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Fibra edema Geloide ( celulite )

Histórico do FEG

■ A primeira referência ao fibro edema gelóide foi em 1891


■ J. Bargheon definiu o FEG como “distrofia não inflamatória do tecido conjuntivo”
■ D. REINBAREZ o denominou como uma “distrofia celular complexa não inflamatória,
acompanhada de uma alteração do metabolismo da água e dos mucopolissacarídeos, o que
provoca uma obstrução do tecido conjuntivo e do líquido intersticial”
Histórico do FEG
■ S.B. CURRY considera o FEG como “enfermidade edematosa-fibroesclerótica do tecido celular
subcutâneo”

TERMINOLOGIAS
■ Existe uma grande diversidade de conceitos e terminologias para “celulite” os quais são:
• Lipodistrofias
• Hidrolipodistrofia
• Distrofia celular
• Lipoesclerose
• Paniculopatia edemato-fibro-esclerótica
• Fibro edema Geloide

Gordura normal X FEG

Gordura Normal:
• Os adipócitos estão intactos
• O tecido celular subcutâneo não está alterado
• Disposição morfológica predisposta geneticamente

FEG:
• Entidade morfológica que implica em mudanças específicas no tecido conjuntivo subcutâneo
e compromete a estrutura do tecido adiposo.

Tecido conjuntivo subcutâneo

• É um tecido de conexão e sustentação


• Tem importante papel de nutrição e metabolismo e defesa dos tecidos
• Está constituído por células, fibras substância fundamental e é vascularizado por vasos
sanguíneos e inervado por terminações nervosas
• As células: são essencialmente os fibroblastos de forma alargada e núcleo fusiforme.
• As fibras: as colágenas constituem ao todo 98%, as elásticas são delgadas porém muito
resistentes, as reticulares são muito finas e constituídas pela fibrilas de colágeno
anastomosadas.
• Substância fundamental amorfa: é constituída por água, sais minerais, proteínas e
mucopolissacarídeos.
• O principal mucopolissacarídeo presente na SFA é o ácido hialurônico.
• Em casos de “celulites” ocorre uma hiperpolimerização dos mucopolissacarídeos da SFA.

Definições

Histologicamente
• Infiltração edematosa
Etiopatologicamente
• Processo reativo da substância fundamental
Clinicamente
• Espessamento não inflamatório das capas subepidérmicas

Alterações a nivel tecidual

Fase I
• Aumento dos adipócitos (Fase Congestiva)
Fase II
• Acúmulo de substâncias tóxicas e déficit de drenagem.

Fase III
• Densificação do tecido conjuntivo

Fase IV
• Espessamento do tecido fibroso, definitiva

Etiopatogenia

A formação do tecido celúlitico se evidencia por:


1 - Hiperviscosidade da substância fundamental.
2 - Acúmulo de gordura no interior dos adipócitos.
1.

2.

Fisiopatologia da formação do edema intersticial

• Aumento da pressão capilar


• Diminuição da pressão oncótica do plasma
• Aumento da pressão do líquido intersticial
• Diminuição do fluxo linfático

Etiopatonenia

Fatores predisponentes
• Genético
• Idade
• Sexo
• Desequilíbrio hormonal

Fatores determinantes
• Stress
• Fumo
• Sedentarismo

Fatores condicionantes
• Aumento da pressão capilar
• Dificuldade da reabsorção linfática
• Transudação linfática dos espaços intersticiais

Teoria alérgica
• Seus autores afirmam que o FEG é uma repetição local da formação de edema em resposta a
sensibilidade especial do organismo para com agentes agressores
• O FEG é, portanto, alergia patológico

Teoria toxica
• Seus defensores afirmam que o acúmulo de resíduos tende a provocar aumento do volume
nas células e uma reação inflamatória, causa do fibro edema gelóide
• O FEG seria causado pela interrupção, no aparelho linfático, de uma substância nociva
proveniente do sangue

Teoria metabolica
• Seus defensores afirmam que uma perturbação nutritiva histológica e de natureza metabólica e
distrófica irão causar aumento no anabolismo lipídico e diminuição do anabolismo proteico.

