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SINOPSE: Em um mundo de magia e moda, a luta

pelo poder pode ser mortal. Uma jovem maga se vê em


meio a um perigoso jogo de extorsão e corrupção
quando a existência da moda encantada é revelada à
máfia local. Unindo forças com outros magos, ela terá
que lutar contra o tempo para proteger seu negócio e
sua arte antes que seja tarde demais. Mas até onde
eles estão dispostos a ir para garantir sua
sobrevivência nesse mercado impiedoso? Neste livro de
mistério e intriga, descubra como a moda pode ser
muito mais do que aparenta, e como as escolhas que
fazemos podem ter consequências inimagináveis.

CAPÍTULO 1
Eu estava em meu ateliê trabalhando em minha mais
nova coleção quando ouvi um estrondo vindo da porta
da frente. Instintivamente, meus dedos foram para
minha caixa de agulhas, uma extensão de mim mesma,
minha fonte de poder. Pode parece estranho, eu sei,
mas cada uma respondia com um tipo de feitiço
preparado anteriormente por mim.

Aproximei-me com cautela e a porta se abriu,


revelando uma figura alta e imponente, vestida de
preto dos pés à cabeça. Meu coração bateu com força
no meu peito quando percebi que era alguém da máfia
local.
"Alícia Marquez?" perguntou o homem com voz grave.

"Sim", respondi, tentando manter minha voz calma.

"O chefe quer falar com você", disse ele, empurrando-


me para fora do ateliê.

Respirei fundo e acompanhei-o até um carro preto que


estava estacionado em frente à minha loja. Um homem
de terno escuro estava sentado no banco de trás,
olhando para mim com um sorriso malicioso.

"Você tem algo que pertence a nós", disse ele, com um


tom frio e calculista.

"Eu não sei do que você está falando", respondi,


tentando manter minha voz firme.

"Não seja tola", disse ele, com um olhar penetrante.


"Sabemos sobre sua arte e como ela é valiosa.
Queremos uma parte dos lucros."

"Eu não vou dar dinheiro para a máfia", respondi na


defensiva.

O homem riu. "Você não entende, garota. Nós não


estamos pedindo. Estamos exigindo. Ou você nos dá
uma parte dos seus lucros, ou vamos destruir tudo o
que você construiu."

Eu sabia que ele não estava brincando. A máfia era


conhecida por ser impiedosa em seus métodos. Olhei
para o homem com raiva e determinação.
"Eu não vou ceder à chantagem. Eu não vou deixar que
vocês me ameacem e destruam meu trabalho", disse
eu, firme.

O homem sorriu, claramente impressionado com minha


bravura. "Muito bem. Então, teremos que tomar o que
é nosso por direito."

Ele acenou com a mão e dois homens enormes saíram


do carro, avançando em minha direção. Canalizei meu
poder, preparada para lutar pelo meu trabalho e minha
vida.

Eu sabia que estava em desvantagem, mas não podia


simplesmente entregar tudo o que havia construído
com tanto esforço. Concentrei meu poder e lancei uma
das agulhas, um estrondo luminoso fez o homem cair
para trás assim que ela encostou em eu peito. Ok,
menos um.

O outro homem avançou na minha direção, mas eu


consegui desviar de seus golpes graças à minha
agilidade ou ao meu desespero. Eu não tinha escolha a
não ser lutar com todas as minhas forças.

O chefe da máfia assistia à luta de longe, com um


sorriso sádico no rosto. Ele sabia que, mais cedo ou
mais tarde, eu cederia à sua exigência, e enquanto
isso, se divertia com o meu sofrimento.

Mas eu não desistiria facilmente. Com um movimento


rápido, consegui atingir outro homem, fazendo-o cair
no chão. Eu sabia que ele se levantaria em breve, mas
aquilo me deu alguns preciosos segundos de vantagem.
Olhei em volta, procurando uma saída, e vi uma janela
aberta no segundo andar do prédio em frente. Era uma
distância arriscada, mas era a minha única chance.
Canalizei todo o meu poder e saltei pela janela, voando
pelo ar em direção ao prédio.

Aterrissar no telhado foi doloroso, mas eu consegui me


recuperar a tempo de ver os homens da máfia saindo
do prédio, procurando por mim. Sabia que não podia
ficar ali por muito tempo, então comecei a correr pelo
telhado, procurando uma escada ou algo que pudesse
me levar em segurança até o chão.

