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º 1
Resolução
Assume-se que o caso prático trata uma revisão Constitucional ordinária, visto não
haver referência a uma referência nos últimos 5 anos, não havendo fundamento para
pressupor que seja uma revisão extraordinária – artigo 284º. A iniciativa da revisão caberá
aos deputados (185º número 1) – não se inicia pela aprovação, mas sim pela proposta.
A aprovação tem que ser feita por maioria de 2/3 dos deputados em efetividade de
funções, não sendo relevante a referência à aprovação por maioria absoluta (50% +1) dos
deputados presentes.
Os poderes de revisão não se podem sobrepor aos poderes constituintes originários,
segundo alguma doutrina. Há quem diga que não, que poderes constituídos e constituintes
têm o mesmo peso. Ainda existe uma tese intermédia, de duplo processo de revisão, que
será aquela que será assumida como relevante. Nos termos da alínea h) do artigo 288º da
CRP, o “sistema de representação proporcional” é um limite material de revisão
constitucional, pelo que, para esta característica do sistema eleitoral ser alterada teria que se
incorrer num duplo processo de revisão constitucional: esta é aquela a que JM adere,
devendo haver uma distinção entre vários tipos de limites.
Nada é referido relativamente à elevação para 6 anos da duração do mandato do PR
no artigo 288º, podendo haver uma alteração do texto Constitucional caso o projeto seja
aprovado. Desde que os mandatos sejam periódicos e renováveis, a alteração é aceitável.
Mais uma vez, a eliminação da alínea b) do artigo 288º exigiria um duplo processo de revisão
constitucional, visto que este também é um limite material. A maior parte dos autores
considera que é um limite de 1º grau, por ser um princípio fundamental da CRP.
Nos termos do número 3 do artigo 286º da CRP, o PR não pode recusar a
promulgação da lei da revisão. O PR não pode apreciar o conteúdo da revisão, apenas
podendo apreciar a revisão em termos formais: ele poderá recusar a promulgação se a
considerar formalmente inconstitucional.
Segundo o artigo 289º da CRP, não pode existir revisão constitucional durante a
vigência do Estado de Sítio. No entanto, o ato de revisão em si não foi feito durante o Estado
de Sítio. Não há uma resposta concreta à questão, mas a maioria da doutrina concorda que,
após a decisão ter sido tomada fora Estado de Sítio/Emergência, deverão ser publicadas as
alterações, não havendo inconstitucionalidade visto que a publicação consiste apenas em
tornar públicas as decisões.