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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

Edna Machado - 00301554


Resenha: O superorgânico

Alfred Louis Kroeber, em seu artigo, O Superorgânico trás a discussão que tenta
mostrar a diferença que separa o orgânico e o cultural. Neste texto Kroeber apresenta a
natureza da cultura, que segundo ele é a atividade humana que ultrapassa o orgânico.
Assim a cultura é o que o homem acrescenta à Natureza, de acordo com a sua própria
capacidade de criar ou até reinventar, ou seja, é um processo acumulativo, resultante de toda
a experiência histórica das gerações anteriores, enquanto o orgânico seria o que está aí,
presente no homem independente do que ele faça sem qualquer intervenção prévia.
Sendo assim, o orgânico estaria essencialmente ligado aos processos hereditários. O autor
começa com uma análise a partir de várias sociedades e procura delimitar e expor o que é
herdado biologicamente e, o que é herdado culturalmente. E ao estudá-las ele tenta mostrar o
que elas têm em comum, apontando o desenvolvimento histórico e cultural delas e o impacto
da cultura sobre a natureza.
Kroeber atribui ao pensamento evolucionista uma confusão entre o social e orgânico,
tendo a escola evolucionista se equivocado ao classificar o desenvolvimento de um povo,
ligado à hereditariedade biológica, e assim inferir a ideia de que as instituições de uma
sociedade, ou as aptidões de um indivíduo são herdadas pelos feitos e de seus antepassados.
Através de exemplos, como o uso da linguagem fica claro a separação entre o que é orgânico
e social, pois através desta ohomem é capaz de transmitir e exteriorizar pensamentos e
conhecimentos que são herdados culturalmente e não biologicamente. É notado que a
linguagem, não é expressa unicamente pelo homem, e uma “linguagem rudimentar” com
menor capacidade de comunicação e funções mais simples se encontram por todo reino
animal, todavia, a capacidade de gerar e acumular conhecimentos de geração a geração é
encontrada somente no meio social humano. Para isso Kroeber chama a atenção para o fato
de que um homem isolado dos demais, não produz nenhum tipo de conhecimento ou
habilidade observada em seus antepassados, portanto, o isolamento como um dos possíveis
exemplos seria um fator que romperia a hereditariedade cultural.
O homem modifica o ambiente e utiliza de ferramentas e vias para transpassar os obstáculos e
diversidades geográficas e condições adversas a sua biologia, ou seja, fazendo uso dos
objetos encontrados na natureza, o homem busca adaptar-se de maneira que não é necessária
uma modificação geneticamente hereditária, como as encontradas em diversas criaturas que
usam o próprio organismo como uma forma de resistência e adaptação ao meio ambiente.
O autor considera que o homem é um ser superorgânico, pois o mesmo é possuidor de
cultura, e uma cultura tem uma "vida própria", e opera entre os seres humanos em um nível
mais elevado de complexidade que o orgânico. Em outras palavras, o homem, diferentemente
dos animais, rompe as barreiras das diferenças ambientais e transforma toda a Terra em seu
habitat. E, através das culturas que se desenvolveram com o passar do tempo, o homem
passou a depender muito mais do aprendizado do que da hereditariedade, assim, suas ações e
atitudes não estão geneticamente determinadas, por isso depende da cultura.
O homem tem que aprender a viver e isso é um processo acumulativo mais do que herança
genética, então, ela determina o comportamento do homem e justifica suas realizações.
Assim, observa-se que instituições religiosas, a linguística, ouso de ferramentas e
meios empregados à sobrevivência são fatores "Superorgânicos", transmitidos
hereditariamente por meio da cultura no qual os indivíduos fazem parte. Kroeber chama a
atenção para o fato de que um homem isolado dos demais, não produz nenhum tipo de
conhecimento ou habilidade observada em seus antepassados, portanto, o isolamento como
um dos possíveis exemplos, seria um fator que romperia a hereditariedade cultural.
Em linhas gerais, Kroeber busca neste artigo expressar todo o amplo sentido da
cultura e sua evolução histórica, com o propósito de mostrar a diferença entre costumes
humanos (cultura) e natureza, além de reforçar a diversidade de fatores que fazem referência
a este debate.
Minha conclusão para exemplificar o assunto, é pensarmos em povos indígenas de
antigamente e como pessoas indígenas vivem, não na sua totalidade, nos dias atuais.
Acredito que muita coisa continua sendo transmitida hereditariamente, como alguns costumes
e práticas, mas também algumas coisas se modificam, se transformam no decorrer da
evolução histórica, conforme necessidades que vão surgindo ao longo do tempo.

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