te, um odor de decomposição cortando o ar limpo
da montanha. Quando vocês emergem das árvores
na borda de uma série de campos altos, enxergam
um tapete de corpos cobrindo a terra, espalhando-
-se até onde conseguem ver.
Homens, mulheres, crianças e até mesmos cabras fo-
ram mortos cruelmente e deixados para apodrecer.
Dezenas de pássaros carniceiros, centenas de roedo-
res e milhares de insetos se alimentam dos mortos.
O som que produzem ao comer ecoa no Dorso Frio.
O que vocês vão fazer?
Caminhar entre os corpos — e inspecioná-los —
não é tarefa fácil, mesmo para os mais valentes. Os
aventureiros, como tipos durões, podem começar a
procurar entre os corpos por pistas sobre o que ocorreu
aqui sem quaisquer testes, mas precisam de um teste de
VONTADE (DISCIPLINA) contra NA 11 para criar coragem
para começar a revirar os corpos infestados por vermes
e procurar uma cabeça com cabelos loiros e olhos cin-
zentos. Uma busca de meia hora revela que Izot não
está entre os mortos.
Uma inspeção casual nos corpos revela que suas
roupas são simples, lembrando aquelas vestidas por
homens livres fereldenianos, mas mais quentes. Há
poucas armas, embora haja algumas picaretas, pás e vá-
rias outras ferramentas de fazendeiros. Está claro que
muitas das pessoas foram mortas enquanto fugiam, es-
pecialmente as crianças.
Um teste de ASTÚCIA (CURA ou CONHECIMENTO NATU-
RAL) contra NA 11 revela que os corpos estão nos cam-
pos há aproximadamente três dias. Sua decomposição
é lenta devido ao frio, tornando o mau cheiro muito
menor do que poderia ser, mas os carniceiros das mon-
tanhas ainda estão se banqueteando.
Um teste bem-sucedido de PERCEPÇÃO (PROCURAR)
contra NA 9 revela uma cena de arrepiar: os pobres fa-
zendeiros não apenas foram mortos, seus cadáveres fo-
ram ridicularizados. O personagem com o maior resul-
tado no dado do dragão entre os testes bem-sucedidos
encontra um ajuntamento de rochas onde o corpo de
uma criança foi erguido com lanças toscas. Sua cabeça
foi trocada pela de uma cabra, com um sorriso costu-
rado grosseiramente em seus lábios com tendões. Cor-
55
 das amarradas nos membros revelam que é um tipo de
marionete repugnante. Símbolos simples pintados em
sangue adornam as rochas perto da cena, e há armas
quebradas feitas de um metal desconhecido e man-
chado ao redor de uma das rochas próximas. Um teste
de ASTÚCIA (CONHECIMENTO HISTÓRICO OU CONHECIMENTO
CULTURAL) contra NA 15 sugere que isto é obra de crias
das trevas — e não avvars.
Não importa se os personagens descobrirem isso ou
não: eles estão prestes a receber uma grande dica na for-
ma de genlocks, que estão voltando à área. Nenhum tes-
te é necessário para ouvi-los, pois não estão preocupados
com furtividade. Embora os genlocks detestem estar ao
ar livre durante o dia — o que faz com que se apressem
mais e prestem menos atenção aos arredores — não são
tolos. Se os PJs alteraram muito a aparência dos campos
(por exemplo, empilhando os corpos) os genlocks logo
notam e investigam a situação com armas em punho.
O grupo pode facilmente preparar uma emboscada
e pegar os genlocks desprevenidos. Há muitos lugares
para se esconder, com árvores e rochas em abundância.
Personagens com vontade de ferro podem se esconder
entre os corpos depois de fazer um teste de VONTADE
(DISCIPLINA) contra NA 11. Isto concede um modificador
de +3 em rolagens de ataque durante a primeira rodada,
pois os supersticiosos genlocks acreditam que os mortos
se levantaram para se vingar de seus assassinos.
Os PJs podem se esconder completamente na es-
perança de que os genlocks simplesmente passem sem
56
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
notá-los. Entretanto, os cavalos dos personagens logo
chamam a atenção dos genlocks — já nervosos por cau-
sa do cheiro forte dos corpos —, pois se afastam devido
ao mau cheiro das crias das trevas.
Há dois genlocks a mais que os PJs. Eles emergem
da neblina na orla da floresta ao norte do campo, prece-
didos por suas vozes graves e profundas. São excepcio-
nalmente pálidos, mesmo para o seu tipo, e pintaram
suas peles com símbolos sanguinolentos. São batedores
avançados de um grupo maior, embora isto não seja
imediatamente evidente.
Se os PJs não atacarem durante o primeiro minu-
to depois que os genlocks surgem no campo, um deles
começa a cheirar o ar e resmungar aos seus camaradas.
Faça um teste oposto de DESTREZA (FURTIVIDADE) contra
PERCEPÇÃO (OLFATO), no qual o genlock possui um mo-
dificador de +4. Se for bem-sucedido, ele começa a ca-
minhar na direção de um dos PJs escondidos, parando
ocasionalmente para cheirar o ar. Os personagens têm
uma rodada para agir antes que seu colega aventureiro
seja descoberto. Se o genlock falhar, volta a retirar a car-
ne dos corpos, junto com seus companheiros.
Uma vez que a batalha comece, os genlocks lutam
em pares quando possível. Arremessam seus machados
ou outras coisas (veja suas façanhas especiais) antes de
sacar seus machados de batalha e investir ao combate.
Os genlocks não têm quase nada de valor, e os
personagens devem ter cuidado ao tocar em crias das
trevas. Depois da luta, a resposta à pergunta de quem
Onde as Águias Vivem
 matou os fazendeiros é óbvia. Entretanto, é igualmente
claro que o pequeno grupo de genlocks não poderia ter
matado tantas pessoas sozinho. Uma busca fácil na flo-
resta ao norte revela que uma força grande (mais de 50)
marchou naquela direção na última semana.
São necessárias duas horas de busca dedicada e um
teste de PERCEPÇÃO (RASTREAR) contra NA 15 para encon-
trar rastros levando para longe dos campos — rastros
que claramente não pertencem às crias das trevas. Um
rastro, talvez feito há uma semana, segue a oeste, su-
bindo a montanha. Esta é a trilha de Balan e seus ho-
mens. Outra trilha, mostrando as marcas de um viajan-
te arrastando outro (Martain arrastando Azur) passa
através do extremo oeste dos campos e ao sudoeste, em
direção a Terra-Vermelha.
Enquanto um ou mais dos PJs estão procurando
rastros, os outros devem fazer um teste de PERCEPÇÃO
(VISÃO) contra NA 13. Ainda há vários carniceiros ao
redor, embora a maior parte dos pássaros fique longe
dos PJs. A exceção é uma coruja. Um personagem nota
algo estranho nela com um teste bem-sucedido. O pás-
saro é uma pequena ave de rapina, não muito maior
do que duas mãos colocadas uma em cima da outra,
com olhos verdes e dourados brilhantes. Qualquer
personagem bem-sucedido no teste chega à conclusão
de que a coruja vem observando o grupo. Um teste de
ASTÚCIA (CONHECIMENTO NATURAL) contra NA 9 pode
identificá-la como uma coruja-açoite, um pássaro estri-
tamente noturno. Além de estar à luz do dia há horas,
ela não partiu junto com os pássaros carniceiros. Se os
PJs tornarem-se hostis (por exemplo, jogando pedras
ou preparando-se para atirar), a coruja desaparece nas
árvores. Se, entretanto, um ou mais PJs indicarem que
vão observá-la por um tempo, ela bate suas asas, faz
contato visual e pisca para o PJ antes de voar para o
sudoeste. A coruja e os PJs irão se encontrar novamente
na PARTE 3: BEM-VINDOS A TERRA-VERMELHA. Se um PJ
perguntar, um teste bem-sucedido de ASTÚCIA (CONHE-
CIMENTO ARCANO) contra NA 7 sugere que, embora haja
magos que podem trocar de forma, eles não deveriam
ser capazes de ficar tão pequenos.
Quando o sol finalmente se põe atrás do Dorso
Frio, uma constante corrente de fumaça se torna visível
ao sudoeste...
Resolução da Parte 2
A PARTE 2: NO DORSO FRIO termina com os PJs en-
carando uma dura decisão: seguir a difícil trilha de um
grupo que pode ou não conter seu alvo, rumo ao oeste,
penetrando ainda mais fundo no Dorso Frio, ou tomar
o caminho mais certo, mas potencialmente mais perigo-
so, que parece levar a Terra-Vermelha, a fortaleza cujo
nome o Arl Wulff não conhecia, embora acreditasse ser
o local mais provável para encontrar Izot. Se os aven-
tureiros não descobriram pistas suficientes, talvez nem
mesmo lhes ocorra ir atrás dos caçadores de Balan, o
Onde as Águias Vivem
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Genlocks
HABILIDADES (FOCOS)
1 Astúcia (Conhecimento Militar)
0 Comunicação
2 Constituição (Corrida)
1 Destreza (Briga)
3 Força (Machados, Intimidação)
2 Magia
2 Percepção (Olfato)
2 Vontade
VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
6 22 13 7
ATAQUES
ARMA ATAQUE DANO
Machado de arremesso +5 1d6+4
Machado de batalha +5 2d6+3
PODERES
Façanhas favoritas: arremesso sanguinolento e golpe
poderoso.
Façanha arremesso sanguinolento: uma façanha
especial de 3 PF para esta luta. Com uma risada ma-
quiavélica, o genlock apanha e arremessa uma massa
de vísceras, ou a cabeça de uma criança, em um alvo
próximo. Na rodada seguinte, o genlock recebe um
bônus de +2 em rolagens de ataque contra o inimigo
enojado. Isto só funciona uma vez contra cada alvo.
Resistência a magia: um genlock recebe um bônus
de +2 em testes de habilidade para resistir a efeitos
de magias e outros ataques mágicos.
Talentos: Estilo de Arma e Escudo (novato), Treina-
mento com Armaduras (experiente).
Grupos de armas: armas de contusão, briga e ma-
chados.
EQUIPAMENTO
Escudo médio, machado de arremesso, machado de
batalha, malha pesada.
que pode acabar sendo melhor, em termos de história.
Entretanto, se eles tiverem descoberto as pistas e estive-
rem determinados a seguir ao oeste, pule diretamente
para a PARTE 5: AS ALTURAS MORTAIS. Os PJs devem dei-
xar seus cavalos, pois suas montarias não serão capazes
de atravessar a parte intermediária do Dorso Frio, com
sua vegetação densa, camadas de musgo e superfícies
rochosas, sem quebrar uma pata.
Aventureiros experientes devem derrotar todos
os inimigos apresentados neste capítulo, embora pos-
sa haver algum ferido. Se um dos PJs morreu, Terra-
-Vermelha pode servir como uma excelente fonte para
um substituto.
57
 PARTE 3
Bem-Vindos a
Terra-Vermelha
Nesta parte, os PJs são apresentados ao povoado
avvariano de Terra-Vermelha, que sofreu uma grande
perda mas permanece em terrível perigo. Os avvars vi-
vem em uma sociedade de subsistência, e o brutal as-
sassinato da maioria dos fazendeiros é uma perda da
qual as pessoas de Terra-Vermelha talvez não sejam
capazes de se recuperar. Entretanto, eles podem nem
mesmo ter chance de tentar, porque a maioria dos caça-
dores ainda está longe, terminando suas últimas caça-
das de inverno, e as crias das trevas pretendem termi-
nar logo o que começaram.
Ainda não sabemos se os personagens são capazes
de sentir qualquer simpatia pelos inimigos tradicionais
de seu povo.
Ambiente: Terra-Vermelha
Um típico povoado avvariano do Dorso Frio, Terra-
-Vermelha é efetivamente uma fortaleza de pedra de
costas para uma montanha. A maior parte dos prédios
visíveis de fora das muralhas é feita de pedra; madeira
é pouco usada como material de construção. A floresta
foi cortada a cem metros de distância dos muros altos
“Vou entrar sorrateiramente”
sorrateiramente”
Durante o dia, uma entrada furtiva em Terra-Ver-
melha é quase impossível — mas, como PJs são PJs,
um ou mais deles podem colocar na cabeça que de-
veriam pelo menos tentar. Como os avvars estão
preocupados (no mínimo!), presumem que qual-
quer um que entre no seu vilarejo sem se anunciar
está com más intenções. Se um jogador quiser ten-
tar, faça um teste oposto de DESTREZA (FURTIVIDADE)
contra PERCEPÇÃO (VISÃO) . Os vigias avvarianos têm
modificador de +3 com seu foco, e recebem um
bônus de +3 pela completa falta de cobertura do
planalto, para um total de +6 em sua rolagem. Três
rolagens de Percepção dos vigias devem ser ven-
cidas para entrar na fortificação. Um guarda que
note um intruso imediatamente dá o alarme. Além
disso, como estão terrivelmente assustados e espe-
rando crias das trevas, eles disparam muitas flechas
primeiro e não se preocupam em fazer perguntas
até inspecionar o corpo algum tempo depois.
Um personagem que consiga chegar ao muro sem
ser detectado deve fazer um teste de FORÇA (ESCA-
LAR) contra NA 17 para escalá-lo. Uma falha deixa-
-o um pouco machucado na base do muro. Um su-
cesso significa que ele entrou em Terra-Vermelha
sem ser visto. E agora, espertalhão?
58
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de pedra que cercam o vilarejo, deixando uma colina
coberta com musgo e as primeiras flores da primavera.
Presumindo que os PJs consigam acesso e a hos-
pitalidade do chefe local no encontro a seguir, podem
viajar pelo povoado sem guardas. Não há lojas na cida-
de; a cultura avvariana é comunal e o comércio é base-
ado em escambo. Mesmo assim, como convidados do
chefe, os PJs podem ter seus equipamentos consertados
sem custo e conseguir provisões, embora os suprimen-
tos estejam escassos.
1. A Malícia do Chefe
Encontro de interpretação
Os PJs chegam a Terra-Vermelha e devem negociar
passagem em segurança com o líder da fortificação,
o Chefe Owyne, que sabe mais do que diz.
Seguindo a trilha tênue rumo ao oeste e a fumaça
no horizonte durante metade de um dia, vocês che-
gam a um largo planalto, onde as árvores abrup-
tamente terminam a 100 metros de um imponente
muro de pedra. O vilarejo avvariano ante vocês
lembra uma fortaleza. Dois portões gigantescos de
madeira reforçados com ferro bloqueiam o que pa-
rece ser a única forma de entrar.
O que vocês vão fazer?
Obviamente, conhecer os costumes avvarianos se-
ria bem útil neste momento. Isso exige um teste de AS-
TÚCIA (CONHECIMENTO CULTURAL) contra NA 9 para um
avvariano, ou NA 13 para PJs de outro povo. Com um
sucesso um personagem imagina que, com o massacre
de seu povo, os avvars estão em pé de guerra, o que
significa que suspeitarão muito mais dos forasteiros do
que o normal. Estranhos devem se aproximar com ar-
mas para baixo, claramente visíveis, à distância. Entre-
tanto, somente um tolo entra em uma fortificação avva-
riana sem obter um acordo de hospitalidade de seu
chefe (que é o título do líder de um clã avvar). Uma vez
que “clã” e “fortificação” são virtualmente sinônimos
entre os avvars, o chefe de um clã é também o mestre
de uma fortificação. Um acordo de hospitalidade signi-
fica que o chefe considera os visitantes como família, e
que qualquer ferimento a eles é um insulto direto a ele.
Não firmar tal acordo significa que os membros do clã
podem atacar os visitantes à vontade.
É importante saber que os avvars não consideram
lutas amigáveis ou confrontos menores para testar o va-
lor de um guerreiro como “ataques”. Os personagens
podem e devem esperar por isso enquanto estão em
uma fortificação. Os avvars também permitem que
seus convidados fiquem com lâminas como facas e es-
padas curtas, por serem consideradas pouco mais do
que talheres. Os avvars também não têm interesse em
ficar com as armaduras dos PJs.
Onde as Águias Vivem
 Enquanto os PJs saem da segurança das árvores,
trombetas soam de torres de vigia sobre o muro. Se
os PJs não estão segurando suas armas para baixo, al-
gumas flechas surgem, tocando o chão à frente deles
quando eles chegam a 40 metros dos portões. Se eles
estão seguindo os costumes adequados, têm permissão
de se aproximar dentro do alcance dos arcos. Conforme
se aproximam, notam meia dúzia de arqueiros nos mu-
ros, observando-os atentamente.
O que se segue é uma negociação entre o Chefe
Owyne e os PJs, mas há muito mais acontecendo aqui
do que os personagens sabem. O Chefe Owyne Ar
Rainne de Terra-Vermelha sabe um pouco mais sobre
os aventureiros do que revela, mas não sabe vários fa-
tos cruciais, e duvida de outros fatos que lhe contaram.
Quando vocês chegam a um ponto a 25 metros dos
portões, uma forte voz diz “Alto lá, homens das
planícies!”. Um homem sério na casa dos 50 anos
com cabelo grisalho preso por um anel de metal
aparece no topo do muro perto do portão. O ho-
mem estuda-os brevemente antes de secamente
observar: “Nós geralmente não aceitamos turistas
antes de Drakonis”, provocando risos de vários ou-
tros ao longo dos muros.
“Sou o Chefe Owyne de Terra-Vermelha. Quem
são e o que os traz aqui?”
Onde as Águias Vivem
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
O Chefe Owyne é o líder de seu clã e um homem
astuto. É um bom chefe e, até muito recentemente, seu
povo não tinha razão para duvidar de sua liderança,
mas as coisas mudam. Como um chefe avvariano, ele
é diretamente responsável pelo seu povo: de acordo
com os costumes avvarianos, o massacre dos fazendei-
ros foi sua culpa. A maioria dos fereldenianos — e dos
jogadores — dificilmente consideraria Owyne culpado.
Afinal, como ele poderia saber sobre as crias das tre-
vas? Mesmo assim, os avvars são um povo guiado por
presságios e superstições. De acordo com suas crenças,
uma fortificação sofre problemas porque um ou mais
de seus deuses está ofendido, ou alguma coisa está er-
rada com seu animal sagrado (veja APÊNDICE 1: SOBRE
OS AVVARS). Quando tempos ruins chegam, é o chefe
quem deve consertar as coisas.
Então aqui temos o Chefe Owyne, amargurado
pelo assassinato brutal da maioria dos fazendeiros de
Terra-Vermelha e seus filhos, muitos dos quais eram
diretamente ligados a ele por sangue ou casamento. O
fato de ter enviado três grupos de caça de Terra-Ver-
melha no final da estação também está pesando em sua
consciência — eles não seriam capazes de salvar os fa-
zendeiros, mas seus batedores acreditam que as crias
das trevas não foram longe, e em breve retornarão a
uma fortificação com poucos guerreiros. Para piorar, o
sobrinho do chefe, Azur, que sempre pareceu ter uma
boa cabeça, resolveu apaixonar-se por uma garota da
59
 planície, que prontamente perdeu para o maldito Ba-
lan, ferindo-se gravemente no processo e tornando-se
quase inútil para a batalha contra as crias das trevas.
Além disso, Owyne sabe que sempre há rivais dentro
do clã, porque a fraqueza raramente é tolerada entre os
avvars. O perturbado chefe sabe que, se não reverter
sua sorte logo, aplacando os deuses, será deposto.
Quando os avvars estão com sérios problemas, pro-
curam os conselhos dos xamãs, os intérpretes da vonta-
de dos deuses. O xamã de Terra-Vermelha é um sujeito
astuto chamado Elorn, um discípulo devoto de Imhar,
o Esperto, uma divindade avvariana conhecida por so-
luções não-ortodoxas. Elorn pôde dizer a seu chefe que
uma resposta possível a seus problemas e orações pro-
vavelmente entraria pelos portões de Terra-Vermelha
antes da semana terminar.
A seguir está o que Owyne sabe, e como sabe disso.
Depois, o que ele não sabe.
Ele sabe quais PJs são nativos das planícies, pois
isso é evidente aos olhos avvarianos. Ele sabe que eles
são combatentes experientes, pois despacharam um
grupo de genlocks em vantagem numérica (Elorn con-
tou-lhe em detalhes).
Ele sabe que os PJs devem estar em algum tipo de
missão. Isto é dedução. Terra-Vermelha está fora do
caminho mais utilizado; os viajantes das planícies não
aparecem na sua fortificação sem um motivo, e os PJs
não parecem incompetentes ou perdidos.
Ele sabia que os PJs estavam vindo a Terra-Verme-
lha porque Elorn contou-lhe na noite anterior.
Ele não sabe o que — ou, neste caso, quem — é o
objetivo dos PJs. Azur não contou a ele quem é Izot ou,
mais importante, quem é o pai dela. Não ocorreu ao
chefe que o surgimento dos personagens pode estar
relacionado às recentes escolhas infelizes de seu sobri-
nho, embora isso possa mudar rapidamente dependen-
do do que os personagens disserem.
Chefe Owyne Ar Rainne
Chefe de Terra-Vermelha, cuja coroa repousa sobre
uma cabeça cheia de preocupações.
HABILIDADES (FOCOS)
4 Astúcia (Conhecimento Histórico,
Conhecimento Religioso)
3 Comunicação (Lidar com Animais,
Liderança, Persuasão)
3 Constituição (Beber)
2 Destreza (Arcos)
2 Força (Machados)
–1 Magia
1 Percepção
4 Vontade (Disciplina)
60
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Ele não tem ideia de por quê os PJs estão nesta mis-
são. Poucos entre os avvars têm a capacidade de forçar
um grupo de guerreiros competentes a viajar tão longe
e em tal perigo por algo tão simples quanto uma ga-
rota desaparecida. Ele não consegue compreender por
que alguém faria isso por mera riqueza. Por profundas
dívidas de honra, talvez, ou pelas melhores armas dos
anões, mas não por moedas.
Ele não sabe que os PJs mataram um leão vermelho,
o que é um feito de enorme significado para os avvars.
O nome “Terra-Vermelha” não é por causa do sangue:
o leão vermelho é a fera sagrada do clã.
Mantenha as motivações do Chefe Owyne em men-
te quando interpretá-lo. Até onde ele sabe, os próprios
deuses enviaram os PJs para ajudar seu povo, mesmo
que ele não espere que os pagãos das planícies aceitem
ou acreditem nisso. Portanto, ele certamente não vai
mencionar essa crença. Mas, na verdade, ele também
tem suas dúvidas. Não tem ideia de por quê os deuses
escolheriam habitantes das planícies como ferramentas
para a salvação de seu clã. Contudo, quando Imhar está
envolvido em tais questões, a estranheza é esperada.
Owyne quer deixar que os personagens entrem em
Terra-Vermelha, para descobrir mais sobre eles antes
de encontrar uma forma de convencê-los a ajudar em
uma luta quase sem esperança contra as crias das tre-
vas, preservando seu povo por tempo suficiente para
que os grupos de caça retornem à fortificação.
O que é importante para o chefe e seu povo é qual-
quer menção ao leão vermelho que o grupo encontrou,
ou a pele do animal em si. O Chefe Owyne não hesita em
perguntar sobre essa história. Independentemente da ex-
plicação dos PJs, as pessoas de Terra-Vermelha conside-
ram o combate do grupo com um leão vermelho — quer
tenham matado-o ou não — como muito significativo.
Se os PJs perguntarem por uma garota das planícies
com cabelos louros e olhos cinzentos, o chefe instanta-
neamente percebe que eles estão interessados na rapa-
riga desaparecida de seu sobrinho. Isto também alerta
Azur, pois Martain está ouvindo, e prontamente diz a
seu amigo que os habitantes das planícies estão nas ter-
ras altas procurando por Izot.
Deixe a conversa fluir naturalmente, mas não de-
monstre que o chefe está procurando qualquer descul-
pa decente para estender sua hospitalidade aos PJs. Se
os personagens mencionarem o leão vermelho ou se
sua pele for vista, uma grande quantidade de murmú-
rios surge perto do muro e o chefe olha para seu povo
com uma sobrancelha erguida. Ter matado os gen-
locks ou evitado uma profanação maior dos corpos dos
fazendeiros também aumenta imediatamente a estima
dos avvars pelos personagens.
Mesmo assim, o encontro deve acabar em um
acordo e os PJs devem entrar em Terra-Vermelha para
aproveitar a hospitalidade do chefe por três dias — o
tempo padrão nestes casos. Se os personagens realmen-
Onde as Águias Vivem
 te estragarem a conversa ao ponto de que o chefe não
possa salvá-los, ele presume que Elorn estava errado e
manda os PJs embora. Algumas flechas devem encora-
já-los a seguir seu rumo. Azur provavelmente aborda
os PJs no seu acampamento um ou dois dias mais tar-
de. Pule diretamente para a PARTE 5: AS ALTURAS MOR-
TAIS. Este caminho provavelmente leva à destruição de
Terra-Vermelha antes da semana terminar, com outras
repercussões desagradáveis para os PJs mais tarde.
Se a negociação correr bem, o encontro acaba com
os grandes portões da fortificação abrindo para que os
personagens entrem.
2. Aliados em
Potencial
Encontro de Interpretação e Exploração
Os PJs veem mais de Terra-Vermelha e são apresentados
a vários indivíduos importantes, incluindo o xamã
de Terra-Vermelha e sua esperta coruja.
Terra-Vermelha não tem ruas — pelo menos, não
como vocês conhecem. Chão musgoso preenche os
espaços entre sólidas casas longas, a maior parte
feita de pedra e todas espalhadas aleatoriamente.
O chefe guia-os por um grande campo central antes
de entregá-los a um de seus muitos parentes, dizen-
do que tem deveres em outro lugar, mas não antes
de dizer-lhes que gostaria de conversar antes que
sua estadia termine.
O chefe entrega os personagens a Lowenna, uma
mulher de boa aparência com cabelo castanho-averme-
lhado que parece na casa dos trinta anos. Ela guia-os a
uma casa próxima da face da montanha, dizendo que
podem usá-la durante sua estadia. Se alguém perguntar,
ela explica para que servem vários prédios, mas de resto
fala pouco. Um teste de PERCEPÇÃO (EMPATIA) contra NA
13 sugere que ela está perturbada, mas isso não tem a
ver com os PJs. A família de seu irmão estava entre os
fazendeiros mortos. Além de lamentar suas mortes, ela
está aflita porque o chefe não permitiu que as pessoas
dessem aos mortos os enterros avvarianos adequados.
Se os personagens determinarem que não são a cau-
sa do humor de Lowenna, podem tentar tirá-la de seu
desânimo. Se eles fizerem isso, ela fica surpresa e de
alguma forma confusa por habitantes das planícies se
preocuparem com seu sofrimento. Embora ela não diga
o que está pensando, ou exatamente por que está per-
turbada, esforça-se para ser mais amigável. Para falar
a verdade, o Chefe Owyne não escolheu Lowenna por
acaso para ser o contato dos PJs: julgou que ela tivesse a
melhor combinação de traços para agradar o grupo. Em-
bora Lowenna não seja uma espiã, os PJs seriam tolos ao
pensar que qualquer coisa interessante que mencionem
em sua presença não chegará aos ouvidos do chefe.
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Lowenna An Aenor
Avvariana, sobrinha do chefe e irmã de luto.
HABILIDADES (FOCOS)
2 Astúcia (Conhecimento Cultural,
Conhecimento Natural)
2 Comunicação (Etiqueta,
Lidar com Animais)
1 Constituição
0 Destreza
0 Força
–1 Magia
1 Percepção (Empatia)
1 Vontade (Fé)
Lowenna pode ser uma aliada muito útil. Nunca
trairá seu povo, mas tem a mente aberta, para uma
avvar. Ela alegremente explica os detalhes de sua cultu-
ra e crenças se a pergunta surgir, o que poderia ajudar
os PJs a saírem de problemas durante sua estadia. Ten-
do perdido seu marido muitos anos atrás, ela também
poderia servir como um interesse romântico.
Depois que os PJs tiverem a chance de se acomodar
por um hora ou mais, conversando com sua guia se qui-
serem, um garotinho corre e sussurra algo apressada-
mente para Lowenna. Ela parece visivelmente surpresa
antes de assentir vagarosamente e mandá-lo embora.
“Parece que Elorn quer dar uma olhada em vocês.
Vamos, não é sábio deixar um xamã esperando.”
Lowenna balança sua cabeça para mais perguntas,
fazendo um movimento de negação cortante com sua
mão e respondendo apenas:
“Não sei o que ele quer. Ele é o xamã de Terra-Ver-
melha, um sacerdote dos verdadeiros deuses”. Ela
sorri travessamente quando diz isso. “Vamos, não
é longe”.
Lowenna leva os PJs ao centro da cidade. Um perso-
nagem bem-sucedido em um teste de PERCEPÇÃO (VISÃO)
contra NA 13 ao longo do caminho nota que Terra-Ver-
melha parece vazia. Muitos dos prédios estão abando-
nados. Embora o frio do início da primavera não tenha
diminuído, poucas das chaminés dos prédios expelem
fumaça. Mesmo levando em conta as famílias mortas,
está claro que não há muitas pessoas por perto.
Enquanto os personagens andam entre os prédios,
aponte as pessoas que eles veem: uma mulher costu-
rando algum tipo de vestimenta, um jovem conduzin-
do algumas cabras teimosas, um homem afiando uma
lâmina. Os PJs deveriam perceber logo que todos que
veem são velhos — com pelo menos sessenta anos —
ou muito jovens. Poucos parecem ser guerreiros.
61

Xamã significa mago?
Os personagens podem não presumir que um
xamã pode fazer magia — afinal, sacerdotisas do
Coro não podem. Contudo, uma vez que descu-
bra isso, um PJ mago pode ter um sério problema
em lidar com um xamã avvar: ele é certamente um
apóstata e talvez um maleficar. Isto é bom para a
interpretação. Elorn não é um maleficar, embora
conheça algumas magias que aterrorizariam um
mago do Círculo. Os avvars veem os espíritos do
Turvo de forma diferente daquela dos ferelde-
nianos. Os xamãs avvars têm ritos que convidam
espíritos a seus corpos por um tempo — mesmo
assim, como outros magos, não desejam tornar-se
abominações. Seus rituais são feitos especifica-
mente para forçar os espíritos de volta.
Elorn
O xamã avvar de Terra-Vermelha.
HABILIDADES (FOCOS)
2 Astúcia (Conhecimento Arcano,
Conhecimento Natural, Cura)
3 Comunicação (Lidar com Animais)
-1 Constituição
0 Destreza
-2 Força
4 Magia (Espírito)
3 Percepção
2 Vontade (Disciplina)
VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
10 30 10
ATAQUES
ARMA ATAQUE DANO ALCANCE
Cajado com +0 1d6–1 — tes, a fim de medir a essência e determinação dos PJs.
chifres
Lança arcana +4 1d6+4 16 metros
PODERES
Façanhas favoritas: feitiço imponente e feitiço pujante.
Poder de Feitiço: 14 (16 para Espírito). Mana: 36.
Grupos de armas: briga e cajados.
Talentos: Conhecimento (novato), Magia de Espírito
(experiente) e Treinamento de Animais (experiente).
Os olhos da Senhora: Elorn conhece um ritual que
lhe permite enxergar através dos olhos de qualquer
ave de rapina dentro de um número de quilômetros
igual a 10 vezes sua Magia.
EQUIPAMENTO
Cajado com chifres e uma coruja inteligente chama-
da Sisilia.
62
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Quando os personagens chegam ao campo central,
notam um círculo de pedras esculpidas ao redor do que
parece ser um grande poço. Mas mais impressionante é
o homem que está em pé ao lado do poço. Ele tem cor-
po esbelto com cabelos negros como carvão, e está en-
rolado em um manto de peles brancas brilhantes. Duas
galhadas de alce conectadas a algum tipo de armação
dentro de seu manto estendem-se acima de seus om-
bros. As galhadas estão cobertas com entalhes repre-
sentando heróis e batalhas da história dos avvars. Uma
pequena e sonolenta coruja-açoite está pousada em
uma das galhadas e uma jovem cabra está atada próxi-
ma aos seus pés. Lowenna se despede dos PJs, pedindo
licença para fazer novos preparativos para sua estadia.
O xamã sorri enquanto os personagens se aproximam.
“Bem-vindos. Como talvez já tenham adivinhado,
sou Elorn. A dorminhoca aqui é Sisilia.”
Se qualquer um dos personagens notou a coruja de-
pois de sua batalha com os genlocks e a viu piscar, Elorn
acrescenta: “Acredito que vocês já a tenham conhecido”.
Os PJs foram convidados para falar com o xamã
para que ele possa julgar seus espíritos. Não importa
o que seus deuses tenham dito a ele, há uma diferença
entre as promessas do mundo dos espíritos e a realida-
de do mundo material. Portanto, ele quer determinar
se os PJs têm a coragem para enfrentar o que ele sabe
que está vindo e descobrir o que será preciso para que
os personagens fiquem na aldeia quando a hora chegar.
Este encontro deve consistir de interpretação direta
entre Elorn e os PJs. Mesmo que os personagens não te-
nham mencionado seu encontro com os genlocks para
outros avvars, Elorn comenta casualmente que eles luta-
ram bem. Com ele sabe? Da mesma forma que sabia que
estavam vindo a Terra-Vermelha: tem um feitiço que lhe
permite enxergar através dos olhos de aves de rapina.
0 Sisilia é sua espiã favorita, porque é muito inteligente.
Ele não fala isso, embora possa dar a entender.
Elorn pode também fazer perguntas como as seguin-
“POR QUE SAIR DE SUAS CONFORTÁVEIS PLANÍCIES? VOCÊS
GOSTAM MAIS DO PERIGO DO QUE DO DESCANSO?”
“CONTEM-ME SOBRE AS CRIATURAS QUE DERROTARAM, OS
VILÕES QUE VENCERAM, OS DESAFIOS QUE ENFRENTARAM.”
“DIGAM-ME: COMO MEDEM A DIFERENÇA ENTRE UM HO-
MEM BRAVO E UM TOLO?”
Se o grupo tiver magos do Círculo ou outros com
laços ao Coro, você pode fazer Elorn improvisar um
rápido feitiço ou ritual que usa magia de espírito para
enxergar dentro do coração de um ou mais PJs que des-
pertem seu interesse. Elorn naturalmente recusa-se a
revelar qualquer coisa que descobrir, mas sua magia
apóstata pode provocar uma conversa interessante,
que também pode fornecer ao xamã informações valio-
sas sobre os personagens.
Onde as Águias Vivem
 Em algum momento durante a conversa, os PJs ou-
vem um rugido vindo do poço atrás do xamã. Se Elorn
souber do encontro dos PJs com o leão vermelho, diz:
“Vron está furioso. Talvez ele sinta que vocês mata-
ram seu parente”, antes de casualmente chutar a jovem
cabra poço abaixo. Caso contrário, ele diz: “Vron está
agitado hoje. Suponho que todos estejamos”, antes de
derrubar a cabra. Os personagens ouvem a cabra berrar
pavorosamente, um rugido que faz tremer as pedras do
poço, então um som de algo úmido se rasgando.
Vron é o animal sagrado de Terra-Vermelha, um
leão vermelho selvagem mantido em um poço profun-
do e alimentado com presas vivas para que se mante-
nha selvagem. Um personagem bem-sucedido em um
teste de ASTÚCIA (CONHECIMENTO CULTURAL) contra NA
11 sabe que isso é uma prática avvar padrão. Sacrifi-
car prisioneiros para a fera também. Se os personagens
perguntarem sobre a criatura, Elorn dá um leve sorriso
e solta o enigmático comentário: “O estado de Vron de-
termina o estado de todos nós”.
Depois que a conversa termina, Elorn agradece aos
PJs por virem e pede licença. Ele recomenda que, se
gostam de bebidas, os personagens devem experimen-
tar a cerveja da casa que ele aponta.
Os personagens estão por conta própria por um
tempo. O mapa mostra os principais pontos da fortifi-
cação. A casa que Elorn apontou é um salão de caçado-
res onde uma velha mulher serve uma deliciosa, mas
forte, cerveja gelada. Todos que os PJs encontram são
rusticamente educados, mas não conversam muito. Se Embora o sol brilhe forte, seu segundo dia em
os personagens precisarem de qualquer conserto básico Terra-Vermelha parece tão frio quanto o primeiro.
para seus equipamentos, há artesãos que podem aju- Enquanto vocês estão sentados, tomando um chá
dá-los. O ferreiro de Terra-Vermelha está fora em um quente que Lowenna diz que vai afastar o frio, ou-
grupo de caça; os personagens que precisarem reparar vem um grunhido quando um homem se aproxi-
armas de metal estão sem sorte. ma, caminhando com dificuldade. Há hematomas
À noite, o salão dos caçadores é tomado por alguns ao redor de seus olhos e, embaixo de seu manto,
dos poucos guerreiros que sobraram na cidade. Se seus seu braço direito está enrolado em bandagens.
PJ estiverem se sentindo inquietos, uma briga “amigá- “Sou Azur Ar Brosna. Posso falar com vocês?”
vel” com os nativos pode ser uma boa pedida. Os avva-
rianos certamente ficam dispostos a brigar por qual- Presumindo que os PJs concordem, Azur se aco-
quer número de ofensas, ou simplesmente para provar moda com um grunhido. Se Lowenna estiver presente,
seu valor, quando a cerveja começa a fluir. Note que ele sorri e acena para ela, mas gesticula com sua cabeça
ninguém carrega armas dentro do salão dos caçadores. para o lado. Ela entende a dica e se retira.
É tudo na base dos punhos e de canecas arremessadas. O que Azur discutirá com os PJs? Depende do que
Use as estatísticas padrão de caçadores avvarianos na eles divulgaram até agora. Mesmo que os personagens
PARTE 4: ELES CHEGAM À NOITE. tenham mentido sobre por quê estão nas montanhas ou
Se uma briga ocorrer, certifique-se de que a última tenham conseguido de alguma forma evitar falar sobre
coisa de que os personagens se lembram é sentar e be- isso, ele está desconfiado. Por outro lado, a menos que
ber ainda mais com os homens com quem acabaram de os PJs sejam muito estúpidos, os ferimentos de Azur
lutar, enquanto os avvars cantam uma de sua muitas provavelmente irão provocar desconfiança.
músicas de inverno. Com isso, o encontro termina.
Se os PJs tiverem dito que estão procurando por uma
jovem das planícies, Azur tenta a melhor das mentiras:
3. Azur Ar Brosna uma versão modificada da verdade. Ele conta aos per-
sonagens que um caçador avvar sádico chamado Balan
Encontro de Interpretação
Ar Malad e seu grupo recentemente sequestraram uma
O amante ferido de Izot sonda os PJs por uma aliança. jovem e levaram-na ao oeste, mais fundo no Dorso Frio.

