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Acidente de trânsito
"Acidente é qualquer acontecimento inesperado, casual, fortuito, por ação ou omissão,
imperícia, imprudência, negligência, caso fortuito ou Forma maior, e foge ao curso normal, do
qual advêm danos à pessoa e/ou ao patrimônio*. Essa definição, feliz em seu detalhamento,
auxilia-nos a entender o acidente como algo inesperado, anormal, composto pelo elemento da
casualidade e da presença de algo que não se previa, ou não se imaginava. Bem esclarece
Aragão", autor da definição acima: "se um condutor atropela volitivamente com o propósito de
lhe causar a morte, esta ação não se enquadra no conceito de acidente, mas sim como ato
delituoso"
Nessa esteira, continua-se com a lição de Aragão:
Conduta humana
A conduta humana, elemento primário de todo ato ilícito, é aquela que provoca o dano (o
prejuízo), guiada pela vontade do agente, que atenta para um bem jurídico protegido. Não há
que se falar em responsabilidade civil sem determinado comportamento humano contrário à
ordem jurídica. A voluntariedade é o elemento nuclear da conduta humana,
"resulta exatamente da liberdade de escolha do agente imputável, com discernimento
necessário para ter consciência daquilo que faz", ou seja, na sua capacidade de
autodeterminação.
Dano
Para a existência da obrigação de reparar, é imprescindível que exista a conduta do agente, a
vítima e o prejuízo, ou seja, um dano. A obrigação de reparar, na responsabilidade civil, tem
natureza patrimonial, assim, o que se visa é o restabelecimento do equilíbrio de dois
patrimônios.
Nexo de causalidade
Segundo Serpa Lopes, "uma das condições essenciais à responsabilidade civil é a presença de
um nexo causal entre o fato ilícito e o dano por ele produzido". Discute o autor, que a definição
desse nexo causal, desse liame entre o fato ilícito e o dano, reveste-se de grande dificuldade de
ordem prática, "quando os elementos causais, os fatores de produção do prejuízo se multiplicam
no tempo e no espaço".
O estudo da causalidade busca ligar o resultado danoso ao agente do ato ilícito, para que se
possa concluir pela responsabilidade jurídica deste último. Neste ponto, o que se busca é o liame
entre a conduta do agente e o dano, posto que só se pode responsabilizar a pessoa cujo
comportamento deu causa para um dano, leia-se também prejuízo.
O estudo da causalidade compreende várias teorias, cuja limitação deste trabalho não permite
discutir. No Brasil, a doutrina tende a acolher a teoria da causalidade adequada. Esta consiste
em admitir a causa como um fator antecedente ou adequado à produção de um resultado.
Assim, nem todas as condições serão adequadas à produção da causa, mas somente aquela
condição que for mais conveniente ou adequada à produção da causa.
I - polícia federal;
IV - polícias civis;
Locais desfeitos
Importante tópico a ser discutido relaciona-se ao art. 1° da Lei n° 5.970, de 11 de maio de 1973,
que exclui da aplicação do disposto nos arts. 6° (inciso 1), 164 e 169, do Código de Processo
Penal, nos casos de acidente de trânsito, e dá outras providências
A previsão legal justifica-se para preservar a incolumidade das pessoas diante da possibilidade
de ocorrer outro acidente. Porém, como um dos objetivos deste trabalho é discutir aspectos
próprios dos acidentes de trânsito, vale ressaltar que essa medida prejudica a produção de
provas, seja pela autoridade requisitante ou pelas partes. Buscando mitigar o efeito do
desfazimento do local, uma adulteração permitida legalmente, o parágrafo único do art. 1° da
Lei n° 5.970/1973 prevê que a autoridade ou agente policial que fizer a alteração do local, com
o fim de socorrer as vítimas ou para evitar novos acidentes, deve lavrar boletim de ocorrência
consignando as testemunhas e as demais circunstâncias para o esclarecimento da verdade.
Os peritos criminais que atenderem a locais desfeitos ou alterados intencionalmente devem
respeitar o art. 169, parágrafo único do
CPP:
Classificação de veículos
Os veículos ou unidades veiculares devem ser posicionados, identificados e descritos quanto as
suas condições. No registro dos dados relacionados aos veículos cabe aqui uma descrição das
partes constituintes dos automóveis, que para fins periciais deve ser descrita com linguagem
genérica, apenas para localizar sedes de impacto e outros vestígios.
