The Angel Next Door Spoils Me Rotten, Vol. 3

Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.
com
direito autoral
O anjo da porta ao lado estraga-me podre, Vol. 3
Saekisan
TRADUÇÃO DE NICOLE WILDER*CAPA DE HANEKOTO
Este livro é um trabalho de ficção. Nomes, personagens, lugares e incidentes são

produto da imaginação do autor ou são usados de forma fictícia. Qualquer
semelhança com eventos reais, locais ou pessoas, vivas ou mortas, é coincidência.
OTONARI NO TENSHISAMA NI ITSUNOMANIKA DAMENINGEN NI

SARETEITA KEN Vol. 3
Copyright © 2020 Saekisan Ilustração
copyright © 2020 Hanekoto Todos os direitos
reservados.
Edição original japonesa publicada em 2020 pela SB Creative Corp. Esta edição em
inglês é publicada mediante acordo com a SB Creative Corp., Tóquio, aos cuidados
da Tuttle-Mori Agency, Inc., Tóquio.
Tradução para o inglês © 2021 por Yen Press, LLC
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Primeiro iene na edição: dezembro de 2021
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Nomes: Saekisan, autor. | Hanekoto, ilustrador. | Wilder, Nicole. tradutor. Título:
O anjo da porta ao lado me estraga podre / Saekisan ; ilustração por
Hanekoto; tradução de Nicole Wilder.
Outros títulos: Otonari no tenshi-sama ni Itsu no ma ni ka dame ningen ni
sareteita ken. inglês
Descrição: Primeira edição Yen On. | Nova York : Yen On, 2020- |
Identificadores: LCCN 2020043583 | ISBN 9781975319236 (v. 1; comércio
brochura) | ISBN 9781975322694 (v. 2 ; brochura comercial) | ISBN
9781975333409 (v. 3 ; brochura comercial)
Assuntos: CYAC: Amor—Ficção.
Classificação: LCC PZ7.1.S2413 An 2020 | DDC [Fic]—dc23 LC
registro disponível em https://lccn.loc.gov/2020043583
ISBNs: 978-1-9753-3340-9 (brochura)

978-1-9753-3341-6 (e-book)
E3-20211112-JV-NF-ORI
Conteúdo
Tampa
Inserir
Folha de rosto
direito autoral
Capítulo 1: O Início do Novo Semestre

Capítulo 2: Contato com o Príncipe
Capítulo 3: O Anjo e uma Imposição Indesejada
Capítulo 4: A Decisão do Anjo
Capítulo 5: O contato com o anjo e a reação dos outros
Capítulo 6: O anjo na aula de culinária
Capítulo 7: A Proposta do Anjo
Capítulo 8: Brincando na sala de aula de culinária do anjo
Capítulo 9: Um passeio com o anjo
Capítulo 10: Um interrogatório
Capítulo 11: Ninguém além de você
Capítulo 12: Preocupação dos pais e uma dor passageira Capítulo
13: Uma premonição de problemas após os feriados
Posfácio
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“Ouça, eu não sou mais uma criança, você sabe.” A exasperação de Amane era óbvia
pela forma como ele atendeu ao telefonema de sua mãe. Ele estava prestes a
participar da cerimônia de entrada na escola que marcou o início de seu segundo ano
do ensino médio, afinal.
Amane não conseguia decidir se estava mais impressionado ou irritado com a habilidade dela
de marcar o horário para ligar para o único momento livre em sua rotina matinal ocupada. Ela se
preocupa demais, ele pensou enquanto se afundava no sofá.
Sua mãe havia se acostumado com a ideia de ele morar sozinho, mas ela
claramente ainda estava preocupada que uma velha ferida dele pudesse ter se aberto
novamente, trazendo lembranças de algo de seu segundo ano do ensino médio.
No que dizia respeito a Amane, embora a cicatriz doísse às vezes, nunca o
incomodou muito. E mais importante, ele não queria preocupar seus pais.
"Estou bem. Realmente... vou ficar bem sozinha.

“Você vem me dizer sempre que ficar difícil, ok? Ah, melhor ainda, você pode se
apoiar na doce Mahiru!”
"Yeah, yeah…"
Por que ela está tão ligada em Mahiru e em mim?
Sua mãe tinha gostado de Mahiru e claramente queria que eles passassem mais
tempo juntos, mas Amane sentiu que não era da conta dela. Quando se tratava de
assuntos de romance, ele não pedia ou queria qualquer intromissão dos pais, mesmo
que ela só tivesse boas intenções.
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Acima de tudo, Amane não queria que sua mãe descobrisse o quanto ele
gostava de Mahiru, então optou por ficar quieto e não se envolver.
“Aposto que Mahiru seria muito receptivo.”
"Uh-huh..."
“De qualquer forma, se você estiver passando por um momento difícil, certifique-se de pedir
ajuda a alguém, ok? Pode ser qualquer um. Eu ainda acho que Mahiru seria perfeito, mas
—”
“Olha, eu tenho que ir logo, então estou desligando. Obrigado por se preocupar
comigo tão cedo pela manhã.”
Amane não queria que sua mãe especulasse mais sobre seu relacionamento
com Mahiru, então ele rapidamente agradeceu e encerrou a ligação. Ele já
podia imaginá-la do outro lado da linha, provavelmente fazendo beicinho de
desagrado.
Ela estava preocupada com ele, mas estava se preocupando demais. Suas
cicatrizes doíam, mas não tanto a ponto de deixá-lo de joelhos. Além disso, não
o incomodaria se ele simplesmente não pensasse nisso.
... Melhor não entrar em contato se eu não precisar.
Enquanto as pessoas em quem confio ficarem comigo, tudo ficará bem. Amane não
estava preocupado com as mudanças de classe para o novo semestre. Afinal, não
havia nada que ele pudesse fazer, então ele decidiu fazer o seu melhor para aceitar o que
viesse.
Olhando para seu próprio reflexo sombrio e melancólico na tela escura de seu
telefone, Amane sorriu tristemente.
Se Chitose e Itsuki me vissem assim, eles me dariam um tapa nas costas, ele
pensou enquanto se levantava do sofá e saía para o primeiro dia de aula.
Caminhar para a escola depois de duas semanas de folga foi um pouco nostálgico. Ao chegar,
Amane aproximou-se do quadro de avisos central, com a intenção de verificar as escalas de
cada turma ali afixadas.
Embora ele tivesse chegado um pouco mais cedo do que o habitual, era o início do
novo semestre, então muitos outros alunos já estavam lá - e surpreendentemente, um
deles era seu amigo Itsuki, que surgiu da multidão para cumprimentá-lo.
“Ei, e aí, Amane. Parece que você acabou de chegar.”
"Manhã. O céu está caindo ou algo assim? Eu não posso acreditar que você chegou aqui
antes de mim.

“Meu pai me expulsou de casa,” Itsuki respondeu com um pequeno sorriso. “Ele disse que
eu deveria pelo menos chegar cedo no primeiro dia.” Ele deu de ombros, como se não
houvesse nada de interessante nisso.
Itsuki estava em desacordo com seu pai, como sempre. Desde que conheceu
Chitose, ele não parecia inclinado a fazer nada que seus pais quisessem. O pai de
Itsuki se recusou teimosamente a aprovar seu relacionamento com Chitose, e
desde então, os dois nunca se entenderam. Claro, o pai de Itsuki podia ser
bastante severo, mesmo antes de seu filho começar a namorar, Amane achava que
ele era um homem sério e sensato – e um pai decente.
Dito isso, a situação atual de Itsuki realmente fez Amane apreciar seu
relacionamento com seus próprios pais. Eles podiam ser mais do que um pouco
arrogantes às vezes, mas no geral, eles respeitavam os desejos de seu filho, e
Amane quase nunca discutia com eles. Afinal, eles tiveram muito trabalho para
mandá-lo para uma escola longe de sua cidade natal. E eles nunca o
incomodaram sobre com quem ele se associava – se alguma coisa, eles o
apoiaram totalmente nessa frente.
Amane não havia contado a seus pais sobre seus sentimentos em relação a
Mahiru, mas eles obviamente estavam muito apaixonados por ela – mesmo
mencionando abertamente que ela seria uma nora maravilhosa. Se por alguma chance
um dia ele se encontrasse nesse tipo de relacionamento com Mahiru, Amane tinha
certeza de que seus pais aprovariam.
Amane estava bem ciente de que ele foi abençoado com uma família amorosa. …
Considerando a situação de Mahiru, eu realmente consegui, hein? Amane caiu em
um silêncio desconfortável ao recordar a expressão arrepiante que viu a mãe de
Mahiru brandir, apenas para Itsuki lhe dar um sorriso irreverente. Parecia que ele já
havia recuperado sua alegria habitual.
“Bem, não vale a pena se preocupar com meu pai. Vamos, vamos conferir as listas de
turmas.
“Pelo jeito que você está sorrindo, posso mais ou menos adivinhar o que foi postado.”
Amane lançou a Itsuki um olhar cansado quando viu que o sorriso comum de seu amigo
havia se tornado um sorriso diabólico, então procurou seu próprio nome entre a multidão de
estudantes que estavam fazendo o mesmo.
Não demorou muito para ele identificar seu nome. Quando ele começou a confirmar quem
seriam seus colegas de classe para o ano, o sorriso travesso de Itsuki começou a fazer mais sentido.
Havia muitos nomes familiares na folha de rolo.

Vários pertenciam a alunos que estiveram em sua classe no ano passado, ou seja,
Itsuki e o menino que era muitas vezes referido como o príncipe, Yuuta Kadowaki.
Amane também espiou o nome de Chitose, o que certamente explicava o bom humor
de Itsuki.
E havia mais um que ele reconheceu.
Mahiru Shiina – o nome de seu vizinho que sempre cuidou dele, o
objeto secreto de suas afeições.
Se eu não soubesse melhor, eu juraria que alguém planejou tudo.
É claro que as tarefas das aulas eram decididas pela administração da escola, o que
significava que Amane e seus amigos não sabiam onde iriam parar, mas ele nunca
esperava ser colocado com tantos rostos familiares.
“Tivemos muita sorte, não foi, Amane?”
“Eu não sei o que há de tão bom nisso. Acho que é um alívio ter você
comigo.
"E aí, você está ficando envergonhado pela primeira vez?"
“Feche. E se alguém tiver sorte, tem que ser você, certo? Estar na mesma classe
que Chitose e tudo mais.”
“Eu realmente sou, cara. Eu estava preocupado que eles sem coração nos separassem dois
amantes…”
“Pensando bem, talvez colocar alguma distância entre vocês dois
fosse melhor para todos.”
Com esse casal excitado por perto, não haveria um único momento de tédio —
ou paz. E suas constantes demonstrações de afeto eram quase garantidas para
incomodar todos os alunos solteiros.
Amane estava feliz por estar na mesma classe que seus amigos
Itsuki e Chitose, mas por outro lado, ele já podia dizer que este ano
seria turbulento e difícil.
“Por que tão duro? Ah, não me diga, é porque você é solteiro, certo?”
“Tente dizer isso para os outros caras. Se olhar matasse, cara.”
“Estou brincando, estou brincando! Mas falando sério, isso ficou muito bom, sim? Você
finalmente consegue estar na mesma classe que a garota que você gosta.”
"…Cale-se." Amane se afastou bruscamente das provocações de Itsuki.
Uma voz alegre interrompeu suas brincadeiras. “Posso estar errado, mas Fujimiya
parece um pouco chateado, não é?” Houve uma risada silenciosa. “Ele vai começar a te
odiar se você provocá-lo demais, Itsuki.”
Amane sentiu-se franzir a testa quando olhou para cima e viu Yuuta, a classe

príncipe, de pé ao lado de Itsuki com uma mão descansando em seu ombro.
Era impossível não notar os olhares vacilantes que se acumulavam sobre ele no
corredor. Esse nível de atenção deve ter sido completamente normal para ele, porque
ele não parecia nem um pouco incomodado. Yuuta estava apenas mostrando a Amane
um sorriso amigável.
"Manhã. Estamos na mesma classe novamente este ano. Ansioso por
isso.” Não parecia uma interação muito significativa. Ele tinha visto Itsuki
e Amane conversando no quadro de avisos e veio cumprimentá-los. Yuuta se
deu bem com Itsuki, então isso não era estranho, mas era incomum ele ser
tão amigável com Amane.
Amane se sentiu um pouco desconfortável conversando com um cara tão popular. Não
havia nada de errado com Yuuta como pessoa, mas Amane não gostava de atrair muita
atenção.
Além disso, fazer novos amigos assim no início do novo semestre
ameaçava lembrá-lo do passado. A dor que brotava lenta mas firmemente
das fendas profundas de seu peito era nostálgica. Era um sentimento que
ele pensava ter enterrado há muito tempo.
“… Fujimiya?”
"Eh? Ah, desculpe; Eu me afastei por um segundo. Espero que tenhamos um bom ano.” Amane
sorriu fracamente para Yuuta, que agora estava franzindo a testa ligeiramente, parecendo
preocupado por um momento antes de finalmente deixar seu rosto suavizar em um sorriso
aliviado.
Você deveria guardar um sorriso desses para suas fangirls, Amane pensou brevemente. Mas
Yuuta parecia genuinamente feliz, então Amane também estava aliviada.
Nesse ponto, alguns outros meninos se aproximaram e Yuuta saiu para conversar com
eles.
Itsuki, que estava em silêncio até então, estava com os olhos fixos em Amane,
como se estivesse formando alguma conjectura. “Sou só eu, ou você está em guarda
perto de Yuuta?”
"…Não, não é isso. É que... eu estava pensando em como é estranho para ele
tentar ser meu amigo.
"Sério cara? Você é sempre muito duro consigo mesmo. Olha, não é como se
Yuuta tivesse algum motivo oculto para ser amigável com você, sabe? Nem todo
mundo que age bem está procurando ganhar alguma vantagem. Você é um cara
cauteloso, Amane.
"Tenho certeza de que é verdade", respondeu Amane, "mas-" No momento em que ele percebeu

Itsuki olhando para ele com exasperação, ele engoliu as palavras que ia
dizer em seguida.—Mas há pessoas assim por aí.
Não que ele suspeitasse que Yuuta fosse um deles ou algo assim.
Eles só passaram o ano passado como colegas de classe de passagem, mas mesmo assim,
Amane sabia que Yuuta era um cara legal. Com sua personalidade gentil, honesta e
encantadora, não era um mistério por que o menino era popular, e não era de se admirar que
ele tivesse muitos amigos.
Ainda assim, essa época específica do ano trouxe muitas lembranças desagradáveis para
Amane, e isso o deixou ainda mais desconfiado, mesmo quando ele sabia que não havia razão
para isso.
“Realmente não tem nada a ver com o tipo de cara que Kadowaki é. Eu sou apenas
tímido, então fico assustado quando alguém de repente quer falar comigo.”
“Bem, eu acho que é justo. Você é do tipo tímido. A primeira vez que conversamos, você
ficou todo nervoso como um gato nervoso.”
“Quem você está chamando de gato?”
“Diga-me que estou errado. Tímido e quieto como poderia ser, desde que ninguém
tocasse em você, mas no momento em que alguém fez contato,bam, seus arrepios
estariam em alta.”
Amane franziu a testa com a analogia de Itsuki. Como um amante de gatos, ele não gostou de
sua atitude mal-humorada sendo agrupada com criaturas tão adoráveis e de espírito livre.
“De qualquer forma, acho que você se daria bem com Yuuta se lhe desse uma
chance. Desde o ensino médio, estamos na mesma classe há três anos, então posso
atestar por ele. Ele é um bom cara.”
“Eu posso dizer isso só de observá-lo, mas são meus sentimentos que são o
problema. Além disso, eu nunca conversei com ele...
“Tenho certeza de que não demorará muito para que ele mesmo mude isso.”
“Espere, por quê?”
"O que você quer dizer? É porque até Yuuta pode dizer que você é um cara legal.” Itsuki
disse isso com outro grande sorriso, mas Amane franziu a testa reflexivamente. Ele
simplesmente não entendia.
“Muuuuuuito! Parece que estamos na mesma classe este ano!”

Depois que Amane entrou em sua nova sala de aula, encontrou seu assento
designado e verificou se não havia erros em sua papelada da escola, Chitose se
aproximou dele, parecendo que tinha acabado de sair da cama.

Este ano, tanto Chitose quanto Itsuki estavam em sua classe, então ele sabia que este era
apenas o primeiro de muitos dias turbulentos e indutores de azia.
"Bom Dia. Você não veio com Itsuki hoje, hein?”
“Sim, eu dormi demais. Honestamente, eu esqueci totalmente do novo semestre, e
minha mãe teve que me acordar. Onde está Itsuki?”
“Ele foi às máquinas de venda automática um minuto atrás.”
"Peguei vocês. Acho que vou mandar uma mensagem para ele e pedir um chá de leite. Ah, Mahirun,
Mahirun! Estamos na mesma classe este ano! Mal posso esperar!”
Acenando com as mãos animadamente, Chitose, que não era tímida com ninguém,
saltou para Mahiru, que acabara de entrar na sala de aula. Mahiru, cercado por uma
série de meninos e meninas, piscou surpreso. Todos ao seu redor ficaram rígidos
quando ouviram Chitose se dirigir a ela tão casualmente, mas quando Mahiru reagiu
normalmente e instantaneamente vestiu seu sorriso angelical, ficou claro que Chitose
tinha permissão para falar com ela dessa maneira. Foi quando o humor da multidão
mudou para ciúme.
Assistir Chitose correr para Mahiru com tanta energia que no início da manhã deixou
Amane sentindo partes iguais de frustração e admiração. Quando seu olhar caiu sobre
Mahiru, seus olhos se encontraram por um momento, e ele pensou ter visto um lampejo
de mudança em seu sorriso suave. Mas no instante seguinte, ela voltou seu olhar para
Chitose com um olhar terno em seus olhos.

“Mahirun, a escola termina mais cedo hoje, então vamos comer crepes no caminho de
casa! O lugar do crepe em frente à estação é super gostoso!”
“Isso soa bem. Eu gostaria de ir se você realmente não se importa.
Pode ter sido a imaginação de Amane, mas ele pensou que a viu olhar em
sua direção novamente. No que dizia respeito a Amane, ela certamente não
precisava obter sua permissão toda vez que quisesse ir a algum lugar, e ele não
tinha intenção de ser um fardo que a impedisse de sair quando quisesse. Ele
sempre podia comer fast food ou ir a uma loja de conveniência para almoçar.
Mahiru estava cultivando uma amizade nascente, e Amane estava feliz por ela.
Chitose era muito boa em se conectar com pessoas assim, então ele
esperava que eles se divertissem juntos – e que ela mostrasse a Mahiru, que
normalmente não saía com muitas outras pessoas, um bom tempo sem cansá-
la demais.
Mahiru era provavelmente quem mais se beneficiaria de ter Chitose na mesma
classe. Ela já estava sorrindo alegremente, apesar da intensidade de Chitose.
Amane sentiu um sorriso de seu próprio deslizar no lugar.
O primeiro dia do novo semestre consistiu em uma cerimônia de abertura,

depois auto-apresentações e anúncios gerais na sala de aula. Quando tudo
acabou, os alunos foram dispensados.
Desde que as aulas terminaram antes da hora do almoço, Amane estava planejando
comer com Mahiru, mas em vez disso, ele comprou um lanche na loja de conveniência em
que passou a confiar cada vez menos. Depois de chegar em casa e devorar sua refeição
básica, ele se esparramou preguiçosamente no sofá.
Amane tinha muitos conhecidos em sua nova turma e, pelo que ele podia dizer,
a maioria dos outros alunos estava do lado calmo, então parecia que ele seria
capaz de administrar de uma maneira ou de outra. Foi um grande alívio conhecer
tantos de seus colegas de classe. Teria sido deprimente passar um ano inteiro de
aulas sem sequer um amigo.
Amane tinha autoconsciência suficiente para entender que ele tinha uma
disposição sombria, então ele esperava que seria um grande obstáculo fazer novos
amigos e conhecê-los. Ele tinha dificuldade em confiar nas pessoas em geral.
Enquanto pensava ociosamente sobre o que era fazer amizade com Itsuki e elogiando
seu passado por sua previsão, Amane lentamente deixou seus olhos se fecharem.

Estar em uma sala de aula desconhecida tinha sido um pouco desgastante. Juntamente com a
sonolência pós-refeição, isso significava que Amane adormeceu rapidamente.
Para Amane, roçar as memórias que ele havia selado trouxe uma dor
pequena, mas aguda, como roçar uma unha.
Normalmente, ele era capaz de esquecê-los e persegui-los nas profundezas de sua
mente, concentrando-se nas muitas coisas boas de sua vida.
Desde que conheceu Mahiru, ele mal pensava mais neles, e quando as
memórias reapareceram, eram como bolhas que estouravam no momento em que
atingiam a superfície da água. Essas alfinetadas duraram apenas brevemente. O
aumento recente e repentino pode ter sido devido ao novo ano letivo, ou talvez
tenha sido desencadeado quando ele soube do passado de Mahiru. Ou
possivelmente porque ele percebeu que Itsuki, que tinha sido seu primeiro novo
amigo depois que tudo aconteceu, também era amigo de Yuuta.
“Vamos ter um ótimo ano.”
Houve outro menino uma vez que disse isso e estendeu a mão para
Amane.
Na época, Amane era mais confiante — e menos cauteloso com os outros. Ele
sempre esteve cercado de boas pessoas e nunca aprendeu a reconhecer quando
alguém pretendia machucá-lo.
E assim ele não duvidou do menino. Ele não duvidou de nenhum
deles. “—Você... desde o início—”
Amane acordou de repente, e as palavras que ele sabia que vieram em seguida desapareceram.
Através dos olhos embaçados, ele podia ver a luz do sol da primavera entrando pela
janela, iluminando suavemente o apartamento escuro e familiar.
Não havia ninguém lá, exceto Amane e nenhum som além de sua própria respiração,
que estava mais áspera do que o normal.
Ele soltou um suspiro pesado enquanto olhava para o relógio e notou que cerca de uma hora
havia se passado desde que ele cochilou. Um cochilo considerável, mas Amane ainda se sentia
completamente exausto, provavelmente por causa de seus pesadelos.
Dado o quão cansado seu corpo e sua mente se sentiam, ele poderia facilmente ter adormecido
novamente, mas de repente ele perdeu qualquer inclinação para tentar descansar.
Eu deveria pelo menos lavar meu rosto e limpar minha cabeça.
Esperando que um pouco de água fresca pudesse lavar qualquer resíduo remanescente de

melancólica, Amane dirigiu-se à pia.
“… Você não parece tão bem, Amane.”

Embora ele tivesse se lavado, a sensação nebulosa no peito de Amane não havia
desaparecido. Ele só tinha recuado o suficiente para ele guardá-lo nas profundezas de
seu coração e esperar para esquecê-lo novamente. Ele pensou que tinha conseguido
apagar qualquer vestígio de sua expressão para não despertar as suspeitas de Mahiru,
mas ela era muito perspicaz e não seria enganada tão facilmente. Ela veio depois de
seu passeio com Chitose, e quando eles se acalmaram depois do jantar, ela estudou o
rosto de Amane e o questionou.
"…Você está se sentindo doente?"
"Não, nada disso... Uh, é só que... eu tirei uma soneca, mas eu tive um sonho
meio ruim, eu acho."
"Ah, você teve um pesadelo?" Ela deu a ele um olhar inquisitivo.
"Mm, mais ou menos." Amane balançou a cabeça. "Nada de mais, na verdade. Não precisa se
preocupar." Era uma desculpa fraca.
Mahiru é afiado. Ela vai deixar por isso mesmo se estiver claro que é o que eu
quero. Ela é do tipo que desiste se sabe que não quero falar agora.
Amane não queria excluí-la completamente, mas ainda era um ponto dolorido para
ele, então ele a manteve um pouco distante. Ele sabia que Mahiru não insistiria no
assunto.
Mahiru parecia ter percebido que Amane não tinha intenção de se abrir no
momento, e ela estava simplesmente olhando fixamente para ele com olhos cor de
caramelo focados. Ela claramente não estava com raiva, ou triste, ou perturbada. Isso
o fez se sentir um pouco estranho, mas Mahiru não parou de olhar, como se dissesse
que ela entendia o que ele estava passando.
"O que é isso?"
"Nada; só de pensar que seu cabelo parece especialmente macio.”
"Huh?"
Ele estava em guarda, imaginando o que ela ia dizer em seguida, então esse
súbito non sequitur o pegou de surpresa. Ele estava antecipando algum tipo de
interrogatório, então a menção de seu cabelo o deixou lutando para responder.
Mahiru estava examinando o cabelo de Amane com sua expressão habitual.

“Posso tocá-lo?”

“O que é isso, de repente…? Quero dizer, você pode, se quiser, mas... — Ah,
é mesmo? Nesse caso, venha aqui.”
Mahiru foi até a beirada do sofá e deu um tapinha em seu colo.
Amane respondeu mais uma vez com: "Huh?"
Ele não entendeu.
“Coloque sua cabeça aqui para que eu possa alcançar.”

"Não não não."
Mahiru olhou calmamente para Amane, que balançou a cabeça bruscamente com
esse desenvolvimento incrivelmente incomum. Amane estava extremamente confuso
sobre por que ela de repente propôs tal coisa. Mahiru, por outro lado, parecia
perfeitamente calmo, o que só aumentou sua confusão.
“Há algo de errado com o meu colo?” “N-
não, isso não é—”
Ele rapidamente balançou a cabeça quando detectou o desagrado em sua voz. A
oportunidade de descansar a cabeça no colo da pessoa que você gosta é um raro
momento de sorte excepcional.
Mas se ele deveria simplesmente aceitar o favor era uma questão
completamente diferente. Não importa quanto contato físico eles tiveram
antes, deitar a cabeça no colo dela era um nível totalmente novo de
intimidade. Havia uma boa chance de ele morrer de vergonha. O abraço
deles no outro dia tinha sido urgente e para acalmar e confortar Mahiru,
então ele não se sentiu muito constrangido, mas isso era outra questão.
"Está bem; é só chegar aqui já.” "N-
não, isso é..."
“Aman”.
"…Multar."
Ele estava tentando resistir, mas sua força de vontade desmoronou no momento em
que Mahiru chamou seu nome com um sorriso. Seus poderes latentes de persuasão se
revelaram mais uma vez enquanto ela alisava convidativamente o tecido de sua saia,
eliminando todos os bolsões de resistência restantes.
Graças a Deus ela está vestindo uma saia longa, ele pensou do fundo de seu
coração enquanto hesitava se deitar no sofá para descansar a cabeça no colo de
Mahiru. Ele estava de costas para ela, olhando por cima de seus joelhos, enquanto
sentia a suavidade firme de suas coxas.
Suas pernas finas, magras, mas ainda inegavelmente femininas, suportavam
perfeitamente o peso de sua cabeça. O colo dela estava na altura certa, e ele podia sentir seu
cheiro suave e doce e sentir o calor de seu corpo. A última de sua força de vontade se dissolveu
quando ela trouxe uma mão para baixo e gentilmente acariciou sua bochecha.
“O que você faria se eu fizesse algo realmente rude enquanto estivesse
aqui?” ele murmurou com uma voz brusca, fazendo sua última tentativa de
lutar.
Ele ouviu uma risada silenciosa.

“Acho que eu ficaria de pé e depois pisaria em você.”
“Desculpe eu perguntei.”
Recentemente, Mahiru tinha sido um pouco mais reservado, então ouvi-la provocá-lo
depois de tanto tempo era quase nostálgico. Amane se desculpou imediatamente, caso a
ameaça fosse séria, mas Mahiru estava sorrindo divertido com a reação de Amane.
“Bem, eu sei que você não faria nada assim. Você não parece ter
coragem ou energia.”
Ele tinha alguns sentimentos complicados sobre ser chamado de covarde tão
casualmente, mas a verdade é que ele, de fato, não teve coragem de tentar nada
porque achava que Mahiru o odiaria se o fizesse, então ela não estava exatamente
errada.
“Bem, por que você não relaxa em vez disso? Será mais fácil chegar até você se você se
acomodar.”
Amane não teve muitos motivos para recusar enquanto ela gentilmente passou os dedos
brancos pelo cabelo preto dele, então ele manteve a boca fechada.
... Ela deve estar preocupada comigo.
Esta foi provavelmente a maneira de Mahiru animá-lo.
Amane adivinhou que ela percebeu que ele estava se sentindo estressado
ultimamente e decidiu ajudá-lo a descomprimir. Ele não tinha certeza por que seu primeiro
pensamento foi que seria relaxante para ele se deitar em seu colo assim, mas na verdade
era surpreendentemente confortável, então ele não ia reclamar. E seu coração não estava
batendo tão forte quanto ele esperava, possivelmente porque ele estava muito cansado.
Uma sonolência agradável o invadiu. Ele não tinha ideia de que poderia ser tão bom
ter alguém penteando suavemente os dedos pelos cabelos. Fazia muito tempo desde que
ele tinha sido mimado por alguém assim, e ele não tinha certeza do que, se alguma coisa,
ele deveria fazer. Ele podia sentir-se afundando gradualmente em um mar profundo de
felicidade e contentamento. Provavelmente não demoraria muito para que ele estivesse à
beira do sono.
Assim que o sono suave estava prestes a dominá-lo completamente, Amane
ouviu Mahiru dizer: “Bem, o jovem cavalheiro não tem uma única coisa a dizer
sobre como é deitar a cabeça no colo de uma jovem?”
Seus olhos se abriram quando ele exalou bruscamente.
“Ah, bem, veja—”
“Ouvi de Chitose que quando um menino está cansado, se você deixá-lo deitar

seu colo, é como um sonho tornado realidade e deve ajudá-lo a se sentir melhor.”
Amane agora percebeu que tinha a intromissão de Chitose para agradecer por esse pouco incomum
de intimidade. No entanto, ele não poderia dizer honestamente que ela estava completamente errada.
Na verdade, ele realmente deveria agradecê-la.
Amane franziu os lábios enquanto pensava em como deveria responder à pergunta de
Mahiru. Enquanto ele ruminava, ela continuou batendo na bochecha dele com o dedo.
Francamente, era a melhor sensação de todos os tempos, e ele desejava poder

apreciá-la todos os dias. Mas ele estava preocupado se ele dissesse isso, ela ficaria enojada
ou surpresa, então ele não disse nada.
Ele não podia ser completamente honesto, mas por outro lado, ele tinha que
dizer algo legal. Ele estava sendo mimado aqui, então ele não podia mentir e
alegar que não era tão especial. No entanto, ele praticamente podia se imaginar
dizendo algo estúpido e contundente que a afastaria.
Depois de ficar intrigado por alguns momentos, Amane decidiu responder com alguns
elogios leves.
“…Eu acho que é realmente ótimo. Mas não tome isso como algo estranho.”
“Como posso quando é a primeira vez que faço isso?”
Amane não conseguiu evitar que seu coração pulasse com as palavrasprimeira vez.
Ele lembrou que ela não gostava de ficar muito perto de meninos e realmente evitava
a maior parte do contato físico. Claro que ele seria o primeiro.
Quando ele percebeu o quanto Mahiru devia confiar nele para deixá-lo chegar tão
perto, Amane sentiu seu peito e rosto ficarem quentes. Mas Mahiru não pareceu notar
e simplesmente continuou passando os dedos pelos cabelos dele com um ar de
satisfação.
“Bem, é algo que eu queria tentar, então você apenas sente e relaxe. Eu só estou acariciando
você de qualquer maneira.”
"…Eu acho."
Mahiru enfatizou que ela estava apenas fazendo o que queria, então ele não precisava
se conter ou ficar ansioso. Sentindo-se um pouco envergonhada com tudo isso, Amane
decidiu aceitar a oferta de Mahiru.
“…Amane, o que você acha da nossa aula este ano?”
Ela brincou com o cabelo dele em silêncio por um tempo antes de fazer a
pergunta casualmente.
“Hmm, bem, eu nunca pensei que terminaríamos na mesma classe.”
Ele esperava ter pelo menos um amigo em sua classe, mas não tinha

ocorreu-lhe que todos poderiam acabar juntos.
"Heh heh. Foi divertido ver você tão atordoado.”
“Ei... Mas sim, definitivamente me pegou de surpresa. Vou ter que estar
vigilante.”
"O que você quer dizer?"
“Precisarei manter distância para não falar com você muito casualmente ou agir de forma
muito familiar.”
Por um lado, Amane sentiu-se aliviado por seus amigos estarem por perto, mas por
outro lado, já que Mahiru estava lá, ele teria que ter cuidado com a forma como eles
interagiam. Ele evitaria falar com ela sempre que pudesse, mas se ele escorregasse e
deixasse transparecer que eles estavam perto, provavelmente se tornaria um grande
espetáculo.
Apesar de seus sentimentos, ele não queria ser indiscreto sobre seu
relacionamento com Mahiru na escola. No que dizia respeito a Amane, contanto que
pudessem passar um tempo juntos em casa, tudo bem para ele. Ele não tinha vontade
de sair do seu caminho para fazer inimigos da maioria dos meninos na escola.
Enquanto as pessoas não soubessem sobre seu relacionamento, elas não
tentariam falar com ele. Ele planejava agir como se os dois fossem estranhos.
Pensando que certamente Mahiru deveria entender, ele deixou os olhos se fecharem,
mas ela beliscou sua bochecha entre os dedos.
"…O que há de errado?"
"…Oh nada. Eu entendo sua lógica, mas eu não poderia deixar passar sem
fazer nada, então…”
"O que isso deveria significar…?"
Ela parecia muito mal-humorada por algum motivo, mas não havia nada que
Amane pudesse fazer. Ele supôs que ela queria que os dois conversassem como
sempre faziam, mesmo na escola. Afinal, ela podia relaxar perto dele. Mas não era
ela que acabaria em apuros.
Se Amane fosse um cara popular e atraente - como Itsuki, por exemplo
– então talvez os dois pudessem sair quando e onde quisessem. Mas como
Amane não era popular ou mesmo sociável, a história era completamente
diferente.
Não era difícil imaginar que poderia haver pessoas que decidiriam que
Amane não era digno da atenção do anjo e o perseguiriam.
Amane estava acostumada a ficar sozinha. O que ele não precisava era da ira
de seus colegas.

“…Bem, eu vou concordar com isso… por enquanto,” Mahiru disse finalmente. "Eu
não sei como me sinto sobre isso 'por enquanto'... mas é um começo." “Nós ainda
agiremos normalmente em casa, certo?”
"Claro... Mas se vamos agir normalmente, eu não deveria sair do seu
colo?"
“Isso não conta.”
Mahiru anunciou essa estranha exceção e escovou o cabelo de Amane novamente.
Ou melhor, ela brincou com ela como se estivesse amassando. Amane sabia que, se
dissesse mais alguma coisa, Mahiru faria beicinho novamente e, enquanto mantivesse
a boca fechada, poderia continuar saboreando esse momento feliz. Foi uma decisão
fácil.
Talvez por ter ficado satisfeita com a recepção silenciosa e dócil de Amane, Mahiru
começou a arrumar o cabelo de forma mais deliberada.
Seus movimentos eram gentis e afetuosos, bem como um pouco desajeitados, mas
Amane se submeteu à sensação reconfortante, e não demorou muito para que ele
estivesse totalmente à sua mercê.
… Estou realmente sendo mimado …
Se ela continuasse assim, ele sem dúvida afundaria no mais profundo dos sonos. Ele
sentiu seus olhos começarem a se fechar novamente enquanto se deleitava com o calor de
Mahiru, e outra onda de sonolência o invadiu. Verdadeiramente, não havia como desafiar
o poder calmante do colo do anjo.
Ele resistiu ao desejo de rolar em direção a ela e se enterrar no calor
convidativo e se cercar com o cheiro dela. Ele sabia que se fizesse isso, não
haveria como voltar atrás, então ele deliberadamente ficou de costas para ela,
apenas se mantendo firme.
Como Mahiru continuou acariciando sua cabeça carinhosamente, ele começou a se
sentir pesado, e depois de mais um momento de resistência, ele finalmente se rendeu ao
conforto irresistível.
"…Você parece sonolento."
Ele ouviu o murmúrio dela, mas não tinha mais energia para levantar as pálpebras. "Está tudo
bem; Eu vou te acordar daqui a pouco. Vá em frente e descanse.”
Enquanto ele ouvia seus sussurros suaves, Amane não conseguia mais ficar acordado
e rapidamente cedeu ao abraço do homem da areia.
Quando ele levantou suas pálpebras pesadas, Amane estava olhando para duas montanhas

coberto por uma blusa e, além disso, o rosto de Mahiru, com uma expressão terna. Ele
imediatamente se sentou, os olhos arregalados de surpresa.
Aparentemente, ele se virou em algum momento do sono para ficar de frente para o
teto. Por causa disso, ele foi recebido com uma visão bastante estimulante ao acordar, e
seu coração estava batendo estranhamente.
“… Por quanto tempo eu fiquei fora?”
A esta pergunta, Mahiru deixou escapar um leve sorriso. "Cerca de
uma hora. Você fica tão fofo quando está dormindo.” “Não olhe para
mim, caramba.”
"Você é um para falar."
Ele tentou repreender Mahiru por sua provocação, mas ela imediatamente virou o
jogo contra ele. Era verdade, ele tinha visto Mahiru dormir várias vezes antes — e tinha
ido tão longe a ponto de tocar o rosto dela uma vez — então ele realmente não tinha
muito o que reclamar.
“Eu deixei você me ver com a guarda baixa, então pensei que era hora de igualar o
placar.”
"Mas você adormeceu sozinho... tão... mghhnhgh..." "Ah, então
você está respondendo comigo agora?"
Ela gentilmente beliscou ambas as bochechas dele.
"Showwy...", Amane se desculpou humildemente, ainda lutando para falar corretamente.

"Muito bem. Minha nossa."
Aparentemente satisfeito com o pedido de desculpas de Amane, Mahiru parou de
puxar suas bochechas e começou a cutucá-las. No final, isso não mudou o fato de que
ela estava tocando seu rosto, mas Amane também a beliscou, então este era o seu
único deserto.
Suas bochechas eram menos flexíveis e elásticas que as de Mahiru, então ele não
via como beliscá-las poderia ser tão divertido. Ainda assim, Mahiru continuou com um
sorriso feliz, passando um dedo pela bochecha.
"Você parece muito melhor agora."
“Eu realmente parecia tão desgastada antes?”
"Não exatamente. Mas eu vejo você todos os dias, então posso dizer. Quero dizer, você percebe
sempre que estou tendo dificuldades, certo, Amane?
“Acho que é verdade.”
“É esse tipo de coisa.”
Mahiru fez esta declaração com uma expressão vazia, então traçou sobre a bochecha de
Amane novamente e sorriu maliciosamente.

“Sempre que as coisas ficarem difíceis, eu quero que você se apoie em mim, ok? Assim como você
me deixou me apoiar em você.”
"…Vou tentar."
De repente, Mahiru o beliscou novamente, segurando suas bochechas entre os
polegares e dois dedos.
Na esperança de salvar seu pobre rosto de mais danos relacionados a beliscões, ele
respondeu em pânico: “F-bem, eu entendo!”
Mahiru assentiu com satisfação. "Boa."
“… Isso é coerção, você sabe.”
“As mulheres podem ser fortes quando precisamos. Além disso, eu nunca deixo ninguém além
de você me ver me comportar dessa maneira, então não há problema, realmente.
“Uh, há muitos problemas.” Se alguma
coisa, isso é mais assustador.
Mahiru também havia acabado de admitir que deu um tratamento especial a Amane. Mas
ela não parecia particularmente preocupada com as implicações do que ela acabou de dizer e
simplesmente sorriu quando viu o constrangimento óbvio de Amane.
"Seu idiota", Amane murmurou, virando-se em uma tentativa fraca de esconder seu
desgosto.

Mesmo que ele e Mahiru agora tivessem aulas juntos, a vida diária de Amane
quase não mudou. Ele diligentemente frequentava a escola como um bom aluno,
almoçava com Itsuki no refeitório e voltava para casa depois porque não estava em
um clube. Ele quase nunca interagiu com Mahiru. Tudo foi como deveria ser.
Uma coisa que mudou um pouco foi que ele começou a conversar com Yuuta
mais do que durante o primeiro ano.
Dito isto, não foi ideia de Amane. Em vez disso, Yuuta frequentemente se aproximava
dele, e Amane fez o possível para lidar com a atenção, apesar de sua óbvia confusão.
No dia da cerimônia de abertura, ele sentiu por um instante que os eventos do
passado poderiam estar se repetindo, e isso naturalmente o deixou nervoso. Mas
Yuuta era claramente um tipo de pessoa diferente de seu ex-amigo.
Amane ainda estava um pouco em guarda, mas isso não significava que ele
queria manter Yuuta desajeitadamente à distância, e enquanto eles passavam um
tempo juntos, Amane começou a reconhecer que Yuuta era um jovem alegre,
honesto e compassivo. Acima de tudo, ele tinha o selo de aprovação de Itsuki,
então Amane não achava que ele fosse alguém que exigia sua suspeita.
Depois de frequentar sua primeira semana de aula como estudante do segundo ano do ensino
médio, Amane percebeu que a dor que ele vinha sentindo por tanto tempo começou a desaparecer.
"Ei, você está bem com isso?"

Sentado em frente a Amane, Itsuki disse isso como se de repente

lembrei de perguntar.
No momento, eles estavam almoçando no refeitório, como faziam
desde o primeiro ano.
Às vezes Chitose se juntava a eles, mas hoje ela estava comendo com Mahiru.
Amane estava feliz que os dois se davam bem, mesmo em público.
“Legal com o quê?”
“Quero dizer: manter as coisas como estão com você sabe quem.” “Não há
necessidade de sair do meu caminho para falar com ela na escola.”
Com o que quero dizer, se eu falar com ela, todos ao nosso redor vão olhar e se
perguntar de onde eu tirei coragem.
Não seria bom para o manso e fora de moda Amane ser visto se aproximando de
Mahiru.
“Cara, ela está louca para falar com você, e isso
mostra.” “… Sim, eu notei.”
Mahiru parecia estar fazendo o possível para ignorar Amane, mas de vez em
quando ela escorregava e olhava para ele com tristeza.
Até agora, ela só tinha feito isso quando ninguém mais estava olhando, mas Chitose tinha tomado a
responsabilidade de começar a dar olhares de reprovação para Amane em nome de Mahiru, então
estava ficando cada vez mais difícil de suportar.
“Você precisa se transformar. Não há outra maneira."
"De jeito nenhum; me vestir assim é uma dor enorme, e você sabe que eu não gosto
de atenção.”
Além disso, mesmo que os rumores tivessem se acalmado no momento,
algumas pessoas o viram com Mahiru, mesmo que não o tivessem reconhecido. Se
as pessoas fizessem a conexão de que Amane era o homem misterioso, as coisas
provavelmente ficariam tão agitadas que atrapalhariam toda a sua carreira no
ensino médio.
“Por que você está assim...? E honestamente, você poderia ser tão popular.”
"Isso não faz sentido."
Amane não conseguia imaginar mudar um pouco o cabelo e de repente se
tornar popular, mas Itsuki parecia convencido por algum motivo.
“Eu acho que você tem o tipo de personalidade que as garotas querem em um
namorado. Você tem um lado cínico, mas também é sincero e é o tipo de cara que
trata bem as garotas.”
"... Isso não é normal?"
“Acho que tem muitos caras que não conseguem nem fazer tanto. Tipo, você é

o tipo que pode descobrir o que uma garota quer e depois fazer isso acontecer. Você não
dá muita importância a isso; você apenas presta atenção e então age de acordo com o que
vê.”
“… Você parece terrivelmente seguro sobre isso.”
“Se você não fosse esse tipo de cara, você realmente acha que uma garota
cautelosa que está sempre se escondendo atrás de um sorriso cauteloso teria se
apegado a você?”
Quando ele colocou dessa forma, Amane não conseguiu refutar a teoria de seu amigo.
Ele mordeu o lábio com força enquanto refletia sobre isso, e Itsuki riu. “… Além disso,
posso dizer uma coisa?” seu amigo continuou.
"O que?"
“Se você não gostasse dela, provavelmente não a trataria tão bem quanto
trata.”
"Cale-se. É tão ruim ser legal com alguém?”
Itsuki podia lê-lo como um livro. Não havia como esconder como ele se sentia.
Amane se virou e começou a sorver mal-humorada o macarrão que ele pediu para o
almoço.
Ao invés de provocá-lo ainda mais, Itsuki assentiu sabiamente e agiu
impressionado.
“Se você me perguntar, você deve estar feliz. É uma coisa maravilhosa encontrar
alguém para estimar.”
"Ah, você acha que é um especialista?"
"Sei quem eu sou."
“…Eu realmente não me importo se ficarmos juntos. Se há alguém
por aí que a faria feliz, não me importo se não for eu.”
Se Mahiru escolhesse algum outro homem desconhecido e estivesse
realmente feliz com ele, Amane lhes daria sua bênção. Se alguém merecia
felicidade, era Mahiru. Claro, ele queria muito ser o único a fazê-la feliz, mas
se ela acabasse encontrando satisfação em outro lugar, ele não hesitaria em
engolir seus sentimentos.
“… Você é um covarde.”
"E você é um idiota... Olha, eu quero fazê-la feliz, eu quero, mas..."
"Então diga isso a ela já."
"Eu não posso simplesmente sair e dizer isso, seu idiota!"
Como posso confessar meus sentimentos se nem eu mesmo os descobri? Mahiru
era tão cauteloso quando se tratava de relacionamentos que Amane foi

com certeza não havia como ela estar disposta a sair com alguém por diversão ou apenas
para experimentar as coisas. Era tudo ou nada.
E dado tudo com os pais de Mahiru, ela provavelmente não concordará em namorar tão facilmente
de qualquer maneira.
“… Você é uma pessoa que floresceu tardiamente.”
"Cale-se. Está bem; Posso fazer com que ela goste de mim do meu jeito.”
“…Bem, como um observador objetivo, acho que seria melhor se você
contasse tudo a ela, mas—”
"Mas o que?"
“…Nada,” Itsuki murmurou. "…Tudo bem; boa sorte. Estou torcendo por
você.”
Amane franziu a testa, mas ele estava realmente muito grato pelo encorajamento
um tanto exasperado de seu amigo.
“Oh, Fujimiya, não vejo você aqui com frequência.”