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Onde as Águias Vivem
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
 Azur explica que seu povo provavelmente não ajuda-
rá ninguém a resgatar a jovem sequestrada; entretan-
to, como ele serviu como guarda de caravanas e é mais
amigável com os habitantes das planícies, está disposto
a guiar os PJs até o covil de Balan por uma pequena parte
de qualquer recompensa que eles esperam obter.
O personagem que fala mais pelo grupo pode fazer
um teste oposto de COMUNICAÇÃO (INVESTIGAÇÃO) contra
COMUNICAÇÃO (ENGANAÇÃO) contra Azur, que recebe um
bônus de +3 (por estar apenas omitindo alguns fatos),
para um total de +5. Se o PJ vencer, sabe que Azur não
está sendo completamente honesto, mas acredita que
sua oferta é genuína. Se Azur vencer, os PJs acabam
com a impressão de que ele está em busca de vingan-
ça contra Balan, e não se importa com a garota. Se os
PJs acusarem Azur de mentir, ele se exalta e nega, de-
safiando os PJs a perguntar a qualquer um no vilarejo
sobre Balan e sugerindo que eles o procurem uma vez
que voltem à razão. Ele então parte, resmungando so-
bre a ingratidão dos homens das planícies.
Azur está disposto a sair de Terra-Vermelha assim
que os PJs estiverem prontos. Ele sugere seguirem a
Azur Ar Brosna
Belo jovem avvar, sobrinho do Chefe Owyne.
HABILIDADES (FOCOS)
1 Astúcia (Conhecimento Militar)
2 Comunicação
1 Constituição (Vigor)
2 Destreza
3 Força (Machados, Escalar, Intimidação)
0 Magia
1 Percepção
3 Vontade
VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
12 42 14 3
ATAQUES
ARMA ATAQUE DANO ALCANCE
Arco longo +2 1d6+3 26/52 metros
Machado de +5 2d6+3 — banquete noturno. A casa dele não é mais luxuosa
batalha
PODERES
Façanhas favoritas: escaramuça e golpe poderoso.
Grupos de armas: arcos, briga, lanças e machados.
Talentos: Estilo de Arma e Escudo (novato), Estilo
de Arquearia (novato) e Treinamento com Armadu-
ras (novato).
EQUIPAMENTO
Arco longo, couro leve, escudo médio, flechas x20 e
machado de batalha.
64
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
toda velocidade, pois um atraso fará com que seja qua-
se impossível cruzar algumas das passagens nas mon-
tanhas. Ele sugere que os PJs vão sem ele, prometen-
do encontrá-los em algumas horas. Para dar aos PJs a
chance de evitar a tragédia que resultará disso, deixe-os
fazer testes de PERCEPÇÃO (EMPATIA) contra NA 11. Um
sucesso sugere que Azur parece um pouco ansioso de-
mais para partir logo. Mesmo que isso não aconteça,
Owyne pode descobrir que os PJs estão se preparando
para partir e abordá-los com sua oferta (veja A BARGA-
NHA DO CHEFE) antes do que havia planejado.
Se os PJs concordarem com o curso de ação suge-
rido por Azur, podem salvar Izot de Balan, mas Terra-
-Vermelha está condenada a cair ante as crias das tre-
vas. Veja a seção CONSEQUÊNCIAS para uma discussão
das possíveis repercussões disso. Leve este encontro ao
fim e pule para AS ALTURAS MORTAIS, com Azur levan-
do os PJs às terras altas. Se os PJs aconselharem paciên-
cia ou quiserem esperar os três dias a que têm direito,
a oferta do chefe no encontro a seguir provavelmente
atrapalha os planos de seu sobrinho.
Se os PJs tiverem escondido dos avvars a razão pela
qual estão nas montanhas, Azur tenta descobrir. Neste
caso, um teste oposto de COMUNICAÇÃO (INVESTIGAÇÃO)
contra COMUNICAÇÃO (ENGANAÇÃO) permite que Azur
tente descobrir as intenções dos PJs. Então pergunta:
“Vocês estão procurando por aquela garota que Balan
raptou, não é?”. Ele então tenta cair nas boas graças dos
PJs através de mentiras, oferecendo-se para levá-los até
ela. Se ele falhar, resmunga, emburrado, e logo se reti-
ra. Ele pode partir para resgatar Izot sozinho.
Se você estiver usando a subtrama O GUARDIÃO DE
MINHA IRMÃ, este é um bom dia para Berchan aparecer
procurando pelos PJs.
4. A Barganha
do Chefe
Encontro de Interpretação
Os PJs reúnem-se com o Chefe Owyne, que negocia
com eles para que ajudem a salvar seu povo.
Vocês foram convidados ao salão do chefe para um
do que as outras em Terra-Vermelha pelo lado de
fora, mas a madeira do interior está entalhada com
belas imagens de florestas, e alguns dos móveis
têm estofamento de verdade. A mesa está repleta
de comida. Considerando a vontade com a qual os
avvars ao seu redor comem, vocês suspeitam que
há algum tempo eles não veem tanta fartura.
Enquanto vocês terminam sua refeição, o Chefe
Owyne se aproxima e pergunta: “Podem me acom-
panhar? Há assuntos que eu gostaria de discutir”.
Onde as Águias Vivem
 Chegou a hora para o chefe fazer sua proposta. Ele
sabe muito bem que ela precisa ser boa. A extremidade
do salão do chefe é dividida em vários cômodos — uma
raridade entre as casas avvarianas que os PJs viram até
agora — e o chefe leva-os a um deles, uma espécie de
escritório. Há uma pequena lareira no centro da sala,
com cadeiras baixas ao redor.
O chefe não menciona Azur em relação a Izot. Se os
personagens perguntarem, Owyne confirma que Azur
frequentemente viajava como guarda nas planícies,
mas diz pouco mais sobre seu sobrinho.
Durante a conversa, Owyne comunica os fatos a se-
guir (alguns dos quais os PJs já conhecem).
• Uma garota das planícies foi recentemente levada
para o oeste, no Dorso Frio, pelo renegado Balan Ar
Malad e seu grupo de caçadores.
• Dois dias atrás, a jovem ainda estava viva.
• Balan é, segundo se diz, um tipo cruel. Não perten-
ce a nenhuma fortificação e não tem família para
defendê-lo.
• Balan retirou-se para suas propriedades ao oeste
para passar o resto do ano, até o inverno seguinte.
Owyne afirma que um não-avvar não tem chance
de encontrar o covil de Balan, e que mesmo um
avvar precisaria saber onde procurar.
• Terra-Vermelha é lar de um grupo de caçadores
que já negociaram com Balan.
• Com a mudança de estação, vários grupos de ca- cai e revela uma linda espada longa. Enquanto o
çadores devem voltar a Terra-Vermelha dentro de chefe ergue-a, um fogo prateado se acende e tremu-
poucos dias, incluindo aqueles que sabem onde Ba- la pela lâmina, afastando as sombras da sala. “Seu
lan se esconde. nome é Aamor Fin. Não sei em quais batalhas ela
Então o chefe respira fundo e dá aos PJs suas notí- lutou, nem de onde vem. Mas é velha, habitantes
cias reais, junto com sua barganha: da planície. Velha como os ossos das montanhas
de Korth, velha como os dias quando nossos povos
“Nossos caçadores não retornarão a tempo de sal- — o seu e o meu — eram o mesmo, os alamarri.
var meu povo do que está vindo. Elorn diz que uma Fiquem conosco e ela é sua”.
grande força de matadores noturnos — crias das
trevas — está se reunindo nas planícies perto de O chefe realmente não tem mais nada a oferecer. Se
Terra-Vermelha. Ele nunca erra. Se ele diz que eles os PJs rejeitarem sua barganha, ele assente, pois é o que
estão vindo, então estão vindo, e logo. Nós já per- realmente espera, e informa a eles que, como um anfi-
demos tantos homens que mal temos o suficiente trião honrado, deve sugerir que partam de Terra-Ver-
para guarnecer os muros. Eu preciso de suas armas, melha e sigam ao noroeste, pois batedores das crias das
habitantes das planícies. Preciso de sua coragem. trevas já foram vistos por perto. Ele os dispensa com
Fiquem conosco. Resistam por três noites contra as um aceno curto; eles nunca mais irão vê-lo.
trevas e eu enviarei caçadores para levá-los direta-
Se os PJs concordarem em ficar, o chefe agradece
mente ao covil de Balan e ajudá-los a recuperar a
por sua coragem, admitindo que não sabe se seria ca-
garota, se é isso que querem”.
paz de fazer a mesma escolha se fossem os habitantes
O chefe ergue-se repentinamente e caminha de da planície que pedissem para ele defender seus lares.
volta às sombras da sala, voltando com um objeto Uma vez que os PJs tenham jurado ficar até que os ca-
comprido enrolado em panos. çadores de Terra-Vermelha retornem ou que três noites
“Não tenho ouro, nem riquezas escavadas da terra tenham se passado, Owyne entrega-lhes Aarmor Fin,
para oferecer a vocês. Não tenho poder no mundo dizendo: “Que ela lhes sirva bem”.
além de Terra-Vermelha... Mas tenho isto”. O pano

65
Onde as Águias Vivem
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AAMOR FIN
Aamor Fin é uma linda e antiga espada longa feita
de uma liga contendo lyrium, de origem desco-
nhecida. Sua chama prateada brilha na escuridão,
mas não pode incendiar objetos inflamáveis ou
emitir calor. Seu portador recebe um bônus de
+2 em rolagens de ataque e causa dano básico de
2d6+4, mais Força.
Às vezes, ela canta muito suavemente.
O encontro chega ao fim com o chefe chamando
seus poucos líderes de guerra remanescentes para
discutir planos de batalha — com os PJs ou enquanto
eles partem.
Resolução da Parte 3
Se os PJs não tiverem entrado em Terra-Vermelha,
você pode pular a PARTE 3: BEM-VINDOS A TERRA-VER-
MELHA e a PARTE 4: ELES CHEGAM À NOITE. Mas mesmo
uma tentativa de entrar no povoado alerta Azur sobre
a presença dos personagens. Ele pode facilmente abor-
dá-los na floresta no dia seguinte com uma versão da
história que usa na PARTE 3: 3. AZUR AR BROSNA (página
63). Você pode improvisar um encontro no qual os PJs
e Azur são atacados por batedores das crias das trevas
antes de seguir à PARTE 5: AS ALTURAS MORTAIS.
O fato de Elorn ser um mago apóstata pode não cair
bem com um PJ mago do Círculo, mas você pode men-
cionar que os avvars têm xamãs há séculos, que o Coro
e o Círculo cuidadosamente ignoraram por todo esse
tempo, principalmente porque não vale a pena fazer
algo a respeito. Um PJ apóstata pode pedir para treinar
com Elorn. Elorn estaria disposto a ensinar a um após-
tata respeitoso muitos conhecimentos interessantes so-
bre espíritos, mas jamais aceitaria um não-avvar como
aprendiz de xamã.
PJs inescrupulosos podem tentar roubar Aamor Fin
do Chefe Owyne e então fugir. Esta é a principal razão
pela qual o chefe obriga-os a fazer um juramento antes
de entregar a lâmina. Se os PJs tomarem a lâmina de
má fé e fugirem com ela, deixe-os. Elorn e os espíritos
aliados de Terra-Vermelha amaldiçoam — literalmente
— os falsos heróis por sua traição profana. Dependen-
do do tipo de juramento que eles fizeram, maldições
apropriadas podem incluir ferimentos que não podem
ser curados, armas que se tornam muito pesadas du-
rante lutas críticas e coragem que some em momentos
críticos. Remover tais maldições exige buscas difíceis,
como ajudar outros avvars contra seus inimigos. Além
disso, depois de tal traição, Aamor Fin se transforma
em uma liga de estanho opaca e perde todos os bônus,
tornando-se uma espada longa comum até que a peni-
tência tenha sido cumprida.
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PARTE 4
Eles Chegam
à Noite
Nesta parte, os PJs ajudam os avvars de Terra-Ver-
melha a defender seu lar contra um pequeno exército
de crias das trevas que atacam acobertadas pela escu-
ridão. O que os personagens não sabem é que têm que
aguentar por apenas uma noite até que reforços che-
guem — mas vai ser uma noite longa.
1. Preparando-se para
a Dança de Haakon
Encontro de Exploração e Interpretação
Os PJs têm uma chance de inspecionar as preparações
de Terra-Vermelha para a batalha vindoura, falar
com os avvars sobre o que sabem e ouvir alguns
relatos de batedores sobre o que está para vir.
A manhã vê as preparações para a batalha através
de Terra-Vermelha. Um grupo de jovens amarra pe-
nas em hastes de flechas cujas pontas são afiadas por
dois homens. Outros reforçam escudos e apertam
tiras de couro ao redor de lanças. Entre os avvars há
uma sensação de antecipação e até mesmo entusias-
mo, ao invés de medo, sobre a batalha vindoura.
O que vocês querem fazer?
Esta é uma chance para os PJs examinarem a fortifi-
cação e suas defesas, bem como uma oportunidade para
eles fazerem suas próprias preparações. Serve para criar
antecipação para a batalha vindoura.
O muro externo de pedra é feito de granito com ar-
gamassa, bastante reforçado. Um teste de ASTÚCIA (EN-
GENHARIA OU CONHECIMENTO MILITAR) contra NA 9 sugere
que seria necessária uma poderosa arma de cerco para
quebrar um dos muros. É muito mais provável entrar
na fortificação através dos portões principais ou saltan-
do sobre o muro.
Os avvars dispuseram depósitos de flechas nas pas-
sarelas ao longo do muro, ao alcance dos arqueiros. A
cada cinco passos, um grande braseiro cheio de madeira
foi preso com uma corrente. A passarela perto do topo
do muro atrás do parapeito tem cerca de dois metros de
largura e é feita de madeira reforçada, com pilastras de
pedra e escadas na parede ao longo de sua extensão.
Varas de ferro com um aro para segurar conjuntos
de flechas estão enterradas no solo, dentro da aldeia, a
15 metros do muro ao longo de toda a sua extensão, em
intervalos de 10 metros, para permitir que os guerreiros
no chão disparem por sobre o muro caso haja inimigos
suficientes. Barris de água proveniente de neve derre-
Onde as Águias Vivem
 tida estão perto dos prédios mais próximos do muro,
para caso algum incêndio comece, mas a preferência
avvariana por telhados de pedra dificulta que os inimi-
gos ateiem fogo às suas residências.
Depois que os personagens tiverem a chance de
inspecionar as preparações para a batalha, podem pro-
curar os vários avvars que conhecem.
Personagens que perguntem por Lowenna são en-
caminhados a um dos aviários da fortificação, onde
encontram-na cuidando de algumas águias de penas
avermelhadas. Ela explica que os avvars há muito usam
águias como batedores e companhias de caça, como os
fereldenianos usam seus cães. Vários avvars, incluindo
Lowenna, são hábeis falcoeiros, um talento que apren-
dem desde a infância. Ela observa que as águias estão
inquietas. Sua presa típica sumiu da área ao redor de
Terra-Vermelha — um mau sinal.
Lowenna responde quaisquer perguntas dos perso-
nagens, embora não saiba muito sobre as técnicas de
luta avvarianas, além de dizer que não-combatentes
como ela mesma cuidam dos feridos, longe do muro.
Na última vez em que Terra-Vermelha foi sitiada, ela
era uma garotinha, e o inimigo era um clã avvar rival.
Personagens que procurem por Elorn só irão en-
contrá-lo se perguntarem a Lowenna. Outros avvars
simplesmente declaram que não sabem onde o xamã
está, embora não tenham dúvida de que se prepara
para a luta, falando com os deuses. Lowenna diz aos
personagens para procurá-lo no grande santuário, que
pode descrever a eles.
É fácil encontrar o santuário — é o prédio mais orna-
mentado em Terra-Vermelha, e o único com decoração
significativa. Postes entalhados cobertos de símbolos
erguem-se nos cantos do santuário. Um baixo-relevo
trabalhado em prata fica na frente do santuário. Mostra
um homem grande sentando em um trono esculpido,
com um grande urso descansando aos seus pés. Um
guerreiro de armadura com um par de machados uni-
dos está à sua direita e uma mulher enrolada em um
manto de penas que oculta tudo exceto seus olhos está
à sua esquerda.
Elorn senta-se em um banco, apoiando-se em um
dos pilares do santuário, uma expressão vaga em seu
rosto. Sisilia não está presente (ela está lá fora, espio-
nando a mando de seu mestre). Se os PJs começarem
uma conversa com o xamã, ele responde em uma voz
distante. Em algum ponto ele para de responder aos
personagens e sussurra:
“Oh! Mais do que somente os animais. Hurlocks
entre eles. Mas não vejo ogros, obrigado, Pai da
Montanha. Hoje à noite, acho. Sim, hoje à noite. Ah,
um batedor retorna. Quem? Uaraig. Bom homem”.
Elorn sai de seu transe e fala claramente, declaran-
do que deve fazer algumas preparações antes de con-
sultar o chefe. Ele sugere que os personagens sigam
para a casa do chefe também, pois logo haverá notícias
de seu interesse.
Se os personagens não procurarem Elorn, os rumo-
res ao redor da fortificação depois do meio dia dizem
que um batedor retornou com notícias sobre os mata-
dores noturnos.
Os PJs encontram o batedor que retornou na casa
do Chefe Owyne junto com vários dos líderes de guer-
ra, incluindo Azur e seu amigo Martain. O chefe re-
cebe os personagens, oferecendo cerveja antes de se
virar para o batedor Uaraig, um homem magro ves-
tido em couro. Pede a ele que repita suas notícias aos
PJs. O batedor cita as informações a seguir e esclarece
quaisquer dúvidas.
• Há entre 150 a 200 matadores noturnos (crias das tre-
vas) acampados nas profundezas da floresta a poucas
horas de jornada ao sudeste. É difícil dizer o número
exato, devido ao terreno e ao fato de que eles ficam
dentro da neblina, sob a vegetação mais densa.
• Uns 40 deles são grandes e muito musculosos. Os
demais são pequenos e atarracados.
• Eles têm uma terrível fera, uma criatura imensa que
ruge sem cessar. O batedor não a viu claramente.
• Eles não têm qualquer arma de cerco.
• O nome “hurlocks” é mencionado por um dos ho-
mens, em referência aos “grandões”.
O único ponto em que todos os guerreiros presen-
tes concordam é o momento em que o ataque começará:
à noite. O chefe nota com um sorriso sem humor que
Terra-Vermelha conta com cerca de 50 guerreiros, além
dos PJs. “Apesar da estação, Haakon ficará satisfeito,
sem dúvida”.

Levando a luta ao inimigo

Não é impossível que os PJs queiram deixar Terra-Vermelha para observar o inimigo, ou até mesmo causar
um pouco de dano antes de sua chegada. Já que os inimigos chegam às centenas, isto é uma escolha impru-
dente, e qualquer avvar que ouça tal plano fala isso sem hesitar.
Se os jogadores insistirem, use as estatísticas apresentadas na PARTE 4: 2. A LUTA POR TERRA-VERMELHA
e não tenha remorsos de matar o grupo por sua idiotice se eles não colocarem o rabo entre as pernas e
fugirem ao se deparar com um inimigo em tamanha vantagem.

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 Se os PJs não estiverem familiarizados com crias
das trevas além dos genlocks (as crias das trevas mais
comuns), vários avvars presentes já lutaram com hur-
locks. Todos eles lembram vividamente da fúria frené-
tica das crias das trevas e dos ferimentos mortais causa-
dos por suas lâminas de duas mãos.
Ao final do encontro, os PJs devem ter uma ideia
do que está para chegar, e saber que estão em desvan-
tagem. Depois que as discussões de batalha chegarem a
um fim, o Chefe Owyne sugere que todos os presentes
descansem antes do anoitecer.
Genlocks
HABILIDADES (FOCOS)
1 Astúcia (Conhecimento Militar)
0 Comunicação
2 Constituição (Corrida)
1 Destreza (Briga)
3 Força (Machados, Intimidação)
2 Magia
2 Percepção (Olfato)
2 Vontade
VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
6 22 13 7 Assim, o exército de crias das trevas trouxe escadas
ATAQUES
ARMA ATAQUE DANO
Machado de arremesso +5 1d6+4
Machado de batalha +5 2d6+3
PODERES
Façanhas favoritas: arremesso sanguinolento e
golpe poderoso.
Façanha arremesso sanguinolento: uma façanha
especial de 3 PF para esta luta. Com uma risada
maquiavélica, o genlock apanha e arremessa uma
massa de vísceras, ou a cabeça de uma criança, em
um alvo próximo. Na rodada seguinte, o genlock
recebe um bônus de +2 em rolagens de ataque contra
o inimigo enojado. Isto só funciona uma vez contra
cada alvo.
Resistência a magia: um genlock recebe um bônus
de +2 em testes de habilidade para resistir a efeitos
de magias e outros ataques mágicos.
Talentos: Estilo de Arma e Escudo (novato),
Treinamento com Armaduras (experiente).
Grupos de armas: armas de contusão, briga e
machados.
EQUIPAMENTO
Escudo médio, machado de arremesso, machado de
batalha, malha pesada.
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2. A Luta por
Terra-Vermelha
Encontro de Combate
Os PJs lutam por suas vidas contra uma horda de crias das
trevas que pretendem invadir Terra-Vermelha e matar todos.
As horas remanescentes do dia duram uma eter-
nidade. É quase um alívio quando finalmente
trombetas soam da floresta, chamando vocês para
o muro. À medida que a noite cai, uma horda de
formas contorcidas vestidas em armaduras marcha
para fora das árvores, rosnando e rugindo.
Conforme o céu escurece, as criaturas ferozes co-
meçam a bater suas armas contra seus escudos, pri-
meiro devagar, mais rapidamente à medida que a
luz se esvai. Quando a noite toma a fortificação, as
crias das trevas dão um grito de guerra e atacam!
Assim começa a luta por Terra-Vermelha. As crias
da trevas pretendem destruir a fortificação em uma
noite. Embora os genlocks estejam familiarizados com
táticas de cerco, os mesmos fatores que impedem que
os fereldenianos ataquem fortificações avvarianas es-
tão em jogo aqui. O frio das montanhas dificulta o uso
dos equipamentos de cerco, e o terreno torna quase im-
possível movê-los.
pesadas com ganchos nas pontas para agarrar o topo
do muro, bem como dezenas de arpéus com cordas
cheias de nós para facilitar a escalada.
Esta luta não é realmente sobre os avvars de Terra-
-Vermelha; é sobre a coragem e tenacidade dos PJs. À
medida que você conduz o combate, boa parte da bata-
lha deve virar um pano de fundo, uma moldura para os
combates em que os PJs estão envolvidos. Role dados
periodicamente e descreva imagens da batalha geral —
um genlock empalado pelas lanças de jovens garotas,
um guerreiro partido ao meio pela lâmina de um hur-
lock — mas são as ações dos PJs que determinam a vi-
tória ou derrota.
O combate tem três fases gerais. Cada uma delas
deve ser vencida para que os PJs e os avvars vejam o
próximo amanhecer. Avançar de uma fase para a outra
envolve matar crias das trevas suficientes para ir adian-
te. As mortes que contam são aquelas que acontecem
no muro ou dentro da aldeia. Atirar flechas na massa
das crias das trevas, ou lançar feitiços no seu meio, em-
bora seja útil de forma geral, não faz os personagens
avançarem para a próxima fase.
Várias façanhas únicas estão disponíveis para os
PJs durante o cerco.
Onde as Águias Vivem
 Façanhas do cerco Hurlock
PF FAÇANHA
Crias das trevas particularmente pálidas, com símbo-
3 A fúria da Senhora: uma das magníficas águias los toscos pintados com sangue em suas armaduras.
dos avvars arranca o olho da cria das trevas que
ataca você. A cria das trevas sofre 1d6 de dano HABILIDADES (FOCOS)
penetrante e sua Defesa é dividida pela metade 1 Astúcia
contra o seu próximo ataque.
0 Comunicação
4 Tombar: você empurra seu oponente muro
3 Constituição (Vigor)
abaixo. Ele sofre 1d6 de dano penetrante. A
façanha escaramuça pode ser usada para em- 2 Destreza (Briga)
purrar um inimigo contra o parapeito, mas não 4 Força (Lâminas Pesadas, Intimidação)
por sobre ele. 1 Magia
5 Chamar a chuva: com um gesto, você direciona 2 Percepção (Olfato)
a fúria de seus aliados arqueiros avvars no chão
atrás do muro. A cria das trevas com que você 3 Vontade (Coragem, Moral)
está lutando é crivada por flechas, automatica- VALORES DE COMBATE
mente matando um único oponente humanoide VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
ou perfurando até três oponentes próximos a
você, causando 3d6 de dano em cada um. 8 30 12 8
ATAQUES
As táticas das crias das trevas são simples — procu-
ARMA ATAQUE DANO ALCANCE
ram sobrepujar os defensores de Terra-Vermelha com
seus números. Conforme se aproximam do muro, elas Arco curto +2 1d6+5 16/32 metros
arremessam arpéus e escadas ao longo de sua extensão. Espada de +6 3d6+4 —
duas mãos
O número e tipo de crias das trevas atacando o muro
varia entre as três fases, conforme descrito a seguir. PODERES
Personagens lutando ao redor dos fogos ao longo Ataque enfurecido: um hurlock pode fazer a
do muro não têm penalidades. Se forem forçados a lu- façanha golpe duplo por 3 PF em vez dos 4
normais quando empunha uma arma branca.
tar longe do muro, sofrem uma penalidade de –2 por
Façanhas favoritas: golpe duplo e golpe poderoso.
combater à noite, a menos que carreguem uma tocha ou
Grupos de armas: arcos, briga e lâminas pesadas.
outra fonte de luz. As crias das trevas não sofrem essa
Talentos: Estilo de Arma de Duas Mãos (novato) e
penalidade. Quando os PJs atacam uma cria das trevas Treinamento com Armaduras (experiente).
tentando subir o muro, têm um bônus de +1 por terre-
no elevado. Finalmente, lembre-se dos bônus de ataque EQUIPAMENTO
para atacantes em vantagem numérica: +1 para 2 contra Arco curto, espada de duas mãos, flechas x20, placas leves.
1 e +2 para 3 ou mais contra 1.

Fase 1: Testando
as Defesas
Na primeira fase do ataque,
os hurlocks ficam na retaguarda
e veem o que os “baixotes” con-
seguem fazer. Também aprovei-
tam para estudar os defensores e
tentar distinguir os líderes, cam-
peões e magos. Onde quer que
os personagens estejam, 1d6+2
genlocks tentam escalar por cima
do muro a cada três rodadas. É
necessária uma ação principal
para escalar por cima do muro,
e é impossível usar escudos. Por-
tanto, eles estão sempre vulnerá-
veis por pelo menos uma rodada
(mais se forem obrigados a recu-
ar). Os PJs podem usar uma ação

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Onde as Águias Vivem
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 principal para derrubar as escadas ou arpéus para longe um hurlock do muro. Elorn se materializa das som-
dos muros. Ambos exigem um teste de FORÇA (PODERIO bras e acena para o PJ que ajudou antes de desaparecer
MUSCULAR) contra NA 13. Derrubar uma escada reduz a muro abaixo para ajudar em outro lugar.
próxima onda de genlocks em dois. Derrubar uma corda Os PJs têm que matar um número de hurlocks igual
reduz a próxima onda em um, mas nada pode reduzir a três vezes o número de PJs antes que os atacantes re-
qualquer grupo a menos de dois inimigos. cuem. Quando os hurlocks partem, a horda das crias
Conforme os genlocks pulam o muro, tentam se jun- das trevas bate em retirada, recuando para o limite da
tar contra personagens sozinhos. Os PJs têm que matar floresta escura. Os personagens podem tomar fôlego
um número de genlocks igual a três vezes o número de antes da fase final, a menos que alguns hurlocks te-
PJs (assim, 4 PJs significam 12 genlocks) antes que uma nham passado por eles. Neste caso, podem ser chama-
retirada seja soada e as crias das trevas recuem. Os per- dos para caçar os infiltrados.
sonagens então podem respirar um pouco.
Fase 3: O Ataque de Maargach
Fase 2: Um Ataque Brutal Uma hora depois da segunda fase, os personagens
Menos de 20 minutos depois do final da primeira ouvem um canto gutural das crias das trevas. Os PJs
fase, a segunda começa com uma onda de imensos hur- logo notam o que parece ser um nome sendo urrado
locks de elite atacando o muro. Eles chegam ao topo do repetidamente em duas sílabas: “Maaaaar... Gaaaach!”.
muro perto dos PJs a uma taxa de 1d6 inimigos a cada Então um rugido bestial literalmente faz as pedras de
duas rodadas. Ao contrário dos genlocks, os hurlocks Terra-Vermelha tremerem.
lutam por várias rodadas — geralmente três — antes
de saltar do muro para dentro de Terra-Vermelha e ma- Maargach, o Bereskarn
tar qualquer não-combatente com que se deparem. Os
personagens então enfrentam a difícil escolha de ficar Um enorme urso flagelado.
no muro para enfrentar aqueles que ainda estão che- HABILIDADES (FOCOS)
gando ou caçar os que estão na cidade. Os personagens -2 Astúcia
podem atacar as escadas e cordas dos hurlocks como
-2 Comunicação
antes, com os mesmos números e efeitos.
8 Constituição (Corrida, Vigor)
Uma vez durante esta fase, se algum PJ estiver pres-
tes a ser morto, uma rajada de energia arcana derruba 3 Destreza (Mordida)
8 Força (Garras, Intimidação,
Poderio Muscular)
-1 Magia
3 Percepção (Olfato, Paladar, Rastrear)
3 Vontade (Moral)
VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
13 75 13 4
ATAQUES
ARMA ATAQUE DANO
Garras +10 2d6+8
Mordida +5 1d6+8
PODERES
Façanhas favoritas: derrubar (1 PF), mordida rápida
e urro trovejante.
Façanha mordida rápida: após um ataque de garra
bem-sucedido, o bereskarn pode usar mordida rápida
como uma façanha especial por 2 PF. Este ataque de
mordida deve ser feito contra o mesmo alvo do ata-
que original e não gera mais pontos de façanha.
Urro trovejante: por 3 PF, Maargach pode meter
medo no espírito mais inflexível. Todos que ouvirem
seu urro devem ser bem-sucedidos em um teste de
VONTADE (CORAGEM OU DISCIPLINA) contra NA 10, ou
não poderão atacar Maargach na rodada seguinte.