Automóvel: veículo automotor destinado ao transporte de passageiros, com capacidade para
até oito pessoas, excluindo-se o condutor. Sede de impacto é região de contato e avaria
localizada no veículo e decor rentes de colisão. A identificação das regiões ou sedes de impacto
nos veículos deve ser feita considerando o gráfico abaixo, no qual as siglas representam o
seguinte:
AAD - ângulo anterior direito
APD - ângulo posterior direito
APE - ângulo posterior esquerdo
AAE - angulo anterior esquerdo
TAD - lateral anterior direita
IMD - lateral mediana direita
L.PD - lateral posterior direita
LAE - lateral anterior esquerda
T.ME - lateral mediana esquerda
LPE- lateral posterior esquerda
PAE - porção anterior esquerda
PAM - porção anterior mediana
PAD - porção anterior direita
PPE - porção posterior esquerda.
PPM - porção posterior mediana
PPD - porção posterior direita
Quanto à espécie:
A - de passageiros: automóvel, bicicleta, bonde, charretes, ciclomotor, motoneta, motocicleta,
triciclo, quadriciclo, micro-ônibus, reboque, semirreboque, Ônibus.
Nota: A diferença entre motocicleta, motoneta e ciclomotor:
• Motocicleta: veículo de duas rodas em que o condutor pilota montado;
• Motoneta: veículo de duas rodas em que o condutor pilota sentado. Ex.: Honda Bizz;
• Ciclomotor: diferencia-se pela sua cilindrada, que não pode ser acima de 50 cm', e pela sua
velocidade, que não pode exceder a 50 km/h.
B - de carga: carroça, caminhão, caminhonete, carro-de-mão, moto-neta, motocicleta, triciclo,
quadriciclo, reboque ou semirreboque.
Nota: A diferença entre charrete e carroça:
• Charrete: de tração animal, destinado a transporte de passageiros, somente;
• Carroça: de tração animal, destinado ao transporte de carga.
C - misto: caminhonete, camioneta, utilitários e outros.
Nota: A diferença entre caminhonete e camioneta:
• Caminhonete: possui compartimento de carga separado do espaço destinado ao transporte
de passageiros (cabine). Ex.: S10 da GM;
• Camioneta: veículo que se particulariza por transportar carga e passageiros em um mesmo
compartimento. Ex. Kombi da VW.
Outra importante observação está relacionada às caminhonetes.
Segundo o CTB, os veículos do tipo caminhonete com carga acima de 3700 kg adquirem o status
de caminhões, ou seja, seu condutor deve ser habilitado.com CNH letra C, e o mais importante
ainda é que, na condi-são de caminhão, as regras de circulação para essas caminhonetes devem
ser as mesmas dos caminhões.
D - De competição: veículos equipados e caracterizados para a
disputa automobilística.
E - De tração: caminhão-trator, trator de esteira, trator misto, e trator de rodas.
E - Especial: aqueles que sofreram modificações em seu modelo
de fábrica.
G - De coleção: veículo com 20 anos ou mais com as mesmas características de fábrica.
Quanto à categoria:
A - Oficial: placas de identificação com letras pretas e fundo branco;
B - Particular: placas de identificação com letras pretas e fundo cinza;
C - De aluguel: placas de identificação com letras pretas e fundo
vermelho;
D - De aprendizagem: placas de identificação com letras vermelhas
em fundo branco.
E - Representações diplomáticas.
Pista: corresponde à parte da via normalmente utilizada para a circulação de veículos, possuindo
elementos separadores (linha de bordo nas rodovias, por exemplo) ou por diferença de nível em
relação às calçadas, canteiros ou ilhas (meio-fio, por exemplo). Sendo chamada de pista de
rolamento ou leito carroçável da via.
Faixa de trânsito: cada um dos leitos carroçáveis de uma pista de rolamento.
Unidade de tráfego: são assim considerados todos os veículos auto-motores (caminhões,
automóveis, motocicletas, ônibus), os de tração animal (carroças), os de tração ou propulsão
humana (bicicletas), pedestres, animais de porte arrebanhados ou montados.
Acidente de trânsito: é qualquer embate no qual se ache envolvida uma ou mais unidade de
tráfego, no qual pelo menos uma das unidades deve estar em movimento no momento do
ocorrido, sendo que tal embate deve ter ocorrido em via terrestre, resultando em morte, lesões
ou danos materiais.
Colisão
A colisão entre veículos normalmente envolve dois ou mais veículos, estando incluso nesta
modalidade de tipo de colisão aquele em que se envolve ciclista sobre a bicicleta.
Os acidentes envolvendo ciclistas devem ser tratados como colisão entre veículos caso o
condutor da bicicleta esteja montado na bicicleta. Caso o ciclista esteja apenas empurrando a
bicicleta, o acidente deve ser tratado como atropelamento.
