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CONTABILIDADE GERAL
AULA 2

 
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Prof. Alison Martins Meurer

CONVERSA INICIAL

Nesta aula, vamos aprender importantes temas relacionados à contabilidade, como os tipos de

investimentos, elementos do ativo imobilizado, depreciação e exaustão, aspectos do ativo intangível,

amortização e teste de recuperabilidade (teste de impairment).

Vamos continuar nossos estudos nos aventurando nos exemplos da Petter Pão S. A. com o

auxílio de fluxogramas e informações adicionais que você poderá consultar na seção “Saiba mais”
para a fixação do conteúdo e para auxiliá-lo a esclarecer os conceitos abordados no decorrer deste

material. Procuraremos, na medida do possível, abordar esses conteúdos técnicos de uma maneira
mais fluída e leve.

CONTEXTUALIZANDO

As empresas podem se organizar de diferentes formas. Por exemplo, uma empresa pode

controlar ou participar do quadro societário de outra organização a fim de obter vantagens desse

relacionamento que vão além de recursos originados pela valorização dessa participação ou pelo

recebimento da parcela de lucros. Para isso, algumas tratativas contábeis específicas devem ser
realizadas nesses investimentos, tanto para identificar o tipo de investimento que está sendo

analisado quanto para contabilizar esses valores.

Ademais, as empresas também alocam recursos em ativos utilizados de forma permanente em

suas atividades operacionais ou administrativas. Este é o caso dos ativos imobilizados e ativos

intangíveis. No decorrer do material, vou lhe mostrar como reconhecer e mensurar esses elementos
nos demonstrativos contábeis. Por fim, vamos finalizar esta etapa de estudos abordando os testes de

recuperabilidade com um enfoque específico para os ativos imobilizados e ativos intangíveis.

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TEMA 1 – INVESTIMENTOS

1.1 CONCEITO

O conceito de investimento é intuitivo e de forma cotidiana pode ser definido como a aplicação
de algum recurso com o intuito de obter algo em troca. Por exemplo, neste exato momento você está

investindo o seu tempo realizando a leitura deste texto com o intuito de obter conhecimento e
possíveis benefícios que esse conhecimento possa gerar.

Logo, você pode estar se questionando: se todos os ativos são recursos econômicos e, por sua
vez, um recurso econômico é um direito que tem o potencial de produzir benefícios econômicos,
então todo o ativo é um investimento? A sua linha de raciocínio não estaria errada, entretanto, em

termos contábeis, o conceito de investimento é um pouco mais restrito. Na contabilidade, dentro do


grupo do ativo não circulante, temos um subgrupo denominado de investimentos e para um ativo ser

reconhecido (lançado) nesse grupo algumas condições devem ser alcançadas.

Basicamente temos que observar a Lei n. 6.404 de 1976, chamada carinhosamente de Lei das

Sociedades Anônimas, que em seu art. 179 define que no subgrupo de investimentos são registradas

as “participações permanentes em outras sociedades e direitos de qualquer natureza, não


classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem a manutenção da atividade da companhia ou

empresa” (Brasil, 1979). Como a nossa conversa está ficando bem técnica, que tal analisarmos

separadamente cada elemento desse conceito com base na Figura 1?

Figura 1 – Valores reconhecidos no grupo de investimentos

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Observando a Figura 1, é possível perceber que os investimentos são participações em outras


empresas de caráter duradouro, ou seja, em que não há uma expectativa de realizar a venda dessa

participação no curto prazo. Mas isso significa que a empresa não possa vender essa participação?
De forma alguma, pois isso pode ocorrer, mas o que estamos analisando é: se nesse momento, a

intenção da empresa é manter tais participações a longo prazo, então estamos diante de um
investimento. Se a empresa colocar essa participação para a venda, então os valores serão
transferidos do grupo de investimentos (ativo não circulante) para o grupo de ativo não circulante
mantido para venda (classificado no grupo ativo circulante) e seguirá as premissas do CPC 31 (Ativo
Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada) (CPC, 2009c).

Também temos nos investimentos as propriedades para investimentos e demais investimentos


permanentes. As propriedades para investimentos são imóveis que não são utilizados nas atividades

usuais da empresa e que estão sob o seu controle com o objetivo de obter ganhos pela sua

valorização, recebimento de aluguéis ou ambas as formas. Da mesma forma, os demais investimentos


permanentes que não são utilizados nas atividades da empresa e que são mantidos com o objetivo

de obter ganhos pela valorização também devem ser reconhecidos neste grupo. Veremos adiante
maior detalhamento de cada grupo.

1.2 INVESTIMENTOS EM OUTRAS SOCIEDADES

Os investimentos em outras sociedades podem ser avaliados e reconhecidos pelo custo de

aquisição a valor justo ou pelo método de equivalência patrimonial (MEP) (Salotti et al., 2019), sendo
que ao longo do curso teremos uma disciplina específica que trata dessa temática. No contexto de

investimentos em outras sociedades, o valor justo se refere ao valor pago (custo) para adquirir

determinada quota, ação ou qualquer outro título de que dê ao investidor uma participação no

patrimônio da investida. No momento da aquisição, o valor justo e o custo de aquisição são

equivalentes, pois o valor pago (valor justo) pela participação em uma sociedade é o próprio custo de
sua aquisição. Entretanto, se a empresa avaliar o investimento pelo valor justo, a variação do valor da

participação societária subsequente à data de aquisição deverá ser reconhecida na contabilidade.

Vamos analisar um exemplo de investimento avaliado a valor justo. Imagine no Cenário 1 que a

Petter Pão S. A. decidiu adquirir em 31/01/20X0, como forma de investimento permanente, o

percentual de 10% das ações da TemPÃO S. A. pelo valor de R$ 1.200.000. Nesse caso, o valor justo
da operação será R$ 1.200.000 e, posteriormente, conforme o valor de mercado das ações da
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TemPÃO S. A. se alterar ao longo do tempo, então a Petter Pão realizará os ajustes desses valores na
contabilidade seguindo os preceitos do CPC 48 – Instrumentos Financeiros (CPC, 2016).

Vamos visualizar a contabilização desse exemplo iniciando pelo lançamento de aquisição das
ações.

1 - Na aquisição do título – 31/01/20X0

D – Investimento da TemPÃO S. A. (ativo não circulante – Investimento).        R$ 1.200.000

C - Banco (ativo circulante)                                                                             R$ 1.200.000

Suponha que ao final do mês de fevereiro de 20X0, as ações da TemPÃO S. A., que foram
adquiridas pela Petter Pão S. A. como uma forma de investimento permanente, sem o objetivo de

ganho com a valorização dos títulos, tenham um valor de mercado na bolsa de valores de R$

1.300.000, ou seja, houve uma valorização de R$ 100.000 (R$ 1.300.000 – R$ 1.200.000), então o
seguinte lançamento contábil será realizado:

2 – Pela valorização do título – 28/02/20X0

D – Ajuste a valor justo - Investimento na TemPÃO S. A. (ativo não circulante – Investimento)   

                                                                                                         R$    100.000

C – Receita com ajuste a valor justo (resultado)                                               R$    100.000

Tabela 1 – Razonetes

Legenda: si representa o saldo inicial da conta.

Como o investimento da Petter Pão S. A. (investidora) no Cenário 1 é avaliado a valor justo, então
a oscilação do valor de mercado da TemPÃO S. A. é reconhecida no resultado da investidora como

uma receita, no caso de valorização, ou como uma despesa, no caso de desvalorização das ações.

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Saiba mais

Normalmente quando uma empresa possui uma ação ou quota de outra organização e não
exerce influência significante ou controle sobre a investida, tais ações são classificadas no ativo
não circulante no grupo de realizável a longo prazo, pois dificilmente a investidora possui a
intenção de manter esses títulos de forma permanente, ou seja, seu objetivo comumente está
vinculado ao ganho pela valorização do título ou pelo recebimento de dividendos, e não pelo

relacionamento estabelecido com a investida. Por isso, não é tão comum encontrar participações
em outras sociedades de forma permanente avaliados a valor justo no grupo de investimentos.

Outro ponto importante, quando não for possível determinar o valor justo, é que o título

patrimonial ficará reconhecido na contabilidade pelo custo de sua aquisição.

Agora, imagine que, no Cenário 2, a Petter Pão S. A. tivesse que avaliar o investimento na

TemPÃO S. A. pelo método de equivalência patrimonial (MEP). Então na aquisição das ações, a Petter
Pão S. A. reconheceria R$ 1.200.000 e, conforme o patrimônio líquido da TemPÃO S. A. oscilasse, a

Petter Pão S. A. faria os ajustes para refletir as alterações do patrimônio líquido da TemPÃO S. A. na
conta de investimento do seu balanço patrimonial. A título de simplificação, vamos supor que o valor

das ações da TemPÃO S. A. na época da aquisição era igual ao valor contábil do seu patrimônio

líquido, ou seja, a empresa possuía um PL de R$ 12.000.000, sendo que 10% (R$ 1.200.000) foram

adquiridos pela Petter Pão S. A., não sendo reconhecido nenhum valor referente a goodwill ou a mais-

valia na operação. A Figura 2 representa essa operação.

Figura 2 – Cenário 2: investimento avaliado pelo MEP (aquisição)

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Portanto, na aquisição dos títulos patrimoniais (ações), teríamos o seguinte reconhecimento:

1. Na aquisição do título – 31/01/20X0

D – Investimento da TemPÃO S. A. (ativo não circulante – investimento)         R$ 1.200.000

C - Banco (ativo circulante)                                                                             R$ 1.200.000

Em 28/02/20X0, a TemPÃO S. A. realizou o encerramento de seu balanço patrimonial e apurou


um lucro de R$ 200.000 que foi transferido para o PL. Logo, o seu patrimônio líquido passou a ser de
R$ 12.200.000 (R$ 12.000.000 valor anterior somado ao lucro do período de R$ 200.000). Então, a

Petter Pão S. A. deverá ajustar a conta de investimento na TemPÃO S. A. pelo MEP a fim de refletir no
seu balanço patrimonial as modificações ocorridas no PL da investida. Na Figura 3, é apresentada a

modificação do PL da TemPÃO S. A.

