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26 de dezembro de 2014
Hoje, se sabe que este tipo de aprendizado durante o sono é quase certamente
impossível. Embora estudos iniciais tivessem sugerido que as pessoas sejam
capazes de guardar alguns fatos durante o sono, a verdade é que os cientistas
nunca puderam descartar que elas não tivessem simplesmente acordado
levemente e ouvido a gravação.
'Manipulando' sonhos
Assim, vários experimentos têm buscado estimular o cérebro durante o sono com
a finalidade de ajudá-lo a consolidar fatos e habilidades aprendidos durante o
dia.
Entre os métodos existentes para alcançar esse fim, o mais simples deriva de
uma pesquisa realizada no século 19 pelo nobre francês Marquês d’Hervey de
Saint-Denys.
Explorando maneiras de manipular seus sonhos, ele descobriu que podia evocar
certas lembranças com odores, sabores e sons. E usava esses estímulos
durante o sono para ter noites com sonhos mais prazerosos.
Diekelman fez uma experiência com voluntários na qual pediu para eles
memorizarem uma sequência de objetos enquanto inalavam um aroma artificial
e sutil. Quando os voluntários dormiam, a cientista borrifou o mesmo aroma nas
narinas de alguns deles.
Uma tomografia mostrou que eles apresentavam uma comunicação maior entre
o hipocampo e as áreas do córtex. No dia seguinte, esses voluntários lembraram
de 84% dos objetos na sequência, enquanto o grupo que não foi submetido ao
aroma durante o sono lembrou de apenas 61%.
Upgrade tecnológico
Em um futuro próximo, a tecnologia poderá oferecer novas maneiras de
incentivar os ciclos do sono no cérebro. Cientistas acreditam que a consolidação
da memória ocorre durante oscilações específicas e lentas da atividade elétrica
cerebral. Por isso, estão tentando estimular esse tipo de onda no cérebro sem
acordar o paciente.
"O método aprofunda o sono de ondas lentas e o torna mais intenso. É uma
maneira mais natural de fazer o sistema funcionar em um certo ritmo", explica.
Pesquisas
Ainda são necessários testes mais abrangentes e com mais voluntários antes
que essas técnicas sejam adotadas no dia-a-dia. Para Reiner, ainda precisamos
nos perguntar se seria correto começar a manipular as memórias das pessoas,
ainda que com boas intenções.
Mas a cientista ressalta que questões como essa não devem conter o interesse
em aprender dormindo.
Em uma cultura ocidental onde ser workaholic é aceitável, o sono às vezes tende
a ser considerado uma perda de tempo que tentamos vencer com uma boa dose
de cafeína.
Mas quem sabe um dia comecemos a valorizar o dormir como uma parte do dia
rentável na qual não precisamos fazer nada, a não ser relaxar.
Disponível em <
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/12/141219_vert_fut_sono_apren
der > Acesso dia 30 de dezembro de 2014.