Teoria bioquímica

• Defendem que o FEG é causado por uma perturbação da fisiologia molecular no íntimo da
matriz intercelular conjuntiva.

Teoria hormonal

• O FEG, segundo esta teoria, é causado por deficiência glandular seguida de um estado de
hiperfunção hormonal

Teoria hormonal

• A hiperplasia adipocitária resulta da influência do 17 β- estradiol na puberdade


• A hipertrofia adipocitária resulta do hiperestrogenismo. Há um estímulo da lipogênese pelo
aumento da atividade LPL e do número de receptores insulínicos na membrana celular

Teoria circulatoria
• Seus autores reconhecem no FEG uma origem hemodinâmica de natureza alérgica
• Ocorre uma perturbação da circulação local de causas de origem endógenas ou exógenas

Identificação do FEG
Aspectos clínicos e epidemiológicos
• Quatro evidências clínicas encontradas na palpação do FEG são conhecidas como tétrade de
RICOUX:
1. 1 - Aumento da espessura do tecido celular subcutâneo
2. 2 - Maior consistência tecidual
3. 3 - Maior sensibilidade a dor
4. 4 - Diminuição da mobilidade por aderência dos planos mais profundos
Exame fisico
A inspeção deve ser realizada na posição ortostática
Além das alterações de relevo inspecionam-se alterações associadas como:

• Coloração tecidual
• Varizes
• Estrias
• Tonicidade muscular
• Teleangectasias
• Equimoses
• Hiperceratose folicular
• Dor a palpação

Identificação do FEG

• Teste da casca de laranja


• Teste de preensão

Métodos de avaliação e exames complementares


• Termografia: tem a função de avaliar e classificar o FEG de acordo com a temperatura cutânea
• Exame anátomo-patológico: método invasivo que consiste em biópsias com cortes de 4mm de
diâmetro
• As zonas demarcadas pelo exame são geralmente escuras indicando hipotermia e importante
déficit circulatório
• Xerografia: método que consiste na radiação da pele pelo raio x, explorando variações nas
cargas elétricas induzidas pelas radiações das placas de selênio
• A variação das imagens e tonalidades através do exame indicam o grau do espessamento do
tecido adiposo
• Ecografia bidimensional: método fácil, prático e seguro de avaliar a textura do tecido adiposo
subcutâneo
• Tem a desvantagem a necessidade de equipamentos específicos, é considerado exame de alto
custo

Estágios da FEG segundo Lagéze (anatomia patológica)

Primeira Fase – Grau I


• Branda, puramente Circulatória, comporta essencialmente estase venosa e linfática

Segunda Fase – Grau II


• Fase exsudativa, o tecido celular é invadido por mucopolissacarídeo e eletrólitos
Terceira Fase – Grau III
• Nódulos “celulíticos, os fibroblastos formam o arcabouço fibroso”

Quarta Fase – Grau IV
• Fibrose cicatricial atrófica irreversível. Há retração esclerótica

Classificação clínica e histopatológica

• FEG grau 1: somente é percebido pela compressão do tecido entre os dedos


• FEG grau 2 ou moderado: as depressões são visíveis à inspeção
• FEG grau 3 ou grave: alteração de relevo coloração e tônus observadas em qualquer posição.
Sensibilidade dolorosa presente

Classificação quanto à forma clínica

Dura
• Aspecto de “grãos de chumbo”
Flácida
• Deformação da região atingida
Edematosa
• Aspecto de “casca de laranja”
Mista
• Contém as formas mencionadas anteriormente

Classificação de Dabis( proporção do infiltrado lipodistrófico)


• FEG puro: forma comum em mulher magra, sem gordura circunscrita ou geral. Situa-se em
certas zonas de predileção.

