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LOGÍSTICA EMPRESARIAL E
CADEIA DE SUPRIMENTOS
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expedição e distribuição de produtos. Essas aplicações ficaram evidenciadas a
partir da década de 1990, e, conforme afirmam Fleury, Wanke e Figueiredo (2006,
p. 20),
a logística, no Brasil, passou por extraordinárias mudanças [...].
Descreve ainda que o movimento de modificações da logística era o elo
perdido da modernização empresarial no Brasil. A explosão do comércio
internacional, a estabilização econômica produzida pelo Real e as
privatizações da infraestrutura foram os fatores que mais impulsionaram
esse processo de transformações.
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Figura 1 – Evolução logística a partir de 1960
Com a leitura realizada até aqui, podemos perceber que a logística entra
em cena como um dos setores da organização capaz de torná-la referência em
relação à qualidade em serviços, compras, recebimentos, entregas, logísticas de
processos de produção, tornando-se, assim, um setor-chave.
Mas para que logística atinja a efetividade, todos os seus processos devem
ser integrados, ou seja, todos os setores devem ter comunicação integrada em
tempo real, conforme ilustrado na Figura 2. Dessa forma, poderão extinguir ou
minimizar qualquer tipo de restrição em qualquer um dos processos logísticos a
fim de evitar problemas na cadeia final, que é o atendimento ao cliente.
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Figura 2 – Integração dos processos logísticos
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se uma necessidade. Essa busca por se distinguir de forma eficaz foi evidenciada
por Porter (1989, p. 31), que denomina a estratégia como “vantagem competitiva”
e evidencia que esta não pode ser compreendida observando-se a empresa como
um todo. Ela tem origem nas inúmeras atividades distintas que uma empresa
executa no projeto, na produção, no marketing, na entrega e no suporte de seu
produto.
Assim, as empresas buscam diferenciar seus serviços ou produtos, de
modo que os tornem diferentes, únicos e difíceis de ser copiados pelos
concorrentes. Essa diferenciação constitui uma vantagem competitiva em relação
aos seus pares que estão no mesmo ramo de atividade e tem como intuito gerar
valor para o consumidor.
Observe que a logística é considerada estratégica dentro das
organizações, pois trata dos fluxos de informações e materiais; para o fluxo de
materiais, não há geração de valor, e sim de despesas, mas é item necessário
dentro dos processos logísticos, daí a gerência desses fluxos ser importante com
o propósito de minimizar qualquer custo inerente a tais atividades.
Tenha em mente que para uma organização realizar suas atividades, como
a comercialização de produtos, estes, antes de tudo, passam por inúmeros
processos como projeto, pesquisa de mercado, lançamento, manufatura,
estocagem, venda e entrega. A cadeia de valores genérica é usada nesse
contexto para demonstrar de que modo uma cadeia de valor pode ser construída
para uma empresa, refletindo as atividades específicas que ela executa (Porter,
1989, p. 33).
Observe a Figura 3, a seguir, que ilustra a cadeia de valores genérica criada
por Porter, e veja que as atividades primárias estão relacionadas à logística
interna, operações, logística externa, marketing e vendas e serviços. Assim,
podemos perceber a importância estratégica dos processos logísticos dentro de
uma organização, como também devemos identificar os cuidados em gerenciar
esses processos para que criem valor ao consumidor final, ou seja, que lhe deem
poder de compra no final da cadeia, com um produto de qualidade e preço
competitivo.
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Figura 3 – Cadeia de valores genérica
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de que as atividades integradas são extremamente complexas (veja a Figura 4) e
não só dependem da empresa, uma vez que há compras, manufatura,
armazenamento de materiais (matéria-prima e produtos acabados) que podem
ser terceirizados em parte ou no todo.
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Figura 5 – Modais de transportes
Vimos anteriormente que a logística iniciou seu papel de forma mais efetiva
na década de 1990, mas ainda existiam inúmeros processos logísticos que eram
muito deficientes, como a distribuição e entrega de produtos acabados. Por mais
que adotassem técnicas de gestão e novas tecnologias de processos e
informações, as organizações encontravam uma infraestrutura péssima.
No Brasil, as empresas se deparam com uma infraestrutura precária e que
compromete a eficiência logística. As rodovias, embora tenham melhorado, ainda
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carecem de muita melhoria para se chegar ao estado de “bom”. Os portos, por
sua vez, deixam a desejar, pois entre a oferta e a demanda de cargas há inúmeros
gargalos (algum tipo de restrição ao sistema) que comprometem os prazos de
entrega e recebimentos de mercadorias.
A burocracia brasileira é item marcante em comentários dos empresários,
pois causa grande morosidade nos processos de embarque e desembarque de
mercadorias. Os aeroportos ainda carecem de grandes investimentos para que
esse modal se torne mais competitivo; embora seja eficiente, ainda o seu custo
torna impraticável o seu uso por inúmeras empresas.
