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AMLS

AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
 Se for identificado um risco à vida, é preciso iniciar uma intervenção imediata
antes de realizar outras avaliações. Deve ser avaliado o nível de consciência a
partir da ECG ou do AVDN. Depois do NDC, devem ser avaliadas a via aérea, a
ventilação e a circulação.
 Via aérea comprometida pode requerer aspiração ou remoção de um corpo
estranho. Abra a via aérea e observe a boca e a via aérea superior em busca de
movimento de ar.
 Em casos de suspeita de trauma, proteja manualmente a coluna cervical contra
movimentos posicionando o doente em uma posição neutra alinhada.
 Frequência, ritmo e esforço respiratórios são verificados durante a avaliação
primária, sons pulmonares podem ser auscultados.
 É essencial palpar as carótidas, artérias radial e femoral.
 Avaliar pressão de pulso, se baixa, suspeitar de choque ou tamponamento
cardíaco.
 Hipertensão com aumento da pressão de pulso, bradicardia e respiração irregular
é a tríade de Cushing para Hipertensão intracraniana.
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
 Obtem-se os sinais vitais, o histórico do doente e depois faz o exame físico
detalhado.
 Sinais vitais incluem pulso, FR, temperatura corporal e PA, além dos níveis de
glicose.
 A HDA é feita com o mnemônico OPQRST:
 O – início
 P – provocação (o que causa, melhora ou piora?)
 Q – qualidade
 R – referida (irradia para algum lugar?)
 S – severidade (classificar de 0 a 10)
 T – tempo de duração

 O passado médico é feito com o mnemônico SAMPLER:


 S – sinais ou sintomas
 A – alergias
 M – medicamentos em uso
 P – passado médico
 L – última refeição
 E – eventos precedentes
 R – fatores de risco
DOENTES COM SUSPEITA DE ALTERAÇÃO NEUROLÓGICA
1. observação inicial com apresentação, verificação da segurança do cenário,
procurar por medicamentos por suspeita de overdose. 2. Avaliação primária com
via aérea, ventilação (adm de 4-6L/min em cateter nasal) e circulação do doente. 3.
Fazer história com OPQRST e SAMPLER. 4. Exame físico detalhado e outros
exames.
AVC: confirmar suspeita de AVC e transportar rapidamente para um centro especializado
o mais rápido possível. Avaliar VA, ventilação e circulação. Administrar O2
complementar se SpO2 < 95%. Em AVCi, os pacientes devem ser mantidos em decúbito
dorsal com a cabeça levemente elevada. Não deve ser reduzida a PA. Usar Escala de
Cincinnati, Los Angeles Stroke Scale, National Institutes of Health Stroke Scale.
TROMBOSE VENOSA CENTRAL: Faça os cuidados de suporte a caminho do
hospital. Não administrar medicamentos orais. Manter VA e suplementar O2 se
necessário e tratar convulsões segundo protocolo. Quando chegar ao hospital realizar TC
ou RNM e se necessário administrar anticoagulantes.
DISSECÇÃO DA A. AORTA: Se um traumatismo precedeu a dissecção, imobilize a
coluna do doente. Faça os cuidados de suporte e monitor e via aérea, ventilação e
circulação. A pressão deve ser normalizada. Pode ser necessário intervenção cirúrgica
imediata.
HEMORRAGIA INTRACEREBRAL (AVC hemorrágico): encaminhar rapidamente
ao centro de AVC. O protocolo talvez oriente você a usar uma escala de AVC ou fazer
perguntas específicas a respeito de anticoagulação e sangramento. Mas o que vale é tratar
riscos à vida. Vit K, plasma congelado ou fator recombinante VIIa podem ser utilizados
para controlar sangramento.
HEMORRAGIA SUBARACNOIDE: controle da via aérea, ventilação e circulação. Se
necessário fazer acesso IV. Não controlar a PA. Se possível usar medidas para diminuir
PIC.
HEMATOMA SUBDURAL: geralmente ocorre após traumatismos. Se há, deve-se
estabilizar a coluna, avaliar mudanças no estado neurológico. Verificar e corrigir a
glicemia. Transportar para um centro de traumatologia.
HEMATOMA EPIDURAL: causada por traumatismo. Pode apresentar tríade de
Cushing. Em todos os casos, estabelecer acesso IV, administrar oxigênio e monitorizar.
Se necessário estabilizar coluna e manter VA. No PA, deve ser feito TC e uso de
anticonvulsivantes.
SINDROME DA CAUDA EQUINA: lombalgia, IU e trauma. A intervenção é de
suporte. Deve ser transportado ao PS para fazer exames de imagem. Não é fatal.
TUMOR: cuidados de suporte. Intervir na VA apenas se houver diminuição do NC.
MENINGITE: checar VA, ventilação e circulação. Iniciar líquidos por acesso IV para
tratar choques ou hipotensão. Deve ser feito tratamento para precaução de convulsões
com anticonvulsivantes. Se estiver alerta, administre O2, obtenha acesso IV e transporte
ao OS. Devemos nos proteger dos patógenos pelo ar.
ENCEFALITE: devem ser tomadas precauções rígidas de isolamento. Deve se atentar
se o doente descompensar e administrar reanimação pressórica e manter VA pérvia.
Medicações antivirais são usados ao chegar no PS.
ABSCESSO CEREBRAL: Proceda ao cuidado de suporte para o doente, monitore via
aérea, ventilação e circulação, administre oxigênio e faça hidratação IV. Tratar em caso
de emergência convulsiva.
CONVULSÃO: proteger o paciente com proteção acolchoada e removendo objetos
próximos. Administrar O2 e promover assistência ventilatória. No estado pós-ictal
tranquilize o paciente e se possível estabeleça acesso IV. O tratamento de escolha é um
benzodiazepínico (Dizepam), se não tiver êxito, usar fenobarbital/fenitoína e se não tiver
êxito usar anestésico geral. A testagem de glicemia é feita em todos os pacientes com
convulsão.
ENCEFALOPATIA HIPERTENSIVA OU HIPERTENSÃO MALIGNA:
administrar O2 suplementar e iniciar uma via IV. Só é necessário controlar a PA se a PAS
estiver acima de 220mmHg ou se a PAD estiver acima de 120mmHg. Tratamento inclui
uso de hidralazina em bolus IV, nitroprussiato e nitroglicerina em infusão lenta, além de
clonidina por via oral.
ARTERITE TEMPORAL: cuidados de suporte, monitorizar VA, ventilação e
circulação.
PARALISIA DE BELL: cuidados de suporte, monitorizar VA, ventilação e circulação.
Deve proteger o olho afetado pela paralisia com um tampão ocular ou gaze para manter
o olho fechado, podendo ser instilado soro fisiológico dentro do olho para hidratação.
MIGRÂNEA: a analgesia com opioide deve ser evitada até a avaliação com um médico.
Ficar atento a mudanças do NC, pois pode ser um AVC ou algo mais grave.
HIPERTENSÃO INTRACRANIANA IDIOPÁTICA: pouco é feito no APH.
Testagem da acuidade visual, exame oftalmológico direto, punção lombar e estudos de
imageamento podem ser necessários quando o doente estiver hospitalizado.
HIDROCEFALIA DE PRESSÃO NORMAL: cuidados de suporte, monitorizar VA,
ventilação e circulação.
DOENÇA MUSCULAR NEURODEGENERATIVA (ELA): transportar o doente e
cuidados de suporte, pode administrar líquidos e oxigênio para tratar fraqueza do
paciente. Se descompensar por fraqueza nos músculos ventilatórios, deve ser ponderado
fazer a intubação endotraqueal.
ENCEFALOPATIA DE WERNICK E SÍNDROME DE KORSAKOFF: o foco é
estabilizar a VA, garantir oxigenação, manter os níveis de PA e volemia. Se a hipótese
for confirmada, iniciar glicose e Tiamina oral, intramuscular ou IV, com dose inicial de
100mg. É seguro usar glicose em caso de hipoglicemia mesmo não tendo tiamina.
SINDROME DE GUILLAIN-BARRÉ: manejo de via aérea, ventilação e circulação,
administração de oxigênio e ventilação assistida (se necessário) são cruciais. Estabelecer
acesso IV e monitorização cardíaca. Hipotensão responde a hidratação IV. Bradicardia
sintomática responde à Atropina e hipertensão se trata com agentes de ação rápida.
PSICOSE AGUDA: prezar pela segurança. Pode ser necessário contenção química ou
física do doente. Deve ser analisado a glicemia, oximetria, história adequada para excluir
envenenamentos, overdoses e intoxicações.

