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Doenças benignas da

mama
Mastalgia Quando relacionar com AFMB (alterações fibrocísticas
mamária benigna):
 Sintoma mais relatado pelas mulheres
 Em sua maioria 40-69 anos  Dor e espessamento mamário
 Extasia ductal
Pode ser dividido em 3 síndromes clínicas:  Hidradenite supurativa
 Mastalgia cíclica Pode estar relacionada ao volume de mama/ peso da mama
 Mastalgia acíclica
 Doe extra-mamária Dor extramamária
Mastalgia cíclica Tem origem em outros sítios, normalmente na parede
toráxica e a paciente interpreta como dor nas mamas (por
 Mais comum irradiação).
 De intensidade leve a severa
São as doenças que entram como diagnóstico diferencial:
 Bilateral, acomete principalmente o QSL, podendo
osteocondrite, contraturas musculares, artrite, fibromialgia,
irradiar a dor para o braço
dor de origem cardíaca, esofágica, estomacal, Sd. Tietze.
 Nem sempre relacionada com TPM
Diagnóstico
Fisiopatologia
Anamnese  onde, quando, fatores, predisponentes,
 Níveis de estrógeno medicações em uso?
 Níveis de progesterona em fase lútea
 Níveis de gonadotrofinas relacionado a mastalgia Classificar quanto a intensidade:
 Picos noturnos mais elevados de prolactina,  Leve: não interfere na qualidade de vida
durante a fase lútea
 Moderada: interfere na qualidade de vida, mas não
 Estresse/ ansiedade/ depressão, liberação central
nos afazeres
de opioides que inibem a dopa e aumentam a
 Severa: dor incapacitante
prolactina
Exames de imagem:
Outros fatores:
 Afastar tumores
 Alteração da relação entre os ácidos-graxos
 De acordo com a faixa etária ou exame físico
(hipersensibilidade do tecido a E/ Prog)
 Conter ansiedade da paciente (cancerofobia)
 Alteração do perfil lipídico
 Se extra-mamária: RX tórax, outro tipo de avaliação
 Dificuldade na síntese de prostaglandina E1
de coluna ou arcos costais
(moduladora de ação hormonal)
 Retenção hídrica – TPM Diagnostico diferencial:

Mastalgia acíclica  São as dores extra-mamárias


 Doença de Mondor: tromboflebite das veias
 Mastalgia não relacionada com o ciclo menstrual superficiais da parede torácica
 Pode ocorrer em qualquer fase da vida  Síndrome de Tietze: costocondrite
 Pode originar-se na gravidez por tumores, por  Fibromialgia: inflamação da segunda junção
AFBM, ou mesmo por processos infecciosos costocondral
 Geralmente idiopática, não se sabe o real motivo  Traumas, medicamentos, dores musculares
Tratamento
Constitui-se de 3 fases:  Pseudomonas aeruginosa
 Proteus mirabili
 Orientação
 Mudança do hábito de vida/ alimentação Penetração do agente infeccioso por fissuras papilares
 Tratamento medicamentoso (evitar)
 Papilas planas ou umbilicadas
Orientações:  Primíparas
 Inflamação superficial
 Origem funcional do sintoma
 Não correlacionado com o câncer Penetração do agente infeccioso por via canalicular
 Baixa resposta ao uso de medicações
 Menos frequente
 Usar exames de imagem para acalmar
 Mais grave
- Evitar ingestão de xantinas (chá, café, chocolate,  Higiene precária/ imunodepressão
refrigerantes)  Abscessos profundos/septicemia
- Troca de via de administração de ACOH ou de suas doses, Clínico
bem como TRH
 Imagem: USG e RM mamas
Mudanças do hábito de vida/ comportamentais:  Laboratorial: hemograma, provas de função
 Colocação de sutiãs firmes e de sustentação inflamatória
 Exercícios físicos/ diminuição de estresse  Culturas e antibiogramas das secreções

Tratamento medicamentoso Tratamento

 Restrito apenas para casos refratários  Antibiótico (cefalexina, doxaciclina, clindamicina)


