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Ex-tabagista, parou quando soube que estava com Glibenclamida 5mg 1x/dia
Meu Progresso
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Voltar para o índice de Casos Interativos aproximadamente 30 anos. Paracetamol 500mg + Codeína 30mg de 6/6horas
Exame Físico
Atenção domiciliar a paciente idoso com câncer de colón, submetido à ressecção cirúrgica e sem
condições clínicas de quimioterapia.
Acamado, lúcido, orientado, mucosas secas e desidratadas, emagrecido, astenia, fácies de dor intensa. Apresenta
Publicado em 6 de Julho de 2015
halitose e xerostomia.
Ausculta pulmonar: murmúrios vesiculares presentes, sem ruídos adventícios. Ausculta cardíaca: bulhas
Autores: Julieta Fripp, Rogério da Silva Editores: Anaclaudia Fassa Editores Associados: Samanta Bastos Maagh, normofonéticas, ritmo regular em dois tempos, sem sopros.
Linhares e Luiz Augusto Facchini Deisi Cardoso Soares, Daniela Habekost Cardoso,
Natália Sevilha Stofel, Everton José Fantinel, Adriana Abdome com cicatrizes cirúrgicas abdominais, ferida operatória com fechamento por segunda intenção, bolsa
Roese
coletora em ileostomia, com presença de fezes líquidas crônicas devido ao intestino curto. Ruídos hidroaéreos
positivos e aumentados.
Diarreia crônica
vômitos Saiba Mais
dor abdominal
ardência peri-ileostomia Escala de Desempenho ECOG (Eastern Cooperative Oncologic Group) ou “Performance de Zubrod”
astenia Foi elaborada pelo ECOG dos Estados Unidos e validada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A principal
função da escala ECOG é a de objetivar o resultado do tratamento oncológico, levando em conta a qualidade de vida
emagrecimento do paciente. A evolução das capacidades do paciente em sua vida diária é avaliada, mantendo ao máximo sua
autonomia. Estabelece escores de 0 a 5. O escore de 0 indica que o paciente é completamente ativo e capaz de
realizar atividades normais e 5 é atribuído ao paciente sem vida.
Há 7 meses diagnosticado com adenocarcinoma de cólon e realizada ressecção cirúrgica com anastomose término- Escala de Performance: ECOG
terminal (primária), sem condições clínicas de terapia adjuvante (quimioterapia), apresentando metástases
hepáticas. No 7º dia de pós-operatório apresentou deiscência da anastomose evoluindo com quadro de peritonite 0 Completamente ativo; capaz de realizar todas as suas atividades sem restrição (Karnofsky 90-
fecal, sendo realizada nova laparotomia com lavagem da cavidade abdominal e instalada ileostomia terminal. 100%)
Durante a internação hospitalar apresentou várias intercorrências relacionadas à cirurgia, principalmente infecções
1 Restrição a atividades físicas rigorosas; é capaz de trabalhos leves e de natureza sedentária
(empiema pleural, abscessos intra-abdominais) por germes multirresistentes. Permaneceu internado durante 4
(Karnofsky 70-80%)
meses. Recebeu alta hospitalar e foi encaminhado para o Serviço de Atenção Domiciliar (AD2).
2 Capaz de realizar todos os autocuidados, mas incapaz de realizar qualquer atividade de trabalho;
em pé aproximadamente 50% das horas em que o paciente está acordando. (Karnofsky 50-60%)
3 Capaz de realizar somente autocuidados limitados, confinado ao leito ou cadeira mais de 50% das
Histórico
horas em que o paciente está acordado (Karnofsky 30-40%)
História social Antecedentes familiares
4 Completamente incapaz de realizar autocuidados básico, totalmente confinado ao leito ou à
Paciente casado, reside com sua segunda esposa e Pais falecidos. Mãe era hipertensa e diabética. Teve 3 cadeira (Karnofsky <30%)
possui 4 filhos adultos que moram próximo a sua casa. irmãs, uma faleceu de câncer aos 89 anos. Casado pela
Refere aos familiares muita tristeza e desejo de morrer, segunda vez, possui 4 filhos adultos.
Fonte: Ministério da Saúde, 2001b.
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10% Moribundo, morte iminente.
Que a relação do J.S. com seu filho é conflituosa.
Que aparecem quatro gerações familiares.
Associar a administração de dipirona 1 grama de 6/6h por via endovenosa.
Que o câncer aparece em todas as gerações.
Associar diclofenaco de potássio 50 mg de 8/8h.
100 / 100 acerto Suspender o paracetamol 500mg e iniciar morfina de ação rápida 10mg 4/ 4h por via oral.
Genograma traduz-se como importante ferramenta de avaliação, pois demonstra de forma gráfica as relações
familiares do paciente em estudo, é utilizado em serviços com ESF e também em unidades que possuem
cuidados paliativos. Está errado dizer que as duas filhas residem com o paciente, mas sim que ele tem uma Acertou
relação de grande proximidade com as filhas.