Amane tinha parado no fliperama local depois da escola. Ele estava inserindo uma
nota na máquina de câmbio quando ouviu uma voz familiar.
Ele enfiou o troco em sua carteira e se virou para encontrar Yuuta
parado ali. Ele aparentemente também veio para jogar e estava atrás de
Amane com a carteira em uma mão.
“Kadowaki? Você é uma visão ainda mais rara. O que aconteceu com o clube de
atletismo?” “Temos uma folga hoje. Não é bom trabalhar muito o corpo dia após dia.”
“Ah.”
Então a estrela do atletismo da escola também tira férias de vez em quando,
hein?
Amane se afastou da máquina, e Yuuta inseriu suas notas e esperou pelo
troco. Uma vez que ele depositou cerca de dois mil ienes em moedas de
volta em sua carteira, Yuuta notou Amane olhando para ele e sorriu.
“Estou surpreso de encontrar você em um lugar como este, Fujimiya.
Você não parece gostar muito do barulho.
“Eu bati em centros de jogos como todo mundo. Só não gosto de desperdiçar dinheiro, então não
vou com tanta frequência.”
"Hmm. Bem, o que você veio fazer hoje?”
“Eu queria conferir os jogos do guindaste. Eu tenho uma ordem para pegar um recheado

animal."
Na verdade, era mais como se Chitose tivesse mostrado a ele o Nai credoUMARIVALS
página do site do centro de jogos e apontou quais Mahiru poderia gostar, então
ele decidiu dar um de presente para Mahiru, já que ela parecia um pouco
deprimida ultimamente.
Além disso, como ele tinha visto na foto infame que Chitose lhe enviara, o apartamento de
Mahiru era bastante escasso. Então ele estava esperando ganhar um amigo fofo para o
ursinho de pelúcia que ele já havia dado para ela.
“Você acha que pode ganhar um bicho de pelúcia?” “É
meio que minha especialidade.”
Os braços do guindaste neste fliperama em particular eram mais fortes do que o normal,
então foi fácil pegar os brinquedos. Contanto que ele levasse em conta o equilíbrio e a posição
dos bichos de pelúcia ao controlar o guindaste, era surpreendentemente fácil conseguir um
prêmio.
Na verdade, foi sua mãe que o ensinou, lá atrás na escola primária.“
Este, você vê? Se você baixar o braço aqui, você pode pegá-lo sem
problemas. E este também é bom. Basta prender a etiqueta com o braço.”
Era um dos muitos talentos inúteis que haviam passado para ele.
Yuuta estava dando a ele um olhar incrédulo, então Amane levou seu colega de classe
até o canto abarrotado de todos os jogos de guindaste. Ele decidiu tentar a sorte em uma
máquina na seção de recém-chegados cheia de coelhos de pelúcia.
Amane casualmente colocou uma moeda no slot. A julgar pela colocação dos bichos de
pelúcia e pelo tamanho do braço do guindaste, uma única moeda seria suficiente. Alguns
prêmios custavam muito dinheiro para ganhar, mas um desses coelhos de pelúcia – um
personagem que Amane não reconheceu – deve ser fácil.
Ele apontou a garça para o local onde a cabeça e o corpo do coelho se
encontravam e habilmente guiou o braço no lugar, pegando a cabeça e
evitando o corpo. Quando o guindaste voltou, trouxe consigo o prêmio,
preso pela cabeça. Quando ele tirou a mão da alavanca, o coelho de pelúcia
tombou com um plop.
Amane casualmente puxou para fora e se virou para mostrar Yuuta, que parecia
impressionado.
"Uau!"
“Os braços do guindaste neste centro de jogos são fortes e os funcionários são
amigáveis, então, se você ficar preso, eles mostrarão como vencer. É um bom lugar para

iniciantes também.”
“Então é por isso que Itsuki e os outros disseram que este lugar seria bom? Eu vejo
agora." Yuuta assentiu. "A propósito, isso é um presente para alguém em particular?"
"Sim. Alguém que cuide bem de mim. Quero mostrar meu apreço”.
Bem, não é mentira.

Eu convenientemente deixei de fora o fato de que estou falando sobre Mahiru. É
verdade que ela cuida de mim, e sou grato pelo que ela faz todos os dias.
Ele também simplesmente pensou que Mahiru ficaria adorável cercado por bichos de
pelúcia, então sua escolha de presente não foi totalmente inocente.
“Você é um cara muito atencioso, Fujimiya. Mas eu já sabia disso.” "O que
você quer dizer, você sabia disso?"
“Bem, você é sensível e sempre age como um cavalheiro. Além disso, você
ajuda as pessoas sem dar muita importância a isso.”
“Às vezes, eu acho.”
“Mesmo que seja apenas algumas vezes, você me ajudou. Como com as malas e outras coisas,
isso foi uma grande ajuda.” Yuuta agradeceu novamente com um sorriso brilhante, e Amane se
sentiu um pouco envergonhada.
Realmente não era grande coisa, mas aparentemente Yuuta ainda se lembrava. Amane
geralmente tinha sacolas de compras à mão de qualquer maneira, e não era sua intenção
fazer Yuuta se sentir em dívida com ele.
“…Ah sim, você comeu todo aquele chocolate do dia dos namorados, Kadowaki?”
Amane perguntou, tentando superar o constrangimento que sentiu quando confrontado
com a gratidão transbordante de Yuuta.
A expressão de Yuuta ficou turva. “Ah… Você pode guardar um segredo? Só comi
os comprados na loja.”
“Você não comeu os artesanais?”
“…Os chocolates artesanais são… Como eu coloco isso? Tenho certeza de que existem
algumas garotas que podem fazê-los bem, mas...
“Eles são ruins?”
“Não, é só que... Às vezes eles têm cabelos ou outras coisas que
claramente não deveriam estar lá.”
"Ainda estamos falando de chocolate...?"
Descobrir que algo assim acidentalmente se misturou já teria sido
ruim o suficiente, mas ao ouvir sua voz, Amane suspeitou que Yuuta
havia descoberto adulterações intencionais em mais de um

ocasião.
Ele se lembrava de ter lido em algum lugar que, há muito tempo, as pessoas
acreditavam que misturar uma parte do corpo na comida de alguém poderia funcionar
como um feitiço mágico para fazê-los se apaixonar. A pessoa que consumiu o
ingrediente secreto deveria ser impotente para resistir aos efeitos.
“Eu aceito os presentes, mesmo que eles tenham… coisas neles, mas… isso costumava
acontecer muito, e ainda tenho medo de que possa acontecer de novo, então digo a todos
com antecedência que não vou comer. qualquer chocolate artesanal. Aqueles que me dão
de qualquer maneira... Bem, eu aprecio o pensamento por trás do presente, e ainda
retribuo cada presente. Infelizmente, alguns deles tentam disfarçar como chocolate
comprado em loja, mas… O que você pode fazer? E claro, se acontecer mais de uma vez, eu
nunca mais aceito chocolate daquela garota, então...” Yuuta parou, parecendo triste e
perdido. Amane não pôde deixar de se sentir mal por ele.
“… Acho que até os caras populares têm dificuldades.”
“Enquanto isso, todo mundo tem tanta inveja de mim, eu sinto que não posso reclamar,
mas… Não é como se eu quisesse ser popular. Honestamente, é miserável. Eu desistiria de
tudo se pudesse.”
“Parece sério.” Amane assentiu.
“Quero dizer, sim, é perturbador. Garotas me dão doces ou comida com coisas
estranhas escondidas, sorrindo o tempo todo.”
Era apenas razoável estar apreensivo.
Normalmente, a maioria dos meninos valorizaria a comida artesanal de uma
menina, mas para Yuuta era uma ameaça em potencial. Passar por algo tão horrível
tantas vezes deve ter sido terrível.
“Às vezes eu acho que seria mais fácil se eu saísse com alguém,
então as outras garotas parariam de flertar comigo...
“… Ciúme é uma coisa

assustadora.” "Sim…"
Os ombros de Yuuta caíram como se ele estivesse completamente perdido. Ele parecia
exausto.
Amane ganhou um grande saco de palitos de batata de uma máquina próxima e
os ofereceu ao menino triste na frente dele.
“Coma isso; você vai se sentir melhor,” ele disse. “E você sabe, se você quiser
conversar ou algo assim, você pode vir até Itsuki ou a mim.”
"É apenas difícil às vezes... Então eu aprecio isso."

Vendo Yuuta tão perturbado, ocorreu a Amane que a popularidade nem sempre
tornava a vida das pessoas mais fácil ou melhor.
Quando Amane chegou em casa, Mahiru o ouviu entrar e veio até a porta para
cumprimentá-lo.
Ela estava de avental e tinha o cabelo preso em um coque. Ela sempre o amarrava
quando estava cozinhando, mas desta vez ela acrescentou uma trança como um
floreio fofo que acentuava seu estilo prático.
Mahiru sorriu, um pouco aliviado agora que Amane havia retornado. Aparentemente,
ela já havia terminado de fazer o jantar.
Depois de sair do fliperama, Amane foi a um café com Yuuta para ouvi-lo
reclamar do café. Ele avisara Mahiru que chegaria atrasado, mas evidentemente
ela ainda estava preocupada.
"Bem-vinda ao lar, Amane... O que há na bolsa?"
“Passei no fliperama e ganhei alguns prêmios.”
A enorme bolsa estava cheia de todas as coisas que ele ganhou, incluindo o
coelho de pelúcia. Era óbvio só de olhar que havia muito dentro.
“… Isso é muito bom.”
“E eu usei apenas cerca de dois dias de dinheiro do almoço.”
“Uau, o que você ganhou?”
“Talvez possamos guardar isso para mais tarde? Estou morrendo de fome."
Amane queria encontrar o momento certo para presenteá-la com o coelho. Sua
surpresa valeria a pena esperar.
Além disso, seu estômago estava roncando. Ele não estava mentindo quando disse que
queria saborear um pouco da deliciosa comida de Mahiru.
“Nesse caso, vá se trocar e lave as mãos – e não se esqueça de gargarejar. Enquanto
você faz isso, eu ponho a mesa.”
"Entendido."
Ele realmente não precisava dos lembretes, mas ainda assim o deixou feliz ao ouvir
sua preocupação por ele. Ela estava talvez até agindo um pouco maternal, mas ele não
disse isso em voz alta e, em vez disso, foi para o banheiro conforme as instruções.
“… Então, o que você trouxe de volta que precisava de uma bolsa tão grande?”
Os prêmios deviam estar na cabeça de Mahiru. Depois do jantar, ela olhou para
a bolsa ao lado do sofá e perguntou sobre isso novamente.

"Hmm? Animais empalhados."
Amane não tinha intenção de escondê-lo, então ele pegou a bolsa e a colocou
no colo, depois tirou a fita, mantendo-a fechada.
"Animais empalhados?"
"Você gosta deles, certo, Mahiru?"
"S-sim, eu faço, mas-"
“Vi alguns que achei que você poderia gostar, então comprei para você. Aqui." O melhor
prêmio entre os ganhos do dia tinha que ser o coelhinho de pelúcia que era mais ou
menos do mesmo tamanho do urso que ele havia dado a ela antes. Era bem grande, e ele
ganhou com apenas uma moeda, então ele decidiu que não havia problema em se sentir um
pouco orgulhoso.
Ele puxou o coelho e o colocou no joelho de Mahiru, de onde ela podia ter uma boa
visão de seu pelo branco e grandes olhos redondos.
Ele realmente não sabia nada sobre o mascote em particular. Ele
simplesmente o escolheu porque um coelho parecia algo que Mahiru
gostaria.
Ela olhou para o coelho de pelúcia sentado em seu joelho.
"Você... não gosta de coelhos?"
"…É fofo."
"Estou feliz."
Mahiru envolveu o coelho de pelúcia com os dois braços e o apertou com
força contra a bochecha, como sempre fazia com sua almofada favorita. Por um
segundo, Amane pensou em pegar o telefone para tirar uma foto, mas acabou
decidindo não fazê-lo.
Ela estava sorrindo suavemente, então ele capturou a cena com sua câmera
mental e puxou outro bicho de pelúcia do saco densamente embalado.
"Tem mais. Tenho gatos e cachorros e...
Graças aos braços do guindaste naquele centro de jogos serem relativamente fortes,
Amane conseguiu obter a maioria dos prêmios por muito pouco dinheiro, então ele pegou
brinquedo após brinquedo, pegando qualquer e tudo que ele achava que Mahiru gostaria.
Quando ele acrescentou um gato de pelúcia bege e branco que parecia um pouco
com o estilo de Mahiru e um cachorro Shiba Inu de pelúcia, ela olhou para ele com
perplexidade.
"Uh, hum, tantos...?"
"Eu... uh, eu espero que eles não fiquem no caminho..."

“Não, de jeito nenhum! Eu não tenho nenhuma decoração no meu apartamento, e eles são
muito fofos. Eu estou feliz."
"Isso é ótimo."
Como ele havia imaginado, Mahiru parecia adorável cercado por um pequeno rebanho de
bichos de pelúcia.
Ela ainda estava abraçando o coelhinho, mas ela olhou para frente e para trás inquieta
entre o gato e o cachorro, imaginando qual abraçar em seguida. Amane não pôde deixar
de sorrir, e Mahiru deve ter notado que ele a observava, porque seu rosto ficou vermelho
brilhante e ela tentou se esconder atrás do coelho de pelúcia.
O contraste entre o pelo branco do coelho e suas bochechas coradas era
impressionante.
Os olhos de Mahiru, espiando pelo espaço entre as orelhas do coelho, estavam um
pouco lacrimejantes, o que só a tornava mais adorável. Finalmente, dominada pelo
constrangimento, ela se inclinou e enterrou o rosto no ombro de Amane.
“… Não sorria para mim assim.” “Eu
não estava.”
"Você era! Você estava sorrindo. Rindo de mim por ser infantil.” “Não é
por isso que eu estava sorrindo. É porque você é fofo.”
“… Então você estava sorrindo afinal, não estava?”
"Você me pegou", disse ele provocando, piscando-lhe outro grande sorriso. Desta vez,
Mahiru deu um tapa em sua coxa, então ele esfregou a cabeça dela na tentativa de acalmá-la
por enquanto.
Mahiru pareceu se acalmar e, quando sorriu para ela novamente, fez o
possível para que ela não notasse.
“… Eu sinto que tudo isso é um truque ou algo
assim.” “É apenas sua imaginação.”
“…Bem, só por hoje, eu vou jogar junto,” Mahiru murmurou em desaprovação.
Amane decidiu não apontar que ainda estava sorrindo.
Olhando para a gata que estava no colo de Mahiru e o coelhinho que ela segurava, ele
pensou que ela o lembrava um pouco daqueles dois animais enquanto continuava
acariciando seus cabelos.
Mahiru sentou-se de repente. Suas bochechas ainda estavam coradas, mas Amane podia ver
um novo tom de protesto em seus olhos.
“… estou sempre no lado receptor.”
Aparentemente, todos os presentes a estavam deixando desconfortável. “Estou
apenas fazendo o que quero fazer, então não se preocupe com isso.”

“Mas... estou sempre pegando coisas de você. Você me dá
presentes, é tão atencioso e passa tanto tempo comigo... Tudo.
"Mas essas são todas as coisas que eu quero dar a você, então não há nada para você se
preocupar."
Não é como se eu estivesse esperando ser pago de volta ou algo assim. É só
porque eu quero fazê-la feliz. Talvez isso faça parecer que a felicidade dela é minha
compensação ou algo assim, mas a verdade é que é tudo para minha própria
satisfação. É bom fazê-la feliz, então eu faço. Isso é tudo o que há para isso.
Mas aparentemente Mahiru se sentiu culpado. Isso parecia absurdo para Amane,
considerando todos os problemas que ela teve por causa dele, além de todo o cuidado e
atenção que ela sempre deu a ele. Ele honestamente não achava que estava nem perto de
equilibrar a balança.
Mas parecia que Mahiru sentia o oposto. "Eu
quero dar algo em troca", ela insistiu.
"Você é tão teimosa...", ele brincou. "Mas... eu acho que se você se sente tão
forte, talvez haja uma coisa que eu gostaria."
“Se for algo que eu possa dar, dê um nome.”
Ela realmente parecia estar pronta para fazer o que ele pedisse. Claro, ele
não iria colocá-la no local com qualquer loucura. Mas ele tinha que fazer
algum tipo de pedido, ou Mahiru se sentiria ainda pior.
“Eu quero um pudim.”
E então Amane alegremente pediu algo que ele sabia que Mahiru poderia lidar. “…
Um pudim?”
“Um com muitos ovos. Eu quero comer sua versão caseira.” “…Você não
quer dizer um da loja, certo? Isso não é suficiente para pagar de volta.”
"Claro que não. Eu só ficarei satisfeito se você fizer isso sozinho.” Amane não ligava
para a maioria dos doces, mas pudim era um assunto diferente. Ele gostava de
pastéis de nata feitos apenas com recheio de pudim ou creme de nata e sabia que,
se Mahiru fizesse o pudim à mão, com certeza ficaria delicioso. Um doce feito
habilmente por uma garota de quem ele gostava... Ele não conseguia pensar em nada
melhor.
Ele fez seu pedido muito a sério, e Mahiru olhou para ele em silêncio por um
momento, depois assentiu bruscamente.
“…Tudo bem, eu vou fazer alguns neste fim de semana. Um pudim duro com muito
ovo, certo?”

"Mm-hum."
“Vou fazer o meu melhor para fazer algo saboroso!” "Ok,
ok, você não precisa ficar tão nervoso..." "Se eu estou
fazendo isso, eu vou fazer certo."
"É assim que vai ser?"
Mahiru parecia estar levando isso muito a sério por algum motivo. Amane
pensou que talvez ela não precisasse se esforçar tanto, mas já que ele ia
conseguir um delicioso pudim, ele não podia reclamar.
Ele acariciou a cabeça dela mais uma vez para mostrar seu apoio, e Mahiru parecia
um pouco tímida e enterrou a parte inferior do rosto na parte de trás da cabeça do
coelho.
Pudins macios com bastante creme de leite eram deliciosos, é claro, mas para
Amane, o melhor pudim era um pudim duro com bastante ovo, do tipo que
mantinha sua forma mesmo na colher.
O pudim que Mahiru fez destacou claramente o sabor das gemas enquanto
equilibrava cuidadosamente a riqueza do creme de leite. Tinha um sabor limpo
e distinto, e o toque da amargura do açúcar queimado do caramelo impedia
que a coisa toda ficasse muito doce.
Amane se viu levando colheradas atrás de colheradas à boca como se estivesse em
transe. Antes que ele percebesse, o pudim de Mahiru havia desaparecido completamente
de seu prato.
“Cara, isso foi insanamente bom.”
“Estou muito lisonjeado em ouvir isso.”
Ela trouxe o pudim depois do jantar, e Amane fez um trabalho rápido
com isso. Uma porção não foi suficiente, então ele pediu segundos.
Para um garoto do ensino médio, Amane não tinha muito apetite, mas quando se
tratava das sobremesas caseiras de Mahiru, ele não ficou surpreso ao descobrir que
sempre tinha espaço.
Sentindo-se ainda mais satisfeito do que o esperado pelo quanto comeu, Amane se sentiu
totalmente satisfeito. Ele esfregou a barriga saliente.
"Você realmente pode fazer qualquer coisa, hein?"
"Bem, eu tive uma educação muito... exigente", respondeu Mahiru. Ela não estava
se gabando nem um pouco, mas era verdade que seu repertório culinário era
impressionante. Às vezes ela até fazia pratos que Amane nunca tinha visto antes.

Eles eram sempre bons, e ele não se cansava de sua comida. Ter alguém como Mahiru
por perto para fazer uma comida deliciosa para ele era uma das maiores alegrias de
Amane.
“Bem, eu não sei mais o que dizer, exceto obrigado. Estou muito feliz."
"…Feliz?"
"Certo. Quero dizer, quem poderia estar insatisfeito com a vida quando come
coisas saborosas como esta dia após dia? Eu sempre espero por isso.”
A comida de Mahiru era praticamente o que ele mais ansiava todos os dias. Contanto
que ele pudesse desfrutar de uma refeição com ela no final do dia, ele poderia esquecer
todas as suas aflições e problemas.
Só o fato de ela estar cozinhando para ele o tempo todo era motivo de alegria, e
ele era inundado por sentimentos de felicidade toda vez que dava uma mordida, mas
Mahiru não parecia realmente entender o valor de seus próprios pratos.
Uma vez, Amane havia dito que a comida de Mahiru tinha gosto de
felicidade, mas Mahiru parecia não entender. Se Amane não a elogiasse,
talvez nunca reconhecesse seu valor.
Além disso, era uma boa educação cumprimentar o cozinheiro quando seus
pratos eram fenomenais, e ele pretendia continuar com isso.
"...V-você realmente acha isso?"
As bochechas de Mahiru coraram levemente com seu elogio, e ela se encolheu um
pouco.
“…Fico feliz quando você diz coisas assim, Amane.”
“Bem, se você não se importa que eles venham de mim, eu vou te dar tantos
elogios quanto você quiser. Talvez você queira que eu seja mais específico, em vez de
apenas dizer que está tudo bem? Eu posso fazer isso, sem problemas.”
As brigas entre casais geralmente começam com o esquecimento de agradecer um ao outro, depois
todo.
Não que ele e Mahiru fossem um casal ou algo assim. Mas ela fazia o jantar para ele
quase diariamente, e ele acreditava que era importante expressar sua gratidão com
frequência. E, além disso, receber um bom feedback provavelmente a fez se sentir mais
motivada, então, se ela quisesse, ele estava preparado para apresentar notas detalhadas.
Mas Mahiru balançou a cabeça, rejeitando diretamente essa ideia. "P-por

favor, não... eu morreria se você fizesse isso."
"Isso é um pouco extremo, não é?"
"Estou falando sério. O que você faz agora já é perfeito.”

"Mesmo? Mas você vai continuar fazendo comida para mim, então quero lhe
mostrar meu apreço corretamente. Obrigado por tudo."
Honestamente, hoje em dia, a dieta de Amane dependia inteiramente da comida de
Mahiru, então ele sentiu que devia muito a ela e queria fazer o que pudesse por ela. Ela era tão
importante para ele. Quando Mahiru não estava por perto, Amane rapidamente voltou aos
seus velhos hábitos sem esperança, então ele esperava que ela ficasse ao seu lado por um
longo tempo.
Ele sorriu agradecido, e Mahiru tremeu como um telefone vibrando, então
rapidamente se levantou.
“…Estúpido Amane…” ela disse com uma voz fofa. Então ela levou os pratos até
a pia. Amane o seguiu, seus próprios pratos na mão.
Ela havia se movido de repente, então Amane queria chamar sua atenção para
dizer que ele cuidaria da limpeza e que ela não precisava fazer mais nada. No
momento em que ele segurou levemente o braço de Mahiru, ela se virou para encará-
lo.
Ela olhou para ele com um rosto muito mais vermelho do que antes.
Ela parecia não aguentar ficar ali nem um segundo a mais.
“… eu… eu vou fazer a limpeza. Você pode ir ficar no sofá. OK?"

Ele bagunçou seu cabelo uma vez e a perseguiu da cozinha. Gemendo baixinho,
Mahiru correu para o sofá e afundou nas almofadas. Amane foi pega de surpresa
por sua súbita falta de compostura.
Enquanto lavava os pratos, Amane não conseguia tirar sua expressão tímida de
sua mente. Ele mudou a torneira para água fria, esperando esfriar um pouco a cabeça.

Seus colegas de classe muitas vezes chamavam Mahiru de anjo. Com base em quão
gentil e modesta ela era, sua personalidade gentil, o fato de que ela era realizada tanto
nos estudos quanto nos esportes, além de sua beleza incomparável,anjoparecia o
apelido apropriado para ela. Não foi surpresa então que ela fosse muito popular.
Durante seu primeiro ano do ensino médio, muitos meninos em muitas classes
confessaram seu amor por ela, e ela disse que recusar todos eles não era um motivo de
orgulho para ela, mas um aborrecimento. Ela não gostava de estranhos se aproximando
dela para encontros.
Tão popular quanto era Mahiru, após cerca de meio ano recusando obstinadamente
todos os pretendentes, ela finalmente dissuadiu o corpo discente. Quando ela conheceu
Amane, embora muitos garotos sem dúvida ainda estivessem interessados nela, a onda
de confissões românticas havia mais ou menos diminuído.
Mas isso também significava que eles não haviam cessado completamente, como Amane
percebeu.
"Por favor, saia comigo."

Aconteceu depois da escola, quando Mahiru parou na biblioteca para devolver um livro
antes de voltar para casa.
A sala da biblioteca não ficava no prédio um, onde ficava a sala de aula, mas no prédio
dois, o que significava que ela tinha que andar por um corredor de conexão para chegar
lá.

O prédio dois estava basicamente cheio de salas de aula, e estava deserto depois que a
escola terminava, exceto pelo aluno ocasional indo para uma reunião do clube. Assim,
havia muito pouco tráfego de pedestres e estava quieto, de modo que o pedido do menino
era perfeitamente audível.
Quando Amane ouviu a voz vindo de baixo dele enquanto caminhava pelo corredor
de ligação no segundo andar, ele tentou andar levemente. Ele não era de meter o nariz
em casos amorosos de estranhos. Esses eram assuntos particulares, e ele não tinha
muito interesse em romances de outras pessoas de qualquer maneira. Então, não
querendo espionar, Amane tentou se mover rapidamente sem fazer barulho.
"Sinto muito, mas eu tenho que recusar."

No entanto, depois de ouvir uma voz muito familiar, seu corpo imediatamente ficou rígido,
apesar de suas melhores intenções. Era uma voz gentil e suave que geralmente era muito
agradável. Mas agora tinha uma vantagem inconfundível.
Mesmo sabendo que não deveria, Amane rastejou até uma janela próxima e espiou
por cima do lábio. Lá no primeiro andar estavam Mahiru e um estudante do sexo
masculino que poderia ter sido um colega de classe. Por sorte, nenhum deles parecia tê-lo
notado.
O menino estava de costas para Amane, então sua expressão não era visível, mas
Mahiru olhava para o pretendente com calma.
O rosto gracioso do anjo da classe estava contorcido em uma expressão um tanto
apologética, mostrando que ela não tinha intenção de aceitar sua oferta.
"Por que-?"
“Eu não conheço você. Sinto muito, mas não posso retribuir seus
sentimentos.” “Nós podemos nos conhecer quando sairmos—”
“Acho que namorar é algo que as pessoas deveriam fazer depois de já terem
construído uma relação de confiança e afeto mútuos. Não estou interessado em sair
com alguém por capricho – um relacionamento superficial como esse só faria um
desserviço a todos os envolvidos.”
Mahiru nunca apreciara demonstrações de afeto de garotos, especialmente garotos que
ela realmente não conhecia. E considerando seu ambiente doméstico, o pensamento de
namorar um estranho provavelmente a deixou muito desconfortável. Então ela obviamente
não iria concordar facilmente em sair com qualquer um que se incomodasse em convidá-la.
A voz de Mahiru era gentil, mas sua recusa foi firme. Não havia mais nada para
discutir, então ela acenou com a cabeça uma vez e se virou para sair, mas...

pretendente agarrou sua mão.
A adorável voz de Mahiru saiu em um pequeno grito de angústia. Ela se virou,
franzindo a testa nervosamente. "Com licença. Isso não está bem.” Parecia que ela
achava o aperto dele em sua mão doloroso.
“Desculpe, mas eu não posso simplesmente desistir.”
“Eu não vou sair com você. Agora, por favor, deixe-me ir.”
Embora ela falasse com mais força desta vez, e com uma expressão
inegavelmente desaprovadora, Mahiru, no entanto, manteve sua
compostura angelical até o fim.
Ainda assim, o garoto a pressionou mais uma vez enquanto continuava puxando sua mão.
Agora Mahiru parecia assustado, com medo do que o menino poderia fazer em seguida.
Amane decidiu que não podia deixar isso continuar. Ele franziu a testa e se
inclinou para fora da janela entreaberta. “Eu não acho que ela gosta de você ser tão
ousado,” ele resmungou, alto o suficiente para os dois ouvirem.
O menino girou freneticamente, e Mahiru aproveitou a distração para
escapar de seu alcance e rapidamente colocar alguma distância entre os
dois. Ela deve ter reconhecido a voz de Amane, porque parecia aliviada com
a súbita intrusão. Embora ela tivesse mantido principalmente uma expressão
impassível, Amane podia dizer que Mahiru estava enojado e assustado com
as ações egoístas do menino.
Isso deve incomodá-la muito...
Amane olhou para seu pretendente grosseiro com uma mistura de raiva e desgosto.
Compreensivelmente, a expressão do outro garoto endureceu, o que Amane tomou como
um sinal de consciência culpada.
“Desculpe, eu não estava tentando bisbilhotar, mas... eu só estava passando e vi
que vocês dois estavam tendo algum tipo de problema; isso é tudo. Além disso,
parecia que Shiina estava com dor.” Amane gesticulou para Mahiru, que estava
esfregando a mão onde o menino a havia agarrado.
"A-você está realmente ferido?" o menino perguntou, parecendo ainda mais
indisposto. “… Você foi terrivelmente áspero quando me agarrou. E de qualquer forma,
é errado tocar em uma garota sem a permissão dela.” Mahiru havia recuperado a
compostura. Ao invés de apenas com raiva, sua voz estava gelada.
“É o que ela diz.” Amane assentiu. “Você deveria assistir.”
O estudante do sexo masculino mordeu o lábio com força. "Desculpe" foi tudo o que ele disse antes de sair
correndo.
Aliviada por o outro garoto finalmente ter fugido, Amane virou-se para

Mahiru. Ela sorriu para ele fracamente, ainda defensivamente segurando a mão no
peito. Ver isso fez seu coração doer, e ele quase quis alcançá-la. Mas eles ainda
estavam na escola, então Amane não poderia fazer contato descuidadamente.
Mahiru deve ter entendido isso. Ela curvou-se bruscamente e virou-se para ir embora. De
alguma forma, ela parecia ainda mais delicada do que o normal, mas tudo que Amane podia
fazer era observá-la ansiosamente.
“Obrigado por mais cedo.”

Essa foi a primeira coisa que Mahiru disse a Amane assim que chegaram em casa. Ela
estava com um sorriso perturbado.
Mahiru devia estar pensando no incidente também. Ela se sentou no sofá ao
lado de Amane, parecendo um pouco cansada, e recostou-se nas almofadas.
Normalmente, Mahiru sentava-se muito ereto e adequado. Ela deve estar se
sentindo um pouco cansada.
“Honestamente, eu estava me perguntando se eu poderia ter exagerado”, confessou
Amane.
“Não, você me salvou. Ele não me soltou, mesmo quando eu pedi. Todo mundo
sabe que eu nunca aceitei uma confissão de amor, e a maioria dos caras parece
entender quando eu recuso, então eles desistem muito rapidamente – mas ele era
diferente.”
Amane não sabia quantas dezenas de garotos haviam dito a ela que a
amavam, mas parecia um número considerável. No entanto, Mahiru nunca
aceitou uma proposta. Ocorreu a Amane que, se ela começasse a namorar
alguém, seu tempo juntos definitivamente chegaria ao fim.
“…Você realmente é popular, hein?”
“Bem, suponho que sim. Embora não seja algo que me faça feliz.” Típico de Mahiru
reconhecer isso abertamente como um fato e então expressar claramente seus
verdadeiros sentimentos sobre o assunto. “Eu aprecio que eles sintam afeto por mim,
mas o grande número de vezes que isso aconteceu é alarmante…”
Mahiru murmurou outra coisa em um tom um tanto apologético por não saber
administrar todas aquelas expectativas, e Amane percebeu que deveria ter que
lidar muito com esse tipo de coisa.
Amane não interagia muito com Mahiru na escola. Sempre que ele pensava nela, ele
inevitavelmente olhava para ela, então ele estava deliberadamente tentando limitar esses
incidentes sempre que possível. Isso foi em parte porque ele não tinha ideia de como

muitas vezes ela tinha que atender a esses apelos românticos.
"E eu tenho certeza que você sempre recusa graciosamente e candidamente,

hein?" “Bem, se alguém vier até mim para expressar seus sentimentos com
sinceridade, é claro que vou ouvi-los antes de mandá-los embora. Afinal, seria rude
apenas ignorá-los. Embora eu não ache que todos sejam igualmente sérios sobre
seus sentimentos, sabe?
"Oh sim?"
"Absolutamente. Há alguns garotos que confessam seus sentimentos sabendo
que eu os recusarei, como se fosse algum tipo de jogo distorcido. Outros gostam
da minha aparência e me querem como troféu. Não tenho intenção de entreter
algo tão superficial, é claro.”
“Estou surpreso que existam caras que podem reunir a vontade de confessar com
razões tão frágeis.”
Ele tinha sérias dúvidas sobre o primeiro grupo de caras, e quando se tratava
do segundo grupo, bem, Amane sempre acreditou que um relacionamento tinha
que ser uma coisa séria. Se alguém ia confessar seu amor, deveria estar falando
sério, e ele nem tinha certeza se considerava tais sentimentos superficiais como
“amor”.
“Bem, eu educadamente mando esses caras embora, assim como todos os outros. Não posso
aceitar nenhuma de suas propostas em um nível fundamental. Simplesmente não é possível.” A voz
de Mahiru ficou fria novamente.
Amane relembrou sua reação na primeira vez que entrou em seu apartamento
– e ele acidentalmente tocou em um assunto delicado – e sentiu que não
podia dizer mais nada.
Mahiru obviamente não estava interessado em buscar relacionamentos frívolos.
Amane era da mesma forma, e ele refletiu mais uma vez sobre o fato de que, embora suas
palavras naquela época tivessem sido devido a um mal-entendido, ainda era muito rude.
Olhando para Mahiru, ele pôde ver que seus olhos não estavam tão frios
quanto antes, e mesmo sabendo que seu olhar irritado e desdenhoso não era
para ele, ele ainda se encolheu um pouco.
"De qualquer forma, pode ser uma pergunta ingênua, mas... as pessoas pensam que eu sou
uma pessoa tão simples que eu concordaria em sair com alguém que mal conheço?"
“Não, acho que não é bem isso…”
“Bem, então, por que todas as tentativas sem esperança? É tão estranho que eles
pensem que eu poderia dizer sim mesmo que eu não os conheça. É apenas ser assustador

abordado por estranhos o tempo todo,” Mahiru murmurou, claramente incomodado por
conseguir tantas confissões.
“…Você acha que eles perdem o controle de si mesmos porque querem que você
os perceba ou algo assim?”
"Então você está dizendo que está tudo bem para eles me agarrarem ou ficarem ásperos
porque eles não podem se controlar?" Seu humor parecia estar ficando ainda pior.
Amane balançou a cabeça bruscamente para dissipar qualquer mal-entendido que
Mahiru pudesse estar tendo sobre o que ele disse. "Não, claro que não. Não há nada de
errado em ter sentimentos por alguém, mas não é certo empurrá-los para outra pessoa ou
tentar egoisticamente forçar sua mão. Eu definitivamente não estou tentando defender o
que aquele cara fez. Se alguma coisa, estou com raiva disso.”
Mahiru era muito bonita, e Amane não podia culpar alguém por querer ganhar sua
afeição. Afinal, ele mesmo tinha sentimentos por ela. Mas ele nunca tentaria forçar
seus sentimentos em Mahiru. O momento em que ele os usasse para justificar deixá-la
desconfortável seria o momento em que ele tinha ido longe demais.
Desta vez, pelo menos, Amane estava lá para intervir. Ele estremeceu ao
pensar em alguém a agarrando assim quando ele não estava por perto.
Embora soubesse que Mahiru não hesitaria em se defender, fisicamente se
necessário, ainda era um pensamento desagradável.
"…É assim mesmo?" Mahiru perguntou.
"Cem por cento." Aman respondeu. "Foi horrível da parte dele tentar
forçar você assim... Você não estava com medo?"
“Eu estava um pouco assustado, mas se ele tivesse tentado me machucar, eu iria
chutá-lo bem na virilha com toda a minha força.”
Assim como suspeitava, Mahiru não hesitaria em retaliar com força.
Se ela estivesse sendo ameaçada, qualquer um entenderia se ela se
defendesse.
“Acho que isso teria resolvido”, disse Amane. “Tenho que admitir, só de
pensar nisso me deixa um pouco nervoso.”
"Não que eu faria algo assim com você, Amane." "Bem,
espero nunca lhe dar nenhuma razão para isso."
Seus pais o repudiariam se ele tentasse algo assim. E era contra seus
próprios princípios para começar. Forçar-se a uma garota seria uma desgraça
para todos os homens.
Amane pensou que ele havia deixado sua posição clara sobre o assunto, mas Mahiru o
observava atentamente com uma pitada de exasperação.

“…Claro que você não faria. Não Amane, o perfeito cavalheiro.” “Por que
tenho a sensação de que você está com raiva de mim?”
“Ah, não, só estou te elogiando.”
“O olhar em seus olhos não parece muito aprovador.”
“Ora, você deve estar imaginando coisas.”
Tanto seu tom de voz quanto o olhar em seus olhos estavam longe de ser amigáveis. Em
vez disso, ela parecia insatisfeita. O que ela estava dizendo e a maneira como ela estava
dizendo não combinava, e Amane não conseguia descobrir o que ela realmente queria dizer.
Seus olhos correram nervosamente ao redor da sala enquanto ele se contorcia sob seu olhar.
Mahiru sorriu levemente, como se dissesse que seu desconforto era inevitável.
“Bem, quando se trata de respeitar o espaço de uma garota, você é perfeita,
Amane, mas você tem uma fraqueza, sabe?”
"E o que poderia ser isso…?" "Uma
fraqueza para mim, estou certo?"
Assustado com seu repentino sorriso travesso, Amane desviou os olhos, mas
Mahiru não pareceu notar seu desconforto e se inclinou um pouco contra ele.
Ela também não pareceu notar o coração dele ameaçando saltar do
peito.
“Pode soar um pouco presunçoso, mas a popularidade realmente é um problema
próprio, sabe?” Mahiru murmurou com voz rouca. Ela parecia realmente perturbada.
“Estou ciente de que, pelo menos fisicamente, sou mais atraente do que a maioria das
pessoas. Então, coisas assim acontecem muito, e estou cansado disso.”
“… Parece difícil.”
"Isto é. Oh, tenho certeza que algumas garotas podem dizer que seria um
problema maravilhoso ter, mas honestamente, eu gostaria de não ter que lidar
com estranhos constantemente confessando seu amor por mim e então ficando
mal-humorados quando eu os viro para baixo, ou pior ainda, agarrando-se a mim
ou ficando furioso. Mesmo nos melhores momentos, é exaustivo ter que rejeitar
tantos avanços. E me sinto culpado quando recuso também, você sabe.
Mahiru não tinha piedade de ninguém que ela decidisse ser seu inimigo. Ao mesmo
tempo, ela era fundamentalmente uma garota virtuosa e sensata e geralmente tratava todos
que conhecia com gentileza.
“Eu não acho que seja brincadeira estar em perigo apenas por ser eu mesma,” Mahiru
murmurou. “Não é como se eu tivesse trabalhado tanto para melhorar a mim mesmo simplesmente
para ser o acessório de alguém.”
Mahiru suspirou audivelmente. Ela parecia realmente farta e exausta.

A popularidade certamente veio com seu próprio conjunto de dificuldades.
Amane estendeu a mão e gentilmente acariciou seu cabelo. Mahiru o deixou fazer isso,
aceitando passivamente o gesto tranquilizador.
Essa resposta completamente diferente ao contato físico estava na relação de
confiança mútua entre Mahiru e ele. Enquanto ele acariciava a cabeça dela, tomando
cuidado para não enredar os dedos em seus cabelos finos, Mahiru fechou os olhos,
aparentemente curtindo o momento. Ela quase parecia um gato que estava deixando
um companheiro de confiança bajulá-la.
“A persona que uso na escola é uma que escolhi, mas dificulta as coisas
quando as pessoas querem me conhecer. Não vou deixar ninguém me tocar, a
menos que eu queira.
Quando um Mahiru de aparência ligeiramente descontente pronunciou essas palavras, a
mão de Amane hesitou. Agora ela estava deixando que ele a tocasse, mas ele não podia deixar
de se perguntar se ele estava de alguma forma se aproveitando dela estar chateada.
"Por que você parou?"

"Bem, eu, uh...", Amane gaguejou. “De repente, me sinto um pouco constrangido
sobre todas as vezes que toquei em você antes…”
“Se eu não gostasse, eu teria parado você na primeira vez, para que você possa
relaxar.”
"G-te peguei."
"Você pode me tocar ainda mais... se quiser."
Ela olhou para Amane e sorriu gentilmente, e em seus olhos ele podia ver
confiança e um vislumbre de antecipação.
Amane engoliu em seco. “I-isso é, hum...” Ele não sabia como responder. "Estou
apenas brincando." A expressão de Mahiru voltou ao normal, e ela riu. Seu
olhar caiu. “Mas por favor... continue segurando minha mão. O que aconteceu hoje
foi um pouco enervante.”
Amane não tinha certeza de como responder às suas palavras calmas ou à angústia de
partir o coração que ele podia sentir brotando dentro dela, então ele apenas mordeu o lábio e
pegou a mão dela.
Os dedos de Mahiru eram elegantes e delicados. Enquanto ele passava seus dedos sobre
os dela, ele podia sentir que eles eram macios, mas fortes, com um leve calo onde sua caneta
geralmente descansava. Eles não eram nem um pouco fracos.
Mas ele também não achava que eles fossem fortes o suficiente para lutar contra
um colegial. Amane não tinha certeza se ela não estava tentando se livrar dele ou

não foi capaz. De qualquer forma, ela obviamente ficou abalada com o que aconteceu.
Amane gentilmente esfregou e massageou sua mão, tentando ajudar a relaxar o medo
que estava enrolado dentro dela.
Mahiru sorriu, parecendo um pouco melhor. “É estranho, você sabe. Quando você me toca,
tudo o que sinto é conforto.”
“Parte de mim gostaria que você tivesse mantido um pouco daquela cautela que você teve quando
nós...”
Ele olhou nos olhos de Mahiru, perguntando silenciosamente se estava realmente
certo deixá-lo tocá-la assim, e ela respondeu com um lindo sorriso.
"Oh, você não está satisfeito com nosso relacionamento atual?" “Não é
que eu não esteja satisfeito, mas… Como eu coloco isso…?”
“Se eu não estivesse bem com isso, eu não estaria dentro do seu apartamento em
primeiro lugar, e eu não estaria deixando você me tocar. Eu também nunca teria
permitido que você descansasse no meu colo.”
"Você provavelmente não deveria ter me deixado fazer isso..."
"Mesmo que você tenha se divertido muito?" Era difícil para
Amane argumentar sobre esse ponto em particular.
Ele alegremente deitou a cabeça nas coxas de Mahiru e caiu em um sono
profundo, então sua insistência para que eles não fizessem isso de novo soou um
pouco vazia. Mesmo que Mahiru tenha sido o único a propor isso, ele concordou com a
ideia no final.
E então, quando Amane respondeu desviando um pouco os olhos e dizendo
“… Foi isso, e isso é isso”, ele recebeu uma risada divertida.
“Ha-há! Muito conveniente. Vou ter que me lembrar de usar esse mais tarde. Mas por
favor... relaxe, tudo bem? Vou deixar você deitar sua cabeça no meu colo sempre que estiver
cansado.
"Ah, acho que vou me abster..."
Amane sabia que se ele se acostumasse com uma experiência tão maravilhosa, ele
nunca seria capaz de voltar a estar sozinho. Ele se tornou totalmente sem esperança,
ainda mais do que já era, mas de alguma forma com ainda menos capacidade de
resistir a ela.
Quando Amane recusou gentilmente sua oferta no interesse de preservar a pouca
dignidade que lhe restava, Mahiru sorriu agradavelmente. "Oh isso é muito ruim." Ela
não parecia particularmente desapontada. Amane imaginou que ela devia estar
tirando sarro dele.
“… Não me provoque.”