DOENÇAS COM ACOMETIMENTO DO TRATO RESPIRATÓRIO


OBSTRUÇÃO MECÂNICA POR CORPO ESTRANHO (OVACE): o oxigênio
suplementar pode aliviar os sintomas até o transporte ao PS. Doentes conscientes deve
ser feito a desobstrução com impulsos abdominais (manobra de Heimlich). Em pacientes
inconscientes, deve ser feito compressões no tórax, com pré-oxigenação e preparar para
VA de resgate. Após a remoção pode ser indicado a intubação se estiver com baixo NC.
FARINGITE E TONSILITE: tratadas com fluidos, antipiréticos e anti-inflamatórios.
Infecções bacterianas exigem penicilinas ou amoxicilina.
ABSCESSO PERITONSILAR: tratamento com fluidos IV, administração de anti-
inflamatórios e antibióticos. A drenagem com agulha pode ser feita no PS.
EPIGLOTITE: limitado a ajuda com oxigenação e ventilação. A intubação endotraqueal
só é feita se realmente necessária, pois pode ser irritativo para a VA. São indicados
antibióticos como amoxicilina/sulfabactam ou clindamicina, esteroides, agonistas beta
inalados e epinefrina nebulizada. Pode ser usada ventilação com pressão positiva.
INFECÇÕES DA FACE E PESCOÇO: garantir oxigenação e ventilação. Se a VA
estiver obstruída uma técnica alternativa pode ser a INTC ou cricotireoidotomia, mas
antes deve ser tentado a ventilação com dispositivos supraglótica ou máscaras laríngeas.
Monitorar e iniciar acesso IV.
ANGINA DE LUDWING: deve ser feita manutenção da VA. Uso de oxigênio
suplementar umidificado, monitorização cardíaca e acesso IV devem ser feitos. Iniciar
ATB no PS.
TRAQUEÍTE BACTERIANA: Forneça oxigênio suplementar, inicie o monitoramento
eletrocardiográfico e obtenha um acesso IV Muitos doentes com traqueíte bacteriana
exigirão intubação, mas o procedimento é mais bem executado sob circunstâncias
controladas, a menos que o doente esteja sofrendo insuficiência respiratória aguda.
ABSCESSO RETROFARÍNGEO E PRÉ-VERTEBRAL: manter via aérea com
oxigênio suplementar. Cuidado para não puncionar o abscesso durante a intubação, pois
a aspiração do pus pode ser fatal. Monitorizar com ECG e obter acesso IV.
ANGIOEDEMA: a maioria dos casos são autolimitados. Se houver urticaria, avaliar
hipótese de anafilaxia. A intubação pode ser difícil, deve ser preparado material para via
aérea cirúrgica. Em doentes de não emergência deve ser monitorizado por ECG e fazer
acesso IV.
ASMA: o tratamento de primeira linha são os agonistas beta inalados, como albuterol
e levalbuterol. Albuterol na dose de 2,5 a 5mg a cada 20min em 3 doses ou
continuamente, seguido de 2,5 a 10mg a cada 1 a 4h. Episódios de asma intensos pode
ser usado agonista beta parenteral. Terbutalina em doses de 0,25 ou 0,3 mg de 1:1.000
de epinefrina administrada por via intramuscular ou subcutânea pode ajudar os agonistas
beta 2 inalados. A administração IV ou intraóssea (IO) de terbutalina ou epinefrina
também pode ser indicada. O ipratrópio em dose de 0,5 mg é, às vezes, administrado e
tem o melhor efeito possível e m doentes com DPOC coexistente ou história de
tabagismo. Também pode ser usado corticosteroides como metilprednisolona 40 –
125mg. Pode ser usado uma dose de Triamcinolona IM.
DPOC: oxigênio suplementar com cânula nasal suficiente para manter SpO2>92%. Se
permanecer hipóxico, usar máscara com reservatório de oxigênio com alto fluxo e
preparar para tratamento agressivo. Usar ventilação com pressão positiva não invasiva
(VPNI) ou IET com ventilador nos casos de IRA. Em casos graves pode ser indicado IOT,
ISR ou INT. uma vez controlada a via aérea administrar agonistas beta inalatórios a cada
20min. Em conjunto pode ser utilizado brometo de ipratrópio.
PNEUMONIA: deve usar suplemento de oxigênio por cânula nasal mantendo
SpO2>92%. O uso de máscara CPAP pode diminuir necessidade de intubação.
Administração de ATB logo na chegada ao PS antes da hemocultura.
SINDROME DA ANGUSTIA RESPIRATORIA AGUDA (SARA): é caracterizada
por uma infiltração alveolar com redução dos níveis de oxigênio. É indicado intubação e
ventilação mecânica, junto ao suporte de pressão e sucção. Devem ser usados ventiladores
de baixa frequência e baixo volume-corrente, administração de drogas para vasodilatação
de vasos pulmonares e a derivação completa dos pulmões para oxigenação.
PNEUMOTÓRAX ESPONTÂNEO: pode ser um pneumotórax espontâneo primário
(PEP) ou um pneumotórax espontâneo secundário (SSP). O tratamento envolve
observação simples em pacientes estáveis com oxigenação satisfatória. Pacientes
sintomáticos deve ser feito a toracocentese (toracotomia) ou descompressão por agulha.
Nos casos de APH é melhor usar a aspiração por agulha e não a aspiração por tubo. E
feito no 5º EIC na linha hemiclavicular, na face superior da costela para não lesionar os
vasos.
DERRAME PLEURAL: deve ser extraído por toracocentese de agulha para alivio e para
diagnóstico. Em casos raros o liquido tem que ser drenado.
OVERDOSE DE NARCÓTICOS: é tratada com os antagonistas Naloxona ou
naltrexona. A naloxona é usada IV em doses de 0,4 a 2mg no adulto.
OVERDOSE POR BZD: é visto por depressão respiratória, hipoventilação e
insuficiência respiratória. É tratada com o antagonita Flumazenil IV, de 0,1 a 0,2mg até
um total de 1mg. Se não houver melhora após 5min considerar outras causas.
BAROTRAUMA: pode mostrar sinais de sons respiratórios diminuídos, bulhas
abafadas, distensão da jugular. Deve ser feito oxigênio suplementar e hidratação IV para
manter PAS. Se houver pneumotórax é indicada drenagem. Se houver redução do NC,
PA incontrolável deve ser ponderada terapia com oxigenoterapia hiperbárica.
CHOQUE
CHOQUE HIPOVOLÊMICO: administrar oxigênio, cessar o sangramento, fornecer
fluido IV em bolus, alinhar fraturas, cirurgia.
CHOQUE SÉPTICO: administrar oxigênio, fornecer fluido em bolus IV, administrar
ATB.
CHOQUE ANAFILÁTICO: remover o antígeno, administrar oxigênio, fornecer fluido
em bolus IV, epinefrina 0,3mL 1:1.000 subcutâneo ou IM, se tiver hipotensão grave:
epinefrina 1mg 1:10.000 IV. Em doentes idosos ou em uso de Betabloq, usar glucagon 1-
5mg IV seguido de infusão.
CHOQUE NEUROGÊNICO: administrar oxigênio, fornecer fluido em bolus IV,
administrar noradrenalina, considerar dopamina. Usar atropina em bradicardia refratária.
CHOQUE CARDIOGÊNICO: administrar oxigênio, fornecer fluido em bolus IV,
corrigir frequência cardíaca, balão intra-aórtico. Ver sinais de IAM, se confirmar
administrar aspirina, se o paciente estiver com PAS > 100 administrar nitroglicerina e
morfina. Se tiver hipotensão + taquicardia usar norepinefrina ou fenilefrina. Se tiver com
PAS entre 80 e 100, usar dobutamina ou milrinona.
CHOQUE OBSTRUTIVO: administrar oxigênio, realizar descompressão por agulha
em tórax em caso de pneumotórax hipertensivo. Considerar cirurgia. Na embolia
pulmonar a terapia é com heparina e, em casos graves, usar trombolíticos.