Figura 3 – Cenário 2: investimento avaliado pelo MEP (ajuste pelo MEP)

Os R$ 20.000 de resultado com equivalência patrimonial (REP) a ser lançado na conta de

investimento na TemPÃO S. A. é justamente a diferença entre o valor atual da proporção do PL da

investida subtraído do valor já reconhecido no balanço patrimonial da Petter Pão S. A. Logo, se antes

os 10% valiam R$ 1.200.000 (R$ 12.000.000 do PL x 10% de participação) e agora valem R$ 1.220.000
(R$ 12.200.000), então caberá à Petter Pão S. A. fazer um lançamento de ajuste de R$ 20.000 para

refletir essa alteração, conforme apresentado a seguir:

2. Pela alteração do Patrimônio Líquido da TemPÃO – Aplicação do MEP – 28/02/20X0

D – Investimento da TemPÃO S. A. (ativo não circulante – investimento)          R$      20.000

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C – Resultado de equivalência patrimonial – REP (resultado)                            R$      20.000

Tabela 2 – Razonetes

Legenda: si representa o saldo inicial da conta.

Note que, após o reconhecimento da receita de R$ 20.000 apurado pelo MEP, o valor do
investimento reconhecido no balanço da Petter Pão S. A. equivale a exatamente a 10% do valor do PL

da TemPÃO S. A. Portanto, em resumo, o MEP busca equivaler o valor reconhecido na conta de

investimento da investidora com o valor do patrimônio líquido da investida.

Bem, agora você já sabe que há participações em outras sociedades avaliadas pelo valor justo

(ou custo, quando não for possível mensurar o valor justo) e pelo método de equivalência patrimonial
(MEP). Mas, como identificar qual método a ser utilizado? Vamos tratar disso a partir de agora!

Inicialmente, é necessário compreender o tipo de relacionamento existente entre a investidora e


a investida. Esse relacionamento é classificado com base na influência significativa ou no controle que

a investidora exerce sobre a investida, podendo ser

1. pouca ou nenhuma influência;

2. influência significativa;
3. controle em conjunto com outra sociedade; ou

4. controle.

Vamos continuar com o caso da compra de 10% da TemPÃO S. A. (investida) pela Petter Pão S. A.

(investidora). Se a Petter Pão S. A. exercer pouca ou nenhuma influência significativa sobre a TemPÃO

S. A., então o investimento será avaliado e classificado pelo valor justo (na ausência do valor justo, o
reconhecimento nos períodos subsequentes à aquisição será o próprio custo de aquisição da

participação, ou seja, R$ 1.200.000).

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Por sua vez, se a Petter Pão S. A. exercer influência significativa sobre a TemPÃO S. A., então a

investida será uma coligada da investidora e esse investimento será avaliado pelo MEP. Agora, se a
investidora controlar a investida, então a TemPÃO S. A. será uma controlada, o investimento será
avaliado pelo MEP nas demonstrações individuais da investidora (controladora) e haverá a

necessidade de realizar a consolidação das demonstrações contábeis da controladora e da


controlada. Nesse sentido, nas demonstrações individuais, cada empresa irá gerar as suas
demonstrações contábeis, sendo que a Petter Pão S. A. utilizará o MEP para a mensuração e o
reconhecimento do investimento na TemPÃO S. A.

Além disso, como a Petter Pão S. A. e a TemPÃO S. A. são controladora e controlada,


respectivamente, então a Petter Pão S. A. deverá elaborar as demonstrações contábeis, consolidando

os valores das contas de ambas as empresas e excluindo os resultados não realizados com terceiros

originados por negócios da companhia com a sua controlada. Por exemplo, se a TemPÃO S. A.

realizou uma venda para a Petter Pão S. A. e a Petter Pão S. A. ainda não vendeu essa mercadoria para
terceiros (não realizou o resultado), então essa operação deverá ser ajustada para que os seus efeitos

não afetem as demonstrações consolidadas gerando resultados contábeis artificiais.

Por fim, se o controle for compartilhado entre duas empresas, por exemplo, a Petter Pão S. A. e a

Bread Pitt S. A. controlam em conjunto a TemPÃO S. A., então o investimento também será avaliado
pelo MEP nas demonstrações de cada controladora, de acordo com a sua participação no capital da

investida. Para ficar ainda mais claro, vamos apresentar essa classificação de forma mais visual na
Figura 4.

Figura 4 – Mensuração e classificação de participações permanentes em outras sociedades de acordo

com o grau de influência significativa ou controle exercido

Fonte: Gelbecke et al., 2018.

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Saiba mais

Influência significativa: possuir mais de 20% do capital com direito a voto da empresa
investida é um indicativo de uma possível influência significativa e/ou se puder comprovar que

exerce influência significativa sobre as principais tomadas de decisões da empresa, mesmo


possuindo participação inferior a 20% do capital da investida. Por exemplo, suponha que
empresa A possua 8% da empresa B. A empresa A ajuda a definir políticas operacionais,

financeiras e participa de indicações de administradores da empresa B. Então, apesar de A não


possuir o percentual mínimo de 20% de B, ela exerce influência significativa sobre B e deverá

avaliar esse investimento em seu balanço patrimonial pelo MEP.

Controle: se a investidora possuir mais de 50% do capital votante da investida ou for o


acionista com o maior percentual das ações da empresa, desde que os demais investidores não

se unam, então tal empresa irá deter o controle da investida. Por exemplo, a empresa Y possui
40% do capital votante da empresa X, os outros 60% estão distribuídos entre as empresas A, B,

C, D, E e F, com 10% cada uma. Portanto, se as demais empresas não se unirem por meio de um

acordo para superar a participação de Y, então Y será a controladora de X.

Você deve estar curioso para ver esses valores num exemplo concreto de balanço patrimonial de

uma empresa. Na Figura 5, é exposto um exemplo de reconhecimento de investimentos realizado


pela Grendene S. A. no balanço patrimonial consolidado de 2020.

Figura 5 – Balanço Patrimonial e notas explicativas da Grendene S. A. no ano de 2020

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Fonte: Grendene, 2020.

Note que a Grendene S. A. possui participações em coligadas e controladas, e quando é


realizada a consolidação das demonstrações contábeis, as interações entre controlada e controladora

são zeradas, inclusive os valores na conta de investimento.

Saiba mais

Agora vamos analisar como esse assunto tem sido cobrado em provas do Exame Nacional
de Desempenho dos Estudantes (ENADE).

INEP 2015 – ENADE – Ciências Contábeis) Conforme o art. 248 da Lei n. 6.404/1976,

atualizado pela Lei n. 11.638/2007 e pela Lei n. 11.941/2009, os investimentos em Controladas,


Coligadas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou que estejam sob

controle comum serão avaliados pelo método de equivalência patrimonial. De acordo com

legislação vigente, para a determinação do valor do investimento por esse método, aplica-se o

percentual de participação no

a. Capital social sobre o valor do lucro líquido da Coligada e da Controlada, não se


computando os resultados não realizados.

b. Capital social sobre o valor do patrimônio líquido da Coligada e da Controlada, somando-

se a esse montante os resultados não realizados líquidos dos efeitos fiscais.

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c. Patrimônio líquido sobre o valor do capital social da Coligada e da Controlada, subtraindo-

se desse montante os resultados não realizados líquidos decorrentes dos efeitos fiscais.
d. Capital social sobre o valor do patrimônio líquido da investidora, subtraindo-se desse
montante os resultados não realizados decorrentes de negócios com a Companhia,

Coligadas ou Controladas.

e. Capital social sobre o valor do patrimônio líquido da Coligada e da Controlada, não se


computando os resultados não realizados decorrentes de negócios com a Companhia,
Coligadas ou Controladas.

Resposta:

Para a determinação do valor do resultado com equivalência patrimonial a ser ajustado, é


necessário dividir o capital social adquirido pelo patrimônio líquido da coligada e da controlada,

sendo excluído os resultados não realizados das operações entre a companhia investidora e as
suas coligadas ou controladas. Portanto, o gabarito é a alternativa E.

Saiba mais

Para mais informações sobre o assunto, sugiro a leitura dos seguintes documentos:

CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. CPC 18 (R2) - Investimento em Coligada, em


Controlada e em Empreendimento Controlado em Conjunto, de 2012. CVM, n. 696, 7 de dez.

2012. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pron

unciamento?id=49>. Acesso em: 30 jun. 2021.

_____. CPC 19 (R2) – Negócios em Conjunto, de Aprovado pela CVM, n. 694, 9 nov. 2012.

Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronuncia

mento?id=50>. Acesso em: 30 mjun. 2021.

_____. CPC 36 (R3) – Demonstrações Consolidadas. CVM, n. 698, 7 dez. 2012. Disponível em:

<http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?id=67>.

Acesso em: 30 jun. 2021.

_____. CPC 48 – Instrumentos Financeiros. CVM, n. 763, 4 nov. 2016. Disponível em: <http://w
ww.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?id=106>. Acesso

em: 30 jun. 2021.

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BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União, Poder Legislativo,

Brasília, DF, 17 dez. 1976. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.h


tm>. Acesso em: 30 jun. 2021.