"Eu não estou. É assim que eu realmente me
sinto.” Nesse caso, ela está apenas sendo má.
Amane tentou apertar a mão dela com mais força para que ela soubesse como ele se sentia, mas
Mahiru apenas riu como se estivesse fazendo cócegas nela, e ele teve que se virar rapidamente para
esconder seu constrangimento óbvio.

“Itsuki! Fujimiya! Vamos comer juntos!"
Era hora do almoço na escola, e Amane estava indo almoçar com Itsuki como de
costume, quando uma voz que ele recentemente se acostumou a ouvir chamou por
ele.
Como esperado, era Yuuta Kadowaki, uma mão balançando no ar, exalando seu sorriso
brilhante e amável como sempre. Normalmente, Yuuta almoçava com outros amigos, mas
aparentemente hoje foi diferente, quando ele se aproximou deles com a carteira na mão.
Yuuta estava falando com eles com mais frequência desde que começaram seu
segundo ano, mas eles ainda não eram especialmente próximos nem nada.
Mas graças a Amane ouvindo os problemas de Yuuta no outro dia, uma
afinidade cresceu entre eles e, mais importante, Amane percebeu que Yuuta era
realmente um cara muito legal. Na verdade, ele meio que lembrou Amane de
Itsuki.
“Está tudo bem para mim…”, disse Amane.
“Bem, você não se importa, não é, Itsuki?”
“Por que você acha que eu não me importo? Quer dizer, eu não vou, mas...”
“Então está tudo bem, certo?”
“Sim, é legal. Tipo, esse cara aqui pode ter meio que desconfiado de
você sem uma boa razão, mas ele gostou de você bem rápido. E parece
que você também se apegou a Amane, Yuuta.”
"Em anexo…?" Amane murmurou. “Ele não é um cachorro.”
“Mas Yuuta é como um cachorro. Ele é do tipo que, uma vez que você ganha a
confiança dele, ele sempre fica por perto, abanando o rabo. Ele é como... Qual é o

procriar…? Como um golden retriever.”
“Vocês não deveriam chamar as pessoas de cachorros direto na cara,” Yuuta
repreendeu. Mas com certeza, uma vez que Amane o imaginou como um golden
retriever, ele não pôde deixar de rir.
Yuuta notou os ombros de Amane tremendo de alegria e fez uma cara
azeda, mas Amane podia dizer que a provocação não o incomodava.
“Não ria, Fujimiya.”
"Haha desculpe."
“Amane estava pensando a mesma coisa, eu sabia.”
"Quero dizerfoiuma descrição bastante precisa…”
“Ah, vamos, você também não, Fujimiya. Olha aqui, eu só queria ser seu amigo
porque eu achava que você era um cara decente, sabe?”
“Bem, acho que é bom que Amane finalmente tenha um pouco de
reconhecimento”, disse Itsuki. “De qualquer forma, vamos, sente-se.”
“Nossa, quem você pensa que é?” Amane retrucou, dando um tapa em Itsuki de
brincadeira.
Kadowaki obedientemente se aproximou, e quando ele fez contato visual com Amane,
ele abriu um sorriso radiante. Se ele tivesse apontado aquele sorriso para qualquer garota,
ela teria ficado inconsciente.
Amane sorriu ironicamente de volta. "…Posso te perguntar uma coisa?" ele perguntou.
"Hmm?"
“Você realmente quer ser meu amigo?” perguntou Amane. "Quero dizer, eu realmente
não posso imaginar o que você ganharia com isso, sabe?" Ele não tinha a intenção de dizer
tal coisa, mas escapou de sua boca antes que ele pudesse impedir.
Yuuta quase certamente estava tentando ser amigo de Amane porque gostava
dele, mas as memórias de Amane sobre o que aconteceu no passado podem estar
obscurecendo sua percepção.
Yuuta pareceu intrigado com a pergunta de Amane. “Você não sai com seus
amigos por causa do que pode ganhar ou perder, não é?”
“Acho que não, mas...”
“Bem, então, aí está a sua resposta. Estou falando com você porque quero
conhecê-lo.”
O sorriso de Yuuta era como um dia ensolarado. Amane olhou de soslaio para o quão
deslumbrante era.
“… Ok,” ele finalmente concordou.
“Sim, ótimo, estou feliz que você esteja se dando bem,” Itsuki interveio, fornecendo

seus pensamentos sobre o assunto com um sorriso atrevido. Então seu olhar rapidamente mudou
para outra parte da sala de aula.
Ele estava olhando para Chitose, que estava agarrada a Mahiru com um sorriso,
exclamando: “Você é tão doce e fofo, Mahirun, caramba!”
Chitose sempre foi uma pessoa sensível, e ela não parecia se importar que
eles estivessem na aula. Todo mundo estava olhando, ou porque eles gostaram
de ver duas lindas garotas se unindo por algum skinship ou talvez porque
estavam com ciúmes.
Para Amane, parecia que as garotas estavam agindo como sempre, mas
Itsuki sorriu enquanto observava as duas brincando.
"Aconteceu alguma
coisa?" “Não, nada.”
Itsuki sorriu divertido e começou a caminhar na direção do
refeitório. Amane e Yuuta o seguiram.
Após o jantar, Amane perguntou a Mahiru “… Você está de mau humor, não está?” Ela parecia
chateada com alguma coisa ultimamente.
Mahiru piscou dramaticamente. “…Oh, isso apareceu no meu rosto?” Ela cutucou e
cutucou suas próprias bochechas, como se estivesse descobrindo sua expressão
azeda.
“Sim, bem, você parece estar de mau humor. Estou quebrando a
cabeça pelo que posso ter feito de errado.”
Normalmente, quando Mahiru estava de mau humor, era porque Amane tinha feito
alguma coisa. Mas hoje ele mal havia interagido com ela, então ele realmente não tinha ideia
de qual poderia ser a causa.
“Se eu fiz alguma coisa, vou me desculpar, mas—”
“N-não, isso não é culpa sua, Amane. Estou apenas sendo tacanho.” “Se você tem a mente
estreita, isso significaria que a mente da maioria das pessoas poderia ser medida em
milímetros. De qualquer forma, ainda não estou convencido de que não fiz alguma coisa.”
Não havia como Mahiru, a garota que basicamente nunca ficava brava, que
estava sempre pronta para ouvir alguém ou se colocar no lugar de outra pessoa,
pudesse ser tacanha. Ou se ela era, então alguém como Amane tinha que ser o
mais estreito.
Ele não tinha certeza por que Mahiru estava de mau humor, mas ele percebeu que tinha que haver

alguma razão para isso. E Mahiru não era o tipo de pessoa que deixava um estranho incomodá-la,
então nove em cada dez vezes, se ela estava de mau humor, isso significava que Amane, o único
garoto que ela deixou dentro de sua guarda, estava na raiz de tudo. .
“… Realmente não é sua culpa, Amane, mas… Bem, tem algo a ver
com você…”
"Eu realmente não entendo, mas se eu sou o motivo..."
“Você não deve se desculpar quando não entende o porquê. Na verdade,
provavelmente sou eu quem deveria se desculpar com você.
“Agora estou ainda mais confuso.” “É
porque eu sou tão tacanha.”
“Ok, ok, supondo para argumentar que você é tacanho, o que
exatamente está incomodando você?”
Ele não achou que isso fosse nem um pouco preciso, mas para levar a
discussão adiante, ele concordou em fingir que era verdade.
Mahiru se recusou a olhar diretamente para ele.
“… eu acho que é injusto.”
"Injusto?"
“Kadowaki.”
"E ele?"
“Não é justo que ele possa falar com você sempre, só porque vocês dois são meninos.
Enquanto isso, ainda tenho que me segurar.”
"Espera um pouco?"
“Para evitar causar qualquer problema... para não levantar muitas suspeitas... para
preservar sua preciosa vida tranquila, temos que agir como estranhos na escola. Mas...
está me deixando sozinho, e eu sou o único que ficou de fora.
Ela deve estar se sentindo isolada.
Na escola, Mahiru ainda estava agindo como um anjo, como sempre. Ela deu a
Amane o mesmo sorriso que todos os outros e o manteve na mesma distância que
ela usava com todos os outros meninos. A perfeição de seu ato foi bastante
impressionante.
Mas aparentemente Mahiru queria falar com Amane mais do que de costume. Ela
estava se abstendo de fazer isso porque isso teria todos os tipos de efeitos em suas
vidas escolares, mas agora que Yuuta, outra estudante popular que também tinha
problemas com o sexo oposto, fez amizade com Amane, ela estava achando suas
restrições muito limitantes. .
Ele odiava ouvir que ela estava sozinha, mas ele não achava que havia algo

eles realmente poderiam fazer sobre isso. Ele franziu a testa, e Mahiru também. Ela parecia
totalmente desanimada.
“Itsuki e Chitose e Kadowaki—todos eles se divertem com você,
Amane, mas só eu fico de fora.”
"Argh..."
Ele não suportava ouvi-la dizer isso com um olhar tão triste no rosto. Amane sempre
conversou com Chitose normalmente, então ele conseguiu conversar com ela e Itsuki,
as duas pessoas que sabiam de sua amizade com Mahiru, na escola como ele sempre
soube. Mas ele não podia falar com Mahiru, então quando Chitose veio falar com Itsuki,
isso naturalmente significava que Mahiru foi deixado sozinho.
Ela parecia ter alguns outros amigos em sua classe, mas ela não era tão aberta com
eles como ela era com Chitose, então não importa o que, ela parecia um pouco solitária.
Claro, ela escondeu essas emoções turbulentas por trás de seu sorriso angelical, mas
Amane a conhecia bem o suficiente para que sua solidão se destacasse para ele clara
como o dia.
Ele compreendia isso e desejava poder fazer algo a respeito, mas é claro que não
podia apenas acenar com a cabeça e dizer que começaria a falar com ela quando ela
quisesse.
“… Mas, bem, seria estranho se o anjo da classe de repente se tornasse um bom
amigo de um personagem de fundo chato como eu, não seria?”
“Por que você sempre se rebaixa assim? Isso realmente me incomoda.” Mahiru
franziu a testa novamente e furiosamente cutucou o nariz de Amane com a ponta do
dedo indicador. “Eu ouvi vocês três conversando hoje, e vocês realmente deveriam
parar de ser tão autodepreciativos. Eu nem me incomodaria em fazer amizade com
você se tudo fosse realmente tão calculado e frio. Pense em como você era um
completo desleixado quando eu te conheci. Imagine como você parecia da minha
perspectiva. O que eu tinha a ganhar conhecendo você?
“Você é assustadoramente persuasivo.”
A amizade deles começou porque Mahiru se preocupou com Amane,
principalmente por causa de sua dieta. Uma pitada de culpa também pode ter
desempenhado um papel. Havia pouca outra razão para os dois se conhecerem.
Olhando objetivamente, a amizade deles não fazia sentido.
Mas eles se tornaram amigos de qualquer maneira, e isso não tinha nada a ver
com nenhum deles pesando riscos contra recompensas – era por causa da maneira
como eles se sentiam um pelo outro, sentimentos que variavam de felicidade a culpa e
compaixão. Esses sentimentos foram a faísca que os levou a se conhecerem

melhorar.
“Claro, agora eu sei que você é uma pessoa gentil com uma boa personalidade, então
seria um exercício fácil se alguém me pedisse para descrever os méritos de ser amigo de
você, mas eu não me importo com nada disso. Eu gosto de você por você, e tenho certeza
que Kadowaki tem suas próprias razões, como ele disse. Então não é bom para você se
pintar de uma forma tão negativa. Essa sua insistência é um insulto a todas as pessoas que
se preocupam com você.”
"…Desculpe."
“Você não precisa se desculpar com uma cara tão triste. Eu só quero que você
tenha mais autoconfiança.”
Ele ainda sentia uma pequena picada por ter sido cutucado, mas aquela dor não era uma coisa ruim.
“De qualquer forma, temos que trabalhar em sua baixa auto-estima. Você precisa ter
mais confiança.”
“Confiante, hein? Veremos…"
“Melhor ainda, vou começar a espalhar a notícia de que você é um cara legal.”
“Se você fizer isso comigo, eu vou morrer de vergonha, e todos vão se perguntar do
que você está falando.”
Certamente levantaria muitas suspeitas se Mahiru de repente começasse a
elogiar algum cara aleatório que, no que dizia respeito a seus colegas, ela
realmente não conhecia muito bem.
"Vou fazer o meu melhor para ter certeza que não parece antinatural, ok?"
"Acho que isso significa que você decidiu que vai falar comigo na escola?" “…
Olha, eu não gosto de ser o único deixado de fora. Se você não se importa,
quero passar um tempo com você como todo mundo.”
Se ela estava ou não ciente de que Amane achava quase impossível resistir à cara
desanimada que ela estava fazendo, Mahiru estava baixando os olhos e resmungando
tristemente de uma maneira que o fez sentir como se fosse enlouquecer.
“… Não é que eu odeie a ideia, mas se de repente começarmos a agir como amigos, as
pessoas vão perceber que algo está acontecendo.”
“Então, se eu fizer isso gradualmente, tudo bem?”
Não havia como ele rejeitá-la por mais tempo, uma vez que viu seus olhos se
iluminarem e sua expressão deprimida mudar, então Amane assentiu com a cabeça.
"Só tente não me animar muito, ok?"
"Tudo bem... Se é isso que você quer, eu nunca vou te elogiar novamente." Doeu
ouvi-la dizer isso, mas Amane segurou a língua e apenas olhou para longe.

Na distância. Sua vida escolar estava prestes a se tornar um pouco mais tempestuosa.

Depois que Mahiru declarou sua intenção de ter contato mais frequente com Amane, ela
cumpriu sua promessa e começou a se aproximar dele com mais frequência. A princípio,
isso não passava de cumprimentos e conversa fiada, para não chamar atenção indevida ou
dar a alguém motivos para pensar que ele poderia ser mais do que um amigo de um
amigo. Mahiru obviamente estava tomando muito cuidado para evitar interrupções
repentinas em sua vida diária.
Quando discutiam seus estudos, como os colegas costumavam fazer, não
recebiam olhares de inveja — em vez disso, os outros alunos olhavam para eles com
admiração. Em momentos como esses, Amane era grato pelo fato de que estudar era
fácil para ele. Honestamente, era difícil acompanhar Mahiru, já que ela geralmente
fazia o trabalho escolar do ano inteiro com antecedência, mas Mahiru teve a gentileza
de adaptar a discussão ao nível de compreensão de Amane, para que eles pudessem
desempenhar o papel de colegas comuns. sem nenhum problema. Também ajudou
que Chitose e Itsuki, e às vezes até Yuuta, geralmente estivessem com eles.
Da maneira como todas as pessoas se adaptam à mudança gradual, Amane se

acostumou a ter conversas leves com Mahiru sobre a vida cotidiana, seus amigos em
comum ou suas aulas, e qualquer olhar de ciúme que pudesse ter sido dirigido a ele de
outros meninos desapareceu no fundo. . Apenas os garotos apaixonados por Mahiru
continuaram dando-lhe olhares penetrantes.
“Por que Fujimiya…?”
Amane estava em seu lugar na sala de aula, olhando para seus livros, quando por
acaso ouviu alguns meninos sentados perto dele sussurrando em tom ressentido.

Até um momento atrás, Amane estava discutindo o dever de casa da aula
anterior com Mahiru, e aparentemente os meninos os tinham visto.
Quanto ao motivo de Mahiru ter escolhido ter essa discussão com Amane, era
porque simplesmente não havia muitas pessoas que pudessem acompanhá-la sobre
esse assunto. Chitose, sua amiga mais próxima, nunca se preparou para a aula, então
não havia como ela realmente entender tudo o que eles deveriam estar aprendendo
agora. O namorado de Chitose, Itsuki, era o mesmo.
E assim, quando se tratava de tópicos acadêmicos, era mais fácil conversar com
Amane. Ele sempre teve um tempo fácil com os trabalhos escolares, e agora que ele
tinha a orientação de Mahiru, ele se tornou um aluno ainda melhor do que antes. Este
era o poder de Mahiru, o anjo.
“O que você quer dizer, por que eu?” Amane respondeu em voz alta. “Eu
sou capaz de acompanhar o que ela está falando. Não é como se
estivéssemos tendo uma conversa quente e pesada aqui.
Quando se tratava de interações com Mahiru na escola, havia algumas
conversas ocasionais, mas era principalmente sobre seus estudos.
Mahiru parecia estar demorando para se aproximar dele, para que ninguém
suspeitasse de nada, e teve o cuidado de não falar sobre nada que colegas normais
não compartilhariam. Em vez disso, eles estavam tendo conversas dignas de alunos
exemplares, conversas sérias que não deixavam margem para dúvidas.
“Eu acho que isso provavelmente é verdade, mas…”
“Se você tem um problema com isso, vocês deveriam começar a estudar e vir se
juntar à discussão”, continuou Amane. “Ter vocês olhando para mim com ciúmes é
uma verdadeira dor. Estudar é o que estamos aqui para fazer.”
"Huh, de jeito nenhum... eu não entendo essas coisas... eu já não tenho ideia do
que vocês dois estavam falando..."
“Apenas leia o livro”, advertiu Amane. “Tudo o que estamos fazendo é antecipar
o material que estamos aprendendo agora. Se isso é impossível para você, então
não sei o que dizer além de desistir agora.”
"Isso é aspero…"
“Não me culpe pelo estado lamentável de seus estudos. E de qualquer forma, eu não
sei o que vocês estão pensando, mas eu não sou tão próximo de Shiina.”
Amane respondeu desapaixonadamente, e os outros garotos rangeram os dentes em
frustração. Ele não era particularmente bom amigo de nenhum deles - na verdade, ele os
via todos como inimigos que poderiam descobrir seu relacionamento com ele.

Mahiru — então ele não sentiu nenhuma obrigação de ser excessivamente complacente.
Mahiru estava apenas começando com uma conversa leve e casual como uma forma de se
tornar seu amigo abertamente na escola. Isso significava que eles conversavam muito sobre
trabalhos escolares, mas mesmo que qualquer um desses outros garotos estivesse no topo de
seus estudos, ele duvidava que ela fizesse amizade com algum deles.
Amane fez o possível para parecer totalmente desinteressado, mas os dois garotos que
estavam falando com ele o encararam com desconfiança.
"Você... você não parece incomodado pelo fato de que você e Shiina só falam sobre
coisas da escola..."
“Você não tem nenhum interesse no anjo, Fujimiya?”
“Não no anjo, não.”
Amane não se apaixonou pelo “anjo”. Isso não era mentira.
A pessoa que ele amava não era o anjo, era a verdadeira Mahiru, o lado dela
que ela só o deixava ver. Ele amava a Mahiru, que podia ser irritantemente
teimosa e sarcástica, mas também compassiva e tímida, aquela que tendia a
satisfazê-lo, que tinha uma propensão a se sentir sozinha e que às vezes parecia
tão frágil que temia que ela pudesse quebrar em um milhão de pedaços.
De acordo com Mahiru, a persona do anjo era como um uniforme de combate que ela
vestia para sair, um conjunto de armadura que ela usava para proteger seu interior
vulnerável. E não era como se ele amasse a armadura. Claro, depois de tudo dito e feito,
isso não mudava o fato de que ele gostava de Mahiru, mas era mais do que apenas sua
fachada pública.
Os dois garotos agora pareciam desconfiados da rapidez com que Amane havia
encerrado aquela linha de questionamento. Ele descartou sem hesitação a ideia de
que estava interessado no anjo, e eles o olharam incrédulos.
“…Você está me dizendo que não a acha fofa, Fujimiya?”
“Desculpe desapontá-la, mas também não estou interessada em garotos. Olha, eu
tenho olhos. Não é que eu não a ache fofa – quero dizer, ela é obviamente muito
bonita e tem uma boa personalidade. Mas isso não significa que eu tenha que me
apaixonar por ela ou algo assim.”
"Então o queFazvocê gosta, Fujimiya?!”
Os meninos fizeram um barulho insatisfeito, fazendo com que seus colegas
olhassem, o que foi um pouco estranho.
Deixando de lado o fato de que ele estava realmente apaixonado por Mahiru,
Amane não entendia o raciocínio de que só porque havia uma garota fofa, gentil e
perfeita por perto ele deveria, como membro do sexo oposto, estar apaixonado.

com ela. Se isso fosse verdade, todos os garotos da escola não ficariam apaixonados?
Apenas olhando ao redor da sala de aula, ficou claro que nem todos os
garotos estavam apaixonados por Mahiru. Havia pessoas que a apreciavam
como se fosse uma obra de arte, e havia muitos garotos apaixonados por
outras garotas. Claro, isso não mudou o fato de que ela era extremamente fácil
de idolatrar.
“Deixa eu te perguntar: o que vocês gostam no anjo?” Amane murmurou com
alguma exasperação, e as expressões dos dois garotos ficaram animadas, como se
eles estivessem finalmente interessados.
“Ela é super fofa e legal com todos, e tão elegante e elegante, e ela
pode fazer qualquer coisa! Não seria o melhor tê-la como sua
namorada?
"Huh... certo..." Amane murmurou. Ele sabia o que eles estavam tentando dizer,
mas ele deu a eles um olhar cético questionando se aqueles eram motivos suficientes
para amá-la.
“Ela é realmente linda, e sua figura também é ideal. Como um anjo de um
devaneio ou algo assim. Quero dizer, ela é um anjo, mas...
“Não é só que ela é fofa e tem uma boa personalidade; ela seriamente pode fazer
qualquer coisa que ela tente. Até sua figura é extraordinária. Embora geralmente seus
bens estejam escondidos sob o uniforme... Mas acredite em mim, ela fica incrível em suas
roupas de ginástica. Insanamente impressionante.”
"Isso é... louco mesmo," Amane murmurou.
“Eu também gosto de garotas chatas como Shirakawa, mas cara, você sabe, garotas
grandes são as melhores. É o sonho de todo cara.”
“Vocês estão sendo rudes. Acho que seria melhor se todos calassem a boca agora, pelo
bem de todos.
Amane estava subitamente com um humor bastante desagradável.
Ele podia sentir os olhares afiados treinados em sua direção ao redor da sala, e
mesmo sabendo que eles não estavam apontados para ele, exatamente, ainda era o
suficiente para fazer seu sangue gelar. Amane não teve que olhar para saber quem
estava lhe dando os olhares mais raivosos. Ele não estava ansioso para lidar com isso
mais tarde.
A última coisa que Amane queria era que as pessoas o colocassem junto com esses
dois idiotas, então ele fez questão de voltar sua atenção para seu livro. Deixando seus
olhos deslizarem sobre o material do curso que ele estava discutindo com Mahiru mais
cedo, ele suspirou suavemente para os dois idiotas ao lado dele que

começou uma conversa particularmente vulgar, mesmo para meninos do ensino médio.
“… Você sabe, eu realmente não acho que Shiina vai dar uma segunda
olhada em você se você continuar falando sobre seus desejos em público.”
Amane imaginou que a maioria das garotas provavelmente não apreciava um cara que
participava desse tipo de conversa suja. Ainda mais se eles próprios tivessem números
completos.
Além disso, ele sabia que Mahiru não gostava quando alguém se aproximava dela
apenas por causa de sua aparência física. Na verdade, era provável que a afastasse se
suspeitasse que eles estavam interessados apenas em seu corpo.
Quando Amane olhou para onde Mahiru estava sentado, ele sabia que as meninas deviam
ter ouvido, porque Mahiru estava dando tapinhas no braço de Chitose, tentando acalmar a
sede de sangue furiosa de sua amiga.
Itsuki às vezes provocava Chitose em particular, mas isso era entre os dois. Se
algum estranho começasse a falar casualmente sobre seu corpo, ela tinha todos os
motivos para ficar furiosa.
A expressão angelical de Mahiru nunca vacilou enquanto ela confortava sua amiga, mas Amane
teve a sensação de que ela também parecia zangada de alguma forma.
Mas eu não disse nada...
Em sua mente, Amane ofereceu essa explicação a Mahiru, depois bloqueou a conversa
de seus dois colegas irritantes do sexo masculino, concentrando-se em seu livro.
A dupla não parecia se importar com todos os olhares de reprovação que eles estavam
recebendo, e Amane não sentiu nenhuma obrigação de intervir. Ou mais precisamente, ele já
havia tentado detê-los, e eles continuaram mesmo assim.
Amane calmamente soltou outro suspiro pesado quando os meninos começaram a falar
sobre o quão grande o anjo era.
O anjo provavelmente é apenas o anjo porque caras como você agem assim. Ele
não expressou o pensamento. As palavras simplesmente rolaram em sua boca e
desapareceram sem nunca sair.
“…Hum, Senhorita Shiina?”

Naquela noite, Mahiru tinha ido ao apartamento de Amane como sempre, mas ela
estava com uma expressão tempestuosa. Ela estava agindo de forma tão diferente que ele,
sem querer, a chamou pelo sobrenome.
"O que é isso?"
A resposta dela foi curta. Ela definitivamente estava louca por alguma coisa.

Ver o Mahiru fundamentalmente gentil e tolerante tão incomodado deu a Amane
um pouco de dor de estômago.
“O que te deixou de mau humor?”
“Não estou de mau humor.”
“… Não, você definitivamente é.”
"Não sou."
Mahiru estava sentada ao lado dele no sofá, sua expressão imutável. Não era
exatamente óbvio que ela estava com raiva, mais como se estivesse exalando
desgosto. Poderia ter sido mais correto dizer que o ar ao redor dela parecia
espinhoso.
Amane lutou para pensar no que poderia estar a aborrecê-la, então ele se lembrou que ela
o tinha visto conversando com seus colegas de classe mais cedo naquele dia.
“…Ah, talvez você pense que eu me juntei a esses caras discutindo sua
figura?”
Se Mahiru pensasse isso, ele poderia entender por que ela ficaria chateada.
Provavelmente não foi muito agradável imaginar a pessoa com quem você estava
sentado babando no seu corpo.
Mahiru endureceu com as palavras de Amane, então sua conjectura provavelmente
estava correta.
"Você nos ouviu, não é?"
“Sim, bem, uh… eu ouvi essa parte da conversa, mas…”
“Desculpe. Deve ter sido horrível para você ter que ouvir.
“Não, eu, hum… Estou acostumado a ouvir comentários sobre minha aparência, e não
é a primeira vez que alguém comenta diretamente sobre minha figura, então foi mais
como 'Ah, entendo'”.
Mahiru vinha se comportando como o anjo há muitos anos, e sua
declaração era típica de uma garota que nunca deixava de se esforçar para
manter sua boa aparência.
No entanto, pela forma como Mahiru disse isso, Amane poderia dizer que ela já
havia sido vítima de assédio antes, e ele sentiu vergonha de pertencer ao mesmo sexo
de alguém que fosse tão grosseiro.
“Bem, fiquei chocado que eles tiveram a coragem de dizer essas coisas em um lugar
com garotas ao redor. Quero dizer, as preferências deles são da conta deles, mas se eles
tivessem que se mexer assim, você pensaria que eles teriam a decência de pelo menos
fazer isso em algum lugar privado. Não consigo nem imaginar dizer esse tipo de coisa na
frente de todas essas pessoas.”

"Cem por cento."
Os meninos deveriam ter pensado na hora e no lugar, mas eles claramente não
pensaram. Tinha sido inapropriado para eles ter uma conversa como aquela onde
outras pessoas pudessem ouvir. Na verdade, no que dizia respeito a Amane, era
indecente falar sobre esse tipo de coisa.
"Percebi que você estava incomodado com o que eles disseram, Amane, e pude ouvir que você
não se juntou. As outras garotas também ficaram impressionadas."
"O-graças a Deus... Você sabe que eu não gostaria de me envolver com
isso."
“… Se alguma coisa, isso me deixou um pouco preocupado. Talvez você se concentre um
pouco demais em ser sempre um cavalheiro... e não o suficiente em lembrar que você é um
homem.
"Isso não é um pouco duro?"
Ele se sentiu irritado porque seus colegas, e até Mahiru, duvidavam de sua
masculinidade.
"É a verdade", disse ela, virando-se. Ela ainda estava dando insinuações de que
estava um pouco chateada com alguma coisa, e quando notou Amane franzindo a
testa, ela abraçou uma almofada até os joelhos. “…Aparentemente você não me
considera muito atraente, o que fere minha confiança.”
"E o que, exatamente, o levou a essa conclusão?" "Você
aparentemente não está interessado, para começar."
Ela deve tê-lo ouvido dizer que não tinha interesse no anjo.
“Espere, o que eu disse foi que não tenho nenhum interesse no anjo. O anjo é o
personagem que você interpreta na escola, certo? O que eu quis dizer foi que,
embora eu esteja interessado em Mahiru, não tenho muito interesse em Mahiru
disfarçado de anjo. Eu acho que parece um show difícil; isso é tudo."
"... Então você me acha atraente, então?"
“Eu teria que ser cego para pensar o contrário. Você é incrivelmente linda. Como a
pessoa mais frequentemente ao seu lado, posso garantir isso.”
Amane não conseguia imaginar como alguém poderia ver isso de outra
maneira. Depois de passar tanto tempo com Mahiru, ele conheceu muitas
facetas diferentes de sua personalidade e passou a considerá-la com grande
afeição. Seu amor por ela só aumentou e nunca diminuiu. Só isso era prova de
que ela era atraente.
Enquanto Amane falava, Mahiru começou a beliscar e puxar nervosamente o
tecido da almofada que ela estava segurando. Ela não conseguia olhar para ele no

olho.
"E-se isso for verdade, então tudo bem, mas..."
Mahiru se contorceu e assentiu como se estivesse hesitando em dizer alguma coisa, então
enterrou o rosto na almofada. Suas orelhas estavam vermelhas brilhantes, saindo por baixo de
seu cabelo loiro, e era muito óbvio que ela estava envergonhada.
Quando ela ficou assim, ele sabia que a única coisa a fazer era dar-lhe algum
espaço, então Amane se virou, encostando-se no braço do sofá.
Ele sabia que se não se acalmasse, Mahiru com certeza veria em seu rosto quando
ela se recuperasse.
...Se isso a envergonha tanto, ela simplesmente não poderia dizer nada.
Enquanto os dois consideravam suas palavras, Amane soltou um suspiro baixo
demais para Mahiru ouvir.

“Estou ansioso para trabalhar com você.”
Amane normalmente nunca recebia o sorriso angelical de Mahiru,
então quando ela se virou para ele, isso o fez querer gemer.
“... O mesmo aqui,” ele respondeu em voz baixa.
Como regra, Amane nunca se aproximava de Mahiru na escola, mas ele não
tinha muita escolha se fosse ela quem o abordasse. Mas desta vez, não foi culpa de
Mahiru; em vez disso, foi simplesmente porque eles decidiram se unir, como
amigos.
Sua aula de economia doméstica ia apresentar um segmento de culinária
em vários dias, e os alunos tinham a liberdade de formar suas próprias equipes,
bem como o direito de escolher os pratos que iriam preparar. No entanto, eles
foram obrigados a montar um menu que aplicasse suas lições sobre nutrição, e
eles seriam classificados nesse menu, então eles precisavam levar isso a sério.
Havia, é claro, muitos pretendentes em potencial esperando estar no mesmo

time que Mahiru, mas ela formou um par com sua boa amiga Chitose, e sua
parceira Chitose puxou seu namorado, Itsuki. Amane, que achava que ele estava
junto com Itsuki, naturalmente veio com ele, então do lado de fora parecia que ele
estava com Mahiru. Eles estavam recebendo ainda mais olhares agora, e Amane já
podia sentir uma dor de estômago chegando.
Chitose, a principal culpada em certo sentido, estava sorrindo descaradamente enquanto
arrumava algumas mesas próximas para eles. “Ah-há-há! Parece que você engoliu um inseto,
Amane!” ela gargalhou.
— E de quem você acha que é a culpa? Aman respondeu.

Uma vez que eles juntaram quatro mesas e se sentaram, Mahiru sorriu para ele se
desculpando, deixando sua expressão angelical escorregar um pouco. “Desculpe por
me intrometer,” ela disse graciosamente.
“Não, isso não é culpa sua,” Amane insistiu. “Só estou preocupado se
vou ser esfaqueado por essas adagas nos olhos de todos.”
“É como Amane não apreciar sua boa sorte,” Chitose advertiu.
“Eu só não quero monopolizar toda a boa sorte, só isso.”

Provavelmente era apenas sua imaginação, mas ele pensou ter ouvido vozes
descontentes concordando em silêncio. Todos os outros garotos deviam estar clamando
pela chance de comer a comida artesanal do anjo, e ele sabia que eles estavam com raiva
de ver isso ir para um cara que nem parecia querer tanto. Ele estava sendo perfurado por
olhares espinhosos cheios de ciúmes e inveja.
“Mas você sabe que terei dificuldades se você não estiver comigo, cara,” Itsuki acrescentou.
“Além disso, todas as outras equipes são grupos de amigos.”
"Hmm..." Amane não podia discutir esse ponto.
Ele não era exatamente um pária ou algo assim, mas certamente não era
popular ou charmoso o suficiente para se inserir em outro grupo de amigos e
esperar se dar bem. Teria sido difícil para Amane deixar seu grupo sozinho,
agora que eles estavam reunidos.
“Apenas desista e aceite seu destino!” Itsuki insistiu. “Se você vai reclamar
tanto, talvez nunca devêssemos ter sido amigos em primeiro lugar!”
"... Eu não me arrependo de ser seu amigo."
“Ah, estou ficando todo engasgado!”
“Ugh, você sabe, talvez eu esteja começando a me arrepender, afinal,” Amane
retrucou.
Itsuki pressionou as mãos no rosto. “Uma cruz dupla cruel!” ele gemeu
dramaticamente, e então ele cacarejou com uma risada alegre.
Amane não ficou particularmente impressionado com o desempenho do amigo. Ele estava
começando a pensar em beliscar as bochechas de Itsuki quando ouviu uma risada calma
misturada com um suspiro.
Mahiru estava sorrindo divertido.
“Eu já pensei isso antes, mas vocês dois realmente são bons amigos, não são? É o
suficiente para me deixar com ciúmes.”
"…Eu acho."
Mesmo que ela já soubesse que eles eram bons amigos, Mahiru estava agindo

como se fosse a primeira vez que ela o mencionasse. Amane se sentiu
desconfortável por não poder responder.
Ele estava grato que ela estava mantendo o ato, mas quando Mahiru fingiu
que eles eram estranhos assim, também o fez se sentir envergonhado e
frustrado.
Chitose estava ouvindo a conversa deles, e com um sorriso, ela deu um tapinha
no ombro de Mahiru. “Junte-se se quiser, Mahirun!” ela disse.
“Ei, pare com isso,” Amane repreendeu. “Não tente envolver Shiina em suas
travessuras selvagens. Você está incomodando ela.”
“Não, esse não é o caso”, insistiu Mahiru.
"Ver?"
“Não se empolgue, Chitose.”
Chitose gostou da ideia de juntar Amane e Mahiru. Na verdade, ela mais do
que endossava isso – sempre que tinha a chance de conduzir a conversa,
geralmente fazia todas as tentativas para juntá-los. Tudo bem quando eles
estavam no apartamento de Amane, mas no momento eles estavam na escola,
e ele queria evitar fazer qualquer coisa que pudesse chamar a atenção.
“Tudo bem, chega disso”, declarou Amane. “Temos que escolher nosso
cardápio.”
Eles só tinham um tempo limitado para decidir sobre um menu antes de terem que
apresentar sua escolha, então ele insistiu em tomar uma decisão rápida em uma tentativa
de mostrar ao resto da turma que ele não tinha nenhum sentimento especial por Mahiru.
Chitose parecia um pouco perplexa. “Você não sabe cozinhar, mas está assumindo
o comando?”
"Rude", disse Amane, eriçada. "Eu posso fazer... omeletes."
“…Você pode chamá-los de omeletes, mas o que você faz é basicamente ovos
mexidos,” Mahiru sussurrou baixinho para que apenas as outras três pessoas em seu
grupo pudessem ouvir, fazendo com que Itsuki e Chitose explodissem em um ataque de
risos. Amane, ainda cautelosa por estar em público, lançou a Mahiru um olhar levemente
reprovador, mas ela não se incomodou com isso.
Sua expressão era muito parecida com seu sorriso angelical habitual, e Amane
se virou bruscamente. Chitose e Itsuki sorriram mais uma vez com a reação dele,
que foi ainda mais insuportável.
“E você, Akazawa?” Mahiru perguntou. “Como está sua cozinha?”
"Mim? ...Bem, é bom o suficiente para me manter vivo,” ele respondeu.

“Itsuki pode fazer praticamente qualquer coisa em casa, você sabe”,
acrescentou Chitose.
Itsuki, que de alguma forma conseguia fazer a maioria das tarefas se ele se dedicasse a
isso, também poderia preparar uma refeição impecável. Naturalmente, não era tão bom
quanto a comida de Mahiru, mas era bom o suficiente para sobreviver.
“É porque minha mãe nunca está em casa, graças ao trabalho. Eu até
costumava ir até a casa de Amane para fazer comida para ele. Mas não faça
mais isso, hein?”
Itsuki olhou para Amane significativamente, e Amane franziu a testa, mas Itsuki
apenas sorriu.
“Acho que é verdade.”
“…Se vocês não calarem a boca, todo mundo vai descobrir que eu sou um
perdedor.”
“Tarde demais, irmão.”
“Um pouco tarde, não é?”
“Vocês estão muito em sincronia.”

"Heh heh. Bem, agora você não precisa se preocupar com as refeições; não é
ótimo?”
“… E-espere, eu faço algum esforço!” Amane protestou. “Às vezes eu faço
alguma coisa quando estou sozinho…”
Ele não achava bom deixar tudo para Mahiru, então nos fins de semana
ou quando Mahiru não estava por perto, ele tentava cozinhar. Claro, ele se
apegou a receitas simples que podem ser feitas no frango ou usando o
fogão.
Amane ficou bastante confuso, quando por algum motivo Mahiru sorriu
para ele afetuosamente e o elogiou. “Que admirável.”
Havia uma quantidade dolorosa de significado escondido nessas palavras. A bochecha de
Amane se contraiu.
Ela provavelmente estava brincando com ele porque estava perfeitamente ciente de
quanto Amane lutava quando se tratava de cozinhar. Comparado com a cozinha de Mahiru,
seus débeis esforços eram comparáveis aos de uma criança. Ela provavelmente se divertiu
com o quão terrível eles eram. Mas ele estava constantemente fazendo melhorias
— quando começou, não podia fazer nada por si mesmo — e precisava que isso fosse
dito.
"Bem, que tal decidirmos sobre um menu agora?" Mahiru sugeriu. “Nossas
notas dependem disso.”

Sem fazer qualquer referência aberta ao estado angustiado de Amane, Mahiru,
ainda com um sorriso gentil, bateu na planilha do menu que eles precisavam entregar
para completar a tarefa.
Mahiru era o melhor cozinheiro entre eles, então o grupo concordou discretamente em
colocar Mahiru no comando. Apesar de Amane ter aprendido a fazer algumas coisas, ele ainda
era um amador, especialmente quando se tratava de criar um cardápio nutricionalmente
equilibrado. Então fazia sentido seguir o exemplo de Mahiru. Afinal, ela escolhia o cardápio do
jantar praticamente todas as noites.
Após alguma discussão, o grupo decidiusanshoku soborodon, um prato de carne
picada, ovos e legumes servido com arroz, com sopa de missô e salada de macarrão
celofane ao lado, além de geléia de amêndoa para a sobremesa. Chitose estava
sorrindo de orelha a orelha para o menu.
Mahiru tinha casualmente incluído um prato de ovos, provavelmente porque ela sabia que
Amane gostava deles. Esse fato não escapou ao conhecimento de Chitose e Itsuki, e Amane se
escondeu atrás de sua planilha para evitar seus olhares provocantes.
E então, no dia da aula de culinária, Amane soltou um suspiro exausto.
Ele estava supostamente trabalhando como assistente de Mahiru, mas na verdade ela
estava apenas cuidando dele. Ele ficou perto de Mahiru e a observou colocar o avental, uma
visão a que ele havia se acostumado.
“Estou contando com você para me apoiar, ok, Fujimiya?” Ela disse com um sorriso.
Este não era qualquer esquema de Chitose. O grupo simplesmente decidiu que
Amane era o menos útil quando se tratava de trabalho na cozinha. Ele até tinha um
registro anterior – ele cortou o dedo bem na frente de Mahiru – então eles acharam
melhor não deixá-lo lidar com nada muito complicado.
Ele podia entender o raciocínio deles, já que todos eles estavam igualmente empenhados
em evitar qualquer derramamento de sangue, e porque eles queriam fazer seu trabalho
rapidamente, já que os alunos seriam dispensados para o almoço começando com as equipes
terminadas, então ele não discutiu. No entanto, ele ainda teve tempo para insistir, em voz alta,
que ele “… não era exatamente totalmente incapaz”.
"…Estás mal-humorado?" Mahiru perguntou furtivamente assim que terminou de
preparar os legumes.
Enquanto ele estava medindo os temperos, sem olhar para ela, Amane respondeu:
“Não, claro que não. Eu apenas sinto que estou sendo injustamente julgado.”