DESCONFORTO TORÁCICO
Primeiro focar em descartar PNMT hipertensivo e depois descartar SCA pelo
ECG 12 derivações, mas não deve demorar em administrar aspirina, oxigênio e
nitrato. Ver os pulsos para descartar aneurisma ou laceração de aorta, ver a
história para descartar lesões de esôfago, embolia pulmonar.
PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO: descompressão por toracocentese no 5º EIC
anteriormente a linha médioaxilar. Pode também ser feito no 2º EIC na linha
medioclavicular. Depois da punção é feito a drenagem.
EMBOLIA PULMONAR: quadro de hipóxia + taquicardia, dor torácica e hemoptise.
Deve receber oxigênio, acesso vascular com cristaloides e vasopressores, além de
monitorização cardíaca com ECG 12 derivações. Se o diagnóstico é incerto deve começar
tratamento para SCA aguda com Aspirina. Se confirmar embolia começar com heparina
fracionada e não fracionada e pode colocar um filtro na veia cava.
RUPTURA DE ESÔFAGO: quadro de dor torácica + dispneia e dor ao engolir, podendo
ter febre. Leva a um enfisema cervical e torácico, com pneumomediastino. Tratamento
inclui oxigênio suplementar, acesso vascular e monitorização com ECG 12 derivações,
RX tórax, e laboratório. Deve iniciar logo a antibioticoterapia e reposição volêmica.
EDEMA AGUDO DE PULMÃO (EAP): quadro de crepitações pulmonares e
insuficiência respiratória aguda. Geralmente é causada pela ICC, por isso a ICC deve ser
tratada.
ICC: oxigênio suplementar mantendo acima de 90%, se o doente estiver alerta é viável o
uso de ventilação não invasiva com PEEP, CPAP ou BiPAP. Se a PAS > 100 então deve
usar a nitroglicerina como tratamento para edema pulmonar. A furosemida é usada com
cautela e os iECA são usados para tratamento da ICC, como o captopril, enalapril. O
nesiritide pode ser usado. Dobutamina é usado para aumentar a PA.
ARRITIMIAS: dor torácica com taquicardia (>150bpm) e PAS > 100.
 Taquicardia supraventricular + estado mental alterado, administrar
Adenosina e se não tiver executar cardioversão sincronizada.
 Taquicardia ventricular + estado mental alterado, deve ser feito logo a
cardioversão sincronizada.
 Taquicardia supraventricular em estado normal, considerar manobras vagais
ou adenosina.
 Taquicardia ventricular em estado normal, considero o uso de adenosina.
DISSECÇÃO AÓRTICA: deve ser feito uso de oxigênio, acesso vascular e monitores.
A utilização de antiplaquetários como a aspirina pode ser usada mas é problemática. O
transporte é prioridade. Se tiver hipertensão pode usar um betabloq como o Esmolol e
também a combinação de nitroprussiato com morfina.
TAMPONAMENTO CARDÍACO: deve ser feito uso de oxigênio, acesso vascular e
monitores. O tratamento de APH inclui a pericardiocentese, se não resolver pode ser feito
novamente e deixado um cateter com uma torneira de 3 vias. Se o tamponamento é grave
deve ser feito logo a toracostomia.
SINDROME CORONARIANA AGUDA (SCA): tratamento com MONA + inibidor
P2Y12 e betabloqueador: Aspirina + clopidogrel/plasugrel + esmolol/atenolol + nitrato +
morfina. Se o paciente não tem supra de ST então deve ser dosado a troponina para definir
conduta. Só usar esse tratamento quando confirmar que não se trata de infarto de VD.
INFARTO DO VENTRICULO DIREITO: nunca deverá ser usado drogas que
diminuam a pré-carga, por isso não deve ser usado morfina, diurético, IECA, nitratos.
Fentanila pode ser usado em troca por morfina. O tratamento envolve ajuste da volemia
com cristaloides em grande volume, correção se houver arritimas como fibrilação atrial
ou flutter atrial com a cardioversão sincronizada. Deve ser usado também inotrópicos
como dobutamina e milrinona.
DOR TORÁCICA POR COCAÍNA: o tratamento é feito com BZD. Betabloqueadores
são contraindicados.
PERICARDITE: apenas conforto com analgésicos e AINES. Não usar corticoides e
antimicrobianos no APH.
MIOCARDITE: tem sintomas iniciais parecidos com síndrome gripal. Tratamento com
suporte.
PNEUMOTÓRAX SIMPLES: todo pneumotórax deve ser drenado no APH, por
drenagem em selo d’água.
COLECISTITE: colecistectomia, com medidas de suporte até que a cirurgia seja feita.
Uso de analgésicos, hidratação e antieméticos.
PANCREATITE: analgésicos opiáceos, antieméticos e hidratação.
RUPTURA DO ESÔFAGO NÃO-TRAUMÁTICA: síndrome de Mallory-Weiss.
Acontece por vômitos forçados com hematêmese. Tratamento inicial com reposição
volêmica, suporte ventilatório, antiemético e inibidor da bomba de prótons IV.