70
Onde as Águias Vivem
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
 Os heróis das canções
Alguns feitos são lembrados mesmo depois que a memória de todos se esvaneceu. A coragem de lutar
contra uma horda de crias das trevas ao lado de estranhos cria uma história que perdura. Os persona-
gens que sobreviverem ao cerco de Terra-Vermelha podem um dia ser abordados por um dos lendários
Guardiões Cinzentos com uma oferta...
Então, um pesadelo sai da escuridão: um titânico
urso flagelado, um dos infames bereskarn. Com pelo
menos cinco metros de comprimento, a malévola coi-
sa-urso é coberta de espinhos ósseos, e sua pele pen-
de frouxa de seu corpo pesado. Cinco hurlocks mus-
culosos seguram as correntes afiadas atadas aos seus
membros, e arrastam/empurram-no em direção aos
portões de Terra-Vermelha. O resto da horda recua ra-
pidamente por razões óbvias: os personagens podem
claramente ver um genlock que não se move rápido
o bastante ser pego por Maargach e esmigalhado com
facilidade alarmante.
Torna-se claro que as crias das trevas trouxeram
um tipo de arma de cerco, pois Maargach bate nos por-
tões frontais, e eles se envergam com o impacto. Maar-
gach leva oito rodadas de batidas contínuas para que-
brar os portões de Terra-Vermelha. Se for bem-sucedi-
do, o resto da horda entra em Terra-Vermelha, e a causa
está perdida. Flechas e feitiços não são suficientes para
deter o bereskarn a tempo. Como a existência de Maar-
gach é de dor contínua, ele mal nota distrações como
estar em chamas. Portanto, cabe aos PJs derrotar a fera.
Felizmente, a não ser pelos hurlocks que conduzem
Maargach, o resto das crias das trevas afastou-se para
deixar o monstro fazer seu trabalho. Os PJs podem des-
cer ou abrir os portões para que possam atacar a fera.
Os tratadores de Maargach temem-no, pois ele os
odeia muito mais do que todas as outras formas de vida
— se isso for possível. Eles não usam armas: cada um
mantém suas mãos nas correntes enquanto esmurra
oponentes com seus punhos em manoplas (ataque +4,
dano 1d3+5).
Com a morte de Maargach, um grande grito de vi-
tória que faz a noite tremer surge dos avvars. As su-
persticiosas crias das trevas batem em retirada, conven-
cidas de que os presságios estão contra eles esta noite.
Com sorte, os PJs sobreviveram para lutar outro dia.
As três fases da noite constituem uma batalha cruel;
não é improvável que um ou mais PJs caia defenden-
do Terra-Vermelha. Se você quiser conduzir um jogo
menos fatal, enfatize a ajuda dos avvars. Se você acha
que isto acrescentará profundidade à história mais tar-
de, Azur salva um ou mais PJs. Embora a maioria dos
guerreiros esteja ocupada lutando no muro, aqueles
que permanecem no chão podem pegar arcos ou ar-
remessar lanças. Elorn pode fornecer assistência mais
direta, ou talvez seus espíritos aliados entrem e deem
uma mão. Mas, no final, a maior parte dos feitos heroi-
cos deve ser deixada aos PJs.
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3. Os Caçadores
Retornam
Encontro de Interpretação
Os atrasados guerreiros de Terra-Vermelha finalmente
retornam, permitindo que os PJs sigam adiante.
Tudo está silencioso desde a queda do urso flagela-
do e a fuga das crias das trevas. Não muito depois
do nascer do sol, uma grande gritaria surge ao lon-
go do muro. Logo, cada avvar está comemorando
— os caçadores voltaram!
Um grupo de caçadores avvarianos com pelo me-
nos 60 homens vem correndo pelo planalto à frente da
fortificação, retornando para casa. Águias passam por
sobre o muro, empoleirando-se acima dos prédios de
pedra de Terra-Vermelha.
Os caçadores são liderados por Treon, o filho do
Chefe Owyne. O grupo que retorna é composto de vá-
rios diferentes grupos que se reuniram nas montanhas
ao oeste quando os batedores contaram-lhes sobre o
cerco. À medida que os caçadores passam pelos por-
tões e começam a circular entre as pessoas, gritos la-
mentosos começam, pois esta é a primeira vez que eles
ouvem sobre o massacre das famílias de fazendeiros.
Todos os mortos eram amigos ou parentes.
Ao ouvir tudo que aconteceu, Treon imediatamen-
te pede para falar com os personagens. Treon é um ho-
mem grande e ostenta a fisionomia de seu pai: parece
uma versão mais jovem do chefe. Ele visivelmente ava-
lia os PJs, mas não há hostilidade em seu olhar. “Ha-
bitantes das planícies, se mataram aquela besta, não
desejo cruzar lâminas com vocês”.
Depois de consultar seu pai, Treon concorda em
fornecer guias para os PJs e pergunta quando eles de-
sejam partir. Ele percebe que eles podem querer des-
cansar depois de uma longa noite, mas aponta que,
se as crias das trevas retornarem com força total, os
personagens podem ficar presos por um bom tempo.
O chefe os libera, dizendo que eles excederam as obri-
gações de seu juramento. Além disso, os caçadores de
Terra-Vermelha já retornaram. Se os PJs precisarem
de cura, Elorn oferece suas habilidades.
O objetivo deste encontro é encaminhar os PJs ao
covil de Balan. Embora os avvars sinceramente apre-
ciem a ajuda dos personagens, há uma insinuação clara
de que “Nossos guerreiros estão de volta agora, habi-
71
 tantes das planícies, vocês provavelmente deveriam
ir...” nas conversas com os PJs.
Presumindo que os personagens entendam a indi-
reta, os agradecidos avvars dão a eles rações e algumas
informações muito úteis para lidar com Balan. Vários
dos caçadores, incluindo Treon, oferecem opiniões so-
bre o grupo de Balan. As mais úteis estão a seguir.
• Os homens de Balan são práticos, mas temem seu
líder sádico.
• O segundo em comando de Balan, um caçador cha-
mado Torin, é um homem muito mais razoável, e
pode ouvir a voz da razão.
• Nunca acreditem no que Balan disser: ele é um
mentiroso e violador de juramentos. Também é ar-
rogante, e enfurece-se com facilidade.
• A única rota razoável para o covil de Balan exige
um dia de viagem ao nordeste, cruzando uma pon-
te de gelo que deve derreter-se logo.
Treon apresenta aos PJs um trio de caçadores: Attus,
Cathal e Virome, que concordaram em levá-los ao covil
de Balan. Attus e Virome são tipos quietos e fortes, com
cabelos escuros. Cathal é uma mulher loira, alta e magra,
com longas pernas e sorriso vivo, levemente mais fala-
dora do que seus companheiros taciturnos. Todos os três
prometem levar os personagens o mais longe que pu-
derem, concordando em ajudar em luta se for necessá-
rio. Dependendo de suas interações com o grupo, Azur
pode ou não se voluntariar para acompanahr o grupo. Se
ele não partir de Terra-Vermelha com os PJs, rastreia-os
depois que partem, seguindo algumas horas atrás.
Attus, Cathal e Virome têm estatísticas equivalen-
tes a um caçador avvariano padrão.
Os avvars que os PJs conheceram se despedem,
prometendo pedir aos deuses bênçãos para os PJs, ape-
sar do grave defeito de serem habitantes das planícies.
Com isso, é hora de seguir adiante.
Resolução da Parte 4
A maior dificuldade da PARTE 4 é sobreviver. A luta
por Terra-Vermelha é difícil: os PJs que sobreviverem
(e seus jogadores) devem sentir-se genuinamente orgu-
lhosos. Obviamente, o resultado pode ser terrível. Evi-
te reduzir o número de inimigos que os personagens
precisam derrotar. Em vez disso, diminua a taxa à qual
eles escalam o muro, o que deve permitir que os PJs
ataquem-nos em grupo.
Maargach é obviamente um terror. Se os PJs estão
enfrentando o bereskarn mas não estão conseguindo
causar dano suficiente para derrotá-lo, considere a pos-
sibilidade de que a grande fera comece a temer os PJs
mais do que seus tratadores uma vez que tenha sofrido
40 pontos de dano. Neste caso, ele acaba se enfurecen-
do em seu desejo de escapar dos personagens, muti-
lando um ou dois hurlocks em uma fuga desesperada.
72
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PARTE 5
As Alturas
Mortais
Esta parte leva os PJs às alturas do Dorso Frio,
com seu objetivo finalmente à vista. A maneira como
os personagens abordam estes eventos depende muito
do que ocorreu até agora. Se eles foram diretamente ao
oeste depois da PARTE 2: 3. UMA TERRÍVEL DESCOBERTA,
lhes falta muito conhecimento sobre a situação, e eles
podem nem mesmo ter certeza de que Izot está com
o grupo que estão rastreando — ou mesmo se ela está
viva. Neste caso, o primeiro encontro é provavelmente
uma grande batalha (já que os PJs perderam a luta em
Terra-Vermelha) em vez de uma negociação.
Se os PJs foram a Terra-Vermelha, sua decisão de
ajudar os avvars ou deixá-los à própria sorte determina
se Azur está com eles ou seguindo-os; se os caçadores
avvarianos Attus, Cathal e Virome estão guiando-os, e
o que eles sabem sobre Balan Ar Malad e seus homens.
Ambiente: a Ponte de Gelo
Um fenômemo recorrente (e famoso) dos picos do
Dorso Frio são as pontes de gelo. Estas estranhas for-
mações de gelo se formam entre dois picos, permitindo
viagens que de outra forma seriam impossíveis. Várias
delas se formam nos mesmos lugares ano após ano,
mas muitas são imprevisíveis. Pontes de gelo se for-
mam no início do inverno e se desfazem na primavera,
caindo nos vales abaixo.
1. A Ponte de Gelo
Encontro de Combate e Interpretação
Os PJs confrontam Balan Ar Malad e seus
homens na ponte de gelo que leva a seu covil.
Vocês viajaram ao alto do Dorso Frio. Aqui um lon-
go caminho feito de gelo se estende do pico à sua
frente até um platô a cerca de 50 metros de distân-
cia, por sobre um abismo. A ponte de gelo brilha ao
sol da primavera: pequenos riachos de água escor-
rem de centenas de pequenas estalactites de gelo
suspensas de seu lado inferior. O gelo range sem
cessar, e grandes pedaços se desprendem e caem
ocasionalmente.
Se os personagens vieram diretamente do leste, se-
guiram a trilha sinuosa de Balan e seus caçadores, e estão
prestes a serem emboscados. Se estão vindo de Terra-
-Vermelha, provavelmente estão sendo levados por Azur
ou o trio de caçadores avvarianos. Neste caso, foram avi-
sados de que Balan terá batedores vigiando a passagem
até que a ponte se desfaça, o que deve ocorrer em um dia
ou dois — ou menos, com intervenção externa.
Onde as Águias Vivem
 Vindo do Leste
Os personagens devem
fazer um teste oposto de
PERCEPÇÃO (VISÃO) contra
DESTREZA (FURTIVIDADE). Os
homens de Balan têm um
modificador total de –1
(Destreza 1, sem foco em
Furtividade e –2 pelo frio),
tornando provável que os
PJs os notem. Caso contrá-
rio, os homens de Balan
se anunciam com flechas
apontadas quando os per-
sonagens se aproximam da
ponte de gelo. Há três caça-
dores escondidos. Depois
de atirar eles soam uma
trombeta, chamando seus
companheiros e seu líder.
Balan chega em quatro rodadas (um minuto). En-
quanto isso, seus homens procuram manter os perso-
nagens longe da ponte. Presumindo que os PJs não cor-
ram à frente e matem seus homens, Balan exige saber
quem são os intrusos e o que querem. Se os persona-
gens mataram alguns de seus homens antes de sua che-
gada, ele ordena que seus homens destruam a ponte.
Conversar com Balan é uma questão de interpreta-
ção, mas é impossível convencê-lo a entregar a garota,
pois ele apaixonou-se por Izot. Bem, “apaixonou-se”
pode não ser bem a palavra. Balan quer que Izot o quei-
ra — portanto, ela ainda não foi tomada à força. Ela
está do outro lado da ponte de gelo, longe da vista, jun-
to com a maioria dos homens de Balan, incluindo seu
segundo em comando, Torin. Se Balan enxergar Azur,
ele ri, dizendo: “Você traz habitantes das planícies para
terminar o que não conseguiu? Que vergonha, garoto”.
Um grupo que não tenha passado esta aventura
aprendendo sobre os avvars provavelmente não con-
seguirá ter “sucesso” em uma conversa com Balan. No
fim, Balan ordena que a ponte seja destruída.
São necessários quatro homens golpeando com ma-
chados de duas mãos por quatro rodadas para que a
ponte de gelo comece a rachar. Depois disso ela se esti-
lhaça completamente em mais duas rodadas. Em outras
palavras, a partir do momento em que Balan ordena que
a ponte seja destruída, qualquer um que deseje cruzar
tem seis rodadas para chegar ao outro lado. Qualquer
um que ainda esteja sobre a ponte após seis rodadas cai
para a morte. Matar um ou mais dos homens com os
machados pode ou não desacelerar o processo.
Correr através do gelo escorregadio exige um teste
de DESTREZA (ACROBACIA) contra NA 13. Uma falha sig-
nifica que o PJ passa uma rodada estirado no gelo. Os
PJs podem incorporar uma ação de carga em sua corri-
da se tiverem um alvo.
Onde as Águias Vivem
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
O grupo de Balan consiste de um número de ca-
çadores avvarianos igual a cinco vezes o número de
PJs, mais ele mesmo e Torin. Vários deles vigiam Izot
o tempo todo, pois sabem que ela é uma ameaça. En-
quanto Balan estiver vivo, seus homens não se ren-
dem. Eles temem seu líder demais para parar de lutar,
não importa o quão perigosos os PJs pareçam. Se os
PJs matarem Balan, Torin imediatamente pede para
conversar. Ele abre mão da garota sem muito esforço.
Izot alegremente parte com os PJs, especialmente se
eles mencionarem o arl, mas somente após exigir sua
espada de volta dos avvars.
Se os avvars derrubarem a ponte de gelo antes que
os PJs consigam cruzá-la, o encontro a seguir apresenta
sua última chance de resgatar Izot.
Vindo de Terra-Vermelha
Se os personagens foram guiados até a ponte de
gelo pelos avvars de Terra-Vermelha, Cathal (ou pos-
sivelmente Azur) explicou-lhes os costumes avvaria-
nos durante a jornada. Ela sugere que um dos PJs de-
safie Balan para um duelo. Tudo que ele precisa fazer
é afirmar que a jovem é sua parente (ou o equivalente
a isso) e então insultar a mãe de Balan ou sua virili-
dade. Normalmente isto não funcionaria, pois os PJs
são habitantes das planícies. Contudo, depois do que
eles fizeram por Terra-Vermelha e da derrota do be-
reskarn, Cathal e seus companheiros falarão pelos PJs,
forçando Balan a aceitar o desafio ou perder moral na
frente de seus homens.
Se os PJs concordarem com a ideia de Cathal, At-
tus anuncia sua presença aos caçadores, exigindo que
Balan se mostre. Novamente, o encontro é de interpre-
tação, mas neste caso o objetivo é outro. O PJ escolhido
deve lutar sozinho contra Balan. Balan exige que a luta
seja sobre a própria ponte. Enfatize a dramaticidade
73
 deste confronto, porque tais duelos são raros: uma luta
de vida ou morte no topo do Dorso Frio em uma ponte
de gelo à beira de ruir não é uma experiência cotidia-
na. Descreva o vapor da respiração dos combatentes, o
ranger da ponte, o frio que congela seu suor, o grito de
uma águia planando sobre suas cabeças...
Se os PJs abandonaram Terra-Vermelha à própria
sorte, ou se estão viajando sozinhos, as coisas seguem
como se tivessem vindo diretamente do leste. Como
alternativa, se eles estiverem viajando com Azur, ele
sugere um artifício similar ao de Cathal e joga sua
carta final: conta aos PJs que Izot é sua esposa, e que
eles estariam falando a verdade ao dizer que estão lu-
tando em nome de seu marido. O duelo com Balan
segue da mesma forma.
Se o PJ vencer, Izot está livre. Se o PJ for derrota-
do, o resto do grupo deve decidir o que fazer. Deixe o
jogador do PJ caído controlar os aliados dos persona-
gens pelo resto do encontro. Se os PJs escolherem ata-
car depois de perder o duelo, Balan ordena que a ponte
de gelo seja destruída. Quaisquer avvarianos com os
personagens lutam de acordo com os desejos dos PJs,
mas nenhum deles está disposto a saltar para a própria
morte em uma ponte desmoronando.
Se o encontro terminar e os personagens não conse-
guirem recuperar Izot, prossiga à PARTE 5: 2. A PASSAGEM
DE MUIRNE. Caso contrário, siga para CONSEQUÊNCIAS.
74
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2. A Passagem
de Muirne
Encontro de Combate
A última esperança dos PJs para recuperar Izot é
viajar audaciosamente através de uma passagem
assombrada que os avvars consideram amaldiçoada.
Enquanto a ponte de gelo desmorona, os PJs têm a
impressão de que suas chances de resgatar a garota tam-
bém se despedaçam. Entretanto, ainda há esperança.
Se os PJs vieram de Terra-Vermelha com o trio de
caçadores, seus guias avvarianos começam uma discus-
são acalorada. Embora não esteja feliz com isso, Cathal
aborda um PJ e oferece uma última forma de resgatar
Izot, embora afirme categoricamente que isso é muito
mais perigoso do que mil caçadores avvarianos:
“Há uma passagem proibida para nós — para
avvars... Há muito tempo, uma sacerdotisa da Se-
nhora dos Céus vivia perto daqui, cuidando das
águias da Senhora. Homens blasfemadores, avvars
caídos, estupraram-na e mataram-na. Ela os amal-
diçoou ao morrer. Eles ainda assombram a passa-
gem. Se vocês tomarem a Passagem de Muirne, nós
não poderemos segui-los, habitantes das planícies,
mas lhes digo: se sobreviverem a essa estrada, po-
Onde as Águias Vivem
 dem entrar no acampamento de Balan e exigir o Balan Ar Malad
que quiserem. Nenhuma alma entre eles levantará
um dedo para detê-los, não importa o quanto ele O cruel líder de um grupo de caçadores avvarianos.
se enfureça. Caso contrário, a garota está perdida. HABILIDADES (FOCOS)
Levaríamos semanas para chegar à Passagem de 1 Astúcia (Conhecimento Militar)
Gherlen, e mais semanas para retornar. A essa altu-
1 Comunicação (Lidar com Animais)
ra Balan estará em Orlais, ou no sul distante”.
3 Constituição (Beber, Vigor)
A Passagem de Muirne não fica longe. Vocês vão
arriscar? 2 Destreza (Iniciativa, Furtividade)
4 Força (Escalar, Machados,
Se os PJs estiveram sozinhos até agora, Azur esco- Poderio Muscular)
lhe este momento para se apresentar e aborda-os com 0 Magia
sua própria versão da história acima. Seu relato é o 1 Percepção (Visão, Rastrear)
mesmo. Contudo, devido a seu amor por Izot, ele não
3 Vontade (Moral)
menciona que a passagem é proibida para os avvars, e
diz que irá levá-los através dela. VALORES DE COMBATE
Se os PJs se recusarem a tomar a passagem assom- VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
brada, Izot Wulff está perdida. Se Azur estiver presente, 9 48 14 5
segue sozinho — eles nunca mais irão vê-lo. Dependen- ATAQUES
do das escolhas que os PJs fizeram ao longo do caminho,
ARMA ATAQUE DANO
se nunca estiveram em Terra-Vermelha, você pode dire-
cioná-los à fortificação, reorganizando os eventos para Machado de batalha +6 2d6+4
que cheguem antes das crias das trevas e participem da Machado de arremesso +7 1d6+6
defesa. Ou então eles podem viajar de volta à proprieda- PODERES
de de inverno do Arl Wulff e deixar uma mensagem de
Façanhas favoritas: escaramuça e penetrar armadura.
que sua filha está perdida. Se Berchan estiver com eles, Talentos: Estilo de Arremesso (experiente), Estilo de
estará inconsolável e deve ser arrastado das montanhas. Arma e Escudo (novato), Treinamento com Armadu-
Se os PJs concordarem em tomar a Passagem de ras (novato) e Treinamento de Animais (experiente).
Muirne, ela fica a menos de uma hora de distância. Mes- Grupos de armas: arcos, briga, lanças e machados.
mo na clara luz do sol da primavera é uma fenda escura, EQUIPAMENTO
cheia de vegetação com um tom cinzento e perturbador.
Escudo médio, machado de batalha, machados de
A luz chega relutante através dos raros buracos entre as arremesso x3, malha leve.
copas entrelaçadas das árvores. Os avvars deixam os PJs
na entrada da passagem, dando a eles instruções sobre
como chegar ao acampamento de Balan e informando
que irão esperá-los por meio dia. Azur não pode entrar
na passagem se seus compatriotas avvars estiverem pre-
3. Avvars e
sentes para testemunhar sua blasfêmia. Superstição
Os espíritos dos avvars amaldiçoados realmente as- Encontro de Combate
sombram a Passagem de Muirne. Um número de som-
bras igual à metade do número de PJs ataca o grupo na Os PJs entram no acampamento de Balan Ar
metade do caminho pela passagem. As formas sombrias Malad e finalmente recuperam Izot Wulff.
parecem versões distorcidas de guerreiros com arma-
Quando vocês saem da floresta, o grito do primeiro
duras. Elas emergem das sombras das árvores e tentam
vigia morre em seus lábios, quando ele os reconhe-
drenar a força vital dos personagens.
ce. Ele desvia os olhos de seu grupo e se afasta, suas
Se os PJs tiverem Aamor Fin consigo, não precisam mãos erguidas para longe de suas armas em um
lutar. No momento em que a lâmina é desembainhada, claro sinal de submissão. Ele aponta sem palavras
as sombras encolhem-se para longe de sua luz prateada e para um capão próximo.
voltam para a escuridão. Caso contrário, as sombras ata-
cam até que uma delas seja destruída, e então fogem para Quando os PJs entram no acampamento de Balan,
a escuridão ao redor. Elas não incomodam os PJs nova- os endurecidos avvars ficam pálidos como a neve. A
mente, mesmo quando eles voltarem pela passagem. Um maioria desvia os olhos e vários se viram. Balan olha-os
personagem bem-sucedido em um teste de ASTÚCIA (CO- em choque horrorizado. Ninguém diz nada por muito,
NHECIMENTO ARCANO) contra NA 11 pode prever isso. muito tempo, até que um homem alto com uma águia
O acampamento de Balan não está longe agora. pousada em seu braço olha para o PJ mais à frente e diz:

75
Onde as Águias Vivem
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“Peguem a garota e partam, habitantes das planícies”.
Este é Torin.
Balan rosna de fúria contra seu subordinado, saca
seu machado e ataca. Nenhum de seus homens ajuda-o;
de fato, eles desviam seus olhares. Se os PJs não conse-
guirem matá-lo em duas rodadas, Izot mata-o com um
ataque pelas costas.
Nenhum dos avvars observa enquanto os PJs par-
tem com Izot.
Resolução da
Parte 5
Se os personagens nunca foram a Terra-Vermelha,
a PARTE 5: AS ALTURAS MORTAIS provavelmente é uma
grande batalha contra forças que eles mal conhecem.
Assim, use Azur para fornecer informações, pelo me-
nos em parte. Se eles foram a Terra-Vermelha, têm mui-
tas vantagens contra os desafios que os aguardam.
“Ei! Eu sou um avvar!”
Se um ou mais dos PJs forem avvars, Cathal explica
que os avvars de Terra-Vermelha mataram Muir-
ne, e os PJs não devem ser afetados pela maldição...
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SOMBRA
HABILIDADES (FOCOS)
0 Astúcia
-2 Comunicação
0 Constituição
5 Destreza (Furtividade)
-3 Força
4 Magia
1 Percepção
4 Vontade
VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
15 30 15 0
ATAQUES
ARMA ATAQUE DANO
Toque de dreno +5 1d6+4 (P)
PODERES
Aura de dreno: uma sombra pode realizar a façanha
especial aura de dreno por 4 PF. Todos os inimigos
dentro de 4 metros sofrem 1d6 pontos de dano pene-
trante, enquanto a sombra suga sua essência vital.
Façanhas favoritas: ataque relâmpago e aura de
dreno.
Incorpórea: sombras são incorpóreas, possuindo uma
existência tênue no mundo mortal. Elas ignoram os
efeitos do terreno. Normalmente, apenas ataques
mágicos (feitiços ou armas mágicas) podem feri-las
— outros ataques passam através de suas formas sem
efeito. Um personagem que ataca uma sombra pode
realizar uma façanha especial, chamada inimigo de
espíritos, por 3 PF. O personagem então causa dano
normal com suas armas, mas substitui Força por
Magia. Por exemplo, um personagem com Magia 2 e
uma espada longa causaria 2d6+2 pontos de dano.
Toque de dreno: o toque de uma sombra drena a
energia vital do alvo, causando 1d6 + Magia pontos
de dano penetrante.
Se um PJ perder o duelo contra Balan, lembre-se de
que passam-se algumas rodadas até que um persona-
gem caído morra. Talvez depois de desferir o golpe fa-
tal, Balan se afaste, rindo, permitindo que outro PJ retire
o corpo da ponte de gelo e aplique primeiros socorros.
A luta contra as sombras pode ser horrível se os PJs
não tiverem armas mágicas. Um mago pode realmente
brilhar nessa luta. Leia a descrição do poder “Incorpórea”
cuidadosamente e descreva a façanha inimigo de espíritos
para que seus jogadores saibam que têm chance, mesmo
se não tiverem Aamor Fin ou outra arma encantada.
Onde as Águias Vivem
 TORIN
Segundo em comando do grupo de caçadores de Ba-
lan Ar Malad; muito mais calmo que seu chefe.
HABILIDADES (FOCOS)
2 Astúcia
2 Comunicação (Lidar com Animais)
2 Constituição (Beber, Vigor)
1 Destreza
2 Força (Machados, Escalar)
0 Magia
1 Percepção (Visão, Rastrear)
2 Vontade (Moral)
VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
9 35 11 5 ATAQUES
ATAQUES
ARMA ATAQUE DANO ALCANCE
Arco longo +1 1d6+5 26/52 metros
Machado de +4 2d6+2 —
batalha
PODERES
Façanhas favoritas: escaramuça e golpe poderoso.
Grupos de armas: arcos, briga, machados e lanças.
Talentos: Estilo de Arma e Escudo (novato), Estilo
Desarmado (novato), Treinamento com Armaduras
(novato), Treinamento de Animais (experiente).
EQUIPAMENTO
Arco longo, escudo médio, flechas x20, machado de
batalha, malha leve.
Consequências
Enfim reunidos, os jovens amantes correm para os
braços um do outro.
E agora? Não há encontros definidos para encerrar
esta aventura, por causa das muitas variações que po-
dem ter ocorrido até este ponto. Boa parte depende do
que os PJs fizeram até agora e de sua relação com Azur.
Se os PJs vieram do leste e conseguiram resgatar
Izot, Azur sugere que eles vão a Terra-Vermelha antes
de seguir às Colinas do Oeste. Obviamente, neste caso
os PJs podem suspeitar do avvar, mas esta é uma situ-
ação complicada, porque Izot quer ir com ele. Os PJs
saberão claramente que a história que lhes foi contada
não estava completa. Se Azur convencer os persona-
gens a ir a Terra-Vermelha, você pode adaptar as Partes
3 e 4 para que os personagens possam passar pelo cerco
das crias das trevas. Em vez de fazer com que os PJs se-
jam subornados pelo chefe, você pode fazer Izot insistir
para que eles fiquem, ou fazer com que as crias das tre-
vas peguem-nos desprevenidos, forçando a situação.
Onde as Águias Vivem
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
IZOT WULFF
A valente jovem filha do Arl Gallagher Wulff.
HABILIDADES (FOCOS)
2 Astúcia
1 Comunicação
1 Constituição
1 Destreza (Lâminas Leves)
1 Força
0 Magia
2 Percepção
4 Vontade (Coragem)
VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
11 33 11 0
ARMA ATAQUE DANO ALCANCE
Espada curta +4 1d6+3 —
PODERES
Façanhas favoritas: tomar a iniciativa.
Grupos de armas: arcos, briga, lâminas leves
e lanças.
Talentos: Estilo de Arquearia (novato), Estilo de
Arma Única (novato) e Treinamento com Armadu-
ras (novato).
EQUIPAMENTO
Se as circunstâncias permitirem, Izot usa armas e
armaduras conforme a necessidade. Sua elegante
espada curta é um presente de seu pai, e concede um
bônus de +1 em rolagens de ataque.
Se os PJs passaram por Terra-Vermelha mas Azur
convenceu-os a sair mais cedo, a jornada de volta é real-
mente horrível. Fogos escuros cobrem a floresta sudeste
ao redor de Terra-Vermelha; Azur passa da preocupa-
ção ao horror quando descobre que sua fortificação foi
destruída pelas crias das trevas. Talvez um dos grupos
de caçadores avvarianos que retornavam encontre-os
durante a viagem a oeste, forçando o apaixonado Azur
a trair seu povo ou sua noiva.
Se os PJs salvaram Terra-Vermelha, Azur ainda
tenta convencê-los a passar por lá no caminho ao leste,
embora perceba que eles devem manter olhos atentos
por causa das crias das trevas.
Em qualquer caso, Azur e Izot confessam tudo aos
heroicos PJs, pedindo por sua ajuda. Um PJ sábio pode
notar que o casamento do sobrinho de um chefe com a
segunda filha de um arl cujo arling faz fronteira com as
montanhas não é algo ruim. De fato, o Chefe Owyne já
tem uma opinião melhor a respeito dos habitantes das
planícies devido ao heroísmo dos PJs, e ficará mais feliz
com Azur se souber quão bem escolheu sua noiva.
77
 Se os PJs tiverem uma relação antagônica com Azur,
a história fica mais sangrenta. Depois de tudo pelo que
passaram, os personagens certamente querem devolver
Izot ao arl, independentemente da vontade da garota.
Se Azur não for um aliado dos PJs, tenta roubá-la deles.
Se Azur for morto na frente de Izot, ela não descansará
até que mate o PJ responsável, e então a si mesma...
De qualquer forma, quando os PJs levarem Izot (ou
uma prova do que aconteceu a ela) ao Arl Wulff, encon-
tram o arl esperando por eles. Ele mantém sua palavra
e dá um soberano a mais para cada PJ se você tiver usa-
do O GUARDIÃO DE MINHA IRMÃ e se eles tiverem conse-
guido conduzir Berchan de volta para casa intacto. O
arl fica cético com relação a Azur, e furioso se souber
que o avvar foi a razão pela qual Izot envolveu-se nesta
situação, mas PJs persuasivos podem ajudar o arl a se
acalmar e ver as vantagens em potencial do casamento
de uma de suas filhas com o clã avvar local...

Sobre os Avvars
A maioria dos avvarianos vive em condições de subsistência, com grande parte dos seus dias sendo gasta
obtendo o necessário para a sobrevivência e pouco tempo para atividades sem aplicação prática imediata.
Ornamentação é rara entre os produtos feitos pelos avvars que não sejam de natureza religiosa. Eles prefe-
rem itens bem feitos que resistam ao clima extremo do Dorso Frio.
Os avvars têm um relacionamento decente com o reino anão de Orzammar. Os avvars oferecem peles, leite
de cabra e direito de livre passagem para mercadores anões (permitindo que viagem pelo Dorso Frio em paz)
em troca de armas e armaduras. Os anões consideram os avvars uma barreira útil contra Ferelden e Orlais.

Fortificações Avvarianas e Casamento

Já que cada fortificação avvar é composta por clãs de famílias estendidas, os avvars frequentemente têm que
casar fora de sua fortificação para evitar seus parentes. Isto é visto como algo bom, porque traz sangue novo e
estende os laços entre os avvars. Homens avvarianos sequestram suas noivas. Isto é parcialmente combinado de
antemão com os anciões do clã-alvo. Sequestrar uma noiva sem esse acordo pode levar a uma rixa de sangue.
Uma vez que a permissão seja dada, espera-se que um guerreiro prove sua habilidade ao entrar na fortifica-
ção e raptar sua noiva. Um guerreiro que seja pego na sua primeira tentativa pode esperar uma terrível sur-
ra, mas nada pior que isso. Se for pego novamente, provavelmente vai se tornar o almoço do animal sagrado
do clã. Homens avvarianos podem abordar uma senhora diretamente se quiserem obter seu consentimento
(ou ajuda), e algumas mulheres avvarianas anunciam que desejam um homem específico.
Espera-se que os avvars coloquem a lealdade à fortificação antes do sangue. Mesmo uma noiva sequestrada
deve renunciar aos seus antigos laços e aderir ao novo clã. De fato, seu antigo clã e família passam a suspei-
tar dela, mesmo que tenha sido levada contra sua vontade.

Religião Avvariana
É quase impossível falar do povo avvariano sem falar de suas crenças. A fé é um alicerce de suas existências,
preenchendo suas vidas duras com implicações sagradas, pois os avvars acreditam naquilo que os alamarri
acreditavam: os deuses vivem em todas as coisas. Um vento de uma direção inesperada, pássaros voando
em padrões incomuns, um silêncio repentino entre os altos picos na primavera — para um habitante da
planície isso é acaso, mas para um avvar são mensagens dos deuses.
Os avvar acreditam sem questionar que seus deuses os protegem e os mantêm fortes. Afinal, eles prosperam
apesar de seus numerosos inimigos. Habitantes das planícies sábios evitam mencionar que os homens das
colinas foram expulsos a um dos terrenos mais inóspitos de Thedas. Na verdade, os avvars amam o Dorso
Frio e somente iriam se ofender com a ideia de que foram “expulsos” às montanhas.
Os avvars têm um panteão complexo, que inclui espíritos da natureza e mortais lendários que ascenderam
aos céus. Isto torna-se ainda mais complicado pelo fato de que o panteão varia de fortificação a fortificação,
pois cada clã tem suas próprias histórias e heróis sagrados. Entretanto, todos os avvars concordam a respei-
to dos três maiores deuses: Korth, o Pai da Montanha; Haakon Soproinvernal, e a Senhora dos Céus. Imhar,
o Esperto, e o Grande Urso Sigfost também são reverenciados na maior parte das comunidades.

Korth, o Pai da Montanha

O mais velho e mais forte, a fundação sobre a qual tudo foi construído, Korth é o deus das montanhas e ca-
vernas, senhor do Dorso Frio. Pela benevolência do Pai da Montanha, os avvars têm tudo de que precisam,
embora não seja sábio tentar sua fúria ao exigir mais do que é de direito. É Korth quem envia a caça aos
caçadores, conduz os pastores de cabras a campos fartos e aprova o animal sagrado de uma fortificação. A

78
Onde as Águias Vivem
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 Sobre os Avvars
maioria dos avvarianos acredita que Korth sempre existiu; ele é tão velho quanto as fundações das monta-
nhas. Somente na antiga fortificação Terra-Fria o mito é diferente. Sua Canção do Inverno, cantada somente
durante o Arauto do Frio, pode ser a mais velha canção conhecida por qualquer avvar. Conta que Korth
já foi um homem, um caçador inigualável que levou seu povo às montanhas quando o mundo era jovem.

Haakon Soproinvernal
O primogênito de Korth, Haakon é o Senhor do Inverno, mestre dos frios dolorosos e gêmeos do gelo e do
aço. Soproinvernal é o deus das armas e batalhas — pois, para os avvars, inverno e guerra são sinônimos.
É o frio que protege os avvarianos de seus inimigos, é o frio que eles usam como arma contra os habitantes
das planícies, é frio o medo que desejam incutir nos infiéis. Haakon não é simplesmente uma divindade a
ser adorada; é o assassino gelado e temido que os jovens avvars aspiram ser.

A Senhora dos Céus

Depois das montanhas, somente os céus são tão sagrados para os avvars. A Mestra das Aves é sua padroeira
e protetora; seus bandos de pássaros ajudam os avvars a manter seus muitos inimigos sob vigilância. Pássaros
são os agentes da Senhora, mensageiros e profetas. Avvars mortos são “oferecidos à Senhora” em uma cerimô-
nia solene que os estudiosos fereldenianos chamam de “enterro aéreo”. Em vez de serem cremados ou enter-
rados, seus corpos são completamente desmembrados e oferecidos aos pássaros carniceiros das montanhas.
Carne, órgãos e até mesmo ossos são triturados para que as aves possam consumir todos os restos mortais e
carregá-los ao reino da Senhora. Assim, a Senhora dos Céus é também a deusa da morte dos avvars.

Imhar, o Esperto
Contos de Imhar alegram os avvars em muitas noites frias, pois este é o modo do trapaceiro, e eles se de-
liciam com histórias de sua astúcia. Um homem esguio, com humor infinito e língua ácida, Imhar usa de
zombaria que corta mais fundo que qualquer lâmina. O maior feito de Imhar foi derrotar, sozinho, uma
poderosa horda de demônios depois que uma sedutora malévola o enganou, forçando-o a encará-los desar-
mado. Ele fugiu, fazendo-os pensar que era um covarde. Quando eles finalmente encontraram-no em uma
passagem estreita nas montanhas, a risada de Imhar derrotou-os ao causar uma avalanche.

O Grande Urso Sigfost

Mais sábio que todos os espíritos da montanha e tão grande que o Pai da Montanha já confundiu-o com um
dos seus picos menores, Sigfost fica aos pés do trono de Korth. Personagens em busca de sabedoria podem
desafiar Sigfost a uma luta, mas os ossos de pessoas devoradas e indignas espalham-se em sua vasta toca.
Os avvars acreditam que os ursos são sagrados. Embora algumas vezes os cacem, uma grande cerimônia
sempre acompanha tais ocasiões. Todos os avvars consideram os bereskarns horrores blasfemos. Alguns
poucos magos do Círculo afirmam ter encontrado Sigfost no Turvo. São magos de mente aberta, que se dão
bem com pessoas de outras culturas, e nenhum deles está disposto a discutir essa experiência levianamente.

Xamãs Avvarianos
Os deuses dos avvars são mais caprichosos do que cruéis, exigindo serem apaziguados pelo que percebem
ser ofensas em vez de condenar seu povo à miséria e infelicidade sem pensar duas vezes. Quando os avvars
sofrem, raramente ocorre a eles culpar o azar. Em vez disso, eles tentam descobrir qual dos deuses ofende-
ram. Se um guerreiro sofre um ferimento, fica preocupado por talvez ter ofendido Haakon. Se um grupo de
caça retorna de mãos vazias, seu único pensamento é aplacar o Pai da Montanha; de fato, eles não irão caçar
novamente até que tenham decidido como apaziguar Korth — caso contrário, certamente falhariam de novo.
Quando são forçados a pensar em assuntos espirituais, os avvars se voltam aos seus xamãs, os portadores
dos conhecimentos das montanhas. São eles que vigiam as migrações de pássaros em busca da sabedoria da
Senhora, são eles que guardam as antigas canções e retêm o conhecimento dos ritos para honrar os deuses e
espíritos das montanhas. A maioria dos xamãs é composta de magos poderosos, cujas tradições precedem a
fundação do Círculo dos Magos. Nem o Coro nem a Profetisa significam qualquer coisa para os avvarianos,
e os Templários não são bem-vindos no Dorso Frio. Isto é prudente, pois muitos dos rituais dos xamãs ater-
rorizariam o Coro. Até mesmo os ritos mais inócuos convidam os espíritos a falar através dos xamãs, e suas
cerimônias mais poderosas são muito piores. Os avvars sabem que alguns espíritos relutam em abandonar
hospedeiros humanos, mas têm meios para lidar com tais entidades.