“Ninguém está julgando você. É que, bem... hum, você não pode negar que o resto de
nós é mais eficiente.
“Certamente não posso.”
Não é preciso dizer que Mahiru sabia cozinhar, e Amane já havia comido a
comida de Itsuki antes, então ele sabia que Itsuki poderia se cuidar na cozinha
muito bem, e contanto que Chitose não fizesse nada louco com os temperos, ela
poderia esperar funcionar razoavelmente bem. Amane não era totalmente
indefeso, mas ele era objetivamente menos capaz do que os três, então ele não
poderia realmente revidar se eles o provocassem nesse ponto.
“E então eu acho que é melhor fazer você trabalhar em sua área de força.
Além disso, a Chitose pode se deixar levar pelos temperos, então acho melhor
deixar isso para você, Fujimiya... É um trabalho importante, você sabe.
“Essa é uma responsabilidade séria… foi o que eu pensei no começo, mas eu só tenho
que seguir a receita, certo?”
“Prevenir uma surpresa de Chitose antes que ela aconteça também é um trabalho
crucial.” Mahiru deixou escapar uma risadinha e Amane olhou para Chitose.
Ela estava cozinhando arroz em uma panela enquanto limpava depois que ela e
Itsuki prepararam a geleia de amêndoa e a colocaram na geladeira. Provavelmente
não havia pegadinhas na geleia.
Chitose não tinha um paladar pouco sofisticado, mas ela estranhamente gostava
de sabores extremos e surpresas, então Itsuki foi encarregado de supervisioná-la para
se proteger contra isso. Além disso, assim ela poderia trabalhar ao lado do namorado.
Rindo baixinho, Mahiru tirou os brotos de feijão e as cenouras que

haviam acabado de ferver em sua cesta, então Amane tirou duas ou três
folhas de papel toalha do rolo que estava no balcão.
“Fujimiya?”
“Sim, entendi.”
Mahiru entregou-lhe os legumes cozidos em sua cesta, então Amane os
resfriou um pouco e usou as toalhas de papel para tirar um pouco da
umidade, depois jogou-os na tigela de temperos que ele preparou com
antecedência, junto com o macarrão de celofane lavado e juliana. pepino e
presunto.
Lembrando as palavras de boas-vindas de Mahiru de que cozinhar não era uma
coisa tão difícil, desde que você medisse corretamente e prestasse atenção às
instruções, Amane realizou suas tarefas de acordo com a receita. O chef o deixou

com os trabalhos mais simples, então não havia exatamente uma tonelada para se orgulhar, no entanto.
“Depois de misturar as sementes de gergelim, posso colocar isso na geladeira, certo?” ele
perguntou.
"Isso mesmo, e então..."
“Coloque o macarrão e retire a carne picada.”
O arroz fervendo estava quase pronto, então ele imaginou que ela estava planejando
tirar as tigelas em pouco tempo.
Mahiru observou enquanto ele cobria a tigela contendo a salada de macarrão com
filme plástico e escreveu o número do time nele. Aparentemente, ele fez certo, quando
ela começou a preparar a frigideira sem fazer nenhuma correção.
Os legumes para a sopa de missô já estavam cozinhando, e eles só precisavam
dissolver a pasta de missô. Chitose e Itsuki colocaram a geleia de amêndoa na
geladeira para esfriar e congelar, então tudo o que restava era preparar as tigelas
de arroz.
Tomando cuidado para não esbarrar em ninguém no caminho, Amane trocou carne
picada por salada de macarrão na geladeira e voltou para sua estação.
Enquanto caminhava de volta para a estação de seu próprio grupo, ele olhou de
soslaio para as outras equipes. Alguns estavam indo bem, enquanto outros estavam
brigando. Uma das equipes formadas por todos os meninos estava brincando e
desperdiçando ingredientes, e a professora que estava supervisionando esse exercício de
autonomia dos alunos os encarava com rispidez.
…Ver isso me deixa feliz por ter Mahiru comigo.
O fato de a equipe de Amane ter conseguido fazer seu trabalho com mais facilidade do
que outras equipes foi graças à grande familiaridade de Mahiru com o processo de
cozimento e também porque eles escolheram um menu que não era muito exigente.
“Ao invés de se exibir com algum cardápio complicado, será mais fácil fazer
uma refeição nutritiva e que não demore muito. Comida é algo que você tem
que fazer todos os dias, então você não deve se fixar em coisas que te cansam,
certo?”
Amane perguntou a ela em casa sobre seu raciocínio para o menu, e foi
assim que ela respondeu. Ele achava que era uma maneira racional de pensar,
típica de Mahiru, que fazia o jantar para os dois todas as noites.
Do ponto de vista de Amane, mesmo esse menu simples dava muito trabalho para
acertar, então essa aula de culinária estava trazendo a ele uma apreciação renovada do
valor de Mahiru.
Refletindo seriamente consigo mesmo que as pessoas encarregadas das cozinhas de

o mundo deve ter dificuldade em fazer todas as refeições, ele voltou para o
balcão, onde Mahiru estava dando instruções a Chitose. Itsuki não estava à
vista, mas Mahiru deve ter entendido sua pergunta não dita pelo olhar em seus
olhos, porque ela prontamente o informou: “Pedi a Akazawa para ir buscar os
pratos no outro quarto.” Ela continuou: “Tudo bem então, estou confiando a
carne a você.”
"Entendido", respondeu Amane. “Cozinhe até o suco secar, certo?” "Isso
mesmo. Obrigado."
Mahiru parecia estar trabalhando nas partes amarela e verde da tigela de
arroz tricolor. Ela ferveu água para cozer o espinafre enquanto rachava e mexia
os ovos. Mahiru havia terminado de preparar a frigideira para uso, deixando
Amane apenas com a simples tarefa de aquecer a mistura de carne e temperos.
Enquanto usava um pano para secar a panela que havia usado e lavado,
Chitose o observou fritar a carne com um olhar estranho. “…Eu pensei que você
não sabia cozinhar?”
“Eu continuo dizendo a você, eu não sou completamente indefeso. Eu só fico mal ao lado dela;
isso é tudo."
A tarefa que lhe fora designada era ferver a carne e os temperos, mexendo a
mistura com uma espátula de madeira até que a umidade evaporasse. Ele ficou
ofendido por ela presumir que ele não conseguia nem mesmo fazer isso. Não era
como se fossem personagens de quadrinhos cozinhando matéria escura aqui.
Amane imaginou que a maioria das receitas ficava confusa quando o cozinheiro usava muito
calor, cronometrava as coisas mal ou adicionava muitos ingredientes. Mas eles tinham Mahiru para
guiá-los, então eles praticamente não poderiam falhar.
“Se você quer saber, eu memorizei a receita para não atrapalhar.” “Que
atencioso da sua parte, Amane.”
“Bem, se eu não puxasse meu peso, os outros caras me matariam.”
Ele podia senti-los tentando olhar punhais através dele e quase podia ouvir seus
pensamentos(…Ele vai aproveitar a refeição feita à mão do anjo sem trabalhar para
isso…?)Então ele estava tentando fazer alguma coisa, pelo menos.
Amane tinha plena consciência de que não tinha talento natural para cozinhar,
então estudou a receita ainda mais seriamente do que estudaria em um livro
didático, mas Mahiru riu dele. “Você não precisa levar isso tão a sério”, ela disse em
casa, mas ele sabia que deveria estar pronto para o caso.
Amane verificou se a carne estava dourando e começou a soltar uma

aroma doce e salgado, e mexeu-o adequadamente com a espátula de madeira
para não queimar.
Ao lado dele, Mahiru estava usando o outro queimador para cozinhar ovos
mexidos. Amane se sentiu um pouco envergonhada por estar ganhando mais do que o
normal, porque sabia o quanto ele adorava ovos, mas também estava feliz por ela
estar pensando nele.
"Shiina, eu deixo isso ir um pouco mais?" ele perguntou.
"Isso mesmo", respondeu Mahiru. “Você deveria deixar ferver um pouco mais. Mas
vai ficar seco se você fervê-lo por muito tempo, então, por favor, tire-o do fogo em
cerca de um minuto.”
"Mm, entendi." Ele assentiu.
A maior parte da umidade já havia sido cozida, então ele mexeu a mistura
com a espátula para evitar que queimasse enquanto Mahiru voltava ao seu
próprio trabalho sem dizer mais nada.
Chitose estava observando Amane e Mahiru de lado, e ela deu de ombros,
parecendo um pouco surpresa. “…Você sabe, vocês dois parecem, bem, o que
posso dizer…? É como se você fosse recém-”
“Chitose, por favor, tome cuidado com a sopa de
missô.” "Eeep, sim, senhora!"
Chitose soltou um grito idiota por algum motivo e foi pegar a sopa
de missô da geladeira.
Amane olhou rapidamente para Mahiru. "…Aconteceu alguma coisa?"
"Nada mesmo."
Não parecia nada, mas Mahiru não parecia disposto a lhe contar mais,
então ele desistiu de obter mais informações dela e desligou o queimador
que estava usando para fritar a carne.
Quando Mahiru terminou de cozinhar os ovos, cortou e temperou o

espinafre cozido com temperos, Itsuki voltou com os pratos.
"Você não está um pouco atrasado?"
"Sim, desculpe-me. Algumas pessoas das outras equipes vieram falar comigo.”
Itsuki sorriu levianamente, mas seu rosto realmente não parecia que ele estava
brincando. Ele não era o tipo de pular em algo assim, então ele provavelmente tinha
realmente se prendido a falar com alguém e não conseguiu sair imediatamente.

Não ficou claro com quem ele havia falado ou sobre o que eles conversaram,
mas Amane teve a sensação de que tinha algo a ver com Mahiru. Sem ela por
perto, seus colegas ciumentos podiam falar livremente, então eles provavelmente
dirigiram suas reclamações para Itsuki no lugar de Amane. Claro, isso era tudo
conjectura; ele realmente não sabia.
“Bem, de qualquer forma, eu fiz meu trabalho, então…” Itsuki apontou para uma bandeja com o
número certo de pratos e tigelas.
Mahiru sorriu gentilmente para ele. “Está tudo pronto. Vamos providenciar e tirar
uma foto para o nosso relatório, então nos sirvamos, certo?
"Isso aí!" Itsuki aplaudiu. "Estou morrendo de fome."
"Isso é porque você pulou o café da manhã, não é?" Chitose comentou. "Não é
minha culpa; Eu dormi demais. Posso comer uma porção extra grande?”
"Eu não me importo", respondeu Mahiru. “Vou pegar a salada de macarrão agora,
então, por favor, arrume as coisas enquanto isso.”
Amane rapidamente falou. “Eu vou com você, então. Temos que colocar a geleia
de amêndoa com todo o resto para a foto.”
Amane disse que ajudaria, imaginando que Mahiru não teria mãos suficientes para
carregar a sobremesa também, e ela acenou para ele com seu sorriso calmo.
Um pouco tarde demais, ele percebeu que deveria ter enviado Chitose, principalmente
para fazer isso sem convidar a especulações desnecessárias, mas não havia como voltar atrás
agora. Amane deliberadamente manteve uma pequena distância entre eles enquanto se
dirigiam para a geladeira no fundo da sala de aula da cozinha.
Nenhuma das outras equipes tinha Mahiru em seu canto, então a maioria ainda
não havia terminado. Como de costume, alguns grupos estavam trabalhando no
exercício sem muito entusiasmo. Amane pensou que parecia que eles iam tirar notas
horríveis enquanto ele passava por eles com indiferença.
Havia até uma equipe de meninos que estavam conversando e brincando em vez
de cozinhar. Um deles segurou sua frigideira em uma mão e riu enquanto se afastava
da mesa com um movimento exagerado – direto para o caminho de uma garota
carregando uma panela cheia de sopa.
Naquele instante, Amane sentiu um desastre iminente e tirou Mahiru do
caminho.
Alguns segundos depois, ele ouviu um barulho alto seguido pelo cheiro fraco e
penetrante de leite enquanto o vapor quente girava em torno dele.
A garota devia estar fazendo uma sopa cremosa, dada a meia xícara de
líquido branco e espesso que estava se espalhando pelo chão. Ele descascou

desviou os olhos para confirmar que nenhum havia respingado em Mahiru.
"Shiina, você está queimada?" “…Ah, não,
não me atingiu, mas…” Mahiru parecia
congelado com surpresa.
A garota que derramou sua sopa parecia arrependida, e o rosto do garoto com
a frigideira que havia esbarrado nela estava terrivelmente pálido.
— Alguma coisa atingiu você? Amane perguntou à garota com a sopa.
“Ah, n-não, estou bem. D-desculpe...!”
"Está bem. Nada disso atingiu a mim ou a Shiina também.”
Por sorte, ele foi rápido em perceber o perigo, e nem Mahiru nem Amane
ficaram feridos.
Ele foi rápido em acenar com a mão e tranquilizar sua colega de classe, que
havia colocado a panela no fogo por enquanto para se desculpar, enquanto
lançava um olhar para o garoto que colidiu com ela.
Como seria de esperar, os outros garotos que estavam brincando com ele ficaram
de boca fechada, talvez porque se sentissem culpados. Eles estavam olhando
praticamente em todos os lugares, exceto na direção de Mahiru.
“…Olha, pessoal, é bom viver um pouco, mas você não pode mexer em um
lugar com fogo e facas e outras coisas”, disse Amane. “Se alguém se machucasse e
deixasse uma marca permanente, você nunca se perdoaria. Graças a Deus nada
aconteceu desta vez, mas o que você faria se machucasse uma das garotas? Você
poderia assumir a responsabilidade por isso?”
Não seria motivo de riso se alguém se queimasse - ou se cortasse com uma
faca - e saísse do incidente com uma cicatriz. Amane não se importaria se ele se
machucasse um pouco, mas seria um problema sério se ele machucasse outra
pessoa, especialmente uma garota.
Muitas garotas, e até mesmo muitos caras, ficariam muito chateados se fossem deixados com
uma lesão desagradável. E se alguém se machucasse seriamente em um acidente estúpido como
este, não seria estranho se eles guardassem rancor.
Se a parte ferida era Mahiru ou a outra garota, não importava. Alguém agindo
de forma irresponsável de uma forma que poderia causar danos a outra pessoa
deixou Amane com raiva, e ele se sentiu compelido a falar.

Amane era geralmente muito quieto e principalmente reservado para si mesmo, então quando
o garoto culpado, que parecia não esperar ser repreendido, viu seus olhos estreitos e ouviu seu
tom agudo, ele rapidamente apresentou um pedido de desculpas desanimado.
"D-desculpe..."
Percebendo que se ele falasse com muita força, ele provavelmente causaria uma briga,
Amane mudou para um tom de voz mais suave. “Você não precisa se desculpar comigo,
mas é melhor você se desculpar com Yamazaki, que você encontrou, e com Shiina, que
quase foi espirrada. De qualquer forma, tome mais cuidado da próxima vez. A cozinha
pode ser um lugar perigoso.”
Então ele olhou para Mahiru.
Ele tinha um braço em volta dela o tempo todo, e o rosto de Mahiru ficou um pouco
vermelho. Embora ele sentisse algum arrependimento por tocá-la assim, era tarde demais
para se preocupar com isso agora, então ele gentilmente a soltou e, tomando cuidado
para não fazer caretas estranhas, apontou para a geladeira.
“Shiina, me desculpe por tocar em você sem sua permissão. Por favor, vá em
frente e leve a salada para a nossa equipe. Vou ajudar a limpar aqui.”
“E-está tudo bem; Eu posso ter sido empurrada, mas fui eu quem
derramou tudo,” Yamazaki, a garota com a sopa, gaguejou.
“Bem, de qualquer forma, eu também estava envolvido, e tudo o que minha equipe tem a fazer agora é
comer. Não vai demorar muito, então não se preocupe com isso.”
Ela só tinha derramado um pouco, então limpá-lo não levaria muito

tempo.
Depois de tranquilizar seu colega angustiado, Amane conseguiu a
permissão do professor e tirou várias folhas de papel toalha do rolo no
balcão e enxugou a sopa.
A pequena quantidade de líquido foi rapidamente absorvida pelo punhado de toalhas.
Bem quando Amane estava pensando que tudo o que ele precisava fazer agora era limpá-
lo com uma toalha molhada, Mahiru apareceu de algum lugar com um pano úmido na
mão e fez exatamente isso.
“Vai ser mais rápido se trabalharmos juntos,” ela murmurou. Então ela deu a
Amane um sorriso angelical de perto, o que foi profundamente perturbador por algum
motivo.
"Bem vindo de volta!"

Depois que terminaram de limpar, Amane e Mahiru voltaram para sua mesa

carregando a salada de macarrão e geleia de amêndoa cerca de cinco minutos depois do
esperado, e Chitose os cumprimentou com um sorriso travesso.
As porções de Amane e Mahiru, menos a salada e a geleia, já estavam
colocadas na mesa, então Amane dividiu a porção de salada de macarrão de
celofane para todos nos pratos de salada e soltou um suspiro.
“Estou tão cansada...” Amane gemeu.
“Você parecia muito legal lá atrás, cara,” Itsuki comentou. “E ousado, por
uma vez.”
“Não é como se eu estivesse tentando pegar uma sensação ou algo assim,” Amane insistiu.
"Eu tive que tirá-la do caminho da sopa, isso é tudo."
Ele não tinha a intenção de abraçar o anjo nem nada. E mesmo que ninguém tenha
criticado sua decisão em uma fração de segundo, vários outros garotos lhe lançaram
olhares ciumentos que o deixaram desconfortável.
Quanto a Mahiru, ela franziu a testa para ele um pouco quando ouviu o
que ele disse. Só alguém que a conhecesse bem teria notado isso.
“Bem, eu sinto que você realmente me salvou. Obrigado por me segurar.”
“Eu só fiz isso porque seu avental ou uniforme pode ter ficado sujo, ou pior ainda,
você pode ter se queimado. Aquele cara parecia arrependido também, então isso é
bom.”
Como seria de esperar, o menino que causou a colisão recebeu toda a culpa.
Afinal, eles estavam em um lugar onde um único passo em falso poderia resultar
em um grave acidente. No momento, o menino em questão estava recebendo uma
séria bronca de seu professor.
Amane ficou satisfeito, pois no final ninguém se machucou. E ele também
não foi colocado em risco. Sim, ele havia tocado Mahiru onde todos podiam ver,
o que poderia ter sido pior do que se queimar com uma sopa quente. Mas a
julgar pela atmosfera ao redor da sala de aula, ele parecia ter sido perdoado
por esse deslize.
“Então, se você pode ser tão corajoso diante do perigo”, comentou Itsuki, “então por
que você geralmente é tão pequenino?”
"Desculpe, você disse alguma coisa?" Ficou claro pelo olhar de Amane e
pelo tom de sua voz que ele não estava interessado em ouvir qualquer coisa
rude que seu amigo estava planejando dizer.
“Nada mesmo,” Itsuki sorriu. “De qualquer forma, terminamos de fazer nosso
almoço sem incidentes, então vamos tirar essa foto, sim?” Ele rapidamente se
ocupou mexendo com a câmera em seu telefone.

Os alunos precisavam verificar as receitas e enviar suas fotos, para que
pudessem usar seus telefones nas aulas, mas não para brincar. Itsuki estava
obviamente apontando a lente da câmera para as pessoas e não para a comida,
então Amane deu a ele um olhar exasperado, mas Chitose animadamente abriu
caminho para a visão da câmera.
“Você também, Mahirun!” ela insistiu. “Entra,
entra”. "Vocês...", Amane gemeu.
Mahiru piscou dramaticamente, então puxou seu assento um pouco mais perto do de
Amane com um pequeno sorriso.
Et tu, Mahiru...?Amane pensou. Ele ficou surpreso ao vê-la lançar-lhe um sorriso rápido
e travesso, apenas por um segundo, antes que ela vestisse seu sorriso angelical
novamente.
“Vamos, você também, Itsuki,” Chitose insistiu.
“Espere, mas quem vai levar o…? Oh, timing perfeito, Yuuta! Venha tirar
essa foto.”
"Huh, o que é isso de repente?"
Yuuta estava passando, provavelmente voltando da geladeira,
carregando uma bandeja de carne de porco em fatias finas. Itsuki
pressionou seu smartphone na mão de Yuuta, então circulou atrás de
Amane e fez um sinal de paz.
Yuuta pareceu surpreso com o pedido repentino, mas quando viu os pratos
completos alinhados na frente de Amane, ele pareceu entender.
Com uma risada, ele disse “Acho que não tenho escolha” e preparou o smartphone.
“Vocês com certeza terminaram rápido, hein? Ok, eu estou levando.”
“Isso é porque temos agitação, cara!”
“Mas você quase não fez nada, Itsuki,” Chitose brincou.
“Vamos, não diga isso; você prometeu!"
Amane riu dos protestos ridículos de seu amigo. Então ele ouviu o som do
obturador da câmera. Ele congelou—Yuuta tinha tirado a foto antes que ele
tivesse tempo de se recompor.
“Essa é uma boa foto!” Yuuta disse, antes de entregar seu smartphone a
Itsuki e sair.
“Uau, não é todo dia que eu tiro uma foto com Amane sorrindo,” Itsuki
comentou.
"Isso é porque ele geralmente tem uma cara azeda, certo?" disse Chitose. “Envie a foto
para mim também, por favor!”

“Hoh-kay. Shiina, você consegue de Chitose, ok?”
Mahiru já havia trocado informações de contato com Itsuki, mas nessa
situação, com pessoas ao seu redor, provavelmente era melhor não dizer isso em
voz alta.
Mais importante, incomodou Amane que Itsuki estivesse enviando a foto para
Mahiru antes de deixá-lo verificar.
Ele deu uma olhada em Mahiru e recebeu um sorriso adorável, embora contido, em
resposta, então Amane não pôde fazer nada além de gemer e vê-los compartilhar
rapidamente a foto.
“… Ninguém se importa com a aparência do meu rosto, então podemos comer,”
Amane murmurou, esperando terminar a conversa ali.
Itsuki deu-lhe um grande sorriso, então antes que seu amigo pudesse retornar ao seu
próprio lugar, Amane o cutucou e se virou bufando.
Depois disso, Amane encheu o rosto com o conteúdo da tigela de arroz que Itsuki
e Chitose serviram cuidadosamente com montes de ovos, e ele rapidamente esqueceu
a vergonha de ser fotografado com um grande sorriso. Mahiru apenas exibia um
sorriso feliz, sem prestar atenção em Itsuki ou Chitose.
“Aaamaaaneee, a partir de hoje vamos almoçar com você também!”

Um dia, vários dias depois da aula de culinária, Chitose saltou com um
sorriso radiante, arrastando Mahiru atrás dela. A bochecha de Amane se
contraiu.
Ele e Mahiru estavam agindo menos como conhecidos e mais como amigos
regulares um ao lado do outro. Eles até começaram a conversar juntos em público.
Mas Amane se perguntou se comer juntos poderia ser rápido demais.
Claro, se Chitose fingisse vir comer com Itsuki, e Mahiru viesse com ela, eles
provavelmente poderiam viver sob a suposição de que Chitose simplesmente
trouxe um amigo. Seus colegas de classe não deveriam achar isso muito
invejável ou suspeito, pensou Amane.
Permitindo-se ser puxada por Chitose, Mahiru exibia um sorriso gentil,
conduzindo-se como sempre fazia — como um anjo.
Mas Amane estava muito preocupado porque ele também podia ver algo um
pouco travesso em sua expressão. “Ah, talvez eu deva me mudar?” ele perguntou.
Chitose obviamente não iria deixá-lo escapar tão facilmente. “Não se
preocupe com isso! Afinal, fomos nós que decidimos entrar na sua mesa.”

Amane não pôde deixar de sentir que isso foi ideia de Chitose. Mas mesmo quando ele
olhou para a sorridente – não, sorrindo – Chitose, ela não parecia nem um pouco
incomodada.
Ela deve ter planejado isso com Itsuki, ou talvez ele estivesse apenas feliz por estar
comendo com sua namorada, porque Itsuki deu seu sorriso habitual e disse: “Ótima ideia;
vamos todos comer juntos”.
Amane murchou sob os esperados olhares de ciúmes de todos ao seu redor.
“Oh, Shirakawa e Shiina estão comendo conosco também?” Yuuta perguntou enquanto se
aproximava da mesa, parecendo que pretendia se juntar a eles.
O estômago de Amane começou a doer.
“Sim, estávamos planejando sentar com eles hoje”, disse Mahiru. "Realmente
agora?!" Yuuta sorriu. "Bem, devemos ter um almoço bastante animado, então!"
Amane não estava se sentindo nada animada. Ele

não estava chateado com Yuuta.
Ele estava em completo choque por Mahiru ter vindo. Estou
tão ferrado.
“…Apenas desista, Amane; nós temos você cercado,” Itsuki murmurou baixinho o
suficiente para que Yuuta não pudesse ouvir, e Amane soltou um suspiro enorme e
exausto.
“Você costuma trazer seu almoço para a escola, Shiina?” Yuuta perguntou, indicando a
lancheira aberta na frente de Mahiru.
Amane e Itsuki sempre almoçavam no refeitório, então Mahiru e os outros, que
geralmente comiam na sala de aula, se juntaram a eles.
Uma vez que cada um dos meninos voltou para seus lugares carregando os almoços
que eles pediram, Yuuta ficou curioso sobre a lancheira de Mahiru.
Aliás, Mahiru estava sentado em frente a Amane. Chitose a
encorajou a tomar aquele assento, e não havia uma abertura para
Amane escapar.
“Sim, mas geralmente está cheio de sobras do jantar.”
Nas noites da semana, Mahiru costumava cozinhar coisas que caberiam bem em uma
lancheira, separando as sobras em uma porção para o café da manhã de Amane e uma
porção para seu próprio almoço, então era isso que ela havia embalado hoje como

Nós vamos. Ele podia ver que a caixa continha as almôndegas de frango teriyaki que eles
haviam comido ontem.
“Uau, uma refeição caseira?” "Sim. Mas, na
verdade, não é nada de especial.”
“Mahirun, não é legal mentir!” Quitose interrompida. “Você é super talentoso em
cozinhar.”
“Que tal aprender com Shiina?” acrescentou Itsuki.
Chitose fez beicinho. “Itsuki, você é tão mau!”
“Você só precisa fazer com que ela te ensine como temperar as coisas. Você pode
cozinhar os pratos sozinhos, mas... seus temperos são estranhos.
Como ela demonstrou claramente durante a aula de culinária no outro dia, Chitose
era na verdade uma cozinheira bastante talentosa. Era só que seu desejo de causar
mal muitas vezes a levava a experimentar sabores pouco ortodoxos. Itsuki
frequentemente reclamava que tudo ficaria bem, se ela simplesmente não tivesse esse
mau hábito.
“Ok, vou chamar Mahirun para começar uma aula de culinária individual. Vamos fazer com que
Amane seja o testador de sabor.”
“Acho que não”, respondeu Amane. “Além disso, isso vai causar muitos problemas para
Shiina. Não seja tão rápido em dizer coisas assim.”
“Na verdade, acho que não vai ser nenhum problema”, disse Mahiru. “Acho que
gostaria de cozinhar com Chitose novamente.”
"Yay! Mahirun, eu te amo! Vai ser muito divertido! Deixe sua agenda
aberta, Amane!”
Chitose estava sentada ao lado de Mahiru, agarrando-se firmemente a ela com um largo
sorriso.
Mahiru estava sorrindo também, concordando com a cabeça. Amane sentiu-se profundamente
comovida ao perceber que se tornaram amigos muito próximos.
Chitose acabou de marcar um encontro com Mahiru, bem aqui na frente de todos, simples
assim.
Se era parte de uma trama maior, ele não sabia dizer. Mas quando olhou para
Chitose, pôde ver que ela e Mahiru sorriam agradavelmente uma para a outra.
O rosto de Amane se contorceu quando ele notou que todos os seus colegas próximos estavam
com as orelhas levantadas, emanando ondas de ciúme silencioso.
“…Ei, Itsuki?” Amane perguntou.
"Hmm?"

"Você acha que eu tenho alguma chance de sobreviver a isso?"
"Eh, você vai ficar bem... provavelmente."
Ele estava recebendo olhares de reprovação dos fãs de Mahiru, também conhecidos como
os garotos que estavam loucamente apaixonados por ela. Não era apenas sua imaginação.
Esta tinha sido claramente a sugestão de Chitose, então eles não estavam direcionando todo o
peso de sua sede de sangue para ele ainda, mas ele temia o que poderia acontecer da próxima
vez que Mahiru sugerisse algo, especialmente quando ficasse mais óbvio que eles eram bons
amigos.
Yuuta se inclinou. “Isso parece divertido, hein, Fujimiya?”
“… Se eu fosse você, provavelmente conseguiria passar por isso sem que as pessoas ficassem com
tanto ciúme.”
Se Amane fosse atraente e talentoso como Yuuta, então as pessoas o veriam e
Mahiru como iguais, e mesmo se estivessem com ciúmes, pensariam que havia pouco
a ser feito sobre isso e simplesmente desistiriam.
“Mas também tenho inveja de você,
Fujimiya.” “Inveja de quê?”
“Todo tipo de coisa,” Yuuta disse enigmaticamente. Então ele riu. Amane
não podia fazer nada além de inclinar a cabeça em perplexidade.
Itsuki entrou na conversa: “Agora, espere um minuto. Pode haver algo no que
Yuuta está dizendo.”
"A sério?"
“É difícil para as pessoas reconhecerem o que têm. E quem tem não consegue
entender os sentimentos de quem não tem. Além disso, todos nós queremos o que
não temos. Chi definitivamente está sempre reclamando do que ela não tem.
"Significando o quê?"
"Bem, o que é uma coisa que Mahiru tem de sobra, mas Chi não
tem...?"
"Você definitivamente está pensando em algo pervertido agora, não é?"
Quitose interrompida. Aparentemente, ela estava ouvindo a conversa deles, e
mesmo que ela estivesse com um sorriso largo, seus olhos não estavam sorrindo.
Percebendo que este tópico era uma mina terrestre proverbial, Amane fechou a
boca e observou Chitose e Itsuki começarem a brincar de um lado para o outro. Então
ele olhou para Mahiru. Ela parecia perplexa com a troca de Chitose e Itsuki, mas
quando ela encontrou os olhos de Amane, sua expressão mudou para um sorriso.

Não era seu sorriso angelical, mas algo mais próximo da expressão feliz e
tímida que ela o deixou ver em casa, então Amane ficou nervosa e rapidamente
desviou os olhos.
“Você ficou surpreso?”

Em casa, Mahiru estava sorrindo maliciosamente.
Amane não pôde deixar de lhe devolver um sorriso irônico. "Surpreso? Quero
dizer, eu achei que você veio muito forte.
“Sei que disse que ia devagar, mas achei que estava na hora de dar o próximo
passo. Também percebi recentemente que não faremos nenhum progresso se eu não
pressionar você um pouco.”
"Isso é verdade."
Ela provavelmente tinha sido mais proativa porque sabia que Amane estava
constantemente pronto para fugir, mas naquele cenário, ele estava cercado e não
podia fugir facilmente.
Amane se assustou porque não esperava que Mahiru fosse tão insistente, mas
eles simplesmente conversaram. Ela não tentou tocá-lo nem nada, então sua
mente estava tranquila.
Se ela o tivesse tocado inocente e casualmente como fazia em casa, ele não tinha
dúvidas de que lâminas mortais de ciúme o teriam atacado para matá-lo. Ele dependia
dela, e ela confiava nele mais do que em qualquer outra pessoa, mas seus colegas não
tinham ideia sobre nada disso.
“Estou fazendo o possível para levar as coisas aos poucos, para não
abalar muito a sua rotina. Mas Amane, se algo te incomoda, por favor me
diga, ok?”
Mahiru estava perfeitamente ciente de sua popularidade. Amane sabia que estava se
esforçando muito para não se tornar muito amigável com ele muito rapidamente, tudo para
que seus colegas não ficassem com ciúmes. Típico Mahiru — sua primeira preocupação era
protegê-lo.
Ainda assim, ele não podia negar que, desta vez, ele sentiu como se Chitose tivesse ido
longe demais. Era tarde demais para fazer algo sobre isso agora, então ele teria que ser
mais cauteloso para seguir em frente.
"Bem, está tudo bem por enquanto...", disse Amane. “Embora, eu recebo olhares
ciumentos.”
"Oh sério? Isso é... Você não odeia isso...?”

Aparentemente, ela ainda estava preocupada com o fato de Amane ter ficado mal-
humorada no início.
“Mas agora eu entendo que você estava sozinho. Estávamos errados em deixar um amigo
de fora, e obviamente foi difícil para você.”
“… Um amigo, hein?”
"Hmm?"
“Não, nada.”
Definitivamente parecia que algo a estava incomodando, mas Mahiru não
parecia inclinado a falar sobre isso. Quando ela se virou, Amane percebeu que ele
deve ter feito algo para diminuir seu bom humor.
Ele foi em frente e acariciou seu cabelo.
“… Você não está pensando que pode resolver tudo apenas dando tapinhas na minha cabeça
algumas vezes, certo?”
"Eu não, mas eu pensei que poderia fazer você feliz."
"Bem, mas... por favor, não faça isso com qualquer garota quando você está
tentando suavizar as coisas."
“Eu não faço isso com ninguém além de você, Mahiru…”
Para começar, a única outra garota de quem sou amigo é Chitose. E de jeito
nenhum eu vou fazer isso com ela. Além disso, não acho que isso a deixaria
muito feliz. Não, Mahiru é a única pessoa com quem eu faria isso – e a única
pessoa que eu gostaria. Ela é a única que eu quero mimar.
Amane pensou que ele havia deixado claro que estava falando sério. Mas
Mahiru ainda parecia chateada, e ela bateu com o punho em uma das almofadas.
Amane começou a puxar a mão para trás e ficou surpresa quando ela deu uma
cabeçada no braço. Não doeu, mas ele ainda estava chocado com a forma como
Mahiru se tornou visivelmente mais agressivo ultimamente.
“…Amane, seu idiota.”
"Por que você diz isso?"
"O quão duro eu tenho que tentar...?"
"Eu-eu realmente não entendo o que você está dizendo, mas você vai se cansar se
tentar algo muito difícil, então você provavelmente deveria ir com calma..."
“Se eu não te estimular, nunca chegaremos a lugar nenhum.”
Mahiru parecia um pouco ressentido quando espiou por cima do ombro, e
ainda assim ele pensou que podia ver embaraço e um toque de antecipação em
seus olhos brilhantes.
Amane não conseguiu encontrar seu olhar. “Realmente parece que você

quer algo de mim.”
“… Eu só quero o que acontece a seguir…”
Próximo-?
Mahiru deve ter desejado algo mais de Amane, mas no momento, ela não
parecia estar fazendo nenhum pedido adicional, então, por enquanto, Amane
decidiu continuar acariciando sua cabeça suavemente e fez todos os esforços
para agradá-la.

"Golden Week é muito em breve, hein?" Amane murmurou baixinho, olhando para o
calendário na prateleira.
Abril tinha sido um mês agitado, e ele estava preocupado em subir de grau e o
grande esforço de Mahiru para ser amigável com ele mesmo na escola. Então, antes
que ele percebesse, o final do mês estava se aproximando rapidamente, e a Golden
Week, altamente esperada por estudantes e adultos, em breve estaria sobre eles.
Amane não gostava particularmente de seus estudos. Na verdade, se perguntado,

ele diria que gostou. Ir para a escola era um pouco trabalhoso, mas não muito difícil,
então ele não estava necessariamente tão empolgado com o intervalo. Ele
simplesmente pensou que seria bom ter mais tempo para relaxar.
Ao contrário do ano passado, este ano Mahiru estaria com ele na Golden Week, para que ele
não ficasse entediado.
Chitose já havia reivindicado um dos dias de sua pausa para “teste de gosto na
aula de culinária de Mahiru”, tão longe de ser chato, suas férias prometiam ser
agitadas e provavelmente difíceis.
"Outra longa pausa está chegando...", Mahiru murmurou.
"Sim, mas sou eu ou você não parece muito emocionado?"
“Não é que eu não goste de pausas. Eu só estava me perguntando como vou matar o
tempo.”
Aparentemente Mahiru sentiu semelhança. Ambos eram caseiros e não
tinham feito nenhum plano para falar.
"Sim, quero dizer, estou feliz o suficiente para ter uma pausa, mas eu realmente não tenho
nada para fazer." Amane não ficou para trás em seus trabalhos escolares nem nada,

então ele não sentiu que precisava sair do seu caminho para embalar suas férias com
estudos.
Ele não tinha um desejo especialmente forte de participar de seus hobbies de
caminhar ou ler, e não era como se ele precisasse fazer planos para isso de qualquer
maneira. O mesmo com os videogames. Ele realmente não tinha planos.
“…Amane, você está livre durante o intervalo?” "Eu
acho que eu sou."
Do jeito que as coisas estavam, tudo o que ele havia planejado era seu dia como provador
de sabor para a aula de culinária improvisada e ir ao karaokê em algum momento com Itsuki e
Yuuta. O intervalo durou uma semana inteira, então sua agenda ainda estava aberta.
Ele estava prestes a dizer que provavelmente estaria relaxando em casa, quando
notou Mahiru olhando para ele.
"Qual é o problema?"
Ele encontrou o olhar de Mahiru e viu que ela parecia ter algo a dizer.
Ela pegou seu smartphone, que estava em cima da mesa.
Mais precisamente, ela pegou a capa do telefone.
A capinha do celular de Mahiru era do tipo carteira com pontos para guardar
cartões e tal, e de um dos slots de cartão, ela puxou uma pequena sacola plástica com
zíper.
Dentro havia vários pedaços de papel dobrados, e Mahiru pegou um
deles e o abriu para mostrar a Amane.
Antes mesmo que ele tivesse tempo de reconhecê-lo, ele estava olhando para um dos D.O
UMANADASUOSAYcupons que ele havia dado a ela um pouco mais de um mês antes.
Mahiru estendeu o cupom, decorado com uma ilustração de um urso que Amane
pessoalmente achou que ele havia desenhado muito bem, e olhou para ele incisivamente
novamente.
"Posso usá-lo?"
“Você pode me pedir para fazer o que quiser.”
“…Na Golden Week, eu quero um dia com você,” ela disse timidamente. “Quero
fazer compras, sair, e qualquer outra coisa que eu pedir. Tudo bem?"
Amane soltou uma risada silenciosa. “Vamos lá, eu iria fazer compras e outras coisas
com você se você pedisse. Você realmente não precisa usar um cupom para algo tão
simples.”
Ela provavelmente queria que ele se arrumasse para sair com ela, mas ele

teria feito isso por ela a qualquer momento, então ele não achava que ela tinha que se dar
tanto trabalho.
Ele riu dela usando seu pedido para uma coisa tão trivial, mas Mahiru balançou
a cabeça com um olhar sério em seus olhos.
"Já que estou usando o cupom... posso pedir o que quiser naquele
dia."
"E-se você insiste, tudo bem, mas... o que você está planejando me fazer fazer?" “… C-
carregue minhas malas.”
“Sim, sim, como quiser.”
Ele estava tentado a fazer uma piada sobre ela o fazendo carregar sacolas
superpesadas, mas Mahiru apenas assentiu. Mesmo Mahiru, que no fundo era uma
pessoa de interior, às vezes gostava de sair para um passeio, e se ela quisesse que ele a
acompanhasse, ele pretendia fazer exatamente isso, tanto quanto ela desejasse. Além
disso, com certeza teria seus benefícios.
Embora Amane tivesse preferido não começar uma nova onda de rumores sobre o
homem misterioso de Mahiru, a vida seria monótona se o medo dos rumores os impedisse
de ir a qualquer lugar.
"Então, para onde você planeja nos levar?"
“Ah, eu... eu ainda não decidi, mas...”
“Você ainda não decidiu...?”
"... Quer dizer, eu não tenho certeza de que tipo de lugar você gosta, então..."
"Huh, eu?"
“Bem, se sairmos juntos, pensei que seria bom escolher um lugar que
pudéssemos desfrutar. Esta tudo certo?"
Ninguém no mundo poderia ter recusado Mahiru quando ela agarrou
sua manga e olhou para ele suplicante.
A respiração de Amane ficou presa em sua garganta, e seus olhos dispararam em
confusão. Então ele jogou o cabelo para trás e soltou um pequeno suspiro.
“… eu estava planejando ir para onde você quisesse ir, Mahiru, mas
bem… nesse caso, há um lugar que eu gostaria de ir.”
Era difícil para ele entrar sozinho, mas era um lugar que ele sempre quis
tentar ir pelo menos uma vez.
"Onde fica isso?"
“Prometa não rir.” “Eu
não vou rir.”
“…Um café para gatos.”

Isso mesmo, um cat café, cheio de gatos adoráveis.
Amane gostava bastante de animais, mas é claro que não podia manter um animal de
estimação em um apartamento e só podia admirar animais em revistas ou animais de estimação de
outras pessoas. Mas ele estava com muito medo do que as pessoas poderiam pensar se vissem um
cara solteiro indo a um café de animais. Ele estava muito envergonhado para ir.
No entanto, se Mahiru estivesse com ele, ele poderia ir sem se preocupar com os
olhares de outras pessoas o seguindo. Eles podem olhar por outros motivos, mas ele
sentiu que poderia pelo menos entrar em um café sem reservas se Mahiru estivesse ao
seu lado.
Além de tudo isso, Amane também achava que Mahiru ficaria muito fofo brincando com
gatos, mas é claro que ele não podia dizer isso em voz alta.
“…Bem, eu pensei que se estivéssemos juntos, eu não ficaria envergonhada. Você
se importa?"
“N-não, de jeito nenhum! Tudo bem então... Vamos juntos, certo?
"…Sim."
Amane não conseguia esconder seu nervosismo. Ele se sentiu agradecido e
constrangido por Mahiru ter aceitado seu pedido. Ela riu baixinho, e o calor começou a
subir pelo rosto de Amane. Rapidamente, ele mudou de assunto.
“O que devemos fazer depois do café?”
“Depois disso, vamos fazer compras juntos, e... ah, eu quero tentar ir a um
fliperama. Nunca estive em um lugar assim.”
Amane não ficou surpreso ao saber que o aristocrático Mahiru nunca tinha ido a
um centro de jogos. Mas ela estava aparentemente interessada, então, nesse caso, ele
estava mais do que disposto a levá-la a um e ensiná-la as cordas.
O último centro de jogos que ele visitou provavelmente teria recebido uma
nova remessa de bichos de pelúcia que ela gostaria agora, e seria divertido
ganhá-los juntos.
“Tudo bem, parece que vai ser bom. Vamos a um café para gatos, almoçar,
fazer compras e ir a um centro de jogos, ok?
Amane suspirou de alívio depois que eles estabeleceram sua agenda para o dia, e
Mahiru ergueu os olhos novamente para poder ver seu rosto.
“Sim, estou realmente ansioso por isso.”
Ele quase parou de respirar quando ela olhou para ele tão timidamente.
“Mal posso esperar para o intervalo estar aqui,” ela adicionou calmamente, e para
Amane, parecia que ela estava ansiosa para a saída do fundo de seu coração. Ela
abraçou a almofada com força, claramente de bom humor.

Amane ficou momentaneamente atordoada com seu doce sorriso. Ele podia sentir seu coração
batendo. "... Eu também", ele conseguiu responder com a voz rouca.
O ataque surpresa do anjo realmente fez seu coração doer.

“Bem-vindo à primeira aula de culinária Mahirun!”
Chitose fez este anúncio com o ritmo e a energia da introdução de um
programa de culinária na televisão. Amane lançou-lhe um olhar irritado.
A Semana Dourada havia começado e eles decidiram dar a aula de culinária de
Mahiru no primeiro dia do intervalo. O local era o apartamento de Amane, pela
simples razão de que era um lugar fácil para Mahiru e Chitose se encontrarem.
A família de Chitose estava em sua casa, então eles não poderiam ficar muito
barulhentos, e Mahiru ofereceu seu lugar, mas Amane se recusou a entrar no
apartamento de uma garota, então eles escolheram o dele.
Vestindo um avental, Chitose estava ficando toda excitada. “Yaaay! Convidamos
a senhorita Mahiru Shiina para ser nossa palestrante no curso!”
Mahiru também estava usando seu avental e um sorriso irônico ao lado de
Chitose.
“Você não a convidou para lugar nenhum,” Amane insistiu. "Você também é um convidado
aqui, você sabe."
"E como nosso testador de sabores... convidamos o extremamente cansativo Sr.
Amane Fujimiya!"
“Ah, cale a boca. Além disso, esta é a minha casa.”
“Ele não é nada divertido!”
Amane simplesmente não conseguia acompanhar a personalidade incrivelmente energética de

Chitose tão cedo pela manhã. Passava pouco das nove. Eles tinham planejado terminar de cozinhar
por volta da hora do almoço, então essa era a única hora que eles poderiam se encontrar.

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Amane realmente não se importava com a hora, mas Chitose era muito para lidar logo
depois de acordar.
“…Desculpe por isso, logo pela manhã…” Mahiru se desculpou. "Não, está
bem. Você está me fazendo o almoço, afinal,” Amane insistiu. “Embora,
falando nisso, por favor, fique de olho em Chitose para que ela não coloque
nada de estranho nela.”
"O vós de pouca fé!"
"Você esqueceu sua ofensa anterior no Dia dos Namorados...?" Ele ainda não
tinha esquecido o sabor dos chocolates dela. Os que não tinham nada de
estranho neles eram deliciosos, é claro, mas o sabor dos chocolates especiais
surpresa tinha sido chocante o suficiente para que ele pudesse se lembrar até
agora. E ele não podia confiar no paladar de Chitose, já que ela alegava ter
conseguido comer aquelas peças experimentais como doces comuns.
“Ah-ha-ha, mas isso era para ser uma brincadeira. Vai ficar tudo bem se eu estiver cozinhando
normalmente. Provavelmente."
"Isso 'provavelmente' me preocupa, seu idiota... estou implorando, por favor, faça algo que
eu possa comer."
“Não se preocupe com isso!” disse Chitose confiante enquanto começava a arregaçar
as mangas.
Amane sentiu uma ponta de ansiedade enquanto observava as garotas se armando, mas
acreditava que Mahiru provavelmente interviria em seu nome de alguma forma.
Mahiru não comprometeu os pratos que planejava servir para outras pessoas,
e era ela quem comandava esta lição, então Amane estava confiante de que eles
fariam a comida corretamente e tudo ficaria bem.
Com Chitose a reboque, Mahiru foi para a cozinha como se fosse sua
própria casa e leu os nomes dos pratos do cardápio do dia.
Ou seja, o almoço de hoje consistiria em uma quiche e salada, com bisque de camarão
e um refogado de qualquer excesso de ingredientes. Ela aparentemente decidiu responder
ao pedido de Amane para incluir camarão.
Ele tinha certeza de que tudo daria certo, mas ainda se preocupava com
Chitose colocando algo estranho na quiche.
“… Eu sinto que você está sendo desnecessariamente cauteloso…” Chitose protestou. Talvez ela
o tivesse notado olhando para ela.
Amane desviou os olhos e se jogou no sofá. Seu trabalho era ser um provador de
sabor, então ele realmente não precisava fazer nada, e isso lhe convinha muito bem. Ele
não era totalmente inútil como ajudante de Mahiru, mas esse era o papel de Chitose

hoje, e de qualquer forma, ele havia sido instruído por Mahiru a se sentar, então ele não
podia se mover de seu lugar.
E assim ele tinha muito tempo livre.
Ele olhou para a cozinha e viu as duas garotas em seus aventais conversando agradavelmente
enquanto começavam seu trabalho.
As duas eram lindas garotas de maneiras diferentes, e tê-las aqui, usando
aventais e cozinhando em seu apartamento, certamente faria qualquer outro
garoto da classe babar de inveja, Amane meditou, como se fosse um
observador não envolvido.
Lutando contra uma segunda rodada de ansiedade sobre se o brincalhão poderia
fazer algo ultrajante, Amane deixou seus olhos se fecharem, sem saber o que mais
fazer com seu excesso de tempo livre.
Aparentemente, a aula de culinária levaria várias horas, então eles provavelmente não
se importariam se ele tirasse uma soneca. Era o apartamento dele, afinal, então o único
que poderia culpá-lo por qualquer coisa era... Mahiru.
Amane soltou um pequeno bocejo e se acomodou no sofá.
Quando voltou a si, Amane detectou um cheiro doce nas proximidades. Era um aroma ao qual
ele havia se acostumado, uma fragrância doce que era leitosa e floral, difícil de descrever, mas
extremamente agradável, então, sem pensar, ele inalou profundamente.
Em seu estado quase inconsciente, ele aproximou o rosto da fonte do cheiro e
sentiu algo quente e macio ao toque. Quando ele aconchegou sua bochecha mais
perto do calor agradável, ela começou a se contorcer.
“…Ah, hum, isso faz cócegas…”, disse uma voz hesitante de algum lugar muito
próximo. Amane percebeu que alguém estava dando tapinhas em sua coxa. Isso
rapidamente arrastou sua consciência turva para a superfície, e quando ele abriu suas
pálpebras pesadas... o que ele viu foi uma extensão de branco leitoso suave.
Ele levantou a cabeça nervosamente e encontrou o rosto corado de Mahiru incrivelmente
perto dele. Ela parecia muito envergonhada.
“…Mahiru?”
"Sim?"
"... Uh... bom dia?"
"Bom Dia. Embora... na verdade, já é hora de dizer boa tarde.
Ele olhou para o relógio digital na prateleira e viu que já passava do meio-dia.