Classificação de Dabis( proporção do infiltrado lipodistrófico)

• FEG composto (gordura circunscrita): forma comum no pós parto ou puberdade, adiposidade
acompanhada de placas rígidas nos locais de predileção
• FEG composto (obesidade): comum em pacientes acima dos 40 anos. Representam importante
sobrecarga lipídica e retenção hidrosalina.

Localizações preferenciais do FEG

Objetivos de tratamentos
• Lutar contra os fatores predisponentes
• Aumentar a circulação sanguínea e linfática
• Degradar triglicerídeo
• Despolimerizar mucopolissacarídeo

Abordagem terapeutica
• Terapia nutricional
• Terapia medicamentosa
• Mesoterapia
• Lipoescultura
• Tratamento cirúrgico
• Fisioterapia

Terapia nutricional
• O tratamento envolve uma dieta alimentar hipocalórica e educação alimentar

Terapia medicamentosa
• Mesoterapia: utiliza medicamentos como anestésicos, corticoesteróides, antibióticos, etc.
■ Método terapêutico consiste em efetuar múltiplas injeções intradérmicas que auxiliam o
metabolismo do tecido conjuntivo

Ativos farmacológicos
• Atuam no tecido conjuntivo podendo ser utilizado por via tópica, sistêmica e transdérmica.
• Princípios ativos da circulação: castanha da índia , extratos vegetais de hera e centella asiática.
• Lipolíticos: teobromina, aminofilina e cafeína.

Asiaticosidio
• Extrato de centella asiática sua ação tópica e sistêmica aumentam a microcirculação, com
melhora na perfusão dos membros inferiores.

Enzimas de difusão
• São utilizadas em caso de hiperpolimerização ou como auxiliar terapêutico na forma liofilizada
para favorecer a difusão de substâncias medicamentosas no organismo.
• A hialuronidase é a enzima mais utilizada.
• A técnica de administração de princípios ativos utilizados pela fisioterapia são:
Fonoforese
Intoforese

Terapia fisica
• A atividade física é de vital importância no tratamento do FEG, dada a condição freqüente de
hipotonia muscular.
• A função da atividade física na FEG é melhorar a circulação de retorno, a função
cardiorrespiratória, o tônus muscular e o metabolismo.
• Os exercícios localizados podem ser indicados para a redução do tecido adiposo específico da
área a ser exercitada.

Abordagem fisioterapêuticas

1. Correntes galvânicas
■ Galvanização: efeitos eletroquímicos, osmóticos e modificações vasomotoras.
■ Ionização: associação de drogas despolimerizantes .
• Para a efetividade da ionização, alguns aspectos devem ser observados :
• A droga deve ser administrada por um eletrodo da mesma polaridade.
• O posicionamento dos eletrodos deve ser trasnversal.
■ Ionização :
• A intensidade deve ser calculada de acordo com o tamanho do eletrodo.
• A concentração do produto deve ser mantida a mais baixa possível.
• O solvente deve ser água deionizada.
• Tempo de aplicação menor que 20 min.
• O material entre o eletrodo metálico e a pele deverá ser descartado.

2. Correntes diadinâmicas

• Difásica: utilizada no caso de sensibilidade dolorosa.


• Curtos períodos: utilizada para incrementar a circulação local..
• Monofásica: possui predileção pelo sistema nervoso vegetativo.
• Ritmo sincopado: utilizada para melhora trofismo muscular.

3. Corrente farádica

• Estimula eletricamente fibra muscular visando hipertrofia.


4. Ultrassom.
5. Drenagem linfática.
6. Corrente Russa.
7. Eletrolipoforese.
8. Endermologia.

Abordagens fisioterapêuticas : corrente russa

• O sucesso dos programas de EE depende amplamente dos parâmetros da estimulação.