 AINE: via oral, gel ou adesivo com ingrediente ativo  Anti-inflamatórios
 Ácido gamalinolênico: 240 mg/d ou 500 mg/d ou 3g  Analgésicos
óleo de prímula – evidência científica superior ao  Suspensão da lactação não é absolutamente
placebo necessária
 Vitamina E, vitamina B6, diuréticos: sem evidência  Abscessos devem sempre ser drenados
cientifica de eficácia clínica o Punção guiada por USG (taxa de sucesso
em 90,9%)
Tamoxifeno: 10mg/d, utilizado para casos de câncer de o Drenagem cirúrgica (9,1% dos casos)
mama
Crônicas (não lactacionais)
 Efeito comprovado por estudos, entretanto com 20-
45% de pc com efeitos adversos 3-6meses Mastite Peroareolar Recidivante
 Atua seletivamente sobre os receptores de  Abscesso periareolar recidivante/ mastite periductal
estrógenos mamários, inibindo a esta ligação / fístula mamária
competitivamente  Processo inflamatório da região central da mama
 Ef colaterais: alt ciclo menstrual, fogachos, cefaleia,
 Crônico recidivante
vertigem
 Frequentemente evolui para abscesso ou fístula
Mastites  30-40 anos
 Tabagismo (90% dos casos)
Processos inflamatório/ infecciosos que se instalam nos
tecidos mamários.
Mastite agudas (lactacional)

 É mais comum nas jovens (ciclo gravídico-


puerperal)
 Puerpério: 3-6ª semana ou no desmame
Etiopatogenia

 Staphylococcus aureus (50%)


 Streptococcus sp.
 Escherichia coli
Lesões proliferativas
Com sem atipias:

 Hiperplasia ductal atípica


 Hiperplasia lobular atípica
 Atipia epitelial plana
Sem atipias:

 Hiperplasia ductal sem atipia


 Papilomas
 Adenose esclerosante
 Fibrodenoma complexo
 Cicatriz radial

Cistos
 35-45 anos
Incidência: 35 aos 55 anos
 Surtos flogísticos de repetição no CAP
 Dor local, calor e vermelhidão, intercalados por Apresentação: único ou múltiplos/ uni ou bilateral/ palpáveis
fases de acalmia ou não
 Repetição do ciclo → incompleta involução →
Classificação:
endurecimento ou nodulações → retração papilar
 Fístula próxima à aréola (material sebáceo-  Quanto ao tamanho: microcisto ≤ 3mm ou
purulento) macrocisto ≥ 3mm
 Origem: tabagismo, ocasiona a estratificação do  Quanto a característica imagem: simples ou
mamilo, obstruindo a luz do ducto mamário. complexo
Tratamento
Clínico:

 Acelerar a involução do processo


 Minimizar os sintomas
 Preparar a paciente para a cirurgia
 Antibiótico: Metronidazol 400mg 8/8h por 10 dias
 Cessar tabagismo
Cirúrgico: Setorectomia mamária radial seguida de
papilectomia parcial

 Mais curabilidade (28% X 79%)


 Discreta agressividade
 Menos recidivas (< 5 %)
 Resultado estético satisfatório

Lesões benignas Cisto simples


Grupo heterogêneo Conteúdo anecóico, reforço acústico posterior, margens
 Proliferativas bem definidas, paredes finas, forma arredondada, oval ou
 Não proliferativas lobulada.

Lesões não proliferativas Clínica:

 Cistos  Se palpável- PAAF:


coloração e massa
 Fibroadenoma simples
residual
 Ectasia ductal
 Se não palpável:
 Hamartoma
sintomas
Cistos complexos  Palpação: nódulo fibroelástico, móvel e superfície
lobular • -
Todo aquele que não preenche critérios de cisto simples:
 Assintomáticas
- USG: nódulo sólido, contornos regulares, baixa
ecogenicidade e textura homogênea

 A conduta é semelhante à
dos cistos simples
 Exceção: sólido-cístico
Conduta: a depender das
características
Cisto complicado