Ele havia cochilado por um bom tempo, ele percebeu. Mas o que Mahiru estava
fazendo ao seu lado?
“Quando me sentei ao seu lado, você se inclinou para mim.”
Mahiru respondeu sua pergunta silenciosa, suas bochechas ainda levemente
vermelhas.
Aparentemente, ele tinha aninhado o rosto na área perto do ombro dela. A camisa que
ela estava vestindo hoje tinha um decote bastante aberto, que deixava um pouco de pele
espreitando, e parecia ser onde ele havia enfiado o rosto.
Se ele tivesse azar, ela poderia considerar isso uma questão de assédio sexual,
então ele se preparou para a raiva dela, mas Mahiru parecia mais envergonhada
do que zangada e apenas baixou os olhos.
Pessoalmente, ele teria preferido que ela ficasse brava, porque ele estava
realmente sem saber o que fazer quando ela reagiu dessa maneira. Ele parecia ter
sido perdoado, o que o deixou desconfortável.
“Isso é – eu sinto muito,” Amane se desculpou. “Deve ter sido uma dor.” “N-não,
de jeito nenhum!” ela insistiu.
"Pelo contrário, Mahirun disse 'vou aproveitar o fato de que Amane está
meio adormecida' e sentou-se para pegar sua cabeça."
“Quitose!” Mahiru ficou ainda mais vermelho.
"E quando vocês dois começaram a se chamar pelos seus primeiros nomes, eu me
pergunto?" Chitose sorriu.
“… Chitose.”
“Não faça cara feia para mim, Amane. Você é o único que foi descuidado!”
Ele não podia discutir com isso. Em seu estado semiconsciente, ele chamou
Mahiru pelo primeiro nome, embora Chitose estivesse lá. Esse foi o erro dele.
“E de qualquer forma, Mahirun já me contou sobre como vocês dois conversam quando
ninguém está por perto…”
“Olha, você—,” Amane rosnou. “D-
desculpe,” Mahiru murmurou.
Ele rapidamente balançou a cabeça. “Não, você não tem culpa aqui, Mahiru.”
Chitose gargalhou alegremente. “Bem, no que me diz respeito, acho ótimo que
vocês dois estejam ficando tão amigáveis! Não é nada ruim.”
"Você é uma verdadeira dor, você sabe disso?" Amane o encarou. “Sério, não é o que
você está pensando.”
“Ahhh?”
"O que?"

“Uh-uh, nada. Nada de aaall!”
Chitose com certeza parecia ter muito a dizer sobre nada, mas ela deu de ombros
como se não tivesse intenção de expressar isso através de palavras. Amane sabia que
quando ela ficava assim, não adiantava tentar questioná-la, então ele desistiu de
perguntar mais alguma coisa.
Ao lado dele, Mahiru parecia um pouco preocupado.
“…Mahiru?”
"Huh? Ah, não é nada.”
Mahiru pareceu cair em si quando ele falou com ela. Ela rapidamente deu um
sorriso e balançou a cabeça, então ele sabia que não poderia questioná-la mais
também. Tudo o que ele podia fazer era calar a boca.
“… Então fizemos o almoço como prometido. Quer comer?” perguntou
Chitose. "Certo. Não acredito que cochilei até o almoço…”
“Você dormiu como um tronco, então tivemos muito tempo para brincar, olhando para o seu
rosto adormecido.”
“… suponho que você não fez nenhuma brincadeira?”
"Eu não!" Chitose insistiu, embora soubesse que não devia acreditar nela. "O
que o deixou tão preocupado, jovem?"
"Você fez algo além de uma brincadeira, não é?" Amane perguntou
desconfiada.
“Estou lhe dizendo: eu não fiz nada!”
"Eu me pergunto. Mahiru, ela fez alguma coisa com a comida?”
Ele olhou para Mahiru para confirmar, mas ela deve ter sido pega de
surpresa quando ele de repente tocou no assunto. Ela parecia confusa e sorriu
ironicamente.
“Chitose não fez nada, mas…”
"Mesmo? Se ela fez, estou pensando em apertá-la até que ela estoure...”
“Sem violência!”
Chitose estava gargalhando mesmo enquanto protestava, e Amane só podia
suspirar de exasperação.
Finalmente — embora Amane realmente não sentisse como se algum tempo tivesse passado, já que ele
estava dormindo — era de fato hora do almoço.
Até Chitose parecia ter levado a culinária a sério para variar, e a mesa estava
posta com uma quiche lindamente cozida e uma sopa de bisque que

estava exalando o rico aroma de camarão.
Eles serviram tudo em pratos individuais, então a salada, quiche, bisque e sauté de
camarão foram cuidadosamente organizados para mostrar a rica variedade de cores.
Parecia um almoço que poderia ser servido em um café fofo.
“Uau, tudo parece ótimo!” Exclamou Amane. “… Mahiru, como está o
sabor?”
“Está tudo bem.” Ela assentiu. “A chitose não acrescentou nada de estranho e eu provei
tudo enquanto avançávamos.”
"Excelente."
“Você realmente não confia em mim, caramba! Fiz tudo direitinho hoje também.
Grosseiro."
Chitose estava irritada, mas ela tinha um histórico de lançar ataques surpresa
logo depois de dizer algo semelhante, então Amane sabia que não deveria baixar a
guarda. Desta vez, porém, Mahiru estava lá para supervisionar, então Amane
poderia relaxar e comer.
“Ah, Mahiru fez essa quiche. Eu fiz um para dar ao Itsuki.”
"Você vai dar a ele uma quiche inteira...?"
“É pequeno, mais ou menos do tamanho da palma da minha mão, então está tudo bem. Eh-heh-heh, eu
me pergunto se ele vai ficar feliz com isso...?”
Chitose estava com um grande sorriso, e Mahiru estava olhando para ela
com um sorriso reconfortante. Contanto que Chitose não estivesse
preocupada em pregar peças ou fazer algum outro tipo de travessura, ela
era uma namorada bem atenciosa. Amane achou legal ela ter feito algo só
para Itsuki.
Mas ela tendia a levar as coisas longe demais, então poderia ser um pouco perigoso confiar
nela completamente.
Amane também sorriu um pouco para o radiante Mahiru, então voltou sua
atenção para o prato que havia sido colocado diante dele. Ele apertou as mãos.
“Tudo bem, vamos comer.”
"Vá em frente! Desfrute de sua refeição!"
Chitose parecia quase tímida. Foi surpreendentemente cativante, e apenas por um

momento, Amane se lembrou de que ela também era uma menina, afinal.
“… Hum, me desculpe.”
Depois que Chitose saiu, Mahiru de repente se desculpou.

Amane não tinha certeza por que ela estava se desculpando, e ele olhou com os
olhos arregalados para Mahiru sentado ao lado dele. Ela tinha as pernas dobradas e
estava inquieta, com uma expressão de culpa.
“…Desculpe pelas brincadeiras.”
“Brincadeiras?”
"Chitose não fez nada com você, mas... bem, eu fiz."
"Huh, você fez?"
Ele tinha certeza de que Chitose tinha dito que ela não tinha feito nada quando ele
a interrogou, e Mahiru também confirmou que Chitose não tinha feito nada. Mas
Mahiru não disse uma única palavra sobre se ela própria não tinha feito nada de bom.
Amane nunca havia considerado que Mahiru pudesse fazer algo com ele e
automaticamente a excluiu da suspeita, mas aparentemente ela estava
ocupada.
Ela parecia culpada, como se quisesse fugir a qualquer momento.
"O que você fez?"
"Bem, eu esmaguei suas bochechas..." "... Isso
realmente se qualifica como uma brincadeira?"
"A-e então eu olhei para seu rosto adormecido e acariciei seu cabelo."
"Bem, você gosta de fazer isso."
“… S-sim.”
"Então... isso foi tudo?"
"…Sim."
Do jeito que ela estava agindo, ela parecia arrependida, mas Amane queria brincar que
essas coisas não eram brincadeiras. O que Mahiru tinha feito era menos uma brincadeira e
mais uma intimidade física normal. Se isso fosse uma brincadeira, então isso significaria
que Amane também estava mexendo com Mahiru, então ele esperava que ela não
pensasse dessa maneira.
“Eu não estou realmente bravo, você sabe. Tipo, desde que você estivesse se divertindo, acho
que está tudo bem; foi apenas um descuido da minha parte adormecer na frente de outras
pessoas.”
"O-obrigado..."
“Quero dizer, eu não acho que seria muito divertido olhar para essa caneca feia,
mas…”
"... Você parecia fofo, sabia?"
“Você é a única pessoa que diria que um cara como eu parecia

bonitinho."
"Isso não é verdade. Chitose disse isso!” “Ela

definitivamente estava tirando sarro de mim…”
No caso de Chitose, ela obviamente disse que ele era fofo porque achou
engraçado. Isso era uma questão diferente de Mahiru achar ele fofo. Via de
regra, ninguém deveria levar Chitose muito a sério, pensou.
"... Você realmente era fofo."
"Mesmo?"
“Eu brinquei muito com suas bochechas…”
“Eu me pergunto, é tão divertido cutucar as bochechas de um cara?” “É
mais divertido do que você imagina.”
Com base em seu próprio corpo, Amane pensou que as bochechas dos caras
seriam muito duras em comparação com as das meninas e, portanto, não muito
divertidas de cutucar ou brincar. Ele não entendia o que Mahiru achava tão bom nisso,
mas se era o ato de cutucar que ela achava agradável, então ele supôs que não deveria
reclamar.
"Bem, não é como se eu não pudesse me relacionar", disse ele. “Suas bochechas também são boas para
cutucar.”
Ele havia pregado a mesma “pegadinha” em Mahiru antes.

Dito isso, não seria bom tocá-la com muita ousadia, então ele a cutucou cautelosamente e
gentilmente com a ponta do dedo.
A bochecha de Mahiru era macia e um pouco mole e inegavelmente feminina.
Ela obviamente cuidava muito bem de sua pele, porque era lisa e brilhante. Apenas
tocá-la assim era incrível. Dizendo a si mesmo que se Mahiru tivesse tocado seu
rosto, ele deveria ter permissão para tocar o dela, Amane gentilmente beliscou sua
bochecha flexível.
Mahiru olhou para ele com um pouco de insatisfação, e ele sabia que era melhor não
exagerar, então ele acariciou a bochecha suavemente com a ponta do dedo para acalmá-
la. Ele se movia gentil e cuidadosamente, exatamente como faria se estivesse acariciando
um gatinho.
"…Hmm."
Em pouco tempo, o olhar de insatisfação desapareceu e foi substituído por um
sorriso suave que parecia estar escondendo algo. Era uma expressão tão doce que ele
se perguntou se o ingrediente secreto era muito mel.
... Ela parece realmente relaxada.
Ele ficou surpreso ao ver como Mahiru parecia relaxado enquanto um menino tocava

ela assim. Então lhe ocorreu que Mahiru nunca deixava os meninos a tocarem, e de
repente ele se sentiu muito envergonhado por estar recebendo um tratamento tão
especial. Isso o fez querer bater a cabeça no encosto do sofá.
Tentando tirar esses pensamentos de sua mente, Amane colocou a mão sob o queixo
de Mahiru, e desta vez ele realmente moveu os dedos como se estivesse acariciando um
gato.
“Há!” Ela soltou um pequeno grito. "... O que foi isso?" “Prática
para quando formos ao café do gato.”
“O que você estava pensando? Não sou um gato, sou uma pessoa!”
“É porque você é tão felina. Mas também como um cachorro e um coelho ao
mesmo tempo.”
"O que você está falando…?"
“Exatamente o que eu disse.”
Recentemente, Amane fez a observação particular de que Mahiru às vezes agia como
um gato, um cachorro e até um coelho. Quando ele começou a conhecê-la, ela era uma
gata muito cautelosa, então, quando eles se aproximaram, ela se tornou amigável como
um cachorro... não exatamente o mesmo, mas ela definitivamente se afeiçoou a ele.
Quanto ao coelho... por alguma razão, Amane colocou na cabeça que os coelhos eram
criaturas solitárias, então ele acabou de jogar aquele na mistura para uma boa medida.
Amane estava feliz por não odiar ser mimado, já que ele queria fazer exatamente isso.
Enquanto ele coçava sob o queixo dela, Mahiru disse baixinho: “O topo da minha cabeça
seria melhor”, então ele obedientemente passou a acariciar a cabeça dela.
Ele decidiu não mencionar que, em momentos como este, ela era mais canina. “…Se eu
sou um gato e um cachorro e um coelho… Nesse caso, Amane, você é um lobo.”
"Isso significa que eu ataco garotas...?"

“N-não, eu não quero dizer isso assim! Os lobos parecem se importar muito com seus
companheiros. Ouvi dizer que eles fazem qualquer coisa para proteger sua matilha. Bem,
como seus bandos geralmente são formados por membros da família, acho que é um
pouco diferente, mas digo isso porque você cuida muito bem das pessoas do seu círculo.”
“…Bem, eu acho que você me pegou lá.”

O círculo de amigos de Amane era bem pequeno. Pequeno o suficiente para que ele
pudesse contar as pessoas que ele chamaria de amigos em duas mãos. Mas ele sempre
tentou fazer o melhor que podia por essas pessoas e tratá-las bem. Se ela ia

chame essa faceta dele de lobo, então ele não ia discutir.
"M-além disso... é assim que eu quero que você seja."
“É assim que você quer que eu seja?”
"…Nao e nada. Não se preocupe com isso. Hum, também, seu cabelo é fofo, e é por
isso que você é como um lobo.
“Isso não é uma característica dos lobos.”
Mahiru parecia que estava prestes a dizer algo diferente, mas agora ela estava
acariciando o cabelo de Amane, então ele não a questionou e apenas deixou que ela
tocasse seu cabelo como quisesse.
Era o dia seguinte à aula de culinária, e Mahiru aparentemente tinha planos de sair
com Chitose novamente, então ela partiu depois de preparar o almoço de Amane.
Amane teria sido perfeitamente capaz de se alimentar sem a ajuda dela, mas
ela se deu ao trabalho de cozinhar para ele, então ele não estava disposto a
reclamar.
Ele a viu sair de seu apartamento, parecendo um pouco inquieta, então suspirou
enquanto se perguntava como deveria passar seu tempo livre.
No momento era pouco mais de uma e meia. Mahiru tinha saído, e não era um mau
momento para sair, mas ele realmente não estava com vontade, já que não tinha nada em
particular planejado. Se ele tinha planos de sair com alguém, ele provavelmente poderia
ter convocado a força de vontade para sair do apartamento, mas se ninguém o esperava,
então ele percebeu que não precisava se dar ao trabalho.
Isso o deixou com a questão do que fazer com seu dia. Não havia muitas
maneiras de matar o tempo em casa.
Seus passatempos mais frequentes eram jogos e quadrinhos, mas ele havia
limpado todos os cenários em seus jogos de RPG e até terminado todos os
speedruns, e não era tão interessante jogar party games sozinho.
Então, ele se resumia a quadrinhos e romances, mas Amane não costumava ter
muitos livros por perto, e já havia lido os que tinha várias vezes e conhecia todos os
enredos. Amane era um leitor rápido de qualquer maneira, então ele
provavelmente leria uma série inteira de quadrinhos em uma hora.
Amane não sabia o que mais poderia fazer. Por enquanto, ele foi
para seu quarto e abriu o livro que estava sobre sua mesa.
Chitose ficaria tão confusa se pudesse me ver agora.
Amane não tinha muito o que fazer, e eles tinham dever de casa mesmo durante

Semana de ouro. E depois da Semana Dourada, os exames de meio de semestre estavam
esperando por eles. Ele realmente gostava de estudar um pouco, então achou que poderia ser
uma boa maneira de passar o dia se não tivesse outras ideias.
De uma forma ou de outra, ele tinha que fazer o dever de casa, e ele queria
poder aproveitar o passeio de amanhã sem tê-lo no fundo de sua mente o
tempo todo. Então ele decidiu que era melhor ir em frente e tirar suas
obrigações acadêmicas do caminho.
Amane era naturalmente um estudante sério, e ele se aproximou de sua mesa,
lapiseira na mão, para completar seus trabalhos escolares.
Quando ele notou a hora novamente, já passava das seis horas.

Sempre que Amane estava seriamente concentrado, ele tendia a
desligar todo o resto. Ao sair do quarto, girando os ombros para
relaxar o corpo rígido, sorriu ao ver como os raios de sol que filtravam
pela janela mudaram de ângulo pouco a pouco.
Ele pôde ver a cozinha assim que saiu no corredor, e com certeza, lá estava
Mahiru em seu avental. Ela não estava lá na última vez que ele saiu de seu
quarto para fazer uma pausa.
Aparentemente, ela havia retornado de seu passeio.
Ele não tinha certeza se era uma coisa boa que ele estava tão concentrado que
nem tinha notado o som da porta destrancando na entrada, mas ele sabia que não era
bom que ele não tivesse saído para cumprimentá-lo. ela.
"Bem vindo de volta. Desculpe não ter te cumprimentado.”
“Não, tudo bem... eu também não chamei você. Eu pensei que você provavelmente
estava ocupado com alguma coisa em seu quarto.
“Eu estava fazendo lição de casa.”
Ele havia feito muitos progressos no apartamento silencioso, mas talvez estivesse estudando
por muito tempo, porque seu corpo estava terrivelmente rígido. Ele se arrependeu de não ter
mudado sua postura com mais frequência durante a leitura.
Ele fez alguns alongamentos leves enquanto conversavam, e Mahiru soltou uma
risadinha.
“Você é muito estudioso.”
“Sou do tipo que gosta de terminar meu trabalho com antecedência para poder me
divertir.”
“Eu sou a mesma coisa. Embora eu prefira estudar de forma intermitente.”

"Você é ainda mais sério sobre os trabalhos escolares do que eu."
De um modo geral, Amane também era do tipo que estudava de vez em quando e
gravava coisas constantemente em sua memória pela repetição, mas ele não era tão
escrupuloso e metódico quanto Mahiru.
A propósito, ele havia aprendido nas últimas férias de verão que Itsuki terminaria seu
trabalho primeiro e depois realmente brincaria, enquanto Chitose tocaria primeiro e depois se
afogaria em suas próprias lágrimas de arrependimento, então ele esperava que a segunda
metade das férias de verão deste ano ser duro.
“Uma vez que você faz disso um hábito, realmente não é muito problema”, explicou
Mahiru. “Uma vez que se torna uma segunda natureza, você não pensa nada sobre isso.”
"Impressionante. Eu tenho que trabalhar um pouco mais, até que se torne uma segunda
natureza.”
A maioria das pessoas achava que Mahiru era algum tipo de prodígio, um gênio
abençoado com uma mente naturalmente brilhante. Aquelas pessoas não sabiam o
quanto ela trabalhava. Amane nunca negaria que ela era muito inteligente, mas ele sabia
que, acima de tudo, ela era uma trabalhadora em primeiro lugar.
Ela não mostrou muito na superfície, mas nos bastidores, ela nunca
deixou de se esforçar. Era por isso que suas notas, sua aparência e seu
atletismo eram excelentes.
Amane sabia o quanto Mahiru trabalhava, então ele reconhecia e admirava
seus esforços e não invejava seus sucessos. As habilidades de Mahiru foram
conquistadas por meio da disciplina, e qualquer um que quisesse o mesmo para si
teria que se esforçar da mesma forma. Amane duvidava que algum dia chegaria ao
nível de Mahiru, mas como alguém que sempre quis melhorar suas notas, ele a
admirava.
Mahiru estava franzindo a testa como se algo tivesse feito cócegas nela. “Bajulação não vai te levar a lugar
nenhum, senhor. Na melhor das hipóteses, você pode comer pudim depois do jantar.
“Ah, então eu deveria te elogiar mais?”

“Como calculado.”
Mahiru sorriu como se algo fosse engraçado. Amane deu-lhe um olhar de
soslaio, mas quando ele abriu a geladeira, ele percebeu que realmente havia
pudim dentro. Foi comprado em loja, mas veio da confeitaria que Chitose tanto
gostava, e era um dos favoritos de Amane também. Embora o pudim feito à
mão de Mahiru fosse o melhor, com certeza seria delicioso. Uma onda de
felicidade borbulhou dentro dele.
Mahiru deu uma risadinha quando viu o rosto de Amane se iluminar de repente, então ele

voltou a si e se sentiu um pouco envergonhado.
“Você realmente ama ovos, não é?”
"Sim."
Não havia necessidade de escondê-lo na frente de Mahiru, que já tinha um
conhecimento profundo de suas preferências culinárias, então ele concordou
humildemente com a cabeça.
De repente, Mahiru congelou no lugar, ainda segurando uma batata que acabara
de lavar. Amane tentou olhar para o rosto dela para ver qual era o problema, mas ela
rapidamente se virou.
“Mahiru?”
"…Não é nada. Mais importante, se você não vai ajudar, recomendo
que saia da cozinha.”
“Tão dura de repente. Na verdade, eu vim aqui com a intenção de ajudar,
mas…”
Ainda assim, ele não faria Mahiru fazer todo o trabalho sozinho. Além disso, um
pouco de atividade leve seria perfeito para acordar seus membros rígidos.
Amane pegou o avental da prateleira da cozinha e o vestiu. Mahiru sem dizer
nada colocou várias batatas lavadas em uma tigela e entregou a ele junto com um
descascador. Ela não o olhou nos olhos o tempo todo.
“A propósito, o que vamos fazer com essas batatas?”
“…Eu estava planejando fazer salada de batata, mas agora eles vão ser
ingredientes para uma fritada.”
“Não é uma mudança muito grande?”
"Está bem. Eu sou responsável pela cozinha. Você só precisa seguir o que eu digo.”
"Eu - eu realmente não entendo, mas você faz um bom ponto."

Esta era a cozinha de Amane, mas Mahiru estava encarregado de cozinhar,
então esta cozinha estava realmente sob o controle de Mahiru. Afinal, Amane não
sabia tanto sobre assuntos culinários quanto ela, então era melhor seguir
obedientemente seu exemplo.
Mahiru obviamente não estava de bom humor, e Amane se perguntou sobre seu
tom frio enquanto lavava as mãos e começava a descascar as batatas. Felizmente, ele
não precisava se preocupar em se machucar com um descascador.
Mahiru, enquanto isso, começou suas próprias tarefas. Parecia que a mudança
no cardápio tinha sido bem repentina, mas Mahiru sabia melhor o que estava na
geladeira, então Amane tinha certeza de que não havia problema.

"…Então, o que você fez hoje?"
A cozinha era espaçosa o suficiente para que os dois pudessem trabalhar lado a
lado, e ele não se importaria de trabalhar em silêncio, mas a tarefa de Amane não
era tão difícil, então ele tentou puxar conversa.
O corpo inteiro de Mahiru se contraiu.
"Eh... hum, bem... eu - eu tenho o conselho dela sobre algo, eu acho." “Oh, algo
estava lhe dando problemas? Você resolveu?” Honestamente, Amane esperava que
Mahiru viesse até ele se ela tivesse algum problema. Mas provavelmente havia
muitos problemas que apenas outra garota entenderia completamente, então ele não
iria reclamar nem nada.
“S-sim, mais ou menos. Eu saberei com certeza em alguns
dias.” "Hmm. Isso é bom, então.”
Se ela tivesse resolvido seu problema, então Amane não tinha mais nada a dizer, e ele
prontamente calou a boca, sabendo que seria ruim bisbilhotar.
Mahiru puxou nervosamente o avental.
“…Amane?”
"Hmm?"
“Uh, hum, Amane… Qual estilo você gosta mais, simples e limpo ou mais
maduro?” Seus cílios tremularam quando ela o olhou com uma expressão
perturbadora.
Ele não perguntou por que ela estava de repente lhe fazendo tal pergunta. Ele
imaginou que ela deveria estar tentando decidir que tipo de visual era melhor para o
passeio de amanhã ou algo assim.
“Acho que é melhor quando o estilo combina com a pessoa que o usa”, ele finalmente
respondeu.
“Estou perguntando sobre suas preferências.”
"Eu não sei o que dizer. É bom ver uma mulher em algo que realmente
combina com ela, mas acho que todo mundo deveria usar o que se sente
confortável.”
“… estou perguntando sobreseupreferências.”
"Uh…"
Amane realmente achou que era melhor para Mahiru usar o que ela quisesse, mas ela
não parecia satisfeita em aceitar isso como sua resposta final.
“Eu realmente acho que qualquer um dos estilos está bem. Um visual simples combina
com sua personalidade e fica fofo, e um visual sofisticado realça mais sua beleza. Acho que
qualquer um fica ótimo em você. Há algo para gostar em cada um deles,

mas eu não posso dizer qual look eu gosto mais a menos que eu veja as roupas reais.”
“…V-você realmente sai e diz coisas assim bem sem rodeios, não é?
Ai…”
“Quero dizer, você perguntou. Hmm, acho que vou com o visual simples.”
Ele estava tendo a sensação de que ela queria que ele saísse e escolhesse um, então
ele obedeceu.
Mahiru se afastou dele. "Tudo bem, eu vou fazer isso", ela respondeu.
“Farei o meu melhor para montar um visual que surpreenderá até a calma e
serena Amane.”
"Parece que não vai acabar sendo muito simples..." "Tudo bem, eu
vou usar algo que vai fazer você perder a cabeça." “Não vá muito
longe; Não vou saber o que fazer.”
“É isso que eu espero.”
Mahiru estava sendo muito ousado hoje, mas ainda era adorável, apenas de uma
maneira diferente. Amane riu para si mesmo e continuou descascando cascas de
batata.

“Bom dia, Amane.”
A maioria das pessoas começava um passeio se encontrando em algum lugar, mas Mahiru o
encontrou em seu apartamento. Como ela morava na casa ao lado, eles não precisavam se dar ao
trabalho de marcar um ponto de encontro. Em vez disso, Mahiru veio diretamente à sua porta.
Ela certamente parecia diferente. "Bom dia... Oh,

você prende o cabelo hoje."
“Achei que iria atrapalhar se fôssemos brincar com gatos. Como é
que você gosta?"
Mahiru geralmente usava o cabelo comprido solto, mas hoje estava trançado e
preso em um coque. Parecia uma versão mais complexa do que ela fazia com ele
quando estava cozinhando.
“Sim, parece bom.”
"É legal da sua parte dizer isso, mas... B-bem... se você vai rir,
apenas ria, ok?"
"O que você está falando?" “…Você
acha que parece bobo, não é?”
Mahiru estava apertando os braços com força sobre o peito. Sua roupa mostrava um
pouco mais de pele do que o normal.
Colocar dessa forma pode fazer parecer que ela estava usando uma roupa muito

expondo a roupa, mas seu top era uma blusa de chiffon com gola aberta, e a pele
branca pura de seu pescoço estava espreitando, o que apenas dava a ilusão de mais
exposição.
A blusa tinha uma manga longa lanterna com fendas nas laterais e painéis de renda que
corriam ao longo do comprimento para que seus braços ficassem parcialmente escondidos, mas
ainda aparecessem. Era sutilmente sedutor.
Claro, ela estava de camiseta, então não era como se ele corresse o risco de ver
alguma coisa se olhasse para ela de cima, mas de alguma forma ele achou o olhar
arrumado e sedutor na forma como realçava sua feminilidade.
Na parte de baixo ela usava jeans skinny, talvez porque estivesse se preparando
para brincar com gatos no café. A calça jeans se ajustava bem à sua figura, abraçando
suas pernas esbeltas.
No pulso, ela usava a pulseira de flores que Amane lhe dera de
presente. Lembrou-se dela dizendo que ia usá-lo com cuidado e sentiu
um calor no peito.
“Eu não acho que você parece bobo. Na verdade, acho que você está ainda mais bonita do que o
normal.
“Bem, você não parece o papel hoje? Seus pais devem tê-lo criado para ser um
cavalheiro adequado.
“Papai sempre me disse que você deve elogiar uma garota quando ela está
toda arrumada... Claro, não é apenas bajulação, você sabe.”
"... eu vou acreditar em você."
O rosto de Mahiru ficou levemente vermelho, e ela segurou a bolsa com força. Amane
sorriu ironicamente e quase deu um tapinha na cabeça dela, mas ele se conteve. Ele
esperava que ela não ficasse satisfeita se ele bagunçasse seu elaborado penteado antes
mesmo de começarem o passeio.
Mahiru piscou como se estivesse esperando, mas pareceu entender que ele estava
sendo atencioso com o cabelo dela, então ela sorriu para ele. Ela deu à mão de Amane um
olhar um pouco cauteloso, no entanto.
“…Amane, recentemente você tem estado um pouco obcecada em acariciar minha
cabeça, não é?”
“Se você não gostar, eu paro. Eu sei que não deveria tocá-lo
excessivamente.
"N-não, não foi isso que eu quis dizer... eu, hum, eu quero poder brincar com seu cabelo
também, quando eu quiser."
"Isso é bom; Eu não me importo, mas você não pode fazer isso agora. Eu tenho cera nele.”

Amane vestiu sua roupa de “homem misterioso” para sair com Mahiru, tomando o
tempo para arrumar cuidadosamente seu cabelo. Sua escolha de roupa foi descontraída,
consistindo de uma jaqueta jeans sobre uma camisa branca com decote em V e uma calça
preta justa. Obviamente não era tanto esforço quanto Mahiru tinha feito, mas Amane
estava acostumado a parecer um desleixado ao lado dela, e desta vez ele pelo menos
tentou.
“…Para que eu possa tocar seu cabelo?”
“Eu realmente não me importo, mas por hoje, vamos nos contentar com acariciar gatos.” “Eu—eu
não quis dizer que queria fazer isso agora, você sabe. Eu posso fazer isso mais tarde, eu acho...”
“Eu tenho feito isso com você, então é natural que você tenha uma
chance. Virada justa e tudo.”
Ele particularmente não desgostou quando Mahiru tocou em seu cabelo... Se
alguma coisa, foi muito bom, e se Mahiru gostou, ele ficou feliz em deixá-la continuar.
Mahiru parecia perturbada no início por Amane concordar tão facilmente, mas agora
ela estava finalmente exibindo um sorriso feliz.
“…Ok, então estamos de acordo: eu faço isso mais tarde. Por enquanto, vamos acariciar muitos
gatos.”
"Certo."
"Vamos embora, então?"
"Milímetros."
Pensando que sair juntos do mesmo apartamento era um pouco

embaraçoso, Amane deixou sua casa com Mahiru.
Enquanto caminhavam lado a lado, ocorreu a Amane o pensamento de estender a
mão para ela.
"Aqui, dê uma mão", disse ele alegremente.
Mahiru corou levemente e sorriu enquanto apertava sua mão.
Ele havia feito um certo grau de investigação preliminar, mas quando eles realmente
entraram no cat café, era muito mais espaçoso do que Amane havia imaginado.
Depois que os dois fizeram login e usaram desinfetante para as mãos, eles entraram na área
principal do café. Como esperado, eles podiam ver gatos em todos os lugares, andando ou
enrolados em bolas ou brincando com outros clientes.
“Uau… É bem grande. E limpo."
O café oferecia comida e bebida, então talvez fosse de se esperar, mas o

a limpeza do lugar ainda o surpreendia. Ele mal conseguia cheirar qualquer um dos
aromas característicos de muitos lugares onde os animais faziam sua casa. Na
verdade, era quase inodoro.
Ele tinha visto as avaliações online, e este parecia ser um café para gatos que era
valorizado por sua higiene e cuidava bem de seus gatos. Era um lugar popular, mas
para evitar que os gatos ficassem estressados, tinha apenas alguns lugares. Havia
também muitos esconderijos para os gatos e, no final, o café parecia estar preparado
menos para tocar os gatos do que para dividir o espaço com eles.
Este café tinha um sistema de limite de tempo e as taxas eram altas, mas era um
espaço tão bonito e calmo que ele não se importava em pagar.
"Uau... gatos... Olha, Amane, eles são todos tão fofos!"
Havia gatos com os outros clientes, então Mahiru falou em voz baixa, mas ele
podia ouvir sua excitação ansiosa enquanto ela puxava sua manga. Havia todos os
tipos de gatos ao redor, e os olhos de Mahiru brilharam enquanto ela os olhava
ansiosamente.
O tema dos animais nunca tinha aparecido, mas aparentemente ela gostava muito de
gatos. Ela estava tão animada, Amane podia sentir sua boca se curvando em um sorriso.
"Você está certo; eles são muito fofos.”

"Tão fofo!" Mahiru não parecia perceber o quão fofa ela estava sendo ela
mesma enquanto olhava para o perfil que ela havia recebido da recepcionista,
listando os nomes e raças dos gatos junto com fotos. Ela apontou para o gato
siamês ao lado dela. “Ah, esse nome é Silky!”
Apenas o pelo da cauda e ao redor do rosto era preto, enquanto o resto do casaco em
seu corpo longo e esbelto era de um branco deslumbrante. Tinha olhos azuis
característicos e exalava um ar de nobreza.
Mahiru estava ansioso para acariciá-lo, mas de repente era proibido tocar nos
gatos, então ela ficou de olho nele de lado enquanto lentamente aproximava os dedos
de seu nariz e deixava que ele a cheirasse.
O nariz do gato se contraiu.
Ela não disse isso em voz alta, mas Mahiru claramente achava isso fofo, então ela
definitivamente parecia gostar muito de gatos.
Mas depois de sentir o cheiro de Mahiru, Silky abruptamente e
graciosamente saiu correndo.
Mahiru estava claramente desanimado.
“Isso não significa necessariamente que ela te odeia; Eu acho que ela acabou de terminar

dizer olá."
"R-certo, suponho que seja justo..."
“Vamos lá, acho que devemos deixar os gatos tomarem seu tempo e se acostumarem conosco.
Vamos nos sentar por enquanto, ok?
Mahiru se levantou, ele pegou a mão dela e eles se sentaram em um sofá
aberto. Uma vez lá, Amane finalmente deu uma olhada lenta em toda a sala e
viu que certamente havia muitos tipos de gatos.
O gato de um momento atrás tinha sido um siamês, mas havia pêlos curtos
americanos, azuis russos, munchkins, bengalas e raças ainda mais exóticas
— gatos com grande individualidade aqui, ali e em todos os lugares.
No assento ao lado, a uma curta distância deles, um americano de cabelo curto
estava enrolado sobre a mesa, e a garota sentada ali o acariciava suavemente.
"Tão fofo…"
Mahiru olhava para os outros clientes sem se preocupar em disfarçar a
inveja em seus olhos. Amane sorriu ironicamente e olhou o menu.
As ofertas de comida e bebida neste café deveriam ser deliciosas. A principal
recomendação parecia ser um café com leite com um desenho de gato no topo,
formado a partir da espuma do leite. Aparentemente, a equipe era talentosa em fazer
latte art, e muitas pessoas enviaram fotos.
Amane deixou Mahiru por conta própria por um momento, enquanto ela estava
olhando para um gato vagando por perto, e ele chamou o garçom e pediu a arte do café
com leite.
"Eu fui em frente e pedi a você a mesma coisa que eu, tudo bem?" ele
perguntou quando ele terminou.
"Huh? Ah sim, tudo bem.”
Como esperado, Mahiru estava tão preocupada com os gatos que nem notou que
ele fazia os pedidos. Mahiru era do tipo que podia beber café ou chá, então como este
era um passeio especial, ele decidiu manter o pedido em segredo e dar a ela uma
pequena surpresa.
Depois de um tempo, o pedido deles foi trazido. Lentamente, para não destruir
o latte art, o garçom sorridente colocou as xícaras na mesa, curvou-se e saiu.
Mahiru não conseguia tirar os olhos da arte com leite em cima de sua xícara.
"Está tudo bem?"
"S-sim, é super fofo..."
"Estou feliz."
Na bebida de Mahiru, a espuma de leite foi derramada com muito cuidado para

forma um gato que estava dormindo enrolado, seu padrão de pelagem e expressão
desenhados com pó de cacau. Na xícara de Amane, eles desenharam um gato encostado
na borda. As representações fofas e delicadas dos gatos tornaram fácil entender por que o
café se tornou tão popular.
Talvez para preservar a emoção, Mahiru estava tirando fotos com seu
smartphone e parecendo bastante satisfeita, mas então, por algum motivo, sua
expressão mudou. "É tão fofo que não consigo beber...", ela murmurou.
Ela parecia tão séria. Amane não pôde deixar de rir. "N-
não ria de mim, por favor."
"É só que você está tão preocupado com algo tão adorável." "M-mas...
seria um desperdício destruí-lo quando há um gatinho tão fofo..."
“Mas seria ainda mais um desperdício não beber.” "Ah

não."
Não que ele não entendesse os sentimentos de Mahiru, mas a espuma iria
desmoronar de qualquer maneira, mesmo que ela a deixasse em paz, e ele presumiu
que a pessoa que fez o café provavelmente ficaria mais feliz se bebesse antes que
esfriasse.
Depois de apreciar suficientemente seu próprio gato com leite, Amane ergueu a xícara
sem hesitar. Ele quase riu de novo quando ouviu um murmúrio de tristeza ao seu lado,
mas de alguma forma ele o conteve o suficiente para sorver lentamente seu café com leite.
Mahiru parecia tão desanimado que tentou ao máximo beber sem

incomodar muito o gato. O café com leite em si estava delicioso. A combinação
do sabor profundo do café e do leite rico foi perfeita. E não era muito doce,
então Amane, que bebeu seu café preto, não se importou.
"Hm, é bom."
Quando ele parou de beber e fez esse comentário, Mahiru gemeu
levemente, mas levou a xícara aos lábios com alguma hesitação.
Ela parecia engraçada e fofa bebendo seu café com leite e cuidadosamente tentandonão
destruir o gato, e os lábios de Amane devem ter se curvado em um sorriso não intencional.
“Eu... eu sinto que você está rindo de mim,

mas...” “Você está imaginando coisas. Isso é
bom?" “Sim, é claro.”
Quando Amane olhou para Mahiru uma vez que ela puxou a boca para longe

a xícara e a colocou de volta na mesa, ele não conseguiu se controlar, e seus ombros
tremeram de tanto rir.
"P-por que você está rindo?" “Bem,
você tem um bigode branco.”
Ela deve ter deixado de prestar atenção ao resto da espuma de leite em seus esforços
para manter o gato intacto, pois o lábio superior de Mahiru agora estava decorado com
um bigode branco que lembrava Papai Noel.
Ela parecia tão extremamente fofa que ele instintivamente tirou uma foto com o
telefone.
"Uh, d-você acabou de tirar uma foto?!"
"Desculpe. Você quer que eu exclua?”
"E-você estava planejando manter um registro de um rosto tão vergonhoso?" "Você
parecia bonito, então eu apenas peguei."
Quando ele disse isso, Mahiru apertou os lábios com força, e seu rosto ficou
vermelho. Em voz baixa, ela resmungou: "... Você pode ter uma foto."
Ela ainda estava usando o bigode branco quando disse isso a ele, então Amane
sentiu seu peito ficar quente enquanto ele segurava uma risada e assentiu com a
cabeça.
“…Ah!”
Quando terminaram de beber seus cafés com leite decorados com arte de
espuma, um dos gatos pulou no colo de Amane.
Era o shorthair americano que estivera no banco vizinho mais cedo.
Depois de verificar a folha de perfil, eles viram que dizia CACAO, FEMININO.
Amane não tinha certeza se ela era amigável ou apenas sem vergonha, mas ela de
repente se levantou no colo dele, o que ele achou desconcertante. Ele tinha plena
consciência de que os gatos faziam o que queriam, mas estava um pouco perturbado por
ser abordado tão de repente.
O calor em seu colo foi mais profundo do que ele esperava, quando o gato se enrolou com
confiança e se acomodou como se dissesse que aquele era o lugar dela.
“Este é realmente amigável.”
Ele olhou para Mahiru enquanto a gata cheirava seus dedos e pensou que ela parecia
incrivelmente ciumenta.
Uma vez que Cacao terminou de cheirar o conteúdo de seu coração, ela aninhou o rosto na
palma da mão de Amane, então ele imaginou que ela estava pedindo para ele acariciá-la e

começou a coçá-la sob o queixo como ele havia praticado em Mahiru.
Ele podia dizer pela vibração e pelo som que ela estava ronronando. Sentindo-se
relaxado pela presença do gato fofo, Amane arrepiou o pelo sob o queixo
enquanto a acariciava, mas sentiu olhos ciumentos sobre ele de Mahiru sentado ao
lado dele e riu para si mesmo novamente.
“Mahiru, estenda sua mão.”
"Huh? R-certo.”
Ela obedientemente estendeu a mão, então Amane tirou sua própria mão de Cacao e,
em seu lugar, colocou a palma de Mahiru perto do rosto de Cacao.
Este gato provavelmente é amigável e acostumado com humanos, então ele deve se
permitir ser acariciado após uma saudação adequada.
Cacao cheirou a mão de Mahiru, então soltou ummiau e esfregou o
rosto na palma da mão de Mahiru. Os olhos de Mahiru brilharam,
tomados pela emoção.

“Amane, ela me deixou acariciá-la!”
Mahiru sorriu alegremente para Amane quando ela finalmente conseguiu acariciar um gato,
acariciando o pelo na direção certa.
Talvez um sinal de quão cuidadosamente os gatos foram cuidados, o pelo de Cacao
era brilhante e incrivelmente macio. Ela também não cheirava mal e tinha apenas um
leve cheiro de gato. Ela era obviamente muito estimada pela equipe.
Todos os gatos tinham pelos bonitos e pareciam saudáveis, e não havia nenhum que fosse
extremamente gordo ou muito magro. E todos os gatos animados estavam livres para se movimentar
como quisessem.
"…Tão fofo."
“Eles realmente são, não são? ... Estou com ciúmes de você, Amane ..."
“Que tal você chamar Cacao até você? Diga a ela para vir sentar no seu colo. Os gatos não
conseguiam entender as palavras, mas os gestos pareciam se comunicar
surpreendentemente bem.
Como teste, Mahiru deu um tapinha no colo dela e gritou “Venha aqui”, e Cacao miou
uma vez, então lentamente se moveu para sentar no lugar oferecido.
A expressão de entusiasmo de Mahiru naquele momento estava tão cheia de alegria que
apenas vê-la era o suficiente para deixar Amane feliz também.
“Olha, ela sentou em mim!”
"Isso é ótimo. Ei, ela quer que você a acaricie.
Cacao deve ter preferido o colo macio de Mahiru sobre o duro de Amane, pois ela
miou ainda mais alto do que antes e empurrou o rosto na palma da mão de Mahiru.
Sorrindo para a radiante Mahiru, que estava esfregando o gato para o conteúdo de
seu coração, Amane capturou o momento com seu smartphone.
“Esta foto está bem?”
“… Este está bem,” Mahiru disse enquanto acariciava Cacao. Amane
continuou sorrindo para ela e se levantou.
Ao longo da parede havia estantes cheias de revistas e quadrinhos, então ele
pretendia trazer vários deles de volta para a mesa.
Este lugar era chamado de cat café, mas isso não significava que alguém estaria
constantemente brincando com gatos. Seu principal objetivo era passar um tempo confortável
em um espaço onde houvesse gatos por perto, então relaxar com algum material de leitura
também era uma opção.
Enquanto Mahiru estava absorto em acariciar Cacao, Amane escolheu algo para
ler nas prateleiras sem pensar muito. Foi quando ele percebeu que Silky, o gato
que cumprimentou Mahiru quando eles chegaram, estava a seus pés.