1.3 DEMAIS INVESTIMENTOS PERMANENTES

Vimos, no início deste tópico, que a Lei n. 6.404 de 1976 define que, no subgrupo de
investimentos, são registradas as “participações permanentes em outras sociedades e direitos de
qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem a manutenção da

atividade da companhia ou empresa” (Brasil, 1976). As participações permanentes em outras


sociedades já abordamos, agora vamos tratar dos outros direitos de qualquer natureza, não

classificáveis no circulante, e que não se destinam à manutenção da atividade da companhia ou da


empresa.

Pense o seguinte: qual é a principal atividade de uma panificadora como a Petter Pão S. A., a
TemPÃO S. A. ou a Bread Pitt S. A.? Espera-se que seja a fabricação e/ou a venda de pães, bolos,

salgados, entre outros tipos de alimentos. Portanto, os valores aplicados em bens não classificados
no ativo circulante e que não são classificados como ativo imobilizado ou ativo intangível, visto que

não são utilizados nas atividades operacionais da empresa, acabam figurando no grupo de

investimentos.

Entre os principais exemplos de outros investimentos permanentes, temos as propriedades para


investimentos, que são imóveis adquiridos com a finalidade de obter ganhos pela valorização, pela

renda, como o recebimento de aluguéis, ou por ambas as formas.  Suponha que a Petter Pão S. A.

tenha adquirido dois terrenos pelo valor de R$ 200.000 cada, pagos à vista.

Um dos terrenos será utilizado como estacionamento para os clientes da panificadora; já o

segundo terreno foi adquirido visando a sua valorização a longo prazo. Portanto, o primeiro terreno
será classificado como um ativo imobilizado, pois este será utilizado nas atividades da empresa.

Enquanto o segundo terreno, adquirido com o propósito de valorização, irá figurar no grupo de

investimentos. Os lançamentos contábeis dessa operação são apresentados a seguir:

1 - Na aquisição dos terrenos – 31/01/20X0

D – Terrenos (ativo imobilizado)                                                                    R$     200.000


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D – Terrenos – Propriedade para investimento (ativo não circulante – investimento) R$     200.000

C – Banco (Ativo Circulante)                                                                                  R$    400.000

Como funciona a mensuração subsequente (após a aquisição) desses terrenos? Para os ativos

imobilizados, somente é permitido o reconhecimento de perda de valor recuperável e a reversão

dessa perda, ambos identificados com base no teste de impairment e que serão abordados em tópico
adiante, não sendo permitido o reconhecimento de ganhos pela valorização ou perda com base no
valor justo. Portanto, a forma de avaliação dos imóveis no ativo imobilizado leva em conta o custo de
aquisição.

Por sua vez, as propriedades para investimento podem ser avaliadas pelo método de custo ou
pelo método de valor justo. O método de custo consiste em manter reconhecido o valor do

investimento pelo preço de aquisição. Já o método de valor justo é utilizado para reconhecer as

variações do valor da propriedade para investimento. A empresa pode optar entre ambos os
métodos, ou seja, manter a propriedade para investimento reconhecida pelo custo ou pelo valor

justo.

Saiba mais

O CPC 28, que trata da temática de propriedades para investimentos, permite a escolha da
avaliação destas propriedades pelo método de custo ou pelo valor justo (CPC, 2009b). Além

disso, uma propriedade avaliada pelo método de custo pode passar a ser mensurada pelo valor
justo. Entretanto, é muito difícil fundamentar a mudança de uma propriedade avaliada pelo valor

justo para o método de custo. Portanto, os contadores devem ficar atentos às políticas contábeis

adotadas.

Vamos retornar ao exemplo anterior: suponha que, após um mês, ambos os terrenos passem a
ter um valor justo de R$ 220.000, sendo que a Petter Pão S. A. optou por avaliar o segundo terreno ao

valor justo. Logo, o seguinte lançamento deverá ser realizado:

2 – Reconhecimento da variação do valor do segundo terreno – 28/02/20X0

D – Ajuste a Valor Justo - Terrenos – Prop. para investimento (ativo não circulante –

investimento)                                                                                                                       R$       20.000

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C – Receita com ajuste a valor justo (resultado)                                              R$       20.000

Perceba que, apesar de ambos os terrenos terem sido valorizados, somente foi reconhecido o
ajuste a valor justo do segundo terreno, pois somente este é uma propriedade para investimento.

É muito comum observar, no balanço patrimonial de administradoras de shoppings,

investimentos em propriedades para investimento, visto que a intenção destas administradoras é


obter renda pelo recebimento de aluguel. Vamos analisar um exemplo nas demonstrações da brMalls
S. A no ano de 2020 (Figura 6).

Figura 6 – Balanço Patrimonial e Notas Explicativas da brMalls S. A. no ano de 2020

Fonte: brMalls, 2020.

Note que inicialmente as propriedades para investimentos são reconhecidas na brMalls pelo

custo, ou seja, pelo valor gasto para construir ou adquirir as propriedades. Após isso, as variações do

valor justo também são reconhecidas no resultado, como fizemos no exemplo do segundo terreno da

Petter Pão S. A.

Mas e as imobiliárias e as incorporadoras, elas também classificam esses imóveis como

propriedades para investimentos? Como essas propriedades fazem parte do curso normal das

atividades da empresa, então são consideradas como estoques. Por exemplo, qual é a principal

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atividade de uma imobiliária? Vender imóveis, logo essas propriedades, por não terem caráter

permanente, figuram na conta de estoques (Salotti et al., 2019).

Além das propriedades para investimento, outro exemplo comum de demais investimentos

permanentes é o das obras de arte, visto que não estão ligadas às atividades operacionais da
empresa e são mantidas para valorização.

Saiba mais

Vamos agora analisar uma questão desta temática abordada no Exame de Suficiência do
Conselho Federal de Contabilidade.

(Cosulplan – 2019.02 – Exame de Suficiência do Conselho Federal de Contabilidade)

A empresa A adquiriu um terreno com a finalidade de mantê-lo em seu patrimônio para fins

de valorização de capital a longo prazo, não pretendendo vendê-lo a curto prazo no curso
ordinário dos negócios da entidade. A empresa A sabe que no longo prazo é provável que os

benefícios econômicos futuros associados a esse terreno fluirão para a entidade e o seu custo
pode ser mensurado confiavelmente. Ainda, a empresa A não almeja utilizá-lo na produção ou

fornecimento de bens ou serviços ou para finalidades administrativas. Com base nas informações

apresentadas e considerando a Norma Brasileira de Contabilidade NBC TG 28 (R4), esse terreno


deverá ser reconhecido no patrimônio da empresa A como:

a. Imobilizado.
b. Propriedade para Investimento.

c. Investimento Temporário a Longo Prazo.

d. Ativo Não Circulante Mantido para Venda.

Resposta:

Como a empresa adquiriu o terreno com o intuito de obter uma valorização de longo prazo,

não pretende vendê-lo no curto prazo, consegue mensurar os seus custos com confiabilidade e

não utilizará este terreno em suas atividades empresariais. Logo, o terreno se caracteriza como

uma propriedade para investimento. Portanto, o gabarito é a alternativa B.

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Para encerrar, sugiro enriquecer o seu conhecimento sobre a temática estudando o CPC 28 –

Propriedade para Investimento.

CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. CPC 28 – Propriedade para Investimento.

CVM, n. 584, 26 jun. 2009. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pr


onunciamentos/Pronunciamento?id=59>. Acesso em: 30 jun. 2021.

TEMA 2 – ATIVO IMOBILIZADO

O CPC 27 trata dos itens que pertencem ao grupo de ativo imobilizado e define esses itens como
sendo os bens corpóreos, também conhecidos como tangíveis, mantidos pela empresa para uso na

produção ou fornecimento de mercadorias, serviços ou para fins administrativos (CPC, 2009a). A Lei
n. 6.404/1976, no art. 179, define o ativo imobilizado como

os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da
companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive decorrentes de operações

que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens. (Brasil, 1976)

Perceba que tanto o CPC 27 quanto a Lei 6.404/1976 destacam que o ativo imobilizado deve
possuir matéria, ser tangível, ou seja, você deve conseguir tocá-lo. Além disso, esses itens devem ser

utilizados nas atividades operacionais ou administrativas da empresa e se espera utilizar esses itens
por mais de um ano. Esse conceito é muito interessante, pois, ao definir que o ativo imobilizado deve

possuir matéria, evita-se que itens do ativo intangível sejam classificados como imobilizado.

Quando a norma cita a utilização superior a um ano, almeja-se alinhar os aspectos conceituais ao

exercício social da empresa, que normalmente dura um ano (de janeiro a dezembro) nas

organizações. Assim, itens que têm a sua vida útil inferior a um ano podem ser lançados diretamente

como uma despesa do período, não sendo necessário realizar a sua depreciação.

Por exemplo, se uma empresa adquire determinada máquina que possui uma vida útil de 10

meses, o valor dessa máquina pode ser lançado diretamente como uma despesa, não sendo

necessário reconhecer um ativo imobilizado e depreciá-lo mensalmente. Entretanto, não há uma

proibição de a empresa reconhecer esse ativo imobilizado e depreciá-lo em 10 meses se julgar que

os benefícios desse controle serão maiores que os custos.

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Basicamente, para reconhecer no balanço patrimonial um ativo imobilizado, é necessário que

duas premissas sejam atendidas. A primeira diz respeito à probabilidade de que os benefícios
econômicos futuros associados ao item fluam para a entidade e o segundo é a confiabilidade na
mensuração do valor deste item.