Foi então que eu o vi. Um homem estava sentado em


uma cadeira na beirada do telhado, observando a cena
com curiosidade. Ele era alto, de cabelos escuros e
rosto angular, e estava vestido com um terno elegante.
Eu não conseguia ver seus olhos, mas sentia que ele
me observava com atenção.

"Quem é você?" perguntei, ofegante.

"Meu nome é Ethan", respondeu ele, com um sorriso.


"E você deve ser Alícia Marquez."

Eu fiquei surpresa. Como ele sabia meu nome? Eu


nunca o tinha visto antes.

"O que você quer?" perguntei, cautelosa.

"Eu quero ajudá-la", disse ele, levantando-se da


cadeira. "Sei que está em apuros por causa da máfia.
Posso ajudá-la a se livrar deles” disse enquanto
arrumava seu terno como se aquilo importasse naquele
momento.

Eu hesitei. Não sabia se podia confiar nele, mas


também não tinha muitas opções.

"Como?" perguntei, desconfiada.

"Eu tenho alguns contatos", disse ele, enigmático.


"Posso fazer com que a máfia se afaste de você. Mas,
em troca, você precisa me ajudar com um projeto que
estou desenvolvendo."

Eu ainda estava desconfiada, mas não tinha muita


escolha. A máfia estava atrás de mim, e eu precisava
de ajuda para me livrar deles.

"Está bem", concordei, relutante. "Mas eu preciso saber


mais sobre esse projeto primeiro. O que você quer de
mim?"

Ethan sorriu novamente, mas desta vez seu sorriso era


mais sombrio.

"Eu quero que você me ajude a criar uma nova linha de


moda com a sua arte magista", disse ele. "Uma que
seja mais poderosa e mais lucrativa do que qualquer
coisa que já tenha existido. E eu quero que você seja a
mente criativa por trás disso."

Eu arqueei uma sobrancelha. "Uma nova linha de moda


encantada? Isso é tudo?"
Ethan riu. "Oh, não é apenas isso. Eu quero que você
use sua magia para criar algo realmente especial. Algo
que seja tão poderoso que possa ser usado como uma
arma se necessário."

Eu não gostava do som disso. A costura magista era


uma forma de arte, não uma arma.

"Eu não sei", disse eu, hesitante. "Isso soa muito


arriscado. E o que acontece se eu recusar?"

Ethan se aproximou de mim, seu sorriso


desaparecendo. "Então você estará sozinha, Alícia. E a
máfia vai atrás de você de novo. Mas eu posso garantir
que, se você concordar, nunca mais terá que se
preocupar com eles novamente."

Eu não sabia se podia confiar nele, mas não tinha muita


escolha. A máfia estava atrás de mim, e eu precisava
de ajuda para me livrar deles.

"Está bem", concordei, relutante. "Eu aceito."

Ethan sorriu novamente, satisfeito. "Ótimo. Vamos sair


daqui antes que a máfia volte."

Ele me conduziu até uma escada de incêndio, que nos


levou até o chão. A máfia não estava mais lá, mas eu
sabia que precisava ser cautelosa. A qualquer
momento, eles poderiam aparecer novamente.

"Onde vamos agora?" perguntei, olhando ao redor.

Ethan me olhou nos olhos. "Vamos para o meu estúdio.


Lá, eu vou te mostrar o que eu quero que você crie."
Eu não sabia se podia confiar nele, mas não tinha
escolha. Eu precisava de ajuda para me livrar da máfia,
e Ethan parecia ser a única opção que eu tinha. Juntos,
nós entramos em um táxi e seguimos em direção ao
estúdio dele, sem saber que estávamos prestes a nos
envolver em algo muito maior do que qualquer um de
nós jamais imaginou.

O estúdio de Ethan era um santuário da moda


encantada, um lugar onde a magia fluía e os tecidos
ganhavam vida. Eu estava maravilhada com a beleza
do lugar e ansiosa para começar a criar algo incrível.
Ethan me guiou até o espaço de trabalho e me mostrou
o que queria que eu criasse. Era uma saia longa e
fluida feita de um tecido translúcido que brilhava como
asas de borboleta. Quando eu toquei o tecido, senti
uma onda de energia percorrer meu corpo, fazendo
meu coração acelerar. Eu estava em êxtase. "O que é
isso?" eu perguntei, incapaz de controlar minha
excitação.