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Onde as Águias Vivem
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 POR Walt Ciechanowski e Kevin Kulp
Uma Teia Frágil é uma aventura de intriga e
política em Denerim, a capital de Ferelden. Nela,
os PJs investigam as maquinações de uma proeminente
nobre. Descobrem que uma de suas intrigas levará a
pelo menos três assassinatos, e devem decidir como im-
pedi-la — se o risco de trabalhar contra ela valer a pena.
Uma Teia Frágil destina-se a um grupo de PJs com
4 ou 5 níveis, com uma mistura razoável de habilida-
des para lidar com partes de exploração, interpretação
e combate. A habilidade Comunicação é importante,
especialmente os focos PERSUASÃO e INVESTIGAÇÃO. PER-
CEPÇÃO (EMPATIA) também é útil.
Se os personagens na sua campanha tiverem nível
menor do que 4, talvez você tenha que adaptar as es-
tatísticas dos PNJs e NA dos testes.
Como Começa
Nem toda boa ação é feita por sua própria recompensa.
A Bann Nicola Baranti tornou-se famosa em Dene-
rim por ajudar os cidadãos comuns. A maioria das pes-
soas na cidade a ama, e os outros banns publicamente
respeitam suas ações e a forma como ela conseguiu er-
guer sua família de suas raízes infames. Alguns acham
que ela é generosa demais, mas é tão amada que sugerir
isso provocaria uma avalanche de escárnio público.
80
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
Uma Teia Frágil
Os PJs encontram a Bann Nicola depois de ajudar
alguns de seus homens a derrotar um grupo de cultistas
insanos que vêm sequestrando crianças. A Bann Nicola
tem um rancor de longa data contra este culto e convida
os PJs à sua mansão para jantar. Impressionada com as
habilidades dos PJs, a Bann Nicola pergunta se é de seu
interesse cumprir tarefas variadas para ela no futuro.
Quer os PJs aceitem-na ou recusem-na como patrona, ela
agradece pelos seus serviços contra o culto e se despede.
Não muito tempo depois, a preocupada e leal serva
de uma cavaleira local aborda os PJs. A cavaleira está
sendo chantageada por um ato sobre o qual somente
sua serva sabia. Mas a serva nega ter contado a qual-
quer um, e implora aos PJs que descubram o que acon-
teceu. A investigação leva os PJs a uma pequena capela
em Denerim, conhecida como Ouvido de Andraste, que
é a linha de frente em uma imensa operação de coleta
de informações que se origina na Bann Nicola.
Os PJs descobrem que a Bann Nicola é obcecada
por glória e popularidade. Há décadas ela se envolve
em planos e armações que promovem ela mesma e sua
casa, sem a menor preocupação com o mínimo de mo-
ralidade. Os PJs descobrem que seus planos atuais in-
cluem expor um grupo inofensivo de simpatizantes or-
lesianos — não porque são particularmente perigosos
a Ferelden, mas porque isso irá ajudá-la a controlar os
Uma teia frágil
 preços de produtos importados, trazendo-lhe fortuna e
aclamação pública como protetora do reino.
No final, os PJs descobrem que a Bann Nicola pre-
tende assassinar não somente um bann e sua filha, mas
também seu próprio neto, para incriminar um dos sim-
patizantes orlesianos. Isso permitirá que ela manipule
os mercados locais e dê ao rei uma desculpa para ex-
purgar o Alienário Élfico em Denerim. Os PJs devem
pesar as obras realmente boas da Bann Nicola contra
seus esquemas maquiavélicos, e o caos que resultaria
de sua queda contra a estabilidade de Denerim.
Envolvendo os
Personagens
Os PJs devem estar em Denerim, mas a razão pela
qual estão lá não importa. Seu envolvimento na luta
contra os sequestradores do Coro da Língua Silenciosa
ocorre espontaneamente: eles literalmente se deparam
com estes vilões no meio de atos malévolos.
O envolvimento dos PJs na parte investigativa (e
principal) da aventura depende de sua decisão de in-
vestigar as atividades suspeitas no Ouvido de Andras-
te, o que os leva a descobrir sobre a teia de estratage-
mas da Bann Nicola. Se eles não seguirem esta pista,
consulte a seção SUBTRAMAS OPCIONAIS, que detalha
muitas outras intrigas com as quais ela está envolvida.
Qualquer uma delas pode ser usada para colocar os PJs
de volta ao cerne de Uma Teia Frágil.
Visão a Longo Prazo
Uma forma — talvez a melhor — de usar Uma Teia
Frágil é como uma “metatrama” estendendo-se por ou-
tras aventuras. Os PJs podem, por exemplo, jogar a PAR-
TE 1: O CORO DA LÍNGUA SILENCIOSA, tornar-se clientes da
Bann Nicola na PARTE 2: UMA RECEPÇÃO CALOROSA, e en-
tão seguir em outras aventuras a mando dela. Por exem-
plo, você pode mestrar A Maldição dos Vales (a aventu-
ra do Guia do Mestre) e sua sequência, Um Bann a Mais
(encartada no Kit do Mestre) neste ponto, dizendo que a
Bann Nicola envia os PJs ao Vale de Campina Rus para
ajudar o Bann Trumhall. Nicola pode então enviar os PJs
para firmar um contrato de compra de ryott (um grão
favorito nas cozinhas de seus orfanatos) — uma oportu-
nidade para usar Fúria âmbar. Em Onde as águias vivem,
a Bann Nicola estaria interessada na gratidão de um arl,
especialmente um arl com relações diplomáticas com os
avvars. Em algum momento, conforme a reputação dos
PJs como solucionadores de problemas de Nicola se es-
palha, eles são abordados pela serva de Ser Greta, An-
diel, dando início à PARTE 3: QUEBRA DE CONFIANÇA.
Com esta opção, os PJs ficam realmente envolvidos
nas maquinações da Bann Nicola. Sua revelação como
uma vilã torna-se uma virada inesperada. A resposta
dos PJs à situação torna-se uma conclusão satisfatória
para uma campanha de nível baixo.
Uma teia frágil
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
PJs Substitutos
Caso algum personagem jogador seja morto durante
Uma Teia Frágil, há muitos lugares de onde PJs substitu-
tos podem vir e muitas oportunidades fáceis para inseri-
-los na aventura. No começo, um parente de uma criança
ou pai assassinados pelos cultistas da Língua Silenciosa
pode querer cooperar para garantir que a justiça seja fei-
ta. Um servo da Bann Nicola pode querer se juntar ao
grupo para impulsionar sua própria carreira (e prova-
velmente ajudar a Bann Nicola a vigiar seus novos clien-
tes). Mais tarde na aventura, um nobre chantageado pela
Bann Nicola pode ouvir que os PJs estão se mobilizando
contra ela e propor uma aliança. Da mesma forma, um
agente da justiça do rei pode descobrir pistas dos crimes
da Bann Nicola e aliar-se aos PJs para estabelecer a ver-
dade. Embora seja publicamente amada, a Bann Nicola
possui inimigos, que são boas fontes de novos persona-
gens jogadores caso sejam necessários.
Histórico
Há muitas coisas acontecendo nos bastidores de
Uma Teia Frágil. As seções a seguir fornecem informa-
ções sobre as várias facções e suas intrigas, para que
tudo esteja claro para você.
Casa Baranti
A Casa Baranti sempre foi liderada por matriarcas.
A trisavó de Nicola, Catherine, recebeu grande aclama-
ção e riqueza lutando contra a primeira invasão orlesia-
na. Seu prestígio era tanto que, quando se estabeleceu
em Denerim, ela recebeu uma grande propriedade. A
filha de Catherine, Dralla, foi criada com todo o luxo,
e isto deixou-a mimada. Com cerca de 35 anos, Dralla
tornou-se a Grande Clériga em Denerim, mas foi afas-
tada por causa da revelação escandalosa de que recebia
muitos amantes — frequentemente ao mesmo tempo
— dentro da própria capela.
Os orlesianos tomaram o trono de Ferelden, e os
muitos inimigos da Reverenciada Madre Dralla (den-
tro e fora do Coro) aproveitaram a oportunidade para
derrubar sua rival e destruir a reputação da família. Ela
recebeu a lamentável alcunha de “a Prostituta de De-
nerim” antes que fosse assassinada por inimigos que
nunca foram levados à justiça.
Dralla deu à luz uma filha ilegítima antes de sua
morte. A garota, Nina, foi criada e então empregada
no notório bordel de Denerim, o Pérola, completando a
queda social da família e confirmando o infeliz apelido
de sua Madre. Nicola é filha de Nina. Seu pai é desco-
nhecido, e ela foi criada pelas prostitutas do Pérola.
Ao contrário de sua mãe, Nicola sempre demons-
trou um forte orgulho. Uma pesquisa na sua juventude
revelou que sua família tecnicamente ainda pertencia
ao Bannorn e tinha o direito de possuir terras, mesmo
que sua mãe sempre tivesse ouvido o contrário. Nicola
81
 guardou esta informação consigo enquanto crescia. Fez
questão de tornar-se amiga de pessoas importantes na
cidade, aprendendo as virtudes sociais de seus “superio-
res” e mantendo seu passado em segredo tanto quanto
possível. Aos 15 anos, casou-se com Ser Duniel, um rico
mas incrivelmente feio cavaleiro do sul. Ele morreu três
anos depois, vítima de uma doença repentina.
A nova rica Nicola começou a reconstrução de sua
família, conquistando reputação como uma anfitriã
encantadora e política sagaz. Ela se casou novamente,
desta vez com o filho de um bann com mais prestígio,
mas menos dinheiro do que ela. Ele durou cinco anos
antes que fosse morto por bandidos. A fúria pública de
Nicola foi chocante: cada um dos bandidos foi brutal-
mente caçado e executado. Uma canção popular sobre
sua vingança foi muito executada pelos menestréis da
capital e garantiu a simpatia do público. Nicola tornou-
-se uma heroína popular e uma das nobres mais interes-
santes na cidade. Ela se dedicou publicamente a obras
de caridade dentro de Denerim, estabelecendo orfana-
tos e fundando novas capelas em áreas muito pobres.
Agora uma avó no final da casa dos 70 anos, a Bann
Nicola é velha, mas afiada como uma adaga, no coman-
do de sua casa e ainda dedicada a fazer obras de ca-
ridade e ajudar os desafortunados. Sua reputação em
Denerim é quase incontestável.
Na verdade, a Bann Nicola é uma extraordiná-
ria conspiradora, uma perfeccionista cujos planos são
feitos com anos de antecedência, que considera cada
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Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
eventualidade para evitar qualquer possibilidade de
falha. Ela é hábil em colocar seus inimigos uns contra
os outros enquanto se mantém afastada, transforman-
do conflitos entre outros em oportunidades para a Casa
Baranti realizar atos públicos de generosidade. Ela é
totalmente desprovida de moralidade, mas anseia por
— e deleita-se com — amor do povo e aclamação pú-
blica. Ela é essencialmente uma psicopata cuja loucura
é baseada em garantir que o bom nome de sua família
jamais seja manchado novamente.
A Bann Nicola só teve um filho que sobreviveu à in-
fância: Tanner. Tanner e sua esposa, Lina, foram mortos
enquanto resgatavam pessoas de uma casa em chamas,
deixando o jovem filho do casal, Adric, para ser criado
por sua avó. Na verdade, Tanner e Lina descobriram
alguns dos segredos de Nicola e confrontaram-na so-
bre eles, não lhe deixando escolha a não ser matá-los.
Como sempre, a “tragédia” foi projetada para aumen-
tar a glória da Casa Baranti.
A morte da Bann Nicola provocaria o caos em De-
nerim. Sua vasta biblioteca de segredos (e a chantagem
proveniente deles) estabiliza o independente Bannorn.
Estabilidade, afinal das contas, é boa para os negócios.
Se o poder que a Bann Nicola exerce repentinamente
desaparecesse, muitos banns iriam se voltar uns contra
os outros para acertar velhas rixas.
O Coro da
Língua Silenciosa
O Coro da Língua Silenciosa é um culto maníaco,
dissidente do Coro do Criador, liderado por um espí-
rito corrupto e insano que acredita poder — através da
profecia — prever quais crianças irão se tornar pecado-
res e hereges. O nome do culto vem da resposta a essas
previsões: cortar as línguas dessas crianças. O espírito
por trás do culto vem tendo grande sucesso em usar
seus poderes para convencer seus seguidores de que
ações tão maldosas são adequadas e heroicas.
O culto foi aniquilado e ressuscitado meia dúzia de
vezes nas últimas décadas, e o espírito sempre encontra
novas vítimas para possuir. O espírito atualmente cha-
ma a si mesmo de Madre Brianna. Ela respondeu aos
apelos de uma jovem que era abusada por seu pai e ig-
norada por sua mãe. O espírito ajudou-a a se vingar de
seus pais e então possuiu sua mente destroçada. Madre
Brianna não esconde ser um espírito que possui uma
mortal voluntária, mas nega ser um demônio. Afirma
ser um dos nobres espíritos que habitam o Turvo, mas
que ocasionalmente voltam às terras dos mortais. Ela
está mentindo, inclusive para si mesma.
Os cultistas não sabem que a Bann Nicola fez uma
barganha com este espírito há décadas. Quando o espí-
rito é impelido a retornar ao mundo dos vivos, visita a
bann em seus sonhos. Ela então financia o ressurgimen-
to do culto. A Bann Nicola espera até que o medo e a in-
Uma teia frágil
 Mestrando Aventuras Políticas
Uma aventura focada em espionagem, intriga e política é diferente de uma missão mais tradicional, cen-
trada em monstros. Uma aventura tradicional frequentemente tem áreas de encontros bem delimitadas,
onde monstros esperam os heróis. Para cada encontro, os objetivos e táticas dos monstros são claros. O
vilão fornece, antes de mais nada, um desafio físico ou mágico.
Contudo, o vilão de uma aventura política pode ser fisicamente fraco, embora possua vasto poder. Em
Uma Teia Frágil, a antagonista é uma anciã — que tem o poder de colocar a cidade inteira de Denerim
contra os PJs se eles forem tolos o bastante para se opor a ela abertamente. Uma vez que os PJs perce-
bam que a Bann Nicola está secretamente por trás de muitos de seus problemas, podem querer chutar
a porta e matá-la. Embora os jogadores de Dragon Age sejam livres para fazer suas próprias escolhas da
forma que quiserem, cabe a você fazer com que eles compreendam os prováveis efeitos colaterais disso
e percebem que, por exemplo, desacreditar a Bann Nicola publicamente pode ser mais eficaz.
Enquanto os PJs progridem pelos encontros de Uma Teia Frágil, pense na Bann Nicola como a pedra
fundamental que sustenta a ordem social de Denerim: remova-a e a cidade desaba, enquanto segredos
sobre pessoas muito importantes que não querem se expor vêm à tona. Ninguém, nem mesmo os inimi-
gos da Bann Nicola, quer isso. Pense nesta aventura como uma dança em que a Bann Nicola cuidadosa-
mente emprega seus recursos enquanto os PJs devem encontrar uma forma de vencê-la no seu próprio
jogo, por meios que não envolvam sacar suas espadas.
Os jogadores devem ser criativos ao abordar os desafios. Esteja preparado para permitir planos inco-
muns. Considere cuidadosamente qualquer ideia que os jogadores tenham, pensando em como ela vai
reverberar pela cidade e como a Bann Nicola reagiria. Então reaja de acordo.

dignação do público sobre os crimes do culto cresçam,
então envia guardas da Casa Baranti para aniquilar o
culto. O espírito vê seu relacionamento com a Bann Ni-
cola como uma competição doentia, em que tenta fazer
o maior número de vítimas antes de ser detido. O espí-
rito acha a rivalidade divertida, e a Bann Nicola recruta
as melhores crianças mudas para seus orfanatos, para
estudar os ensinamentos do Criador e se tornarem re-
ceptores de segredos no Ouvido de Andraste.
O Ouvido
de Andraste
O coração espiritual do Refugo, uma vizinhança
pobre em Denerim, é uma pequena capela conhecida
como Ouvido de Andraste. Depois que a velha capela
foi queimada e a vizinhança ficou sem liderança espi-
ritual por quase dois anos, a Bann Nicola financiou a
construção de um novo coro para servir à área. O Ou-
vido de Andraste não atrai frequentadores importantes
e recebe pouco dinheiro do Coro principal, mas serve
ao Refugo como um refúgio espiritual muito apreciado.
A capela é famosa por — e recebe seu nome de —
sua tradição local de “Ouvido de Andraste”, em que
devotos locais salvam suas almas em um dia designado
a cada semana ao aliviarem-se de todos os atos malévo-
los que tenham cometido ou que sabem, contando-os
em segredo aos irmãos e irmãs da capela, que são todos
mudos. Estes segredos e confissões são transcritos pe-
los sacerdotes — já que a maioria dos devotos no Refu-
go não é alfabetizada — e colocados na Caixa da Cha-
ma Purificadora, um baú sagrado na frente da capela.
Todos sabem que, antes da próxima alvorada, a madre
da capela queima cada anotação sem lê-la, atirando as
cinzas no ar e enviando os segredos ao vento para que
apenas o espírito de Andraste ouça-os. Quase todos os
frequentadores do Ouvido de Andraste relatam uma
grande felicidade espiritual ao confessar, um sentimen-
to que faz com que retornem semanalmente e torna-os
excepcionalmente leais a este pilar da vizinhança.
O Ouvido de Andraste é comandado pela Madre
Gabriella, uma mulher séria e zelosa que não é muda,
mas foi criada em um dos orfanatos dos Baranti. Ela é
auxiliada por três sacerdotisas, também provenientes
de orfanatos, todas sobreviventes mudas de cerimônias
depravadas da Língua Silenciosa. Todas levam seus
trabalhos a sério, e todos que comparecem ao Ouvido
de Andraste têm fé em sua honestidade e devoção.
Na verdade, os papéis queimados estão em branco,
e os segredos escritos são encaminhados aos mestres
espiões da Bann Nicola.
Os irmãos e irmãs mudos da capela foram selecio-
nados para o cargo por sua propensão a seguir ordens
e não fazer perguntas. Mesmo assim, embora sejam
agradecidos pela ajuda da Bann Nicola em suas vidas
desafortunadas, são leais ao Coro e não sabem sobre a
traição dos segredos do Ouvido de Andraste.
A Madre Gabriella é extremamente devota, mas foi
apanhada em uma armadilha há muitos anos. Enquan-
to servia como irmã em uma capela diferente durante
a ocupação orlesiana, recebeu ordens de relatar a seus
superiores os segredos de certos fereldenianos proble-
máticos — segredos que ela ouvira em confidência.
Jovem e impressionável, Gabriella obedeceu. A maio-

83
Uma teia frágil
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 ria daqueles a quem traiu foi torturada e morta, junto
com suas famílias. Quando a reverenciada madre de
Gabriella designou-a para comandar um coro no Re-
fugo alguns anos mais tarde, Gabriella viu isso como
um sinal do Criador de que ela teria uma oportunidade
de purificar sua alma. Mas a Madre Gabriella logo des-
cobriu que alguém sabia de suas indiscrições passadas
e esperava que ela continuasse a compartilhar os segre-
dos de seus fiéis. Ela sofre por não poder escapar de tal
situação, mas não vê saída, e acredita que está fazendo
mais bem do que mal no Refugo.
O trabalho de reunir segredos foi facilitado no Ou-
vido de Andraste por um artefato mágico de Tevinter
presente na capela. Essa estátua de pedra branca com
a forma de um gato torna as pessoas genuinamen-
te felizes quando contam seus segredos perto dela. A
Bann Nicola pagou uma pequena fortuna pela relíquia
em sua juventude, mas o objeto vale cada moeda, pois
faz os habitantes locais voltarem semana após semana
para, inconscientemente, alimentar a fonte de informa-
ções e espionagem da Bann Nicola.
A Sociedade pela
Restauração do
Governo Imperial
Nem todos ficaram felizes com o fim do domínio
orlesiano em Ferelden. Durante três quartos de uma
era, nobres orlesianos ambiciosos mudaram-se para
Denerim à procura de fama e fortuna e tornaram-se o
coração da aristocracia de Denerim.
Quando Meghren foi deposto, muitos desses no-
bres orlesianos foram mortos por multidões ferelde-
nianas raivosas. Aqueles que sobreviveram ao expurgo
e permaneceram em Denerim foram forçados a jurar
lealdade ao Rei Maric. Embora tenham sido forçados
a devolver suas terras, a maioria foi recompensada de
acordo com o que o Rei Maric acreditava ser justo. Mui-
tos desses orlesianos ricos mas sem terras permanece-
ram em Denerim e se tornaram mercadores, mudando
seus nomes para que parecessem mais fereldenianos.
Um núcleo destes orlesianos expatriados formou a
Sociedade pela Restauração do Governo Imperial. Em-
bora teoricamente sejam dedicados à restauração de
um rei orlesiano a Ferelden, na verdade os Restaura-
cionistas são mais semelhantes a um clube social. Seus
membros ricos têm vidas confortáveis e não querem
arriscar seu conforto em uma revolução. Mesmo assim,
a existência do grupo é tecnicamente traição, e os Res-
tauracionistas permanecem escondidos.
Embora a maioria dos Restauracionistas tenha no-
mes fereldenianos, cada membro escolhe um nome or-
lesiano para usar em negócios secretos. Assim, Osgood,
o peixeiro, pode ser conhecido por seus confederados
como “Guillaume”.
84
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Os Restauracionistas essencialmente controlam a
guilda de mercadores. Recentemente, seus esforços
para manter seus lucros em alta resultaram em preços
mais altos para produtos importados. Embora isso te-
nha pouco efeito sobre os plebeus, os nobres recente-
mente descobriram que os preços de produtos de luxo
e em grande escala estão mais altos do que eles gos-
tariam. A Bann Nicola está irritada com esta situação,
pois manter sua rede de espionagem é algo muito caro.
Ser Basil,
o Bastardo
Ser Basil é um Restauracionista no início da casa dos
30 anos, filho de uma prostituta elfa e de um bann orle-
siano chamado Luc. Quando Basil nasceu, a Bann Nicola
ofereceu-se para tomar conta do iminente escândalo so-
bre o nobre e adotou Basil em um de seus orfanatos.
Quando Basil atingiu a maioridade, Nicola contou a
ele sobre sua herança e arranjou para que servisse a um
arl no interior de Ferelden. Ele logo foi sagrado cavaleiro.
Agora um nobre, Ser Basil retornou a Denerim. O
mestre espião da Bann Nicola chamado Crannoch secre-
tamente ajudou-o a ingressar nos Restauracionistas. Ser
Basil provou-se um membro leal e dedicado, escolhen-
do para si a alcunha orlesiana de “Xavier”. Crannoch
garantiu que Ser Basil descobrisse que as terras de seu
pai tinham sido dadas a um bann fereldeniano chamado
Curwen, depois que Curwen matou o pai de Ser Basil.
O Bann Curwen tem uma filha, Tanith. Nos próxi-
mos dias, a Bann Nicola vai realizar um grande baile
para anunciar publicamente o noivado de Tanith com
Adric — neto de Nicola e herdeiro da Casa Baranti.
A Bann Nicola convidou Ser Basil para o evento,
sabendo que ele quer retificar a desonra de sua família,
convencendo o Bann Curwen a oferecer-lhe a mão de
Tanith. Ser Basil descobrirá durante o evento que Ta-
nith foi prometida a Adric, mas as maquinações da Bann
Nicola levarão as coisas ainda mais longe: ela contratou
uma assassina elfa para matar o Bann Curwen, Tanith
e até mesmo seu próprio neto, Adric. Seu plano é que
Ser Basil encontre os corpos e então seja acusado por sua
própria escudeira — secretamente uma empregada da
Bann Nicola — de ter contratado a assassina (para eli-
minar Curwen e Adric) e matado Tanith (por causa da
rejeição de sua oferta de casamento).
Além de eliminar um neto problemático, a Bann
Nicola espera incriminar os Restauracionistas e os el-
fos da cidade, incitando o expurgo de ambos. O status
de sua casa aumentará (por ter trazido estas asquero-
sas maquinações à tona), e ela conseguirá mais contro-
le sobre o comércio em Denerim. Culpar os elfos é um
“extra”. A Bann Nicola sabe que o rei vem procurando
uma razão para expurgar o alienário, e tem certeza de
que ele ficará muito grato se ela apresentar essa razão.
Uma teia frágil

PNJs Principais
As seções a seguir fornecem estatísticas e detalhes
sobre os principais PNJs.
Bann Nicola Baranti
A Bann Nicola Baranti é uma mulher
ulher ferel-
nte
deniana na casa dos 70 anos, fisicamente
frágil mas excepcionalmente decidida. a.
o-
Ela é absolutamente encantadora e pro-
jeta uma imagem que beira a santida--
de. Embora seja claramente orgulhosa,,
ela cultiva bom humor em público,
rindo de suas próprias fraquezas.
Isso a torna uma pessoa agradável.
É fingimento: ela se enfurece em
segredo por quaisquer ofensas que
julgue sofrer, mas nunca deixa sua
máscara pública cair. A Bann Nicola a
teme acima de tudo a humilhação pú-
blica e, portanto, tem uma armadura
social de boa vontade do povo.
A Bann Nicola se cerca de indi-
víduos charmosos e brilhantes (até
certo ponto), mas que não são par-
ticularmente curiosos ou introme-
tidos. Seus servos são mais gentis e
fisicamente atraentes do que a maio-
ria em Denerim; ela não tolera cruel-
dade em seus guardas ou servos, e
despede qualquer um que possa es-
tragar sua boa reputação.
Bando
Bando, o secretário social e conse--
lheiro da Bann Nicola, é um anão quee
prefere não discutir as razões pelass
quais deixou Orzammar, exceto pela a mente leal a sua senhora. Um homem
frase “Uma senhora estava envolvi--
Bann Nicola Baranti
Aristocrata encantadora e planejadora astuta.
HABILIDADES (FOCOS)
5 Astúcia (Conhecimento Cultural,
Pesquisa)
8 Comunicação (Barganha, Enganação,
Persuasão, Sedução)
-1 Constituição
0 Destreza
-2 Força
–1 Magia
6 Percepção (Empatia)
0 Vontade (Coragem, Disciplina)
Uma teia frágil
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
da”. Ele é completamente leal à Bann Nicola, que por
sua vez tem nele total confiança. É preciso em suas pa-
lavras e ações, e notório por organizar eventos sociais
sob pressão esmagadora de tempo e ego. Qualquer um
que queira falar com a Bann Nicola deve primeiro ser
aprovado por Bando.
Adric BBaranti
Adric é o único neto da Bann Nicola. Um
Adri
guerreiro hábil, ele também é um bonito e
guerrei
charmoso conquistador, que goza de fama
charmo
como uma celebridade local.
co
Adric é mais esperto do que pare-
ce e descobriu o suficiente sobre os
ce,
planos
p de sua avó para suspeitar de
que
q ela esteja por trás das mortes de
seus pais. Ele herdou a ambição fria
de sua avó sem sua sede por acla-
mação popular. Embora não tenha
ainda agido contra a Bann Nicola,
acredita que esse dia chegará. Um
oportunista cruel, ele não hesitará
em mergulhar a sociedade de De-
nerim no caos se precisar. Pode ser
tanto um aliado quanto um inimi-
go
g para os PJs, dependendo de como
eles lidem com ele.
Adric não está entusiasmado com o
A
casamento
casa arranjado para ele (mas tam-
bém não teve paciência para conhecer
Tanith).
Ta Ele extravasa sua frustração
ao desfilar conquistas românticas na
frente
fre de sua avó.
Crannoch
Cr
Crannoch é o mestre espião mais
experiente da Bann Nicola, fanatica-
ex
m
curtido pelo tempo, na casa dos 60
cu
BANDO
Secretário social da Bann Nicola.
HABILIDADES (FOCOS)
3 Astúcia (Conhecimento Cultural,
Conhecimento Religioso)
5 Comunicação (Enganação,
Etiqueta, Persuasão)
2 Constituição (Vigor)
0 Destreza
2 Força
-2 Magia
3 Percepção (Empatia)
2 Vontade (Disciplina)
85
 Adric Baranti Guerreiro 5 MARISSA Maga 4
Conquistador, herdeiro e diletante. Mestra espiã iniciante e maga.
HABILIDADES (FOCOS) HABILIDADES (FOCOS)
2 Astúcia 3 Astúcia (Conhecimento Arcano,
4 Comunicação (Enganação, Persuasão) Conhecimento Histórico)
3 Constituição 2 Comunicação (Enganação)
4 Destreza (Cavalgar, Lâminas Leves) 1 Constituição
4 Força (Lâminas Pesadas) 4 Destreza (Lâminas Leves)
0 Magia 0 Força
1 Percepção 4 Magia (Lança Arcana)
1 Vontade (Coragem) 2 Percepção
VALORES DE COMBATE 3 Vontade (Disciplina)
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA VALORES DE COMBATE
14 60 14 10 VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
ATAQUES 14 36 14 0
ARMA ATAQUE DANO ATAQUES
Espada bastarda +6 2d6+5 ARMA ATAQUE DANO ALCANCE
PODERES Lança arcana +6 1d6+6 16 metros
Façanhas favoritas: golpe duplo (3 PF). PODERES
Grupos de armas: arcos, briga, lâminas leves Façanhas favoritas: penetrar armadura.
e lâminas pesadas. Poder de Feitiço: 14. Mana: 36. Feitiços: Armadura de
Talentos: Estilo de Arma Dupla (experiente), Estilo Pedra, Fraqueza, Garra do Inverno, Glifo de Paralisia
de Arma Única (novato), Estilo Desarmado (novato) e e Rajada de Fogo.
Treinamento com Armaduras (experiente). Grupos de armas: briga e cajados.
EQUIPAMENTO Talentos: Conhecimento (novato), Contatos (expe-
riente) e Linguística (novato — orlesiano).
Armadura de placas pesada, espada bastarda.
EQUIPAMENTO
Varinha e diário de confissões (veja A CONEXÃO FINAL).

anos, Crannoch não aparece pessoalmente nesta aven-

tura, pois está em Orzammar, resolvendo negócios de
sua senhora. Crannoch conhece, entende e aprova cada
um dos planos secretos que a Bann Nicola orquestra.
Crannoch pode ser um excelente inimigo de lon-
go prazo para os PJs se eles derrotarem a Bann Nicola.
Por enquanto, não se sabe se sua lealdade passará para
Adric caso Nicola morra.

Marissa
Marissa é a mestra espiã mais nova da bann. Outra
das órfãs da Bann Nicola, Marissa foi criada como filha
adotiva de Crannoch. Ela é baixa e tímida, mas atraente.
Também é uma maga do Círculo. Embora seja perigosa
e astuta, ela não é tão leal à Bann Nicola quanto Cran-
noch e, se precisar, dirá o que sabe sobre a Bann Nicola
em troca de sua vida e (se for possível) da segurança de
seu amor, Lorraine, que é a escudeira de Ser Basil.

Capitão Braedon
O Capitão Braedon é o chefe da guarda da casa da
Bann Nicola. Ele é um homem sólido na casa dos 40

86
Uma teia frágil
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 anos, sério e carismático, honrado e propenso à fúria
quando irritado. Braedon é um inimigo extremamen- Capitão Braedon Guerreiro 4
te perigoso, e muito leal a sua senhora. Ele não sabe Nobre chefe da guarda da Casa Baranti.
muito sobre qualquer um dos esquemas de chanta-
gem da bann, mas sua perspectiva não mudaria muito HABILIDADES (FOCOS)
se ele soubesse — os relacionamentos entre a nobreza 0 Astúcia (Conhecimento Militar)
são assuntos que ele faz questão de não compreender. 3 Comunicação (Liderança)
Por outro lado, uma prova do envolvimento da Bann
Nicola nas atividade perversas do culto da Língua Si- 2 Constituição (Vigor)
lenciosa instigaria sua fúria a ponto de provavelmente 3 Destreza (Lâminas Leves, Cavalgar)
matar sua senhora... A essa altura, ele provavelmente 5 Força (Lâminas Pesadas)
cometeria suicídio por seu envolvimento — ainda que -1 Magia
involuntário — na dança recorrente da Casa Baranti
1 Percepção
com o culto em Denerim.
3 Vontade (Coragem)
Braedon pode morrer na PARTE 1: O CORO DA LÍN-
GUA SILENCIOSA. Se isto acontecer, os vários papéis que VALORES DE COMBATE
ele desempenha nos encontros posteriores recaem a vá- VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
rios outros associados e empregados da Bann Nicola. 13 40 15 10
ATAQUES
Subtramas ARMA ATAQUE DANO ALCANCE

Opcionais
A Bann Nicola tem se mantido ocupada ao longo
dos anos, e o número de intrigas que ela já arquitetou
para aumentar a reputação da Casa Baranti desafia a
imaginação. Uma amostra de tramas passadas segue
abaixo. Qualquer uma dessas pode ser trazida a Uma
Teia Frágil como uma subtrama opcional — seus sobre-
viventes ou feridos pedem ajuda aos PJs para descobrir
a verdade sobre o que aconteceu com eles.
Incêndio
Os prédios de Denerim são próximos uns dos ou-
tros, e incêndios consideráveis ocorrem de tempos em
tempos. Crannoch pagou incendiários em mais de uma
ocasião para começar tais incêndios, geralmente nos
guetos ou em partes da cidade que a Bann Nicola gosta-
ria de comprar. Os guardas da Casa Baranti geralmente
estão à mão para ajudar a controlar o fogo e conduzir os
inocentes à segurança, gerando glória para sua família.
Os inimigos da Bann Nicola frequentemente são acusa-
dos por esses incêndios.
Assassinato
Ser importante o suficiente para ser alvo de uma
tentativa de assassinato significa prestígio. De vez em
quando, os mestres espiões da Bann Nicola fazem uma
tentativa falsa contra sua vida. Isto ocorre em áreas
muito públicas, para espalhar a notícia de sua sobre-
vivência fortuita (e o heroísmo de seus guarda-costas).
Besta
Espada longa
+3
+7
2d6+1
2d6+5
30/60 metros
—
PODERES
Façanhas favoritas: desarmar e golpe duplo (3 PF).
Grupos de armas: arcos, briga, lâminas leves, lâmi-
nas pesadas e lanças.
Talentos: Estilo de Arma e Escudo (experiente),
Estilo de Arma Única (novato), Treinamento com
Armaduras (experiente).
EQUIPAMENTO
Armadura de placas pesada, besta, escudo médio,
espada longa e virotes x20.
baixas passassem de algumas centenas. Os elfos mais
velhos ainda são gratos por sua gentileza. A maioria
dos imóveis de Denerim de propriedade da Bann Nico-
la foi comprada a preços ínfimos de moradores fugindo
da doença abominável.
Navios Afundados
Os agentes da Bann Nicola contrataram sabotado-
res para afundar embarcações comerciantes ancoradas
no porto de Denerim durante tempestades com alguma
frequência. Os marujos da Casa Baranti frequentemen-
te estão por perto para resgatar sobreviventes e ofere-
cer abrigo nas propriedades dos Baranti na zona portu-
ária de graça, até que sejam capazes de se reerguer. A
baixa mais recente foi um navio chamado Adaga de Sal,
afundado no início deste ano.

Praga Monstros
Há quase 40 anos, os agentes da Bann Nicola enve- Sempre que a Bann Nicola sente que sua adulação
nenaram os poços do Alienário Élfico, então “pesquisa- pública está caindo, ela secretamente importa monstros
ram” e forneceram uma cura para a praga antes que as de algum lugar em Thedas e liberta-os na cidade. Seus

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 Resolvendo Problemas de Motivação dos PJs
Aventuras como Uma Teia Frágil, cujo foco principal são as intrigas entre personagens, são diferentes
de aventuras cujos desafios principais são físicos. Uma das principais diferenças é que, frequentemente,
uma pequena decisão dos PJs pode ser o suficiente para acabar com os planos do mestre. Isto não é nem
ruim nem bom: simplesmente é assim. E para que Dragon Age RPG funcione como um jogo em que os
PJs devem fazer escolhas e lidar com as consequências, deve ser assim.
Há pelo menos dois pontos em Uma Teia Frágil em que os jogadores podem fazer escolhas capazes de
arruinar a trama. Em primeiro lugar, os jogadores podem não ficar suficientemente motivados pela
situação de Ser Greta (ou pelo problema de Andiel) para se envolver na investigação de quem está chan-
tageando a cavaleira. Se eles simplesmente recusarem esta missão, toda a aventura pode parar.
Em segundo lugar, mesmo descobrindo que a Bann Nicola está envolvida em atividades nefastas, os
PJs podem simplesmente não se importar, importando-se mais com sua conveniência financeira do que
com quaisquer implicações morais dos atos da Bann Nicola.
Ambos os problemas — e outros similares que podem surgir em Uma Teia Frágil ou em algum outro
ponto na sua campanha — podem ser resolvidos com duas abordagens diferentes.
A primeira abordagem é simplesmente improvisar logicamente a partir da situação, distanciando-se
tanto dos seus planos originais quanto a lógica e o drama exigirem. Se os PJs escolherem não aceitar o
trabalho que Andiel oferece, não há problema algum. Simplesmente continue, apresentando a eles al-
guma outra aventura. Se os PJs não se preocuparem com os planos e conspirações da Bann Nicola assim
que os descobrirem, tudo bem. É um bom momento para você apresentar uma nova missão em nome
da bann, ainda mais questionável do que a última. A vantagem desta abordagem é que usa a maior
força do RPG de mesa: qualquer coisa que os jogadores imaginem pode acontecer, mesmo que ninguém
tenha pensado nisso antes. A desvantagem é que pode não ser satisfatória para jogadores acostumados
às histórias lineares apresentadas em filmes e romances.
A segunda abordagem é fazer uma triagem para reorientar os eventos à trama principal já planejada.
Como mestre, você simplesmente determina a rota mais curta para colocar os PJs de volta ao caminho e
apresenta isso a eles até que as coisas voltem à direção que você prefere. Se os PJs não se importam com
o problema de Andiel, talvez fiquem mais motivados se Ser Greta falar com eles em pessoa, oferecendo
mais dinheiro ou alguma oportunidade política que os heróis desejam. Se os PJs não ficam alarmados
com o fato de que a Bann Nicola está descobrindo os segredos das confissões do Ouvido de Andraste,
talvez fiquem mais alarmados quando descobrirem que ela está planejando matar o Bann Curwen. A
vantagem desta abordagem é preservar a sua preparação. A desvantagem é que pode fazer com que
os personagens se sintam manipulados, o que pode acabar com a ilusão de que eles são os mestres dos
destinos de seus personagens.
Nenhuma das abordagens — improviso ou triagem — é certa para todos os mestres, todos os grupos
de jogadores, todas aventuras ou todas as situações. Às vezes, uma mistura de ambas as estratégias é
mais apropriada para resolver um problema de motivação de um personagem jogador. Simplesmente
conheça ambas as opções, tanto em Uma Teia Frágil quanto em suas próprias aventuras políticas, e use-
-as conforme apropriado.

aventureiros são despachados para caçar as criaturas Rixas entre nobres

antes que muitos cidadãos sejam mortos. Monstros que
já foram usados desta forma incluem aranhas gigantes,
crocodilos korcari e um lobisomem.
Ameaças militares externas
A Bann Nicola financia mercenários estrangeiros
para atacar Ferelden quando sente que o rei deixou as
defesas nacionais enfraquecerem. Embora tecnicamen-
te isso seja traição, ela vê estes atos como grande patrio-
tismo, pois os ataques levam ao fortalecimento do exér-
cito de Ferelden e fornecem um inimigo em comum
para os fereldenianos detestarem. Seus alvos preferidos
são orlesianos esquentados e facilmente manipuláveis.
De vez em quando, a Bann Nicola acha conveniente
colocar casas nobres umas contra as ouras, através de
informações falsas e rumores. Inevitavelmente, ambas
as famílias se enfraquecem, e emergem do conflito pa-
recendo egoístas e petulantes.
Crime
A Bann Nicola ocasionalmente financia bandidos
que param caravanas trazendo algum produto especial
para Denerim. Ela continua a fornecer seus estoques do
produto roubado a preços razoáveis por caridade, e en-
via seus guardas para destruir os bandidos.

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Uma teia frágil
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 PARTE 1
O Coro da
Língua Silenciosa
A aventura começa quando os PJs estão andando
pelas ruas enevoadas de Denerim pouco antes da meia
noite. A Madre Brianna enviou quatro grupos de cul-
tistas para fora da cidade, com a missão de voltar com
crianças sequestradas e novas línguas. Os PJs se depa-
ram com um grupo levando um garoto sequestrado e
sem língua. Depois de lidar com estes óbvios malfeito-
res, os heróis juntam forças com a guarda da casa da
Bann Nicola para derrotar os outros grupos que andam
pela cidade. Os PJs acabam no quartel-general dos cul-
tistas, onde enfrentam seu líder insano.
O principal objetivo destes encontros é apresentar a
Casa Baranti como um grupo de amigos e aliados que
procuram fazer o bem na cidade, e dar aos PJs uma razão
para conhecer a Bann Nicola. Também fornecer o elo en-
tre o Coro da Língua Silenciosa, os órfãos dos Baranti e a
capela Ouvido de Andraste. Será importante que os PJs
compreendam estas conexões mais adiante na aventura,
quando começarem a suspeitar de que a Casa Baranti
pode estar organizando e financiando os cultistas.
Se um personagem for natural de Denerim, pode
conhecer a reputação da Bann Nicola e sua casa, e até
mesmo conhecer pessoalmente alguns de seus guardas.
próximas aos portões da cidade; mercados são cercados
por lojas, armazéns e sedes de guildas, e, no meio de
tudo, casas ficam praticamente umas sobre as outras.
A posição social de uma pessoa pode ser medida
pela proximidade de sua residência em relação ao Forte
Drakon, o prédio mais alto em Denerim. Perto da forta-
leza podem ser encontradas propriedades nobres, ruas
largas, belas capelas e os lares dos príncipes mercado-
res. Mais abaixo na colina, o Bairro do Mercado é o co-
ração do agitado comércio de Denerim. O Distrito Po-
bre de Denerim, perto da base da colina, já foi chamado
de labirinto por uma boa razão, além de ser imundo
devido à lama das estradas e à falta de um sistema de
esgoto. A pior parte do Distrito Pobre é o Alienário Él-
fico, separado do resto da cidade por um muro.
Pelos padrões civilizados, as cidades fereldenianas
são anárquicas, e Denerim não é exceção. A propensão
fereldeniana para a liberdade pessoal significa que nin-
guém se preocupa demais com relação as forças da lei e
o comportamento público em geral. A Patrulha do Rei
concentra-se mais em defender a cidade e manter a or-
dem do que em impor as leis, embora tenha passado a
exercer mais este último papel com o passar do tempo.
Mesmo assim, enquanto as piores infrações são resol-
vidas, crimes triviais são frequentemente ignorados, e
os cidadãos são deixados à própria sorte. O comércio
conta com poucas regulamentações, desde que os im-
postos sejam pagos. Negócios como bordéis e casas de
jogos não apenas são tolerados: espera-se que existam.

Ambiente: Denerim Ambiente: O Refugo

Quase toda cidade fereldeniana já foi um forte ou
castelo solitário onde as pessoas da região podiam se
reunir em caso de ataque. Mas, com o passar das déca-
das e eras, os prédios cresceram para fora dessas forti-
ficações conforme os perigos da guerra desapareceram.
Este foi o caso de Denerim. O castelo principal perma-
nece — e, de fato, tornou-se uma fortaleza completa —
enquanto a cidade cresceu rapidamente ao seu redor.
Hoje, a maior parte das ruas em Denerim é de terra
batida, e somente as ruas mais ricas são calçadas com
paralelepípedos. Os prédios foram construídos — e as-
sim, ruas e becos foram formados — sem planejamento.
No máximo, os prédios são reunidos de acordo com suas
funções. Estalagens e tavernas podem ser encontradas
O Refugo, onde a PARTE 1: O CORO DA LÍNGUA SI-
LENCIOSA ocorre, é uma vizinhança pobre de servos e
trabalhadores no Distrito Pobre de Denerim, a oeste do
Bairro do Mercado e ao norte do Rio Drakon. Suas ruas
são planas e alagam-se quando chove.
O Refugo é mais seguro do que algumas vizinhan-
ças do Distrito Pobre, porque os habitantes locais fazem
o que podem para afastar criminosos, mantendo seus
filhos e seus lares a salvo. Assim, o Refugo tem muito
em comum com o Alienário Élfico: seus moradores co-
nhecem-se e cuidam uns dos outros, desde que isso não
coloque-os em perigo. Mesmo assim, não é incomum
que habitantes locais andem em grupos à noite por se-
gurança, ou que forasteiros contratem escolta armada.

