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PARECER JURÍDICO

ENGAVETAMENTO

Segundo a ABNT - NBR 10697/2020 item 2.2.6, engavetamento quer dizer acidente de trânsito
em que há impacto entre três ou mais veículos, em mesmo sentido de direção, resultando na
sequencias de colisões traseiras:

Inúmeras responsabilidades podem ocorrer em situações diferentes, diante destes fatos temos
que separar cada tipo de acidente, analisar as provas, local dos fatos e condições climáticas, a
responsabilidade pode ser de um ou de todos, reciproca ou não, assim veremos a diante?

I - Culpa da Concessionária de serviço público, Prefeitura Município ou Governo Federal

Quando há obstáculos na pista a culpa é objetiva da concessionária de serviço público ou de


quem for responsável pela via pública, que tem o dever de deixar a pista desobstruída para
circulação, ou seja, quando veículo automotor transita em velocidade normal, vem a ser
interrompido, por buraco, má sinalização de obras, animal na pista e qualquer outra forma de

II – Culpa do último veículo que causou o acidente, teoria do corpo vazio: talvez a mais comum
seja esta teoria no evento de choque com três ou mais veículo e talvez aquela que mais ocorra
também conhecida por teoria do corpo neutro, quando o último veículo automotor vem a frear
colidindo contra o veículo à sua frente que estava parado, sendo este é arremessado contrato o
terceiro carro da frente que também estava parado, desta feita, a culpa certamente recai tão
somente aquele que veio a bater em movimento na traseira do veículo que estava parado,
inclusive sendo culpado por desencadear ao acidente contra os demais.

Obviamente que há variantes e cada caso deve ser estudo de forma individual, porém neste
sentido a culpa deve ser atribuída ao condutor que iniciou as sequencias de abalroamento; não
há como imputar culpa para aquele veiculo que se encontrava parado em distância adequada
do carro da frente, a ser culpado por acidente que não ocasionou. O mero fato de que seu
veiculo se encontrava parado regularmente a pista aguardando o trânsito seguir, não gera
responsabilidade civil, não havendo o nexo de casualidade pressuposto fundamental para
caracterizar a culpa, sedo naquele momento mero objeto que fora lançado por terceiro
culpado, que não mantinha a distância adequada, velocidade e segurança exigidas nas regras
de trânsito. Neste diapasão deve haver está cuidado do primeiro veículo que veio a bater na
traseira do segundo e desencadeou o engavetamento. O veículo é mero corpo neutro neste,
um objeto que que foi arremessado por terceiro que de fato foi o causador, tendo todos os
pressupostos da culpa, destarte, não se pode atribuir culpa por ser proprietário de veículo,
desta forma o veículo causador violou claramente o artigo 186 do Código Civil Brasileiro
devendo reparar nos termos do artigo 927 do mesmo Diploma Legal. Há que se levar em
consideração, fatos, testemunhas e todos os meios de provas previsto em nosso ordenamento
jurídico, tantos os insertos nos artigos 212 usque 232 do Código Civil e os artigos 342 usque
439, do Código de Processo Civil sem desprezar o artigo 332, que deixa claro que todos os
meios de provas licitas podem ser utilizadas pelas partes. Deve estar clara e cristalina a
situação previamente resumida: engavetamento ocasionado por choque inicial do último
veículo contra o penúltimo veículo e assim na sequência dos demais a culpa é clara daquele
que primeiro que ocasionou a o choque.

Dicionário de trânsito para entendimento deste parecer

1) Abalroamento entende-se veiculo em movimento veio a bater em veiculo parado, sem


regra definida na ABNT.
2) Colisão trata-se de dois veículos em movimento que vem a bater, segundo a ABNT NBR
10697/2020:

3) Choque entende-se que veiculo em movimento vem a bater contra objeto fixo ou
parado, segundo a ABNT NBR 10697/2020:

Haüptli & Sabino Advogados Associados

Paulo Rogério Haüptli

Advogado, Professor e Doutorando em Direito pela PUC-SP

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