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Aula 11675108267
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De modo amplo, entende-se por perícia um meio de prova, uma vez que por
intermédio desta, se examinam e se verificam fatos da causa. Perícia, segundo o
princípio da lei processual, é a medida que vem mostrar o fato, quando haja meio de
prova documental para revelá-lo, ou quando se quer esclarecer circunstâncias a
respeito dele e que não se achem perfeitamente definidos.
A perícia surgiu a partir do Decreto 1.608/39, que criou o Código de Processo
Civil (CPC), alterado pelo Decreto 8.570/46, que modificou a forma da produção da
prova pericial e o papel do perito. Em 1992 foi alterado o art. 421 do CPC, por meio
da Lei 8.455, que fixa os prazos para a entrega do laudo, indicação de perito
assistente pelas partes e a apresentação de quesitos. E, por fim, a Lei 9.245/95
modificou alguns dispositivos do CPC referentes à atuação do perito.
No Brasil a perícia apresentou diversos avanços, sempre baseados nas
normas infraconstitucionais, pois as Constituições Federais de 1824, 1891, 1934,
1937, 1946, 1967 e 1988 não destinaram espaço para tratar do tema. Já na área
penal, destacamos a legislação prevista no Decreto-Lei 3.689/1941, que foi
reformada pela Lei 11.690, de 09 de junho de 2008. O legislador enxergou a
importância da perícia quando criou um capítulo específico (do Exame do Corpo de
Delito e das Perícias em Geral) em seus artigos 158 a 184, definindo uma série de
procedimentos a serem seguidos na concretização da prova.
CONCEITOS E OBJETIVO
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uma das funções do perito é verificar, ou seja, provar a verdade de alguma coisa, é
examinar a verdade da coisa, é investigar a verdade, é averiguar, é achar o que é
exato.
Para Moacyr Amaral Santos (2009), “a perícia consiste no meio pelo qual, no
processo, pessoas entendidas, sob compromisso, verificam fatos interessantes à
causa, transmitindo ao Juiz o seu respectivo parecer”. Para Amauri Mascaro
Nascimento (2007, p. 538): Perícia é uma atividade processual desenvolvida, em
virtude de encargo judicial, por pessoas distintas das partes do processo,
especialmente qualificadas por seus conhecimentos técnicos, artísticos ou
científicos, mediante a qual são ministrados ao juiz argumentos ou razões para a
formação do seu convencimento sobre certos fatos, cuja percepção ou cujo
entendimento escapa das aptidões comuns das pessoas.
A perícia designa a diligência realizada ou executada por peritos, a fim de que
se apurem, esclareçam ou se evidenciem certos fatos. Significa, portanto, a
pesquisa, o exame, a verificação acerca da verdade ou da realidade de certos fatos,
por pessoas que tenham reconhecida habilidade ou experiência da matéria de que
se trata. Portanto, a perícia importa sempre em exame que tem de ser feito por
técnicos, isto é, por peritos ou pessoas hábeis e conhecedoras da matéria a que se
refere.
O objetivo da Perícia é o descobrir a verdade do objeto de discussão da lide,
esclarecendo e oferecendo informações materiais às partes e ao juízo. Assim,
perícia é atividade que envolve apuração das causas que motivaram determinado
evento ou da asserção de direitos. Quem realiza as perícias são os peritos .
A perícia pode ser realizada por profissionais liberais, podendo ser
aposentados ou empregados de empresas em geral, desde que possuam curso
superior na área em que deve ser realizada a perícia. Sendo assim, podem atuar
como peritos: médicos, engenheiros, arquitetos, administradores, contadores,
economistas, profissionais ligados ao meio ambiente, engenheiro e médico do
trabalho, corretores de imóveis, fisioterapeutas, odontólogos, profissionais da área
de informática, químicos, agrônomos, biólogos, arquitetos, entre outras profissões.
Os Arquitetos e Engenheiros já não dividem mais o mesmo conselho desde
2010, quando foi criado o Conselho de Arquitetura e Urbanismo, por meio do Projeto
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de Lei nº 12.378/2010, que foi sancionado pelo presidente Lula no fim do mandato.