DISTÚRBIOS ENDÓCRINOS
HIPOPARATIREOIDISMO: visto por espasmos musculares, parestesias, tetania,
convulsões. Caracterizado pela hipocalcemia. Apresenta sinal de Trousseau (sinal da
parteira) e sinal de Chvostek (espasmo do músculo da face). Tem intervalo QT
prolongado no ECG. Trata com suporte de via aérea, ventilação e acesso venoso. Uso de
BZD em caso de convulsão. Em emergência administrar 1g de gluconato de cálcio ou
cloreto de cálcio IV, se não for emergência administrar 200mg de cálcio diluído em
glicose 5%.
HIPERTIREOIDISMO: apreensão, nervosismo, agitação, palpitações e perda de peso,
intolerância ao calor. Apresenta exoftalmia. Na tireotoxicose, esses sintomas estão
ausentes e o paciente fica apático, letárgico com bócio e perde peso. Tratamento é feito
com manutenção da via aérea, ventilação e acesso venoso. Pode levar a arritimas então
deve manter monitorização cardíaca. Não pode usar aspirina!! O tratamento envolve os
betabloqueadores como propranolol 1mg IV, podendo usar 100mg de hidrocortisona IV.
HIPOTIREOIDISMO: pele fria, seca e amarelada. Pelos finos, intolerância ao frio,
comportamento letárgico e diminuição dos reflexos profundos. O coma mixedematoso é:
hipotensão + bradicardia + hipoglicemia + hiponatremia. É imperativo estabilizar o
doente, mantendo VA, ventilação mantendo SpO2>95%, acesso periférico e monitor
cardíaco. Deve ser checado a glicemia, se < 60, então administrar 25g de glicose a 50%
IV. Controlar a temperatura e transportar rapidamente.
INSUFICIÊNCIA SUPRARRENAL CRÔNICA (CRISE ADDISONIANA): doente
com fadiga, fraqueza, perda de apetite e perda de peso crônica. Hiperpigmentação da pele
e mucosas. Pode ter hiponatremia, hipercalemia e hipotensão. Tratamento envolve
suporte com acesso venoso e bolus de 20mL/kg de cloreto de sódio 0,9% e a
administração precoce de hidrocortisona 100-300mg IV. Corrigir hipoglicemia e náuseas.
INSUFICIÊNCIA SUPRARRENAL AGUDA (CRISE ADRENAL): é chamada de
crise adrenal quando vem com hipotensão. Náuseas, vômitos, desidratação e dor
abdominal. Buscar hipoglicemia e hipercalemia. Deve ser feita reanimação com solução
salina, glicose se hipoglicemia, tratar com 100-300mg de hidrocortisona IV.
HIPERADRENALISMO (SÍNDROME DE CUSHING): paciente obeso, fascies em
lua cheia, face pletórica, estrias roxas, portador de HAS e DM. A reposição de líquidos
vai depender da hidratação do paciente. Só deve ser monitorado as funções vitais.
DM tipo I: idiopática com base imunológica, destruição das células beta do pâncreas.
Diagnosticado na infância e adolescência. Depende de administração diária de insulina.
DM tipo II: resistência das células à insulina e falência progressiva do pâncreas.
Acontece em mais velhos com obesidade. Tratamento com dieta hipoglicemica,
exercícios e terapia insulínica.
Diagnostico de hipoglicemia: níveis séricos < 70mg/dL. Nos níveis abaixo de 50,
começam a aparecer os sintomas de alteração do estado mental, sudorese, tremores,
taquicardia e convulsões.
CETOACIDOSE DIABÉTICA: glicose > 350, produção de cetonas e bicarbonato < 15
e acidose metabólica. Pacientes com polidipsia, polifagia, poliuria. Raramente tem febre,
por isso se tiver febre, checar sepse. Fazer intubação precoce para proteção da VA, manter
a hiperventilação na ventilação assistida, reposição volêmica agressiva com solução
salina, 3-6L. Só é revertido com administração de insulina.
SINDROME HIPEROSMOLAR HIPERGLICEMICA NÃO CETÓTICA
(SHHNC): glicose > 600, ausência de cetonas e osmolalidade sérica aumentada. Pode
progredir para o coma. Fazer intubação precoce para proteção da VA, manter a ventilação
assistida, reposição volêmica com solução salina, a correção da osmolalidade pode levar
a edema cerebral.

DESCONFORTO ABDOMINAL
DOENÇA ULCEROSA PÉPTICA: em alguns casos pode levar a perfuração intestinal
ou a obstrução. O tratamento é avaliar a via aérea, manter o paciente estável e analisar os
sinais de choque. Deve ser administrado inibidores da bomba de prótons (IBPs) via IV
em bolus seguido de gota a gota. Devem ser evitados os AINES.
ESOFAGITE E GASTRITE EROSIVAS: estabilizar VA, ventilação e circulação. Se
tiver sangramento ativo pode ser feito uma lavagem gástrica. Se não tiver sangramento
ativo pode ser administrado uma mistura de lidocaína com antiácido. É tratado com os
IBPs.
VARIZES ESOFÁGICAS: o foco é o controle do sangramento, primeiro faz a intubação
do paciente e a partir daí pode ser usado um balão, com uma sonda de Sengstaken-
Blakemore que faz pressão direta sobre as varizes. Pode ser usado uma endoscopia para
injetar uma solução coagulante, no processo de escleroterapia. Pode ser usado infusão de
vasopressina e outra opção é a ligadura elástica das varizes.
SINDROME DE MALLORY-WEISS: deve-se dar suporte volêmico, fazer lavagens
gástricas até que o sangramento cesse. Se não cessar deve ser usado endoscopia, se
necessário usar antieméticos ou IBPs.
SINDROME DE BOERHAAVE: ruptura esofágica por hiperêmese, pode ter enfisema
cutâneo no pescoço. Deve-se fornecer oxigênio e preparar para uma cirurgia precoce.
APENDICITE: tratar com acesso venoso com a administração de analgésicos e
antieméticos e fazer o transporte confortável. O diagnóstico só é feito com USG e TC.
OBSTRUÇÃO INTESTINAL: estabilizar primeiro ameaças à vida, obter acesso IV,
administar analgésicos e antieméticos. Não administrar nada VO. Precisa de RX tórax e
abdome para confirmar.
SINDROME COMPARTIMENTAL ABDOMINAL: elevação da pressão abdominal,
tem o abdome tenso e desconforto respiratório.
 PA = 15, manter a normovolemia e monitorizar
 PA > 15 e < 25, fazer reposição volêmica agressiva e manter a monitorização.
 PA >25 e < 35, descompressão abdominal
 PA > 35, descompressão abdominal e reexploração com laparotomia exploratória.
INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA FULMINANTE: terapia de suporte da VA, ventilação
e circulação com acesso IV e uso de antieméticos e analgésicos. Em suspeita de superdose
de acetaminofeno, deve ser administrado a N-acetilcisteína.
SINDROME DE BUDD-CHIARI: o diagnóstico só é feito pela USG e o tratamento
inclui anticoagulantes e terapia de suporte.
PERITONITE: dor à descompressão brusca, dor abdominal difusa, sangramento
abdominal, hipotensão refratária. Após o controle da VA, seguir imediatamente para
laparotomia exploratória.
ANEURISMA DE AORTA ABDOMINAL: hipotensão + dor no abdome/costas +
massa pulsátil no abdome. Pode ser necessário reanimação com líquidos, quando o
paciente tiver estável deve ser feito uma tomografia. Porem primeiro deve sempre ser
tentado uma USG beira leito.
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA: monitorização com ECG para busca de ondas T
apiculadas e QRS alargado como sinal de hipercalemia. Solicitar dosagem de potássio e
preparar para administrar bicarbonato de sódio e cálcio até a diálise. A succinilcolina deve
ser evitada em pacientes com doença renal conhecida. E a morfina deve ser trocada pela
fentanila. Não administrar ringer lactato pois ele contém potássio!
Suspeita de hipercalemia = administrar cálcio, insulina, albuterol, surosemida e Sorcal.
Se houver acidose deve ser usado também o bicarbonato de sódio.