“Denerim, a capital de Ferelden, começou como um posto avançado do antigo Imperium Tevinter. Seus magos
ergueram uma torre negra a partir da face de uma montanha, um símbolo do poder do Imperium. Quando o
Imperium começou a decair, a torre passou para as mãos dos teyrns que controlaram a região por um milênio.
Hoje em dia, a torre ainda permanece como o Forte Drakon, imediatamente reconhecível por qualquer navio
que se aproxime da costa rochosa. A cidade que surgiu ao seu redor foi quase esculpida a partir da montanha
em que jaz. Durante a Era do Dragão, sua população cresceu além do que a cidade pode suportar. Os bairros
apertados, unidos uns aos outros por uma rede de pontes, são construídos quase uns sobre os outros. As ruas
estreitas das Docas Baixas são quase labirínticas. O Alienário Élfico, separado por um muro, é tão superpovo-
ado que vários expurgos foram necessários para manter a ordem somente na última década.”
— extraído de À procura do conhecimento: as viagens de um estudioso do Coro, pelo Irmão Genitivi

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Uma teia frágil
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1. Cultistas na Neblina
Encontro de Combate
Os PJs se deparam com cultistas da Língua
Silenciosa carregando uma nova vítima, um
menino cuja língua foi recentemente cortada.
É uma noite fria e enevoada em Denerim. Quais-
quer tochas e lampiões, exceto os mais próximos,
são visíveis apenas como globos flutuantes de luz.
A cidade cheira a cachorro molhado.
Neste tipo de neblina, vocês conseguem ouvir as
pessoas se aproximando muito antes de vê-las. Vo-
cês diriam que a meia dúzia de pares de pés vindo
em sua direção pertence a guardas se não fosse pelo
terrível gorgolejar.
Cinco pessoas surgem da neblina. Todas usam
mantos brancos manchados de sangue. Uma delas
carrega o corpo de uma criança sobre o ombro.
Os cultistas são três homens e duas mulheres. A
criança tem oito anos, está inconsciente e sua língua foi
cortada momentos atrás. Deixe que cada PJ declare sua
resposta imediata e leve essas ações em consideração
enquanto os cultistas se detêm:
Ao ver vocês, os cinco param. “Não se intrometam,
estranhos”, cospe o corpulento homem carregando
a criança. “Isto é o trabalho do Criador”.
Um teste bem-sucedido de PERCEPÇÃO (VISÃO) con-
tra NA 9 deixa claro que algum tipo de ferimento ter-
rível foi infligido ao garoto carregado: o sangue ainda
escorre de sua boca.
Se for perguntado, o homem corpulento fala pelo
grupo enquanto eles se movem ao redor dos PJs, clara-
mente com pressa. Eles querem voltar ao seu quartel-
-general na Rua dos Tanoeiros. Embora não estejam
sendo perseguidos, eles certamente sabem que isto vai
ocorrer em breve.
As respostas do homem corpulento a perguntas re-
ligiosas são dúbias. “Nós purificamos os impuros! Ca-
lamos a heresia que não pode ser revertida! Saiam de
nosso caminho, ou experimentem a fúria do Criador!”.
Um teste de ASTÚCIA (CONHECIMENTO RELIGIOSO) contra
NA 9 sugere que, do ponto de vista teológico, estes se-
questradores estão em terreno incerto, no mínimo.
Se os heróis atacarem, os cultistas sacam suas ar-
mas (e soltam o garoto) e lutam até a morte.
Depois da luta, um PJ bem-sucedido em um teste
de ASTÚCIA (CURA) contra NA 7 descobre que a língua
do garoto foi cortada com uma faca. Uma ação ou ma-
gia de cura detém o sangramento e deixa-o inconscien-
te. Magia de cura adicional acorda-o. Ele imediatamen-
te começa a gorgolejar gritos horrorizados.
Uma teia frágil
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Com oportunidade para refletir (em outras pala-
vras, depois da luta), um PJ bem-sucedido em um tes-
te de ASTÚCIA (CONHECIMENTO RELIGIOSO) contra NA 15
lembra que um culto conhecido como o Coro da Língua
Silenciosa parece surgir em Denerim a cada punhado
de anos, não importa a eficiência com que foram ani-
quilados da última vez. Seu modo de agir — até onde
o PJ consegue lembrar — é sequestrar crianças e cor-
tar suas línguas, geralmente assassinando seus pais no
processo. Ninguém compreende totalmente a doutrina
por trás de suas ações. A teoria mais comum é que o
culto acredita que estas crianças um dia falarão here-
sias contra o Criador. Ninguém sabe como as crianças
são selecionadas.
Cultistas da Língua Silenciosa
Fanáticos religiosos iludidos.
HABILIDADES (FOCOS)
-1 Astúcia
2 Comunicação
1 Constituição
3 Destreza (Lâminas Leves)
3 Força
0 Magia
2 Percepção
1 Vontade (Coragem, Disciplina)
VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
12 30 14 4
ATAQUES
ARMA ATAQUE DANO
Adaga +5 1d6+4
Espada curta +5 1d6+5
PODERES
Façanhas favoritas: derrubar (para que possam fugir).
Grupos de armas: arcos, briga, cajados e lâminas leves.
Talentos: Estilo de Arma Única (novato).
EQUIPAMENTO
Mantos sobre armadura de couro pesada e espada
curta. Seu líder (que carrega o menino) também tem
a língua do garoto e um pedaço de papel com quatro
endereços, um dos quais está circulado.
“Atmosfera Noturna”
Enquanto os PJs estiverem ao ar livre durante a
PARTE 1: O CORO DA LÍNGUA SILENCIOSA, são afeta-
dos pela neblina e escuridão da noite de Denerim.
Sofrem uma penalidade de –2 na maior parte dos
testes de Percepção, e também em rolagens de ata-
que à distância.
91
 Enquanto os PJs estão tentando decidir o que fazer,
mais passos são ouvidos. Momentos depois, quatro ho-
mens em armaduras de cota de malha pesada, carre-
gando espadas, aparecem na neblina. O emblema da
Casa Baranti está estampado em seus escudos.
2. A Guarda
dos Baranti
Encontro de Interpretação
Os guardas da Casa Baranti chegam e recrutam a
ajuda dos PJs para rastrear outros cultistas.
Vocês os ouvem correndo antes de enxergá-los. En-
tão, quatro homens, vestindo cotas de malha pesa-
das e carregando espadas, surgem da neblina. Eles
param ao ver os corpos, e um deles fala:
“Sou Braedon, capitão da guarda da casa da Bann
Nicola Baranti”. Ele indica os corpos dos cultistas e
continua: “Descobrimos que esses desgraçados es-
tavam em ação novamente esta noite. Não fomos
rápidos o bastante para deter o primeiro sequestro.
Graças ao Criador vocês cuidaram deste”.
Braedon exibe um pedaço de papel com quatro
endereços, semelhante ao que vocês encontraram.
“Há mais dois grupos por aí, e não temos tempo.
Quem são vocês? Podem ajudar?”.
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As estatísticas do Capitão Braedon são dadas na
seção PNJS PRINCIPAIS, na página 87. As estatísticas de
seus guardas comuns aparecem nesta seção, na página
ao lado. Só é preciso um teste de ASTÚCIA (HERÁLDICA)
contra NA 7 para identificar os emblemas da Casa Ba-
ranti nos escudos dos guardas.
Um teste de PERCEPÇÃO (EMPATIA) contra NA 9 su-
gere que Braedon está furioso consigo mesmo, prova-
velmente por não ter conseguido deter dois sequestros.
Se a pergunta surgir, Braedon explica mais sobre
sua suspeita de que estes são cultistas do Coro da Lín-
gua Silenciosa, e oferece as informações básicas sobre o
culto que os PJs podem ou não ter lembrado com base
em seu teste no encontro anterior.
Presumindo que os PJs queiram ajudar a rastrear
os cultistas remanescentes, Braedon propõe um plano:
“Há mais dois endereços. Investiguem o da Rua da
Andorinha. Nós pegaremos o da Alameda Dogget,
e deixarei um de meus homens com o menino”.
Ele acrescenta, a respeito do menino: “Viemos de
sua casa. Pais assassinados”. Então faz uma careta,
mostrando os dentes.
“Se não nos virmos novamente à noite, procurem-
-me amanhã na propriedade da Bann Nicola Baran-
ti. Haverá uma recompensa”. Sem esperar por seu
consentimento, Braedon e seus homens partem.
Uma teia frágil
 Guardas dos Baranti Enquanto vocês se aproximam da casa na Rua da
Andorinha, veem a porta da frente aberta. A casa
Soldados profissionais empregados pela Bann Nicola. está escura. O que vocês fazem?
HABILIDADES (FOCOS)
0 Astúcia (Conhecimento Militar) A linha de tempo básica dos eventos é a seguinte:
0 Comunicação Quando os cinco cultistas chegaram aqui (mais ou
menos enquanto os PJs estavam conversando com Bra-
2 Constituição (Vigor)
edon), uma entrada barulhenta deu à família tempo su-
2 Destreza (Arcos) ficiente para se trancar no quarto de sua pequena casa.
4 Força (Lâminas Pesadas) Mas é só questão de tempo até que os cultistas consi-
0 Magia gam quebrar a porta barricada.
0 Percepção Se os PJs não se atrasaram, chegam quando três cul-
1 Vontade tistas estão na sala da frente, tentando abrir a porta. Um
de seus comparsas está vigiando o beco atrás da casa
VALORES DE COMBATE para evitar qualquer fuga através da janela enquanto o
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA quinto — um mago apóstata — prepara-se para dispa-
12 40 14 7 rar uma rajada arcana contra a porta.
ATAQUES A luz turva não é uma vela, mas um lume mágico
ARMA ATAQUE DANO ALCANCE ativado pelo apóstata.
Besta +4 2d6+1 30/60 metros Um sucesso em um teste de PERCEPÇÃO (VISÃO OU
Espada longa +6 2d6+4 — AUDIÇÃO) contra NA 11 revela informações que depen-
PODERES dem do dado do dragão. Se vários PJs tiverem sucesso
no teste de Percepção, espalhe as informações da tabela
Façanhas favoritas: desarmar e escaramuça.
SEQUESTRO CULTISTA entre eles, incluindo o melhor re-
Grupos de armas: arcos, briga, lâminas pesadas
sultado do dado do dragão.
e lanças.
Talentos: Estilo de Arquearia (novato), Treinamento Os quatro cultistas mundanos têm as mesmas esta-
com Armaduras (novato) e Estilo de Arma e Escudo tísticas daqueles que os heróis enfrentaram na PARTE 1:
(novato). 1. CULTISTAS NA NEBLINA. As estatísticas do apóstata são
EQUIPAMENTO dadas abaixo.
Armadura de cota de malha pesada, besta, escudo Caso sejam atacados, os cultistas lutam até a morte.
médio, espada longa e virotes x20. Se houver uma luta audível entre os PJs e os cultistas
dentro da casa, o cultista do beco circunda até a frente
da casa, esperando atacar os heróis por trás.
O endereço da Rua da Andorinha fica nesta mesma
vizinhança, a cerca de cinco quadras em direção ao rio. A garota que os cultistas pretendiam sequestrar
chama-se Tessa. Nem ela nem seus pais (trabalhadores
das docas chamados Hother e Lania) têm ideia de por
3. Cultistas na Rua quê foram escolhidos para este ataque. São uma família

da Andorinha Sequestro Cultista

Encontro de Combate
Os PJs deparam-se com um sequestro em andamento.
Se os PJs não se demorarem antes de ir à Rua da
Andorinha, chegam enquanto os cultistas estão dentro
da casa e a família ainda está viva.
Enquanto vocês se aproximam, nada parece fora do
comum na casa da Rua da Andorinha. A casa está
escura por dentro, exceto por uma única luz fraca,
provavelmente de uma única vela. Façam um teste
de PERCEPÇÃO (VISÃO OU AUDIÇÃO).
Mas, com qualquer atraso substancial, os heróis che-
gam depois que a língua da garota foi cortada e sua famí-
lia foi morta. Se isso tiver acontecido, o texto a ser lido é:
DADO DO
VISTO OU ESCUTADO
DRAGÃO
1 Você ouve gritos abafados vindos de den-
tro. Parece alguém pedindo ajuda!
2a3 Você também consegue ouvir batidas e
palavrões — como se alguém estivesse
tentando arrombar uma porta.
4a5 A luz na janela não tremeluz como uma
vela. Parece algum tipo de mágica. Um teste
de ASTÚCIA (CONHECIMENTO ARCANO) contra
NA 13 indica que a luz é um Lume Mágico.
6 Você vê uma sombra se mover por uma
parede perto da entrada do beco que pare-
ce se estender por trás da casa. Há alguém
nos fundos.

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 pobre, e ficam no quarto trancado até que sejam mortos
Apóstata da Língua Silenciosa Mago 2 pelos cultistas ou persuadidos a sair pelos PJs, com um
teste de COMUNICAÇÃO (PERSUASÃO) contra NA 11. En-
HABILIDADES (FOCOS)
quanto isso, continuam gritando por socorro.
2 Astúcia (Conhecimento Natural)
O apóstata tem um papel igual ao que os PJs encon-
1 Comunicação (Enganação) traram no beco e ao que Braedon tinha (mas o endereço
0 Constituição da Rua da Andorinha está circulado). Entretanto, há
2 Destreza (Cajados) algo escrito na parte de trás:
-1 Força Línguas Silenciosas não falam heresias! Tragam
4 Magia (Lança Arcana) para Madre Brianna. Fim da Rua dos Tanoeiros.
1 Percepção Se os PJs perderam tempo enquanto iam à Rua da
3 Vontade Andorinha e descobriram a porta da casa aberta, che-
gam tarde demais. Hother e Lanie jazem mortos e Tessa
VALORES DE COMBATE
se foi. Você tem duas opções:
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
• Pode permitir que os PJs façam um teste de PERCEP-
12 25 12 4* ÇÃO (AUDIÇÃO) contra NA 11 para ouvir o som dos
ATAQUES cultistas fugindo com Tessa em seus ombros. Uma
ARMA ATAQUE DANO ALCANCE perseguição provavelmente vem a seguir.
Cajado longo +4 1d6 — • Pode simplesmente permitir que os PJs falhem.
Lança arcana +6 1d6+4 16 metros Neste caso, os PJs encontram a Bann Nicola (presu-
PODERES mindo que vão à sua mansão na mesma noite ou no
dia seguinte) sob circunstâncias nada triunfantes e
Façanhas favoritas: feitiço poderoso e postura defen-
descobrem que Braedon e seus guardas ainda não
siva.
voltaram da Rua dos Tanoeiros.
Grupos de armas: briga e cajados.
Poder de Feitiço: 14. Mana: 26 (18**). Feitiços: Arma- Presumindo que os PJs encontraram o bilhete com
dura de Pedra, Bomba Ambulante, Lume Mágico e os endereços, provavelmente seguirão a pista da Rua
Rajada Arcana. dos Tanoeiros.
Talentos: Cirurgia (novato) e Conhecimento (novato).
*Por armadura de pedra.
**Depois de usar Armadura de Pedra e Lume Mágico. 4. O Coro da
EQUIPAMENTO
Cajado longo e varinha.
Língua Silenciosa
Encontro de Exploração e Combate
Os PJs entram na capela da
Língua Silenciosa e confrontam
a louca Madre Brianna.
O quartel-general do Coro
da Língua Silenciosa fica em
um prédio abandonado no
fim da Rua dos Tanoeiros, no
norte do Refugo, encostado no
muro norte da cidade.
Tendo derrotado os cul-
tistas na Alameda Dogget,
Braedon e os guardas sobre-
viventes chegaram antes dos
PJs à Rua dos Tanoeiros. Infe-
lizmente, eles foram nocaute-
ados e levados escada acima
para serem sacrificados quan-
do os cultistas quiserem.
Quando os PJs chegarem,
leia o texto a seguir.

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 De fora, o prédio no fim da Rua dos Tanoeiros não Capangas da Língua Silenciosa Guerreiro 5
parece diferente daqueles ao redor. É feito de pe-
dra, encostado no muro da cidade, tem dois anda- Ao contrário dos cultistas comuns enviados para
res e só uma porta. matar pais e sequestrar crianças, estes são guerreiros
veteranos e com treinamento.
Qual é o seu plano?
HABILIDADES (FOCOS)
As seções a seguir descrevem as várias câmaras 1 Astúcia
e aposentos mostrados no mapa do Coro da Língua 1 Comunicação
Silenciosa, abaixo. 3 Constituição (Vigor)
Entrada 2 Destreza (Lâminas Leves)
Esta sala, iluminada por tochas bruxuleantes, qua- 5 Força (Machados, Escalar)
se não tem mobília. O chão imundo é coberto por qua- -1 Magia
se duas dúzias de colchonetes de palha. Dois cultistas
2 Percepção (Audição)
aguardam aqui pelo retorno dos sequestradores. Eles
são um pouco melhores em combate do que os cultis- 2 Vontade (Disciplina)
tas que os heróis enfrentaram até agora e, tendo acaba- VALORES DE COMBATE
do de sobreviver ao ataque de Braedon, vestiram suas VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
armaduras e estão com suas armas em mãos, só por 12 55 12 7
precaução. Suas estatísticas podem ser encontradas a
seguir. Eles lutam até a morte. ATAQUES
ARMA ATAQUE DANO
Cozinha
Machado de duas mãos +7 3d6+5
Este aposento sujo, cheio de insetos e crostas de al-
PODERES
guma pasta seca, é usado como cozinha comunal.
Façanhas favoritas: golpe duplo (3 PF) e golpe poderoso.
Sala de oração Grupos de armas: armas de contusão, briga, macha-
Esta sala de meditação tem chão de madeira e está dos, lâminas leves e lâminas pesadas.
escura. É usada por cultistas para orar por sabedoria; Talentos: Estilo de Arma Única (novato), Estilo de
na verdade, a meditação praticada aqui facilita à Madre Arma de Duas Mãos (experiente) e Treinamento com
Armaduras (experiente).
Brianna influenciar as mentes de seus devotos. Um pe-
queno cristal usado na meditação fica no centro exato EQUIPAMENTO
da sala e vale 90 PP. Armadura de malha pesada, machado de duas mãos.
Sala comunal
Os cultistas da Língua Si-
lenciosa usam esta sala suja
para sentar-se, conversar e
rezar. Os três cultistas mortos
no canto e o sangue fresco no
chão indicam que houve uma
luta aqui recentemente. Um
teste de PERCEPÇÃO (VISÃO)
contra NA 11 sugere que o
sangue se originou de mais
combatentes do que somen-
te os três corpos que restam
(aqui Braedon e seus homens
lutaram contra os três cultis-
tas mortos e os dois sobrevi-
ventes da entrada).
Sala de rituais
A grande sala escada aci-
ma não possui nenhuma mo-
bília, mas conta com quase

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 cinquenta espelhos nas paredes, refletindo o interior da
sala em uma miríade de ângulos estranhos e perturba-
dores. Quando os PJs entram, leia o seguinte.
O andar superior é uma única sala sem móveis,
cujas paredes estão cobertas de dezenas — talvez
centenas — de espelhos de todas as formas e des-
crições. No meio da sala está uma linda e esbelta
mulher, vagarosamente girando sem sair do lugar,
balançando-se para frente e para trás, admirando
seus muitos reflexos. Braedon e dois outros guar-
das inconscientes estão aos seus pés. A mulher se
vira para vocês com um sorriso angelical.
“Bem-vindos ao Coro da Língua Silenciosa, onde os
cânticos do Criador são entoados e todas as blasfê-
mias são erradicadas. Vocês silenciaram as línguas
dos pecaminosos? Trouxeram minhas crianças?”.
Seus olhos de repente se tornam duros. “Onde está
sua oferenda?” ela exige.
Se os PJs atacarem imediatamente, a Madre Brianna
tenta negociar com eles. Deseja que eles compreendam
que ela é um espírito valoroso que faz o trabalho do
Criador ao erradicar os injustos e profanos antes que
possam pecar. Se for pressionada, ela oferece partir
sem luta. Se os PJs recusarem, ela coloca seu pé sobre
o pescoço de Braedon e oferece a vida do capitão em
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troca de sua própria segurança. Certifique-se de usar
o poder Encantar da Madre Brianna (veja sua ficha na
página ao lado) da melhor forma possível ao conduzir
suas interações com os heróis.
A oferta de Brianna para partir em paz é legítima,
mas sua insanidade dificulta que compreenda quando
mortais estão mentindo. Ou seja, é fácil para os PJs ofe-
recer a ela passagem em segurança e então emboscá-la,
se quiserem.
Se os PJs matarem o corpo hospedeiro da Madre
Brianna, suas últimas palavras são “...que a vontade do
Criador seja feita”.
Braedon e os outros guardas podem ser desperta-
dos uma vez que a Madre Brianna esteja morta ou te-
nha partido, presumindo que ela não os tenha matado.
Eles oferecem sinceros agradecimentos e convidam os
PJs para conhecer a Bann Nicola no dia seguinte, per-
guntando onde um convite formal pode ser entregue
antes que partam para fazer seu relatório à bann.
Um baú trancado no outro lado da sala contém o
dinheiro que o culto possui. Um teste de DESTREZA (AR-
ROMBAMENTO) contra NA 13 ou de FORÇA (PODERIO MUS-
CULAR) contra NA 15 são suficientes para abri-lo. Dentro
dele há uma pequena bolsa com 1 PO e 55 PP, uma ou-
tra bolsa com 113 PC, três frascos com poções de cura e
dois fracos com poções de lyrium.
Uma teia frágil
 Madre Brianna
Uma infeliz jovem possuída por um espírito do Turvo.
HABILIDADES (FOCOS)
4 Astúcia (Enganação, Sedução)
4 Comunicação
2 Constituição
3 Destreza
5 Força
6 Magia
2 Percepção
4 Vontade
VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
13 60 13 0 casa da jardinagem também ficam na propriedade.
ATAQUES
ARMA ATAQUE DANO
Garras +5 1d6+5 (P)
PODERES
Encantar: a Madre Brianna é sobrenaturalmente per-
suasiva. Enquanto puder falar, uma vez por rodada
ela pode fazer um teste oposto de COMUNICAÇÃO (SE-
DUÇÃO) contra VONTADE (DISCIPLINA) contra um alvo, ou
um teste oposto de COMUNICAÇÃO (ENGANAÇÃO) contra
VONTADE (DISCIPLINA) contra todos os alvos que podem
ouvi-la. Ela recebe um bônus de +2 para o primeiro
tipo de teste, porque concentra seu poder numa víti-
ma. Qualquer PJ derrotado no teste de Enganação não
pode atacá-la por uma quantidade de rodadas igual
ao resultado do dado do dragão do teste de Brianna.
Um PJ derrotado no teste de Sedução sofre ainda
mais, defendendo-a fisicamente de ataques por uma
quantidade de rodadas calculada da mesma forma.
Resistência a magia: a Madre Brianna recebe um
bônus de +3 para resistir a feitiços e efeitos mágicos.
Garras Sobrenaturais: as garras da Madre Brianna
causam dano penetrante.
EQUIPAMENTO
Nenhum.
PARTE 2
Uma Recepção
Calorosa
Depois de ouvir sobre o trabalho dos PJs contra os
cultistas da Língua Silenciosa, a Bann Nicola quer co-
nhecê-los, para discernir se são uma ameaça ou aliados
em potencial. Ela está certa de que não deixou pistas
ligando-a ao culto, mas sua longevidade é prova de que
é melhor prevenir do que remediar.
Uma teia frágil
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Ambiente: a Mansão Baranti
A Bann Nicola vive em sua mansão em Denerim.
Um administrador competente atende às necessidades
dos fazendeiros e artesãos que teoricamente estão sob
proteção no Bannorn.
A Bann Nicola vê sua casa como uma amostra de
sua classe e sofisticação. Ela está bem ciente de que al-
guns aristocratas de Denerim podem considerar sua fa-
mília como novos-ricos sem refinamento. Nicola com-
bate isso exageradamente, lutando para decorar com
bom gosto, criando um lar imponente que lembre os
visitantes do seu status e riqueza.
A casa fica situada perto do palácio real em Dene-
rim. Seu terreno é cercado por um muro de pedra de
2,5 metros de altura com um portão de ferro adornado.
Um alojamento para os guardas, um estábulo e uma
A casa principal consiste de quatro andares. O po-
rão (não incluso no mapa) é onde os criados moram e
fazem suas tarefas servis. Há duas entradas externas
para o porão, na frente e nos fundos da casa, e uma
escada interna permite que os servos subam e desçam
ao andar térreo. A outra área não mapeada é o sótão,
usado para armazenamento.
Os dois andares principais da mansão são mape-
ados (veja a página 98) e, em grande parte, autoexpli-
cativos. Os quartos de hóspedes são grandes e podem
ser subdivididos com cortinas pesadas, que também
ajudam a manter o calor das lareiras.
A Bann Nicola prefere sentar-se na biblioteca, a me-
nos que esteja recebendo convidados. Adric geralmen-
te entretém suas convidadas em seu quarto. Bando está
em todos os lugares ao mesmo tempo, um furacão de
organização doméstica.
A menos que fiquem hospedados com a Bann Nicola,
os PJs levantam suspeitas se saírem do andar principal.
1. Um Convite Formal
Encontro de Interpretação
Os PJs são formalmente convidados
para jantar com a Bann Nicola.
Vocês estão cumprindo sua rotina matinal quando
há uma batida na porta. Vocês a abrem e uma mu-
lher bem vestida de cabelo curto se apresenta de
maneira respeitosa.
“Bom dia, meu(s) senhor(es). Sou Sheila, uma serva
da Bann Nicola Baranti. Permitam-me apresentar
um convite para jantar na Mansão Baranti esta noi-
te, em honra ao seu serviço a Denerim”.
Ela estende um convite em pergaminho elegante,
selado com cera.
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 O convite é direto, escrito com uma bela caligrafia.
Sheila gostaria de voltar à sua senhora com notí-
cias de que os heróis aceitam o convite, portanto ela
respeitosamente — e indiretamente, se possível — su-
gere que os PJs digam a ela se planejam aceitar antes
que ela parta.
Se julgar adequado com base na postura e aparên-
cia dos PJs, Sheila educadamente oferece — em nome
da bann, é claro — os serviços de um alfaiate local para
preparar os trajes adequados. Ela não insiste se os PJs
recusarem ou parecerem desinteressados, mas a oferta
é genuína. Ela entrega a qualquer interessado o ende-
reço de um alfaiate que fornece roupas de qualidade
em poucas horas, cuja conta será enviada à Bann Ni-
cola. Segundo sua decisão como mestre, os PJs podem
ser encaminhados tanto para a loja de Ragnar Traken
quanto para o seu rival Kenzie, como uma completa
coincidência. Veja a PARTE 5: 2. O ALFAIATE.
Antes de partir, Sheila pergunta se os PJs precisam
de uma carruagem para pegá-los à noite, que ela garan-
te que será enviada, caso seja necessária.
Se os PJs procuram informações sobre a reputação
da Bann Nicola, um teste de ASTÚCIA (INVESTIGAÇÃO)
contra NA 11 revela que é uma mulher de grande sta-
tus, conhecida por recompensar pessoalmente aqueles
que agem heroicamente em serviço de Ferelden e de
sua capital. Embora algumas pessoas considerem-na
uma esnobe apesar das origens humildes, a maioria
dos habitantes gosta dela, devido às obras de caridade
que ela financia.
2. Jantar com a Bann
Encontro de Interpretação
A Bann Nicola agradece aos heróis pelo seu serviço a
Denerim, e pode oferecer-se para se tornar sua benfeitora.
A Mansão Baranti é uma linda propriedade com
jardins bem tratados, bem perto do Castelo Drakon.
Embora a construção de pedra do prédio marque-
-o como uma das mansões mais velhas na cidade,
vocês podem ver que muitas melhorias recentes
também foram feitas. Certamente é um dos prédios
mais elegantes da rua.
Quando os PJs chegam à mansão da Bann Nicola,
são tratados como heróis independentemente de sua
aparência. Braedon cumprimenta-os à porta e os con-
duz à grande escadaria para uma sala de estar no se-
gundo andar, cujas janelas contemplam os impressio-
nantes jardins.
A Bann Nicola entra na sala e recepciona os heróis
apenas alguns momentos mais tarde, oferecendo a
eles bebidas e petiscos. Ela aprecia genuinamente seu
papel ao ajudar os guardas na luta contra os cultis-
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tas, e está realmente interessada em ouvir sua história
sobre aqueles eventos, bem como em seu passado e
histórias em geral.
Se os PJs ainda não souberem, ela conta um pou-
co da história do Coro da Língua Silenciosa: como eles
reaparecem de tempos em tempos e como ela trans-
formou seu extermínio em um objetivo pessoal. Ela
se compadece com o triste destino da pobre criança a
quem o culto tornou órfã e deixou muda, mencionando
seus orfanatos de caridade e o treinamento sacerdotal
que ela fornece às vítimas do culto.
O Capitão Braedon, Bando e Adric se juntam à
bann e aos PJs para o jantar, que é servido no primeiro
andar. Adric está acompanhado de Yolanda, a jovem
e radiante filha de um mercador de Denerim de quem
a Bann Nicola não gosta. Nicola suspeita (corretamen-
te) de que Adric está simplesmente tentando irritar sua
avó, devido ao seu noivado iminente.
O jantar é uma excelente oportunidade para os PJs
conhecerem os PNJs importantes de Uma Teia Frágil.
• Braedon está um pouco tristonho se Madre Brianna
tiver escapado por sua causa.
• Bando ocasionalmente (mas sempre em pausas na
conversa) pergunta à Bann Nicola sobre o grande
baile vindouro. Com um teste de PERCEPÇÃO (EMPA-
TIA) contra NA 9, fica claro que estas preparações to-
mam a maior parte de sua atenção no momento.
• Adric demonstra respeito para com sua avó, mas
um PJ bem-sucedido em um teste oposto de PER-
CEPÇÃO (EMPATIA) contra COMUNICAÇÃO (ENGANAÇÃO)
percebe que ele está tentando agradá-la e que há
uma irritação sutil — talvez até mesmo raiva — nas
coisas que ele diz para e sobre ela.
• Yolanda é educada e tem boas maneiras, mas sua
cabeça é desprovida de pensamentos originais.
A Bann Nicola faz questão de mencionar algumas
das obras de caridade que ela já fez pela cidade, embo-
ra Bando também seja treinado para mencionar estes
assuntos para que a bann não pareça vaidosa ao falar
sobre si mesma o tempo todo. Além dos orfanatos,
provavelmente surge na conversa o fato de que Nicola
esteve à frente da estabilização de Denerim depois da
rebelião contra os orlesianos, ajudou a estabelecer ca-
pelas e distribuir comida no Distrito Pobre e é amada
no Alienário Élfico por sua gentileza com os elfos. Se
for perguntada sobre como pode pagar por todas essas
caridades e ainda viver no luxo, Nicola observa que seu
exemplo é contagiante entre os outros banns de Dene-
rim, que também desejam contribuir às suas obras de
caridade (na verdade, ela obriga seus patrocínios atra-
vés de chantagem).
Como uma anfitriã educada (e porque uma grande
parte de sua motivação ao organizar o jantar é coletar
informações), a Bann Nicola faz várias perguntas aos
99

“Protegidos da Bann Nicola”
Se os PJs aceitarem a oferta da Bann Nicola de fi-
nanciar suas atividades, descobrem que as despe-
sas comuns que eles fazem em Denerim são pagas
de forma rápida e eficiente. A proteção da bann
abre portas em quase qualquer lugar onde os PJs
vão, o que é especialmente útil para elfos.
Além disso, os menestréis da bann espalham bo-
atos para que todos em Denerim saibam que sua
casa está associada com os PJs e seu heroísmo.
Notícias de quaisquer sucessos que os PJs tenham
(especialmente se você inserir aventuras adicio-
nais entre a PARTE 2: UMA RECEPÇÃO CALOROSA e
a PARTE 3: QUEBRA DE CONFIANÇA) se espalham em
Denerim, construindo a reputação dos heróis (e,
por extensão, a reputação da Bann Nicola) com
uma velocidade impressionante. Da mesma for-
ma, os PJs são intimados e censurados por quais-
quer falhas ou constrangimentos — especialmente
falhas públicas — com igual rapidez. A principal
preocupação da Bann Nicola, afinal de contas, é
sua boa reputação.
PJs. Quais foram suas vitórias no passado? Quais são
suas esperanças e sonhos? O que os traz a Denerim? Já
colocaram suas vidas em risco por uma crença ou cau-
sa? Como se sentem lutando contra os crimes triviais
que parecem sempre preencher as ruas de Denerim?
A Bann Nicola convida qualquer PJ nobre ao seu
grande baile. Outros podem também receber convites,
se seus status ou passados trouxerem glória a ela por
sua presença.
No fim de uma soberba refeição com vinho caro,
frango assado e nug (um dócil porco-coelho encontra-
do nas estradas profundas perto de Orzammar) api-
mentado, a Bann Nicola efusivamente agradece aos PJs
uma última vez.
Se suas interações com os PJs forem condizentes
com isso, ela termina a noite dizendo que ficaria honra-
da em financiar as atividades aventureiras dos PJs con-
tinuamente. Em troca do pagamento de suas contas por
hospedagem, estábulos, comida, bebida e equipamen-
tos, ela ofereceria a eles certas missões que excedem as
capacidades de seus guardas comuns (e por “oferece-
ria”, ela claramente quer dizer que espera que eles acei-
tem essas tarefas sem pagamento). Veja a caixa de texto
PROTEGIDOS DA BANN NICOLA para mais informações.
Independentemente da resposta dos PJs, a Bann Ni-
cola permanece amigável, desejando que eles a vejam
como uma aliada. Mesmo que os PJs recusem, espalha-
-se o boato de que os heróis atuaram segundo os inte-
resses da Bann Nicola ao ajudá-la a derrotar o culto, e
os PJs logo descobrem que mesmo estranhos em taver-
nas de Denerim pagam bebidas a eles e agradecem.
100
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
PARTE 3
Quebra de
Confiança
Uma vez que se espalhe a notícia de que os PJs são
heróis e que estão associados à Bann Nicola, eles são
abordados por uma mulher chamada Andiel, serva de
uma cavaleira fereldeniana chamada Ser Greta. Andiel
tem um problema com sua senhora que espera que os PJs
possam resolver sem muito alarde. As investigações dos
PJs levam-nos à capela no Refugo conhecida como Ouvi-
do de Andraste, e eles acabam por descobrir que esta é a
fachada de algum tipo de espionagem organizada. Inves-
tigações posteriores levam-nos de volta à Bann Nicola.
Não há conexão direta entre as atividades das PAR-
TES 1 e 2 e a ação que começa com a PARTE 3. Embora
você possa continuar diretamente, a aventura não fica
prejudicada — e pode até mesmo funcionar melhor, de-
pendendo da sagacidade dos seus jogadores — se aven-
turas não relacionadas acontecerem entre as partes. Po-
dem ser aventuras de sua própria autoria, em Denerim
ou fora da cidade. Você pode inserir Fúria Âmbar ou
Onde as Águias Vivem, ou elaborar qualquer uma das
sementes de aventuras apresentadas neste livro.
Ser Greta
e a Bann Nicola
Ser Greta é uma fereldeniana leal que um dia teve
um caso romântico com um nobre. Este nobre revelou-
-se um espião orlesiano que tentou assassinar o Teyrn
Logain. Embora o espião tenha sido morto durante a
tentativa de assassinato e ninguém (a não ser Andiel)
jamais tenha descoberto seu caso com Ser Greta, Ser
Greta carrega um pesado fardo de culpa desde então.
Para aplacar sua consciência, ela se esforça ao máximo
para vigiar contra influências orlesianas em Ferelden.
Isto obviamente a coloca em atrito contra os Restaura-
cionistas, e ela recentemente gastou um tempo conside-
rável investigando as atividades do grupo em Denerim.
Ela acredita ter localizado a sede de suas atividades lo-
cais, na loja do popular alfaiate Ragnar Traken.
Ser Greta está completamente incorreta em suas
suspeitas sobre o papel da loja de Ragnar, mas suas
investigações são um problema para a Bann Nicola.
Se Ser Greta for a público com suas suspeitas sobre os
Restauracionistas antes que os planos da Bann Nicola
deem frutos, a nobre perderá o crédito que obteria por
revelar a sociedade secreta. Assim, a Bann Nicola es-
pera manter Ser Greta em xeque até depois do grande
baile, quando então ela ativamente recrutará a cavalei-
ra para ajudar seus guardas a descobrir os traidores or-
lesianos em seus vários esconderijos (além de intimidá-
-los para que aceitem suas exigências econômicas).
Uma teia frágil
 “VOCÊ SER
1. A Serva GRETA?”
CONTOU A ALGUÉM SOBRE O SEGREDO DE

Preocupada
Encontro de Interpretação
Uma serva preocupada aborda os PJs em busca de ajuda.
Localize esta cena em qualquer local que faça sentido
em Denerim. Se os PJs estão hospedados na mansão da
Bann Nicola enquanto ficam na cidade, Andiel procura
por uma oportunidade fora dos muros da propriedade.
Não!
(Mas, após um momento de reflexão:)
Bem... Meses depois do fato, anos atrás, eu sussurrei —
por me sentir culpada por meu próprio envolvimento! — para
um irmão mudo na capela do Ouvido de Andraste, onde faço
minha confissão semanal ao Criador. E não tenho vergonha
de admitir que tirar isso do meu peito fez-me sentir melhor.
Minhas confissões lá sempre fazem isso.