"É um feitiço de levitação", explicou Ethan, sorrindo.


"Com essa saia, você pode voar."

"Voar?" Eu estava atordoada, incapaz de acreditar no


que estava ouvindo. "Isso é incrível! Eu nunca voei
antes!"

"Eu sei", disse Ethan, sorrindo. "É uma sensação


indescritível. Você pode subir ao topo de um prédio ou
planar suavemente sobre a água. É uma experiência
única que mudará sua vida para sempre."

Eu não sabia o que dizer. Eu nunca tinha


experimentado nada parecido, algo tão incrível e
mágico. Mas eu sabia que havia mais por trás disso
tudo. "Por que precisa de uma saia que te faz voar?" eu
perguntei a Ethan, curiosa.

Houve uma pausa antes que ele me respondesse. "Há


muitas coisas que eu quero fazer com isso, Alícia.
Coisas que vão mudar o mundo da moda encantada
para sempre. Mas primeiro, precisamos construir uma
nova linha de produtos que seja poderosa e inovadora.
E precisamos fazer isso rápido, antes que a máfia se
envolva novamente."

Eu sabia que Ethan estava certo. A máfia era uma


ameaça real e eu precisava de proteção. Mas eu
também sabia que Ethan tinha seus próprios objetivos.
Ele queria poder e dinheiro, e eu não estava segura se
poderia confiar completamente nele.

"Eu vou criar essa nova linha de produtos para você",


eu disse a Ethan, determinada. "Mas você precisa me
prometer que não vai usar isso como uma arma. A
moda encantada é uma forma de arte, não uma
ferramenta para a violência."

Ethan me olhou nos olhos, seu sorriso desaparecendo.


"Eu prometo que não vamos usar isso como uma arma.
Mas precisamos estar preparados para qualquer
eventualidade. A máfia não vai desistir tão facilmente."
Eu sabia que ele estava certo. A máfia não ia desistir.
Mas eu também sabia que eu não podia deixar Ethan
usar a moda encantada como uma arma. Eu precisava
proteger a minha arte e a minha comunidade mágica.

"Nós estamos fazendo a coisa certa, Alícia. Eu prometo


a você", disse Ethan, tentando me convencer de que
tudo estava sob controle.

Capítulo 2
Os dias que se seguiram foram uma verdadeira
montanha russa emocional. Ethan e eu nos
esforçávamos incansavelmente, criando peças únicas e
poderosas que certamente causariam um impacto. Nós
trabalhávamos dia e noite, sem descanso, em uma
corrida contra o tempo. Eu projetava as roupas com a
precisão de um cirurgião, enquanto Ethan canalizava
feitiços poderosos para aprimorá-las.

Eu sabia que Ethan não era exatamente uma pessoa


confiável, mas eu não podia negar que ele era
talentoso. Havia algo em seus olhos que me inspirava,
um desejo ardente de mudar as coisas, de fazer a
diferença. Eu admirava isso nele, mesmo sabendo que
ele podia facilmente me apunhalar pelas costas.

Enquanto eu aprendia mais sobre a magia encantada,


minha confiança começou a crescer. Eu estava
começando a entender como a magia poderia ser
usada, mas eu ainda sentia um calafrio na espinha
quando pensava na máfia, sabendo que eles ainda
estavam lá fora, esperando pelo momento certo para
atacar.

Finalmente, depois de dias de trabalho intenso e sem


descanso, nossa linha de produtos encantados estava
pronta para ser apresentada. Era uma coleção de peças
inovadoras e surpreendentes, com vestidos que
mudavam de cor com um simples comando de voz,
sapatos que aumentavam a velocidade de quem os
usava e até mesmo uma jaqueta que podia se
transformar em um escudo impenetrável.

Nós apresentamos nossa linha para um pequeno grupo


de compradores selecionados, incluindo alguns dos
nomes mais importantes do mundo da moda
encantada. Eu estava nervosa, mas Ethan parecia
confiante e controlado.

As primeiras reações foram positivas. As pessoas


estavam impressionadas com a qualidade e a inovação
dos nossos produtos. Eles queriam saber mais sobre
como nós os criamos, como os feitiços funcionariam e o
que mais experimentaram criar.