DOENÇAS INFECCIOSAS
O manjo deve ser feito focando na desobstrução da via aérea, mantendo ventilação
e perfusão adequadas. Deve minimizar o risco de transmissão da doença através de
EPI e outras estratégias. Avaliar pulso e pele, aplicar AVDI, determinar se é
urgente ou emergencial e então fazer diagnóstico diferencial com o OPQRS e
SAMPLER e exame físico.
HIV: deve-se prevenir com luvas ao contato com mucosas e secreções. Quando for
entubar fazer uso de máscara. Se ocorrer contato, deve ser feito um teste rápido para o
doente e se der positivo o socorrista deve receber uma profilaxia preventiva com
antirretrovirais. PEP: profilaxia pós-exposição, envolve tomar por 30 dias depois da
exposição o tenofovir, a lamivudina e o dolutegravir. Já a PrEP: profilaxia pré-exposição,
consiste em tomar diariamente tenofovir e entricitabina, para pessoas com maior risco de
infecção.
HEPATITE A: transmissão fecal-oral. Tratamento de suporte, ingestão de líquidos IV.
A vacinação não é recomendada para profissionais da saúde.
HEPATITE B: transmissão por contato sexual, sangue contaminado e drogas IV.
Tratamento com interferon, tenofovir e adefovir. Tem vacina.
HEPATITE C: transmissão por contato sexual, sangue contaminado e drogas IV.
Tratamento medicamentoso por 24 semanas. Tratamento com interferon A e antivirais.
Se o teste de HCV-RNA der positivo após 4 semanas do contato, deve ser usado interferon
preguilado associado a Ribavirina.
HEPATITE D: transmissão percutânea, pouco pelo contato sexual. Tratamento apenas
com terapia de suporte. Não recomendado antivirais.
SARAMPO, CAXUMBA, RUBÉOLA: proteção com colocação de máscara no doente,
tratamento de suporte e uso de analgésicos, antipiréticos se necessário.
VIRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO: tratamento com terapia de suporte, ventilação
e circulação. Pode ser necessário entubar. É usado beta agonistas.
MENINGITE MENINGOCÓCICA: caso haja contato, o tratamento pós-exposição
deve ser com rifampicina oral por 2 dias e uma dose VO de ciprofloxacina.
RAIVA: Limpe a área de lesão completamente. Inicie a vacinação contra raiva seguindo
as instruções atuais. Usualmente, uma série de injeções IM é administrada, começando
no dia da lesão ou dentro de 10 dias, com uma sequência de injeções nos dias 3, 7, 14 e
28. Imunoglobulinas de raiva (HRIG) também são administradas com a primeira dose da
vacina.

TOXICOLOGIA
Sempre verificar a cena antes de entrar, por causa do risco de gases e toxinas. Em
suspeita de material perigoso deve ser chamado uma equipe especializada. No
demais deve ser seguido a ordem ABCDE.
COMA: estado de sedação ou inconsciência que não responde a estímulos externos. É
tratado com controle da VA, IOT, ventilação, circulação e depois a administração de
fármacos.
Naloxona é usada em intoxicação por opioides, quando tem depressão respiratória,
hipoventilação, hipercapnia ou hipoxemia. Pode levar a hipertensão e a lesão pulmonar
aguda.
Flumazenil é usado em intoxicação por benzodiazepínicos. Pode precipitar a síndrome
de abstinência em pessoas que fazem uso crônico de BZD.
AGITAÇÃO: Os benzodiazepínicos constituem a base principal da terapia para o doente
agitado. Os mais usados são Lorazepam e Diazepam (IV, VO), midazolam (IV, IM, VO).
Porem causam depressão respiratória e deve ser monitorada a ventilação. Tambem podem
ser usados os antipsicóticos para tratar a agitação. Os mais usados são Haloperidol
(haldol) e Ziprasidona (Geodon). Causam sedação e podem ser usados depois do uso de
BZD para tratar os efeitos tóxicos.
CONVULSÕES: atividade convulsiva deve ser sempre manejada com a dosagem prévia
da glicemia ou da administração profilática de glicose 50%. O tratamento primário da
convulsão é com os benzodiazepínicos, podendo ser profilático usado no início de
tremores. Se os BZD não resolverem, deve ser usado barbitúricos, o fenobarbital
20mg/kg, mas deve ser avaliado a hipotensão e a via aérea. O propofol é um sedativo que
pode ser titulado, mas deve estar intubado. E por fim, pode ser considerado o uso de
piridoxina (vit B6) para tratar convulsões refratárias.
TAQUICARDIA: tratado com infusão de líquidos IV e benzodiazepínicos. Intoxicação
por cocaína pode ser considerado uso de haloperidol.
BRADICARDIA: uso de atropina, glucagon em alguns casos, mas com eficácia limitada.
As vezes pode ser feito o uso de vasopressores como dopamina e epinefrina.
HIPERTENSÃO: geralmente deve ser controlada quando a PAS > 180 ou PAD > 110.
O tratamento é feito com beta bloqueadores, como propranolol, esmolol. Nos casos de
intoxicação não é preferível os betabloq. Devem ser usados os nitratos e bloqueadores do
canal de cálcio como nicardipina.
HIPOTENSÃO: deve primeiro buscar fazer uma reanimação volêmica agressiva com
isotônicos ou solução salina. Se tiver taquicardia + hipotensão: usar fenilefrina. Se tiver
bradicardia + hipotensão: usar epinefrina. Dopamina pode ser usada em associação.