Ele se agachou e colocou o dedo indicador perto do nariz dela e, como
esperado, ela o cheirou em saudação.
Esse gesto foi muito adorável, então suas bochechas se suavizaram em outro sorriso
enquanto ele a observava com carinho. Quando ela terminou de cheirá-lo, Silky levantou
uma pata dianteira e se inclinou contra ele, como se fosse pular em seus braços.
Silky miou em um tom mais alto que Cacao e o tocou novamente, então Amane
sentou de pernas cruzadas no chão.
O gato tinha uma aura de alta classe, mas parecia se sentir confortável com as
pessoas, e ela estava permitindo que ele a acariciasse. Quando ele tentou acariciá-la, ela
fez uma expressão muito satisfeita.
Ela estava ronronando e acariciando-o, então ele tomou isso como um sinal de que ela
queria que ele a acariciasse mais. De acordo com os desejos da nobre Lady Silky, ele gentil
e cuidadosamente acariciou suas costas.
Havia um gato na casa de Itsuki, então ele entendeu como fazer as carícias. Ele
observou Silky com cuidado e ajustou seus movimentos para mantê-la feliz e dócil.
Tão fofo…
Ele podia senti-la ronronar, e outro sorriso gentil logo deslizou em seus lábios. No
início, ela se comportou um pouco friamente, então ele não esperava que ela fosse tão
permissiva e bajuladora.
Agora que penso nisso, ela é como Mahiru.
Mahiru também tinha sido fria e distante no início, mas uma vez que ela baixou
a guarda, ela começou a olhar para ele com confiança em seus olhos, bajulando-o
e ficando confortável. Dessa forma, ela o lembrou de um gato.
Interiormente concedendo Silky com o apelido de Anjo Dois, Amane gostava de
acariciá-la. De repente, ele ouviu o som do obturador de uma câmera. Ele olhou para
cima e viu que Mahiru havia se aproximado sem que ele percebesse e tirou uma foto
com seu smartphone.
"Achei que você estava demorando um pouco... Então você fez amizade com Silky,
hein?"
“Não sei por que, mas ela veio me ver.” "Você é tão
mesquinho... eu quero acariciá-la também..." "O que
aconteceu com Cacao?"
“Os gatos têm vontade própria...” Aparentemente,
o gato tinha ido para algum lugar.
Ele olhou ao redor do café e viu Cacao enrolado no segundo andar

de uma torre de gato. Apenas um momento atrás, ela estava sentada com Mahiru, mas ela
deve ter mudado de ideia.
“Sedosa é a sua favorita, Amane?”
"Bem, eu ainda não acariciei todos eles para realmente começar a comparar... Mas sim, ela
meio que se parece com você, então eu gostaria de continuar acariciando ela."
“Se parece comigo?”
“Quero dizer, você foi bem distante no começo, meio frio e direto, mas uma vez que você
decidiu que gostava de mim, você se aqueceu rapidamente.”
Claro, era felino para ela baixar a guarda e bajulá-lo, mas ele achava que a maneira
como ela confiava nele e apreciava sua atenção era mais canina, então ele pensou nela
como um cruzamento entre um gato e um cachorro.
Mahiru não parecia perceber o quanto ela o estava mimando, o que fez
Amane se sentir feliz e envergonhada ao mesmo tempo.
“…Eu não sou um gato. Além disso, não é como se eu me apegasse a qualquer um.”
"Bem, isso é porque você é muito cauteloso."
“… Você não tem pensado em mim como um gato?”
"Eu não, eu não", ele respondeu, acariciando o gato em seu colo da mesma forma
que sempre acariciava Mahiru. "Certo?" ele procurou o acordo de Silky.
Ou ela era boa em ler a sala, ou era apenas uma coincidência, mas
Silky miou, bem na hora, então nem Mahiru poderia insistir no assunto.
Mas Mahiru olhou para ele com uma expressão bastante insatisfeita, então Amane usou sua
mão esquerda desocupada para acariciar a cabeça de Mahiru.
“… Então você pensa em mim como um gato.”
"Tipo de. Aqui, que tal você brincar com Silky? Parece que eles vão te emprestar
alguns brinquedos se você for à recepção.”
“Você não vai sair dessa tão fácil.”
“… Então você não quer brincar com ela?” ele perguntou enquanto provocava o
gato.
Mahiru fez um leve beicinho e resmungou “Você não joga limpo, Amane,” então se dirigiu para a
recepção para pegar alguns brinquedos de gato emprestados.
Amane estava planejando trocar de lugar com ela e ir pessoalmente até a mesa, então
ele a observou com os olhos arregalados, então inclinou a cabeça em confusão ao se
lembrar da expressão de Mahiru, que estava um pouco mal-humorada por algum motivo.
“O que isso significa, eu não jogo limpo? ... Ela está falando sobre jogar

com Silky?” Ele murmurou enquanto ponderava o motivo da expressão azeda de Mahiru,
mas o gato apenas miou como se dissesse “Como posso saber?” e aninhou a cabeça na
palma de sua mão novamente.
Em última análise, o motivo do beicinho de Mahiru não ficou muito claro, mas enquanto ela
brincava com os gatos, seu humor melhorou rapidamente e ela logo estava sorrindo para ele
novamente.
Depois de um certo ponto, Mahiru parou de prestar atenção em Amane e se concentrou
inteiramente nos gatos. Ele sorriu ironicamente enquanto a observava brincar, mas por alguma
razão, os gatos continuavam se acomodando no colo de Amane.
Mahiru viu isso e começou a ficar de mau humor de novo, mas Silky, como se dissesse “Não há
como evitar”, moveu-se para sentar nas coxas de Mahiru, e tudo ficou bem novamente.
Deve ter havido algo em Amane que os gatos gostaram, porque
enquanto ele os acariciava, embora não tivesse guloseimas para dar, outros
gatos continuaram a enxameá-lo.
Eventualmente, porém, eles chegaram ao fim de seu tempo previsto no
café. Os dois usaram rolos de fiapos para tirar pêlos de gato de suas roupas e
lavaram as mãos, e quando Amane terminou, Mahiru foi pegar a conta, então
olhou para ele com insatisfação.
"Por que você está fazendo essa cara?" ele perguntou. “Você
não precisava se dar ao trabalho de fazer isso.”
“Não é problema. É para minha própria satisfação, então não se preocupe com
isso.” Amane já tinha ido em frente e pagou tudo, então ela não precisava. “Na
verdade, pense nisso como minha maneira de agradecer por ter vindo comigo a um
cat café, um lugar que eu nunca teria ido sozinha. OK?"
"…Mas-"
“Deixe-me tratá-lo em situações como esta. Se você não concorda, então... Tudo
bem, que tal vir comigo de novo para acertar as contas?
“…Eu não posso fazer nada além de concordar com isso, posso?”
“Bem, eu também sou a favor deste plano, então é uma vitória para todos. Sem problemas!"
Mahiru apertou os lábios com força e cutucou o braço de Amane, depois

apertou a mão de Amane novamente.
Amane e Mahiru almoçaram em um restaurante que escolheram com antecedência,

um com boa reputação, antes de irem ao shopping. Era um restaurante popular e,
como esperado, a comida era saborosa, assim como os comentários

relatado. Talvez fosse uma simples questão de opinião, mas Amane ainda achava que
a cozinha de Mahiru estava à frente, confirmando mais uma vez que a dela era a
melhor.
Vendo como era a Golden Week, havia muito mais clientes no shopping do
que poderia haver em um dia de semana típico, então agarrando firmemente a
mão de Mahiru, Amane parou ao lado de uma parede para que eles pudessem
descobrir onde eles queriam ir. antes de mergulhar na multidão.
“Então, o que vamos fazer no shopping? Você mencionou compras, mas há
algo em particular que você quer comprar?”
"N-nada específico, mas hum, achei divertido dar uma olhada
juntos... E-tudo bem?"
“Sim, tudo bem. Eu sou bom com vitrines.”
Em casa, ele costumava ser arrastado por sua mãe, e sua família às vezes também
saía para fazer compras, então ele desenvolveu uma tolerância a uma atividade que
alguns achavam bastante agonizante.
Além disso, não seria má ideia dar uma olhada em algumas coisas que Mahiru
queria ver.
"Onde você quer começar? Há todos os tipos de lojas – produtos variados, roupas,
decoração de interiores…”
Este enorme complexo comercial tinha um número quase incontável de lojas de
roupas e acessórios, restaurantes, lojas de variedades e instalações de entretenimento,
todos amontoados de parede a parede; tantas lojas em uma área tão ampla que eles não
poderiam ver tudo em um dia. Uma vez que seria impossível dar uma olhada em todo o
shopping, ele tinha que fazer com que ela fornecesse pelo menos alguma direção.
"Tudo bem... Podemos começar com roupas?" "Certo.

Você está comprando uma roupa nova?
“Quero comprar alguma coisa, se houver alguma coisa boa. Eles lançaram os estilos deste
verão, então eu gostaria de comprar algumas roupas novas.”
“Verão, hein...? Isso veio rápido.”
A estação suada estava prestes a começar, mas mesmo assim, ainda era a época
do ano em que a luz do sol estava quente e alegre, então ele achou que era um pouco
apressado mudar para roupas de verão ainda. As lojas, é claro, tinham que antecipar a
chegada da estação, mas ainda assim, Amane não conseguia se livrar da sensação de
primavera.
"Este verão... Uh, você vai voltar para casa comigo... você vai?"

“Ah s-sim. Se estiver tudo bem com você e seus pais, isso é. Ela parecia se
lembrar da conversa anterior sobre ir com ele para a casa de seus pais na próxima
vez que ele fosse, e ela assentiu ansiosamente.
“Perguntei a minha mãe mais uma vez depois que conversamos, e ela disse que você é
definitivamente bem-vindo. Na verdade, ela insistiu que eu levasse você.
Seus pais provavelmente concordariam em deixá-la ficar mesmo que ele não
verificasse com eles primeiro, mas eles teriam que preparar um quarto e tudo, então ele
fez questão de perguntar com antecedência, e eles prometeram dar a ela um Boas vindas
calorosas.
Ele certamente ouviria reclamações de sua mãe se aparecesse sem ela,
então ficou grato pelo entusiasmo de Mahiru.
“Bem, minha cidade natal não é tão impressionante, você sabe. Embora, eu acho que
há muito o que fazer.”
"Mesmo?"
“Bem, minha mãe nunca teve problemas para encontrar um novo lugar para me arrastar.
Há um shopping como este, um parque selvagem ridiculamente enorme, um parque aquático
estupidamente grande, apenas coisas gerais assim.”
A cidade natal de Amane estava em uma localização central e agradável, não muito
urbana nem muito rural, então era um lugar onde as pessoas não ficariam entediadas
no verão ou no inverno. Longe disso, havia tantas coisas para fazer que era um perigo
claro ser arrastado de um lugar para outro e não ter tempo para ficar sozinho.
O parque aquático estaria aberto no verão, então seria muito bom ir nos
escorregadores, nadar e relaxar. Havia também um grande parque aquático na
área onde eles estavam morando agora, então eles provavelmente também
poderiam nadar lá logo após o início das férias de verão.
Amane não era especialmente bom em esportes, mas não tinha nada
contra ser ativo. Ele gostava de nadar, então provavelmente seria bom ir
sozinho também. Não havia como dizer a Mahiru que gostaria de ir à
piscina com ela, porque o convite soaria muito como se ele tivesse um
motivo oculto óbvio.
“Natação é opcional em nossa escola, então se você não fizer isso, você não
terá a chance de nadar, então pode ser bom nadar. Se você quiser, você pode ir
com minha mãe... Mahiru?”
"Ah, não, não é nada..."
“Ah, não se preocupe. Eu não estou pensando que eu quero ver você em um maiô ou

qualquer coisa rude assim.”
“Eu n-não achei que você fosse. Uma p-piscina,
hein? “Há algo de errado com isso?”
Amane sempre pensava em piscinas no verão, e não de uma forma estranha
nem nada, mas Mahiru balançou a cabeça com movimentos ligeiramente
rígidos.
"B-bem... umm..."
"Hmm?"
"A-desde que eu não tenha que nadar, hum... eu poderia
considerar ir..." "... É possível que você não saiba nadar?"
Ela descaradamente se recusou a encontrar seus olhos. Aparentemente, ele estava certo sobre
o dinheiro.
“… Eu honestamente pensei que você poderia fazer literalmente qualquer coisa.”
“O-claro que não posso fazer tudo. Nadar é opcional, então pensei que
poderia passar sem contar a ninguém.”
Seu rosto estava ficando mais vermelho a cada segundo. Ela estava obviamente
envergonhada.
"Eu não sei o que dizer; Eu não esperava isso…”
“I-já chega de nadar, não é? Venha, vamos." Mahiru não parecia querer que
ele insistisse no fato de que ela não sabia nadar, e com o rosto muito
vermelho, ela puxou a mão dele. Bem, não exatamente puxado, ela pressionou
seu corpo contra o braço dele e o apertou com força. Ficou claro que ela estava
tentando empurrá-lo para começar a olhar as vitrines porque queria evitar o
assunto, mas não conseguia encontrar nenhuma tração.
Todo o tecido das roupas das lojas era mais leve, para combinar com a
mudança das estações, à medida que o clima ia ficando mais quente. A blusa de
chiffon que Mahiru usava naquele dia, por exemplo, era bem leve e fina, e tinha
gola larga, expondo boa parte do pescoço e dos ombros. E Amane descobriu
neste momento que ele estava no ângulo certo para ver diretamente a frente
de sua camiseta.
Mas ele tinha a sensação de que se ele apontasse isso agora, ela fugiria bufando,
então, em vez disso, ele manteve a boca fechada e gentilmente tirou o braço do aperto
de Mahiru, então a segurou firmemente pela mão.
Francamente, ele não se importaria em poder apreciar a vista por mais algum tempo,
mas seus sentimentos de culpa tomaram conta e internamente ele zombou de si mesmo
por ser um perdedor covarde.

“Eu ouço você, eu ouço você. Não corra; você vai cair.” "…Eu
não sou uma criança."
Mahiru felizmente se virou, aparentemente inconsciente da agitação de Amane, e Amane
também se virou para olhar para fora, esperando escapar um pouco de seu olhar.
Desesperadamente tentando afastar de sua mente a sensação persistente daquela suavidade
pressionando contra seu braço, Amane suspirou baixinho o suficiente para que Mahiru não
pudesse ouvir.
Amane olhou para a longa fileira de lojas enquanto Mahiru o puxava pela mão,
mas mais uma vez, tudo em que conseguia pensar era em quanta atenção ela
atraía.
Ela possuía uma beleza simples e limpa que combinava com seu apelido
de “o anjo”. Mas agora, Mahiru estava exalando uma aura de alegria
despreocupada que o fez querer abraçá-la.
No modo de anjo, Mahiru tinha a beleza e a efemeridade de uma pintura e fazia os
espectadores sentirem que ela não deveria ser tocada ou interferida. No entanto, esse
era um tipo de beleza frágil e artificial, e Amane sabia que não era quem ela realmente
era. A garota segurando sua mão estava com um sorriso genuíno e despreocupado e
cheio de vida. Sem que ela dissesse uma palavra, ele podia dizer pela expressão dela e
pelo jeito que ela segurava sua mão, e até pelo jeito que ela andava, que ela estava se
divertindo muito.
Seu sorriso contido de sempre era lindo também, mas ele a achava muito mais fofa
quando deixava seus sentimentos transparecerem em seu rosto e sorria com todo o
seu ser, em vez de manter tudo reprimido.
“… Aconteceu alguma coisa?” ela perguntou de repente.
“Não”, ele respondeu. "Eu estava pensando que recebemos muitos olhares quando
estamos andando juntos."
Tanto homens quanto mulheres estavam se virando para olhá-los enquanto passavam, o que
realmente mostrava a realidade da beleza de Mahiru.
“…Eu não acho que sou o único que eles estão olhando, sabe?” "Bem, eu tenho certeza
que alguns deles estão tomando o tempo para avaliar o cara que te acompanha."
“Não é isso que eu quero dizer, caramba!”

Ela olhou para ele com decepção, mas não parecia inclinada a elaborar,
apenas apertando sua mão com força novamente. Ele a ouviu murmurar

baixinho, "Sua auto-estima é um problema real ..."
Mas Amane sabia que se ele estivesse com Mahiru, ele estaria sob estrito
escrutínio, e também era óbvio que ele nunca poderia se comparar favoravelmente a
ela, então isso não era realmente uma questão de auto-estima ou algo assim. como ele
estava preocupado.
"Tudo bem, escute", disse Mahiru. “Vou tentar dizer isso o mais francamente possível
para que você possa entender.”
"Huh? O que há com essa voz? Apavorante."
"Que rude..." Ela pressionou o nariz dele com o dedo indicador e o
silenciou. “Isso é culpa sua, sabe?”
Mas em vez de fazer beicinho, Mahiru usava um sorriso provocante enquanto cutucava
repetidamente o nariz de Amane, depois se afastava uma vez satisfeita e puxava a mão de
Amane. Na verdade, seria mais correto dizer que ela se pressionou contra o braço dele
novamente.
“… As coisas iriam muito mais rápido se você tivesse um pouco de
confiança,” Mahiru resmungou, colocando a testa contra o braço dele.
Amane não aguentou. Ele teve que desviar o olhar. …
Não é de propósito; ela não quer dizer isso.
Amane estava tentando não pensar na suavidade pressionada contra ele. Ele
tentou educadamente abrir alguma distância entre eles, mas Mahiru agarrou seu
braço como se dissesse para ele não ir a lugar nenhum.
Ele estremeceu, pensando que se tudo isso era intencional, ela estava agindo como um
diabinho. Mas ele estava convencido de que ela não estava ciente do que estava fazendo,
então ele estremeceu por um motivo diferente.
Se as coisas continuassem assim, ele iria explodir, então Amane de alguma
forma voltou sua mente consciente para outras coisas e deu uma olhada fácil
na área. Exatamente quando precisava, ele viu uma loja repleta de araras de
roupas discretas que Mahiru poderia gostar.
“Ei, as roupas daquele manequim parecem que combinam com você. Quer ir
dar uma olhada?”
Ele apontou a loja com a mão livre, esperando desviar a atenção do fogo
que queimava suas bochechas, e Mahiru perguntou: “Esse é o tipo de roupa que
você gosta, Amane?” Ela parecia interessada, então seus pés naturalmente os
levaram para a loja. "Que tal este?"
“Sim, bem, você fica bem em tudo, mas algo assim parece que
combina com você em particular.”

O manequim estava vestido com um vestido ombro a ombro com listras finas
em um campo branco. Era uma roupa de verão, então o tecido era bem fino e os
ombros estavam expostos. Parecia fresco e confortável para passeios de clima
quente.
Esse estilo de roupa ficava muito bem em mulheres que eram esbeltas e tinham
um decote bonito, então ele tinha certeza que ficaria ótimo em Mahiru. Ele
mentalmente a vestiu com a roupa enquanto ela estava ali ao lado do manequim e foi
imediatamente capaz de imaginá-la parecendo leve e alegre nele. Era um look que
combinava com um chapéu de palha.
"Vou experimentar, ok?"
Mahiru pegou um dos mesmos de uma prateleira de vestidos pendurados ao
lado do manequim, como se ela tivesse decidido rapidamente ou sempre
planejasse experimentá-lo.
Amane ficou um pouco surpresa com seu entusiasmo repentino. Ele aceitou
a bolsa que ela confiou a ele, e ela imediatamente desapareceu no provador.
Ele esperou Mahiru trocar de roupa, perplexo com a excitação dela, e acabou
ainda mais perplexo porque, por algum motivo, ele continuava recebendo olhares
calorosos de pessoas próximas. Não era apenas o balconista da loja – os outros
clientes estavam sorrindo para ele agradavelmente, o que deixou Amane
extremamente desconfortável.
Enquanto esperava por Mahiru, desejou do fundo do coração que
ela voltasse logo. Finalmente, a cortina do provador se abriu e Mahiru
saiu.
Mas ela não tinha mudado para o vestido.
"Bem-vindo de volta... Você não colocou?"
“Não, eu coloquei e verifiquei o tamanho. Mas... Bem, eu não posso mostrar para
você agora, porque eu não estou usando a calcinha certa...”
"D-desculpe eu perguntei."
A blusa de chiffon que ela estava usando atualmente também mostrava uma boa
quantidade de decote, mas não tanto quanto um vestido ombro a ombro. Parecia que ela
precisava ter uma roupa de baixo diferente do habitual quando usava roupas que
expunham tanto o ombro, então ela não estava pronta para mostrar o vestido
imediatamente.
“Mas você teve a gentileza de apontar que seria adequado para mim, e eu o coloquei e
gostei, então estou comprando.”

Ela pegou sua bolsa de volta dele e foi até o caixa com o vestido em seus
braços, então Amane a seguiu nervosa.
Ele começou a sacar sua carteira, pensando que deveria pagar por ela, já
que foi ele quem disse que serviria para Mahiru, mas ela o impediu porque já
estava tateando em sua própria bolsa.
“Você não pode pagar. Eu preciso comprar isso eu mesmo e mostrar para você.” "O-
oh."
“Embora eu não possa usá-lo até que fique mais quente. Vou mantê-lo
até o verão. Você pode esperar para vê-lo.”
Ela parecia tímida quando terminou de pagar, e Amane fechou a boca com força e
tentou desesperadamente resistir à vontade de desmaiar no local.
Droga, ela está dizendo coisas ridiculamente fofas. Parece que ela está
dizendo que vai usar só para mim. Meu coração não aguenta isso.
Ele chamou a atenção da balconista da loja que estava recebendo o pagamento de Mahiru, e
ela sorriu para ele com uma expressão verdadeiramente amigável, então Amane não pôde fazer
nada além de morder o lábio e desviar os olhos.
Amane e Mahiru tinham gostado de ver vitrines juntos — na verdade, já que

tinham feito uma compra, era mais correto chamá-lo de compras neste
momento —, mas Amane se separou temporariamente de Mahiru e estava
sozinho.
Isso porque Mahiru tinha ido comprar algo que ela queria conferir por conta própria e
disse que precisava ficar um pouco sozinha. Esse passeio tinha sido uma sugestão de
Mahiru para começar, e Amane percebeu que as garotas tinham todos os tipos de
compras que elas não gostariam que outras pessoas soubessem, então ele prontamente
se separou e foi até um pilar perto da fonte do shopping que eles tinham. designado como
ponto de encontro.
Amane estava bastante acostumado a acompanhar mulheres em maratonas
de compras graças à mãe, e também estava acostumado a esperá-las quando o
arrastavam pelos lugares. No final do dia, ele não gostava de esperar em
silêncio sozinho, então ele fez exatamente isso, sem o menor pingo de irritação.
O olhar diminuiu depois que ele se separou de Mahiru, o que o deixou um pouco mais
confortável, e esse intervalo era exatamente o que ele precisava para dar um descanso breve
ao seu coração sobrecarregado.

… Ela é tão adorável e continua me tocando. Não tenho certeza de quanto tempo
mais posso aguentar…
Mahiru estava mostrando um lado de si mesma que ela normalmente reprimia. Ela era
alegre, genuína e indescritivelmente encantadora.
Mahiru devia estar perfeitamente ciente de quão extraordinária era sua
aparência, mas também parecia indiferente à sua própria beleza. Talvez fosse
porque Amane a tratava como uma amiga e não fazia muita questão disso, mas ela
não fazia alarido sobre sua aparência na frente dele, e ela o deixava ver sua fofura
natural, cheirar sua doçura, sentir sua suavidade, e muito mais. Amane sabia que
era extremamente sortudo por poder desfrutar de sua companhia assim, mas se
sentia culpado demais para realmente apreciá-la.
Ele estava cheio de vergonha só de lembrar de tudo, mas ele não podia deixar isso
transparecer em público, então ele apertou os lábios e fechou os olhos silenciosamente.
Todos esses pensamentos o estavam deixando inquieto, então ele balançou a cabeça
lentamente para afastá-los de sua mente.
De repente, Amane ouviu uma voz aguda de perto. "Hum, desculpe-
me."
Seus olhos se abriram ao som de uma voz desconhecida, e ele ansiava por ver duas
garotas sorrindo para ele. Eles provavelmente estavam na idade da faculdade. Pelo menos,
eles pareciam mais velhos do que ele. Eles estavam vestidos com estilo para um passeio da
Golden Week e sorrindo para Amane, que tinha os olhos semicerrados com desconfiança.
“Com licença, você está sozinho? Você tem algum tempo livre?” Ele
ficou surpreso ao ouvir as meninas perguntarem isso.
Ele teria pensado que, com a cabeça baixa, seria óbvio que ele não queria
falar com ninguém, então ficou chocado que essas garotas fossem tão ousadas.
Era lamentável que eles parecessem não ter olho para a qualidade.
Mesmo quando as suspeitas passaram pela mente de Amane sobre por que
essas garotas teriam se esforçado para falar com ele, quando ele nem estava tão
bem arrumado, ele sabia que seria rude ignorá-las completamente, então ele foi
em frente. e olhou para eles com uma expressão branda.
“Não, estou esperando por alguém.”
Ele esperava que eles inferissem a situação de todas as marcas voltadas para mulheres
estampadas nas muitas sacolas de compras que Mahiru havia deixado com ele, mas as
garotas não pareceram notar. Talvez as bolsas não tenham se destacado por causa de
seus designs simples.

“Agradeço o convite, mas tenho um compromisso anterior, então...” “Nesse
caso, seu amigo pode vir conosco também! Vamos tomar chá ou algo assim.
Eles pareciam ter decidido que o amigo que ele estava esperando era
outro cara.
Se ele e Mahiru estivessem namorando, ele poderia dizer a eles que estava esperando
por sua namorada e facilmente mandá-los embora com essa única palavra, mas ele e
Mahiru não estavam realmente namorando, e ela não estava aqui com ele no momento,
então se ele alegasse que ela era sua namorada, ele não sabia se ela iria apoiá-lo
rapidamente quando ela realmente reaparecesse.
Além disso, uma vez ele usou essa desculpa para afastá-la de um cara bêbado, e
Mahiru disse a ele para parar de dizer isso, então ele hesitou em usá-la novamente
sozinho.
Ele franziu a testa ligeiramente enquanto observava as duas garotas, imaginando que
provavelmente estava preso conversando com elas até se reunir com Mahiru – então, com o canto
do olho, ele espiou alguns cabelos louros familiares.
“Desculpe por fazer você esperar.”
Vários segundos depois, balançando o cabelo suavemente para o lado e se
aproximando com movimentos fáceis, seu salvador, o anjo, apareceu.
Ela parecia ter visto que Amane estava com problemas e veio rapidamente. Sua
respiração estava um pouco rápida demais por ter acabado de caminhar.
Mahiru sorriu levemente para Amane, que estava tentando resistir às ondas da
conversa das garotas com um rosto estóico, e praticamente pulou em seus braços.
Por algum golpe de sorte, ele conseguiu não deixar transparecer em seu rosto,
mas Amane ficou assustado além da crença. Mahiru estava olhando para ele com o
corpo inclinado para que ele não pudesse ver as garotas atrás dela. Ele podia sentir
espanto e insatisfação em seus olhos e a pergunta não dita de “O que você está
fazendo?” tudo o que ele reconheceu como uma performance para ajudar Amane a
se livrar da situação.
…Ela está me deixando super nervoso; Eu gostaria que ela parasse.
Isso era tudo culpa de Amane, ele não queria ferir seus sentimentos, mas sua
indecisão foi confundida com um convite para continuar conversando com ele. E Mahiru
havia chegado para resgatá-lo, então ele definitivamente não podia reclamar dos métodos
dela. Mas ele não podia negar que ainda o estava estressando.
Amane juntou-se à farsa colocando suavemente a mão nas costas dela. Era um

movimento muito íntimo para mostrar que eles tinham um relacionamento especial.
"Não se preocupe com isso", disse ele. “Essas garotas legais foram gentis o suficiente para
me fazer companhia, então não pareceu tanto tempo.”
"Oh sério? Obrigado por se dar ao trabalho.”
Mahiru se virou com um sorriso radiante, e as meninas olharam para ela
com espanto. O garoto que eles estavam tentando pegar estava abraçando
uma garota que parecia ser sua namorada. Além disso, ela era incrivelmente
fofa.
Mahiru deve ter percebido por que as meninas estavam congeladas no lugar, mas sua
expressão estava cheia de boa vontade, como se ela não tivesse ideia. Amane ficou
impressionado com sua aparente magnanimidade. Ela realmente parecia agradecida, e seu
sorriso era a imagem da inocência.
Mas as garotas apenas olhavam para eles, sem se mover um centímetro. Amane sorriu de volta,
tentando o seu melhor para agir casualmente. "Eu sinto Muito. Como eu disse antes, eu tenho um
compromisso anterior, então…”
Amane ficou aliviada por ele ter dado essa desculpa mais cedo. Ele bateu nas costas de
Mahiru impacientemente, e Mahiru, que ainda estava com um sorriso divino, entrelaçou
seu braço com o dele, aparentemente de bom humor.
Ela estava aninhada muito perto dele novamente, e a sensação de falta de ar em
seu peito voltou, mas ele sabia que não podia se permitir ficar nervoso agora. Não
depois que Mahiru se deu ao trabalho de fazer esse ato para ele. Então ele fingiu
calma e se curvou para as meninas.
Mahiru seguiu seu exemplo e fez uma reverência também, então, por insistência dela, eles se
viraram e se afastaram das meninas.
Assim que eles viraram uma esquina e verificaram se não podiam ser vistos,
Amane olhou para Mahiru e viu seu sorriso falso desaparecer.
"O que você estava fazendo?" ela perguntou em um tom de voz que de repente era
monótono e distante quando ela olhou para ele.
Sem querer, Amane riu da rapidez de sua transformação. Ela ainda
estava agarrada a ele com força, mas sua expressão parecia cansada e
ligeiramente descontente. Ela parecia estar de bom humor mais cedo, mas
isso evidentemente fazia parte do ato, pois agora tons de mau humor
estavam piscando em seus olhos.
“Você realmente me salvou lá atrás”, disse Amane.
“Eu tiro meus olhos de você por um segundo... Realmente, eu só saí por um curto período de
tempo. Inacreditável. Eu não teria deixado você em paz se soubesse que isso aconteceria

acontecer...” Mahiru estava murmurando para si mesma.
Com uma súbita onda de culpa, Amane notou que seu olhar se moveu cada vez
mais para baixo sobre o corpo de Mahiru. Ele parecia ser o único que estava agitado
pelo contato próximo – Mahiru não parecia estar prestando atenção.
"Você realmente não sabe como repreender um estranho, não é, Amane?" Mahiru não
mostrou nenhum sinal de estar ciente da turbulência interna de Amane. Ela apenas
parecia exasperada.
“Talvez eu não possa recusar, ou talvez eu simplesmente não saiba como lidar
com esse tipo de estranho. Elas eram garotas, então eu não queria ser rude ou
usar linguagem forte. Eu não saberia o que fazer se os fizesse chorar ou algo
assim.”
“Honestamente, não sei se você é um cavalheiro ou um perdedor total.” “Ei,
cale a boca, essa foi a primeira vez que algo assim aconteceu comigo, então
não pude evitar. Eu nunca teria imaginado em um milhão de anos que as
garotas viriam e falariam comigo.”
Amane nunca teria pensado, com tantas pessoas por perto, que
alguém falaria com ele de todas as pessoas.
“Garotas assertivas são incríveis, né? Eles até abordam caras anti-sociais
como eu.”
“… A maneira como você está agora não é realmente anti-social… Se alguma coisa, você se
parece mais com um jovem fresco e amigável.”
“Essas são palavras muito bonitas que não me descrevem em nada.”
“Bem, uma reforma só pode ir tão longe…”
“Que bom você dizer.”
Mahiru estava certo – mesmo que ele parecesse um pouco mais bonito por fora, não
poderia haver erro de que por dentro ele estava tão sombrio como sempre. Amane riu apesar
de si mesmo.
Essa maneira direta de falar também era uma das coisas que ele
apreciava em Mahiru. Ele achou muito fofo. Era muito preferível a ser
enganado.
Ele sabia que ela definitivamente não pretendia menosprezá-lo, então ele aceitou suas
palavras com uma compreensão gentil.
Mas Mahiru suspirou por algum motivo. “Ok, eu suponho que eu tenho que dizer a você
abertamente. Você definitivamente não é brilhante ou alegre, mas eu também não diria que você é
sombrio. Para mim, você parece calmo e composto, e quando estou com você, também me sinto
calmo. Como se eu pudesse relaxar. Mesmo que não estejamos conversando, eu sinto

confortável quando estou ao seu lado, e acho isso maravilhoso.”
“… Ah, você sabe?”
Seus elogios foram embaraçosos, e Amane só conseguiu dar uma resposta curta.
Mahiru não parecia satisfeito, no entanto. Ela pressionou contra o braço dele novamente,
aparentemente inconsciente de quão fraco isso o deixou.
“E como você se sente quando está comigo?” “…
Em casa, me sinto calmo.”
"E agora?"
“…Agora não consigo relaxar de jeito nenhum. Porque alguém continua pressionando seu peito
contra mim.
Isso deve ter sido completamente inesperado, e ela devia estar
completamente inconsciente do que estava fazendo, porque Mahiru
congelou e olhou para seu próprio peito.
E então seu rosto ficou vermelho com tanta força que ela parecia uma chaleira
fervendo.
— Achei que você estava fazendo isso de propósito.
Quando ele brincou que ela estava lhe causando uma angústia terrível, a ponto de
beirar o assédio, ela olhou para ele com os olhos ligeiramente marejados. Não teve o
menor impacto, provavelmente porque ele sabia que ela estava fazendo isso para
esconder seu constrangimento.
"Wha-? V-seu idiota, eu nunca faria isso!” "Eu sei
que. Eu estava brincando, desculpe.”
Ele sabia que, se a provocasse demais, ela começaria a ficar de mau humor, então
se desculpou rapidamente para desarmar a bomba. As emoções furiosas de Mahiru
agora extintas, ela resmungou apenas uma pequena reclamação. Mas ela realmente
não tinha mais nada a dizer e, em vez disso, decidiu socá-lo uma vez no lado para
desabafar sua raiva.
Sorrindo com sua óbvia frustração, Amane segurou sua mão novamente para se
certificar de que havia algum espaço entre eles.
“Não se apegue a mim tão de perto.” “…
Ainda podemos dar as mãos?” “Eu vou
te perder se não o fizermos.”
Se eles se soltassem e se perdessem na multidão da Golden Week, isso
acabaria com o propósito de sair juntos em primeiro lugar.
“… O que você faria se me perdesse?”
“Eu usaria meu telefone para entrar em contato com você e escolher um lugar para nos encontrarmos, como

normal."
“Que pragmático.”
"Acho que sim. Bem, vou tentar não deixar você ir.
Se ele a deixasse escapar de suas mãos e a fizesse vagar sozinha, Mahiru era
muito mais provável de ser apanhado, então ele não pretendia deixá-la parecer
que estava sozinha.
Mahiru havia solicitado especificamente esse passeio e provavelmente queria aproveitar
um dia agradável em vez de ser perseguida por pessoas que ela não tinha interesse. Além
disso, embora Amane soubesse que Mahiru era frequentemente abordado por outros caras,
ele não precisava gostar disso.
Com as palavras de Amane, Mahiru olhou profundamente em seus olhos, então baixou o olhar
para suas mãos unidas. E então seus lábios se curvaram suavemente em um sorriso, e em uma voz
tão gentil quanto uma flor desabrochando, ela disse, “…Sim. Por favor, não me deixe ir.”
Ela sussurrou baixinho e entrelaçou os dedos com os dele. Tentando não deixá-la sentir
seu pânico repentino, Amane respondeu na mesma moeda.
“… Então este é um centro de jogos…”

Depois que eles terminaram nas lojas de roupas e lojas de variedades e fizeram
algumas compras, Amane levou Mahiru ao seu fliperama favorito.
Vir aqui foi ideia dela. Eles colocaram este lugar em último lugar em sua lista de
destinos; então, mesmo que ganhassem prêmios nos jogos de guindastes, eles não
teriam que carregá-los para todos os lugares. Depois disso, eles estavam indo direto
para casa, então eles tinham muito tempo. Terminar o dia aqui sem dúvida foi a
decisão certa.
Aparentemente, Mahiru também nunca tinha vindo aqui com Chitose, e ela
parecia adorável, maravilhada com tudo ao seu redor.
"Há realmente todos os tipos de jogos aqui, hein?"
“Claro que sim. Não apenas jogos de guindaste, mas também jogos de arcade e jogos físicos.
Este centro de jogos tem uma tonelada de tipos diferentes.”
"Eu posso ver isso. E é super barulhento.” “Ah, a
maioria dos lugares como este são.”
Mahiru franziu a testa um pouco, lembrando Amane que a cacofonia típica dos
centros de jogos poderia ser irritante para os ouvidos de alguém não acostumado a
isso. Ele estava acostumado a esse ambiente, então ele estava bem.

A seção com caça-níqueis e jogos de arcade era ainda mais barulhenta,
então ele percorria essas áreas enquanto caminhava pelo centro de jogos com
Mahiru seguindo atrás dele.
"Então, o que você vai jogar?"
“Quero experimentar um jogo de guindaste. Quero tentar ganhar um bicho de pelúcia.”
Seus olhos pareciam estar voltados para os jogos do guindaste. Ela olhou ao redor daquela
seção do centro de jogos, alternadamente apertando e soltando a mão dele em sua excitação.
Era a Golden Week, então o centro de jogos tinha recebido muitos prêmios novos e
tinha estocado muitos bichos de pelúcia fofos que eram mais voltados para a família,
então havia muitos que Mahiru provavelmente gostaria.
“…Amane, eu quero pegar
esse.” “Hum, qual?”
"Aquele. Aquele gato... Você não acha que se parece com o Silky?
O brinquedo para o qual Mahiru estava apontando era um gato com pelo branco que se
tornava marrom escuro ao redor do rosto. Com seus olhos azuis, realmente se parecia com Silky, a
gata que cumprimentara Mahiru pela primeira vez no cat café, e ela parecia apaixonada por ele.
“Realmente parece com ela. Você quer isso?" "Eu

faço. Posso tentar?"
"Certo. Acho que as máquinas aqui são fáceis de ganhar, mas se você não conseguir, eu
compro para você.”
“Vou tentar o meu melhor para que você não precise.”
Ansioso para enfrentar este novo desafio, Mahiru enfrentou o jogo do

guindaste, enquanto Amane ficou para trás e assistiu. Se Amane tivesse uma
chance, ele poderia facilmente garantir o prêmio, mas Mahiru queria ganhar este,
e era melhor deixá-la enfrentar o desafio sozinha.
Ela inseriu uma moeda e apertou timidamente o primeiro botão para mover o
braço do guindaste para o lado por um momento, então verificou sua posição.
Típico do prudente Mahiru, ela parecia estar confirmando o quão longe ele iria com
um toque no botão.
Mas com este tipo de jogo de guindaste, uma vez que você solta o botão, ele muda para o
modo de movimento vertical.
“Espere, hein? Não vai se mexer.”
“Desculpe, esqueci de te dizer. Uma vez que você solta o botão, ele muda para
o movimento vertical, então você só tem uma chance.”

“Ah, então agora…”
“Não importa o que você faça, não alcançará os bichos de pelúcia.”
Os brinquedos foram colocados no meio de um amplo espaço aberto, mas o braço
mal havia se afastado da calha de queda, e tudo o que restava para definir era o
movimento vertical. Não importa o quanto Mahiru lutasse, ela não seria capaz de tocar
nos prêmios.
Este centro de jogos também tinha o tipo de jogos de guindaste que eram cronometrados e
usavam uma alavanca que podia se mover em todas as direções, mas essa máquina em particular
era do tipo botão, então infelizmente não havia como voltar atrás. Isso aconteceu com muitas
pessoas quando estavam jogando pela primeira vez jogos de guindaste, então não havia como
contornar isso.
“Bem, esses cem ienes se foram, mas você ainda tem o movimento vertical, então você
pode usar isso como uma chance de sentir a velocidade com que o braço se move e o
atraso depois de soltar o botão. Então você pode usar essa informação em sua próxima
tentativa.”
“Hmm... eu vou fazer isso. A culpa é minha por ser descuidada,” ela disse, então
moveu o braço com intensa concentração, prestando muita atenção à velocidade.
Amane sentiu como se não tivesse avisado o suficiente em sua primeira tentativa,
então ele silenciosamente inseriu outra moeda, o que fez Mahiru olhar para ele com
insatisfação. Amane disse “Está tudo bem” e deu um tapinha nas costas dela para
encorajar. Relutantemente, ela voltou ao seu jogo.
Ela deve ter percebido mais ou menos a velocidade com que o braço se
moveu, porque na tentativa seguinte conseguiu alinhá-lo lateralmente com a
posição dos bichos de pelúcia.
Estava um pouco fora do centro, mas ela ainda tinha a chance de alcançar seu alvo ao
longo do eixo vertical. Mesmo que ela não pegasse bem no centro dos brinquedos,
considerando o centro de gravidade do braço e a força de seu aperto, mais o momento em
que ele soltava, ela ainda poderia pegar alguma coisa.
Mahiru era totalmente iniciante, mas Amane ficou impressionada com a habilidade
com que ela já estava tocando. Ela moveu cuidadosamente o braço ao longo do eixo
vertical até ficar mais ou menos acima dos bichos de pelúcia, então tentou pegar o
gato de pelúcia.
Sua mira era boa, mas o brinquedo era ligeiramente oblongo, então quando o
braço apertou, o centro de gravidade mudou imediatamente e o gato caiu.
"Hmm."

"Quase. Em vez de tentar pegar o brinquedo real, será mais fácil movê-lo
com um lado do braço do guindaste e aproveitar seu centro de gravidade
para fazê-lo rolar.”
Por sorte, a divisória ao redor da calha não era muito alta, então se ela
pudesse rolar o gato, ele deveria cair.
Mahiru piscou atentamente, então obedientemente executou os movimentos como lhe
haviam dito.
Uma coisa que ele apreciava em Mahiru era sua capacidade de aceitar conselhos
sem ficar com raiva ou teimosa.
Ela fez outra tentativa para o gato, levando em conta a posição do braço
e o centro de gravidade do bicho de pelúcia.
"Então eu vou fazer isso aqui... e mover a cabeça..."
A expressão séria de Mahiru refletiu-se no vidro do armário de
jogos. Amane riu baixinho para não ouvi-lo.
Depois de inserir várias outras moedas e tentar por um tempo, Mahiru finalmente colocou o
brinquedo na rampa de prêmios com o braço do guindaste.
Ela soltou um suspiro quieto quando o gato de pelúcia caiu com um baque contra a aba
que cobria o final da rampa de prêmios.
Após um momento de silêncio, Mahiru olhou para Amane, um pouco atordoado.
"…Caiu."
"Sim, bom trabalho... Olha, é a prova de sua vitória."
Amane pegou o bicho de pelúcia pelo qual lutou tanto e o entregou a
Mahiru. A realidade de que ela finalmente ganhou o prêmio parecia estar
afundando. Bem diante de seus olhos, uma expressão de prazer transformou
suas belas feições.
“Eu—eu entendi. Eu entendi, Amane!”
“Você com certeza fez. Você se saiu muito bem na sua primeira vez.”
Ele deu um tapinha na cabeça dela por um trabalho bem feito, e ela apertou os olhos de
vergonha e abraçou com força seu prêmio, o gato de pelúcia que se parecia muito com Silky.
Ela parecia especialmente feliz por ter ganhado o brinquedo sozinha e sorriu
com satisfação enquanto esfregava a bochecha contra o bicho de pelúcia.
Amane estava sentindo um pouco de ciúmes do gato de pelúcia enquanto o apertava com
força com um sorriso angelical. Ele estava tendo dificuldade em manter suas emoções sob
controle enquanto a observava comemorar.
Mahiru abraçou o bicho de pelúcia com uma expressão de prazer incrível,
mas de repente ela olhou na direção de Amane e timidamente segurou

o brinquedo para ele.
“… Hum, você vai… aceitar isso?”
“Ah, eu?”
"Bem, você me deu tantos, e você parecia realmente gostar de Silky,
então..."
Amane gostava de gatos, e aquele gato em particular era fofo no jeito que ela
se parecia com Mahiru. Mas ele não podia sair e dizer isso, então ele apenas coçou
a bochecha e assentiu.
“…Ou você é um cara, então você não precisa de bichos de pelúcia; É isso…?" “Não, não
é por isso. Eu só estava me perguntando se está tudo bem para mim, já que você
trabalhou tão duro para ganhá-lo.”
“Eu estava tentando ganhar para você. Quer dizer, eu não quero parecer insistente,
humm... Mas você disse que parecia Silky, então eu pensei que talvez você gostasse,
então... Se você não quiser, eu vou decorar meu apartamento com isso, mas ..." Ela
olhou para ele inquieto, ombros caídos um pouco como se estivesse desanimado. Não
havia como ele recusar agora.
“Tudo bem, eu vou levá-lo e mantê-lo no meu quarto. Embora eu, uh... eu não vou colocá-lo no
meu travesseiro como você fez com o seu.
"Eu... eu gostaria que você esquecesse isso..." "Vou
guardar o gato como um tesouro."
Amane educadamente aceitou o bicho de pelúcia de Mahiru, pegou uma bolsa de

transporte para prêmios do dispensador próximo e colocou o gato dentro.
Mahiru o observou com um sorriso feliz, e Amane estava prestes a estender a
mão para ela novamente, quando—
"Huh? Shiina?”
Uma voz a chamou de algum lugar próximo, e Amane congelou.
Mahiru também enrijeceu, e ambos se viraram sem jeito para encarar
a direção de onde a voz tinha vindo. Parado ali estava um jovem cujo
rosto bonito era inocente e digno… Yuuta Kadowaki.
“Kadowaki?”
Ao ver Yuuta, Mahiru imediatamente colocou seu rosto sorridente angelical que ela
exibia na escola. Mas parecia um pouco mais rígido do que o normal, provavelmente
porque ela ainda estava lutando para recuperar a compostura.
Era Golden Week, então eles sabiam que havia uma boa possibilidade de
encontrar seus colegas de classe, mas eles nunca esperavam encontrar alguém
com quem começaram a sair recentemente.