 Classificação sugerida entre o simples e o - MMG: nódulo circunscrito


complexo ou lobulado com
 Cistos com debris calcificações grosserias em
 Conduta semelhante aos cistos simples a menos seu interior
que a imagem seja duvidosa para o nódulo sólido
 Controle em 6 meses

Fibroadenoma
 O mais comum dos tumores mamários (25%)
 Atualmente considerado tumor proliferativo Tratamento
 Mais comum antes dos 35 anos, volume médio de  Conduta expectante, com acompanhamento
2 cm semestral com ex físico e de imagem
 Surge devido ao estímulo estrogênico (endógeno)  Conduta ativa se: apresentar crescimento contínuo
Classificação: ou nódulos > 2-3cm, ou se história familiar
importante para câncer de mama
 Simples (adulto) ou complexo
 Juvenil Fibroadenoma juvenil
 Fibroadenoma gigante  Jovens
 Intra ou extracanicular  Massas de grande volume (6-15cm)
Características macroscópicas: forma esferoide, superfície  Crescimento tumoral rápido
lisa, bem delimitado, multilobulado, esbranquiçado ou  AP: estroma hipercelular e hiperplasia epitelial
pardacento  Diagnóstico Diferencial: Tu Filoide
 Tratamento: cirúrgico
Características patológica: células epiteliais de ductos ou
lóbulos + células Fibroadenoma complexo
conjuntivas do estroma
Risco relativo (não tem risco de causar câncer, mas ele
Transformação maligna estar presente é um fator de alerta para proliferação maligna
ocorre em cerca de em outro lugar)  3,1 para desenvolvimento de carcinoma
0,3% dos casos.
Critérios de Dupont
Diagnóstico:
 Fibroadenomas com hiperplasia apócrina papilífera
 Cistos >3mm com metaplasia apócrina
 Adenose esclerosante
 Calcificações intraepiteliais
Hamartoma
Hamarto: erro (proliferação anormal de um tecido de um
mesmo órgão)
Composição de três elementos: gordura, tecido glandular e
tecido fibrótico
Tumor benigno, encapsulado, consistência amolecida,
pouco maior que o fibroadenoma.

USG: imagem ecogênica com áreas anecóicas em seu


interior
RMM: controverso
Tratamento:
“mama dentro da mama”
 Cirúrgico com margem de segurança >= 1cm
 Imagens típicas não necessitam de investigação  Radioterapia: terapia controversa. Indicada
adicional somente em casos de margem comprometida
 Tratamento cirúrgico somente se muito grandes  Quimioterapia / Hormonioterapia: indicada em
casos isolados

Papiloma intraductal
- Mais comum ao redor 50 anos na
pós menopausa
- Desenvolve-se na região
subareolar, com origem no epitélio
Tumor phyllodes
de revestimento de ductos
 Tumor raro ~ 1% das neoplasias de mama lactíferos principais
 Média de idade 45 anos Macroscopia: 0,2-2cm, consistência
 Origem no estroma de sustentação amolecida, de coloração rósea a
 Pode ter diferenciação em benigno, borderline e pardacenta
maligno (de acordo com atipias)
 Massa de crescimento rápido e progressivo Microscopia: múltiplas papilas anastomosadas em eixos
fibrovasculares
Microscopia: proliferação bimodal, epitelial e estromal.
Importância clínica: diagnóstico diferencial com carcinoma
Macroscopia: massa ovalada, multinodular,
brancacinzentada. Transformação maligna associada a casos de papilomas
múltiplos
Diagnóstico:
Sintoma: fluxo papilar serossanguinolento/ cristalino
PAAF: alta chance de Falso negativo
Fluxo papilares preocupantes são os transparentes
Core biópsia: padrão ouro (cristalino) e cor de sangue
Critérios de malignidade: não precisa saber

 Grau de atipia celular no estroma


 Atividade mitótica
 Grau de invasão das margens
 Metástase: via hematogênica
Mamografia: tumoração bem delimitada de densidade
radiológica elevada
Diagnóstico
Maior acurácia RMM /
ductoscopia / definitivo com
biópsia incisional ou
excisional.

Cisto com projeção


Tratamento: exérese do ducto comprometido

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