TOXÍDRO SIMPATO ANTI COLINÉRGICOS OPIOIDES HIPNÓTICO


ME MIMÉTICOS COLINÉRGICO S
S
Sintomas, taquicardia, taquicardia, DUMBELS: CPR: coma, Depressão do
sinais hipertensão, hipertensão, diarreia, urina, pupilas estado mental,
midríase, diaforese, membranas secas, miose, broncorreia, puntiformes, sinais vitais
agitação diaforese, bradicardia, emese, depressão normais.
agitação lacrimejamento e respiratória
salivação.
Drogas Cocaína, Anti- Organofosforados, Heroína, BZD,
anfetamina, histamínicos, nicotina, fentanil, barbitúricos,
IMAOs, ADTs, pilocarpina, oxicodona, álcool,
abstinência antiespasmódicos carbamatos tramadol relaxantes
alcoólica
Tratamento BZD e fluidos IV BZD, fluidos IV Atropina e Oxigênio Controle de via
tratamento da via suplementar e aérea e
aérea naloxona 0,4 ventilação
mg IV/IM.
DESCONTAMINAÇÃO GASTRINTESTINAL: o carvão ativado é recomendado
apenas em pacientes que se passaram menos de 1h da administração da droga. E ainda
está contraindicado em pacientes com alteração do estado mental, vômitos, por causa do
risco de aspiração. Pode ser feito a irrigação de todo o instestino (hidrocolonterapia ou
enema).