 Em continuidade, observa-se que diversos itens podem compor o grupo de ativo imobilizado.
Por exemplo, as máquinas e equipamentos, móveis e utensílios, veículos, instalações, ferramentas,

peças, benfeitorias em propriedades arrendadas, terrenos, entre outras. Vamos abordar


individualmente algumas dessas contas (Gelbcke et al., 2018):

Máquinas e equipamentos: nessa conta, são reconhecidos todos os itens desse conjunto

utilizados nas atividades da empresa. É comum algumas indústrias separarem as máquinas e


equipamentos utilizadas no processo produtivo daquelas empregadas em outras atividades,

como a parte administrativa;


Móveis e utensílios: é utilizada para o lançamento de itens como mesas, cadeiras, armários,

entre outras, que se espera utilizar por mais de um ano;

Veículos: registro de veículos utilizados pela área administrativa, de vendas ou transporte em


geral. Os veículos utilizados no processo produtivo, como as empilhadeiras, podem ser

reconhecidos como equipamentos;


Ferramentas: são reconhecidas nessa conta as ferramentas que se espera utilizar por mais de

um ano. As ferramentas de valor pequeno, mesmo com vida superior a um ano, podem ser

reconhecidas como despesas em virtude do custo de controlar tais itens ser maior que o
benefício gerado por este controle;

Peças: são lançadas as peças de máquinas e equipamentos que são utilizadas em manutenções

preventivas ou substituições de peças com avarias. Cabe destacar que itens utilizados na

manutenção, como óleo e lubrificantes, são reconhecidos como despesas conforme são
utilizados pela organização;

Benfeitorias em propriedades arrendadas: imagine que a empresa A alugou um terreno e

construiu uma planta industrial (fábrica) nesse local. Sabe-se que a vida útil dessa estrutura

construída é de 20 anos. A benfeitoria construída pela empresa A deve ser reconhecida no

balanço patrimonial e depreciada normalmente;


Terrenos: os terrenos utilizados pela organização para suas operações são reconhecidos como

ativo imobilizado. Já os terrenos com a finalidade de obter ganhos com a sua valorização ou

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com o aluguel devem ser reconhecidos como propriedades para investimento, conforme

determinado pelo CPC 28 – Propriedades para Investimentos (CPC, 2009b) e explicado no


tópico anterior.

Saiba mais

Vamos agora a um exemplo de como esse conteúdo é cobrado em provas do Exame


Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade).

(INEP – 2012 – Enade Ciências Contábeis) Uma empresa considerou os benefícios


econômicos futuros e a mensuração confiável do custo de um bem do seu ativo imobilizado.

Esse procedimento se refere a qual etapa na avaliação dos ativos fixos tangíveis?

a. Reavaliação.

b. Mensuração.
c. Reconhecimento.

d. Identificação de benefícios e riscos.

e. Verificação da vida útil e depreciação.

Resposta:

Como a empresa está avaliando se o ativo pode gerar benefícios econômicos futuros e se

ela consegue determinar de forma confiável o valor desse item, nesse momento está sendo

avaliado o reconhecimento do bem, ou seja, se este será lançado na contabilidade. Portanto, o


gabarito é a alternativa C.

Portanto inúmeros itens podem compor os ativos imobilizados. Que tal abordarmos aspectos

específicos desses itens?

2.1 MENSURAÇÃO DO ATIVO IMOBILIZADO

Vimos em tópicos anteriores que mensurar é atribuir valor, então como devemos mensurar um
ativo imobilizado? Como identificar o valor a ser reconhecido na contabilidade destes itens? O ativo

imobilizado deve ser reconhecido pelo seu custo, que, por sua vez, envolve tudo aquilo gasto para

deixar o imobilizado com condições para ser utilizado, bem como, quando possível, o valor estimado

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para a desmontagem do ativo imobilizado e a restauração do local. Vamos esclarecer um pouco mais

isso!

Suponha que a Petter Pão S. A. adquiriu em 01/01/20X1 um forno de última geração para utilizar

no processo de produção de pães. Sabe-se que o valor da nota fiscal de compra do forno é de R$
200.000, sendo composto por R$ 10.000 de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS), que poderá ser recuperado, R$ 20.000 de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que

não poderá ser recuperado pela empresa e R$ 170.000 referentes ao valor da máquina. Além disso, a
empresa teve que contratar uma transportadora terceirizada para trazer o forno até a sua sede, sendo
desembolsados R$ 5.000 de frete e R$ 600 de seguro. Sabe-se que a empresa terá ainda que
desembolsar R$ 1.500 para realizar a instalação do equipamento. Espera-se também que a empresa
utilize o forno por 8 anos e que após isso estima-se que a Petter Pão S. A. terá um gasto de R$ 3.000

para desmontar o equipamento e restaurar o local no qual o mesmo estava instalado. Os valores

foram pagos à vista via banco.

Seguindo os elementos dispostos no item 16 do CPC 27, vamos observar que o custo de um

ativo imobilizado é composto pelos seguintes itens:

Figura 7 – Elementos que compõem o custo do ativo imobilizado

Fonte: CPC, 2009a.

Portanto, se analisarmos o caso da Petter Pão S. A., teremos que o custo do forno será o

seguinte:

Tabela 3 – Custo do forno da Petter Pão S. A.

ITEM VALOR

Preço de aquisição acrescido de impostos não recuperáveis,

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deduzidos de abatimentos, descontos e impostos recuperáveis

(+) Valor da máquina R$ 170.000

(+) Valor de IPI R$   20.000

Custos necessários para colocar o ativo imobilizado no local

 em condições de funcionamento

(+) Frete R$   5.000

(+) Seguro R$      600

(+) Instalação do equipamento R$   1.500

Estimativa inicial dos custos de desmontagem e remoção do item e

restauração do local em que estava instalado

(+) Remoção e restauração R$     3.000

(=) CUSTO DO ATIVO IMOBILIZADO R$ 200.100

Perceba que o valor do ICMS não foi incluído no custo do imobilizado, pois como esse valor
pode ser recuperado no futuro, logo não representará um custo para a empresa. Imagino que você

queira visualizar a contabilização desses valores. Vamos tratar disso agora:

1 – Reconhecimento inicial do ativo imobilizado – 31/01/20X0

D – Máquinas e equipamentos (ativo não circulante – ativo imobilizado)            R$       200.100

D – ICMS a recuperar (ativo circulante / ativo não circulante – impostos a recuperar)                

                                                                                                                      R$         10.000

C – Banco (ativo circulante)                                                                               R$       207.100

C - Obrigações por desativação de ativo imobilizado (passivo não circulante)    R$            3.000

Tabela 4 – Razonetes

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Legenda: si representa o saldo inicial da conta.

Perceba que, no reconhecimento inicial do ativo imobilizado, foram reconhecidos os valores que
compuseram o custo inicial calculado na Tabela 3, e o ICMS recuperável foi lançado nas contas do
ativo. A contrapartida desses valores foi realizada contra a conta bancária e houve o reconhecimento

de uma obrigação futura no passivo advinda da estimativa dos custos para a desmontagem do forno.
Mas por que o valor que foi baixado do banco é diferente do valor lançado na conta de máquinas e

equipamentos? Note que o ICMS a recuperar afeta o banco, pois como esse valor estava embutido na
nota fiscal, teve que ser pago ao fornecedor, contudo não faz parte do custo inicial do imobilizado,

pois é um imposto recuperável. Por outro lado, as obrigações por desativação fizeram parte do custo
inicial do imobilizado, mas não representam uma saída de recursos atual para a empresa, visto que

somente daqui a 8 anos haverá tal desembolso.

Outro questionamento que pode surgir é por que o valor do ICMS está lançado em contas de

ICMS a recuperar no ativo circulante e no ativo não circulante? A legislação tributária brasileira

permite que o valor do ICMS de máquinas e equipamentos utilizados na produção ou prestação de


serviços seja recuperado em 48 meses (1/48 avo por mês). Portanto, a empresa deverá dividir R$

10.000 por 48 meses e identificar a parte que será alocada no curto e no longo prazo. Como não é o

foco deste tópico discutir a parte tributária, não realizaremos esse detalhamento a fim de simplificar

o exemplo exposto.

Saiba mais

Para entender mais sobre a temática, busque conteúdos que tratem sobre o CIAP – Controle
de Crédito de ICMS do Ativo Permanente.

2.2 MANUTENÇÃO, REPARO E MELHORIAS NO ATIVO IMOBILIZADO

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É comum as organizações desembolsarem valores com a manutenção ou o reparo de ativo

imobilizado. Por exemplo, a troca de óleo, a lubrificação ou a troca das peças que compõem
determinado ativo imobilizado são exemplos de itens que compõem a manutenção preventiva e o
reparo dos ativos imobilizados. Esse tipo de desembolso tende a ocorrer com uma certa regularidade

e por isso as empresas normalmente reconhecem esses valores como uma despesa (débito) contra a
origem do recurso, como caixa, bancos, fornecedores a pagar, entre outros (crédito). Se a empresa
julgar necessário, poderá apropriar os valores gastos com manutenção e reparo ao longo do ano.
Essa tratativa é recomendada quando houver maior benefício do que custo para realizar tal controle.

Pode ocorrer também de a empresa realizar melhorias no ativo imobilizado. Imagine que a Petter

Pão S. A. tenha um cilindro responsável por moldar as massas dos pães fabricados e que em
determinado período foi identificada a necessidade de realizar a troca do motor desta máquina.

Como a troca do motor tem o poder de aumentar a capacidade produtiva da máquina, a vida útil

e/ou a diminuição do custo operacional da empresa, então o valor gasto com o novo motor deverá
ser integrado ao valor contábil do cilindro no grupo de ativo imobilizado. Além disso, a empresa

deverá baixar o valor do motor antigo, visto que ele será trocado por um mais novo.