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Figura 6 – Transportadores elétricos de mercadorias
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redes interorganizacionais por conciliar o conceito de rede, que representa os
relacionamentos profícuos entre um conjunto de empreendimentos individuais, e
o de cooperação, que constitui o fundamento que norteia as ações dos agentes
envolvidos. Veja como é interessante o que trata Castells (2007, p. 119, grifo do
original) sobre o tema:
Uma nova economia surgiu em escala global no último quartel do século
XX. Chamo-a de informacional, global e em rede para identificar suas
características fundamentais e diferenciadas e enfatizar sua interligação. É
informacional porque a produtividade e a competitividade de unidades ou
agentes nessa economia (sejam empresas, regiões ou nações) dependem
basicamente de sua capacidade de gerar, processar e aplicar de forma eficiente
a informação baseada em conhecimentos. É global porque as principais
atividades produtivas, o consumo e a circulação, assim como seus componentes
(capital, trabalho, matéria-prima, administração, informação, tecnologia e
mercados) estão organizados em escala global, diretamente ou mediante uma
rede de conexões entre agentes econômicos. É rede porque, nas novas
condições históricas, a produtividade é gerada, e a concorrência é feita em uma
rede global de interação entre redes empresariais.
Isso nos remete ao porquê da integração dos processos logísticos e o
grande interesse das organizações em se aliarem a parceiros de outros
continentes em busca de menores custos de produção para se tornarem mais
competitivas em mercados mundiais. Surge, assim, uma nova forma de produção:
grandes empresas do ramo calçadista, por exemplo, não têm foco na fabricação
de produtos, mas sim na pesquisa, no desenvolvimento e na distribuição deles
para o mundo.
Corporações com essa característica procuram o país que produzirá o seu
produto com o menor custo – isso pode ocorrer em qualquer país do mundo. A
empresa, então, tem seu foco voltado para a logística e o desenvolvimento do
produto, na busca de maior eficiência na geração de valor ao consumidor final,
sem que comprometa a margem de lucro dela.
Como você pode perceber, a internacionalização da economia trouxe
grandes preocupações voltadas tanto para o processo produtivo quanto para os
logísticos, na busca de as empresas se tornarem mais eficientes e mais
competitivas em relação aos concorrentes. Elas estão em um esforço constante
de identificar novas estratégias, e a parceria entre organizações foi uma
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possibilidade bem vista por muitas, pois perceberam os benefícios trazidos por
uma relação com esse perfil, ocorrendo troca de conhecimentos, tecnologias e
novos processos de transformações, por exemplo.
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Figura 7 – Visão geral de processos logísticos integrados em rede mundial
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excessivamente otimistas ao assumir compromisso com um desempenho de
serviço ao cliente entre básico ou “médio”. A incapacidade de atender de maneira
consistente a uma meta básica de serviço excessivamente alta pode resultar em
maiores problemas operacionais para o cliente do que no caso de metas menos
ambiciosas serem estabelecidas desde o início.
Você pode perceber que os autores tratam da falta de planejamento, mas
há ainda outro fator que pode comprometer as operações de uma organização:
trabalhar com um único fornecedor, principalmente se a matéria-prima for
considerada estratégica para a produção, ou seja, a produção para se ela faltar.
Alguns anos atrás, houve uma greve dos funcionários da Receita Federal,
e muitas empresas ficaram sem seus produtos, que eram exclusivamente
importados de países asiáticos, e não havia nenhum outro fornecedor dentro do
Brasil que pudesse suprir as necessidades delas; em poucos dias não havia
produtos no mercado. Marcas conhecidas deixaram de vender, e muitos clientes
migraram para outras que ainda estavam disponíveis no mercado. Essa migração
pode levar o cliente a experimentar outras novidades e a eficiência dos produtos
do concorrente e não voltar mais para a marca que tinha costume de utilizar.
Você percebeu que a missão da logística numa organização extrapola os
limites de seus processos? Consegue compreender que as consequências de
falta de produtos vão além da perda de uma venda e chegam à perda de um
cliente ao longo de um ciclo de consumo que pode durar anos?
A missão da logística firma-se em disponibilizar o produto na hora certa, na
quantidade solicitada e na qualidade esperada pelo consumidor sempre com o
intuito de superar as expectativas do consumidor final. Portanto, o planejamento
realizado com esmero em cada etapa da rede, tanto a montante – ou para trás –,
como no caso de fornecedores, como a jusante – ou para frente –, como no caso
dos clientes finais (veja a Figura 8), é considerado fator crucial para o sucesso do
cumprimento da missão da logística nos processos operacionais e de serviços
dentro de uma organização.
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Figura 8 – Clientes fazendo compras em um shopping
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REFERÊNCIAS
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