ENVENENAMENTO POR ANIMAIS/PLANTAS


LACTRODECTUS MACTANS (VIUVA NEGRA): tratar espasmos musculares com
Diazepam ou gluconato de cálcio, monitorar e combater a hipertensão para evitar crise
hipertensiva. Pode ser aplicado a antitoxina no departamento de emergência.
LOXOSCELES RECLUSA (ARANHA MARROM): faz a lesão clássica de “olho de
boi”. É tratada com manejo da via aérea, e controle da dor. O controle da dor é com a
Fentanila que não tem liberação histamínica. A antitoxina ainda está em estudo.
CENTRUROIDES EXILICAUDA (ESCORPIÃO AMARELO): tratamento da via
aérea, ventilação e circulação. Deve-se limpar a ferida, aplicar uma compressa fria e
imobilizar o membro, pode ser colocada uma faixa de pelo menos 5cm de largura sobre
o local do envenenamento para restringir fluxo linfático em transporte demorado. Evitar
uso de analgésicos! Fazer profilaxia contra tétano.
COBRAS CROTALÍNEAS: (maior preocupação com a lesão local) manter o paciente
quieto e imóvel, com o membro imobilizado com uma tala. Da mesma forma como o
escorpião, pode ser colocado uma faixa sobre o local em transportes longos. Pode ser feito
a elevação do membro. O uso de fentanila pode ser feito.
COBRAS ELAPÍDEAS (CORAL): (maior preocupação com a neurotoxicidade
sistêmica) deve imobilizar o membro e mantê-lo abaixo do nível do coração, aplicar a
faixa sobre o local, mas não aplicar torniquete. Iniciar expansão de volume IV, porém não
aplicar compressas frias. Foco no transporte rápido.
PICADA DE ÁGUAS-VIVAS: deve ser feito uso de opioides e anti-histamínicos,
aplicação de água salgada e colocação da área afetada em água morna. Nunca usar água
fresca.
ENVENENAMENTO POR EQUINODERMAS E OURIÇOS: todos os venenos são
termolábeis, então a aplicação ou imersão prolongada em água morna sobre o local é
suficiente. Deve ser atualizada a profilaxia contra tétano e considerar uso de ATB
cobrindo as bactérias marinhas.
TOXICIDADE POR ALIMENTOS MARINHOS: terapia de suporte, anti-
histamínicos e compressão do local com faixa folgada.
TOXICIDADE POR PLANTAS: a toxicidade do TGI é controlada com reanimação de
fluidos IV, antieméticos e reposição de eletrólitos. O controle é de suporte. Em caso de
ingestão, pode ser indicado a lavagem gástrica ou uso de carvão ativado.
INTOXICAÇÃO POR DROGAS OU TOXINAS
INT POR PARACETAMOL: lavagem gástrica apenas se após 2h da ingestão. Uso de
carvão ativado se chegar até 4-6h depois da ingestão. E o antidoto, N-acetilcisteína
140mg/kg e 70mg/kg de 4/4h. Pode ser necessário uso de vitamina K se insuficiência
hepática, uso de dextrose se hipoglicemia e uso de antiarrítmicos.
INT POR ANFETAMINAS: lavagem gástrica, uso de carvão ativado. Diazepam para
agitação, fentolamina para hipertensão, pode ser preciso anticonvulsivantes (diazepam,
fenobarbital), antiarrítmicos (lidocaína), haloperidol e Dantrolene em caso de hipertermia
maligna.
INT POR BARBITÚRICOS: lavagem gástrica, uso de carvão ativado. Fenobarbital e
bicarbonato de sódio para alcalinizar a urina e excretar mais. Anticonvulsivantes e
hemodiálise podem ser necessárias.
INT POR BETABLOQUEADORES: lavagem gástrica, uso de carvão ativado, lavagem
intestinal. Uso de Glucagon IV, IM ou SC. Soro glicosado para hipoglicemia,
anticonvulsivantes.
INT POR BLOQ DO CANAL DE CÁLCIO: lavagem gástrica, uso de carvão ativado,
lavagem intestinal. Solução de cloreto de cálcio a 10%. Uso de Glucagon IV, IM ou SC.
Soro glicosado para hipoglicemia, anticonvulsivantes. Uso de atropina, isoproterenol e
marca passo temporário para bradicardia.
INT POR MONÓXIDO DE CARBONO: ventilação com oxigênio a 100% por
máscara, pode ser usado CPAP. Fazer intubação e ventilação mecânica até obter nível de
COHb<5%, pode ser usado PEEP. Pode ser usado terapia com oxigênio hiperbárico.
Além disso fazer volume, uso de diuréticos, alcalinização da urina para tratar
mioglobinúria e anticonvulsivantes.
ENVEN POR CÁUSTICOS ÁCIDOS/BÁSICOS: enxaguar a boca com volume