2.3 ATIVO IMOBILIZADO MANTIDO PARA A VENDA

Quando um ativo imobilizado passa a estar livre para ser vendido em conjunto ou
separadamente, a empresa deverá transferir esse bem para a conta de ativo não circulante mantido

para venda que fica localizada no ativo circulante.

Voltando ao caso da Petter Pão S. A., se a empresa decidir realizar a venda do cilindro, de forma

conjunta ou vendendo as peças separadamente, a contabilidade da empresa deverá depreciar o

cilindro, realizar o teste de impairment e reclassificar esse bem para a conta de ativo não circulante

mantido para venda. Mas e se a empresa continuar utilizando o cilindro até conseguir localizar um
comprador, o que acontece? Nesse caso, a empresa deverá avaliar se o valor contábil deste item será

recuperado principalmente por meio de transação de venda ao invés do seu uso contínuo. Se for pela

operação de venda, então este item será reclassificado como um ativo imobilizado mantido para

venda.

Na Figura 8, é apresentado um exemplo do conteúdo aqui explicado, sendo aplicado nas


demonstrações financeiras da Grendene S. A.

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Figura 8 – Balanço Patrimonial e notas explicativas da Grendene S. A. no ano de 2020 – Ativo

imobilizado

Fonte: Grendene, 2020.

2.4 IMOBILIZADO EM ANDAMENTO

As contas de imobilizado em andamento agrupam itens como construção e/ou instalação em

andamento, que são todas as obras que estão sendo realizadas pela empresa. Enquanto esse

processo não é finalizado, todos os custos para deixar a construção e/ou a instalação pronta para uso
são reconhecidos nessa conta. Com a finalização desse processo, a construção e/ou instalação já

finalizada é reclassificada para a conta de bens em operação.

De forma semelhante, quando a empresa estiver realizando a importação de algum bem que

será classificado como ativo imobilizado, todos os gastos para deixar este bem no local e em

condições necessárias para a operação deverão ser reconhecidos na conta de importações em

andamento de bens do imobilizado e, ao final desse processo, o bem será transferido para a conta de
bens em operação e iniciará a sua depreciação (Gelbcke et al., 2018).

TEMA 3 – DEPRECIAÇÃO E EXAUSTÃO DE ATIVOS IMOBILIZADOS

Os ativos imobilizados estão sujeitos à depreciação ou à exaustão. A depreciação é aplicada a

bens físicos e é um reconhecimento da perda de valor do bem devido à redução da sua capacidade

de produzir benefícios econômicos futuros, visto que a vida útil do bem é reduzida de acordo com o

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seu uso. Portanto, a depreciação é uma despesa que deverá ser reconhecida devido à perda da

capacidade produtiva do bem. Como exemplo de ativos imobilizados depreciados, temos os móveis e
utensílios, máquinas e equipamentos, veículos, entre diversos outros tipos de bens que possam
perder valor pelo seu desgaste ou perda de utilidade.

Por sua vez, a exaustão é a perda do valor decorrente da exploração de recursos minerais ou
florestais, bem como dos bens aplicados nessa exploração. Como exemplo de ativos imobilizados a

serem exauridos, temos as minas, as jazidas e as florestas.

3.1 MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO

Há diferentes métodos de depreciação que podem ser adotados. Entretanto, antes de abordar
cada um desses métodos, é importante ter em mente qual é o valor que será depreciado. Como

assim? O valor a ser depreciado não seria o valor do bem reconhecido na contabilidade? É isso

mesmo, mas ocorre que o valor depreciável, em termos societários, dificilmente será o valor contábil
do bem, pois normalmente ao final da vida útil o bem possui um valor residual, que é a parcela que

foi investida no bem e que poderá ser recuperada ao final da sua vida útil.

Suponha que a Petter Pão S. A. possua uma máquina de R$ 60.000 que utiliza em suas entregas.

A empresa estimou a vida útil da máquina em 6 anos, mas ao final desse prazo, é muito provável que

essa máquina possua um valor de mercado, seja pela revenda da máquina como um todo ou de suas
peças individualmente.  Imagine que esse valor seja de R$ 20.000, portanto, no decorrer da vida útil,

somente será reconhecida como despesa de depreciação a diferença dos R$ 60.000, que é o custo da

máquina, subtraído do valor residual, que foi estimado em R$ 20.000, sendo o valor depreciável de

R$ 40.000.

Saiba mais

Pense que a depreciação é o valor investido pela empresa e que não será recuperado ao

final do período pela venda do bem.

Portanto, esse valor depreciável irá diminuir o lucro da empresa em cada período, sem

diminuir o caixa, visto que o caixa já foi afetado pela aquisição do bem. Logo, a depreciação

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representa uma compensação indireta de caixa, quando comparado ao lucro do período, a fim

de recuperar o valor que foi investido no bem.

Agora que você já sabe como calcular o valor depreciável do bem, que tal conhecer os métodos
de depreciação que podem ser utilizados? Basicamente, o método de depreciação diz respeito à
forma como o valor depreciável (no nosso exemplo do veículo, é de R$ 40.000) será alocado nas
contas de resultados da empresa. A escolha do método deve ser direcionada pela forma que reflita o

padrão mais adequado do consumo de benefícios econômicos futuros propiciados pelo bem. Vamos
verificar no Quadro 1 os diferentes tipos de métodos que podem ser utilizados.

Quadro 1 – Aplicação dos diferentes métodos de depreciação

Método Detalhamento

Este é um dos métodos mais populares, basicamente a empresa deverá dividir o valor depreciável do bem

pela sua vida útil.


 

Aplicando ao exemplo da Petter Pão S. A.


Custo do bem                                                                R$ 60.000

(-) Valor residual do bem                                               R$ 20.000


Quotas
(=) Valor depreciável do bem                                        R$ 40.000
constantes
 

Valor da depreciação (custo – valor residual) / número de períodos:


R$ 40.000 / 6 anos = R$ 3.333,33 ao ano OU

R$ 40.000 / 72 meses (6 anos) = R$ 555,55 ao mês


 

Interpretação: neste método o valor da depreciação é igual entre todos os anos.

Soma dos Nesse método, os dígitos que compõem o número de anos da vida útil do bem são somados e a

dígitos depreciação será o resultado da fração do número de anos que faltam para o término da vida útil do bem

divido pela soma dos dígitos calculada.


 

Aplicando ao exemplo da Petter Pão S. A.


Custo do bem                                                                R$ 60.000

(-) Valor residual do bem                                               R$ 20.000

(=) Valor depreciável do bem                                        R$ 40.000


 

 
Soma dos dígitos: 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 = 21 (como são 6 anos, somamos até o número 6).

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Valor da depreciação (custo – valor residual) / fração:


 

Ano 1: 6/21 * R$ 40.000 = R$ 11.428,57


Ano 2: 5/21 * R$ 40.000 = R$   9.523,81

Ano 3: 4/21 * R$ 40.000 = R$   7.619,05

Ano 4: 3/21 * R$ 40.000 = R$   5.714,29


Ano 5: 2/21 * R$ 40.000 = R$   3.809,52

Ano 6: 1/21 * R$ 40.000 = R$   1.904,76


Total                                   R$ 40.000,00

Interpretação: perceba que nos primeiros anos de vida da máquina há valores mais elevados de
depreciação. Nesse método, adota-se a lógica de que quanto mais novo o bem, maior é o volume de

benefícios econômicos gerados e, portanto, valores mais elevados de depreciação devem ser alocados no
resultado da empresa.

Nesse método, estima-se a quantidade de unidades que um bem deve produzir ao longo da sua vida útil e
a partir disso é realizada a depreciação conforme as unidades produzidas no período.

 
Aplicando ao exemplo da Petter Pão S. A.

Custo do bem                                                                R$ 60.000

(-) Valor residual do bem                                               R$ 20.000


(=) Valor depreciável do bem                                        R$ 40.000

 
Unidades Unidades que devem ser produzidas pelo bem durante a vida útil: 400.000 unidades.

produzidas  

Ano 1: 100.000 unidades produzidas no ano / 400.000 unidades x R$ 40.000 valor depreciável = R$ 10.000
Ano 2: 70.000 unidades produzidas no ano / 400.000 unidades x $ 40.000 valor depreciável = R$ 7.000

Ano 3: 70.000 unidades produzidas no ano / 400.000 unidades x $ 40.000 valor depreciável = R$ 7.000
Ano 4: 60.000 unidades produzidas no ano / 400.000 unidades x R$ 40.000 valor depreciável = R$ 6.000

Ano 5: 60.000 unidades produzidas no ano / 400.000 unidades x $ 40.000 valor depreciável = R$ 6.000

Ano 6: 40.000 unidades produzidas no ano / 400.000 unidades x R$ 40.000 valor depreciável = R$ 4.000
 

Interpretação: a depreciação será proporcional à quantidade produzida pela máquina no período.

Horas de Nesse método, a quantidade de horas de trabalho é estimada e o valor da depreciação será derivado da

trabalho quantidade de horas trabalhadas em determinado período.


 

Aplicando ao exemplo da Petter Pão S. A.

Custo do bem                                                                R$ 60.000


(-) Valor residual do bem                                               R$ 20.000

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(=) Valor depreciável do bem                                        R$ 40.000

 
Quantidade de horas que o bem deve trabalhar durante a vida útil: 40.000 unidades.