Ethan respondeu a todas as perguntas com um sorriso


e uma elegância que eu não sabia que ele possuía. Ele
falava como um empresário experiente, e eu podia ver
como ele estava no seu elemento.

Eu fiquei feliz que as coisas estavam indo bem, mas eu


ainda me sentia desconfortável com a ideia de usar a
magia como uma ferramenta comercial. A moda
encantada sempre foi uma forma de arte, algo para ser
admirado e apreciado. Mas agora, parecia que estava
vendendo a magia, convidando-a em um produto.

Eu olhei para Ethan, que estava ocupado conversando


com um dos compradores, e me pediu se essa era
realmente a direção que eu queria seguir. Eu sabia que
precisava de proteção, e que Ethan era a única pessoa
que poderia me fornecer isso. Mas que custo?
De repente, uma voz me tirou dos meus pensamentos.
"Alícia, preciso falar com você".

Era o comprador mais importante da sala, um homem


alto e esguio com cabelos grisalhos e um sorriso sínico.
Eu não gostava dele, mas eu sabia que ele era
importante para os negócios.

"Claro", eu disse, tentando manter meu tom


profissional.

Ele me levou para um canto da sala e olhou ao redor,


como se estivesse se certificando de que ninguém
pudesse nos ouvir.

"Eu ouvi rumores de que você e Ethan estão


trabalhando em algo mais do que apenas uma linha de
produtos", ele disse em voz baixa. "Algo grande, algo
que poderia mudar o jogo".

Eu engoli em seco. Como ele sabia disso? Eu sabia que


Ethan era cauteloso, mas será que ele tinha deixado
escapar alguma coisa?

"Eu não sei do que você está falando", eu disse,


tentando manter minha voz firme.

O homem riu. "Não se preocupe, Alícia, eu não estou


aqui para causar problemas. Na verdade, eu poderia
ser capaz de ajudar".

Eu olhei para ele, desconfiada. Eu sabia que ele não


estava falando sério. Ele nunca fazia nada sem esperar
algo em troca.
"O que você quer em troca?", eu perguntei, sabendo
que havia uma pegadinha.

"Eu quero uma participação na sua empresa", ele disse.


"Eu quero ser um dos investidores".

Eu sabia que Ethan iria recusar a oferta, mas eu não


pude deixar de pensar nela. Nós precisávamos de
dinheiro para expandir nossos negócios, e se isso
significasse ter que trabalhar com esse homem
desagradável, então talvez fosse um preço que
tivéssemos que pagar.

Mas então eu me lembrei de quem eu era e do que


acreditava. Eu não queria me vender para o mundo
empresarial, não importava o quão desesperada
estivesse.

"Eu vou ter que passar a oferta", eu disse. "Mas


obrigada de qualquer forma".

O homem sorriu e acenou com a cabeça, antes de se


virar e se misturar novamente com a multidão.

Eu respirei fundo e olhei para Ethan, que estava


observando a cena de longe. Eu sabia que ele tinha
visto tudo, e eu me perguntava o que ele estava
pensando.

Eu fui até ele e o encontrei observando a multidão, com


um sorriso no rosto.

"Como estamos indo?", ele perguntou, olhando para


mim.
Eu olhei para ele, pensando em como abordar o
assunto. Finalmente, eu disse: "Ethan, eu não tenho
certeza se isso é o que eu quero fazer. Eu não tenho
certeza se quero vender nossa magia para o mundo
empresarial".

Ethan me olhou, e eu pude ver uma mistura de


surpresa e decepção em seus olhos.

"Alícia, eu entendo que você está preocupada", ele


disse. "Mas nós precisamos disso. Nós precisamos do
dinheiro e do suporte para crescer e expandir nossos
negócios".

Eu sabia que ele estava certo, mas ainda assim, eu não


podia deixar de me sentir desconfortável com a ideia.

"Eu não sei, Ethan", eu disse, olhando para ele. "Eu


preciso de mais tempo para pensar".

Ethan suspirou, mas assentiu. "Tudo bem, Alícia. Eu


entendo. Vamos dar um tempo para pensar e discutir
isso depois".

Eu concordei, sentindo-me aliviada por não ter que


tomar uma decisão imediata. Ethan continuou
conversando com os compradores, enquanto eu me
afastei para dar uma volta pelo showroom.