• Os efeito das correntes de baixa e média freqüência são:
1. 1 - Excitomotor.
2. 2 - Vasodilatador.
3. 3 - Antiálgico.
4. 4 - Estimulação da regeneração tecidual.
5. 5 - antiinflamatório.
Benefícios da EE:
• Facilitação da contração muscular.
• Hipertrofia e aumento da potência .
• Aumento da irrigação sanguínea.
• Aumento o retorno venoso e linfático.
• Prevenção e eliminação de aderências.

Abordagens fisioterapêuticas eletrolipofores


• Consiste na aplicação de vários pares de agulhas finas e longas ligadas a corrente de baixa
intensidade.
• Atribui-se ao tratamento uma modificação do meio intersticial, que favores a lipólise.

■ Abordagens fisioterapêuticas endermologia


• Visa massageamento por pressão negativa (vácuo) e massageamento semelhante ao
movimento bidigital (rolamento).
• No FEG a endermologia favorece a maleabilidade do tecido alterado com fibroesclerose.

Abordagens fisioterapêuticas ultrassom

Seu uso está vinculado aos efeitos da fonoforese, que promove:


• A neovascularização do tecido com conseqüente aumento da circulação, rearranjo e aumento
da extensibilidade das fibras colágenas.
• Melhora nas propriedades dos tecidos.
• Os efeitos não térmicos são responsáveis pela permeação de substâncias
• Tempo de aplicação de 2 min. a cada 10cm2.
• A intensidade varia de acordo com efeito desejado e o tecido a ser estimulado, sendo sua ação
mais profunda quanto for a intensidade.
• O fator temperatura é importante para os casos de fonoforese, pois podem interferir na
penetração dos princípios ativos.
• A fonoforese tem a vantagem de que o medicamento não precisa ser polarizado.
• A pressão de radiação e a cavitação estável facilitam a penetração de substâncias no interior do
tecido, contribuindo para o aumento da difusão os eletrólitos.

Abordagens fisioterapêuticas : drenagem linfatica

• A drenagem linfática é indicada para FEG em todos os graus e formas clínicas.


• É importante na primeira e segunda fase, onde ocorre estase e congestão.
• Deve ser suave e lenta respeitando o sentido da linfa até desembocar nos linfonodos.
Tratamento médicos

Tópicos e percutâneo
• Este tratamentos se baseiam principalmente na capacidade da absorção cutânea, podendo
contribuir para a melhora do aspecto da pele.

Tratamento médicos : tópicos e percutâneo


■ As principais composições tópicas são:
1. 1 - Triodoitironina: ação periférica lipolítica.
2. 2 - Castanha da índia: tem efeito antiedematoso .
3. 3 - Cafeína: tem ação sobre a lipólise e atua sobre a mobilização e metabolismo dos
ácidos graxos livres .

4. 4 - Centella asiática: atua no tecido conectivo, regulando as estruturas das fibras


conjuntivas.

Plataforma vibratoria
Tratamentos Médicos: via oral (oligoelementos)
• Os oligoelementos ativam a disfunção metabólica e atuam como regulador metabólico, cujo o
ponto de partida é hipofisário em particular sobre as funções pancreáticas.

Tratamento cirúrgicos
Lipoescultura:
• Consiste na extração de gordura com cânulas de 3 a 4 mm que são conectadas à maquinas
aspiradoras e a uma seringa de 60 ml.
• As indicações desta técnica são sempre adiposidade localizada, em pacientes jovens e como
boa qualidade da pele.

Lipoescultura ultrassônica:
• Está baseada na explosão dos adipócitos mediante ondas ultrassônicas que se emitem através
de uma cânula conectada a um equipo gerador.
• Consta de um transdutor contendo cristais de quartzo, que são atravessados por corrente
elétrica que vibra a uma freqüência de 19.800 a 39.00 Hz.
• Uma sonda de titânio, cônica é conectada ao transdutor de forma que conduzirá as vibrações
ultrassônicas geradas por estes.
• A vantagem desta técnica é destruir somente o adipócitos e não destruir vasos e outras
estruturas adjacentes.
• A gordura residual dos adipócitos destruídos são efetivamente eliminadas por drenagem
linfática.

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