A avaliação da intensidade da dor é uma das prioridades em pacientes com potencial álgico, sendo
considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o quinto sinal vital. Devido ao fato do paciente
estar recebendo um opiáceo fraco sem boa resposta e por apresentar dor forte (escore 8 na EVA) deve-se
optar por opiáceo forte (morfina) para melhor controle da dor, preferir via oral. Assim, estaria errado associar
dipirona, anti-inflamatório não-esteroidal, diminuir o espaçamento da codeína ou usar opiáceo forte por via
Saiba mais parenteral
GENOGRAMA
Na prática clínica diária, o método mais usado de avaliação do contexto familiar é a realização de um genograma
familiar. O genograma consiste na representação gráfica de informações sobre a família, e à medida que vai sendo
construído, evidencia a dinâmica familiar e as relações entre seus membros. É um instrumento de avaliação familiar
Saiba Mais
que consiste num sistema de coleta e registro de dados e que integra a história biomédica e a história psicossocial
A simbologia do genograma pode variar conforme o autor. Pela boca: preferir esta via pelo maior conforto para o paciente, evitando a dor causada pelo uso
Leitura complementar:
de injeções e relativa facilidade de administração, proporcionando maior autonomia ao paciente.
MELLO, Débora F. d. et al.. Genograma e ecomapa: possibilidades de utilização na estratégia de saúde da família. Pelo relógio: deve ser empregada medicação em horários fixos quando a dor for de moderada a
(http://www.revistasusp.sibi.usp.br/pdf/rbcdh/v15n1/09.pdf)Rev. Bras. Cresc. Desenv. Hum., São Paulo, v. 15, n. 1, intensa, garantindo que a próxima dose do medicamento seja administrada antes do término do
p. 79-89, 2005. Acesso em: 30 maio 2015. seu efeito. Assim, o paciente não fica vulnerável a sofrimento desnecessário, o que poderia
demandar doses crescentes dos analgésicos.
Pela escada: esta estratégia desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde recomenda que o
controle da dor em pacientes com câncer obedeça uma ordem progressiva em três estágio (ou
Questão 2 Escolha múltipla degraus), com associação de drogas de diferentes grupos farmacológicos e aumento das
dosagens empregada a medida que a dor se intensifica.
Quais problemas podemos identificar na história do paciente? Para o indivíduo: considerando que a resposta aos medicamentos pode variar a cada indivíduo,
preconiza-se que a dose seja individualizada caso a caso até que se obtenha alívio da dor sem
Sintomas depressivos
Astenia
efeitos colaterais intoleráveis.
Uso de adjuvantes: estes medicamentos são utilizados para potencializar o efeito dos analgésicos
Neoplasia de cólon
Desidratação e diarreia como, por exemplo, os corticosteroides e anticonvulsivantes, ou para controlar os efeitos adversos
dos opiáceos, como os antieméticos e laxativos. Os adjuvantes podem ser empregados ainda para
Dor abdominal intensa (EVA 8)
Metástases hepáticas e ósseas controle de outros sintomas e condições que possam prejudicar o controle da dor (por exemplo:
insônia ou depressão).
Atenção aos detalhes: o regime de uso das medicações é estrito e o paciente e cuidadores não
devem ter dúvidas a respeito do tratamento. Para tal, as prescrições devem ser orientadas
100 / 100 acerto verbalmente, além de ficarem escritas. As dosagens, intervalos de uso, o propósito da medicação
(manutenção do controle da dor ou dose de resgate) e os possíveis efeitos colaterais devem ficar
plenamente claras aos envolvidos na administração das medicações.
A Escada Analgésica propõe que as medicações administradas para controle da dor sejam empregadas de acordo
com a intensidade da dor percebida pelo paciente. Pressupõem-se a existência de três “degraus”, correspondendo a Saiba Mais
dor leve, moderada e intensa e, de acordo com esta, são associadas medicações não opiáceas, adjuvantes,
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Terapia subcutânea no câncer avançado
Figura 01: Escada Analgésica da OMS
Hipodermóclise, ou terapia subcutânea, é a infusão de fluidos isotônicos e/ou medicamentos por via subcutânea e
tem como objetivo a reposição hidroeletrolítica e/ou terapia medicamentosa. Pacientes em cuidados paliativos
frequentemente apresentam condições que impossibilitam a manutenção adequada de níveis de hidratação e
nutrição, necessitando, portanto, de vias alternativas para suporte clínico. Na fase avançada da doença, a via
intravenosa pode estar prejudicada devido às condições clínicas do ou/e à terapêutica com agentes esclerosantes. A
hipodermóclise pode ser implementada como via alternativa em pacientes que necessitam de suporte clínico para
reposição de fluidos, eletrólitos e medicamentos, tanto no ambiente hospitalar quanto em atendimento domiciliar.
Espera-se, com isso, melhorar a qualidade da assistência ao paciente e proporcionar maior segurança técnica ao
profissional. (BRASIL, 2009, p. 09).
