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Como montar um tribunal arbitral –

Câmara de Mediação e Arbitragem


Uma leitora deste blog se apresentou como conciliadora no Juizado
Especial Cível – JEC – de sua cidade há mais de sete anos. JEC é um
órgão da Justiça Estadual ou da Justiça Federal, que promove a
conciliação, o julgamento e a execução das causas consideradas de
menor complexidade pela legislação. Ela está interessada em constituir
um tribunal arbitral para mediação e arbitragem privada.
Ela disse que, com o exercício de tal atividade, sabe muito bem das
inúmeras ações e casos que poderiam ser resolvidos antes de chegar ao
Judiciário. Por este, entre outros motivos, resolveu fazer um curso de
mediação e arbitragem, na FGV.
Na mensagem, pedia orientações de como proceder para que a sua
cidade possa ter uma Câmara de Mediação e Arbitragem. Disse tratar-
se de uma cidade interiorana cujo Foro Estadual possui duas varas,
abrangendo outras duas cidades. Resumindo, pedia informações de
como dar início em um Tribunal de Arbitragem em sua cidade ou em
outra que não possua Foro.
Respondi que, para constituir um Tribunal de Arbitragem e
Conciliação basta, basicamente:
– constituir uma empresa (ter CNPJ);
– elaborar um regulamento de arbitragem e um de conciliação, a fim de
que as
partes que procuram o tribunal assinem contrato de arbitragem ou
conciliação
segundo o que está expresso nos regulamentos próprios dessa
empresa;
– ter um ou mais árbitros ou conciliadores.
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Como ser Perito Judicial
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É interessante o Tribunal de Arbitragem e Conciliação ter juízes
especialistas, principalmente, em cálculos financeiros, cálculos e
rotinas trabalhistas, pois o próprio árbitro ou juiz poderá resolver a
questão técnica, sem a necessidade de contratar um perito. Aliás, essa é
uma das grandes vantagens da arbitragem: a não necessidade de
contratar o perito. Por exemplo: o juiz pode fazer os cálculos, quando
se tratar de litígios envolvendo problemas financeiros e trabalhistas.
Torna-se recomendável o Tribunal de Arbitragem e Conciliação ter à
disposição um bacharel em Direito ou um advogado, com vistas a
orientar os juízes quanto à demanda processual e às leis, caso os juízes
arbitrais do Tribunal sejam leigos no Direito.
Um juiz arbitral, bacharel em Direito ou não, com conhecimento de
cálculos financeiros e trabalhistas goza de um bom status, pois além de
presidir casos da área trabalhista com bastante superioridade, poderá
estar presente em casos de conflitos que envolvam contratos em que
sejam necessários cálculos financeiros.
Sugerimos o nosso Curso Perícia de Cálculos Financeiros e Trabalhistas
que pode suprir desses conhecimentos os árbitros e os futuros árbitros
de tribunais e câmaras de arbitragem e conciliação.
COMO FUNCIONA UMA CÂMARA DE MEDIAÇÃO E
ARBITRAGEM
FUNDAMENTO LEGAL
– No Brasil, a Mediação e Arbitragem foi instituída pela Lei Federal nº 9307 de 23 de setembro de
1996. O sistema de arbitragem é largamente aplicado em outros países, tais como Estados Unidos,
Inglaterra, França, Alemanha, Itália, Espanha, etc, com sucesso absoluto e conseqüente desafogo
do Poder Judiciário.
O QUE É ARBITRAGEM
É um meio alternativo de resolução de conflitos.
O mais conhecido é o Estatal, através do Poder Judiciário.
A nova alternativa é a ARBITRAGEM ( justiça privada).
A decisão do Juiz Arbitral tem a mesma eficácia da sentença Judicial.
Destina-se à solução de conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis, ou seja, tudo aquilo
que possa ser convertido em valor. Ex.: Cheques, Notas Promissórias, Contratos, Notas de venda,
Acidentes de Trânsito, Recibos, etc.
Excluem-se questões que envolvem menores de 18 anos, questões de família, de ordem pública
(Município, Estado, União) e criminais.
OS ÁRBITROS (OU JUÍZES ARBITRAIS)
– Os Árbitros da Câmara de Mediação e Arbitragem de Brusque são cidadãos capazes, de
reputação ilibada, preparados e treinados especialmente para exercer esta função, (advogados,
economistas, administradores, engenheiros, arquitetos, corretores, empresários, contadores, etc.)
O artigo 18 da Lei 9307/96, prevê que “o Árbitro é Juiz de fato e de direito, sua Sentença não fica
sujeita a recurso na Justiça Comum”.
COMO SÃO DECIDIDOS OS LITÍGIOS?
– Enquanto na Justiça Comum o Juiz é obrigado a fundamentar sua decisão na lei, na Arbitragem,
a critério das partes, o julgamento pode ser por equidade, nos princípios gerais do direito, nos
usos e costumes ou no livre convencimento dos árbitros.
O ADVOGADO
– Embora a Lei Federal nº 9.307/96 faculte às partes utilizarem-se de advogados, é importante que
as mesmas se façam representar pelos seus respectivos operadores do direito, pois os mesmos
exercem uma função importante nos processos.
COMO FUNCIONA – como iniciar um processo ?
– A parte interessada (requerente) deve comparecer à Câmara de Mediação e Arbitragem,
apresentar os documentos pessoais e aqueles que originaram o litígio. A outra parte (requerido)
será convocada para conhecimento da ação.
Ocorrem duas situações:
1) Não havendo cláusula contratual que eleja a arbitragem, a outra parte será convocada e esta
aceitará, ou não, a solução do problema através do Procedimento Arbitral;
2) Existindo no contrato ou nos documentos a cláusula arbitral (Cláusula Compromissória), a outra
parte será notificada da ação do requerente, devendo comparecer no prazo determinado para
tomar conhecimento do conteúdo do processo e apresentar suas contestações. Neste caso, a
Arbitragem já foi eleita antes de surgir o conflito e, por isso, o processo todo transcorrerá na
Arbitragem.
INCLUSÃO DA CLÁUSULA ARBITRAL
– Atualmente, consta nos contratos a cláusula que elege o foro da comarca para dirimir dúvidas
ou controvérsias.  A partir de agora, você (pessoa Física ou Jurídica) poderá substituir esta
cláusula pela abaixo mencionada, chamada de Cláusula Compromissória.
CLÁUSULA ARBITRAL – CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA
Qualquer divergência ou conflito entre as partes, decorrentes do presente contrato, será resolvido
pela MEDIAÇÃO e/ou ARBITRAGEM, conforme Lei, 9.307/96 de 23.09.1996, por intermédio da
Câmara de Mediação e Arbitragem de Brusque/SC, e seu regulamento, situado na Rua Idalina Von
Buettner, 25 Ed. Renascença, sala 06, piso superior, CEP: 88350-060 – Brusque/SC.
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