abundante de água, beber muita água ou leite. Não induzir vômitos ou fazer lavagem
gástrica. Esofagogastrocospia para avaliar lesão e uso de corticoides para envenenamento
por álcalis.
INT POR COCAÍNA/CRACK: lavagem gástrica, uso de carvão ativado, lavagem
intestinal. Anticonvulsivantes, antiarrítmicos, fentolamina ou nitratos para hipertensão,
cobertor para conter hipotermia, Dantrolene em caso de hipertermia maligna. Além disso
fazer volume, uso de diuréticos, alcalinização da urina para tratar mioglobinúria.
ENVEN POR CIANETO: ventilação com oxigênio a 100% por máscara, pode ser usado
CPAP. Fazer intubação e ventilação mecânica, pode ser usado PEEP. Pode ser usado
terapia com oxigênio hiperbárico. Uso de nitrito de amila por inalação, nitrito de sódio
IV e tiossulfato de sódio IV. Fazer volume, uso de vasopressores para suporte da PA,
anticonvulsivantes, antiarrítmicos e vitamina B12.
INT POR ETANOL: lavagem gástrica, lavagem intestinal. Repor fluidos e eletrólitos.
Anticonvulsivantes, glicose e multivitamínicos. Prioritariamente usar Tiamina.
INT POR ETILENOGLICOL/METANOL: uso de etanol a 10% em soro glicosado a
5% IV para manter nível sérico de etanol em 100-200mg/dL. O Fomepizol pode ser usado
no lugar do etanol. Repor fluidos e eletrólitos. Anticonvulsivantes, glicose e
multivitamínicos. Prioritariamente usar Tiamina. Uso de bicarbonato se acidose grave.
INT POR ALUCINÓGENOS/LSD: benzodiazepínicos, anticonvulsivantes e controle
dos sinais vitais com contenção do paciente.
INT POR LÍTIO: lavagem gástrica, anticonvulsivantes, hidratação e SOS hemodiálise.
METEMOGLOBINEMIA POR NITRATOS/SULFA: ventilar com oxigênio,
interromper nitratos, medicamentos sulfa e anestésicos. Administrar 2mg/kg de azul de
metileno se houver esturpor, coma ou angina. Pode ser administrado ácido ascórbico em
altas doses.
INT POR FENCICLIDINA (PCP): lavagem dentro de 1h. Aspiração gástrica, uso de
BZD, haloperidol, anti-hipertensivos e anticonvulsivantes. Dantrolene em caso de
hipertermia maligna. Além disso fazer volume, uso de diuréticos, alcalinização da urina
para tratar mioglobinúria.
INT POR SALICILATOS/GELOL: lavagem gástrica, lavagem intestinal. Fluidos com
dextrose, uso de vitamina K, se necessário, e Dantrolene em caso de hipertermia maligna.
Além disso fazer volume, uso de diuréticos, alcalinização da urina para tratar
mioglobinúria.
INT POR ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS: lavagem gástrica, lavagem
intestinal. Bicarbonato de sódio, hiperventilação para produzir alcalose, Fisostigmina.
Fazer cardioversão, desfibrilação e marca passo se arritmias. Evitar quinidina, lidocaína
e digitálicos. Podem ser usados beta bloqueadores e Betanecol para retenção urinária.

IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS PARA EQUIPE DE EMERGÊNCIA


RÓTULO DA NFPA 704

1. Seção Vermelha: Inflamabilidade. A seção vermelha do NFPA Diamond está


localizada na parte superior ou na posição das doze horas do símbolo e denota a
inflamabilidade e a suscetibilidade de um material a pegar fogo quando exposto
ao calor.
2. Seção amarela: instabilidade. Fica à posição de 3h.
3. Seção Azul: Riscos à Saúde. Fica à posição de 9h.
4. Seção Branca: Precauções Especiais. Na posição de 6h.
TRATAMENTO DE DESASTRE RADIOLÓGICO
Avaliar a segurança da cena, avaliar as lesões primeiramente traumáticas e depois as
lesões causadas pela radiação. As roupas devem ser retiradas, e o restante de aparatos e
pele da pessoa exposta pode ser lavada com água e sabão. Deve ser usado a todo
momento o EPI apropriado e pode embrulhar o doente em um cobertor para diminuir a
contaminação a terceiros. A radiação em feridas deve ser prontamente irrigada com
água corrente. Iodeto de potássio não é antidoto geral para radiação, apenas por iodo
radioativo. Considerar usar bicarbonato de sódio, gluconato de cálcio, cloreto de amônio
e agentes quelantes.

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