Eu me perguntei se estava fazendo a coisa certa. Eu


queria usar a magia para ajudar as pessoas, mas
vender produtos encantados parecia uma maneira
estranha de fazer isso. Será que eu estava vendendo a
minha alma ao abismo, como meu avô costumava
dizer?

Enquanto Ethan e eu caminhávamos para fora do


prédio, eu sabia que algo estava errado. Eu senti uma
energia estranha no ar, como se estivéssemos sendo
observados.

De repente, um som estrondoso ecoou pelo ateliê,


seguido de gritos de dor. Olhamos para a porta e vimos
um dos nossos compradores, caído no chão, cercado
por três homens de aparência suspeita. Minha mente
entrou em pânico. A máfia havia nos encontrado. Antes
que pudéssemos reagir, os homens se viraram em
nossa direção, e eu vi o brilho de uma faca na mão de
um deles. Ethan levantou as mãos em defesa, e eu vi a
raiva e o medo em seus olhos. Ele estava se
preparando para lançar um feitiço. Mas antes que ele
pudesse fazer qualquer coisa, uma figura apareceu do
nada e lançou um feitiço poderoso, derrubando os
homens no chão.

Eu olhei para cima e vi um homem alto, vestido em um


longo manto preto e com uma máscara cobrindo o
rosto. O meu coração disparou de medo. Quem era ele?
"Quem é você?" eu perguntei, tentando controlar a
minha respiração acelerada. O homem se aproximou de
nós, e eu vi um brilho de reconhecimento nos olhos de
Ethan.

"Eu sou o Caçador", o homem disse, em voz baixa. "E


eu estou aqui para acabar com a sua linha de produtos
encantados".
.Minha mão tremia enquanto eu me afastava do
Caçador. Eu sabia que ele era perigoso, que ele já
havia causado estragos em outras linhas de produtos
encantados antes.

"Ethan, o que estamos fazendo?" Eu perguntei, me


agarrando ao meu braço.

Ethan parecia calmo, apesar da ameaça em nossa


frente. "Não se preocupe, Alícia. Eu lidei com o Caçador
antes. Nós vamos ficar bem."

Eu não estava convencida, mas antes que pudéssemos


dizer mais alguma coisa, o Caçador saltou em nossa
direção. Ethan agarrou minha mão e me puxou para
trás, mas eu tropecei em um de meus próprios pés e
caí no chão. A última coisa que eu vi foi o Caçador se
aproximando, sua adaga brilhando na luz da rua.

Eu fechei os olhos e me preparei para o pior, mas então


ouvi um grito alto. Quando abri os olhos novamente, vi
Ethan lutando contra o Caçador, lançando feitiços com
precisão letal. O ar chiava com a energia que emanava
da magia, enquanto o Caçador se esquivava e lançava
contra-feitiços com uma habilidade surpreendente.

Ethan, meu companheiro de batalha, era um guerreiro


experiente, movendo-se com graça felina enquanto
protegia nossas costas. Mas mesmo com sua ajuda, a
luta era dura. O Caçador era forte e resistente,
aparentemente imune aos meus ataques mais
poderosos.
O calor da batalha me fazia suar, mas eu não podia
permitir que minha guarda baixasse. Com um
movimento rápido, eu apontei minha varinha para o
Caçador e murmurei um encantamento que lançou uma
bola de fogo em sua direção. Ele se esquivou
habilmente, mas isso me deu uma abertura.

Com um grito de guerra, eu avancei em direção ao


Caçador, minha varinha brilhando com uma luz intensa.
Ele tentou me interceptar, mas eu estava preparada.
Com um movimento rápido, eu desviei seus ataques e
acertei um golpe fatal.

O Caçador caiu no chão, derrotado. Nós arrastamos seu


corpo para fora da loja e o deixamos na rua, para que
servisse como um aviso aos outros que tentassem
entrar em nossa propriedade.

De volta à loja, nós nos recompomos, ofegantes e


exaustos. A adrenalina ainda pulsava em nossos corpos
enquanto nós olhávamos para os destroços que a
batalha havia deixado.

Ethan olhou para mim, respirando pesadamente.

"Você está bem?" ele perguntou.

Eu balancei a cabeça.

Eu sabia que não seria a última vez que veríamos um


ataque como esse, mas por agora, eu estava grata por
estar viva.
"O que fazemos agora?" eu perguntei, olhando para
Ethan.