Uma anciã os aborda. Ela veste as roupas simples da “CONFISSÃO SEMANAL? ONDE FICA ESSA CAPELA?”
serva de uma pessoa com riquezas mas sem um alto Eu moro no Refugo. Há mais de uma década venho ento-
título, talvez um cavaleiro ou mercador. Seus olhos ando o cântico no Ouvido de Andraste. É um costume local
são tristes, sua linguagem corporal é angustiada. que os irmãos e irmãs mudos lá ouçam as confissões de seus
paroquianos toda semana. Se querem a minha opinião, o Coro
“Por favor, boas almas. Imploro que falem comigo
faria bem em espalhar o costume por Ferelden. Pergunte a
em particular”.
qualquer um que mora no Refugo e teme o Criador, se qui-
serem. Uma confissão no Ouvido de Andraste purifica sua
Uma vez que esteja em um local de relativa priva-
alma de qualquer aflição, podem confiar.
cidade, Andiel explica que é a ama pessoal de uma ca-
valeira chamada Ser Greta. Alguns anos atrás, Ser Greta “O IRMÃO QUE OUVIU SUA CONFISSÃO PODERIA TER-LHE
teve um malfadado caso amoroso com um orlesiano cha- TRAÍDO?”
mado Philippe, que era (sem que Ser Greta soubesse) um Não acreditaria nisso nem por um instante em uma dú-
espião e assassino. Philippe foi morto pelo próprio Teyrn zia de vidas.
Logain em uma tentativa de assassinato fracassada. Nos
anos seguintes, Ser Greta tem se dedicado especialmente “PODEMOS FALAR COM SER GRETA SOBRE ISSO?”
a defender Ferelden de infiltradores orlesianos. Por favor, não! Ela já está furiosa. Mesmo que finjam que
não os contratei e não contei o segredo, ela não acreditará.
Somente Greta, Philippe e Andiel sabiam sobre
Serei demitida com certeza, e cairei na miséria rapidamente.
a ligação escandalosa e constrangedora entre Greta e
Philippe. Mesmo assim, na semana passada, Ser Gre-
ta recebeu um bilhete anônimo informando-a de que
sua indiscrição era conhecida, e que ela deveria pa-
rar de investigar a “sociedade orlesiana”, ou o Teyrn
Logain seria informado de sua cumplicidade na
tentativa de assassinato.
Ser Greta está furiosa com sua serva. Acredita que
Andiel permitiu que a informação vazasse. Andiel ofe-
rece as economias de sua vida toda (267 PP, que ela co-
meça a contar melancolicamente na frente dos PJs) em
troca da ajuda dos heróis para limpar seu nome com
sua senhora.

Perguntas e Respostas
“POR QUE SER GRETA TEME TANTO QUE SEU CASO SE
TORNE PÚBLICO?”
Ser Greta teme que sua reputação seja arruinada caso
seja divulgado que ela esteve envolvida com um homem que
tentou assassinar o conselheiro do rei.
“É POSSÍVEL QUE SER GRETA OU PHILIPPE TENHAM CON-
TADO A ALGUÉM SOBRE O CASO?”
Tenho absoluta certeza de que Ser Greta não contou a
ninguém. Sua vergonha é grande demais. É possível que Phi-
lippe tenha contado a alguém, pois espiões orlesianos estão
envolvidos. Não sou especialista em intrigas.

101
Uma teia frágil
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
 Atacados... Por bandidos
A PARTE 3 e a PARTE 4 têm muitos encontros de exploração e interpretação, com poucas oportunidades
para combate. Grupos que preferem muita ação podem ficar inquietos.
Como Denerim é um lugar perigoso e os PJs passarão bastante tempo nas vizinhanças do Distrito Po-
bre, sinta-se livre para apimentar as coisas com crimes aleatórios, se for preciso. Isto não é tão arbitrário
como pode parecer: criminosos frequentemente procuram por vítimas entre aqueles que são novos em
um lugar (como PJs vindos de outras partes de Ferelden).
Você pode usar as estatísticas do bandoleiro fereldeniano para assaltantes e ladrões comuns (veja o Guia
do Mestre, página 27).

Um teste de ASTÚCIA (CONHECIMENTO RELIGIOSO) contra

2. O Ouvido
de Andraste
Encontro de Interpretação
Os PJs investigam a incomum capela do Refugo.
O Ouvido de Andraste é uma pequena capela cer-
cada — quase como proteção — por casas e prédios
em estado precário, no Refugo. A capela é pequena
comparada a qualquer prédio do Coro que vocês já
viram, mas é limpa e claramente bem cuidada.
Entrando, vocês veem que a capela está vazia, salvo
por algumas almas rezando nos bancos. O silêncio
é completo. Conforme seus olhos se acostumam,
vocês notam três sacerdotes que não tinham visto
de imediato — duas irmãs e um irmão — diligente-
mente limpando várias áreas da capela.
O prédio da capela tem o formato da letra T. Na
nave (a parte comprida no centro), bancos em filas
ordenadas encaram uma estátua de Andraste, numa
pose passiva, sua cabeça levemente inclinada como se
estivesse escutando. Prateleiras com livros recobrem
as paredes laterais, embora tenham poucos tomos ou
pergaminhos, uma vez que a população do Refugo é
em grande parte analfabeta. Seis cabines de confis-
são, cada uma com duas portas (uma para o irmão ou
irmã, a outra para o paroquiano) são encontradas no
transepto leste. No fim do transepto, uma estatueta
com a forma de um gato repousa sobre um pedestal
bastante simples. Um teste de ASTÚCIA (CONHECIMENTO
HISTÓRICO) contra NA 11 data a estatueta como per-
tencente à época do Imperium Tevinter em Ferelden.
Confrontando Ser Greta”
Os PJs podem confrontar Ser Greta, embora An-
diel peça o contrário. Tal encontro é descrito na
PARTE 5: 1. ENCONTRANDO SER GRETA. Se Ser Greta
descobrir, de qualquer maneira, que Andiel dei-
xou seu segredo escapar novamente (para os he-
róis), vai demitir a anciã.
NA 11 confirma que é uma decoração estranha para
uma casa do Criador. Um teste de ASTÚCIA (AVALIA-
ÇÃO) contra NA 13 sugere que pode ser o objeto mais
valioso em todo o prédio, e provavelmente vale mais
de 5 soberanos de ouro. O transepto oposto é bloque-
ado por uma parede e uma porta; um teste de ASTÚ-
CIA (CONHECIMENTO CULTURAL) contra NA 9 sugere que
a Madre da capela provavelmente tem um escritório
atrás da porta.
Segundo a tradição, apenas aqueles incapazes de
falar podem atuar como confessores no Ouvido de An-
draste. Embora isso seja simbólico, parece significativo
para os paroquianos do Refugo que os irmãos e irmãs
não possam jamais repetir o que é destinado apenas aos
ouvidos de Andraste.
Os três irmãos e irmãs mudos estão limpando a
capela quando os PJs chegam. Eles não são curiosos,
e permitem que os PJs vasculhem sem interrupção a
menos que façam algo ultrajante ou destrutivo. Mes-
mo assim, cada um deles responde de bom grado a
qualquer pergunta, escrevendo em pergaminhos que
carregam com esse propósito as respostas que não
podem ser expressas com gestos ou acenos. Qualquer
um deles pode apontar aos PJs a Madre Gabriella, a
líder religiosa aqui.
Os paroquianos em oração podem transmitir ou
confirmar as mesmas informações gerais sobre o Ouvi-
do de Andraste que são apresentadas na seção PERGUN-
TAS E RESPOSTAS no encontro anterior.
Note que informações importantes sobre a cape-
la estão na seção de histórico O OUVIDO DE ANDRASTE,
na página 83. Certifique-se de estar familiarizado com
essas informações antes de conduzir este encontro
e o próximo.
Os confessores mudos
Os irmãos e irmãs do Ouvido de Andraste —
Graham, Anna e Serene — são todos vítimas do culto
da Língua Silenciosa, e todos foram criados em algum
dos orfanatos da Bann Nicola. Todos são alfabetizados.
Àqueles encontrando-os pela primeira vez, eles pare-
cem estranhamente dóceis.

102
Uma teia frágil
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
 3. Madre Gabriella Os Confessores Mudos
Encontro de Interpretação Irmãos e irmãs silenciosos da fé.
Os PJs descobrem a verdade sobre as confissões HABILIDADES (FOCOS)
feitas no Ouvido de Andraste. 3 Astúcia (Conhecimento Religioso,
Pesquisa)
Vocês entram em um modesto escritório onde uma
mulher de aparência agradável e idade já avançada, 2 Comunicação
vestindo o manto de uma madre do Coro, senta-se 1 Constituição
atrás de uma mesa bastante sofisticada. 1 Destreza
“Por que o Criador os trouxe aqui hoje?”, a mulher 0 Força
pergunta. 0 Magia
2 Percepção (Empatia)
Madre Gabriella é receptiva, mostra-se feliz por
conversar e disposta a explicar os costumes inco- 3 Vontade
muns do Ouvido de Andraste. Ela mente para pro-
teger seu segredo, é claro. Sem a firmeza moral para
este conhecimento, e tenta convencê-los de que não de-
sair da situação, ela aceita o fato de que isto é uma
vem tomar nenhuma atitude precipitada que desfaria o
deturpação de sua fé. Ela simplesmente queima pe-
bem que sua capela é capaz de realizar diariamente pe-
daços de papel em branco toda semana e reza para
los cidadãos trabalhadores do Refugo.
que seus pecados não a condenem a uma eternidade
de sofrimento no Turvo. Se os PJs destruírem ou roubarem a estátua de
Tevinter, os fiéis ficam chocados por não mais sen-
Exceto por sua torpeza, a Madre Gabriella é uma
tir o mesmo bem-estar e paz quando confessam seus
pessoa fundamentalmente boa, e o caminho para desco-
segredos. A comunidade entra em caos e confusão,
brir a verdade é convencê-la de que suas transgressões
e muitos passam a acreditar que Andraste virou as
estão levando a malefícios concretos — a chantagem de
costas ao Refugo. A vizinhança piora visivelmente
Ser Greta, por exemplo — que podem ser detidos se ela
nas semanas seguintes, e a Madre Gabriella acaba por
cooperar. Na melhor das hipóteses, ela é convencida por
tirar sua própria vida.
uma interpretação fervorosa com os PJs. Se os jogadores
parecem relutantes em esforçar-se e realmente tentar
convencê-la, avise-os de que há mais para descobrir: Perguntas e Respostas
um teste de PERCEPÇÃO (EMPATIA) contra NA 13 permite As respostas abaixo presumem que os PJs conse-
notar, a partir da linguagem corporal da madre, que há guiram persuadir a Madre Gabriella a contar a verdade
algo que ela não está contando a eles, alguma coisa de sobre o que acontece no Ouvido de Andraste.
que tem vergonha.
Se for preciso, resuma a
situação a um teste oposto
avançado de COMUNICAÇÃO
(PERSUASÃO) contra VONTADE
(DISCIPLINA) com limiar de su-
cesso 10. Um sucesso revela a
verdade. Mesmo se os PJs fo-
rem bem-sucedidos, exponha
as revelações da Madre no
meio de racionalizações cho-
rosas e longas justificativas.
Ironicamente, a influência
do gato de Tevinter faz a Ma-
dre Gabriella se sentir bem no
momento em que finalmente
conta a verdade.
Se os PJs descobrirem a
verdade, a Madre Gabriella
fica seriamente preocupada
com o que planejam fazer com

103
Uma teia frágil
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com

“VOCÊ REVELA AS CONFISSÕES DE SEUS PAROQUIANOS”?
Tenho vergonha de admitir... Tanta vergonha... Mas...
Sim. Sim. Os pergaminhos confessionais que queimo estão
em branco. Reúno as confissões de verdade e entrego-as a
outra pessoa.
“PARA QUEM VOCÊ ENTREGA AS CONFISSÕES? O QUE
VOCÊ FAZ COM ELAS?”
Eu não sei para onde vão. Honestamente, não sei. Sigo a
mesma rotina toda semana: reúno todos os papéis e coloco-os
em uma caixinha no final do dia de confissão. Coloco a caixa
em um barril no beco atrás da capela. A caixa está sempre
vazia ao amanhecer.
“POR QUE ESTÁ FAZENDO ISSO?”
Recebi uma mensagem anos atrás que dizia que... Que...
Pecados passados seriam revelados se eu não cooperasse. Que
seria assassinada se meus crimes fossem revelados.
Nos anos antes da Era do Dragão, quando eu era uma jo-
vem madre, servia ao Criador em uma capela onde muitos dos
nobres que resistiram à ocupação orlesiana rezavam, e onde
eles se encontravam para tramar suas... Atividades. Os orle-
sianos convenceram-me de que era meu dever contar a eles o
que acontecia nesses encontros. O que os banns da resistência
diziam, o que planejavam. Eu fingia ser solidária à causa,
mas passava seus segredos aos espiões do rei marionete.
Minha cumplicidade plantou as sementes da tortura...
Da morte... E não somente para os banns. Para suas famílias.
104
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
Madre Gabriella
Arrependida superintendente do Ouvido de Andraste.
HABILIDADES (FOCOS)
2 Astúcia (Conhecimento Religioso)
4 Comunicação (Persuasão)
1 Constituição (Vigor)
2 Destreza
-2 Força
1 Magia
3 Percepção
2 Vontade (Fé)
Seus filhos. Como posso permitir que esses crimes venham à
tona agora?
“POR QUE ALGUÉM IRIA SE IMPORTAR COM OS SEGREDOS
DAS PESSOAS QUE MORAM NO REFUGO?”
Não sei. Talvez porque uma capela pobre seja um alvo fá-
cil. Talvez porque minha posição já estivesse comprometida.
Talvez porque os servos dos poderosos saibam até mais do que
a própria aristocracia.
(Todas essas razões são verdadeiras.)
“QUAL É A HISTÓRIA POR TRÁS DA ESTATUETA DE GATO
DE TEVINTER?”
Foi um presente da benfeitora da capela, a Bann Nicola
Baranti. Ela construiu e mantém nosso coro.
Madre Gabriella
Madre Gabriella é a uma mulher séria e solene. Ela
espera se tornar uma reverenciada madre em alguns
anos, mas sua pequena igreja recebe pouco reconheci-
mento ou atenção do Coro como um todo. Em seu cora-
ção, ela suspeita de que o Criador possa estar punindo-a
por trair a confiança de seus paroquianos. Mesmo assim,
trata suas responsabilidades seriamente e considera-se
afortunada por ter encontrado um lugar na vida. Todas
as noites, confessa seus pecados e segredos a Andraste e
ao Criador, e sente-se repleta de felicidade. Isto ajuda a
aliviar sua culpa por passar adiante os segredos, e ajuda-
-a a acreditar que está cumprindo a vontade do Criador.
PARTE 4
Unindo
os Pontos
Todas as confissões feitas no Ouvido de Andraste,
da mais trivial à mais surpreendente, são coletadas toda
semana do barril no beco por um mensageiro chamado
Hodin, que entrega-as a uma elfa vendedora de frutas
chamada Shayda, que por sua vez passa-as a uma serva
de Marissa, a mestra espiã iniciante da Bann Nicola.
Uma teia frágil
 Na PARTE 4: UNINDO OS PONTOS, os PJs investigam e
pesquisam esta cadeia, seguindo a entrega da semana,
o que provavelmente leva a um confronto com Marissa.
Você deve decidir, com base num ritmo que pa-
reça apropriado, quantos dias passarão entre os PJs
descobrirem que as confissões são encaminhadas se-
manalmente e o próximo dia de confissão. Um inter-
valo curto apressará os PJs a agir rapidamente; um
período mais longo permitirá que eles tenham mais
oportunidades de planejar. Em caso de dúvida, prefira
um tempo mais curto.
1. Notando
o Mensageiro
Encontro de Exploração
Os PJs veem Hodin coletando as confissões
e seguem-no até o Bairro do Mercado.
Depois de uma longa espera, vocês finalmente veem
um homem maltrapilho entrando no beco. Ele cami-
nha de forma periclitante, como se tivesse bebido
muito. Vai até o barril.
Se os PJs estiverem escondidos, peça um teste opos-
to de DESTREZA (FURTIVIDADE) contra PERCEPÇÃO (VISÃO).
Hodin sofre uma penalidade de –2, pois passou a noite
com bebidas e prostitutas.
Se os PJs permitirem que Hodin execute sua tarefa,
ele despeja o conteúdo da caixa de madeira em uma
sacola de couro, coloca a caixa de volta ao barril, para
por um momento para se aliviar na parede de trás da
capela, e então anda a passos lentos e irregulares em
direção ao Bairro do Mercado.
Se os PJs confrontarem Hodin, ele saca sua espada
para se defender, mas não corre. Ele sabe que fugir não
vai adiantar por muito tempo, pois o ponto de coleta
das mensagens foi descoberto.
Hodin tem muito mais medo de sua mestra do
que dos PJs, e recebe um bônus de +3 para resistir a
tentativas de enganá-lo, intimidá-lo ou persuadi-lo a
revelar qualquer coisa sobre o receptador das mensa-
gens ou a maneira como é pago. Caso os PJs tenham
sucesso apesar deste bônus, tudo que Hodin sabe está
descrito a seguir.
• Ele entrega as mensagens para uma elfa que ven-
de frutas no Bairro do Mercado. Ele não sabe mais
nada sobre a elfa, nem seu nome.
• Três dias depois da entrega das mensagens toda se-
mana, um pão fresco é entregue à sua porta, com
seu pagamento dentro da massa.
Hodin herdou este emprego de seu falecido pai,
não tem ideia de quem é seu patrão, e não quer saber.
Uma teia frágil
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
HODIN
Um vagabundo pálido com uma incrível falta de
curiosidade, encorajada pelo pagamento que recebe
semanalmente por uma tarefa ridiculamente fácil.
HABILIDADES (FOCOS)
1 Astúcia
1 Comunicação (Sedução)
2 Constituição
-1 Destreza (Cavalgar)
2 Força (Lâminas Pesadas)
0 Magia
3
1
Percepção
Vontade
VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
9 36 9 0
ATAQUES
ARMA ATAQUE DANO
Espada longa +4 2d6+2
PODERES
Façanhas favoritas: penetrar armadura.
Grupos de armas: briga e lâminas pesadas.
Talentos: Estilo de Arma Única (novato).
EQUIPAMENTO
Espada longa e sacola de couro.
Confrontando a Bann Nicola”
Depois de descobrir os segredos do Ouvido de
Andraste, os PJs podem escolher tanto contar
à Bann Nicola o que sabem quanto confrontá-la
com suspeitas de seu envolvimento em crimes.
Se eles revelarem a situação a Nicola, ela elogia
sua esperteza, promete assumir a investigação e
envia-os a uma missão sem relação alguma com
tudo isso (que você mesmo pode inventar), na
Retroterra fereldeniana, onde — com sorte — eles
morrerão lutando contra algum horrível demônio.
Ela envia assassinos atrás do grupo, para lhes dar
um impulso a mais na direção da morte.
Se eles acusarem-na de estar envolvida em ativi-
dades ilícitas, ela repudia suas acusações, e or-
dena que os PJs sejam jogados às ruas. Logo eles
descobrem que seus nomes foram difamados em
Denerim nos dias e semanas que se seguem. Ho-
din (veja a PARTE 4: 1. NOTANDO O MENSAGEIRO)
morre em um crime aleatório no dia seguinte, o
que ajuda a obscurecer qualquer conexão entre a
Bann Nicola e o Ouvido de Andraste.
105
 SHAYDA 2. Uma Maçã
Uma elfa urbana com cabelo curto, que genuinamen-
te preocupa-se com seu povo e usa o dinheiro pago
por Semana
por seu misterioso benfeitor para ajudá-los. Encontro de Exploração

HABILIDADES (FOCOS) Hodin entrega os pergaminhos a uma

elfa vendedora ambulante.
2 Astúcia
Se os PJs confrontarem Hodin ao invés de segui-lo,
3 Comunicação (Barganha)
pule este encontro.
1 Constituição
2 Destreza Vocês seguem o homem que pegou os pergami-
0 Força nhos sob a luz do amanhecer até o Bairro do Mer-
cado. Mesmo a esta hora, o bairro está repleto de
0 Magia
pescadores e fazendeiros estocando suas barracas.
2 Percepção (Visão) O homem caminha diretamente para o carrinho de
1 Vontade uma elfa vendedora de maçãs que ruma para a pra-
VALORES DE COMBATE ça central do bairro. Sem olhar para ela, ele apanha
uma maçã, larga a sacola e afasta-se a passos lentos,
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
sem pagar pela fruta.
14 30 12 0
Enquanto ele se afasta, a mulher pega a sacola e
ATAQUES
coloca-a na prateleira sob o carrinho. Ela está pres-
ARMA ATAQUE DANO tes a empurrá-lo novamente quando quatro jovens
Adaga +2 1d6+1 maltrapilhos param na frente do carrinho. Um de-
PODERES les faz uma pergunta à elfa e tenta afagar seu cabe-
lo. Ela balança sua cabeça negativamente e encolhe-
Façanhas favoritas: derrubar e escaramuça.
-se, evitando o toque.
Grupos de armas: briga e lâminas leves.
EQUIPAMENTO “Não aceitamos não como resposta hoje”, diz um
dos outros homens, alto o bastante para que vocês
Adaga e carrinho de maçãs. ouçam claramente. Então os quatro agarram-na.
Nenhum transeunte se importa em intervir quando
os quatro arrastam-na para um beco próximo.

A vendedora ambulante é Shayda, uma elfa que

vende maçãs no Alienário Élfico.
Os quatro homens são simples desordeiros que
dormiram em um beco na noite passada e, sentindo
vontade de punir alguém, viram um alvo tentador em
Shayda. O preconceito local faz com que transeuntes
ignorem crimes contra elfos e, a menos que os PJs inter-
venham, Shayda passará por uma experiência terrível.
Claramente este é um teste moral para os heróis.
Se PJs homens entrarem no beco, os homens inde-
licadamente oferecem-lhes a oportunidade de se unir
ao estupro. Mulheres humanas podem ou não ser ata-
cadas, dependendo de sua aparente capacidade de se
defender. Elfos e anões são atacados imediatamente.
Shayda luta em sua própria defesa somente quando
parecer que os PJs vão derrotar os quatro homens.
Um teste de ASTÚCIA (CONHECIMENTO CULTURAL) con-
tra NA 11 sugere que matar homens fereldenianos em
defesa de uma elfa é contra as leis do rei.
Se for resgatada, Shayda fica profundamente grata.
Ela lamenta que só tenha maçãs para oferecer aos PJs
em agradecimento. Se eles perguntarem sobre as men-
sagens, Shayda abaixa sua cabeça:

106
Uma teia frágil
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
 “Quando me mudei para a cidade, um homem ofe-
receu-me este trabalho. Nunca mais o vi. O paga-
mento é dez peças de prata por semana, e tudo que
tenho que fazer é entregar uma bolsa. Uso a maior
parte do dinheiro para ajudar os outros elfos”.
Se os PJs continuarem a perguntar sobre detalhes
da entrega, ela revela que alguém encontra-a a caminho
do Alienário toda semana e oferece-se para comprar
sete maçãs por dez peças de prata. É quase sempre o
mesmo homem, que se veste como um servo domésti-
co. Junto com as maçãs, Shayda entrega a bolsa.
Shayda deixa que os PJs sigam-na para assistir à en-
trega, mas insiste que fiquem escondidos, ou pelo me-
nos permaneçam longe dela enquanto ela conduz seu
carrinho colina abaixo em direção ao Alienário.
Se os PJs deixarem Shayda com os quatro homens,
ela emerge do beco algum tempo depois, machucada
e chorando, e empurra seu carrinho colina abaixo em
direção ao Alienário em prantos.
3. A Conexão Final
Encontro de Exploração
Shayda entrega a sacola ao servo da mestra espiã.
Um homem fereldeniano vestido com as roupas
simples de um servo doméstico caminha até o car-
rinho de maçãs quando ele está para atravessar o
portão do Alienário. Ele e a elfa dizem algumas pa-
lavras, e sete maçãs e a sacola são trocadas por uma
pequena bolsa que parece conter moedas. Os dois
se afastam, o servo indo colina acima em direção
aos melhores bairros da cidade
O homem é Roger, o servo que administra a casa
onde Marissa vive (além de morar lá) e faz o trabalho
de pesquisa e intriga designado a ela pela Bann Nico-
la, por meio de Crannoch. A casa fica no sudoeste da
cidade. Roger não vai direto para lá; faz diversas pa-
radas para comprar comida (entretanto, não recebe
qualquer outra entrega incomum). É preciso um teste
de DESTREZA (FURTIVIDADE) contra PERCEPÇÃO (VISÃO) para
seguir Roger sem ser notado. Se Roger notar que está
sendo seguido, tenta despistar seus perseguidores sem
demonstrar que sabe estar sendo seguido. Se não con-
seguir despistar os PJs, ele por fim vai em direção à casa
sabendo que há alguma coisa incomum acontecendo.
Se os PJs se aproximarem de Roger, ele alega ig-
norância total, afirmando ter visto a sacola e feito uma
oferta para comprá-la da elfa, que concordou e vendeu-
-a a ele. Ele finge estar incomodado ao “descobrir” que
está cheia de papéis (embora em hipótese alguma per-
mita que os PJs peguem ou vejam os pergaminhos).
De uma forma ou de outra, Roger acaba retornando
à casa onde Marissa aguarda.
Uma teia frágil
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
Agressores no mercado
Escória.
HABILIDADES (FOCOS)
0 Astúcia (Conhecimento Militar)
0 Comunicação (Persuasão)
2 Constituição
2 Destreza (Cavalgar)
4 Força (Lâminas Pesadas)
1 Magia
0 Percepção
2 Vontade (Coragem)
VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
12 48 12 0
ATAQUES
ARMA ATAQUE DANO
Espada curta +6 1d6+6
Punho +2 1d3+4
PODERES
Façanhas favoritas: desarmar e golpe poderoso.
Grupos de armas: arcos, briga, lâminas leves e lâmi-
nas pesadas.
Talentos: Estilo de Arma Dupla (novato), Estilo de
Arma Única (novato), Estilo Desarmado (novato) e
Treinamento com Armaduras (novato).
EQUIPAMENTO
Espada curta.
O servo faz um caminho indireto até uma casa na
parte nordeste da cidade. A casa é comum, quase
escondida, acessível apenas através de um beco.
Vocês veem o que parece ser um cão de guerra ma-
bari roendo um grande osso no beco. O cachorro
olha para o servo quando ele entra na casa, então
volta a mastigar o osso.
Se os PJs chegarem perto da porta da casa, o ca-
chorro — Estripador — levanta-se e rosna para eles.
Se eles ignorarem este aviso, ele dá um latido forte,
finalmente atacando-os se eles insistirem em sua abor-
dagem. Estripador é treinado para não aceitar petiscos
de estranhos.
Dentro da casa, ao aviso de Estripador, Marissa
começa a juntar suas coisas para que possa fugir rapi-
damente da casa através de um túnel subterrâneo, se
necessário. Se Roger tiver sido abordado ou souber que
foi seguido e Marissa tiver sido avisada, ela foge ime-
diatamente quando Estripador começa a latir.
Se Estripador continuar a rosnar ou latir, Roger
surge da casa com uma besta carregada em mãos. Ele
107
 Não estamos todos no mesmo time?
Se os PJs suspeitarem de que a Bann Nicola está por trás da conspiração no Ouvido de Andraste, e se
tiverem se tornado seus protegidos, podem simplesmente anunciar a Roger que são aliados da bann e
esperar que possam entrar na casa da espiã.
Embora a Bann Nicola jamais fosse revelar as identidades de Crannoch ou Marissa aos heróis, é possível
que um PJ eloquente seja capaz de confundir ou enganar Roger e Marissa para que revelem mais do
que deveriam. Nesse caso, a PARTE 4: 5. A MESTRA ESPIÃ INICIANTE torna-se uma corrida para que os PJs
descubram o máximo que puderem antes que Marissa perceba que estão trabalhando contra ela.

Estripador Roger, o servo da mestra espiã

O leal e tenaz animal de estimação de Roger, um Um ancião que goza de uma vida confortável servin-
pouco mais forte que a média dos mabari. do a Marissa. Tem alguma noção da natureza de seu
trabalho para a Bann Nicola e é devotado à tarefa,
HABILIDADES (FOCOS)
acreditando honestamente que Denerim beneficia-se
0 Astúcia de sua presença.
0 Comunicação
HABILIDADES (FOCOS)
3 Constituição (Corrida)
3 Astúcia (Conhecimento Cultural)
5 Destreza (Mordida)
4 Comunicação (Enganação,
4 Força (Salto) Etiqueta, Persuasão)
-3 Magia 1 Constituição
4 Percepção (Olfato, Rastrear) 2 Destreza (Arcos)
3 Vontade (Moral) 1 Força
VALORES DE COMBATE 0 Magia
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA 2 Percepção
18 28 15 0 3 Vontade (Disciplina)
ATAQUES VALORES DE COMBATE
ARMA ATAQUE DANO VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
Mordida +7 1d6+6 12 21 12 0
PODERES ATAQUES
Façanhas favoritas: derrubar e golpe poderoso. ARMA ATAQUE DANO ALCANCE
Adaga +2 1d6+2 —
manda Estripador se acalmar, pergunta o que os PJs Besta +4 2d6+3 30/60 metros
querem e faz o que pode para satisfazer suas curiosida- PODERES
des e mandá-los embora. Sob nenhuma circunstância Façanhas favoritas: ataque relâmpago e recarga rápida.
ele permite que entrem na casa. Grupos de armas: armas de contusão, arcos, briga e
Se Roger concluir que Marissa deve fugir, ele fala lâminas leves.
a frase “Travessa dos Vadios abaixo” em voz alta en- EQUIPAMENTO
quanto conversa com os PJs (ela está escutando, e co- Adaga, besta, virotes x20.
nhece este sinal). Um teste de ASTÚCIA (CONHECIMENTO
CULTURAL) contra NA 15 alerta um PJ observador de
para lutar a menos (ou até) que esteja claro que não tem
que não há tal rua em Denerim.
chance. Nesse caso, pule diretamente para a PARTE 4: 5.
Mesmo que não consiga se livrar dos PJs, Roger A MESTRA ESPIÃ INICIANTE.
tenta atrasá-los tanto quanto puder, para que Marissa Se os PJs tentarem esperar do lado de fora, obser-
escape. Ela leva quatro rodadas, a partir do momento vando o local até que alguém saia, ficarão lá por muito
em que decide fugir, para reunir suas coisas e alcan- tempo. Marissa não costuma sair e Roger acabou de fa-
çar o alçapão no porão da casa; ou duas rodadas se zer compras. Assim, 24 horas ou mais irão se passar até
tiver sido avisada. que algo remotamente interessante aconteça. Use seu
Se os PJs conseguirem chegar ao porão antes que julgamento, seu conhecimento sobre o que os vários
Marissa consiga passar pelo alçapão, ela se prepara PNJs querem e estão tentando realizar, e improvise.

108
Uma teia frágil
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 O diário de conf issões
Uma das principais tarefas de Marissa para Crannoch é receber os papéis confessionais do Ouvido de
Andraste e então registrar, analisar e catalogar as informações que eles contêm em uma série de diários
de confissões. Os papéis são queimados na lareira da casa conforme Marissa termina seu trabalho com
eles. Desta forma, mais ou menos uma vez por mês, um novo volume de segredos é produzido e entre-
gue a Crannoch, e Marissa começa um novo diário.
Se os PJs conseguirem se apoderar do diário atual de Marissa, um teste de ASTÚCIA (PESQUISA) contra NA
11 identifica o que ele é (embora muito mais tempo e testes sejam necessários para montar o quebra-
-cabeças dos segredos do Refugo). Este tesouro poderia ter grande utilidade para PJs inescrupulosos, e
contém todo tipo de sementes de aventuras para sua campanha.

A Casa da Espiã
O esconderijo é uma pequena casa que Crannoch
comprou há muito tempo. É simples, usada apenas
por Marissa e Roger. Décadas atrás, Crannoch fingiu
ser um contrabandista e conseguiu usar um armazém
perto das docas para estocar contrabando; ele usou esse
disfarce para construir um túnel subterrâneo entre o es-
conderijo e o armazém. A Bann Nicola participou ati-
vamente da construção de um sistema de esgotos nesta
vizinhança como uma obra pública, o que possibilitou
que se certificasse de que o túnel permanecia secreto.
1. Cozinha
Contém o sortimento comum de acessórios de culi-
nária, além de comida comprada nesta manhã e no dia
anterior. Um cobertor em um canto serve de cama para
Estripador. Uma escada de madeira leva ao segundo
andar, e outra escada abaixo leva ao porão.
2. Quarto do servo
Este é o quarto de Roger. Contém uma pequena
cama encostada em uma das paredes, e uma mesa e
uma cadeira junto à outra. Roger tem poucos pertences,
mas é bem pago por seus serviços: possui 3 soberanos
e 45 peças de prata escondidos em um compartimento
secreto de sua mesa. É preciso um teste de PERCEPÇÃO
(PROCURAR) contra NA 15 para encontrar o comparti-
mento. Se o resultado do dado do dragão for 5 ou mais,
também é possível encontrar uma armadilha que pro-
tege o compartimento. Desarmar a armadilha exige um
teste de DESTREZA (ARMADILHAS) contra NA 15. Abrir o
compartimento sem desarmar a armadilha libera um
jato de veneno que causa 4d6 pontos de dano penetran-
te e diminui pela metade a velocidade de movimento
da vítima durante uma hora. Entretanto, é possível di-
minuir o dano com um teste de DESTREZA (INICIATIVA)
contra NA 13: em caso de sucesso, o dano é reduzido
em 1d6 para cada 2 pontos no resultado do dado do
dragão, e a velocidade do alvo não é afetada.
3. Sala de estar
O principal aposento da casa, que normalmente
seria usado como espaço de convívio e para receber
convidados, aqui funciona como um escritório, sendo
dominado por uma grande mesa de madeira coberta de
livros e papéis. Estantes com livros sobre inúmeros tó-
picos recobrem as paredes. Marissa passa a maior parte
do tempo aqui, reunindo e processando informações
para Crannoch.
Se Marissa escapar sem que os PJs saibam de sua
presença, um teste de PERCEPÇÃO (PROCURAR) contra NA
13 deixa claro que este lugar é um local de observação
de algum tipo, mas um teste de ASTÚCIA (INVESTIGAÇÃO)
contra NA 15 sugere que há uma notável ausência do
tipo de informações que deveria ser encontrado no lo-
cal. Isto é porque Marissa levou consigo um tomo bem
pesado — o diário de confissões — no qual transcreve
todas as informações importantes. Se Marissa não tiver
fugido, tanto o jornal quanto a sacola com os pergami-
nhos confessionais ainda estão na mesa.
4. Quarto de Marissa
Este quarto contém uma cama grande, um criado-
-mudo com um candelabro, uma cômoda com espelho
e um armário. Um PJ bem-sucedido em um teste de
ASTÚCIA (INVESTIGAÇÃO) contra NA 11 nota que as rou-
pas penduradas no armário e dobradas na cômoda têm
dois tamanhos diferentes. O segundo conjunto de rou-
pas pertence a Lorraine, a escudeira de Ser Basil; ela e
Marissa são amantes.
Um teste de PERCEPÇÃO (PROCURAR) contra NA 15
pode revelar que um dos mantos no armário é mágico;
um teste de ASTÚCIA (CONHECIMENTO ARCANO) contra NA
11 identifica-o como uma capa de teia (veja o Guia do
Mestre, página 40). Entretanto, se Marissa tiver tempo
bastante para escapar, leva este item valioso consigo.
Há um baú embaixo da cama. Não está trancado,
mas há um glifo pintado do lado de dentro. Qualquer
um que abra o baú sem falar a palavra “abra” no idioma
tevene antigo ativa o glifo, libertando uma sombra que
ataca quem tenta roubar o conteúdo do baú por cinco
rodadas. Depois disso, a sombra retorna para o glifo e
o baú se fecha. Se o baú for reaberto, a sombra surge de
novo, com Saúde completa. As estatísticas da sombra
podem ser encontradas no Guia do Mestre, página 36. Se
a sombra for morta, a magia do glifo se dissipa.
Dentro do baú há um estojo de couro com 6 sobera-
nos, uma bolsa contendo 200 peças de prata, quatro po-
ções de lyrium menores, um colar típico de uma dama