 
Ano 1: 10.000 horas trabalhadas no ano / 40.000 horas x R$ 40.000 valor depreciável = R$ 10.000

Ano 2: 70.000 horas trabalhadas no ano / 400.000 horas x $ 40.000 valor depreciável = R$ 7.000

Ano 3: 70.000 horas trabalhadas no ano / 400.000 horas x $ 40.000 valor depreciável = R$ 7.000
Ano 4: 60.000 horas trabalhadas no ano / 400.000 horas x R$ 40.000 valor depreciável = R$ 6.000

Ano 5: 60.000 horas trabalhadas no ano / 400.000 horas x $ 40.000 valor depreciável = R$ 6.000
Ano 6: 40.000 horas trabalhadas no ano / 400.000 horas x R$ 40.000 valor depreciável = R$ 4.000

Interpretação: o valor da depreciação será equivalente a quantidade de horas trabalhadas no ano.

Com relação aos diferentes métodos de depreciação, caberá à empresa avaliar qual método
melhor reflete a capacidade de geração de benefícios econômicos futuros do ativo analisado. Cabe

destacar que, no âmbito da Contabilidade Tributária, utilizada para o cálculo de impostos, algumas
tratativas são diferentes, por exemplo, a vida útil mínima de cada ativo imobilizado é definida por

normas específicas, bem como não há a figura do valor residual.

3.2 RECONHECIMENTO DA DEPRECIAÇÃO OU EXAUSTÃO

A depreciação, assim como a exaustão, é reconhecida na contabilidade como uma despesa de

depreciação/exaustão ou custo de produção, a depender do uso do bem que está sendo


depreciado/exaurido. A contrapartida contábil se dará contra uma conta retificadora do ativo

imobilizado chamada de depreciação/exaustão acumulada, a qual rá reduzir o valor do ativo no

balanço patrimonial, indicando a perda da vida útil desse bem. Espera-se que, ao final da vida útil do

bem, o valor do custo do ativo subtraído da depreciação/exaustão acumulada represente o valor

residual que a companhia conseguirá obter com a venda desse bem.

A seguir, é exposto o lançamento de reconhecimento da depreciação da máquina da Petter Pão


S. A. no Ano 1, utilizando o método de soma dos dígitos, bem como a sua representação no balanço

patrimonial da empresa:

1 – Pela aquisição via Banco – 01/01/20X1

D – Máquinas e equipamentos (ativo imobilizado)                                             R$ 60.000

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C – Banco (ativo circulante)                                                                              R$ 60.000

2 – Reconhecimento da depreciação do ativo imobilizado – Ano 1

D – Despesa com depreciação (resultado)                                                        R$      11.428,57

C – (-) Depreciação Acumulada (ativo não circulante – ativo imobilizado)           R$      11.428,57

Tabela 5 – Razonetes

Legenda: si representa o saldo inicial da conta.

Quadro 2 – Representação do grupo no balanço patrimonial da Petter Pão no Ano 1

Saiba mais

Há itens que não são depreciados, pois os seus benefícios econômicos não diminuem ao
longo do tempo. O principal exemplo que temos nessa categoria são os terrenos.

Saiba mais

Sugiro a leitura do CPC 27 – Ativo Imobilizado e CPC 31 - Ativo Não Circulante Mantido para

Venda e Operação Descontinuada para maior detalhamento sobre a temática:

CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. CPC 27 – Ativo Imobilizado. CVM, n. 583, 26

jun. 2009. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/

Pronunciamento?id=58>. Acesso em: 30 jun. 2021.

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 29/45
23/02/2023 19:12 UNINTER

TEMA 4 – ATIVOS INTANGÍVEIS E AMORTIZAÇÃO

Segundo a Lei n. 6.404/1976, os ativos intangíveis são bens incorpóreos destinados à

manutenção da empresa, ou seja, os ativos intangíveis são aqueles itens que não possuem substância
física, os quais não podemos tocar (Brasil, 1976). São exemplos de ativos intangíveis: licença de uso
de softwares, patentes, marcas adquiridas, direitos de exploração, fundos de comércio, entre outros.

De forma similar à depreciação dos itens do ativo imobilizado, os itens classificados como ativo
intangível são amortizados ao longo do tempo, visto que a amortização representa a perda do valor
aplicado na aquisição do ativo intangível durante a sua vida econômica. Destaca-se que somente são

amortizados os ativos intangíveis que possuem um prazo de vida útil limitada.

Por exemplo, se a Petter Pão S. A. adquirir em janeiro de 20X1 por R$ 20.000 uma licença de uso
de um software para controle financeiro com validade de 5 anos, então como estamos diante de um

direito de uso que possui vida útil limitada, haverá a necessidade de amortizar este montante.

Contudo, se essa mesma licença fosse vitalícia, então não faria sentido amortizar a licença de
software, visto que não haveria perda de valor dessa licença com o passar dos anos.

A seguir, é exposta a exemplificação do lançamento da aquisição do software pela Petter Pão S.


A., considerando que o valor foi pago via banco.

1 – Pela aquisição via Banco – 01/01/20X1

D – Softwares  (ativo imobilizado)                                                                     R$ 20.000

C – Banco (ativo circulante)                                                                              R$ 20.000

Considerando que a validade da licença é de 5 anos, então o lançamento da amortização a ser


realizado no Ano 1 será o seguinte:

Custo com a aquisição do intangível: R$ 50.000

Período da licença de uso: 5 anos

Valor da amortização: R$ 4.000 ao ano (R$ 20.000 / 5 anos)

2 – Reconhecimento da amortização do ativo intangível – Ano 1

D – Despesa com amortização (resultado)                                                        R$      4.000


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C – (-) Amortização Acumulada (ativo não circulante – ativo imobilizado)           R$      4.000

Tabela 6 – Razonetes

Quadro 3 – Representação do grupo no balanço patrimonial da Petter Pão no Ano 1

Vamos analisar, com base nas demonstrações da Grendene (Figura 9), como as informações
sobre ativos intangíveis são dispostas.

Figura 9 – Balanço Patrimonial e Notas Explicativas da Grendene S. A. no ano de 2020 – Ativo


intangível

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Fonte: Grendene, 2020.

Perceba que a Grendene S. A. apresenta ativos intangíveis denominados de softwares em

desenvolvimento. Nesse sentido, o CPC 04 (R1) – Ativos Intangíveis (CPC, 2011) esclarece que os

gastos com ativos gerados internamente em fase de pesquisa devem ser reconhecidos como
despesas, pois como ainda não há uma garantia mínima da possibilidade de geração de benefícios

econômicos futuros, não há como realizar o reconhecimento do ativo.

Por sua vez, quando o ativo intangível se encontra na fase de desenvolvimento, então poderão

ser reconhecido os valores gastos nessa fase como no grupo de ativo intangível, visto que há uma

garantia mínima de geração de benefícios econômicos futuros.

Cabe destacar que o CPC 04 (R1) estabelece que todas as seguintes condições devem ser
atendidas para o reconhecimento de um ativo intangível na fase de desenvolvimento (CPC, 2011):

1. viabilidade técnica para concluir o ativo intangível e disponibilizá-lo para o uso ou venda;

2. intenção de concluir o ativo intangível para usá-lo ou vendê-lo;

3. demonstrar como o ativo intangível poderá gerar benefícios econômicos futuros para a

entidade (ela irá utilizar esse ativo? Irá realizar a sua venda?);

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4. possuir disponibilidade técnica e financeira para concluir a fase de desenvolvimento e utilizar

ou vender o ativo intangível; e


5. mensurar com confiabilidade os gastos para o desenvolvimento do ativo intangível.

Por exemplo, se a Petter Pão S. A. pretendesse criar um novo tipo de pão e para isso realizasse
uma pesquisa para descobrir o gosto de seus clientes, os gastos com a pesquisa seriam lançados
como despesas. Por sua vez, ao iniciar o desenvolvimento desse novo produto e patenteá-lo, os

gastos dessa etapa poderiam ser lançados no grupo de ativo intangível desde que as cinco condições
para o reconhecimento fossem atendidas. A Figura 10 resume essas tratativas.

Figura 10 – Reconhecimento dos gastos na fase de pesquisa e de desenvolvimento de ativos


intangíveis

Saiba mais

A seguir, é apresentada uma questão que exemplifica como esse conteúdo é cobrado em

provas do Exame de Suficiência do CFC.

(Exame de Suficiência – CFC – Consulplan – Prova 2019.1) Em 20X1, a Sociedade Empresária

“A” adquiriu por R$ 1.000.000,00 o direito de explorar a marca comercial (registrada) ABC. O

direito de exploração dessa marca foi estipulado em contrato e tem vigência de 10 anos. A
Sociedade Empresária “A” não pretende renovar o contrato e julga que o método de amortização

linear reflete o padrão de consumo pela entidade dos benefícios econômicos futuros esperados

com a exploração da marca. Com base somente nessas informações e considerando-se a NBC TG

04 (R4) – Ativo intangível, assinale a seguir a alternativa que evidencia o valor contábil de

amortização acumulada da marca comercial ABC que estará reconhecido no Balanço Patrimonial
da Sociedade Empresária “A” ao encerrar o exercício social de 20X1. Admita que não há valor

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residual e que a marca estava disponível para uso em 01/01/20X1, momento em que a

Sociedade Empresária “A” iniciou a exploração.

a. R$ 8.300,00
b. R$ 100.000,00
c. R$ 200.000,00
d. R$ 1.000.000,00

Resposta:

Como não há valor residual, o valor a ser amortizado é de R$ 1.000.000, como a amortização

é linear, ou seja, igualitária entre todos os anos, então será amortizado R$ 100.000 por ano (R$
1.000.000/10 anos). Ao final de 20X1, haverá um saldo de R$ 100.000 na conta de amortização

acumulada no ativo. Se a pergunta fosse referente a 20X2, esse valor seria de R$ 200.000 (R$

100.000 de 20X1, mais R$ 100.000 de 20X2). Portanto, o gabarito é a alternativa B.

Saiba mais

Para maiores informações sobre a temática, sugiro a leitura do CPC 04 (R1) – Ativo

Intangível.