Ele olhou para mim, sua expressão determinada. "Nós


continuamos. Nós lutamos. Nós fazemos o que for
preciso para proteger a nossa linha de produtos”.

Eu sabia que ele estava certo. A magia encantada era


valiosa demais para deixarmos que a máfia e os
caçadores a destruíssem. Nós tínhamos que lutar pelo
que acreditávamos.

Ethan sorriu para mim, e pela primeira vez desde o


ataque do Caçador, eu me senti um pouco mais forte.
Juntos, nós saímos daquele beco escuro e voltamos
para o mundo dos negócios encantados.

O caminho à frente seria difícil, mas eu sabia que com


Ethan ao meu lado, teríamos uma chance melhor.

Passamos a noite discutindo estratégias e medidas de


segurança para proteger nossa linha de produtos.
Decidimos fortalecer as proteções mágicas em nossa
loja e em nosso armazém, além de contratar mais
funcionários para nos ajudar na produção.

No dia seguinte, eu me levantei cedo e comecei a


trabalhar no meu laboratório. Eu estava determinada a
criar novos encantamentos para nossos produtos que
tornariam quase impossível para os caçadores rastreá-
los.

Enquanto eu trabalhava, Ethan trouxe café e croissants


para mim.
Agradeci.

"Você sabe que não precisa fazer isso, certo?" eu disse


a ele. "Eu sei que você tem muitas outras coisas para
fazer."

Ethan sorriu. "Não se preocupe com isso. Eu estou aqui


para ajudar você e proteger a nossa linha de produtos,
lembra?"

Eu assenti.

Estávamos exaustos, mas satisfeitos com o progresso


que fizemos. Nós saímos da loja juntos e eu vi Ethan
franzir a testa ao olhar para o horizonte.

"O que foi?" eu perguntei, seguindo o seu olhar.

Ethan apontou para um grupo de homens que se


aproximavam da loja. "Esses caras não parecem ser
compradores regulares."

Eu rapidamente avaliei a situação e percebi que era


uma gangue de rua comum. Nos afastamos e ficamos
observando em um ponto onde não éramos facilmente
percebidos.

Senti a magia pulsar dentro de mim e me preparei para


o pior.

Os homens se aproximaram da loja, olhando em volta


como se estivessem procurando por alguma coisa. Eu
estava prestes a confrontá-los quando Ethan me
segurou pelo braço, impedindo-me de avançar.
"Espere", ele sussurrou. "Eu acho que eles estão
procurando por algo específico."

Eu olhei para Ethan, tentando entender o que ele


queria dizer. Foi então que eu percebi que ele estava
certo. Os homens estavam procurando por algo
específico na nossa loja. Eles não eram uma gangue
comum.

"O que eles querem?" eu perguntei a Ethan em um


sussurro.

"Não tenho certeza, mas precisamos impedi-los antes


que eles encontrem o que estão procurando", ele
respondeu.

Nós nos escondemos atrás da esquina da loja e


observamos os homens de longe. Eles estavam prontos
para o próximo passo, invadir por meios exagerados de
violência.

Nos aproximamos com cautela.

"O que vocês estão procurando?" eu perguntei,


tentando parecer calma.

Os homens se viraram para nós, olhando-nos com


desdém. "Não é da sua conta", disse um deles,
brandindo um taco de baseball.

Eu vi Ethan se preparando para atacar, mas eu o


segurei pelo braço. "Deixe comigo", eu sussurrei.

Com um gesto ágil e preciso, eu canalizei os


movimentos da cama de gato como se estivesse
usando fios de ceda, o chão se iluminou, criando um
círculo mágico que se espalhou rapidamente pela loja.

Os homens não tiveram tempo para reagir. Eles


cambalearam, agarrando seus pescoços enquanto
tentavam lutar contra o feitiço, mas era tarde demais.
Seus olhos pesaram, as pálpebras ficando cada vez
mais pesadas até que finalmente se fecharam. Seus
corpos desabaram no chão, como bonecas de pano sem
vida.

Ethan me olhou com admiração. "Incrível," ele


murmurou, seus olhos brilhando com um misto de
orgulho e surpresa.

Ethan olhou para mim, impressionado. "Como você fez


isso?"

Eu sorri. "Eu tenho meus truques."