Ter um conselho próprio era uma reivindicação antiga dos arquitetos, pois na
área da saúde o médico tem um conselho próprio, a enfermagem também, da
mesma forma a nutrição, embora todos sejam de uma mesma área de atuação.
Segundo a Resolução CAU/BR 10/2012: O exercício da especialização de
Engenharia de Segurança do Trabalho pelo Arquiteto e urbanista dependerá do
registro profissional em um dos Conselhos de Arquitetura e Urbanismo dos Estados
e do Distrito Federal (CAU/UF), nos termos previstos no art. 5º da Lei nº 12.378, de
31 de dezembro de 2010. (Art. 2º).
Denomina-se, então, perícia o exame feito em pessoas ou coisas, por
profissional portador de conhecimentos técnicos e com a finalidade de obter
informações capazes de esclarecer dúvidas quanto a fatos. Assim, perícia pode ser
entendida como sendo qualquer trabalho de natureza específica, podendo existir em
qualquer área.
Sua origem é no interesse de pessoas litigantes, no interesse da justiça e no
interesse público, podendo ser: arbitral, judicial, extrajudicial, administrativa ou
operacional, sendo as mais conhecidas de natureza criminal, contábil, trabalhista e
outras que necessitem de constatação, prova ou demonstração, científica ou
técnica, da veracidade de situações,coisas e fatos.
O pedido de perícia pode ser formulado na inicial, na contestação ou na
reconvenção, bem como na réplica do autor à resposta do réu. Isto é, o momento
adequado para requerer a perícia pelo autor é na petição inicial, pelo réu é na
contestação. Para ambas as partes o momento adequado pode ser, também, na
fase de especificação de prova durante as providências preliminares.
O prazo para a realização da perícia é determinado pelo Juiz, podendo ser
prorrogado por uma única vez, a seu prudente arbítrio, conforme o art. 432 do CPC.
Segundo o art. 437 do CPC, “quando entender que o laudo pericial não esclareceu
suficientemente a matéria controvertida, o juiz poderá de ofício ou a requerimento da
parte, determinar a realização de nova perícia”.
Diz o art. 438 que “a segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre
que recaiu a primeira e destina-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos
resultados a que esta conduziu”. Importante lembrar que o segundo laudo não anula
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ou invalida o primeiro, segundo § único do art. 439. Ambos permanecerão nos autos
e o juiz fará a comparação entre eles, apreciando livremente o valor de um e de
outro, a fim de formar seu convencimento, segundo o art. 131 do CPC.
A função da perícia é levar ao processo conhecimentos científicos ou práticos
que o juiz podia conhecer e que são necessários para fundamentar a decisão.
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CARACTERÍSTICAS GERAIS DA PERÍCIA
São elas:
• Deve versar sobre os fatos e não sobre questões jurídicas, nem sobre
exposições abstratas que não incidam na verificação, valoração ou
interpretação de fatos do processo.
• É um meio de prova.
PERITO
O juiz pode indeferir o pedido de prova pericial quando o fato não depende do
conhecimento especial de técnico ou a perícia é desnecessária ou impraticável a
verificação, de acordo com o art. 420 do CPC, ou quando as partes, na inicial e na
contestação, apresentem sobre as questões de fato pareceres técnicos ou
documentos elucidativos suficientes, conforme o art. 427 do CPC.
Desta forma, podemos conceituar perito como a pessoa dotada de
conhecimentos especializados sobre determinada matéria, que é nomeada pela
autoridade judiciária para auxiliar a justiça, dando sua apreciação técnica sobre o
objeto do litígio ou algo com ele relacionado. Isto é, nomeado pelo juiz para dirimir
questões que envolvam conhecimento técnico ou científico.
Perito é o expert em matérias técnicas, que realiza exames em documentos
ou coisas, auxiliando o juiz na análise técnica que o juiz não conhece. É a pessoa
nomeada pela autoridade, juiz ou autoridade policial, com conhecimento técnico
suficiente em determinada área do conhecimento, para examinar fatos, pessoas ou
coisas e esclarecer questões relacionadas à prova, apresentando relatório e
respondendo aos quesitos.