CPC – Comissão de Pronunciamentos Contábeis. CPC 04 (R1) – Ativo Intangível. CVM, n.

644, 5 nov. 2011. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciam

entos/Pronunciamento?id=35>. Acesso em: 30 jun. 2021.

TEMA 5 – TESTE DE RECUPERABILIDADE - IMPAIRMENT

Os ativos devem ser reconhecidos nas demonstrações contábeis pela sua capacidade de gerar

benefícios econômicos futuros (valor recuperável) para a empresa, seja pelo seu uso, seja por sua

venda. Um benefício econômico futuro se refere à capacidade do ativo de gerar receitas ou reduzir as

despesas da empresa, ou seja, aumentar as entradas futuras de fluxo de caixa ou reduzir as saídas

futuras de fluxo de caixa.

Sempre que um ativo tiver a sua capacidade de geração de benefícios econômicos futuros

reduzida, então será necessário reduzir o valor recuperável por meio do teste de recuperabilidade ou

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teste de impairment. Por exemplo, se a Petter Pão S. A. adquiriu uma máquina por R$ 60.000 em

janeiro de 20X1, sendo depreciado R$ 11.428,57 no primeiro ano de uso da máquina, ao final de
20X1, o valor contábil da máquina reconhecido no balanço patrimonial será de R$ 48.571,43 (R$
60.000 de custo de aquisição subtraído da depreciação de R$ 11.428,57). Dando continuidade,

suponha que a Petter Pão S. A. identificou evidências de que os benefícios econômicos futuros que
podem ser gerados pela máquina foram reduzidos. Essa evidência foi identificada com base em um
relatório elaborado pela empresa que realiza a manutenção do equipamento.

Após uma projeção de produção da máquina, foi verificado que se a empresa se utilizar desta
até o final da sua vida útil, serão gerados R$ 47.000 de benefícios econômicos. Por sua vez, se a

empresa optar pela venda imediata da máquina, terá um valor líquido de venda de R$ 46.000 (R$
48.000 preço de venda subtraído de R$ 2.000 de custos de desmontagem e frete que são despesas

de venda).

Perceba que há evidências de que o valor máximo que a Petter Pão S.A. conseguirá recuperar da

máquina é R$ 47.000, pois se vender a máquina, terá uma entrada líquida de R$ 46.000 e se optar

pelo seu uso até o final da vida útil, terá um benefício econômico futuro de R$ 47.000. Então, não faz
sentido deixar reconhecido no balanço patrimonial uma máquina por R$ 48.571,43, sendo que o

benefício econômico futuro máximo que ela poderá gerar é de R$ 47.000. Nessa situação, é
necessário reduzir o valor contábil da máquina de R$ 48.571,43 para R$ 47.000, realizando um

reconhecimento de perda de valor recuperável de R$ 1.571,43.

Saiba mais

Antes de abordarmos a contabilização desses valores, vamos explicar alguns conceitos

básicos sobre essa temática.

Conceitos essenciais

Valor contábil: montante pelo qual um ativo está reconhecido no balanço patrimonial após

as deduções por depreciação, amortização ou exaustão acumulada e ajuste para perdas.

Aplicando a Petter Pão S. A.: será o valor líquido da máquina, ou seja, R$ 60.000 menos a

depreciação de R$ 11.428,57, teremos 48.571,43 de valor contábil.

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Valor justo líquido de venda: é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que

seria pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada, descontado das
despesas de vendas.

Aplicando a Petter Pão S. A.: suponha que a empresa consiga vender a máquina por R$
48.000. Contudo será necessário pagar R$ 1.500 para desmontar a máquina e R$ 500 de frete
para entregar ao comprador. Então, o valor justo de venda é R$ 48.000 e o valor justo líquido de

venda é R$ 48.000 subtraído R$ 2.000 que são as despesas necessárias para vender a máquina,
resultando em R$ 46.000.

Valor em uso: é o valor presente dos fluxos de caixa futuros que devem advir de um ativo

ou de uma unidade geradora de caixa.

Aplicando a Petter Pão S. A.: é o quanto o uso da máquina conseguirá gerar de benefícios

econômicos para a empresa. Os produtos fabricados pela máquina irão gerar, de forma
estimada, R$ 47.000 de benefícios econômicos futuros.

Valor recuperável: é o maior montante entre o seu valor justo líquido de despesa de venda
e o seu valor em uso.

Aplicando a Petter Pão S. A.: o valor em uso da máquina é R$ 47.000 e o valor justo líquido
de despesa de venda são de R$ 46.000, portanto o valor recuperável para esse caso é de R$

47.000 (o maior valor entre os dois).

O domínio desses conceitos é essencial para a verificação da necessidade e possível

aplicação do teste de impairment.

Em seguida, vamos observar um fluxograma elaborado com base no CPC 01 (R1) que nos

permitirá avaliar em que momento um teste de recuperabilidade deverá ser realizado nos ativos
imobilizados e ativos intangíveis da empresa. Na Figura 11, é apresentado um fluxograma de

decisões para a aplicação do teste de recuperabilidade, sendo utilizado o exemplo da máquina da

Petter Pão S. A.

Figura 11 – Fluxograma de revisão para aplicação do teste de recuperabilidade de ativo aplicado ao


caso da Petter Pão S. A.
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Fonte:  CPC, 2010.

Perceba que o fluxograma é iniciado por um indicador de perda. Um indicador de perda pode

ser gerado por fontes internas ou externas à organização, por exemplo, um relatório de manutenção
da máquina da Petter Pão S. A., que é um indicador interno, poderia apontar que a capacidade de

produção da máquina foi reduzida, consequentemente os benefícios econômicos futuros advindos da

produção dessa máquina também seriam reduzidos, sendo necessário realizar o teste de impairment.

Mas o que aconteceria se o valor justo líquido de venda ou o valor em uso fossem maiores que o

valor contábil da máquina (R$ 48.571,43)? Seguindo o nosso fluxograma, quando o valor recuperável

é maior que o valor contábil, então nenhuma perda é reconhecida, mas a máquina ficará reconhecida

no ativo pelo seu valor contábil.

Como regra geral, as empresas devem verificar ao final de cada período contábil se há

indicativos de desvalorização do seu ativo imobilizado ou intangível e, se houver indicativos, realizar


o teste de impairment.

Entretanto, há exceções à regra, por exemplo, independentemente de haver indícios de perda de

valor recuperável, a empresa deverá testar/analisar anualmente o valor recuperável de ativos

intangíveis com vida útil indefinida, goodwill de combinações de negócios e intangíveis em

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desenvolvimento. Esse teste de redução ao valor recuperável pode ser executado a qualquer

momento no período de um ano, desde que seja executado todo ano no mesmo período.

Agora que já vimos as situações em que o teste de recuperabilidade é aplicado, que tal
verificarmos a contabilização deste procedimento? A seguir, é apresentada a contabilização do teste
de impairment da Petter Pão S. A:

1 – Pelo reconhecimento da perda de valor recuperável da máquina – 31/12/20X1

D – Perda por redução do valor recuperável - impairment (resultado)                 R$ 1.571,43

C – (-) Perda por redução do valor recuperável (ativo imobilizado)                     R$ 1.571,43

Tabela 7 – Razonetes

Legenda: sa representa o saldo anterior da conta que foi movimentado no tópico de depreciação.

Quadro 4 – Representação do grupo no balanço patrimonial da Petter Pão S. A. ao final do Ano 1

Saiba mais

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Vamos verificar como esta temática é abordada nas provas.

(Exame de Suficiência – CFC – FBC – Prova 2017.2) Uma Sociedade Empresária apresentava

em seu Balanço Patrimonial de 31.12.2016, diante da presença de indicativo de perda para um


determinado ativo imobilizado – mas antes da realização do Teste de Redução ao Valor
Recuperável –, um imobilizado registrado pelo valor contábil de R$ 20.000.000,00, o qual era
composto pelos seguintes valores:

Custo de Aquisição: R$ 24.000.000,00.


Depreciação Acumulada: R$ 4.000.000,00.

Após realizar o Teste de Redução ao Valor Recuperável para este ativo imobilizado, a
Sociedade Empresária obteve as seguintes informações:

Valor em uso do imobilizado: R$ 21.000.000,00.


Valor justo líquido das despesas de venda do imobilizado: R$ 19.000.000,00.

Considerando-se apenas as informações apresentadas e o que dispõe a NBC TG 01 (R3) –


Redução ao Valor Recuperável de Ativos, para a correta evidenciação dos fatos apresentados nas

Demonstrações Contábeis do ano de 2016, a Sociedade Empresária deve:

a. manter o valor contábil de R$ 20.000.000,00 no Balanço Patrimonial apresentado ao final

do ano de 2016.

b. reconhecer uma perda estimada para redução ao valor recuperável, na Demonstração do

Resultado do período, no valor de R$ 1.000.000,00.

c. reconhecer, no resultado do ano de 2016, uma perda estimada para redução ao valor

recuperável no valor de R$ 3.000.000,00.

d. reverter parcialmente a Depreciação Acumulada e reconhecer um ganho, na Demonstração


do Resultado do período, de R$ 1.000.000,00.

Perceba que o valor recuperável do ativo é R$ 21.000.000 (maior valor entre o valor em uso

e o valor justo líquido de vendas) e o valor contábil é de R$ 20.000.000 (custo de aquisição

menos depreciação acumulada). Como o valor recuperável é maior que o valor contábil, então

nenhuma perda deverá ser reconhecida, e o ativo continuará sendo reconhecido por R$
20.000.000 no balanço patrimonial. Portanto, o gabarito é a alternativa A.