109
Uma teia frágil
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
 de companhia e outras joias sortidas no valor total de
4 soberanos.
5. Porão
O porão cumpre também a função de despensa e
adega de vinhos. Há vários barris em um canto. Um
deles está vazio e cobre o alçapão. Se Marissa tiver fu-
gido, este barril está empurrado para o lado, revelando
o alçapão fechado.
4. Perseguição
no corredor
Encontro de Exploração e Combate
Neste encontro, os PJs perseguem Marissa através
do túnel subterrâneo entre a casa e o armazém, na es-
perança de apanhá-la antes que fuja do armazém e
desapareça na cidade. O túnel é repleto de armadilhas
feitas para atrasar intrusos, mas algumas dependem de
Marissa ser capaz de ativá-las. Se ela fugiu com pressa,
pode não ter tido tempo de armar todas — ou nenhuma.
6. Surpresa no alçapão
Há um glifo mágico pintado na parte interna da
porta do alçapão. Qualquer PJ que abra o alçapão
(que não está trancado) aciona o glifo, que explode
em uma bola de fogo que toma a sala e incendeia a
110
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madeira da casa. Todos na sala sofrem 4d6 pontos de
dano penetrante, mas um teste de DESTREZA (ACROBA-
CIA) contra o poder de feitiço 14 de Marissa diminui o
dano pela metade.
Se Marissa estava sendo perseguida quando desceu
pelo alçapão, não ativou esta armadilha, e o alçapão
pode ser aberto com segurança.
7. A sala do círculo dos sussurros
Esta é a sala onde a Bann Nicola descobre a lo-
calização das vítimas da Madre Brianna. Um gran-
de mapa de Denerim pintado toma a maior parte do
chão. Ante ele, está pintado um círculo mágico de in-
vocação, com um braseiro pendurado acima. Há um
aspersório manchado de sangue seco e uma jarra de
línguas em conserva numa prateleira. Um PJ bem-
-sucedido em um teste de ASTÚCIA (INVESTIGAÇÃO) ou
PERCEPÇÃO (PROCURAR) contra NA 15 nota sangue sal-
picado no mapa sobre as quatro casas que os cultis-
tas da Língua Silenciosa atacaram na PARTE 1: O CORO
DA LÍNGUA SILENCIOSA.
8. Glifos de paralisia
Há um glifo de paralisia no chão em cada um des-
ses locais, com a intenção de impedir a fuga dos pri-
sioneiros da cela (local 9, abaixo) caso eles momenta-
neamente se libertem de seus captores. Estes glifos são
permanentes, e estão ativos independentemente do
Uma teia frágil
 O túnel não é uma prova contra a Bann Nicola?
Depois de terem corrido pelo túnel e talvez visto o conteúdo das câmaras subterrâneas, os heróis po-
dem achar que têm provas suficientes para agir abertamente contra a Bann Nicola. Caso façam isso,
eles descobrem que não há exatamente provas concretas ligando a bann à casa da espiã, ao túnel e ao
armazém. Além disso, várias testemunhas confiáveis confirmam que Marissa e Roger trabalham para
agentes orlesianos há vários anos. Ambos são mortos em um beco por “fereldenianos leais” ultrajados
por esta traição ao rei.
tempo que Marissa teve, mas podem ser neutralizados
ao falar a palavra de comando “passe” em tevene anti-
go. Seu poder de feitiço é 16.
9. Cela
Este aposento é bem grande. Quase uma dúzia de
conjuntos de algemas para braços e pernas está presa
a paredes de pedra. A cela é usada para abrigar pesso-
as que a Bann Nicola ou Crannoch desejam interrogar.
Sua grande porta está aberta, já que a sala está vazia.
10. Câmara de torturas
Esta sala está cheia de instrumentos de tortura. Um
pequeno fogão pode ser usado para aquecê-los quando
necessário. Parece que o fogão não é usado há uma se-
mana ou mais.
11. Portão
Um pesado portão levadiço de ferro é embutido
ao teto do túnel. Permanece suspenso com uma corda
amarrada a uma presilha de ferro na parede do arma-
zém. Marissa praticamente não precisa de tempo al-
gum para puxar a corda e soltar o portão, que despenca
atrás dela. Assim, os PJs encontram-no fechado inde-
pendentemente do tempo que Marissa teve para fugir.
Para erguer o pesadíssimo portão, é necessário um tes-
te avançado de FORÇA (PODERIO MUSCULAR) contra NA 15
com limiar de sucesso 10. Há espaço para até três heróis
tentarem ao mesmo tempo.
12. Alçapão do armazém
Esta porta se abre na “seção de contrabando” do
armazém, uma sala comprida que se estende por todo o
comprimento do prédio e cuja porta não pode ser vista
pelo outro lado. Quando Marissa passa pelo alçapão,
derruba um pesado saco de farinha sobre ele. É preci-
so um teste de FORÇA (PODERIO MUSCULAR) contra NA 13
para abrir o alçapão neste caso.
5. A mestra
espiã iniciante
Encontro de Interpretação
Este encontro ocorre quando os PJs capturam Ma-
rissa — na casa, no túnel, no armazém ou nas ruas de
Denerim. Como várias circunstâncias podem desenca-
dear este encontro, a captura não é descrita aqui.
Uma teia frágil
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
Quando é capturada, Marissa percebe que está
condenada, não importa o que aconteça. Se ela não co-
operar com os PJs, eles irão matá-la ou arruiná-la. Se
cooperar, a Bann Nicola descobrirá que ela era um elo
fraco e também irá matá-la ou arruiná-la. Sua melhor
chance, ela decide, é fazer o que puder para se libertar
dos heróis, pegar o primeiro navio para longe de De-
nerim e nunca olhar para trás. Dependendo do que os
PJs fizerem, ela provavelmente decide que responder
a suas perguntas tão precisamente quanto possível é o
mais aconselhável. Assim, é isso que ela faz.
A única motivação adicional em jogo é o amor de
Marissa por Lorraine. Ela já teme que Lorraine possa
estar em perigo, devido ao que Marissa sabe sobre a
trama da Bann Nicola. Assim, silenciosamente espera
que o plano da Bann Nicola não seja bem-sucedido.
Embora Marissa esteja disposta a trocar seu conhe-
cimento por liberdade, ela diz aos PJs que é uma tolice
sem tamanho tentar derrotar a Bann Nicola. Nicola co-
nhece segredos demais e já agenciou acordos demais
ao longo de quatro décadas. É impossível derrubá-la.
Sua morte lançaria a cidade no caos, pois os banns com
ambições que ela mantém em xeque através de chan-
tagem finalmente agiriam abertamente uns contra os
outros. Além do mais — e talvez mais importante — a
Bann Nicola criou e fomentou uma grande quantida-
de de projetos de caridade na cidade. No fim, até onde
Marissa sabe, sua bondade supera sua maldade, e sua
morte acabaria com ambas, pois Adric provavelmente
não continuaria as obras filantrópicas de sua avó uma
vez que controle a Casa Baranti.
Se for libertada, Marissa nunca mais é vista em
Denerim.
Perguntas e Respostas
Marissa responde às perguntas com a verdade, mas
não oferece informações adicionais a menos que isso seja
necessário para garantir sua liberdade. Ela não tem medo
da morte; a morte irá encontrá-la de qualquer forma.
“CONTE-NOS SOBRE O PLANO DA BANN NICOLA.”
A Bann Nicola vai realizar um grande baile. Ela convi-
dou banns e arls de todas as partes de Ferelden. No baile, ela
encenará um evento que incrimina os Restauracionistas em
um plano de traição. Não conheço os detalhes, exceto que Ser
Basil está envolvido de alguma forma; a tramoia de alguma
forma aumentará a influência da Bann Nicola sobre a Guilda
111
 dos Mercadores, e parte da culpa cairá sobre os elfos da cidade
e dará ao rei um motivo para expurgar o Alienário.
“QUEM SÃO OS RESTAURACIONISTAS?”
A Sociedade pela Restauração do Governo Imperial. São
um grupo de mercadores de Denerim cuja linhagem remonta
à aristocracia orlesiana que comandava Ferelden. Teorica-
mente eles querem restaurar um regente orlesiano a Ferel-
den, mas descobrimos que são um clube social mais do que
qualquer outra coisa. Controlam a Guilda dos Mercadores,
e vêm inflacionando os preços locais de certos produtos. A
Bann Nicola quer quebrar seu controle econômico.
“POR QUE VOCÊ SE IMPORTA COM O SUCESSO DO PLANO
DA BANN NICOLA?”
Há... Alguém... Com quem me importo, que está envolvi-
da. Ela não é muito importante no quadro geral, mas a Bann
Nicola iria sacrificá-la em nome de seus planos.
(Se for pressionada, Marissa revela que esta é Lor-
raine, a escudeira de Ser Basil, e implora aos PJs que
garantam sua segurança).
“QUAL É A RELAÇÃO ENTRE A BANN NICOLA E O OUVIDO
DE ANDRASTE?”
A Bann Nicola pagou pela construção da capela. Ela sa-
bia sobre as indiscrições orlesianas da Madre Gabriella e usou
este conhecimento para garantir sua cooperação ao roubar os
segredos confessionais.
“POR QUE A BANN NICOLA ESTÁ INTERESSADA NOS SE-
GREDOS CONFESSIONAIS?”
Eles são um fluxo constante de informações que ela pode
usar para manipular metade da cidade.
“VOCÊ É A MESTRA ESPIÃ DA BANN NICOLA?”
Sou uma aprendiz de seu verdadeiro mestre espião. Não
vou dizer seu nome, e isso não importa — ele não está em
Denerim atualmente.
Se ela for pressionada:
Seu nome é Crannoch. Ele conhece todos os segredos da
Bann Nicola, até onde sei. É completamente leal e dedicado.
É uma criatura da bann. Se ela morrer, ele garantirá que De-
nerim seja lançada ao caos.
“COMO A BANN NICOLA ESTÁ LIGADA AO CULTO DA LÍN-
GUA SILENCIOSA?”
A Bann Nicola fez um acordo com o espírito que controla
o culto, décadas atrás. De tempos em tempos, a bann permite
que o espírito se alimente das crianças de Denerim, desde que
algumas delas acabem em seus orfanatos. Quando decide que
já é suficiente, a Bann Nicola usa a sala do mapa para caçar
o culto e banir o espírito até que o ciclo comece novamente.
“SUA BIBLIOTECA ESTÁ ESTRANHAMENTE DESPROVIDA DE SE-
GREDOS. ONDE VOCÊ GUARDA SEUS VERDADEIROS REGISTROS?”
Há uma câmara sob a casa da Bann Nicola, onde tudo é
guardado, para que ela tenha fácil acesso. Fica sob seu escritório.
(Isto não é verdade, mas Marissa não sabe disso. Ela
ouviu a “verdade” sobre a câmara como um teste de sua
lealdade. Veja PARTE 5: 3. A ARMADILHA DE CRANNOCH).
112
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PARTE 5
Amarrando
as Pontas
A PARTE 5: AMARRANDO AS PONTAS não deve ser
conduzida encontro por encontro. Em vez disso, é um
conjunto de três encontros que permitem que os PJs in-
vestiguem pontas soltas, se quiserem, antes do grande
baile da Bann Nicola.
• Se os PJs visitarem Ser Greta, use 1. ENCONTRANDO
SER GRETA.
• Visitar Ser Greta pode levar a investigar os Restau-
racionistas em 2. O ALFAIATE.
• Por fim, os PJs podem tentar investigar a bibliote-
ca escondida na mansão da Bann Nicola, conforme
descrito em 3. A ARMADILHA DE CRANNOCH.
Se os heróis não seguirem qualquer uma dessas pis-
tas (ou não tiverem descoberto o suficiente para fazer
isso) pule para a PARTE 6: O GRANDE FINAL.
Os PJs podem tentar entrevistar Ser Basil depois de
descobrir sobre seu envolvimento através de Marissa.
Suas tentativas de localizá-lo são fúteis; eles descobrem
que ele está atualmente fora de Denerim. Ele retorna a
tempo de participar do grande baile.
Dependendo do tempo que se passou desde que re-
cebeu notícias do grupo, Andiel pode verificar com os
PJs como sua investigação vai indo.
1. Encontrando
Ser Greta
Encontro de Interpretação
Os PJs encontram Ser Greta, talvez
descobrindo sobre os Restauracionistas.
Ser Greta mora em uma casa modesta, não muito
longe do Refugo, onde Andiel também mora e traba-
lha. É fácil obter esta informação, com uma pergunta a
Andiel ou com um teste de COMUNICAÇÃO (INVESTIGAÇÃO)
contra NA 11.
Se os PJs falarem com Ser Greta sobre seu antigo
amante orlesiano, a suspeita natural da cavaleira —
devido aos eventos dos últimos dias — é que Andiel
deixou seu segredo escapar novamente. Os PJs devem
fazer um teste oposto de COMUNICAÇÃO (ENGANAÇÃO)
contra PERCEPÇÃO (EMPATIA) para convencer Ser Greta
do contrário, se quiserem. Se Ser Greta acreditar que
Andiel contou aos PJs sobre seu caso constrangedor,
demite a serva.
Se for questionada sobre os Restauracionistas, Ser
Greta não esconde que está interessada em suas ativi-
dades. Independentemente do que os PJs afirmam sa-
Uma teia frágil
 ber sobre a história da cavaleira, ela ressalta de forma
estridente sua lealdade ao rei de Ferelden, e enfatiza
que qualquer fereldeniano teria interesse em expor as
atividades de espiões orlesianos em Denerim.
Para que diga o que sabe, Ser Greta deve ser persu-
adida. Isto exige — pelo menos — uma boa razão para
ela cooperar e um teste oposto de COMUNICAÇÃO (PERSU-
ASÃO) contra VONTADE (DISCIPLINA).
Então o que Ser Greta sabe?
Ser Greta pensa que sabe que um espião elfo de Or-
lais tem estado em contato regular com os Restauracio-
nistas em Denerim nos últimos meses. Embora este elfo
viaje entre Orlais e Denerim com frequência, ele é na
verdade agente de um alfaiate de Denerim que paga ao
elfo para relatar sobre as roupas que estão na moda em
Orlais. Este alfaiate paga bem por informações atuali-
zadas para manter-se vendendo alta costura à nobreza
de Denerim. Muitos desses clientes são Restauracionis-
tas. Esta é a fonte da conclusão incorreta de Ser Greta
sobre o “triunvirato nefasto” composto pelo elfo, pelo
alfaiate e pelos Restauracionistas.
A narrativa de Ser Greta é semelhante ao seguinte:
“Tenho vigiado os mercadores ao longo dos anos.
Muitos deles são naturais de Orlais. Descubro acor-
dos ilegais ou negócios desonestos de tempos em
tempos, mas não costumo dar importância. Por que
me expor para revelar crimes tão pequenos?”
“Mas, alguns meses atrás, notei que um certo elfo
que trabalha em um navio mercante orlesiano
sempre visita um alfaiate no Bairro do Mercado. E
alguns dos mercadores mais suspeitos se reúnem
na alfaiataria depois de cada visita do elfo. Estou
certa de que informações importantes estão sendo
trocadas neste local, mas... Mas ainda não consegui
provar nada.”
Se você quiser, pode ser preciso outro teste oposto
ou coerção mais enérgica para convencer Ser Greta a
entregar o nome do alfaiate (Ragnar Traken) e os no-
mes dos poucos mercadores que o visitam, que Ser Gre-
ta acredita serem Restauracionistas. Quase todos são
membros de alto escalão da Guilda dos Mercadores,
realmente são Restauracionistas e estão entre os nomes
circulados no livro de contabilidade na mesa de Bando
(veja a CENA 3: A ARMADILHA DE CRANNOCH). Ser Greta
não sabe o nome do elfo, mas sabe que seu navio, o Rosa
do Mar, recentemente deixou o porto e não voltará por
pelo menos uma semana.
Ser Greta não pode ser persuadida a agir contra
a Bann Nicola. Embora Ser Greta não tenha ideia de
quem a está chantageando, presume — corretamen-
te — que qualquer ação audaciosa de sua parte que
seja remotamente relacionada aos Restauracionistas
irá arruiná-la.
Uma teia frágil
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
Ser Greta
Uma nobre menor de posses modestas que depende
dos aluguéis que coleta de alguns atracadouros que
sua família possui em Denerim. Não é casada, e não
tem filhos.
HABILIDADES (FOCOS)
2 Astúcia (Conhecimento Cultural, Heráldica)
3 Comunicação (Liderança)
2 Constituição
1 Destreza (Cavalgar)
1 Força
0 Magia
2 Percepção (Empatia)
3 Vontade (Coragem)
2. O Alfaiate
Encontro de Interpretação
Os PJs encontram Ragnar Traken, alfaiate extraordinário,
e possivelmente descobrem sua relação com Adric.
A loja de Ragnar fica no canto leste do Bairro do
Mercado, não muito longe das casas mercantes de
Denerim. Quando vocês se aproximam da fachada
simples, um homem bem vestido e o que parece ser
seu guarda-costas saem do prédio. Um anão bem
vestido segue-os, trocando despedidas e amabili-
dades enquanto o nobre entra em sua carruagem e
manda o cocheiro levá-lo para casa. O anão, vocês
deduzem pela conversa, é Ragnar.
A loja de Ragnar é dividida em três partes: um
mostruário, um provador e uma oficina. Escadas na
oficina levam para os aposentos de Ragnar, acima, e
para um porão, abaixo. Dois homens armados garan-
tem a segurança de Ragnar. Eles moram no porão. Use
as estatísticas do Capitão Braedon; Ragnar contrata
apenas os melhores.
Ragnar recepciona calorosamente qualquer um que
entre na sua loja, oferecendo vinho temperado quente
(produzido na oficina) e sugerindo casacos nevarrania-
nos, ou talvez algo no estilo de Tevinter.
Se ficar óbvio que os PJs estão buscando informa-
ções, Ragnar nega acusações e insinuações. Ele afirma
(verdadeiramente) que é apenas um mercador com um
negócio muito lucrativo. Se os PJs ameaçarem violên-
cia, os guarda-costas atiram-nos para fora.
Se os PJs forem bem-sucedidos em um teste oposto
de COMUNICAÇÃO (PERSUASÃO) contra VONTADE (DISCIPLI-
NA) DE RAGNAR, podem descobrir linhas gerais sobre a
verdadeira situação:
113
 Se Ser Greta está errada, por que a Bann Nicola se importa?
A Bann Nicola descobriu, através de suas várias redes de contatos, que Ser Greta estava investigando o
triunvirato composto pelo elfo, pelo alfaiate e pelos Restauracionistas. Embora a bann (ainda) não saiba
se as suspeitas de Ser Greta estão corretas (como Crannoch está fora da cidade, a investigação teve que
esperar), ela não pode deixar Ser Greta expor nenhum plano dos Restauracionistas — mesmo que seja
falso — antes de seu grande baile. Assim, a Bann Nicola agiu imediatamente para que Ser Greta deixas-
se o assunto em paz.

• Ragnar é o principal alfaiate das famílias de merca-
dores de Denerim. Entretanto, recentemente rece-
beu um sério desafio de um alfaiate rival, Kenzie,
cuja loja fica mais abaixo no bairro. Kenzie rou-
bou boa parte dos clientes de Ragnar ano passado,
quando introduziu um chapéu antivano que se tor-
nou a última moda.
• Para garantir que tal coisa não acontecesse de novo,
Ragnar contratou Zek, um elfo urbano, para ir a Or-
lais, onde as tendências da moda se originam, e re-
latar tudo a ele.
• Quando Ragnar recebe uma nova dica de moda, ime-
diatamente compartilha-a com seus clientes mercado-
res, para garantir que eles vão até ele, estando entre os
primeiros a comprar algum novo item.
Alguns dos clientes de Ragnar — talvez muitos —
são mesmo Restauracionistas, mas não há relação entre
eles e o anão, exceto uma relação mercantil. No fim das
contas, não há espionagem aqui, e Ser Greta chegou à
conclusão errada.
3. A Armadilha
de Crannoch
Encontro de Exploração e Combate
Os PJs entram na câmara secreta da
mansão da Bann Nicola.
Por décadas, a Bann Nicola e Crannoch usaram o
mito de uma câmara secreta embaixo do escritório de
Nicola tanto como um teste de lealdade quanto como
uma armadilha para inimigos, deixando vazar infor-
mação sobre sua existência e localização para atrair os
indignos de confiança. Os PJs provavelmente desco-
brem sobre a câmara através de Marissa, que realmente
acredita em sua existência.
Se os heróis decidirem tentar entrar na câmara, o
primeiro problema é entrar no escritório da Bann Ni-
cola. Nicola, Crannoch e Bando são os únicos que têm
as chaves, e a porta está sempre trancada quando a sala
está desocupada. Abrir a porta exige ou um teste de
DESTREZA (ARROMBAMENTO) contra NA 15 ou um teste de
FORÇA (PODERIO MUSCULAR) contra NA 15. O último ob-
viamente faz muito mais barulho que o primeiro.
Atualmente, o escritório está repleto de planos
para o grande baile. Bando vem escrevendo e reescre-
vendo uma tabela de assentos e fez várias notas sobre
a maneira correta de se dirigir aos convidados. Tam-
bém há uma pilha de convites para um almoço de ce-
lebração de noivado da Senhora Tanith Curwen e de
Ser Adric. Qualquer um bem-sucedido em um teste de
ASTÚCIA (CONHECIMENTO CULTURAL OU HERÁLDICA) contra
NA 11 tem certeza de que tal noivado ainda não foi
anunciado. Parece claro que o anúncio deve ser parte
do grande baile.
Há mais uma pista interessante aqui. Bando tem
um livro de contabilidade na sua mesa, que contém o
registro dos gastos da casa. Uma revista superficial do
livro revela que os preços de certos produtos importa-
dos vêm aumentando, e as justificativas de vários mer-
cadores para isso foram anotadas a lápis. Além disso,
os nomes de certos mercadores foram circulados. Estes
são os mercadores que a Bann Nicola sabe serem Res-
tauracionistas. Um PJ bem-sucedido em um teste de
ASTÚCIA (INVESTIGAÇÃO) contra NA 15 percebe que Ban-
do está tentando determinar quais mercadores podem
ser influenciados a diminuir seus preços e quais sim-
plesmente precisam sair do caminho da Bann.
Ao procurar por alguma entrada para a câmara
secreta, PJs bem-sucedidos em um teste de PERCEPÇÃO
(PROCURAR) contra NA 13 descobrem um alçapão em-
baixo de um capacho no canto sudoeste da sala. O alça-
pão abre-se para uma pequena queda até uma escada
de madeira que leva a um porão (separado e mais pro-
fundo que o porão principal onde vivem e trabalham
os servos da casa).
A parte do meio das escadas é preparada para de-
sabar sob qualquer peso significativo. Um PJ pode che-
gar até cerca de 3 metros do chão abaixo — o suficiente
para ver as prateleiras e duas armaduras de placas pe-
sadas de pé — antes de cair.
Com um teste de DESTREZA (ARMADILHAS) contra NA
17, os PJs ouvem um estalo significativo e saltam para
trás a tempo de evitar o desabamento. Caso contrário,
a armadilha é acionada e o PJ cai quando a escada de-
saba, sofrendo 2d6 pontos de dano penetrante, diminu-
ído pela metade se o PJ for bem-sucedido em um teste
de DESTREZA (ACROBACIA) contra NA 13.
A armadilha foi planejada para ladrões solitários.
Se um segundo PJ estiver seguindo o primeiro de per-
to, deve fazer um teste de DESTREZA (ACROBACIA) contra
NA 11 para evitar a queda, com as mesmas consequên-
cias de seu colega em caso de falha. Se ninguém estiver

114
Uma teia frágil
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
 seguindo de perto o primeiro PJ, nenhum outro herói
precisa fazer o teste para evitar a queda.
PJs que queiram saltar para a câmara depois que a
armadilha for acionada devem simplesmente fazer um
teste de DESTREZA (ACROBACIA) contra NA 9. Mesmo que
falhem, sofrem apenas 1d6 pontos de dano penetrante.
Uma verificação superficial das prateleiras con-
firma que os PJs foram enganados: os livros estão em
branco. Mas PJs na câmara têm um problema mais ime-
diato: as duas armaduras animadas que atacam qual-
quer um que entre na câmara sem recitar uma frase em
tevene antigo. Elas atacam até serem destruídas, mas
não podem subir as escadas.
É preciso um teste de FORÇA (ESCALAR) contra NA
13 para escalar para fora da câmara. Equipamento de
escalada ou ajuda de pessoas ainda no escritório acima
concedem um bônus de até +3 (dependendo do equipa-
mento ou circunstâncias).
A preocupação maior é o barulho e o tempo: o de-
sabamento de uma escada e uma luta contra armadu-
ras animadas não são atividades silenciosas, mesmo em
um porão de pedra. Os PJs têm 1d6+2 rodadas após o
primeiro barulho alto antes que alguém venha inves-
tigar, e apenas 1d6 rodadas depois disso antes que os
guardas da casa cheguem em peso (se o primeiro não
for impedido de convocá-los).
PARTE 6
Ragnar Traken
Ragnar Traken é um anão da superfície com tino para
moda. Seu estilo extravagante e espalhafatoso entre-
tém sua clientela. Seu conhecimento das tendências
atuais da moda torna sua loja muito popular. Ragnar
está sempre impecavelmente vestido, seu cabelo está
rareando e ele usa um cavanhaque.
HABILIDADES (FOCOS)
2 Astúcia (Conhecimento Cultural,
Engenharia, Avaliação)
4 Comunicação (Barganha, Enganação,
Etiqueta, Persuasão)
3 Constituição (Beber, Vigor)
1 Destreza
2 Força
0 Magia
3 Percepção (Empatia)
3 Vontade (Disciplina)
Armadura animada
Armadura de placas pesada feita por anões, comprada
há muito tempo de um nobre orlesiano em Denerim.
HABILIDADES (FOCOS)
-2 Astúcia

O Grande Final -4
6
Comunicação
Constituição (Vigor)
A parte final de Uma Teia Frágil é o grande evento: o
baile da Bann Nicola. Dependendo de como os PJs pro- 2 Destreza
grediram até aqui, eles podem ser convidados de honra 5 Força (Poderio Muscular,
ou penetras indesejados. De qualquer maneira, devem Lâminas Pesadas)
decidir se permitirão que os planos da Bann Nicola si- 2 Magia
gam adiante independentemente de quem seja preju- 0 Percepção
dicado ou se tentarão detê-la e sofrerão com os perigos
5 Vontade
resultantes e efeitos colaterais.
VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
Conduzindo o 5 70 12 10
Grande Baile ATAQUES
A PARTE 6: O GRANDE FINAL é dividida em encontros ARMA ATAQUE DANO
mais ou menos sequenciais, mas boa parte da maneira Espada de duas mãos +7 3d6+5
como ela se desenrola depende das ações dos PJs. Não Manopla +2 1d3+6
tenha medo de alterar os encontros, adicionar encon-
PODERES
tros novos ou descartar alguns, se os heróis tomarem
atitudes inesperadas. O que importa é que você com- Façanhas favoritas: derrubar e golpe poderoso.
preenda a intriga e que os eventos ocorram de acordo Invulnerabilidades a Feitiços: como não têm corpos
com as motivações essenciais dos vários personagens. de carne e osso, estas armaduras são imunes aos
efeitos de feitiços que exigiriam testes de Vontade ou
O objetivo é dar aos jogadores uma conclusão satisfató-
Magia para resistir. Também não são afetadas por
ria e lógica para a aventura, não forçá-los a jogar cada
Bomba Ambulante.
encontro conforme foram escritos.
EQUIPAMENTO
O grande baile começa ao crepúsculo. A lista de
Armadura de placas pesada e espada de duas mãos.
convidados é impressionante. Embora o rei e rainha

115
Uma teia frágil
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
 não estejam presentes, muitos cavaleiros, banns e até
mesmo alguns arls visitantes comparecem. Uns poucos
plebeus ricos ou influentes também estão presentes, as-
sim como — é claro — seus servos, escudeiros e criados.
As seções a seguir apresentam uma visão geral do
que os PNJs mais importantes podem fazer conforme o
grande baile se desdobra.
Bann Nicola
A Bann Nicola passa a maior parte do seu tempo
no baile conversando e convivendo com os convidados
no salão. Ela confia em Bando para manter o baile em
andamento. Se Bando desaparecer devido às ações dos
PJs, a Bann Nicola percebe em cinco ou dez minutos,
no máximo.
Se as coisas começam a dar errado, é concebível que
a Bann Nicola cancele o assassinato por enquanto, para
evitar chamar atenção à situação fora de controle. Ela
chama Rivka silenciosamente, fala uma frase código
pré-definida, e tudo é adiado.
Adric
Adric cumpre seu papel, mas está obviamente in-
feliz com isso até que realmente vê Tanith e percebe o
quão linda ela é. Então, fica fascinado por ela.
Se for alertado sobre as intenções de Ser Basil, Adric
pode desafiá-lo para um duelo. Nesse caso, a Bann Ni-
cola tenta impedir que isso ocorra.
Capitão Braedon
O Capitão Braedon é o acompanhante da Bann Nico-
la esta noite. A presença de nobres tão importantes dei-
xa-o nervoso; ele passa a maior parte da noite checando
seus guardas e garantindo que a mansão está segura.
Braedon fica horrorizado e constrangido se houver
mortes, e se dedica completamente a tentar consertar
tudo (a Bann Nicola conta com isso). Entretanto, se Bra-
edon descobrir segredos demais, sua natureza essen-
cialmente honrada torna-o imprevisível.
Bando
Bando passa o baile anunciando convidados e ga-
rantindo que todos os copos estejam cheios, o bufê
esteja completo e os músicos continuem tocando. Ele
está constantemente em movimento, correndo entre a
cozinha e o salão.
Os Convidados
A maioria dos nobres convidados permanece no
salão, embora grupinhos de conversa ocasionais se es-
palhem ao saguão principal ou aos jardins (a biblioteca
e o escritório estão trancados durante o baile).
Os Curwen e Ser Basil permanecem no salão até a
PARTE 6: 5. A TRAMA EM AÇÃO.
116
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
Os Servos dos Convidados
Os servos dos convidados nobres permanecem na
sala de entrada, longe da vista mas facilmente acessíveis
a seus senhores. Lorraine permanece entre eles até que
seja necessária na PARTE 6: 5. A TRAMA EM AÇÃO. Em prin-
cípio, somente os servos de Nicola circulam pela casa.
Rivka, a Assassina
Rivka juntou-se ao quadro de funcionários da casa
alguns dias atrás e passa a maior parte do baile agindo
como uma serva comum, levando bebidas a convida-
dos e reabastecendo o bufê. Permanece assim até a PAR-
TE 6: 5. A TRAMA EM AÇÃO.
Se os PJs pensarem em investigar servos recente-
mente contratados, podem descobrir, com um teste de
ASTÚCIA (INVESTIGAÇÃO) contra NA 13, que cinco servos
(entre eles Rivka) foram contratados por Bando nas duas
últimas semanas, para as necessidades do grande baile.
Hester
Hester é um servo de confiança da Bann Nicola, e
a apólice de seguro da bann caso Lorraine por alguma
razão não cumpra sua parte. Caso Lorraine não cor-
ra ao Capitão Braedon com sua falsa história depois
que Ser Basil descobrir os corpos do Bann Curwen, de
Tanith e de Adric, Hester fará isso. Somente a Bann
Nicola, Crannoch e Bando sabem que Lorraine tem
um substituto. Exceto por este dever, Hester age como
qualquer servo da Bann Nicola.
O Plano de
Assassinato
Certifique-se de ler e compreender o plano da Bann
Nicola, descrito na seção SER BASIL, O BASTARDO, na pá-
gina 84. O plano pode não ocorrer como esperado. Mas,
caso ocorra, a ação acontece conforme descrito a seguir.
Em algum ponto durante a festa, Ser Basil discu-
te com o Bann Curwen no salão (veja 2. PECADOS DOS
PAIS). A Bann Nicola garante que todos os convidados
saibam deste confronto, acrescentando (falsamente)
que Ser Basil ameaçou o bann fisicamente se Basil não
recebesse a mão de Tanith em casamento.
Mais tarde, a Bann Nicola envia o Bann Curwen, Ta-
nith e Adric à sala de estar do segundo andar, para fazer
os arranjos finais antes do anúncio público do noivado
de Tanith e Adric. Ela promete se unir a eles em breve.
Quando Curwen, Tanith e Adric chegam ao andar
superior, Rivka os envenena, e eles morrem. Rivka cor-
ta a garganta de Tanith antes de sair da sala.
Uma mensagem é enviada a Ser Basil, pretensa-
mente de Tanith, pedindo que ele a encontre na sala de
estar do segundo andar imediatamente. Basil sobe as
escadas. Lorraine o segue.
Uma teia frágil
 Papéis recorrentes
O grande baile é uma excelente oportunidade para você reintroduzir nobres de aventuras anteriores,
como o Bann Karel Dusic, Ser Gelda e Ser Vilem de Fúria Âmbar, ou o Arl Gallagher Wulff, sua filha Izot
e seu marido Azur, de Onde as Águias Vivem. Se Ser Gelda estiver presente, os PJs podem até mesmo
pensar em recrutá-la para ajudar a causa.
Ser Basil irrompe na sala e descobre os três cadáveres.
Lorraine grita do segundo andar, corre escada abai-
xo e intercepta o Capitão Braedon, que estava escoltan-
do a Bann Nicola à sala naquele momento.
Lorraine conta a Braedon, ofegando, que viu Ser
Basil falar com uma elfa sinistra, e então viu Basil en-
trar na sala, sacar sua adaga e exigir que Tanith se ca-
sasse com ele. Foi então que Lorraine viu que o Bann
Curwen e Adric já estavam mortos (“Envenenados por
aquela elfa, tenho certeza!”). Lorraine relata que Tanith
recusou a exigência de Basil e que Ser Basil cortou sua
garganta em um acesso de fúria.
Embora Ser Basil obviamente negue toda a história
de Lorraine, uma prova adicional foi plantada para cor-
roborar a acusação: uma adaga ensanguentada perten-
cente a Ser Basil, que Lorraine roubou alguns dias atrás
e entregou para Marissa. Foi plantada sob um sofá na
sala, para ser encontrada por qualquer um.
Se tudo sair de acordo com o plano, o Capitão Brae-
don prende Basil e entrega-o às autoridades do rei. Um
homem do salão negro em débito com a Bann Nicola
interroga Ser Basil nas horas seguintes e “descobre”
que tudo foi parte de uma conspiração Restauracionis-
ta armada em conluio com certos elfos urbanos.
Basil é enforcado de manhã. O rei designa a Bann
Nicola para investigar e expulsar os Restauracionistas
(o que dá a ela a vantagem que quer na Guilda dos
Mercadores), enquanto outros banns recebem o dever
de expurgar o Alienário Élfico.
Quer dizer, se tudo sair como planejado.
1. Bem-Vindos ao
Grande Baile
Encontro de Interpretação
Os PJs participam do grande baile na Mansão Baranti.
Carruagens chegam à Mansão Baranti, deixando
seus passageiros nobres. Os servos da Bann Nicola
ajudam-nos a atravessar a chuva em direção à sala
de entrada. Conforme entram no salão, Bando os
anuncia para os demais.
O salão da Bann Nicola é resplandecente, com um
fogo crepitante na lareira, um quinteto de músicos
e um impecável bufê que se espalha por meia dúzia
Uma teia frágil
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
de mesas finas. Servos apressam-se constantemen-
te para reabastecer e redecorar os pratos, enquan-
to outros oferecem bebidas exóticas e vinhos finos
para a nobreza.
A Bann Nicola cumprimenta cada convidado pes-
soalmente. Seu elegante vestido verde escuro é
impressionante em sua opulência, quase deixando
invisível o Capitão Braedon, também com roupa
impecável, que é seu acompanhante.
Dependendo de como e por quê os PJs estão presen-
tes, podem tanto receber o mesmo tratamento dos outros
convidados quanto ser forçados a esconder-se.
O Capitão Braedon mantém seus guardas por perto,
mas discretamente. A maioria está no salão principal.
Se os PJs forem convidados, permita que se mis-
turem, especialmente se conhecerem alguns dos con-
vidados. Se suas aventuras futuras envolverem PNJs
nobres, esta é uma boa hora de apresentá-los.
PJs que tentem obter informações devem fazer
um teste de COMUNICAÇÃO (INVESTIGAÇÃO) contra NA
13. Aqueles que forem bem-sucedidos descobrem
informações descritas na tabela a seguir, até o seu
resultado no dado do dragão. Se vários PJs forem
bem-sucedidos nos testes, espalhe as informações entre
eles. Se suas aventuras futuras envolverem informa-
ções que podem ser descobertas em um encontro social
como este, espalhe essas pistas aqui também.
O Bann Curwen e Tanith chegam cerca de meia
hora depois do início do grande baile. Se os PJs tiverem
motivos para prestar mais atenção a eles do que a ou-
tros convidados, você pode querer apresentá-los com o
seguinte texto:
O Bann Curwen escolta sua filha ao salão depois
da hábil apresentação de Bando. Embora seja uma
figura imponente, o velho bann tem o caminhar rí-
gido de um velho soldado. Tanith é atraente, uma
linda e jovem flor com longos cabelos cacheados
ruivos e um vestido estonteante que acentua suas
curvas sinuosas.
Um PJ bem-sucedido em um teste de PERCEPÇÃO
(VISÃO ou EMPATIA) contra NA 13 nota uma mudança
palpável no comportamento de Adric quando Tanith
entra. Enquanto, antes de sua chegada, ele estava mal-
117