Assim, o Perito detém certo conhecimento técnico, isto é, profissional
possuidor de conhecimentos técnicos. De acordo com o art. 139 do CPC: “peritos
são auxiliares da justiça, além de outros, cujas atribuições são determinadas pelas
normas de organização judiciária”. São aqueles que auxiliam o juízo, como escrivão,
oficial de justiça, etc.
Tem ele o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe assina a lei,
empregando toda a sua diligência, de acordo com o art. 146 do CPC e pode,
todavia, escusar-se do encargo alegando motivo legítimo, se recusado pelas partes
por impedimento ou suspeição, conforme o art. 423 do CPC, substituído quando
carecer de conhecimentos técnicos ou científicos ou deixar de cumprir o encargo no
prazo que lhe foi fixado, conforme o art. 424 do CPC.
Deve, ainda, possuir diversificada quantidade de virtudes, entre as quais:
•Honestidade;
•Caráter;
•Personalidade;
•Imparcialidade;
•Equilíbrio emocional;
•Independência;
•Autonomia funcional;
•Obediência irrestrita aos princípios da ética e da moral.
Dessa forma, o perito deve agir honesta e imparcialmente no que tange à
busca da verdade dos fatos. Conforme o art. 147 do CPC, “o perito que, por dolo ou
culpa, prestar informações inverídicas, responderá pelos prejuízos que causar à
parte, ficará inabilitado, por 2 (dois) anos, a funcionar em outras perícias e
incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer”. De acordo com Sérgio Abunahman
(2008, p. 486): As legislações do mundo inteiro obedecem a três sistemas principais
no que diz respeito à escolha do Perito, quais sejam: primeiro, naquele em que
podem servir como peritos somente as pessoas inscritas com registro próprio e que
preencham determinadas condições. Segundo, aquele em que o escolhido
possuísse um título oficial na arte ou ciência a que se relacionasse a matéria
versada na perícia. Finalmente, o terceiro, o da livre escolha pelo juiz, é o princípio
da liberdade, que infelizmente, é o que reina no direito brasileiro.
O Perito, em algumas atividades, lidará muito com o público, necessitando
relacionar-se bem com as pessoas, transmitindo uma boa imagem de sua atividade.
A atividade do perito se exerce no sentido de satisfazer à finalidade da perícia. É
encarregado de verificar fatos relativos à matéria em que é versado, bom
conhecedor, experimentado ou prático, quer apenas certificando-os ou
interpretando-os, num e noutro caso transmitindo ao juiz um relato ou um parecer.
O perito deverá ter domínio pleno sobre o campo do qual deverá emitir
opinião, por exemplo, para uma perícia contábil, não pode ser levada a cabo por um
engenheiro, assim como um contador não pode, por exemplo, executar uma perícia
para explicar as razões pelas quais um edifício possa ter desabado. A missão do
perito pode consistir na apuração de suas causas ou consequências.
Ou ainda, sua função será a de, conhecidos os fatos, compreendê-los,
distingui-los, caracterizá-los, fornecendo ao juiz regras técnicas, científicas ou
mesmo de experiência não ordinária, capazes de servir para a interpretação dos
mesmos fatos. O perito, além de relatar os fatos, formula, justificadamente,
conclusões, pareceres, mesmo conselhos e advertências.
É bom frisar que tanto o perito quanto o assistente técnico devem respeitar e
assegurar o sigilo do que apurarem durante a execução de seu trabalho, proibida a
sua divulgação, salvo quando houver obrigação legal de fazê-lo. Além disso, eles
devem cumprir os prazos estabelecidos no processo ou contrato e zelar por suas
prerrogativas profissionais, nos limites de suas funções, fazendo-se respeitar e
agindo sempre com seriedade e discrição. Devem conhecer responsabilidades
sociais, éticas, profissionais e legais, às quais estão sujeitos no momento em que
aceitam o encargo para a execução de perícias judiciais e extrajudiciais e arbitrais.
O termo responsabilidade refere-se à obrigação do perito e do assistente
técnico em respeitar os princípios da moral, da ética e do direito, atuando com
lealdade, idoneidade e honestidade no desempenho de suas atividades, sob pena
de responder civil, criminal, ética e profissionalmente pelos seus atos.