"É surpreendente ver você em um centro de jogos... Uh, eu interrompi
alguma coisa, talvez?"
Yuuta notou Amane e parecia preocupado. Ele não parecia ter reconhecido
ainda que era Amane, mas assim que Amane falou, com certeza seria descoberto.
Por outro lado, a atenção de Yuuta estava focada em Mahiru, então havia uma
chance de que Amane pudesse passar despercebido.
"Não, de jeito nenhum...", disse Mahiru.
"Esta é a primeira vez que ouço sobre você ter um namorado, você sabe." “Ele não é
meu namorado; não temos esse tipo de relacionamento.” Amane sentiu uma pontada
de mágoa com a negação de Mahiru, mas era verdade que eles não estavam
namorando, então ele realmente não tinha o direito de reclamar. Teria sido mais estranho
se ela tivesse dito o contrário.
"B-bem, para todas as aparências... Hmm?"
Yuuta, obviamente confuso com o comportamento teimoso de Mahiru, estava prestes a
questioná-la novamente, quando de repente ele focou sua atenção em Amane.
Seus olhos se encontraram, e a bochecha de Amane se contraiu.
Yuuta olhou duro, como se estivesse intrigado com o que viu. Esta foi uma situação
extremamente ruim para Amane.
“… Fujimiya?”
Assim como Amane esperava, Yuuta o reconheceu.
Eles não estavam saindo por tanto tempo ainda, mas mesmo assim, estava claro que
Yuuta era perceptivo. Não importa o quão diferente Amane vestisse ou arrumasse seu
cabelo, ele não poderia enganar seu novo amigo.
Amane esperava que talvez Yuuta não olhasse para um estranho tão
de perto, e ele parecia bem diferente hoje, mas Yuuta não perdeu a
conexão.
“Huh, Fujimiya… É você, certo? Eu posso dizer agora que vejo vocês de perto... Será que
vocês dois se conheceram há muito tempo e se encontraram novamente na escola?”
“Não, bem…”
Yuuta pareceu tomar isso como confirmação quando viu Mahiru hesitando em
responder. Ele olhou para trás e para frente entre Mahiru e Amane, parecendo
absolutamente surpreso.
Antes de começar a sair com Yuuta, Amane poderia ter negado tudo, mas
agora isso não era nem remotamente possível. Ele suspirou pesadamente e
pressionou sua testa, então olhou para Yuuta, que estava com uma
expressão curiosa.

“… Estou impressionado que você me reconheceu.”
"Eu sabia! Bem, de alguma forma eu sabia que era você, Fujimiya.”
“É tão fácil dizer?”
“Nah, eu não acho que ninguém em nossa classe entenderia você tão rápido. Você não
faz esse tipo de cara com muita frequência.”
Amane não tinha certeza do que “esse tipo de rosto” significava, mas por
enquanto, Yuuta não parecia ter feito a conexão entre Amane e o “homem
misterioso” com quem Mahiru tinha sido visto, então ele ficou aliviado.
"De qualquer forma, é realmente outra coisa encontrar vocês dois, juntos
assim."
“…Não há nenhum ponto em esconder isso, então eu vou te dizer. É como você disse,
nós realmente nos conhecemos desde antes de começarmos o segundo ano. Eu até
admito ser bons amigos. Mas nós realmente não temos o tipo de relacionamento que você
está imaginando, Kadowaki.”
"…Oh sério?"
"Mesmo."
Mahiru não hesitou em negar que havia algo acontecendo, então, embora o
deixasse triste ao dizer isso, Amane também foi claro em sua negação. Causaria
problemas para Mahiru se o mal-entendido fosse mais longe ou se tornasse
mais complicado. Aquele que os encontrou por acaso era Yuuta, então ele não
estava tão preocupado, mas haveria problemas se outros suspeitassem - e seu
segredo fosse divulgado. Ele absolutamente teve que proibir Yuuta de falar
sobre isso.
Amane adotou uma postura firme, e Mahiru agarrou sua manga e olhou
para ele. Ela parecia ter algo a dizer, mas não fez nenhum movimento para
abrir a boca, então, por enquanto, ele não a pressionou.
Yuuta observou o comportamento de Amane e Mahiru e, entendendo ou
não, ele deu de ombros ligeiramente.
“Hmm… Bem, está tudo bem. Eu tenho que dizer, é como Itsuki
disse.”
"O que ele disse?"
Os olhos de Amane se estreitaram involuntariamente quando ele pensou em Itsuki
tendo algum deslize da língua.
“Nada com que você precise se preocupar.” Yuuta riu. “Mas ele disse que você fica legal
quando se veste adequadamente. Eu só estava pensando que você parece realmente
afiada.

“Isso soa sarcástico vindo de você, Kadowaki.”
Amane não podia fazer nada além de sorrir amargamente com o elogio do
galã de topo em seu ano, talvez em toda a escola.
Yuuta era o tipo de cara que não precisava tentar ser atraente. Caras como
Amane, que tinham que gastar tempo se arrumando apenas para parecer
decentes, sempre estavam destinados a ter ciúmes de caras como ele. Amane não
chegou ao ponto de invejar a boa aparência do outro menino, mas de vez em
quando imaginou ter uma vida mais brilhante se tivesse a sorte de nascer assim.
“Eu não estava tentando ser sarcástico. Apenas dizendo, você deve se estilizar assim o
tempo todo.”
"De jeito nenhum; seria uma dor de definir meu cabelo todas as manhãs. E
se destacaria se de repente eu aparecesse na escola assim.”
“Bem, isso é verdade, mas… Shiina, você deve saber que Fujimiya
poderia ser assim?”
"Isso é, bem... Sim."
Mahiru assentiu desconfortavelmente enquanto Yuuta se virava para estudá-la.
Não era um olhar de escrutínio ou desconfiança. Mais como se ele estivesse procurando por
pistas.
"Mm-hmm, acho que entendi."
"Entender o quê?"
"Que você também não quer causar nenhum problema a Shiina."
Mahiru pareceu assustado com suas palavras. Yuuta riu baixinho e disse: “Você é
mais fácil de ler do que eu esperava, Shiina.”
Ele deu um sorriso fino. Parecia um pouco quente, mas solitário de certa forma - e
talvez até tingido com um pouco de ciúme.
“Hum, Kadowaki?” Mahiru perguntou hesitante.
"Hmm?"
“Bem... eu gostaria de lhe pedir para não dizer nada sobre isso para outras
pessoas. Sobre sermos f-amigos e... tudo. Mahiru ficaria incomodada se ele dissesse
alguma coisa, então ela também pediu seu silêncio.
Yuuta assentiu prontamente. “Ah, você não precisa se preocupar com isso. Acho
que entendo por que você quer manter isso escondido, e aprecio como você se sente.
Além disso, descobri que uma vez que os rumores sobre você se espalham, você não
gosta muito de espalhá-los.
Amane nunca foi tão grato que Yuuta era uma pessoa tão

personagem. Além disso, ele imaginou que a situação deles provavelmente era algo com o
qual Yuuta poderia se relacionar profundamente. Ele era extremamente popular com as
garotas da escola, e muitas vezes tinha que lidar com ciúmes de membros do seu próprio
sexo, e por outro lado, se ele fizesse amizade com um membro do sexo oposto, essa
garota estaria em perigo. Ele havia dito isso a Amane, então provavelmente estava falando
por experiência própria.
Mesmo que eles não tivessem um relacionamento romântico, se soubessem que
um cara comum como Amane se tornara amigo do gracioso anjo Mahiru, que rejeitava
todos os pretendentes, certamente haveria problemas.
Amane ficou muito agradecido por Yuuta aparentemente entender
isso e manter a paz.
“Obrigado, Kadowaki.”
“Sim, bem, eu acho que é a coisa normal a se fazer. E, além disso, eu não gostaria
de fazer nada para prejudicar nosso relacionamento, Fujimiya. Não depois que
finalmente consegui fazer um amigo.
Yuuta lançou um de seus sorrisos brilhantes para eles, e olhando para ele, Amane
entendeu porque esse garoto era tão popular. Mesmo falando como outro garoto,
Amane achava que Yuuta era um cara amigável e sério, então ele podia entender
como as garotas o achavam absolutamente encantador. Não era apenas porque ele
era bonito; ele também era uma boa pessoa. Os outros caras de sua classe não
tiveram a menor chance.
“Ah, isso mesmo. Fujimiya?”
"Hmm?"
"Vejo você depois de amanhã."
Aquele dia, que Yuuta mencionou casualmente em um tom um pouco
tímido, foi o dia em que Amane, Itsuki e Yuuta planejaram ir ao karaokê juntos.
Em outras palavras, Yuuta estava dizendo a ele que pediria mais detalhes sobre
essa situação.
Quando seus olhos se encontraram, Yuuta estava com um sorriso brincalhão, sustentado
por sua peculiar marca de confiança.
"Entendido", respondeu Amane, embora realmente sentisse vontade de fugir.
Mahiru observou Amane e Yuuta com uma pitada de ciúmes.
"Me desculpe por isso."

Eles haviam se separado de Kadowaki e estavam a caminho de casa, e em

a caminhada até os apartamentos da estação de trem mais próxima, Amane se desculpou
com Mahiru em voz baixa.
Mahiru, que estava bastante satisfeita por ter ganhado alguns outros brinquedinhos no
centro de jogos, piscou os olhos cor de caramelo surpresa com esse pedido de desculpas
repentino.
"Por que você está se desculpando, de repente?"
"Bem... por ser descoberto por Kadowaki."
“Certamente foi um acidente. Além disso, acho que tudo acabou bem.
Ele parecia ser bastante compreensivo…”
Agora que ela disse isso, ele sabia que era verdade, mas mesmo assim, ele estava irritado que
alguém suspeitasse que eles estavam namorando.
Felizmente, Yuuta não ficou muito tempo, provavelmente porque ele poderia dizer
o quão desconfortável Amane estava naquela situação. Ainda assim, o coração de
Amane apertou ao ouvir Mahiru negar tudo tão definitivamente.
“Além disso, não é como se não estivéssemos cientes de que algo assim poderia
acontecer quando decidimos sair”, continuou Mahiru. “Considerando as possibilidades,
acho que tivemos sorte que foi Kadowaki quem nos viu.”
"Você está certo. Para melhor ou pior, Kadowaki sabe, mas pelo menos ele está sendo
legal sobre isso. Ele realmente é um cara de pé.”
É uma coisa boa que ele é o único que encontramos.
Amane se resignou a ser interrogado mais tarde, mas quando ele
considerou que não teria mais que se sentir culpado por continuar escondendo
coisas de Yuuta na escola, na verdade provavelmente foi uma coisa boa que
eles foram descobertos.
Amane tinha a sensação de que Yuuta também havia discernido como ele se sentia
sobre Mahiru, mas contanto que ele não contasse a Mahiru, não haveria nenhum
problema nessa frente.
Ele provavelmente seria um pouco provocado no karaokê, mas Yuuta e Itsuki
tinham alguma discrição nessa área, então ele não deveria ficar tão ruim.
“…Amane, você tem uma boa opinião sobre Kadowaki, não tem?” "Hmm? Eu
acho que sim. Tivemos cada vez mais chances de conversar, e percebi que
ele é popular porque é um cara muito bom. Ele é realmente atraente por dentro
e por fora.”
— E você confia nele, não é?
"Confia nele…? Bem... Sim, eu acho que ele é um cara de pé.
Amane já sabia que poderia ser bem exigente com as pessoas que enforcava

fora com. Se ele não gostasse da personalidade de alguém, ele naturalmente os
manteria à distância. Mas o instinto de Amane lhe disse que Yuuta era um cara legal, e
era exatamente por isso que ele não estava em pânico ao ser descoberto.
“Tudo bem, bem, eles dizem que os pássaros da mesma plumagem voam juntos,” Mahiru
meditou.
“Não sei se pertenço a esse rebanho…”
“Você está se rebaixando de novo, Amane. Kadowaki decidiu ser seu
amigo porque gostou da sua personalidade, certo? Não é a mesma coisa que
você pensou sobre ele? E Kadowaki, que você acha que é confiável,
reconhece algo bom em você, então você deveria ter mais confiança.”
Mahiru gentilmente cutucou sua bochecha com a ponta do dedo, e Amane sorriu
suavemente para ela.
Claro que ele não podia conceder seu desejo, mas como alguém que sempre
pensava o pior de si mesmo, ele estava grato por sua garantia.
Amane riu baixinho com o repentino sermão de Mahiru sobre autoconfiança, mas
também se sentiu muito grato por ela.
"Você está sempre dizendo coisas boas sobre mim, hein, Mahiru?"
“Bem, eu só estou dizendo a verdade. Não é bom para você ser sempre tão duro
consigo mesmo.”
“É um hábito.”
“Bem, por que você desenvolveu esse mau hábito? É uma dor real, você sabe.”
Mahiru resmungou em franca frustração.
Ele não tinha certeza de como responder à pergunta. Embora soubesse
perfeitamente bem o motivo.
A resposta simples era que ele tinha medo do fracasso.
Os humanos são aprendizes rápidos. Isso vale para coisas boas e ruins.
Amane não queria falhar e não queria criar esperanças, apenas que os outros
se voltassem contra ele. Então, para se proteger da decepção, ele manteve suas
expectativas baixas.
Mas ele não sabia como deveria dizer isso a Mahiru. E honestamente, ele
particularmente não queria ter que explicar isso.
Mahiru o encarou com olhos claros, como se pudesse ler sua mente. Então, assim
que ele começou a se sentir desconfortável, ela desviou o olhar, inclinou-se para ele e
apertou-se contra seu braço novamente.
“Se você não quer me dizer, você não precisa, mas por favor, lembre-se que
eu aceito você, ok? Não é bom ser tão duro consigo mesmo.”

"…Certo."
“Se eu precisar, vou te elogiar até você me implorar para parar.” “Uau,
assustador. Você diz assim, mas eu realmente quero que você pare. Não
aguento mais.”
“Bem, então, você precisa ter mais autoconfiança.”
Mahiru sorriu levemente e apertou sua mão. Sentindo o calor subindo gradualmente
em seu peito, mas não querendo destruir este momento agradável, Amane não o soltou.
Ele apenas respondeu com um “obrigado” baixinho e continuou andando pela estrada
para casa.
Ele não queria soltar a mão dela, mas sabia que eles teriam que soltá-la assim que
chegassem em casa, então ele deliberadamente caminhou um pouco devagar, e Mahiru
acompanhou seu passo sem dizer mais uma palavra.

“Agora, então, eu gostaria de lhe perguntar um pouco sobre o que aconteceu
anteontem.”
Foi dois dias depois do passeio de Amane com Mahiru. O dia em que ele tinha planos
de ir cantar karaokê com Itsuki e Yuuta.
Assim que eles se reuniram e entraram em sua sala reservada, Yuuta
imediatamente se virou para ele com um sorriso.
Amane havia se preparado para um interrogatório, mas mesmo assim, ele se sentiu muito
estranho ao ser questionado sobre isso novamente.
Itsuki parecia ter ouvido sobre o incidente de Yuuta e estava usando
uma expressão que diziaUh-oh, você foi pego!Ele nem estava tentando
esconder sua diversão.
Depois de levar aos lábios o copo de refrigerante de melão que havia pegado
no bar self-service e molhar a garganta, Amane começou a explicar
relutantemente.
“… Não é nada tão sério. Itsuki e Chitose já sabiam disso. Mahiru e eu
moramos lado a lado. Isso foi honestamente uma coincidência total. E
bem, um monte de coisas aconteceram, e nos aproximamos, eu acho.”
Graças a Chitose, não adiantava tentar esconder o fato de que eles já

estavam pelo primeiro nome, então, ao explicar a situação, ele usou o nome
de Mahiru como sempre fazia em casa.
“Vocês se conheceram e depois saíram juntos?” "Sim."

Eles eram obviamente mais do que simples conhecidos. Na melhor das
hipóteses, pareciam amigos, na pior, amantes. Mas no que dizia respeito a
Amane, pelo bem da honra de Mahiru, ele tinha que negar tudo
categoricamente.
“Definitivamente não é o tipo de relacionamento que você está imaginando, Kadowaki,” ele
reafirmou.
“E tenho a sensação de que não é bem o que você está descrevendo,
Fujimiya.” "Vamos-"
“A situação deles vai muito além dos amigos, eu diria,” Itsuki interveio.
“Considerando que Shiina vem fazer o jantar para ele todos os dias.”
A bochecha de Amane se contraiu quando ele olhou para seu amigo. “Itsuki!”
“A verdade viria à tona mais cedo ou mais tarde, então é melhor se apressar e
contar tudo agora.”
Quando ele colocou dessa forma, Itsuki provavelmente estava certo, mas de
repente fornecendo o detalhe de que Amane estava comendo a comida caseira de
Mahiru todos os dias, ele garantiu um mal-entendido.
“… Então ela é como sua namorada?”
“Nem um pouco”, insistiu Amane. “Nós dois moramos sozinhos, então é mais conveniente
dividir os custos da alimentação e fazer o suficiente para dois; isso é tudo."
“Sim, isso é definitivamente tudo o que é…”, Itsuki disse sem um traço de sinceridade.
Yuuta não parecia impressionado. “Isso não é muito convincente, Fujimiya…” “Você
também não, Kadowaki…”
Ele e Mahiru definitivamente não estavam apaixonados um pelo outro, mas ele estava
tendo dificuldade em explicar isso, e o jeito que Yuuta estava olhando para ele o estava
deixando nervoso. Não que ele estivesse tão composto para começar.
“Normalmente, uma garota não fica com um cara que ela não aprova, e ela
definitivamente não o seguiria até o apartamento dele. A menos que seja ela quem está
correndo atrás dele de qualquer maneira.
O adendo de Yuuta no final parecia ter vindo de um lugar de experiência, o que
lembrou Amane como Yuuta era cauteloso com as garotas e suas intenções. Mas
ele estava certo, mais ou menos, Amane percebeu.
Garotas, e Mahiru em particular, geralmente eram muito cuidadosas e
normalmente não abordavam caras sem motivo. Amane reconheceu que o fato
de Mahiru se associar a ele era quase milagroso. Mas ele sabia que este era um
caso especial.
Amane simplesmente não conseguia imaginar que ela iria gostar dele como um cara, ou

algo assim. Às vezes ele até pensava que a razão pela qual Mahiru estava tão
confortável perto dele era porque ela nem o considerava um homem.
“… Fujimiya, você é tão duro consigo mesmo,” Yuuta disse. "E você pode ser
muito teimoso."
“O que ele disse,” Itsuki concordou.
Itsuki e Yuuta estavam olhando para Amane com olhares exasperados, então
foi muito desconfortável.
“Então, quando se trata disso, você gosta de Shiina?”
Yuuta escolheu lançar essa pergunta ultrajante para ele no exato momento em
que Amane tomou um gole de seu refrigerante de melão para mascarar seu
desconforto, e ele quase cuspiu de volta. “… Por que você perguntou isso, de repente?”
ele gaguejou.
“Bem, você está sendo muito cauteloso, mas eu vi como você agiu quando saiu com
Mahiru, então tenho certeza que você deve se importar com ela, mesmo que só um pouco.
Além disso, eu poderia dizer pelo jeito que você olhou para ela - e por todo o seu
comportamento, realmente - que você gosta dela.
Amane assentiu humildemente. "... Há algo de errado com isso?"
Cara, Yuuta com certeza presta muita atenção…
Por alguma razão, Yuuta sorriu ironicamente para ele. "Não, não é ruim nem
nada, mas... mmm, provavelmente não será fácil, eu imagino."
“Não tenho ilusões sobre namorar Mahiru.”
“Sim, sim, posso ver que ainda há algumas coisas que você não entende.
Itsuki está aqui para te encorajar também.”
“Você poderia dizer isso,” Itsuki murmurou. “O que eu realmente quero é dar a ele um
forte chute na bunda.”
Yuuta assentiu. "Eu sei exatamente como você se sente."
“Não me digaisso éonde vocês dois concordam...” Amane gemeu. Então agora
Yuuta está pronto para me chutar na bunda também?
“Olha, cara, a coisa é: é realmente frustrante assistir”, disse Itsuki. “Queremos que você
empurre um pouco a questão.”
“Dá um descanso já!”
"Aguentar; apenas escute por um segundo, tudo bem?” Itsuki continuou. “Shiina baixa
a guarda perto de você. Se você colocar um pouco de pressão, ela vai ceder com certeza.”
“Ok, escute, eu admito, Mahiru provavelmente gosta de mim, mas... ela não gosta de mim.
dessa maneira; você sabe o que eu quero dizer?"

Itsuki fez tudo parecer tão fácil, mas Amane sabia melhor.
Para começar, ele estava incrivelmente autoconsciente sobre o fato de sua profunda
afeição por Mahiru. Ele tinha que admitir que ela parecia se importar com ele mais do que
qualquer outro cara, mas ele não achava que seus sentimentos fossem românticos. Em vez
disso, ele imaginou que era algo parecido com o que você pode sentir em relação a um
confidente próximo e confiável.
"Como você pode dizer isso, quando você viu o jeito que ela olha para
você?" “O que ela acharia atraente em mim?”
Quando Amane ofereceu essa refutação, Itsuki deu um tapa nas costas dele o mais
forte que pôde.
“… Uau!”
“Eu me sinto mal por bater em você, masvamos, você está brincando comigo?
Você realmente tem muito pouca confiança! Você perde a coragem ou foge no
momento mais crucial.”
“… Sim, bem, e daí? É assim que eu sou. Eu não posso evitar.” “Temos que
quebrar o hábito, então. Você está muito para baixo consigo mesmo.” “Mahiru
me diz muito isso.”
“…Então está incomodando Shiina também?” Yuuta perguntou.
“Está incomodando todos nós que temos que vigiá-lo!” Itsuki clamou. “Esse
cara é tão teimoso com coisas assim.”
“Cala a boca, sim!”
Amane realmente odiava quando as pessoas se juntavam a ele.
Era assim que ele era, e mesmo que tentasse mudar, certamente não seria tão
fácil. Memórias traumáticas não foram embora apenas porque ele queria. Ainda
não havia passado tempo suficiente para ele tentar esquecer e seguir em frente.
Amane estava bem ciente de quão patético e inútil ele era, mas não havia
nada que pudesse fazer.
“Quero dizer, não posso forçar sua mão se você me disser que já teve o suficiente”,
disse Itsuki. “Mas se você gosta de Shiina e quer sair com ela, precisa se esforçar mais.”
“…E você acha que eu posso fazer isso?”

"Se você não fosse tão covarde..." "Ah,
cale a boca."
“Vamos, já chega,” Yuuta repreendeu. “Mas eu tenho que dizer que concordo com
Itsuki. Você deveria ter um pouco mais de fé em si mesmo, Fujimiya. Mesmo,

você chamaria muita atenção na escola se se vestisse como no outro dia.
Talvez você devesse praticar um pouco.”
"Prática?"
“Bem, você não teve nenhum problema em se vestir para Shiina, e você também não
surtou quando eu te vi assim. Então, talvez pratique seu novo visual em pessoas que você
conhece, para que você possa se acostumar com isso. Uma boa maneira de aproveitar esta
pausa preciosa, você não acha?”
“… Significa o quê?”
"Vamos ver; Eu tenho um pouco de cera de cabelo aqui em algum lugar…”
Rapidamente, Yuuta tirou algumas ceras masculinas de sua bolsa. Quando seus olhos se
encontraram, Yuuta estava sorrindo corajosamente. Típico do príncipe da classe, era um
sorriso adorável, mas deu um arrepio na espinha de Amane. “Então que tal?” ele perguntou.
"…Eu vou passar."
“Vamos, não seja tímido.”

“Ei, uh, não estamos em um salão de karaokê? Não deveríamos estar fazendo karaokê ou
algo assim?”
“Ah, você tem razão!” Yuuta respondeu. “Ok, eu vou cantar, então vou confiar
Amane aos seus cuidados, Itsuki, meu amigo.”
“Apenas deixe comigo.”
"Você deve estar brincando...", Amane murmurou. Tudo o que ele recebeu em troca foi um
sorriso entusiasmado.
“Quero dizer, geralmente esse não é o tipo de coisa que eu faria à força, mas...
no seu caso, Amane, é hora de você se acostumar a ser o centro das atenções,
então eu tenho que tome medidas drásticas!”
"Ei, você não pode... Waah!"
Itsuki sorriu e brandiu o pente e a cera de cabelo, e embora Amane tentasse
recuar, não havia espaço suficiente para um retiro adequado na pequena sala de
karaokê.
Amane foi forçado a suportar o canto alegre de Yuuta enquanto Itsuki se intrometia com
seu cabelo.
"…Bem-vindo a casa…?"
Quando Amane voltou para seu apartamento, Mahiru saiu para cumprimentá-
lo com uma pergunta na voz.

Ela estava fazendo bifes de hambúrguer estufados para o jantar e entrou cedo
no apartamento de Amane para fazer o molho.
Ela havia enviado uma mensagem para ele dizendo que o jantar estava quase pronto, então ele
sabia que ela estaria em sua casa, mas quando viu o rosto de Mahiru novamente, sentiu uma onda
de alívio.
"Estou de volta…"
"Por que você parece tão desgastado...?"
“…Itsuki teve seu jeito comigo.”
Itsuki nunca tinha visto o visual de “homem misterioso” de Amane, então ele estilizou o
cabelo de Amane de uma maneira que achou legal, o que é claro que não combinava com o
que Amane estava acostumada.
Para piorar as coisas, depois que terminaram o karaokê, os outros garotos o
arrastaram para uma loja que carregava o tipo de roupa que Amane provavelmente
não teria e então embarcaram em uma caçada por algo que combinasse com ele.
Ele não tinha odiado a experiência nem nada, mas estava completamente
exausto, tendo sido tratado como uma boneca de fantasia por seus dois
amigos.
"Uh-huh, você teve um momento difícil, não foi?" “… Eles
brincaram comigo como um brinquedo…” “Você deve
estar cansado.”
Talvez porque ela pudesse dizer que ele não estava realmente chateado, Mahiru deixou
escapar uma risada silenciosa enquanto o elogiou por sua paciência.
Sentindo-se um pouco envergonhado por ser tão transparente, Amane jogou a
sacola contendo as roupas novas que havia comprado em seu quarto e foi até a pia
lavar as mãos.
Mahiru voltou para a cozinha para servir o jantar, então, quando Amane
entrou na sala depois de lavar bem as mãos e enxaguar a boca, ela já havia
colocado os pratos de bifes de hambúrguer estufados na mesa de jantar.
Amane se sentiu mal por não ajudar, então, como sempre fazia, foi até a
cozinha para servir o arroz cozido.
Amane sempre achou que arroz combinava bem com bife de hambúrguer, e
o indescritível aroma doce de arroz recém-cozido o fez sorrir.
“Cara, estou muito cansado… Mas na verdade, isso me fez apreciar Itsuki e Yuuta
novamente. Eles são incríveis."

"O que você quer dizer?"
Depois de servirem a salada e a sopa de batata e se sentarem do outro lado da
mesa, Mahiru inclinou a cabeça para os curiosos resmungos de Amane.
“Bem, fomos incomodados constantemente enquanto estávamos andando. Isso me fez
perceber que os caras que sempre foram populares são uma raça diferente de humanos. Eles
estão acostumados a esse tratamento, e a maneira como eles passam pela vida é apenas
diferente.”
Quando os meninos saíram para fazer compras depois do karaokê, por algum
motivo, várias garotas que pareciam estar na idade da faculdade vieram falar com
eles várias vezes.
Bem, Itsuki e Yuuta eram ambos caras bonitos, embora de maneiras diferentes,
então parecia natural para eles chamarem a atenção das garotas. Eles haviam
experimentado o chamado pickup reverso.
Eles haviam recusado todas as propostas, no entanto. Itsuki tinha seu verdadeiro
amor, Chitose, e o príncipe da classe aparentemente odiava garotas insistentes. Ele tinha
um sorriso doce, mas estava sempre em guarda e, em pouco tempo, seus possíveis
namorados receberam a mensagem de que ele os estava recusando. Mesmo quando ele
os rejeitava, Yuuta era afável e atencioso, para não ferir seus sentimentos. E parecia
funcionar bem para ele. Amane havia lutado para lidar com uma situação semelhante
anteriormente e ficou impressionado com o tato bem treinado de seu amigo.
“…As meninas também falaram com você, Amane?”
“Eles fizeram, mas apenas porque eu estava com os caras.”
Se ele tivesse que adivinhar, as garotas estavam realmente interessadas apenas em
seus dois amigos e viam Amane apenas como um belo bônus. Afinal, como ele bem sabia,
era muito ruim em conversar com estranhos. De vez em quando, alguém falava com ele
quando ele saía para algum lugar, mas desta vez havia dois caras excepcionalmente
bonitos ao lado dele, então ninguém iria dar uma segunda olhada nele.
Amane deu de ombros e sorriu ironicamente, mas por alguma razão, Mahiru
estava fazendo um beicinho.
"O que é isso?" ele perguntou. "Você quer me dizer que estou sendo muito duro comigo
mesmo?"
"Bem, há também isso... Mas não é isso."
"Então o que é?"
“…Se você não sabe, então não se preocupe com isso,” Mahiru disse
inutilmente, antes de apertar as mãos em agradecimento. "Vamos comer."
Amane ficou perplexo, mas ele a imitou e apertou as mãos

juntos, agradecendo pela comida e por Mahiru.
Foi um dia depois que os três garotos foram ao karaokê.

Como sempre, Mahiru foi ao apartamento de Amane.
Recentemente, ela passou muito tempo lá quando não estava na escola. Na
verdade, desde o início da Semana Dourada, ela estava na casa dele quase
todos os dias. Mesmo que ela não estivesse lá durante o dia, ela sempre vinha
fazer o jantar à noite. Amane, é claro, estava muito feliz por ter o objeto de sua
afeição por perto, então ele deixou Mahiru fazer o que ela quisesse.
Hoje, ela estava ao lado dele jogando em seu telefone. Brincar com seu telefone era uma
coisa completamente normal de se fazer, é claro, mas ela estava olhando para a tela com um
pouco mais de entusiasmo do que o normal.
E embora fosse uma invasão de sua privacidade espiar a tela, e Amane não
tinha intenção de fazê-lo, ele não pôde deixar de dizer algo, já que era tão
incomum para Mahiru ficar absorto em seu telefone assim. , quando ela
geralmente só o usava para entrar em contato com alguém ou procurar algo.
“O que você andou olhando todo esse tempo?” Amane arriscou, imaginando que
apenas perguntar não seria rude.
Por alguma razão, Mahiru pulou com sua pergunta. Então ela se virou para olhar na
direção de Amane com uma carranca nervosa. Amane ficou intrigado. Ele não tinha certeza do
que poderia fazê-la agir dessa maneira.
Então Mahiru se afastou dele. Ela só fazia isso quando se sentia
culpada por alguma coisa.
“…Você está escondendo alguma coisa,” Amane insistiu. “E-
escondido...? Bem, prometa que não vai ficar bravo? "Você
está fazendo algo que me deixaria louco?"
Amane foi informado de que sua expressão facial de descanso parecia um pouco mal-
humorada, mas ele raramente ficava com raiva, e nunca antes ficara realmente chateado com
Mahiru. Ele não achava que ela lhe daria uma razão para perder a paciência – na pior das hipóteses,
ele poderia imaginar ficar um pouco irritado.
“…Dependendo de como você está se sentindo, você pode ficar
chateado.” "Hmm. Bem, por que você não me diz, e vamos ver? “…Bem,
sua mãe tem… me enviado fotos antigas de você.”

“Ah, tenho certeza que ela tinha muito para compartilhar…”
Ele tinha muitas perguntas para sua mãe sobre por que ela achava que não
havia problema em enviar fotos dele para Mahiru do nada.
“B-bem, há uma razão, você vê. Sua mãe e eu estávamos conversando, e por
acaso entramos no assunto do Dia das Crianças, e… e eu disse ‘aposto que Amane
era muito fofo quando era pequeno…’ Então você vê…”
“Espere, deixe-me dar uma olhada neles. Ela não lhe enviou nada realmente
ultrajante, certo?
Quando se tratava de fotos antigas, com certeza havia algumas que Amane havia
esquecido. Mas ele definitivamente podia se lembrar de alguns que capturavam
momentos embaraçosos que ele preferia que ninguém visse. Sua mãe realmente
deveria tê-lo deixado inspecionar as fotos antes de enviá-las para Mahiru.
Mahiru se recusou a responder sua pergunta. Ela nem sequer o olhava nos
olhos. Pela reação dela, Amane podia adivinhar que as fotos eram algo que ele
não gostaria. Ele a encarou, mas não estava disposto a tentar arrancar o
smartphone de suas mãos, então decidiu pressioná-la até que ela cedesse e
confessasse.
"Mahiru... você prefere cooperar e me mostrar as fotos, ou eu vou ter que te
incomodar até você fazer isso?"
Com um olhar sério no rosto, Amane sentou-se sobre um joelho e colocou a mão
no encosto do sofá atrás da cabeça de Mahiru. Ele se inclinou para perto dela,
deixando-a com pouco espaço para escapar.
O rosto de Mahiru ficaria pálido quando ela visse que ele a havia encurralado... ou assim
ele pensou, mas em vez disso ela ficou vermelha e apertou sua almofada favorita contra o
peito. Ela parecia ainda mais nervosa do que antes, mas ainda não estava falando.
Isso e ruim…?
Amane teve uma sensação de naufrágio. Ele continuou olhando fixamente nos
olhos de Mahiru, mas não obteve a reação que esperava. Longe disso, ela tentou
empurrar a almofada em seu rosto.
Amane agarrou a almofada e a jogou de lado. Ele não entendia por que ela
estava fazendo tanto barulho. Mahiru não devia estar segurando a almofada
com muita força, porque ele conseguiu arrancá-la facilmente da mão dela e
mandá-la rolar pelo chão.
Mahiru ainda não havia saído de seu lugar no sofá.
"Vamos; é hora de confessar,” Amane sussurrou enquanto ele se aproximava para beliscar sua
bochecha.

Sem aviso, Mahiru se jogou no sofá. Aconteceu tão rápido que
Amane não conseguiu reagir e, ao cair, Mahiru colidiu com o braço que
ele estava usando para se apoiar, então ele também perdeu o
equilíbrio e caiu no sofá. Felizmente, ele conseguiu se segurar antes de
esmagar Mahiru, mas acabou muito mais perto dela do que esperava.
Ambos congelaram com essa proximidade repentina.

Seus corpos não estavam muito próximos, mas seus rostos estavam tão próximos que
suas respirações se entrelaçavam, e se ele se inclinasse um pouco, seus narizes se
chocariam. Amane estava perto o suficiente para ver que os longos cílios que cercavam os
olhos grandes e cor de caramelo de Mahiru tremiam levemente. A essa distância, o cheiro
doce característico de Mahiru encheu suas narinas, e ele não sabia o que deveria fazer.
Ambos estavam congelados, mas Mahiru foi o primeiro a se mover.

Seus lábios rosa claro tremeram, e ela apertou os olhos com força. Seu rosto
estava corado, e ela estava respirando superficialmente, tímida. Ela parecia nervosa,
como se estivesse se preparando para algum tipo de impacto, mas seus lábios
pareciam macios e doces. Ela parecia ao mesmo tempo inocente e sedutora. Mahiru
praticamente incorporou tais contradições. Amane não conseguia desviar o olhar.
A visão dela despertou tanto o desejo de protegê-la quanto o desejo de
torná-la sua e, apesar de seu melhor julgamento, Amane estendeu a mão.
—
— e beliscou Mahiru na bochecha.
"Wha-?"
"... Essa é uma cara engraçada", ele murmurou com uma risada irônica.
Os olhos de Mahiru se abriram e sua expressão mudou em um instante.
Em vez da timidez de antes, agora era mais como partes iguais de vergonha
e raiva. Ela olhou para ele com os olhos cheios de lágrimas. “É isso que você
vai dizer depois de prender uma garota e tocar seu rosto?”

Amane sorriu novamente. “Ok, ok, esse foi o meu mal. Eu não estava esperando
uma luta.”
"Oh, bem, desculpe-me por brigar!" ela respondeu. “Só aconteceu
porque você me empurrou para baixo!”
“Isso foi porque você estava escondendo as fotos que minha mãe te mandou pelas minhas
costas.”
“Ah! …Ughh.”
Quando ficou claro que Mahiru não diria mais nada, Amane se afastou
dela, ainda sorrindo. Ele deslizou a mão entre o sofá e as costas de Mahiru e
a ajudou a se sentar. Mahiru moveu os lábios como se estivesse
murmurando algo para si mesma e fez uma expressão estranha.
"Então...", disse Amane. "Você vai me deixar examinar minhas próprias
fotografias?"
"... Bata-se fora", disse ela com resignação. Ela ainda parecia irritada, e seu
rosto estava vermelho como sempre, mas ela mostrou a Amane a lista de
imagens da conversa entre sua mãe e ela.
Se ele fosse apontar o quanto ela estava corando, ela provavelmente sairia correndo do
apartamento dele, então Amane resistiu à vontade de dizer qualquer outra coisa enquanto
desviava o olhar para que Mahiru não pudesse ver seu rosto.
... Isso foi uma surpresa.
Amane estava tentando manter a calma, mas mesmo agora seu coração estava batendo
em um ritmo com força explosiva.
Ele não tinha certeza do que poderia ter feito com Mahiru se não tivesse se
contido e a beliscado em vez disso. Ela certamente não tinha mostrado sinais de
impedi-lo.
Cara, eu era quase um verdadeiro idiota naquele momento...
A vergonha pesava em seu estômago. Sim, tinha sido um acidente, e talvez ambos
fossem pelo menos um pouco culpados. Mas isso certamente não tornava correto
tocar Mahiru tão intimamente, de uma maneira normalmente reservada para os
amantes. Isso não seria aceitável.
Se ele tivesse ido em frente e a beijado, ele tinha certeza que Mahiru teria
começado a chorar ou algo assim. Não seria certo fazer algo assim. Ele não era
seu namorado nem nada. E se ele tivesse feito isso de qualquer maneira, ela
definitivamente o teria cortado de sua vida para sempre.
Amane não queria ser o tipo de pessoa egoísta que só pensava no
que queria.

“…Amane, você disse que queria checar as fotos, mas você vai mesmo olhar para
elas?” Mahiru perguntou. Ela parecia ainda mais mal-humorada do que antes, e
quando Amane olhou em sua direção, ele viu que a vermelhidão em seu rosto
finalmente começou a diminuir um pouco, e ela estava com as bochechas um pouco
inchadas.
“Desculpe, eu estava ocupado
pensando.” "Fictício."
Mahiru não costumava insultá-lo, e ela usou uma palavra que era meio fofa,
mas Amane podia dizer pelo tom dela que ela estava ficando sem paciência,
então ele rapidamente olhou para o smartphone.
No rolo de fotos havia fotos de Amane da pré-escola e do ensino fundamental.
De relance, ele não viu nada especialmente doloroso, o que foi um alívio, mas havia
imagens dele radiante com um sorriso inocente que ele não conseguia nem
imaginar imitando agora, então ele ainda se sentia muito envergonhado.
O rosto de Amane estava ficando vermelho por um motivo diferente neste momento, e
para se distrair da vergonha que crescia por dentro, ele olhou para Mahiru. Ela não estava
mais com uma expressão mal-humorada - em vez disso, ela estava olhando
sonhadoramente para o espaço com a mão sobre a boca, parecendo atordoada.
Sentindo que ele não deveria vê-la assim, Amane rapidamente baixou os
olhos de volta para o telefone.
Seu coração estava batendo de novo, e ele tentou focar seus olhos e sua mente em
qualquer outra coisa.

“… Pensando bem, Amane, você está fazendo alguma coisa para o Dia das Mães?”
Mahiru perguntou baixinho, como se ela tivesse acabado de se lembrar do feriado.
Eles estavam assistindo televisão juntos, e ela notou uma lista de um programa
rotulado como especial do Dia das Mães. Amane tentou casualmente mudar de canal,
imaginando que Mahiru não gostaria de ser lembrada de seus pais, mas ela não
parecia particularmente incomodada.
Ele assentiu, sentindo-se um pouco aliviado por ela não estar chateada. "Bem, acho que
vou enviar um pequeno presente e um buquê para a casa."
Era um pouco chato, mas ela era sua única mãe, afinal, e ele achava que,
como filho dela, deveria mostrar seu apreço por tudo o que ela fazia por ele.
Mas já que ele estava fora de casa agora, não era como se ele pudesse ir dizer
isso pessoalmente.
“Bem, já que estou longe, isso é tudo que posso fazer. Se ainda morássemos
juntos ou perto, tentaria fazer um pouco mais, mas…”
“Como ajuda com o trabalho doméstico?”
“Honestamente, se eu tentar ajudar, acabo dando mais trabalho para ela.”
Graças a Mahiru, Amane aprendeu a fazer tarefas domésticas básicas, ou pelo
menos o suficiente para se dar bem sozinho. Mas ele não achava que seria capaz
de fazer tudo de acordo com os padrões de seus pais, então eles acabariam
refazendo tudo no final.
"Eu acho que você faria."
"Eu não sei como me sinto sobre você concordar com isso..."
“…Mas você aprendeu o suficiente para acompanhar as tarefas diárias. eu

quer dizer, está longe de ser perfeito, mas você pode chegar agora.”
“Essa é uma avaliação dura. Dito isso, você não está errado.” "Heh heh.
Você ainda tem um longo caminho a percorrer, Amane. “Sim, sim, não
sou páreo para a maravilhosa senhorita Mahiru.” "Eu direi."
Amane tinha a sensação de que, mesmo que passasse a vida inteira trabalhando nisso,
nunca seria tão bom no trabalho doméstico quanto Mahiru era agora.
Mahiru riu, um pouco surpreso com as palavras de Amane, e deu um tapa em
seu braço, mas não havia malícia por trás disso, então ele não reclamou.
“Eu não sei como seus pais conseguiram fazer você morar sozinha quando você não
conseguia nem cuidar de si mesma, Amane.”
Ela provavelmente não queria dizer isso em voz alta, mas obviamente estava pensando
nisso.
Quando eles se conheceram, Amane estava tão bagunçado que até Itsuki estava
preocupado com ele. Portanto, não era surpresa que Mahiru duvidasse dele agora. Ela
sabia exatamente o quão ruim poderia ficar.
Amane fingiu não notar o choque de dor que atravessou seu peito e deu de ombros.
“Na verdade, acho que eles nunca quiseram me deixar fora de vista? Eu era um verdadeiro
perdedor, sem absolutamente nenhuma habilidade para a vida, afinal.”
"Então foi sua decisão de sair por conta própria?"
"Sim. Algumas coisas aconteceram e eu não queria mais ficar na minha cidade
natal.”
Se ele fizesse parecer muito sério, Mahiru provavelmente se preocuparia, então ele tentou
disfarçar, tentando manter a calma enquanto fazia isso.
Mahiru congelou. Imediatamente, sombras de remorso começaram a piscar em
seus olhos cor de caramelo. Amane não pretendia perturbá-la, mas Mahiru, que
era particularmente sensível à dor de outras pessoas, teve um vislumbre da
bagagem que ele carregava. Às vezes, sua visão pode ser preocupante.
Amane se arrependeu de ter mencionado isso em primeiro lugar. Ele estendeu a mão e deu um tapinha
na cabeça de Mahiru enquanto ela fazia uma careta para ele.
"Ah, você realmente não precisa se preocupar com isso", disse ele. “Na verdade, isso me
coloca em uma situação difícil se você está muito preocupado comigo. Realmente, não é
grande coisa. Havia apenas alguns caras na minha cidade natal que eu preferia não ver de
novo, então fui embora.”
Na realidade, não tinha sido tão sério. Apenas que algo em que ele acreditava
sinceramente havia desmoronado desde sua fundação; isso é tudo. Ele não tinha sido

fisicamente ferido ou qualquer coisa assim, e agora que ele havia cortado todo o
contato com aqueles caras, ele estava vivendo uma vida normal, e a dor surda de
velhas feridas tinha sumido em segundo plano.
Apesar do que ele disse, a expressão melancólica de Mahiru não desapareceu.
Amane ficou perplexo. “Estou muito bem, sabe?” ele insistiu. “Se ainda fosse
doloroso, eu não estaria falando em ir para casa para visitar. No que me diz
respeito, está no passado.”
"…Mentiroso."
"Mentiroso? Escute aqui-"

“Se você realmente tivesse superado isso, você não estaria fazendo essa cara.” Mahiru
estremeceu levemente ao estender a mão para a bochecha de Amane. Os olhos dela
estavam abatidos, então ele não podia nem ver um reflexo de sua expressão, mas indo
para o que ela disse, provavelmente não era nada bom.
“…Se você não quer dizer, tudo bem. Mas é doloroso para mim ver você parecendo
tão magoada.
“Não diga isso. Não é grande coisa; nem é uma história interessante, ok?”
Amane insistiu. "Você ainda está preocupado com isso, mesmo assim?" ele
perguntou baixinho, e Mahiru assentiu levemente.
Amane coçou a bochecha e se perguntou o que fazer. Ele soltou um suspiro suave.
“Hmm… eu me pergunto por onde devo começar. Bem, acho que faz sentido começar com
o motivo de eu querer deixar minha cidade natal, hein?
"…Sim."
“É porque eu queria me distanciar dos meus amigos… ou acho que
deveria dizer das pessoas que eupenseieram meus amigos.”
Não parecia uma razão muito boa para se mudar. Qualquer outra pessoa provavelmente
pensaria que ele estava se preocupando demais com algo pequeno.
E, no entanto, aquela época de sua vida ficou gravada indelevelmente na memória de
Amane. “Como devo colocar isso…?” ele começou. “Bem, fui abençoado com um bom
ambiente doméstico.”
Mahiru parecia um pouco curiosa sobre essa mudança abrupta de assunto, mas
ela deve ter entendido que isso era necessário para entender a história completa
porque ela ouviu em silêncio.
“Eu tinha parentes — meus pais e avós — que me amavam, e estávamos
bem. Financeiramente, quero dizer. Eles me deixavam estudar e fazer o que eu
quisesse. Tive muita sorte e sei disso.”

