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REVISÃO CONSTITUCIONAL
• Artigo 284º (Competência e tempo de revisão)
1. A Assembleia da República pode rever a Constituição decorridos cinco anos sobre
a data da publicação da última lei de revisão ordinária.
2. A Assembleia da República pode, contudo, assumir em qualquer momento
poderes de revisão extraordinária por maioria de quatro quintos dos Deputados em
efectividade de funções.
• .A revisão constitucional é o modo específico de alterar a Constituição.
• Diferentemente da generalidade das leis ordinárias, a lei fundamental que é a
Constituição não pode ser livremente modificada a todo o tempo, nem por uma
maioria simples, nem pelo processo legislativo comum.
• Há prazos de revisão constitucional; requere-se uma maioria qualificada; segue-se
um processo legislativo especial. A Constituição é uma lei dotada de uma certa
rigidez, que a distingue da liberdade de modificação das leis ordinárias.
• Como lei necessária que é, a Constituição não pode ser revogada, só pode ser
modificada, e com limites materiais (art. 288°), pelo que está excluída também a
substituição global da Constituição por outra.
• A revisão é substancialmente diferente do caso de substituição de uma Constituição
por outra.
• Nesta verifica-se uma descontinuidade constitucional.
• Na revisão não se dá uma sucessão de ordens constitucionais, mas sim, apenas,
alterações parciais dentro da mesma ordem constitucional.
REVISÃO CONSTITUCIONAL
• A revisão ordinária irá recair sempre sobre uma nova assembleia. Com efeito, se a
legislatura tem a duração de quatro anos (art. 171°-1) a revisão só pode fazer-se
decorridos cinco anos sobre a anterior revisão ordinária; nenhuma AR poderá
efectuar mais do que uma revisão ordinária.
• .A Constituição pode também ser submetida a revisão extraordinária, antes de
decorrido o quinquénio sobre a última revisão, desde que a AR assuma prévia e
expressamente poderes de revisão constitucional mediante deliberação aprovada
por uma maioria particularmente exigente — 4/5 dos deputados em efectividade de
funções (n° 2) —, abrindo-se então o processo normal de revisão.
• Trata-se de uma válvula de segurança para permitir antecipar a revisão, desde que
esta se torne imprescindível e inadiável; daí a exigência de maioria especialmente
qualificada.
• A Constituição não estabelece a exigência de que a assunção de poderes de revisão
deva indicar as matérias sobre que há-de incidir a revisão; mas a razão de ser da
revisão extraordinária assim o parece exigir, pois não é lógico considerar inadiável e
imprescindível uma revisão constitucional sem uma definição das matérias carecidas
dela.
REVISÃO CONSTITUCIONAL
• . .As leis de revisão (n° 2) não são mais do que o produto da reunião das alterações
da Constituição que tiverem sido aprovadas num determinado processo de revisão.
• O princípio da unicidade das leis de revisão é uma consequência directa da não
repetibilidade do uso dos poderes de revisão, isto é, do esgotamento dos poderes de
revisão com o seu uso por uma vez (cfr. art. 284°).
• Publicada uma lei de revisão, ficam esgotados os poderes de revisão, que só
poderão ser de novo utilizados após cinco anos (ressalvados os poderes de revisão
extraordinária).
• No caso de serem publicadas várias leis de revisão em resultado de um único
processo de revisão, só a primeira poderá considerar-se como constitucionalmente
válida, tendo de considerar-se inválidas (melhor: inexistentes) as seguintes.
• .As leis de revisão constitucional estão sujeitas a promulgação do PR — que não
pode ser recusada (n° 3).
• Não podendo haver recusa de promulgação, não pode o PR vetá-las, desde logo
por razões de mérito (cfr. art. 136°), o que é mais do que compreensível, já que a
revisão constitucional é uma questão exclusiva da AR, não podendo depender da
concordância do PR.
REVISÃO CONSTITUCIONAL
• Artigo 289.º
• Não pode ser praticado nenhum acto de revisão constitucional na vigência de estado
de sítio ou de estado de emergência.