Nós arrastamos os homens para fora da loja e os


deixamos na rua. Sabíamos que isso não resolveria
completamente o problema, mas esperávamos que
desse tempo para fortalecer nossas proteções mágicas
e encontrar uma solução mais permanente.

De volta à loja, nós trabalhamos arduamente para


fortalecer as proteções mágicas. Eu também criei novos
encantamentos que dificultariam ainda mais a
localização dos nossos produtos pelos caçadores.

Horas se passaram e o sol já começava a se pôr


quando finalmente terminamos de reforçar as
proteções. Estávamos exaustos, mas sabíamos que
precisávamos ser cautelosos.

De repente, ouvimos um barulho na porta da frente.

"Quem é?" eu perguntei com a voz trêmula.

A porta se abriu lentamente e vimos uma figura alta e


encapuzada. Eu empurrei a magia para os punhos.

"Espere", disse Ethan, colocando a mão no meu braço.


"Eu conheço essa pessoa."

A figura encapuzada tirou o capuz, revelando um rosto


cansado e familiar. Era um velho amigo de Ethan, um
mago poderoso que estava sempre viajando pelo
mundo em busca de novas magias e encantamentos.

"O que você está fazendo aqui, Gabriel?" perguntou


Ethan, aliviado.

Gabriel olhou ao redor e depois para nós. "Eu ouvi falar


dos problemas que vocês estavam tendo aqui e vim
ajudar."

Nós o levamos para dentro da loja e começamos a


explicar a situação. Gabriel ouviu com atenção e depois
começou a examinar as proteções mágicas que
tínhamos colocado.

"Eu acho que posso ajudá-los", ele disse depois de um


momento. "Eu tenho um encantamento que pode
proteger completamente a loja. Mas, vai demorar
alguns dias para prepará-lo."
Nós aceitamos a oferta de ajuda de Gabriel, e
passamos os próximos dias trabalhando juntos para
preparar o encantamento. Foi um processo cansativo e
complicado, mas também repleto de descobertas
mágicas. Gabriel era um mago talentoso e experiente,
e aprendemos muito com ele.

Finalmente, depois de muitas horas de trabalho, o


encantamento estava pronto. Gabriel colocou as mãos
sobre a loja e começou a murmurar palavras em uma
língua antiga e estranha. A energia mágica fluiu através
dele, criando uma barreira invisível e impenetrável em
torno da loja.

Foi um momento mágico, quase como se pudéssemos


sentir a magia em nosso sangue. Gabriel terminou de
murmurar as palavras e as luzes se apagaram,
deixando-nos em um silêncio ensurdecedor. A barreira
mágica estava agora em pleno funcionamento, e uma
aura de segurança preencheu o ambiente.

Olhamos para Gabriel, em silêncio, agradecidos por sua


ajuda. Ele sorriu para nós e disse:

"Não se preocupem mais com a segurança da loja. Esta


barreira é forte o suficiente para resistir até mesmo às
mais poderosas magias."

Enquanto observávamos a loja agora protegida,


sentimos um enorme alívio. A tensão que nos
acompanhava havia dias finalmente havia se dissipado.
Gabriel se virou para nós, com um sorriso de satisfação
no rosto.

"Mas é importante lembrar que as barreiras só duram


por um tempo limitado, então vocês terão que me
chamar novamente quando começar a enfraquecer."

"Obrigado, Gabriel", disse Ethan com gratidão. "Nós


realmente apreciamos sua ajuda."

Gabriel se despediu e saiu pela porta, desaparecendo


nas sombras da noite. Olhei para Ethan e percebi o
quanto ele estava exausto. "Vamos fechar a loja e
descansar", eu disse.

Voltamos para casa, e finalmente pude relaxar. Deitada


em minha cama, senti uma onda de emoções
conflitantes passar por mim. Ainda havia muito
trabalho a ser feito, e muitos desafios a enfrentar, mas
agora, com a proteção da loja assegurada, eu sabia que
poderíamos lidar com qualquer coisa que viesse em
nosso caminho.

Bom, talvez não qualquer coisa, mas algo.

Adormeci com a sensação de segurança, pensando na


proteção que Gabriel havia nos dado. Mas ainda havia
uma sensação de inquietação no ar, como se algo
perigoso estivesse à espreita nas sombras da noite.
Capítulo 3

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