As colisões entre os veículos V2
podem ser frontais, frontal versus lateral, traseira e excêntrica.
Colisão veículo
Choque Mecânico
(colisão veículo versus obstáculo fixo)
Envolve pelo menos um veículo e um obstáculo fixo, como poste, árvore, muro, parede ou
guarda-corpo.
Vias rurais
Rodovias: vias rurais pavimentadas.
Velocidade máxima permitida:
• 110 km/h para automóveis, camionetas e motocicletas.
o 90 km/h para ônibus e micro-ônibus.
o 80 km/h para os demais veículos.
Estradas: vias rurais não pavimentadas.
Velocidade máxima permitida: 60 km/h.
Sítio de colisão
Dentro desse conjunto de vestígios que se pode encontrar em um local de acidente de trânsito,
obrigatoriamente devemos destacar o sítio de colisão. Consiste o sítio de colisão em área na
pista de rola-mento, ou fora dela, onde ocorreu o contato, o impacto entre dois veículos, entre
um veículo e um ou mais pedestres, ou de um veículo e obstáculo fixo ou móvel.
O sítio de colisão é um vestígio secundário, ou seja, a sua determinação é feita a partir de outros
vestígios, como área onde se constata desvio abrupto de marcas de frenagem, áreas onde se
observa superposição de marcas de frenagem, presença de marcas de fricção e sulcagens
concentradas juntamente com marca de frenagem.
Primeira fase do levantamento
Percorrido todo o local onde ocorreu o acidente, após o devido isolamento, depois da verificação
da necessidade de requisição de perícia para o local, inicia-se o levantamento fazendo um croqui
do local, que deve seguir os seguintes procedimentos:
• Anote data (com dia da semana) e hora do levantamento, preferencialmente das que são
indicadas até 24 horas: 18h30min ao invés de 06h30min da noite.
• Faça um esboço das vias, procurando ocupar a folha de levantamento de modo a abranger
todo o local. Noções de proporção são fundamentais nesses esboços.
• Posicione os veículos envolvidos no croqui conforme sua posição de repouso final, dando
nomes para os mesmos, como: V1-Corsa/
GM ou V2-Titan/Honda. Posicione o cadáver, se for o caso.
• Represente no croqui o nome das vias com suas respectivas larguras; indique o sentido de
deslocamento (bairro ou outra via) de cada via.
• Indique o sentido de deslocamento regulamentar da via com setas demonstrando se as vias
são de mão dupla ou mão única e as placas de sinalização, caso existam no local, além da
sinalização horizontal existente.
• Represente as marcas de frenagem ou de derrapagem, as marcas de fricção, de sulcagem, o
posicionamento dos fragmentos e manchas de óleo, com seus respectivos comprimentos, e
ponto de início e fim.
• Escolha dois referenciais de medida de modo que estes sejam perpendiculares entre si. Use
como referenciais de medida as guias (meio-fio) ou construções como muros ou prédios onde
se possa referenciar o local onde ocorreu o acidente. Como exemplo, nas figuras a seguir, o
meio-fio da esquerda, considerando o sentido Campo Velho - Dom Aquino, foi escolhido como
R2; o primeiro alinhamento da Rua Dom Quixote foi escolhido como R1. Havendo cadáver, meça
pela cabeça e pelos seus pés.
• Faca então as medidas necessárias para localizar os veículos, sempre em função dos
referenciais de medida adotados. No caso de veículos de médio e grande porte faça as medidas
nas angulares dos mesmos; preferencialmente use no mínimo duas angulares de cada veículo.
No caso das motocicletas, motonetas, ciclomotores e também nas bicicletas, faça as medidas
pelo eixo das rodas das mesmas.
• Indique no seu levantamento condições do tempo (seco ou chuvoso); as condições da pista
(plana ou inclinada, indicando a direção do declive); o traçado da pista (curva ou reta); os
obstáculos na via (obras sem sinalização, por exemplo); tipo de pavimentação (asfalto, concreto
ou terra); condições da pista (se bem conservada ou mal conservada); a existência de acidentes
topográficos (tais como buracos ou taludes nas laterais).
• Jamais confie plenamente em equipamentos fotográficos analógicos ou digitais, uma vez que
tanto as fotografias digitais como as comuns podem ser perdidas. A documentação do local deve
ser feita de modo que o perito não fique dependente de um dado que só poderá ser conseguido
por uma fotografia. Por-tanto, estando no local, faça a escrituração dos dados, ainda que isso
tome tempo.
Vide a sequência a seguir, que descreve procedimento para se fazer o levantamento e desenhar
croqui de local de acidente de trânsito.
