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Continuação...
CAPÍTULO IX
DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DO PÔSTO OU DA FUNÇÃO
OBS: As ações penas originárias no STM sempre terão como relator um Ministro civil,
escolhido por sorteio. A instrução processual é feita por esse Ministro civil, porém o
momento do julgamento contará com a presença de todos os ministros em exercício do
STM.
OBS: A Lei nº 8719/93 revogou o art. 6º, I, “b”, da Lei nº 8457, que estipulava prerrogativa
de função para os crimes militares praticados por juízes-auditores, membros do MPM e
Defensores Públicos Federais. No entanto, a competência por prerrogativa de função
para os juízes e membros do MPM encontra-se estampada expressamente no art. 108,
I, da Constituição Federal. Defensor Público não tem prerrogativa de função.
b) CF/88 - julgamento do Cmt das FFAA pelo STF nos crimes comuns e de
responsabilidade. Nos crimes de responsabilidade conexos ao PR são julgados pelo
Senado Federal.
b) No CPP comum o desaforamento pode ser solicitado pelo Juiz ou pelas partes, ao
passo que no CPPM o rol de legitimados é maior, vez que o desaforamento a ser
apreciado pelo STM pode ser feito pelos Comandantes da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica, comandantes da Região Militar, do Distrito Naval e do Comando Aéreo,
Conselhos de Justiça ou juiz federal da JMU (juiz de direito do juízo militar) e partes
(MPM e acusado).
Caso de desaforamento
Art. 109. O desaforamento do processo poderá ocorrer:
a) no interêsse da ordem pública, da Justiça ou da disciplina militar;
b) em benefício da segurança pessoal do acusado;
c) pela impossibilidade de se constituir o Conselho de Justiça ou quando a dificuldade
de constituí-lo ou mantê-lo retarde demasiadamente o curso do processo. (Mais comum)
Ementa
Pedido de Desaforamento. Conselho de Justiça. Formação. Impossibilidade.
Derrogação. Competência. Pedido de Desaforamento formulado pelo Juízo da 4ª
CJM, com fundamento no art. 109, alínea "c", do CPPM, em virtude da inexistência
de oficiais superiores ou intermediários em condições de comporem Conselho de Justiça
na sua área de jurisdição. Medida excepcional de derrogação da competência territorial
que, in casu, deve ser efetivada para o Juízo mais próximo, qual seja, uma das Auditorias
da 1ª CJM. Deferimento do Pedido. Decisão por maioria.
OBS: O Ministro Coelho votou vencido. Indeferiu o desaforamento porque o acusado era
CIVIL. Logo, entendeu que poderia formar um Conselho de Justiça com Oficiais das
outras Forças e não necessariamente da Marinha. HOJE essa discussão não existiria!
Num: 0000020-74.2008.7.08.0008 UF: PA Decisão: 15/02/2011
Ementa
EMENTA. DESAFORAMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE SE FORMAR CONSELHO
ESPECIAL DE JUSTIÇA EM RAZÃO DA ANTIGUIDADE DE OFICIAL DENUNCIADO.
Desaforamento requerido pelo Juiz-Auditor da 8ª CJM em razão da impossibilidade de
formar Conselho Especial de Justiça para o Exército, visto não haver oficiais em
condições de julgar um dos acusados em virtude da sua antiguidade. Pedido
deferido para designar uma das auditorias da 1ª CJM para julgar o feito, haja vista que,
embora não seja aquela em que está presente o maior contingente do Exército, é a que
melhor privilegia a ampla defesa e a conveniência da instrução criminal, vez que o co-
réu civil reside no Rio de Janeiro. Desaforamento deferido por unanimidade.
HOJE seria diferente! Porque o correu civil atrai todos os demais para a competência
monocrática.