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Saiba mais

Para mais informações sobre a temática sugiro a leitura do CPC 01 (R1) – Redução ao Valor

Recuperável de Ativos, bem como do art. 183 da Lei 6.404/1976.

CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. CPC 01 (R1) – Redução ao Valor Recuperável


de Ativos. CVM, n. 639, 6 ago. 2010. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-E
mitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?id=2>. Acesso em:30 jun. 2021.

BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União, Poder Legislativo,
Brasília, DF, 17 dez. 1976. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.h

tm>. Acesso em: 30 jun. 2021.

TROCANDO IDEIAS

Nesta aula foi possível perceber que o teste de recuperabilidade é uma forma de ajustar o valor

contábil dos ativos ao seu valor recuperável (quando este for menor que o valor contábil reconhecido

na contabilidade). Dessa forma, apresente dois argumentos que mostrem a importância de realizar o
teste de recuperabilidade em ativos imobilizados. Contamos com a sua participação no fórum da

disciplina.

NA PRÁTICA

1. A TemPÃO S. A. adquiriu um resfriador industrial por R$ 100.000 para armazenar seu estoque de

matéria-prima utilizado no processo produtivo. Após a aquisição, a empresa contratou uma

transportadora para levar o resfriador até a sua sede. Além disso, a empresa contratou um
profissional para realizar a instalação do equipamento pelo qual desembolsou um valor de R$

3.000. Por fim, a empresa estimou que a vida útil deste resfriador será de 9 anos e, ao final do

período, haverá um gasto de R$ 4.000 para a remoção do equipamento e a restauração do

local. Nesse sentido, assinale a opção que indica o custo de aquisição do equipamento:

a. O custo de aquisição do ativo imobilizado será de R$ 100.000, pois o custo de aquisição


considera o preço de aquisição acrescido de impostos não recuperáveis, deduzidos de

abatimentos, descontos e impostos recuperáveis.

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b. O custo de aquisição do ativo imobilizado será de R$ 103.000, pois o custo de aquisição

considera o preço de aquisição acrescido de impostos não recuperáveis, deduzidos de


abatimentos, descontos e impostos recuperáveis somado ao custo de transporte.
c. O custo de aquisição do ativo imobilizado será de R$ 104.000, pois o custo de aquisição

considera exclusivamente o preço de aquisição acrescido de impostos não recuperáveis,


deduzidos de abatimentos, descontos e impostos recuperáveis, juntamente com todos os
custos necessários para colocar o ativo imobilizado no local em condições de
funcionamento.
d. O custo de aquisição do ativo imobilizado será de R$ 107.000, pois o custo de aquisição

considera o preço de aquisição acrescido de impostos não recuperáveis, deduzidos de

abatimentos, descontos e impostos recuperáveis, juntamente com os custos necessários


para colocar o ativo imobilizado no local em condições de funcionamento, bem como a

estimativa inicial dos custos de desmontagem e remoção do item e restauração do local


em que estava instalado.

2. Avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.

I. No método de equivalência patrimonial o valor do investimento no balanço patrimonial


da investidora equivale ao seu percentual de participação no patrimônio líquido da

investida; PORQUE
II. O método de equivalência patrimonial é utilizado na avaliação de todos os investimentos

realizados em outras sociedades.

Assinale a alternativa correta.

a. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa da I.

b. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.

c. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.

d. As asserções I e II são proposições falsas.


3. A TemPÃO S. A. possui um ativo imobilizado adquirido por R$ 40.000, o qual possui R$ 5.000 de

depreciação acumulada. Após uma enchente ocorrida na empresa, foi verificado que o ativo

imobilizado sofreu avarias, que o seu valor justo líquido de vendas é de R$ 28.000 e que os

benefícios econômicos futuros gerados pela sua utilização é de R$ 25.000. Com base nessas

informações, qual é o procedimento correto a ser adotado pela TemPÃO S. A.?


a. Não realizar o reconhecimento de nenhum valor de perda por redução do valor

recuperável do ativo, visto que não há indicativos de perda.

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b. Reconhecer uma perda por redução do valor recuperável do ativo de R$ 12.000.

c. Reconhecer uma perda por redução do valor recuperável do ativo de R$ 10.000.


d. Reconhecer uma perda por redução do valor recuperável do ativo de R$ 9.000.
e. Reconhecer uma perda por redução do valor recuperável do ativo de R$ 7.000.

FINALIZANDO

Nesta aula, abordamos os tipos de investimentos permanentes que podem ser realizados por

uma organização. Pudemos notar a importância de diferenciar empresas coligadas, controladas e

controladas em conjunto frente a outros tipos de participações societárias. Além disso, as


propriedades para investimentos que são muito comuns em algumas atividades empresariais

também foram abordadas.

Em seguida, nos aprofundamos no estudo dos ativos imobilizados e do processo de depreciação,

exaustão, ativos intangíveis e amortização. Por fim, conseguimos notar como é relevante aplicar o
teste de recuperabilidade a fim de representar de forma fidedigna o valor dos ativos das empresas.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União, Poder Legislativo,

Brasília, DF, 17 dez. 1976.

brMALLS. Central de Resultados. brMalls, 2020. Disponível em:

<https://ri.brmalls.com.br/conteudo_pt.asp?idioma=0&conta=28&tipo=50861>. Acesso em: 30 jun.

2021.  

CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. CPC 01 (R1) – Redução ao Valor Recuperável de

Ativos. CVM, n. 639, 6 ago. 2010. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-

Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?id="2">. Acesso em:30 jun. 2021.

_____. CPC 04 (R1) – Ativo Intangível. CVM, n. 644, 5 nov. 2011. Disponível em:

<http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?id="35">.
Acesso em: 30 jun. 2021.

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 42/45
23/02/2023 19:12 UNINTER

_____. CPC 18 (R2) - Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimento Controlado

em Conjunto, de 2012. CVM, n. 696, 7 de dez. 2012a. Disponível em:


<http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?id="49">.
Acesso em: 30 jun. 2021.

_____. CPC 19 (R2) – Negócios em Conjunto. CVM, n. 694, 9 nov. 2012b. Disponível em:
<http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?id="50">.

Acesso em: 30 jun. 2021.

_____. CPC 27 – Ativo Imobilizado. CVM, n. 583, 26 jun. 2009a. Disponível em:

<http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?id="58">.

Acesso em: 30 jun. 2021.

_____. CPC 28 – Propriedade para Investimento. CVM, n. 584, 26 jun. 2009b. Disponível em:

<http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?id="59" >.
Acesso em: 30 jun. 2021.

_____. CPC 31 - Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada. CVM, n.
598, 17 jul. 2009c.

_____. CPC 36 (R3) – Demonstrações Consolidadas. CVM, n. 698, 7 dez. 2012c. Disponível em:
<http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?id="67">.

Acesso em: 30 jun. 2021.

_____. CPC 48 – Instrumentos Financeiros. CVM, n. 763, 4 nov. 2016. Disponível em:

<http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?id="106">.

Acesso em: 30 jun. 2021.

GELBECK, E. R. et al. Manual de contabilidade societária. São Paulo: Gen/Atlas, 2018.

GRENDENE. Demonstrações financeiras padronizadas. Grandene, 2020. Disponível em:

<http://static.grendene.aatb.com.br/IFRS_DFP/1756_DFP_2020.pdf>. Acesso em: 30 jun. 2021.

SALOTTI, B. et al. Contabilidade financeira. São Paulo: Gen Atlas, 2019.

GABARITO

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23/02/2023 19:12 UNINTER

Na Prática

1. Justificativa/Gabarito

Segundo o CPC 27 - Ativo Imobilizado (CPC, 2009a), o custo de aquisição do ativo imobilizado
engloba o valor preço de aquisição do bem, deduzido dos descontos ou abatimentos obtidos
juntamente com os descontos recuperáveis. Além disso, são somados os custos que são gastos para

deixar o bem no local e em condições de funcionamento, juntamente com a estimativa dos gastos de
desmontagem e remoção e restauração do local no qual o ativo estava instalado. Portanto, o gabarito
é a letra D.

2. Justificativa/Gabarito

O método de equivalência patrimonial tem por objetivo atualizar o valor do investimento em

outra sociedade de acordo com o percentual de participação da investidora no patrimônio líquido da


investida, portanto a asserção I é verdadeira. Por sua vez, o método de equivalência patrimonial

somente é utilizado em investimentos permanentes em outras sociedades as quais a empresa exerce


influência significativa ou é controladora/controlada em conjunto. Para as controladoras, a sua

aplicação ocorre somente nas demonstrações individuais, visto que há a exclusão do investimento na

demonstração consolidada. Logo a assertiva II é falsa, e a I é verdadeira, sendo o gabarito a letra B.

3. Justificativa/Gabarito

Seguindo o nosso fluxograma para a avaliação do teste de impairment, primeiramente vimos que

há um indicativo de perda de valor, visto que, após uma enchente, o valor em uso, bem como o valor
justo líquido de vendas do ativo foram alterados. Ao analisar o valor recuperável do ativo, nota-se

que o valor justo líquido de vendas é de R$ 28.000, sendo maior que o valor em uso (R$ 25.000), logo

o primeiro será utilizado como proxy do valor recuperável. Em seguida, percebe-se que o valor

recuperável é menor que o valor contábil do ativo imobilizado (custo de aquisição de R$ 40.000

subtraído da depreciação acumulada de R$ 5.000 = R$ 35.000), portanto uma perda deverá ser
reconhecida. O valor da perda por redução do valor recuperável do ativo será a diferença do valor

recuperável (R$ 28.000) perante o valor contábil (R$ 35.000), sendo necessário um reconhecimento de

R$ 7.000. Logo, o gabarito é a letra E.

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 44/45
23/02/2023 19:12 UNINTER

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 45/45

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