Seus pais eram especialmente apaixonados por ele, já que ele era seu único filho, e
eles o criaram de uma maneira que respeitava a individualidade de Amane.
“Mas naquela época, eu não estava realmente ciente de quão incrivelmente abençoado eu
era, e eu nunca tinha aprendido a desconfiar das pessoas. Eu estava cercado por pessoas boas
e fui criado com amor, então para ser honesto, eu era uma criança muito ingênua.”
Agora Amane estava mal-humorado, mas antes do incidente acontecer, ele tinha sido
tão honesto e alegre que era impossível imaginar, olhando para ele agora. Ele tinha sido
uma criança muito infantil.
“…Acho que minha ingenuidade me fez especialmente fácil de enganar e usar.”
E assim havia muitas oportunidades para tirar vantagem dele. “Os novos
amigos que fiz na primeira metade do ensino médio… Na verdade, não sei se
posso chamá-los honestamente de amigos, mas os caras com quem comecei a
sair… Bem, para falar a verdade, eles me viam como um marca fácil, como uma boa
fonte de dinheiro. Quando você vem de uma família abastada, é humano que as
pessoas queiram tirar algo de você.”
Parecia patético dizer isso, mas naquela época, Amane tinha sido honesto ao
extremo e incrivelmente ingênuo. Em outras palavras, ele era fácil de enganar. Ele
cresceu acreditando na bondade inata dos outros, e nada jamais desafiou essa
ingenuidade redundante. Ninguém que ele conhecia jamais tentaria tirar
vantagem dele.
A expressão de Mahiru ficou rígida, então para tentar relaxá-la,
Amane sorriu e disse: Mas a expressão de Mahiru só ficou ainda mais
severa.
“E então, bem, descobri que eles estavam dizendo todo tipo de coisas pelas
minhas costas. Eles destruíram minha aparência. Eu os ouvi dizer que eu era
nojento e que eles me odiavam e só pretendiam me levar por tudo o que eu
valia desde o início. Fiquei chocado e bastante deprimido por um tempo.”
Todas as pessoas têm preferências diferentes quando se trata de com quem se

dão bem, e Amane não se importaria se apenas dissessem que não gostavam dele.
Mas como eles achavam que poderiam tirar algo dele, todos sorriram na cara dele
e abusaram dele em particular, e isso era algo que ele não podia suportar.
Ele havia contado a Mahiru a versão suave da história, mas também havia

insultos que seriam difíceis de repetir, então ele realmente suportou muito.
Agora ele seria capaz de ignorar abusos como esse, mas na época, ele tinha
sido um menino sério e sensível, e tinha sido demais para ele suportar.
“Claro, eu sabia que nem todo mundo no mundo era como esses caras. Eu tinha alguns amigos
que eu acredito que realmente gostavam de mim. Mesmo assim, quando comecei a duvidar das
pessoas, o medo tomou conta. Eu não podia confiar em ninguém.”
Ele se trancou em seu quarto por um tempo e chorou.
Ele finalmente se recuperou, graças ao apoio de seus pais, mas como era de se
esperar, ele estava com medo de entrar em contato com aqueles garotos novamente,
então ele fez todo o possível para evitá-los o máximo que pôde...
“…E então eu deixei minha cidade natal. Saí para começar de novo em um lugar onde
ninguém me conhecia. Saí para não ser mais incomodado por esses caras.”
Ele não sabia se conseguiria sozinho, mas decidiu que sua paz de
espírito valia o risco.
Graças a tudo o que aconteceu, ele não podia mais confiar facilmente nas
pessoas como antes e se tornou um jovem introvertido e cético que finalmente
conseguiu fazer dois amigos depois de levar séculos para se aquecer com eles.
Amane teve que rir de si mesmo. Para o bem ou para o mal, ele havia se tornado
bastante conservador, mas, a essa altura, essa atitude estava profundamente
arraigada e não havia como mudá-la agora.
Amane havia terminado de falar e Mahiru estava tremendo. Suas mãos estavam
fechadas em punhos, e a emoção que tremeluzia em seus olhos era
inconfundivelmente raiva. Amane ficou surpreso ao ver a Mahiru bem-educada ficar
tão enfurecida, e então ficou ainda mais perplexo quando percebeu que ela estava
com raiva por ele, e isso lhe trouxe um pouco de alegria.
“… Se eu estivesse lá, eu teria dado um soco naqueles caras horríveis bem no
rosto.”
"Por favor não; você apenas machucaria sua própria mão... E você não precisa
sujar suas mãos por minha causa, mesmo em sua imaginação.
Aqueles idiotas não valiam a pena para Mahiru sujar as mãos – nem perto disso. E
de qualquer forma, Amane já os havia cortado de sua vida. Não seria nada além de um
desperdício para Mahiru se incomodar com eles.
Mahiru relaxou um pouco. Ela estava apertando as mãos com tanta força que começaram
a ficar brancas. Parte da raiva desapareceu de seu rosto, substituída por um olhar ainda mais
profundo de tristeza.
Quando se tratava de Amane, Mahiru podia ser tão compassivo que quase

ferido. Mas esse incidente ficou no passado, e Amane ficou envergonhada por tê-la
chateado com isso.
“Realmente, não foi tão angustiante quanto a sua situação, então você não precisa ficar tão
triste.”
“Amane, não é algo comparável. Eu nem quero tentar.”
Ela o cortou categoricamente, e Amane franziu a testa quando percebeu que tinha sido
rude, mas ela olhou para ele e colocou uma expressão calma.
“Deixe-me dizer isso – não é que não haja valor em compartilhar nossas
experiências, mas sua dor é sua, e é algo que só você pode carregar, e não pode ser
comparado à minha dor. Nada é melhor ou pior. No sentido mais verdadeiro, não
consigo entender sua dor, Amane, nem você consegue entender a minha.”
“...Ah.”
“O que posso fazer é aceitar sua tristeza e apoiá-la... assim como você fez
por mim. Eu quero estar lá para você, e eu quero que você confie em mim.”
Mahiru sussurrou isso enquanto colocava as palmas das mãos nas bochechas
de Amane.
Ele gradualmente sentiu um calor subindo das profundezas de seu peito e atrás de seus
olhos. “…Mas eu já confio em você o tempo todo,” ele disse.
“Emocionalmente, quero dizer.”
“Eu sempre confio em você.” “…

Bem, faça mais.” “Não me
estrague, por favor.” "Eu vou.
Assim tanto." “Eu realmente não
valho a pena.”
“Por que você está preocupado com isso agora? Eu sempre soube que você era um
caso perdido, Amane.
Ele sentiu uma careta quando ela casualmente entregou esta dura e ainda
inegável verdade. Mas mesmo que ela parecesse exasperada, Mahiru olhou para
ele com olhos gentis e amorosos que comunicavam o oposto.
“…Mas também sei que você é uma pessoa muito boa, e pode suportar muito.
Demais, até,” ela continuou. "Você pode pelo menos me deixar mimá-lo um pouco."
Sua doce voz sussurrante, genuína e gentil, ameaçou obliterar a pouca resistência
que Amane tinha deixado. Podia imaginar-se deixando que ela o mimasse para
sempre, e o pensamento atingiu uma profunda corda de medo dentro dele, porque
sabia que se se deixasse ficar muito dependente da garota que

profundamente amado, nada jamais pareceria tão doce.
Para preservar a pouca dignidade que lhe restava, Amane balançou a cabeça
lentamente. “Realmente, eu estou bem,” ele insistiu.
Mahiru piscou os olhos e suspirou dramaticamente. “…Você está tentando agir com
calma de novo,” ela disse cansada. “Seu grande idiota.”
Mahiru zombou dele docemente, então deslizou as mãos das bochechas de
Amane para a parte de trás de sua cabeça. E então ela o puxou para ela com
toda sua força.
Antes que ele pudesse reagir, o rosto de Amane foi pressionado contra o peito de
Mahiru. Ele congelou. Ele podia sentir a suavidade de sua pele e ouvir as batidas de seu
coração, e quando ele inalou, seus pulmões se encheram com seu doce perfume - uma
mistura de leite e algum tipo de flor, com uma pequena nota de algo brilhante, como
verde. maçã — e sua mente estava um caos total.
"Por favor, deixe-me mimá-lo", disse ela.
“…Você é realmente atrevido” foi a melhor resposta que seu cérebro confuso conseguiu
reunir.
Mas os ombros de Mahiru tremeram de tanto rir. “Você acabou de perceber isso? Às vezes
as garotas podem ser muito insistentes, você sabe,” ela sussurrou maliciosamente.
Totalmente ciente da perplexidade de Amane, Mahiru gentilmente colocou os braços
em volta de suas costas para que ele não pudesse fugir. Claro, ela ainda era uma jovem
esbelta, então se Amane quisesse se libertar, ele provavelmente poderia. No entanto, o
cheiro doce e o calor de Mahiru, além de sua suavidade agradável e o ritmo calmante de
seu batimento cardíaco, minaram toda a força de vontade de Amane para desafiá-la.
“… Além disso, eu sou o tipo de pessoa que sempre paga uma dívida,” ela
sussurrou. Amane teve que lutar para não se perder em seu calor. “Eu confiei em
você antes, Amane. Você me mimou também, lembra? E agora é a minha vez, está
bem? Deixe-me mimá-lo de volta. É o mínimo que posso fazer.”
“… É mais do que suficiente.”
"Bem, então... Algum dia, quando eu estiver me sentindo pra baixo de novo, você pode
estar lá para mim, e isso vai nos deixar quites." Seu tom de voz era brincalhão, e estava claro
que ela não tinha intenção de desistir.
Amane finalmente se rendeu e se inclinou para Mahiru. Mas desta vez, ele colocou o
braço em volta das costas dela e fez questão de se encostar no ombro dela, em vez de no
peito. Era o melhor que podia fazer.
Mahiru sorriu para a escolha de Amane, então o abraçou com força e

aceitou todo o seu peso.
“Isso não está certo…”

Várias dezenas de minutos se passaram, embora parecesse muito mais tempo para
Amane. Quando ele ergueu a cabeça e se afastou dela, sua voz era fria e tinha um tom
cortante. Ele não estava com raiva de Mahiru, no entanto. Ele estava envergonhado de si
mesmo, por tirar vantagem de sua bondade.
Mas Mahiru apenas sorriu e não mostrou nenhum sinal de preocupação. "Bem, eu odeio ver
você se sentindo triste, então... da próxima vez vou tentar mimá-lo ainda mais cedo."
“… Isso não é exatamente o que eu quis dizer…”
Amane se pegou olhando para o peito dela novamente. Ele rapidamente
desviou os olhos. Ela estava sendo tão gentil com ele, e ele não queria ser
vulgar. Ele conseguiu se controlar desta vez, mas da próxima vez, ele pensou,
ele poderia não ser capaz de se salvar tão facilmente.
Mahiru confiava em Amane. Ela não o teria abraçado se não estivesse
confortável com ele. Mas ele ainda estava um pouco surpreso por ela estar sendo
tão insistente.
E embora sua ternura tenha aliviado a dor de suas velhas feridas, isso só o
deixou livre para se concentrar na nova dor em seu coração.
“Por que você sempre se afasta de mim?” Mahiru perguntou.
“Eu não sei o que fazer comigo mesmo quando você me mima assim. Quer
dizer, eu sou um cara, afinal.”
"Eu sei que…"
“Não está claro que você sabe. Tipo, sério.”
Ela deveria ser mais cuidadosa, ele pensou. E se ele tivesse se aproveitado dela
e esfregado o rosto onde quisesse? O que ela teria feito então? Ele queria que ela
entendesse que havia algumas linhas que ela não deveria deixar nem mesmo ele
cruzar.
Ele não estava confiante de que seria capaz de se controlar da próxima vez
que enfrentasse a tentação de receber o sinal verde para enterrar o rosto no
peito da garota que amava. Amane suspirou. Mahiru confiava demais e
provavelmente o perdoaria por quase tudo.
Os olhos de Mahiru se estreitaram. Ela parecia
absolutamente magoada. “…Amane, eu não entendo você.”
"Quanto a mim?"

“Tudo, tudo isso. Seu bobo."
Mahiru se levantou do sofá com raiva. Até seus insultos soavam
adoráveis. Deixando Amane para refletir sobre sua raiva, ela se virou e foi
para a cozinha.
Ele a viu sair atordoada. Ela parecia tão pequena e instável, mas apenas
um momento atrás, ela o estava apoiando.
“Amane, você é tão cabeça de vento às vezes.” Ela continuou repreendendo-o com uma voz
calma e raivosa que ela aparentemente não achava que ele pudesse ouvir, então Amane apenas a
observou ir com um encolher de ombros e um sorriso—
“Mesmo que eu não faria isso por ninguém além de você.”
E então seus ouvidos captaram outro resmungo silencioso.

Sua respiração ficou presa na garganta.
Por um segundo, seu cérebro se recusou a processar suas palavras. Foi tão chocante para ele.
Ele se forçou a tomar uma respiração superficial.

E então a intensa onda de emoção rodopiando em seu peito praticamente forçou
Amane a ficar de pé. Ele encontrou-se estendendo a mão em direção a ela.
“… Ei, Mahiru?”
"O que é isso?"
Antes que ela pudesse se virar, Amane envolveu Mahiru em seus braços,
abraçando-a com força como se a estivesse protegendo do mundo. O corpo
esguio de Mahiru começou a tremer, e sua voz vacilou, mas ela não o afastou
nem pareceu chateada. Ele podia dizer que ela estava tremendo de surpresa.
Amane envolveu seus braços ao redor de seu corpo delicado. Apenas um momento atrás,
ela o estava apoiando. Agora ele colocou o queixo em cima da cabeça dela para que ela não
pudesse se virar.
“…Você não se importou em abraçar pela frente, mas agora que é por trás,
você está assustado,” Amane brincou.
“Qualquer um ficaria surpreso ao ser abraçado tão de repente!”
“Você é o único que disse que eu poderia me apoiar em você. Embora eu me segurei
porque sabia que isso aconteceria... É ruim para o meu coração.
Amane não pretendia que isso acontecesse. Ele ia deixar Mahiru sair

e fez beicinho, mas quando ele ouviu o que ela disse, ele sentiu uma súbita onda
de emoção, vergonha e euforia de uma vez, e a razão o abandonou – e seu corpo
procurou Mahiru por vontade própria.
Delicadamente, mas com força, como se não quisesse deixá-la escapar, ele segurou
Mahiru, que sentiu que poderia quebrar se ele apertasse muito forte.
Mahiru tentou se contorcer para encará-lo, mas Amane sussurrou em
seu ouvido: “Não se vire.”
Ela abaixou a cabeça. Seu rosto estava vermelho brilhante, e ele a ouviu murmurar: “…
Seu idiota.”
…Eu sou um manequim; você está absolutamente correto.
Ele não podia negar. Aqui estava ele, aproveitando-se de sua bondade em um
momento vulnerável... Ele certamente era uma pessoa ruim.
Mas Mahiru não se afastou de seu toque, e ele estava grato por isso, pelo
menos. Ele desfrutou de seu calor enquanto pressionava o rosto em seu cabelo,
assim como ela tinha feito com ele antes, quando ela estava tentando fazê-lo
aceitar sua generosidade. A diferença entre aquela época e agora, pensou Amane,
era que ele sabia como ela reagiria.
“Agora você entende como eu estava me sentindo antes?” ele perguntou.
"Eu-eu faço, mas-"
A estridência em sua voz lhe disse que ela estava chateada. Suas orelhas estavam
vermelhas, e mesmo que ele não pudesse dizer por este ângulo, Amane não tinha dúvidas de
que seu rosto também estava com a mesma cor intensa.
Até Amane entendeu que ele havia feito algo ruim. Ele só tinha feito isso
porque tinha certeza de que ela não o rejeitaria.
“… Hum, então olhe. Você realmente não precisa se preocupar tanto comigo,” ele
disse. “Não é como se eu estivesse morrendo de alguma condição terrível ou algo assim. E,
além disso, posso ser bem sem vergonha, então se você me mimar demais, vou acabar
aproveitando sua gentileza.”
Mahiru ouviu em silêncio as palavras de Amane, então soltou um suspiro. “… Se
você achar satisfatório, se ajudar a curá-lo, então não vou recusar um abraço.”
Ela estendeu uma mão e gentilmente o tocou no braço. Ela não o afastou nem o
esbofeteou; ela simplesmente colocou a mão gentilmente no braço dele, como se quisesse
atraí-lo para mais perto. Amane avisou a si mesmo para não se empolgar demais, mas
mesmo assim pressionou o rosto no cabelo de Mahiru novamente.
“Eu sou um cara esperto, você sabe. Eu sabia que você aceitaria o fardo, então comecei
a confiar em você.”

"O que você está falando? Eu sempre soube que você é um problema. Amane sabia
que suas ações recentes resultaram de sua própria covardia, mas ele não tinha certeza
do que ela queria dizer comdificuldade.
"... Eu sinto que há algo que você quer me dizer..."
“Sim, se você tem alguma autoconsciência, então é hora de se preparar e voar
direito. Meu coração realmente não aguenta mais isso.”
“Eu realmente não tenho ideia do que você está falando,” Amane protestou. “Mm-
hmm,” Mahiru cantarolou, então deu um tapa no braço de Amane. Não doeu, e ele
riu baixinho de seu ataque brincalhão.
“Desculpe por ser tanto problema.”

“…Bem, se você vai ser um problema de qualquer maneira, você pode ir até
o fim.”
"Mas... O que você estava dizendo
antes..." "Foi isso, e isso é isso."
"Oh…?"
Ele não tinha certeza do que Mahiru queria dizer, mas ela certamente
parecia ter algo em mente, longe de Amane discutir.
Se Mahiru achava que ele parecia problemático, provavelmente era. Mas ele não sabia
como responder quando ela lhe disse para aumentar a aposta.
"Eu também posso ser astuto, você sabe", disse Mahiru. "Então, suponho que realmente
não tenho muito o que reclamar."
“De que forma, Mahiru?”
"Hmm, eu me pergunto?"
Ele sentiu o corpo dela tremer ligeiramente de tanto rir.
“Se você ainda não percebeu que eu também tenho alguns truques na manga, você ainda tem
um longo caminho a percorrer, Amane.”
Mesmo que Amane não pudesse ver seu rosto, estava claro que ela estava
rindo alegremente. Graciosamente, ela saiu de seus braços e se virou para encará-
lo.
Sua expressão quando o fazia era vibrante, travessa, terna e doce — um
sorriso lindo e encantador que encantaria qualquer um que o visse. Amane
ficou sem palavras.
Quando ela viu Amane assim, Mahiru pareceu satisfeita, e ela se virou e foi
para a cozinha em seu alto astral de sempre.
Amane a observou sair da sala e depois desabou no sofá. …Você
também é um grande idiota, sabe.
O que ela estava tentando fazer, lançando-lhe um olhar assim? Ele não achava que poderia
juntar as palavras para perguntar a ela. Tudo o que ele podia fazer era ficar sentado lá,
resmungando baixinho.
Mas a dor nas profundezas de seu peito se foi.

“… Mãe, você não pode simplesmente enviar fotos para Mahiru assim.”
No último dia da Semana Dourada, Amane telefonou para sua mãe.
Ele estava ligando ostensivamente para perguntar se ela estaria em casa
no Dia das Mães, mas antes que pudesse fazer isso, ele sentiu a necessidade
de enfatizar sua objeção a que ela mandasse fotos dele para Mahiru. Nada
desastroso havia escapado ainda, mas era com sua mãe que ele estava
lidando, e ele sabia que se Mahiru perguntasse, ela enviaria algo
absolutamente mortificante.
Então Amane se apressou com as saudações típicas e direto para as acusações
mal-humoradas.
“Uh-oh, você me pegou,” sua mãe respondeu em um tom indiferente. Ela
definitivamente não estava arrependida.
“Mahiru estava agindo de forma suspeita, então eu a questionei e então vi as
fotos.”
“Mahiru realmente precisa trabalhar em sua cara de pôquer,
hein?” "Diga que sente muito por enviá-los."
Graças a Shihoko, a pasta de imagens de Mahiru estava cheia de todos os tipos
de fotos estranhas, e ele estava preocupado com o que mais poderia chegar até
ela. Por alguma razão, Mahiru parecia gostar das fotos e, em vez de forçá-la a parar
de olhar para elas, ele decidiu que seria mais rápido ir direto à raiz do problema.
Mas sua mãe não parecia nem um pouco envergonhada. “O que há de tão errado

enviando fotos do meu adorável filho para minha adorável futura nora?”
“Eu nem sei por onde começar a corrigir tudo de errado com essa frase… De
qualquer forma, não mande coisas que eu não autorizei.”
“Então, se eu conseguir sua permissão, tudo bem, certo? As fotos deixaram
Mahiru muito feliz, sabe.”
“Pelo menos me dê uma chance de escolher quais você pode enviar. Eu morreria se
descobrisse que você enviou algo embaraçoso.
“Não se preocupe, não vou enviar nenhuma foto sua no banho.”
“Se você fizer isso, estou boicotando o Dia das Mães.” Amane fez uma careta para seu
smartphone enquanto entregava seu ultimato. Sua mãe não estava por perto para sentir sua
ira diretamente, então isso teria que servir.
Ela obviamente não gostou de quão chateado ele estava, porque ela riu
alegremente de sua exigência. Antes que Amane pudesse erguer as sobrancelhas e
irritá-la novamente, ela acrescentou: "De uma forma ou de outra, você sempre mostra
seu apreço por mim todos os anos, não é?"
Quando Amane ouviu isso, ele segurou suas queixas. “…
Quero dizer, sim, você é minha mãe.”
Claro, ela podia ser irritante e obstinada, e às vezes ele se cansava
completamente dela, mas sua mãe o carregou em sua barriga, deu à luz a ele,
amorosamente o criou para ser saudável – e ela fez tudo isso com muita dedicação.
amor, então, naturalmente, ele era grato a ela.
Graças a seus pais, Amane cresceu bem e se recuperou sempre que se
machucou. Ele tinha ficado um pouco mal-humorado, no entanto.
Mas como era embaraçoso para um jovem de sua idade expressar gratidão
diretamente no rosto de sua mãe, ele hesitou um pouco.
Sua mãe riu alegremente, como se pudesse ver através de seu filho.
“Faz uma mãe feliz ver que ela criou um bom filho. Estou ansioso pelas
flores deste ano.”
"…Sim."
“Além disso, certifique-se de convidar a doce Mahiru aqui para o verão, ok?
Estou ansioso para isso."
Sua mãe estava obviamente empolgada com sua volta para casa.
“Entendido,” Amane respondeu secamente, e ele foi presenteado com outra risada.
“Bem, Mahiru quer vir de qualquer maneira,” ele continuou. “Parece que ela está
ansiosa por isso também.”
“Parece que você também é, Amane.”

“Ah, fique quieto.”
Ele estava animado com a perspectiva de passar o verão com Mahiru,
mas não gostou de ser provocado por sua própria mãe.
De repente, Amane estava de mau humor, mas Shihoko não pareceu notar.
Do outro lado da linha, ele podia ouvir os repiques de sua risada alegre.
"Heh heh. Isso é ótimo. Parece que você está bem com a ideia de
voltar para casa.”
"…Eu acho."
Ela provavelmente estava pensando no verão depois de seu primeiro ano fora, quando
ele resistiu a ir para casa durante as férias.
Agora Amane estava mais otimista sobre ir para casa do que antes. Não que ele
tivesse esquecido o passado. Embora tivesse passado por certas dificuldades,
agora podia ver que provavelmente tinha sido o melhor. As coisas estavam muito
melhores do que teriam sido se ele tivesse permanecido tão confiante e bem-
humorado, portanto, inevitavelmente explorado por tudo o que valia. Mais
importante, se ele não tivesse escapado daqueles caras, ele nunca teria conhecido
Mahiru.
“Se eu deixar o que aconteceu atrapalhar minha vida mais do que já fez, Mahiru
me mataria. Então, sim, isso praticamente não me incomoda mais.”
“Você contou a Mahiru?”
"Sim."
"Isso é maravilhoso. Essa é mais uma pessoa que realmente entende
você.” Sua mãe parecia muito feliz, e Amane sentiu seu peito ficar um
pouco quente.
"…Certo."
“Então isso deve significar que aquelas fotos de você do ensino médio que eu retive
em enviar são um jogo justo. Eu tenho um de quando você atingiu seu surto de
crescimento. Você parecia tão presunçoso porque você ficou mais alto do que eu. E isso é
apenas o começo!"
“Ei, escute, eu não estou brincando. Corta, está bem? Você tem algumas coisas
horríveis em reserva.”
Todos os sentimentos calorosos que ele tinha por sua mãe evaporaram.
"Mas você era tão fofo!"
“Droga. Desta vez, quando chego em casa, vou tirar essas do
álbum.”
“Eu tenho esse álbum escondido,” Shihoko respondeu. “Então eles vão ficar bem.”

"Eu definitivamente vou encontrá-lo", ele insistiu.
Ele teve que se livrar das fotos antes que Mahiru as visse. Ele podia imaginar
Mahiru sorrindo enquanto ela lhe dizia o que pensava deles depois que sua mãe os
contrabandeou em suas mãos atrás das costas.
Ele podia ouvir Shihoko rindo dele do outro lado da linha, e com um breve
adeus, ele desligou na cara dela, suspirando com raiva.
"…O que você está fazendo?" uma voz calma perguntou. Ele se virou para
ver Mahiru, espiando-o inquisitivamente da porta da sala. Parecia que ela o
tinha ouvido falar e tentou não fazer barulho ao entrar no apartamento.
Amane desviou os olhos. “Eu estava conversando com minha mãe, contando a ela
como decidi destruir completamente seus álbuns de fotos. Terra arrasada."
“O-o que você quer dizer?! Isso seria horrível!” ela exclamou. Ela se
sentou ao lado dele com raiva e o cutucou no ombro.
Amane fez uma careta. “O que você está esperando ver, Mahiru…?”
“Fotos de você, de muito tempo atrás, é claro…”
"De jeito nenhum."
"…Você vê? Não tenho escolha a não ser pegá-los de Shihoko, pelas suas
costas.”
"Ei escute-"
"Estou apenas brincando. Bem, meio brincando de qualquer maneira.”
"Nossa... É a outra metade que me preocupa, você sabe."
Amane não podia deixar de sentir que, se ele deixasse o assunto de lado,
Mahiru acabaria tramando algo com sua mãe pelas costas. Por outro lado,
Mahiru era uma boa pessoa e confiava que, aconteça o que acontecer, ela
não faria nada muito ultrajante.
Amane suspirou dramaticamente, mas Mahiru não parecia incomodado com isso. Em
vez disso, ela sorriu amplamente, parecendo satisfeita. “… Eu não acho que você vai gostar
muito disso, mas estou realmente ansioso pelas férias de verão.”
“Você está meio adiantado,” Amane respondeu. “A Semana Dourada ainda nem
acabou.” "Bem... estou ansioso para ver sua mãe e seu pai novamente, e mal posso
esperar para conferir seu álbum de fotos, e eu realmente quero ver o lugar onde você
cresceu com meus próprios olhos."
Amane sentiu seu coração pular enquanto ela adorava recitar sua lista, mas ela havia
acrescentado um item a mais.
“Obrigado... exceto pela coisa do álbum. O álbum está fora dos limites.”

Mahiru deu a ele um olhar rabugento quando ele a desligou, então ele acariciou sua
cabeça para distraí-la da existência do álbum de fotos amaldiçoado.
Mahiru aparentemente gostou de ter sua cabeça acariciada mais do que ele esperava. Ela
ainda parecia um pouco insatisfeita, mas quando ele tocou suavemente a camada superior de
seu cabelo, com cuidado para não bagunçar, ela rapidamente se acalmou.
“… Estou ansioso para ir para casa também,” Amane admitiu.
"Mesmo?" ela perguntou.
“Por que eu mentiria sobre isso?”
“…Quero dizer, com tudo o que aconteceu…” Mahiru hesitou, provavelmente
lembrando o que ele havia revelado a ela ontem.
“Aquela coisa com aqueles caras não me incomoda mais. Só o fato de você
estar chateado com algo que aconteceu comigo realmente significa muito. Como
coloco isso—? Acho que sou um cara muito sortudo por ter alguém disposto a ficar
genuinamente com raiva em meu nome.”
Ele sabia que era uma coisa pequena e simples, mas apenas ter
alguém que o ouvisse falar sobre aquelas velhas feridas – e estar lá
para apoiá-lo já tinha ajudado muito a se curar.
Além disso, estava claro que ele não poderia continuar deprimido com isso. Mais cedo ou mais
tarde, ele esgotaria a paciência de Mahiru com ele, e não queria que ela pensasse que ele estava
completamente sem esperança.
“É natural que eu fique com raiva por você ter se machucado, Amane. Quero dizer, se
alguém me machucasse, você ficaria com raiva, certo?
“Claro que eu faria.”
“Então é a mesma coisa,” Mahiru afirmou suavemente, deixando seus olhos se
fecharem. Amane podia dizer o quanto ela gostava quando ele acariciava seu cabelo.
Amane se sentiu um pouco envergonhada pelo quanto ela confiava nele, mas ele
continuou a acariciá-la gentilmente, e ela sorriu graciosamente e se inclinou contra ele.

A Semana Dourada, que parecia muito longa e dolorosamente curta, acabou
chegando ao fim e as aulas recomeçaram.
…Finalmente, posso me distanciar de Mahiru.
Mahiru passou quase toda a Semana Dourada no apartamento de Amane. Ele disse
que estava tudo bem, estava grato por ela ter feito suas deliciosas refeições e estava feliz
por passar o tempo com a garota que amava.
Mas desde o dia em que Amane contou a Mahiru sobre seu passado conturbado, seus
sentimentos por ela só aumentaram, e agora ele achava quase impossível acalmar suas
emoções turbulentas.
Mahiru confiava plenamente em Amane. Ela o mimava, certamente, mas de
certa forma também se aproveitava dele, testando os limites de sua força
emocional. E sabendo que ele era o único autorizado a tocá-la, seus
sentimentos se intensificaram.
Mesmo,ele pensou,Eu mereço algum tipo de prêmio por autocontrole. Se ao menos eu não
tivesse que me segurar, aposto que poderia convidá-la para sair. Eu poderia até obter uma boa
resposta—
Mahiru tinha aceitado tanto Amane, mas ele sabia que não tinha coragem de dizer
a ela como se sentia. Apenas o pensamento de sua rejeição o fez querer se encolher e
morrer. Ele sabia que era um covarde, com muito medo de fazer um movimento. Mas
talvez ele tivesse ainda mais medo do que poderia acontecer se ela não o rejeitasse, se
por algum acaso ela sentisse o mesmo por ele. Ele não achava que era bom o
suficiente para ser seu namorado.
...Tenho muito trabalho a fazer.

Não havia nada que ele pudesse fazer em relação ao seu rosto, mas ele queria
melhorar a si mesmo onde pudesse — física e mentalmente. Pelo menos o
suficiente para que ninguém falasse pelas costas quando ele estivesse aqui o
suficiente para que Mahiru não tivesse vergonha de estar com ele.
E mesmo que Mahiru não gostasse dele desse jeito, não custava tentar. Ele
nunca chegaria a lugar nenhum se não desse o seu melhor.
Quando ele decidiu pedir a Yuuta, a estrela esguia e atlética do atletismo,
algumas recomendações de treinamento, Amane passou pelos portões da
escola e chegou aos armários de sapatos, onde avistou um rosto familiar.
“Bom dia...” Itsuki estava grogue vestindo seus chinelos. Ele fez uma
careta intrigada quando viu Amane. “… O que há com esse rosto?”
"Essa é a minha fala", disse Amane. "E de qualquer maneira, que rosto?"
“Bem, hum... Como eu coloco isso? Parece que você tomou uma grande
decisão. Você finalmente decidiu dizer a ela como se sente?
Amane deu a Itsuki um olhar incrédulo. “Hmph. Okay, certo!" Mas seu
amigo não estava tão longe do alvo.
Itsuki olhou para ele com curiosidade genuína. “Huh, bem, então, o que é isso?
Eu pensei que teria havido algum tipo de progresso agora.”
“P-progresso? Tudo bem, olhe—”
"Eu tinha certeza que você finalmente tinha um par e decidiu abordá-la como um
homem para variar."
“Droga, não precisa ser um idiota! De qualquer forma... eu estava pensando em como eu
tenho muito trabalho a fazer se eu conseguir que ela goste de mim de volta.
"Hmm. Em outras palavras, durante o intervalo, depois que fomos ao karaokê…
algo aconteceu! Você realmente está indo para isso, hein?!” Itsuki riu.
Amane não conseguia pensar em um retorno inteligente.
Itsuki deu um tapa nas costas de seu amigo enquanto ele ria. "Bem, eu sei que você me
odeia bisbilhotando, então eu vou deixar você fora do gancho... Mas se houver algo que eu
possa ajudá-lo, eu vou, ok?"
"Itsuki..."
"E podemos pensar em encontros duplos, ok?"
"Ah, então é isso que você realmente quer", brincou Amane. Ele sabia que Itsuki
estava apenas tentando aliviar o clima.
Itsuki gargalhou e bateu nas costas de Amane novamente. "Sim, esse é o
sonho, hein...?" O humor era a maneira de Itsuki animá-lo.
Amane sorriu para seu amigo, sentindo-se um pouco mais otimista.

"Tudo o que você diz, cara."
Quando Amane e Itsuki chegaram à sala de aula, houve algum tipo de clamor
acontecendo. A comoção não era dirigida aos dois, mas a atmosfera animada
era tão diferente do normal que Amane não conseguia esconder sua
perplexidade.
Depois de um longo intervalo, era normal que a sala de aula estivesse cheia de
histórias de férias, mas hoje estava cheia de um tipo diferente de barulho - a agitação de
pessoas passando boatos. Amane forçou os ouvidos para ouvir enquanto descarregava
suas malas em seu assento – e parecia que todos estavam discutindo Mahiru.
“Ouvi dizer que Shiina saiu outro dia com um cara legal!”
O que ele ouviu fez a bochecha de Amane se contorcer violentamente.

Eles tinham ido a lugares lotados, então sempre havia a possibilidade de
que alguém os visse. Mas Amane nunca imaginou que isso se tornaria
literalmente o assunto da sala de aula. Ele não se importou com a parte de
parecer legal, mas o resto imediatamente o deixou no limite.
Itsuki obviamente tinha ouvido a mesma coisa e estava sentado lá fazendo
um péssimo trabalho de não sorrir. Amane teria gostado de lhe dar um bom
soco no braço.
Enquanto sussurravam sobre os rumores, todas as garotas olhavam para
Mahiru.
"Ouvi dizer que eles estavam passeando de braços dados, e ela estava com
um sorriso que ninguém nunca viu na escola antes... Deve ter sido o cara que
todo mundo estava falando no início do ano."
“Ela diz que não está namorando ninguém, mas agora não há dúvida...” Mahiru, que
havia chegado cedo à escola, como sempre, estava se preparando para o primeiro
período. Ela não percebeu que os rumores eram sobre ela, ou mais provavelmente, ela
percebeu e estava tentando ignorá-los.
Ela tinha que estar acostumada com a atenção, graças à sua beleza e graça,
mas naquele dia havia mais do que o habitual número de olhos olhando em sua
direção, cheios de perguntas. E além dos olhares curiosos das meninas, ela estava
recebendo olhares de desespero dos meninos.
Se isso incomodava Mahiru, ela certamente não demonstrava. Ela teimosamente manteve
seu comportamento angelical habitual.

Eventualmente, algumas das meninas da classe não conseguiram conter sua curiosidade por mais
tempo e se aproximaram dela cautelosamente.
"Ei, ei, Shiina?" uma das meninas perguntou timidamente.
Mahiru piscou lentamente os olhos. "Sim, você precisa de alguma coisa?" Ela estava agindo
como se não tivesse ideia do que as meninas queriam.
“Bem, outro dia, acho que vi você andando pelo shopping com um
cara.”
“Sim, eu andei pelo shopping,” Mahiru confirmou.
Uma onda de murmúrios percorreu a classe. Obviamente, todos estavam se
perguntando se os rumores eram verdadeiros. Amane, no centro do escândalo, sentiu-
se mal do estômago.
"Hum, então aquele cara... Que tipo de relacionamento...?"
“Que tipo de relacionamento nós temos?” Mahiru interrompeu. “Bem, se eu tivesse
que dizer, acho que nos chamaramigosdescreveria melhor.”
Amane estava feliz por Mahiru ter respondido honestamente, mas seu estômago ainda
parecia estar embrulhado em nós. Seus colegas continuaram a murmurar entre si. Ele
desejou que todos se preocupassem com seus próprios negócios, mas havia pouco que ele
pudesse fazer sobre isso. Vários dos outros meninos da classe pareciam muito aliviados
com a resposta de Mahiru, sem dúvida por razões diferentes das de Amane.
"Então não foi um encontro ou algo assim?"
"Um encontro…?" Mahiru pensou por um momento. “Bem, quando considero a
definição de uma data, acho que conta.”
Não era a resposta que ele esperava. No sentido mais estrito, um encontro era quando
duas ou mais pessoas escolhiam um lugar e hora para se encontrar, então ela não estava
exatamente errada... Mas era bastante óbvio que não era isso que as garotas queriam
dizer.
A pequena multidão gritou quando sua excitação atingiu o pico.
Do ponto de vista de Amane, parecia que desde tempos imemoriais as garotas
adoravam ficar animadas com os casos amorosos de outras pessoas. Normalmente ele
não se preocupava com esse tipo de conversa, imaginando que era apenas o que as
garotas faziam. Mas desta vez, ele não podia ignorar suas fofocas, porque ele estava no
centro disso.
"E-então o que você está dizendo...?"
A mesma garota que havia feito as perguntas anteriores perguntou novamente. Sua voz
tremia com uma mistura de curiosidade e esperança.
Mahiru olhou para Amane por uma fração de segundo. Esse olhar, gentil, mas cheio

com indícios de paixão, deixou-o momentaneamente sem fôlego. Quando
conseguiu se controlar, Mahiru já havia se afastado.
Agora Mahiru exibia um sorriso gentil, cheio de calor e afeição, e cruzava
as mãos na frente do peito, como se estivesse segurando com força algo
muito precioso. Sua resposta enviou a classe ao caos, e abalou Amane em
seu núcleo.
"Nós não estamos namorando, mas para mim... ele é a pessoa mais importante do mundo."

Muito obrigado por pegar este livro.
Meu nome é Saekisan. Eu sou o autor. Eu confio que você gostou do Volume 3 de O
anjo da porta ao lado me mima podre.
Como eu disse no posfácio do volume anterior, este livro é aquele em que

Mahiru muda e se torna um pouco diabólico. No Volume 3, tentei mostrá-la
assumindo um papel mais ativo.
Aparentemente, ela entendeu que se ela não fizesse um esforço
para empurrar, nada aconteceria, então ela realmente se esforçou para
manipular Amane, mas Amane não cedeu. não era bom. Ela não
poderia fazer isso acontecer, oh não!
Mesmo assim, Amane escolheu seguir em frente à sua maneira e está fazendo o
seu melhor, então se você fizer a gentileza de apreciar os dois se tornando
tentadoramente mais próximos, eu ficaria muito feliz.
Isso porque estou planejando que Amane assuma um papel mais proativo no
próximo volume também! Vamos, Amane, mostre-nos sua masculinidade!
Além disso, mais uma vez temos algumas ilustrações muito fofas da Hanekoto. O que
vocês todos pensam? Eles não são fofos demais? Nosso anjo é realmente angelical;
isso é claro.
Todas as ilustrações são tão fofas que fico sem palavras, mas pessoalmente, acho
que as de Mahiru parecendo envergonhadas são as mais fofas. Huh? Ela parece
envergonhada na maioria deles...? Deve ser por causa de Amane, hein...?
Em outras palavras, eles são todos
adoráveis. Dê outra olhada, todos.
Estou realmente ansioso pelas ilustrações para o próximo volume… E

Eu tenho que acreditar que haverá outro!
Bem, chegamos ao fim, mas devo agradecer a todos que cuidaram de

mim.
Para aqueles de vocês que trabalharam tanto para publicar este livro - os
editores-chefes, todos no departamento de edição da GA Novels, todos no
departamento de vendas, os revisores, Hanekoto, todos na gráfica - e todos vocês
que escolheram uma cópia deste livro — sinceramente, obrigado a todos.
Vou deixar minha caneta aqui e rezar para que possamos nos encontrar novamente no próximo
volume.
Obrigado por desfrutar do meu livro até o fim!

Obrigado por comprar este e-book, publicado pela Yen On.
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The Angel Next Door Spoils Me Rotten, Vol. 3

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O anjo da porta ao lado estraga-me podre, Vol. 3

TRADUÇÃO DE NICOLE WILDER*CAPA DE HANEKOTO

Este livro é um trabalho de ficção. Nomes, personagens, lugares e incidentes são

OTONARI NO TENSHISAMA NI ITSUNOMANIKA DAMENINGEN NI

Tradução para o inglês © 2021 por Yen Press, LLC

A digitalização, upload e distribuição deste livro sem permissão é um roubo

Visite-nos emyenpress.com *facebook.com/yenpress *twitter.com/yenpress *

Primeiro iene na edição: dezembro de 2021

Yen On é uma marca da Yen Press, LLC.

Dados de Catalogação na Publicação da Biblioteca do Congresso

ISBNs: 978-1-9753-3340-9 (brochura)

Capítulo 1: O Início do Novo Semestre

Capítulo 11: Ninguém além de você

Capítulo 12: Preocupação dos pais e uma dor passageira Capítulo

13: Uma premonição de problemas após os feriados

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"Estou bem. Realmente... vou ficar bem sozinha.

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Havia muitos nomes familiares na folha de rolo.

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“Muuuuuuito! Parece que estamos na mesma classe este ano!”

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O primeiro dia do novo semestre consistiu em uma cerimônia de abertura,

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“… Você não parece tão bem, Amane.”

Mahiru estava examinando o cabelo de Amane com sua expressão habitual.

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Francamente, era a melhor sensação de todos os tempos, e ele desejava poder

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"Showwy...", Amane se desculpou humildemente, ainda lutando para falar corretamente.

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"Ei, você está bem com isso?"

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“Oh, Fujimiya, não vejo você aqui com frequência.”

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Bem, não é mentira.

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“… Ciúme é uma coisa

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Mas Mahiru balançou a cabeça, rejeitando diretamente essa ideia. "P-por

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