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Lavínia Barbara Vieira

Pedagogia matutino 4° período


Docente: Emanoel Gustavo
Bases do pensamento pedagógico

SAVIANI, Demerval. Escola e democracia. SP. 1984. Ed. Autores


associados.

Demerval Saviani autor do livro Escola e democracia, é um professor,


filósofo e pedagogo brasileiro. Nasceu em 1943, se formou na PUC-SP. É
professor emérito da UNICAMP, é coordenador do grupo de estudos e pesquisa
"História, sociedade e Educação no Brasil”. Saviani é idealizador da pedagogia
denominada por ele como Histórico- crítica, defende, pois, que uma das funções
da escola seja de possibilitar acesso aos conhecimentos previamente
sistematizados e produzidos.
No livro Escola e Democracia de Demerval Saviani, da coleção
polêmica do nosso tempo, temos no livro apresentando a articulação entre o
trabalho que é desenvolvido nas escolas com o processo de democratização da
sociedade brasileira. De acordo com o autor a questão da marginalidade da
escola, não teve resolução com as teorias liberais. De acordo com o próprio
Saviani, também este livro não é um manifesto contra a escola nova, como
também não é um anti-manifesto, se este fosse lido como um manifesto,
segundo ele seria um manifesto de lançamento de sua teoria histórico-crítica.
Temos a questão da instrução, que em didática é a transmissão de
conhecimento, o saber intelectual. De acordo com o autor é também uma forma
de igualar as pessoas na sociedade. Sabemos então que os indivíduos ter acesso
ao conhecimento é o principal instrumento para a superação da sociedade de
classes. Na teoria da curvatura da Vara, Demerval Saviani faz então uma
abordagem política de como ocorre o funcionamento da escola, essa abordagem
se dá pela tematização da maneira de como o ensino é desenvolvido. Ao longo
do capítulo temos algumas críticas acerca da tendência escola novista e suas
práticas presentes na educação.
Ao longo do texto nos é apresentada uma abordagem política que se
sustenta a partir de três teses, sendo a primeira: do caráter revolucionário da
pedagogia da essência e do caráter reacionário da pedagogia da existência. A
segunda tese: é a respeito do caráter científico do método tradicional e o método
pseudocientífico da escola nova. A terceira tese: é quando mais se falou em uma
democracia na escola, menos essa escola foi democrática, e quando menos se
falou sobre democracia mais essa escola foi democrática. A tese de Demerval se
baseia na política, e tem como Relação a curvatura da vara, que é uma frase
usada por Lênin, propagador da ideologia comunista, que disse: quando a vara
está torta é preciso, para endireitá-la puxar para o lado oposto". Então sendo
assim a sociedade, a essência humana seria realizada apenas pelos homens que
participavam da vida política de sua cidade.
A pedagogia da essência dita por Saviani, é uma corrente filosófica da
educação, que parte da concepção de que a educação teria como papel formar
um ser ideal para o mundo das regras. É através dessa Pedagogia, e da criação
do sistema de ensino que que temos a questão da escolarização para todos.
Porém para os burgueses essa educação para todos favorecia as classes mais
baixas, sendo assim alegam que a Pedagogia da essência é atrasada, e propõe
então a Pedagogia da existência, onde o indivíduo é tratado como desigual,
entende que o homem vai se construindo e a educação tem o papel de formar
esse homem, para que tenham condições de construir sua própria existência.
Essa nova Pedagogia diz ainda que não havia caráter científico na escola
tradicional, o que Saviani contrapõe.
Sendo assim alega-se a introduzir o método científico, e tem como
objetivo também alguns passos para que ocorra o processo educativo. Esses
passos são: ensino como atividade, surgimento de problemas a serem
solucionados, levantamento de dados, formulação de hipóteses, experimentação
capaz de negar ou confirmar as hipóteses levantadas.
No ensino da Escola nova o centro seria o aluno, a aprendizagem é
valorizada enquanto processo, tendo como tema aprender a aprender. Destarte
no ensino tradicional, o professor é visto como como o centro, o detentor de
todo o conhecimento, onde o aluno seria apenas um "objeto" que seria
depositado todo o saber. Visto como um ensino unilateral e dogmático. O autor
deixa claro que a escola nova é um método pseudocientífico, pelo fato de se ter
o confronto entre o conhecido e o desconhecido, e pelo fato de que o
desconhecido não pode ser definido em termos individuais e sim sociais. Saviani
critica então esse método e apresenta alguns pontos que comprovam que a
Educação tradicional ao contrário do que diziam tinha sim seu caráter científico.
Uma crítica feita pelo autor acerca da Escola Nova é que a democracia
presente nessa tendência serviu apenas um determinado grupo de pessoas, e não
ao proletário. Então com base nessas críticas Saviani defende a questão do
conteúdo, e da disciplina presente na Escola tradicional, porém não defende o
retorno dessa educação tradicional. Resultando então a questão de que se a
"vara" vai para o lado da escola Nova, é necessário inclina-la para outro lado.
Sendo assim ele desenvolve sua teoria da pedagogia Histórico crítica.
O livro Escola e Democracia, poderá ser de interesse a pesquisadores, e
estudantes das teorias educacionais, bem como das tendências pedagógicas. Para
os alunos de licenciaturas principalmente pedagogos, e intelectuais com o
interesse em entender como ocorre a educação, e a repensar criticamente o
processo histórico das tendências pedagógicas.

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