• Faça um esboço da via, anote data e hora.
• Represente a posição do cadáver e dos veículos envolvidos e dê nomes (V1, V2).
Represente o sentido, o nome e a largura das pistas.
•Represente a sinalização horizontal e vertical (placas).
• Represente os vestígios e seus respectivos comprimentos, onde se iniciam e onde terminam.
• Indique (escolha) seus referenciais (R1 e R2) de medida. Faça a5 medidas das posições de cada
veículo, pela angular no veículo VI e pelos eixos no veículo V2 (motocicleta). Importante: localize
o sítio de colisão.
Perícia indireta
A perícia indireta é uma das modalidades de perícia de responsabilidade dos órgãos públicos.
Difere a perícia indireta da direta pelo aspecto do local e dos objetos a serem periciados. Na
perícia indireta, frequentemente o local foi desfeito ou os veículos envolvidos no acidente
encontram-se fora de sua posição de repouso, sendo examinados em local diverso do local de
acidente. A autoridade também pode solicitar do perito signatário do laudo, análise de
apontamentos de boletins de ocorrência ou de levantamentos efetuados por outrem.
Locais desfeitos
Outro importante fator que interfere em um levantamento de local é o lapso temporal. Quanto
maior é o tempo entre a ocorrência dos fatos e o exame de local, menores serão as chances de
se manter os vestígios.
Portanto, perícias de locais desfeitos com grande lapso de tempo, geral-mente, resultam em
laudos meramente descritivos, a não ser que a autoridade requisitante formule quesitos
pertinentes que auxiliem e direcionem o exame do local desfeito.
Fundamentos
Os principais fatores que interferem na possibilidade de ocorrência de um acidente de trânsito
estão representados no diagrama de Venn', a seguir. Fatores como homem, meio, máquina,
fatores adversos, circunstanciais e humanos formam o conjunto das causas determinantes dos
acidentes de trânsito.
Assevera-se que as causas determinantes dos acidentes de trânsito podem ser divididas em
mediatas e imediatas. Tal divisão está relacionada com a possibilidade em se encontrar vestígios
que corroborem para a definição da causa determinante.
Fatores humanos
Os fatores humanos são de difícil comprovação; pela subjetividade de suas condições, não se
convertem em vestígios que possam ser encontrados no local de acidente de trânsito.
O meio
A causa determinante de um acidente de trânsito associada ao meio deve ser relacionada a
falhas do sistema viário. Tais falhas são relacionadas a aspectos construtivos que impossibilitem
o tráfego com segurança em condições normais de trafegabilidade, levando o condutor a erro
quando trafegava pela via, produzindo perda de dirigibilidade, desvio abruptos, quebra de
componentes do veículo ou tomada de direção errônea.
A máquina
O termo máquina generaliza os veículos existentes no trânsito. condutor de qualquer veículo,
antes de colocá-lo em movimento na via deve observar as suas condições de trafegabilidade,
considerando principalmente os aspectos de segurança.
As condições dos veículos quanto à manutenção de sistemas de freios, suspensão, parte elétrica,
lataria, assoalhos, excesso de carga, alterações das propriedades do veículo e cuidados com os
dispositivos de segurança ao verificações necessárias e inerentes ao condutor, sendo sua
obrigação manter o veículo em bom estado de conservação e dirigibilidade.
Quando se coloca a máquina como um dos fatores prováveis de causa de acidentes, está se
admitindo que a sua inclusão no rol desses fatores deve se a um único motivo: falha mecânica
imprevisível.
O ser humano
O Código de Trânsito Brasileiro não faz distinção de gênero ou idade
Condutores de veículos automotores, ciclistas e pedestres são relacionas dos ao fator
comportamental e de percepção e reação, de modo a serem tratados de forma única.
A análise dos fatores que influenciam na definição da causa determinante do acidente deve ser
feita de tal modo que seja contemplada avaliação de todos os agentes presentes no acidente de
trânsito.
Percepção e reação
Os fatores relacionados à percepção/reação são os seguintes: percepção/reação tardia,
ausência de reação, solução inadequada e entrada inopinada na via. Os três primeiros são
associados aos condutores dos veículos e o último, necessariamente, é associado tão-somente
ao pedestre.
• Percepção/reação tardia: a causa determinante define-se pela existência da materialização
da reação (marcas de frenagem, desvios de direção, etc.), confirmando que o condutor percebeu
o acidente iminente e reagiu produzindo ação na tentativa de evitar o acidente. No entanto,
devido ao tempo entre a percepção e a efetiva reação, não houve condições de evitar o acidente.