Unidades Básicas de Saúde
Serviços de emergência
Hospitais
Consultórios médicos
Convênios
problemas e exame físico encontrados pela equipe do Serviço de Atenção fim de que possa participar de atividades de grupo substituindo-a por um membro da equipe que possua
(cuidadores) ou apoio psicológico individualizado. disponibilidade.
Domiciliar, qual seria a melhor conduta inicial?
Explicar para a família que o paciente não deveria ter recebido alta hospitalar devido aos problemas não
Conversar com os outros membros da família
Sugerir que a cuidadora a disponibilidade de
resolvidos. (filhos, irmãos) do J.S. para que possam contribuir em voluntários na comunidade onde reside.
alguns horários nas tarefas de cuidador.
Providenciar acesso venoso periférico e hidratação parenteral.
Encaminhar para o médico oncologista assistente. Para garantir a continuidade dos cuidados em domicilio, a presença de um cuidador principal faz-se
necessária. É possível também identificar na rede familiar outros possíveis cuidadores para contribuir com a
esposa (cuidadora principal). Dificilmente se consegue ajuda na comunidade e não é essencial que sejam
profissionais técnicos para o cuidado.
Acertou
A orientação para pacientes oncológicos com diarreia e com sinais de desidratação é: Instituir Terapia de
Reposição Oral (TRO) - 50 a 100ml/Kg no período de 4 a 6 horas; se vômitos, então reduzir o volume
Questão 7 Escolha simples
administrado e aumentar a frequência de administração; se dificuldade de ingerir o soro, vômitos persistentes
ou distensão abdominal: reposição venosa conforme necessidades individuais. No caso como o paciente J.S. referiu para a família que estava muito triste e tinha desejo de morrer,
necessita de cuidados paliativos e apresenta sinais de desidratação além de dor abdominal intensa, estaria
pois estava cansado de sofrer (internação hospitalar prolongada). Devido
mais indicado iniciar hidratação parenteral no próprio domicílio para compensar os sinais de desidratação. Uma
opção é a terapia subcutânea. à suspeita de depressão, qual seria a melhor conduta?
Realizar apenas psicoterapia, no próprio domicílio com visitas programadas.
Considerando que o paciente apresenta estágio avançado da doença, é esperado que apresente quadro
depressivo, portanto não existe a necessidade de intervenção.
Meu Progresso
Realizar psicoterapia no próprio domicílio, associando o uso de antidepressivo, prescrito pelo médico da equipe.
Acertou
O paciente apresenta desejo de morrer e está deprimido torna-se necessário iniciar psicoterapia associado a
antidepressivo, uma vez que apresenta emagrecimento acentuado pode ser usado um tricíclico como
Amitriptilina 25mg 3 comprimidos a noite que aumenta o apetite. Como apresenta ideia aberta de desejo de
morrer não é necessário aplicar instrumento para diagnosticar depressão, bem como encaminhar para Centro
de Atenção Psicossocial (CAPS) porque o paciente se encontra acamado no momento.
Objetivos do Caso
Apresentar as escalas de desempenhos para avaliar deficiências funcionais e o genograma familiar que
proporcionam apoio à abordagem do paciente com neoplasia em atenção domiciliar. Capacitar a
avaliação e manejo de dor através de escalas e princípios para o seu controle; introduzir o conceito de
cuidados paliativos.
Referências
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Instituto Nacional de Câncer.
Cuidados paliativos oncológicos: controle da dor. Rio de Janeiro: INCA, 2001a. Disponível em:
<http://www1.inca.gov.br/publicacoes/manual_dor.pdf>
(http://www1.inca.gov.br/publicacoes/manu
al_dor.pdf#). Cópia local (/static/bib/manual_dor.pdf) Acesso em 2015.
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Instituto Nacional de Câncer.
Cuidados paliativos oncológicos: controle de sintomas. Rio de Janeiro: INCA, 2001b. Disponível
em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/manual_cuidados_oncologic...>
(http://bvsms.
saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/manual_cuidados_oncologicos.pdf#). Cópia local
(/static/bib/manual_cuidados_oncologicos.pdf) Acesso em 2015.
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Instituto Nacional de Câncer.
Terapia subcutânea no câncer avançado. Rio de Janeiro: INCA, 2009. (Série Cuidados
Paliativos). Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/Terapia_subcutanea.p
df>
(http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/Terapia_subcutanea.pdf#). Cópia local
(/static/bib/Terapia_subcutanea.pdf) Acesso em 2015.
4. CARVALHO, R. T. de; PARSONS, H. A. (Org.). Manual de cuidados paliativos ANCP. 2 ed. São
Paulo: ANCP, 2012. p. 461-473. Disponível em:
<http://www.paliativo.org.br/biblioteca_resultadobu
sca.php?sgeral=manual&...>
(http://www.paliativo.org.br/biblioteca_resultadobusca.php?sgeral=ma
nual&button=Busca#). Cópia local (/static/bib/biblioteca_resultadobusca.php) Acesso em 2015.