Pistas no Grande Baile
DADO DO
INFORMAÇÃO DESCOBERTA
DRAGÃO
1-2 Tem havido muitas reclamações sobre os
preços cada vez maiores de produtos im-
portados em Denerim (o PJ que ouve isto
é encurralado por um nobre frustrado que
não pode fazer nada a não ser reclamar
amargamente sobre como isto tem sido
desastroso para sua fortuna).
3-4 Dizem os boatos que Tanith Curwen, filha
do Bann Curwen, noivará esta noite. Há
grande especulação — até mesmo parcial-
mente correta — sobre quem será o noivo;
cada PJ escuta uma coisa diferente.
5-6 O rei vem procurando por uma descul-
pa para controlar a população dos elfos
urbanos em Denerim (o PJ ouve isto de
um nobre que é veementemente a favor ou
violentamente contra).
-humorado e cabisbaixo, transforma-se rapidamente
em um jovem agradável e alegre. Ele se apressa pela
sala, quase cumprimentando o par antes de sua avó.
Ser Basil é um dos últimos convidados a chegar.
Qualquer PJ que preste atenção nota que ele pede a Ta-
nith para que dance com ele. Com um teste de PERCEP-
ÇÃO (EMPATIA) contra NA 15, até mesmo um PJ que não
esteja prestando atenção nota que Ser Basil vigia Tanith
durante a noite, não importa onde os dois estejam.
2. Pecados dos Pais
Encontro de Exploração
Os PJs escutam uma discussão exaltada
entre o Bann Curwen e Ser Basil.
Enquanto os PJs estão no baile, peça um teste de
PERCEPÇÃO (AUDIÇÃO) contra NA 13. PJs bem-sucedidos
ouvem uma discussão entre o Bann Curwen e Ser Basil:
O veneno na voz do homem chama sua atenção:
“Por direito, suas terras deveriam ser minhas!”. Pelo
canto dos seus olhos — como a discrição exige —
vocês veem um homem que reconhecem como Ser
Basil em uma discussão com o Bann Curwen. Ba-
sil continua: “Eu exijo que você retifique este crime
oferecendo-me a mão de Tanith, para que eu possa
reconquistar o que é meu de direito!”.
“Você ousa falar comigo sobre direitos?”, o Bann
Curwen retruca. “As terras de seu pai foram rouba-
das, por um rei ilegítimo. Embora eu suponha que
legitimidade não é algo que lhe preocupe!”.
Basil se enfurece, seu rosto fica vermelho e suas
mãos se apertam. Depois de um momento tenso de
silêncio raivoso, ele se vira e vai embora.
118
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
Depois desta discussão, os rumores começam.
Qualquer PJ no salão que seja bem-sucedido em
um teste de COMUNICAÇÃO (INVESTIGAÇÃO) contra NA
13 percebe que os detalhes da história estão mudando
conforme são recontados, com a parte de Ser Basil na
discussão soando mais e mais ameaçadora até que a
maioria dos convidados venha a acreditar que Ser Basil
ameaçou o Bann Curwen com violência direta e física
em um futuro imediato.
É necessário um esforço deliberado e um teste de
COMUNICAÇÃO (INVESTIGAÇÃO) contra NA 17 para rastrear
a origem dos aumentos na história até a Bann Nicola.
O que fica claro para todos é que muitos convidados
estão começando a se sentir desconfortáveis com Ser Basil.
3. Confrontando
Bando
Encontro de Interpretação
Os PJs tentam extrair informações de Bando.
Se os PJs acreditam que Bando tem conhecimento
útil, podem aproveitar uma oportunidade durante o
baile para isolá-lo e forçá-lo a falar. Se eles não fizerem
isso, você obviamente deve pular este encontro.
Bando está em constante movimento durante a fes-
ta, entrando e saindo de várias salas pela mansão. É re-
lativamente simples para um ou mais PJs pegarem-no
sozinho em algum ponto e forçá-lo a algum canto mais
recluso. Bando não é um lutador: se for ameaçado com
violência, consente imediatamente a toda e qualquer
exigência física.
Fazer Bando falar é diferente. Os PJs podem ten-
tar qualquer número de táticas, como barganha, per-
suasão, intimidação ou até mesmo sedução. Isto exige
um teste avançado oposto de COMUNICAÇÃO (BARGANHA,
PERSUASÃO ou SEDUÇÃO) ou FORÇA (INTIMIDAÇÃO) contra
VONTADE (DISCIPLINA) com limiar de sucesso 10. Cada
teste leva dez minutos entre negociação, lisonjas e ofer-
tas, e Bando recebe um bônus de +3 em suas rolagens,
representando sua lealdade à Bann Nicola. Será difícil
para os PJs. Contudo, se eles tiverem sucesso, o plano
da Bann Nicola é revelado, pois Bando sabe tudo.
Os PJs podem descobrir informações úteis com
Bando. Cada vez que tiverem sucesso em um teste
oposto (exceto pelo limiar de sucesso do teste avan-
çado), Bando acidentalmente deixa escapar uma das
informações a seguir:
• A Bann Nicola pretende acabar com o domínio que
os mercadores têm sobre os portos.
• A Bann Nicola de alguma forma está usando Tanith
Curwen para atingir seus objetivos.
• Haverá um assassinato, e os Restauracionistas se-
rão incriminados.
Uma teia frágil
 • O assassinato também resultará no expurgo do
Alienário Élfico.
Tenha em mente que Bando e a Bann Nicola estão
frequentemente em contato durante o baile. Se Bando
desaparecer por muito tempo, será interrogado depois
— os guardas de Braedon irão procurá-lo se ele não
aparecer dentro de alguns minutos.
4. Entrevistando
Lorraine
Encontro de Interpretação
Os PJs confrontam Lorraine sobre os eventos da noite.
Se os PJs descobrirem com Marissa sobre o envolvi-
mento de Lorraine, podem querer falar com ela.
É difícil isolar Lorraine, pois ela passa o baile em
um aposento cheio de outros servos, atendentes e es-
cudeiros. Se os PJs apresentarem um plano inteligente,
ela pode ser convencida a falar livremente com um tes-
te oposto de COMUNICAÇÃO (PERSUASÃO) contra VONTADE
(DISCIPLINA). Se os PJs usarem o que sabem sobre o amor
entre Marissa e Lorraine para fortalecer suas tentativas,
recebem um bônus de +2 em sua rolagem. Se Marissa
tiver motivos para ficar preocupada com sua segurança
física, os PJs recebem um bônus adicional de +1.
Se os PJs forem bem-sucedidos em seu teste, Lor-
raine revela o que sabe sobre a intriga: ela deve seguir
Ser Basil escada acima e, quando a hora chegar (ela não
sabe ao certo o que isso significa, mas acha que envol-
verá cadáveres), deve correr e encontrar o Capitão Bra-
edon. Então deve alardear em alto e bom som a história
(falsa) sobre o que acabou de ver. Embora Lorraine sus-
peite de que a trama se estenda ainda mais, permitiu
que seu amor por Marissa anuviasse seu julgamento.
Por fim, ela acredita que está servindo a Ferelden ao
ajudar a expor os Restauracionistas.
Se for pressionada por mais informações (“Há algo
mais que deveríamos saber?”), ela também lembra que
entregou uma das adagas de Ser Basil a Marissa alguns
dias atrás, quando lhe pediram.
Lorraine acredita que, no final das contas, a Bann
Nicola irá inocentá-la de qualquer coisa errada que te-
nha feito, e irá oferecer-lhe um cargo na Casa Baranti.
Se ela suspeitar de que isso não irá acontecer (na ver-
dade, não vai mesmo), ou se descobrir que Marissa foi
embora de Denerim, sairá do grande baile imediata-
mente, para nunca mais ser vista.
5. O Plano em Ação
Encontro de Interpretação
O plano da Bann Nicola dá resultado (a
menos que os PJs detenham-no!).
Uma teia frágil
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Lorraine
Uma mulher atraente com cabelos curtos, em estilo
marcial. Foi persuadida a trair Ser Basil pelo dinheiro
da Bann Nicola, mas se apaixonou por Marissa, seu
contato — e Marissa se apaixonou por ela. Quanto
mais essas enganações se estenderam, mais aumen-
tou o conflito interno de Lorraine. Isto se manifestou
recentemente em um comportamento moroso.
HABILIDADES (FOCOS)
2 Astúcia
3 Comunicação
2 Constituição (Vigor)
5 Destreza (Cavalgar, Cajados)
1 Força
0 Magia
2 Percepção
4 Vontade
VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
12 40 16 5
ATAQUES
ARMA ATAQUE DANO ALCANCE
Besta +5 2d6+3 30/60 metros
Maça com +7 1d6+4 —
espinhos
PODERES
Façanhas favoritas: golpe poderoso e penetrar armadura.
Grupos de armas: arcos, briga, cajados e lâminas leves.
Talentos: Estilo de Arma e Escudo (novato), Estilo de
Arma Única (novato) e Treinamento com Armaduras
(novato).
EQUIPAMENTO
Besta, cota de malha leve, escudo médio, maça com
espinhos e virotes x20.
Depois de mais uma rodada de dança, vocês notam
a Bann Nicola falando com o Bann Curwen. Adric
e Tanith unem-se a eles. O rosto de Basil fica ver-
melho, e suas mãos se apertam. Depois de um mo-
mento de silêncio raivoso, ele se vira e vai embora.
Depois de alguns momentos de conversa, a Bann
Nicola gesticula na direção da grande escada do
salão principal. Os outros três — Curwen, Adric e
Tanith — vão naquela direção, conversando alegre-
mente, enquanto a Bann Nicola se vira para falar
com outro convidado que estava esperando pacien-
temente por sua atenção.
Façam um teste de PERCEPÇÃO (VISÃO).
119
 Rivka, a assassina Ladina 5
Uma experiente assassina elfa, atualmente disfarça-
da como uma serva na casa dos Baranti.
HABILIDADES (FOCOS)
4 Astúcia
4 Comunicação (Enganação, Disfarce)
2 Constituição (Corrida)
6 Destreza (Iniciativa,
Lâminas Leves, Furtividade)
3 Força
0 Magia
3 Percepção
2 Vontade
VALORES DE COMBATE
VELOCIDADE SAÚDE DEFESA ARMADURA
18 55 16 0 VELOCIDADE
ATAQUES
ARMA ATAQUE DANO
Adaga +8 1d6+4
PODERES
Façanhas favoritas: desarmar e penetrar armadura
(1 PF).
Grupos de armas: arcos, briga, cajados e lâminas leves.
Talentos: Batedor (experiente), Estilo de Arma
Única (novato), Estilo Desarmado (novato) e
Furto (experiente).
EQUIPAMENTO
Adaga.
Qualquer PJ que seja bem-sucedido em um teste de
PERCEPÇÃO (VISÃO) contra NA 13 nota um breve contato
visual entre a Bann Nicola e Rivka, assim que a bann
se afasta de Curwen, Tanith e Adric. Qualquer um que
note isso vê Rivka se virar para levar uma jarra de vi-
nho em uma travessa de prata escada acima, seguindo
os outros três.
A menos que seja detida, Rivka entra na sala depois
do Bann Curwen, de Tanith e de Adric, e os envenena.
Eles morrem em poucas rodadas, sem fazer qualquer
barulho que possa ser ouvido acima dos músicos, que
coincidentemente começaram um número bem enér-
gico. Rivka corta a garganta de Tanith de acordo com
o plano, antes de sair furtivamente por uma das jane-
las da sala, esgueirando-se através do jardim e sobre o
muro da mansão, desaparecendo na cidade.
Se os PJs interceptarem Rivka, ela tenta cumprir
o plano ou, se isso for impossível, escapar. Se os PJs
tentarem convencê-la a entregar a Bann Nicola, peça
um teste oposto de COMUNICAÇÃO (PERSUASÃO) con-
tra VONTADE (DISCIPLINA), mas não se importe com
120
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
Ser Basil Ladino 5
Um jovem cavaleiro, dotado de uma beleza rústica,
cujas cicatrizes o fazem parecer autêntico, em vez de
desfigurado. Ele acredita estar destinado à grandeza
e porta-se com arrogância.
HABILIDADES (FOCOS)
3 Astúcia (Conhecimento Militar)
2 Comunicação (Persuasão)
2 Constituição (Vigor)
3 Destreza (Lâminas Leves, Cavalgar)
5 Força (Lâminas Pesadas)
1 Magia
1 Percepção
2 Vontade
VALORES DE COMBATE
SAÚDE DEFESA ARMADURA
13 60 13 0
ATAQUES
ARMA ATAQUE DANO
Adaga +5 1d6+6
Espada bastarda +7 2d6+6
PODERES
Façanhas favoritas: golpe poderoso e postura defensiva.
Grupos de armas: arcos, briga, lâminas leves, lâmi-
nas pesadas e lanças.
Talentos: Estilo de Arma Dupla (experiente), Estilo
de Arma e Escudo (experiente) e Treinamento com
Armaduras (experiente).
EQUIPAMENTO
Adaga e espada bastarda. Em uma situação de
combate, Ser Basil usaria uma armadura de placas
pesada e carregaria um escudo médio, mas estas es-
tatísticas refletem sua indumentária durante o baile.
as rolagens de Rivka. Independentemente do resul-
tado, Rivka finge estar disposta a se unir aos PJs,
mas quando chega a hora de qualquer confissão pú-
blica, ela acusa Ser Basil, mais ou menos de acordo
com o plano original.
PJs que ainda estiverem no andar de baixo devem
fazer um teste de PERCEPÇÃO (VISÃO) contra NA 13 para
notar Bando entregando uma mensagem a um servo e
sussurrando em seu ouvido. A mensagem rapidamente
chega a Ser Basil, que lê o bilhete e imediatamente vai
em direção às escadas.
Com outro teste de PERCEPÇÃO (VISÃO) contra NA 13,
os PJs notam que Lorraine, que vem prestando atenção
a sua senhora, vê isto e segue-o. Se os PJs estiverem vi-
giando Lorraine, nenhum teste é necessário. Se Lorrai-
ne tiver deixado o baile, Hester segue Ser Basil.
Uma teia frágil
 Se os PJs ainda não tiverem interferido, a Bann Ni-
cola e o Capitão Braedon começam a subir as grandes
escadas assim que Ser Basil chega à sala. O grito de Lor-
raine soa um momento depois, precisamente quando
os músicos terminam seu número. Lorraine desce as
escadas, relata sua história a Braedon, e o caos come-
ça (ou, mais uma vez, se Lorraine não estiver presente,
Hester faz o papel de testemunha).
O Capitão Braedon chama seus guardas e sobe as
escadas apressadamente para prender o histérico e
confuso Ser Basil. A adaga ensanguentada é encon-
trada em seguida. Se Lorraine estiver presente, iden-
tifica a arma como pertencendo a Ser Basil. As rodas
da justiça giram.
Obviamente, as ações dos PJs podem causar milha-
res de variações no plano da Bann Nicola. O que quer
que os PJs decidam fazer, tenha em mente as motivações
dos vários personagens, lembrando que este é o clímax
da aventura. Faça o que fizer, não seja entediante!

Consequências
As pontas soltas de Uma Teia Frágil podem ser
amarradas de várias maneiras, dependendo do que os
PJs fazem e já fizeram.
Se a Bann Nicola for bem-sucedida em seu plano,
aterroriza as famílias mercadoras de Denerim por vá-
rias semanas enquanto o rei envia seus leais banns ao
Alienário Élfico, que queima durante dias. Em algum
momento neste período, descobre-se que Lorraine se en-
forcou, provavelmente devido a culpa, arrependimento
ou o horror que testemunhou. Na verdade, Rivka (ou
algum outro assassino) foi despachada para amarrar as
pontas soltas da Bann Nicola.
Se os PJs matarem a Bann Nicola ou influenciarem
alguém para matá-la, Adric assume seu lugar como lí-
der da Casa Baranti. A nobreza de Denerim é jogada
a um período de caos, pois a influência estabilizadora
da bann desaparece. As várias obras públicas da Casa
Baranti chegam ao fim, e a cidade fica pior.
Se o Bann Curwen sobreviver e descobrir que tem
que agradecer aos PJs, torna-se um aliado fiel. Se Tanith
descobrir o mesmo, apaixona-se pelo herói PJ mais bo-
nito — provavelmente para a frustração de Adric.
Se a rede de espionagem da Bann Nicola desabar
a ponto de seus agentes pararem de apanhar os papéis
confessionais que a Madre Gabriella coloca no barril no
beco a cada semana, a Madre silenciosamente agradece
ao Criador e começa a queimar os verdadeiros papéis
confessionais. Ela nunca revela seu segredo.
Talvez os melhores resultados ocorram se a Bann
Nicola for publicamente desacreditada com provas que
não possam ser contestadas ou escondidas. Neste caso,
embora Adric herde as riquezas da casa, o rei tira o tí-
tulo de nobreza de Nicola, e seu conhecimento secreto
não desaparece. Embora uma paz relativa prevaleça
em Denerim — por algum tempo — os PJs ganham
dois adversários excepcionalmente perigosos: a Bann
Nicola e o astuto e engenhoso mestre espião, Cran-
noch. Seus planos de vingança devem render muitas
aventuras futuras.
Embora isso seja menos importante do que o desti-
no da Bann Nicola, os PJs devem em algum momento
dar alguma satisfação a Andiel. Se ela descobrir que
suas confissões foram usadas contra sua senhora, nun-
ca mais se aproxima do Ouvido de Andraste, chegan-
do a mudar de vizinhança. Devido à sua lealdade para
com sua empregadora, o relacionamento entre as duas
é reparado com o tempo. Ela pode até mesmo recomen-
dar os PJs a Ser Greta no futuro, caso a cavaleira precise
de aliados em sua cruzada para deter a influência orle-
siana em Denerim.

121
Uma teia frágil
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com

Apêndice:
Sementes de
Aventuras
O Sono
Tranquilo dos
Inocentes
POR JEFF TIDBALL
Certa noite, enquanto os personagens dormem
tranquilamente em uma estalagem de uma pequena ci-
dade em algum lugar de Ferelden, seu sono é perturba-
do por um grupo de atacantes enviados para matá-los.
O desafio óbvio e imediato é resistir ao ataque. Mas,
após o combate, os PJs devem também descobrir quem
tentou matá-los, e por quê. Talvez mais importante, de-
vem descobrir o que têm que fazer para se certificar de
que isso não ocorra novamente. Quaisquer que sejam
os crimes que os PJs possam ter cometido no passado
— reais ou imaginários, leves ou graves — eles não têm
nada a ver com o ataque que dá início a esta aventura.
Esta semente de aventura consiste principalmente
de informações, e descreve a história por trás do ataque
e os grupos envolvidos. A aventura deve surgir a partir
das motivações desses grupos e da forma que a batalha
se desenrola — quem vive e quem morre.
Histórico
Recentemente, a estrada principal ao norte da ci-
dade encontra-se infestada de bandidos. É um grupo
relativamente pequeno, mas seus ataques se tornaram
mais audaciosos e violentos à medida que aperfeiçoa-
ram suas táticas.
Há alguns dias, os bandidos atacaram a carroça
mercadora de uma família benquista — pai, mãe, filha
adolescente e um jovem filho — que viajava em um cir-
cuito regional, vendendo brinquedos de madeira. Os
bandidos mataram o pai quando ele tentou impedir
que estuprassem a mãe e a filha. A violência aumentou,
e eles acabaram matando a família inteira.
Os bandidos não sabiam que o ataque foi testemu-
nhado por um mago apóstata. Este mago não foi bravo o
suficiente para confrontar os vilões, mas usou sua magia
depois que eles se foram para salvar a vida do garoto.
O mago pretendia apenas deixar o menino com o
xerife local e evitar mais complicações. Mas, quando
chegou à cidade, descobriu que o xerife estava fora, e
122
Apêndice: sementes de aventuras
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
não voltaria por vários dias. Tentou deixar o menino
com o estalajadeiro local, mas não sabia que foi a pior
coisa que poderia ter feito.
O estalajadeiro é aliado dos bandidos: fornece in-
formações sobre bons alvos em troca de uma parcela
dos espólios. Os negócios andam ruins, e esta é a única
forma com que ele tem sido capaz de manter seu lucro.
O estalajadeiro imaginou que o testemunho do ga-
roto sobre as identidades dos bandidos poderia ser dis-
torcido ou desconsiderado, mas não tinha tanta certeza
sobre o mago. Depois de fingir simpatia e ouvir a his-
tória do mago, o estalajadeiro “revelou” que, em uma
estranha coincidência, um grupo de forasteiros que se
encaixava na descrição dos bandidos estava ocupando
quartos na estalagem naquela noite!
Com o xerife fora da cidade e sem guardas perma-
nentes, o estalajadeiro se voluntariou para reunir um
grupo de homens, pagando-os de seu próprio bolso se
necessário, para prender os “bandidos” adormecidos.
Ele deixou o garoto na companhia do mago cada vez
mais nervoso para chamar os homens.
Naturalmente, o estalajadeiro foi direto ao acampa-
mento dos bandidos e trouxe-os de volta para a cidade,
sob a cobertura da escuridão.
Os bandidos estavam mais do que dispostos a par-
ticipar de uma luta que eliminaria a testemunha de
seus atos (pois eles pretendiam certificar-se de que o
mago apóstata morresse “tragicamente” na luta contra
os PJs) além de fornecer bodes expiatórios convenien-
tes para seus crimes anteriores.
A Luta
A força de ataque consiste de um bandido para
cada PJ. Eles devem ser feitos sob medida para enfren-
tar as habilidades de luta dos PJs. Também há um único
homem local de boa reputação (mas não de inteligência
particularmente grande) recrutado pelo estalajadeiro e
convencido das mesmas mentiras que foram contadas
ao mago, para que o xerife tenha um rosto confiável
para interrogar sobre a luta quando retornar. Por fim, o
bando inclui o mago apóstata, que, a mando do estala-
jadeiro, deveria identificar os “bandidos”.
Os PJs são acordados, na melhor das hipóteses,
pelas precauções que tomam para evitar exatamen-
te este tipo de ataque. Se os PJs não tiverem tomado
tais precauções, são acordados quando o recruta local
derruba sua espada enquanto os atacantes estão se es-
gueirando ao quarto.
O plano dos bandidos é matar todos os PJs e es-
faquear o apóstata pelas costas enquanto mantêm o
tolo local confuso o bastante para que simplesmente
confirme a história do estalajadeiro quando a hora
chegar. Eles esperam que o homem seja arremessa-
do pela janela ou nocauteado logo no início da luta, e
 estão prontos para propiciar essas circunstâncias. Os
bandidos também trouxeram um dos brinquedos de
madeira da família morta para plantar entre os PJs,
confirmando sua culpa.
Os bandidos — covardes por natureza — não lu-
tam até a morte.
Depois do Ataque
O que acontece depois do ataque depende de dois
fatores: quem viveu e quem morreu e o que os PJs de-
cidem fazer. Como mestre, você terá que improvisar —
não há outro jeito — dependendo de como estes dois
fatores imprevisíveis se apresentarem.
Duas listas abaixo irão ajudá-lo. A primeira é uma
lista do que cada personagem deseja. A segunda é uma
lista de coisas interessantes que podem acontecer en-
quanto os PJs buscam respostas. Se o ritmo do jogo es-
tiver lento, procure na última lista o evento mais apro-
priado para movimentar as coisas.
O que Eles Querem
Aqui estão as motivações e prioridades dos PNJs,
se sobreviverem ao ataque.
O estalajadeiro
O estalajadeiro quer preservar sua reputação e
seu negócio. Também gostaria de preservar seu em-
preendimento criminoso com os bandidos, porque (a)
eles podem acusá-lo se ele se voltar contra eles, e (b)
ele precisa de sua parte dos lucros para manter a es-
talagem. Quando o ataque aos PJs dá errado, ele ten-
ta culpar o mago pelo que não puder explicar como
coincidência (culpando-o, por exemplo, de fornecer
descrições erradas dos bandidos).
O mago
Se o mago apóstata sobreviver ao ataque, sua prin-
cipal prioridade é escapar da área antes que os Templá-
rios em seu encalço apareçam.
O garoto
O garoto quer sua família de volta. Já que isto não
vai acontecer, ele aceitará qualquer gesto de humani-
dade ou boa vontade que possa conseguir. Ele não se
lembra do ataque claramente, não poderia identificar
os bandidos mesmo que sua vida dependesse disso, e
está muito aberto a manipulação por qualquer um dos
vários grupos com interesses próprios.
Os bandidos
Os bandidos querem evitar encontros futuros, vol-
tar a seu acampamento e continuar com seu negócio
de enriquecer emboscando os fracos. Obviamente, eles
não desejam PJs em seu encalço, e irão se aliar ao esta-
lajadeiro conforme necessário para manter os eventos
locais em calmaria. Entretanto, se for necessário, eles
Apêndice: sementes de aventuras
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
preferem se mudar para outros terrenos de caça do que
entrar em outro combate perigoso ou se envolver com
o xerife ou os homens livres locais.
O otário
Forte e benquisto mas não particularmente brilhan-
te, este tolo quer preservar — e talvez melhorar — sua
reputação. Ele pode ser convencido de que as coisas
aconteceram diferentemente do que ele viu, se a nova
história for plausível e o fizer parecer heroico.
O xerife
Quando retorna, o xerife quer descobrir toda a ver-
dade. Ele adoraria que a investigação também livrasse-
-o dos bandidos da estrada.
O que Pode Acontecer
As seções a seguir descrevem os eventos que po-
dem acontecer se as coisas se tornarem lentas demais e
você quiser impulsionar a ação.
O xerife retorna
Embora não deva voltar por vários dias, o xerife
pode retornar inesperadamente, sua jornada reduzida
por fatores imprevisíveis.
Um segundo ataque
Se os PJs estiverem se mostrando problemáticos e o
estalajadeiro e os bandidos acharem que podem ter su-
cesso, é possível que tentem um segundo ataque para
tirar os heróis de seu caminho de uma vez por todas.
O Coro interfere
Os Templários do Coro vêm rastreando o mago
apóstata. Mesmo que o apóstata fuja da cidade, o Coro
pode ter um interesse na emboscada aos PJs, uma vez
que sua presa aparentemente tomou parte.
Os PJs são detidos
Se a situação ficar muito confusa, os homens livres
locais podem decidir simplesmente deter os PJs até que
o xerife retorne. Eles não querem fazer nada irreversí-
vel, como fazer justiça por suas próprias mãos. Dese-
jam apenas preservar a situação para as autoridades.
O garoto fica mudo
Os últimos dias do garoto têm sido realmente ruins.
Ele ficará literalmente marcado para sempre, mas seu
trauma psicológico poderia também manifestar-se fi-
sicamente, na forma de mudez. Isso dificultaria ainda
mais as tentativas de compreender seu testemunho já
bastante confuso.
Resolução
A resolução final da aventura depende muito de
quanta satisfação os PJs exigirem. Enquanto eles con-
tinuarem a procurar por respostas, a aventura conti-
123
 nua, com os vários vilões continuando a agir em seu
próprio interesse.
Por outro lado, se os heróis simplesmente deseja-
rem seguir a empreendimentos mais rentáveis, os ban-
didos provavelmente não irão persegui-los fora da ci-
dade. Neste caso, mantenha este elenco de antagonistas
em sua sacola de truques para uso futuro. Se os PJs pas-
sarem pela cidade na volta, você já terá vilões prontos
para usar para conflitos futuros.
É Tudo Roubo
POR DAVID HILL
Esta aventura é uma trama leve de moralidade e
mistério que se passa em Denerim. Nela, os persona-
gens jogadores descobrem sobre uma onde de roubos,
investigam três crimes e por fim confrontam os res-
ponsáveis. No fim, eles devem fazer uma escolha sobre
como lidar com um grupo de criminosos cujos motivos
são puros, mesmo que desaconselháveis e estranhos.
As três investigações podem ser breves, ou esten-
didas até pequenas aventuras, dependendo dos per-
sonagens e de seu interesse como mestre. Podem ser
apresentadas em qualquer ordem. Como qualquer uma
delas pode dar aos PJs pistas suficientes para perseguir
os culpados, até mesmo um grupo mais voltado à ação
deve ter uma chance razoável de sucesso total.
Trabalho
Mercenário
Três mercadores em Denerim sofreram roubos re-
centemente: um ferreiro, um vendedor de conservas e
um vendedor de materiais de construção. Não foram
roubos pequenos: todos os três mercadores perderam
grandes volumes de produtos. Todos desejavam con-
tratar agentes para recuperar suas mercadorias e, ten-
do descoberto o infortúnio dos outros, eles agora estão
colaborando para contratar investigadores. Sua oferta
é potencialmente bem lucrativa: 10% do valor dos pro-
dutos recuperados.
Armas Furtadas
A primeira cena de crime é a oficina do ferreiro. O
ferreiro está especialmente perturbado com o roubo
porque ele dormiu a noite toda quando isso aconte-
ceu, e sua cama fica bem acima da oficina. Os ladrões
roubaram dúzias de itens, e retirar aquele volume de
metal sem acordá-lo deveria ter sido impossível. En-
tão as coisas ficam suspeitas: com uma pequena in-
vestigação, os PJs descobrem um pó roxo acinzenta-
do ao redor da cama do ferreiro. Com um pouco de
conhecimento, estudo ou pesquisa, eles percebem que
124
Apêndice: sementes de aventuras
Jullyan Carvalho - jullyancarvalho@gmail.com
o produto vem de uma planta rara que causa sono.
Não cresce em Ferelden naturalmente.
Há apenas um mercador em Denerim que nego-
cia tais venenos raros, e ele não faz propaganda. Com
chantagem ou suborno, o mercador revela que o com-
prador da droga em questão vestia um manto preto es-
belto inconfundível com um tênue brilho, como carvão.
Personagens com tendências mágicas podem identifi-
car isto como um sinal de magia do sangue.
Gêneros Alimentícios
A segunda cena é o armazém do vendedor de con-
servas. Ele negocia peixe em conserva, frutas secas e
outros alimentos adequados para viagens. Não é um
pequeno empresário: gerencia caravanas que entregam
produtos por todo Thedas. Em uma campanha já esta-
belecida, o grupo provavelmente o conhece.
A estranheza deste roubo é que, embora os produ-
tos do vendedor estejam abertamente disponíveis para
compra em lugares com pouca segurança por toda De-
nerim (ele possui tendas, barracas e lojas por toda a ci-
dade), o ladrão escolheu roubar do armazém, onde há
apenas uma pequena porção dos seus produtos, com
mais segurança. Ele acredita que o culpado foi o guarda
do armazém, que não é visto desde o crime.
Os PJs conseguem encontrar a família do guarda
com relativa facilidade. Sua esposa e sua filha não es-
tão particularmente interessadas em falar, mas a esposa
pode ser persuadida com algumas moedas. Seu marido
contou a ela que viajaria por um tempo, para fora da
cidade, mas que quando retornasse traria riquezas que
mudariam suas vidas. Ele não sabia dizer por quanto
tempo estaria fora. Com um pouco de esforço dos PJs
para demonstrar gentileza, a filha pode revelar que viu
um elfo fora de sua casa, esperando por seu pai, na noi-
te em que o roubo aconteceu. Os dois saíram juntos: foi
a última noite em que o guarda foi visto na cidade.
Se o grupo tratar a esposa com especial compaixão,
ela pode contar que não confia muito em seu marido
ultimamente. Diz que ele vem falando abertamente
contra o rei nas últimas semanas.
Construindo o Caso
A última cena de crime é um depósito de madeira,
do qual foi roubado material suficiente para construir vá-
rias casas sólidas. O dono do negócio relata que alguns
de seus trabalhadores estão desaparecidos desde o roubo.
Perguntando pela cidade, os personagens podem
descobrir que várias carroças foram vistas perto do pá-
tio na noite dos roubos. Mais perguntas podem revelar
que estas mesmas carroças deixaram a cidade no meio
da noite, dirigindo-se ao oeste.
 Algumas horas estrada abaixo, há sinais de que pe-
sadas carroças deixaram a estrada principal, indo em
direção à floresta. As marcas deixadas por suas rodas
terminam abruptamente em uma clareira perto de uma
profunda ravina onde há um grande círculo de vegeta-
ção rasteira morta queimada até o chão.
Através de seu próprio conhecimento, pesquisa
ou investigações, os PJs podem descobrir que o círculo
queimado sugere a invocação de um ritual de viagem
capaz de transportar um grupo, transformando-o em
neblina sangrenta que pode ser levada pelo vento.
Justiça
As pistas levam a um acampamento fortificado na
floresta, do outro lado da ravina. O acampamento é
construído com a madeira roubada e outros materiais
de construção, transformados em uma fortaleza tempo-
rária. Cerca de quarenta homens vivem aqui, além de
umas poucas mulheres e crianças, todas carregando e
vestindo produtos roubados do ferreiro. Eles têm gran-
des pilhas de comida em conserva roubada.
Estes rebeldes são liderados por um elfo que veste
o manto preto descrito anteriormente. Ele não confir-
ma nem nega qualquer acusação que os PJs façam, nem
oferece explicações ou desculpas. Comporta-se civili-
zadamente, mas não gosta do rei ou das estruturas de
poder de Ferelden.
Os objetivos principais do elfo devem ser determi-
nados com base nas necessidades da campanha em lon-
go prazo, mas giram ao redor de formar uma base de
poder político independente em Ferelden. Seus moti-
vos podem ser qualquer coisa desde querer um refúgio
para iluminação longe da estética bestial fereldeniana
até destruir a nação de Ferelden.
O elfo e seus seguidores claramente não sobrevive-
rão a um confronto com o poder armado de Denerim,
então fazem o que podem para convencer os PJs a per-
manecerem quietos sobre sua presença. Suborno é uma
possibilidade clara. Se forem pressionados e não pude-
rem recrutar os PJs para sua causa, eles estão dispostos
a igualar a oferta dos mercadores de 10% sobre o va-
lor dos produtos roubados. Se o suborno falhar, o elfo
deixa claro que ele e seus seguidores estão dispostos a
morrer para proteger seu acampamento e que, se os PJs
atacarem o lugar ou trouxerem a força da lei para ata-
cá-lo, serão diretamente responsáveis pelas mortes dos
presentes e pela miséria que recairá sobre suas famílias.
Qualquer que seja a decisão que tomem, os PJs te-
rão a oportunidade de fazer aliados de longo prazo: os
três mercadores poderosos ou a comunidade do elfo.
Apêndice: sementes de aventuras
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A Peregrinação
da Irmã Pedra
POR FILAMENA YOUNG
Um membro de alto escalão do Coro precisa de
uma escolta capaz para um importante assunto. Em re-
sumo, uma jovem sacerdotisa está para fazer uma pere-
grinação especial a uma aldeia na fronteira dos Ermos
Korcari. É um tipo de missão de misericórdia, mas o
Coro é vago nos detalhes. É dito aos personagens que
tudo que eles precisam saber é que seu trabalho é escol-
tar a peregrina e mantê-la a salvo. O pagamento é bom,
e difícil de recusar.
Mas, ao longo do caminho, uma série de estranhos
eventos leva os habitantes locais a acreditar que a pere-
grina é uma santa, espalhando milagres onde quer que
vá. Os personagens podem ter dúvidas, pois a peregri-
na claramente não tem habilidades mágicas, e a maior
parte dos estranhos acontecimentos pode ser explicada
por meios mundanos. Mesmo assim, os rumores se es-
palham; o arl local ouve as histórias e declara heresia.
Os personagens devem evitar os homens do arl en-
quanto terminam o trabalho da peregrina, que agora
atrai apoiadores e opositores. Os personagens devem
por fim escolher entre entregar sua protegida ao arl ou
forçá-la a abandonar sua peregrinação.
Contratados
Um Templário do Coro, um homem de boa posição
e grande reputação, aborda os personagens. Ele deseja
contratá-los para uma missão que ele mesmo não pode
cumprir. Precisa que eles encontrem uma sacerdotisa
em Denerim e escoltem-na pelos campos, até a frontei-
ra dos Ermos.
O Milagre da
Megera Fértil
Assim que o grupo parte, os personagens ouvem
rumores sobre a Irmã Pedra, a peregrina em sua com-
panhia. Um mercador conta a eles uma história sobre
uma velha desesperada para ter um filho, apesar da
morte de seu marido. Depois de rezar ao Criador com
a Irmã Pedra, a megera ficou grávida e, nove meses de-
pois, deu à luz não um, mas dois garotos saudáveis.
Mulheres locais dizem que a intercessão da Irmã Pedra
com o Criador pode tornar qualquer mulher fértil.
125

Onde a Água
Corre Fresca
Passando pelo Rio Drakon, a Irmã Pedra pede aos
personagens para parar em uma comunidade de fazen-
deiros que ela visitou no passado. Eles estão em difi-
culdades, dizendo que um apóstata amaldiçoou a parte
do rio de onde eles irrigam suas plantações, que agora
mata até mesmo os peixes que vivem lá. Os persona-
gens devem lidar com o apóstata. Neste meio tempo, a
Irmã Pedra reza no rio. Quando os personagens retor-
nam, encontram o rio mais uma vez correndo limpo. Os
habitantes chamam isso de milagre. A Irmã Pedra diz
que é meramente o trabalho do Criador.
O Campo dos
Mentirosos
Seguindo a Estrada Oeste, a Irmã Pedra se detém
várias vezes para ajudar os doentes. Ela demora o
quanto acha necessário em cada caso, dando aos perso-
nagens a oportunidade de explorar e aventurar-se en-
quanto esperam por ela, se quiserem. A Irmã chamou
a atenção do Arl Broxton, o protetor destas terras, e ele
enviou espiões para observá-la em busca de sinais de
magia. Numa tarde nublada, a peregrina para no meio
da estrada junto a um campo, dizendo que ouviu um
barulho de muitos homens. Depois de um momento,
as nuvens desaparecem e uma grande rajada de ven-
to quente sopra, empurrando a vegetação quase até o
chão e revelando um grupo de homens armados que
servem ao arl. Os homens abaixam suas armas, dizen-
do que a exposição de sua emboscada foi obra do Cria-
dor, e convertem-se à causa da Irmã.
Um Presente
das Pombas
A peregrina e os PJs chegam a uma pequena cidade
com uma grande capela do Coro. A área está infestada
de ratos doentes, estragando os depósitos de comida e
infectando as crianças. A Irmã Pedra reúne-se em par-
ticular com a Reverenciada Madre. Quando reaparece,
ela está cansada e um pouco triste. No dia seguinte, en-
tre pompa e circunstância, a Irmã realiza um milagre,
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Apêndice: sementes de aventuras
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contando às pessoas da cidade que o Criador já esten-
deu a mão a eles e que eles deveriam abrir suas ratoei-
ras. Quando o fazem, pombas voam das armadilhas.
Poucos que testemunharam a liberação das pombas
duvidam da autenticidade do evento, e mesmo os per-
sonagens não conseguem aceitar que possa ter sido um
ardil elaborado pela igreja local.
O Poder Frustrado
Os personagens começam a ouvir que o arl está exi-
gindo que a Irmã Pedra venha à sua presença para ser
julgada como uma bruxa e uma apóstata — não impor-
ta o que o Coro diga. A irmã ignora essas exigências,
continuando sua peregrinação, até que os servos do arl
reúnem cerca de 50 homens, mulheres e crianças que
acreditam que ela é divina, acusam-nos de crimes con-
tra o Coro e prometem matar um a cada dia até que ela
apareça. A Irmã Pedra deixa a escolha óbvia nas mãos
dos PJs. Ela claramente teme por sua vida e obra, mas
não deseja ver inocentes morrerem. Os personagens são
livres para agir conforme suas motivações, entregando-
-a ao arl, escondendo-a, levando-a para fora da região,
organizando um resgate dos reféns ou o que parecer
melhor. Algumas dessas escolhas podem servir como
sementes de toda uma série de aventuras.
Quebrando os Laços
Se a Irmã ficar frente a frente com o arl (tendo sido
capturada ou entregando-se), seu milagre final aconte-
ce. Enquanto a Irmã é levada presa, seus grilhões não
se sustentam — e, de fato, as algemas dos 50 prisionei-
ros também caem e não podem ser recolocadas. O arl
descarta isso, dizendo ser um truque de guardas sim-
patizantes. Afinal, seus soldados já falharam antes. No
fim, o arl exige que a Irmã Pedra seja morta. Quando
ele se aproxima para dar o golpe fatal, sua espada não
a perfura (mas ele é um velho com mãos trêmulas...).
Antes que possa se preparar para um segundo golpe,
a Irmã respira fundo, grita docemente para o Criador e
cai morta sem causa aparente. Testemunhas dizem que
esse é seu milagre final — ascensão ao Criador sem a
dor da morte — mas ainda há muitas perguntas sem
respostas. Sem dúvida os personagens serão interroga-
dos sobre elas pelo resto de suas vidas, como testemu-
nhas vivas da peregrinação da Irmã Pedra.
 Crias das trevas,
tremei...

...Pois os Guardiões
Cinzentos
estão chegando!
Conjunto 2: Níveis 6 a 10 — em breve!

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 á d e r r a m a d o !
Sangue ser e tê m te m po de criar suas
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