Conforme o tipo de colisão a percepção/reação tardia deve ser analisada, de modo a se
considerar todas as variáveis constantes da problemática de cada caso, como será exposto mais
adiante.
• Ausência de Percepção/reação: caracterizada pela ausência de vestígios que comprovem a
materialidade da reação produzida pelo condutor do veículo colidente. Ainda que o condutor
tenha reagido, mas essa reação não tenha se materializado na forma de frenagens, desvios de
direção, entre outros exemplos de reação, no leito da pista ou no próprio veículo não há
elementos para afirmar se houve ou não percepção e/ou reação.
• Solução inadequada: a percepção ocorreu, a reação efetivou-se a seguir, mas devido aos
resultados decorrentes dessa solução o acidente veio a ocorrer. O condutor em uma situação
de perigo, de iminente embate, vislumbra a colisão iminente, reage antes de ocorrer a colisão,
conforme as condições iniciais. No entanto, mesmo com essa solução, ainda assim ocorre a
colisão - não da mesma forma como ocorreria num primeiro momento.
Trata-se de causa determinante de difícil aplicabilidade; elementos de subjetividade podem
interferir na solução do problema, relacionados aos fatores de causas circunstanciais, que
devido à exiguidade de vestígios, como nesse caso, tornam a busca pela definição da causa
determinante de difícil definição.
• Entrada inopinada: é uma causa determinante de acidente atribuída aos pedestres em casos
de atropelamento, sendo que o termo inopinado significa evento inesperado, imprevisto,
repentino.
Essa distinção entre os fatores associados ao condutor e ao pedestre procede. O Código de
Trânsito Brasileiro faz diversas distinções entre o comportamento do condutor e do pedestre.
Destaca-se: a travessia de qualquer pedestre, por qualquer via, deve ser feita de tal modo, que
sejam guardadas todas as medidas de segurança.
Fatores adversos
A causa determinante de um acidente de trânsito pode ser associado a fatores adversos quando
puder ser também associada a casos fortuito e de força maior. Corresponderiam os fatores
adversos a um fato cujos efeitos não se poderiam evitar e prever.
A definição de causa determinante por fatores adversos (caso fortuito u força maior) deve ser
feita a partir dos vestígios presentes na pista, por ke tratar de causa determinante imediata,
sendo definida somente se Asilas as hipóteses prováveis de causa determinante relacionadas ao
meio, o homem e à máquina forem descartadas.
Causas inter-relacionadas
Considere situação onde o perito de local, no estudo do acidente de trânsito, definiu com sua
metodologia fatores que conjuntamente não Levam especificamente à causa determinante para
o homem, para a máquina, para o meio ou para os fatores adversos. A definição da causa
determinante encontra-se em uma zona intermediária entre um e outro conjunto de fatores
definidores da causa determinante. O perito nessa Situação tem elementos que possibilitam
concluir tanto por um quanto por outro conjunto de fatores.
Protagonistas e agentes
Até aqui a preocupação concentrou-se nos fatores que contribuem para a causa determinante
do acidente. Os protagonistas na ocorrência têm Lada um sua parcela de participação. Os
acidentes podem ser simples ou complexos, e o grau de participação do protagonista dependerá
da sua efetiva parcela de associação aos fatores que contribuíram para o acidente.
Segundo Irureta e Aragão, conforme a ação, os protagonistas são classificados em ativos ou
passivos, sendo ativo o que provocou a ação e passivo o que a recebeu. Quanto à relação do
protagonista com a causa determinante do acidente, sua participação pode ser direta ou
indireta.
À partir dessa explanação, considere a tabela a seguir:
Prioridade de trânsito entre os veículos
Entre os veículos, também existe prioridade de trânsito. O Código de Trânsito Brasileiro define
a gradação de prioridade de trânsito da seguinte forma:
• Os veículos precedidos de batedores terão prioridade de passagem, respeitadas as demais
normas de circulação.
• Os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de polícia, os de fiscalização e
operação de trânsito e as ambulâncias, além de prioridade de trânsito, gozam de livre circulação,
estacionamento e parada, quando em serviços de urgência e devidamente identificados por
dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitente.
• Quando nenhum outro meio de definição de prioridade for possível ser aplicado ao caso
concreto, ou seja, quando a via não for sinalizada com placas regulamentares de passagens,
quando as vias forem desprovidas de semáforos, quando não houver presença de agente de
trânsito, passa-se à aplicação da chamada regra da direita. Definida no CTB, no artigo 29, inciso
III, alínea c: "quando veículos transitando por fluxos que se cruzem, aproximarem de local não
sinalizado, terá preferência de passagem, nos demais casos, o que vier pela mão direita".