Você está na página 1de 8

Índice

Introdução....................................................................................................................................2

1. Método de tradução..................................................................................................................3

1.2. Método Prever-Rever............................................................................................................4

1.2.1. Etapas/fases do método:.....................................................................................................4

1.2.2. Os passos do Método Prever-Rever...................................................................................5

1.3. Método de Situações de Comunicação.................................................................................6

1.3.1. Características....................................................................................................................6

1.3.3. Passos.................................................................................................................................6

Conclusão.....................................................................................................................................7

Bibliografia..................................................................................................................................8
Introdução
O presente trabalho versa sobre os métodos de ensino na língua segunda (L2) e do processo de
transição da L1 para L2, o trabalho pretende falar com mais ênfase acerca dos métodos de
tradução, prever-rever e situações de comunicação.

A metodologia de ensino de uma língua é aqui entendida como o conjunto de procedimentos


recomendáveis para bem ensinar uma Língua e que são explicáveis por um conjunto de
pressupostos. “Metodologia” é o termo tradicional para indicar uma dada “pedagogia de língua”.

No ensino de Línguas, podemos usar métodos diferentes e esses podem servir no ensino da L1
tanto no ensino da L2.

2
1. Método de tradução
a tradução em sala de aula de L1 não é inimiga voraz do professor de línguas. Essa concepção
não é um paradigma fácil de ser mudado, principalmente pelo terrorismo feito a professores que
usam a tradução em suas aulas, mesmo que de maneira não sistemática e, por vezes, como último
recurso disponível. O que tento argumentar nesta secção é que a prática da tradução em sala de
aula de L1 não somente deve ser usada como último recurso sem culpa, mas também pode ser
usada de forma planejada, como primeiro recurso, com a função de facilitar e simplificar o
processo de ensino-aprendizagem. Costa (1988, p. 290) argumenta a favor da tradução em sala
de aula apontando alguns dos muitos factores favoráveis à prática tradutória:
Na realidade, a tradução pode ser considerada como uma quinta habilidade ao lado da
compreensão oral e escrita e da produção oral e escrita. O ensino de línguas ganharia a dimensão
cultural (que ele, em geral, não apresenta atualmente) e poderia mesmo ser mais produtivo na
medida em que certos problemas de aprendizagem fossem melhor identificados. Do ponto de
vista prático, o hábito da tradução (tanto da língua materna para a estrangeira como em sentido
contrário) resulta muito útil, porque são inúmeras as situações (tanto no país quanto no exterior)
em que se necessita a habilidade tradutória (estudo de textos, auxílio a pessoas monolíngues,
tradução de cartas e documentos, etc.).

Cook (1998) cita algumas das vantagens em se aplicar a tradução no ensino-aprendizagem de L1


para L2. Retomo algumas delas e as explico a seguir:

a) A tradução é conveniente. A tradução é o meio mais rápido e eficaz para se explicar uma
palavra ou regra gramatical. Assim, quando surgirem dúvidas por parte dos alunos em relação a
palavras desconhecidas, o professor pode ganhar tempo ao passar a tradução da palavra ao invés
de ter de se desgastar com mímicas, desenhos e jogos de adivinhação. Essa prática é vantajosa
principalmente com alunos de níveis iniciantes, mas serve para todos os níveis. Além disso, ao se
usar a tradução, não se corre o risco de o aluno entender errado o significado de uma palavra.
Uma experiência pessoal pode ser relatada aqui: o professor foi explicar ao aluno o que a palavra
“Nchenche” do dialecto Cisena significava. (Significa mosca em português), um insecto voador
hominívoro ou seja, que se alimenta de vegetais tanto de carne. Isso tudo usando a L2.

b) A tradução pode conscientizar quanto ao uso correcto da forma. O exclusivo enfoque


comunicativo pode gerar imprecisões formais na L2, uma vez que seu foco é o conteúdo e não a

3
forma. Com isso, a prática da tradução pode focar a forma, e sua aplicação correcta e, também,
desenvolver a correcção de usos imprecisos de estruturas da L2.

c) A tradução ajuda a chamar a atenção para diferenças sutis entre L1 e L2. As diferenças sutis
existentes entre uma língua e outra podem ser evidenciadas por meio da tradução, uma vez que o
professor, ao usar a L1 em comparação com a L2, pode demonstrar que nem toda expressão tem
um equivalente exacto em outra língua, discutindo, junto com os alunos, qual seria a expressão
mais próxima na L1. Um bom exemplo prático que aponto aqui seria a demonstração do uso do
nome " Mulungo" (A palavra Mulungo em Sena, significa em algum contexto, Deus e noutros
contextos chuva)

1.2. Método Prever-Rever


Este método não traduz a matéria da L2 para L1. Funciona bem na etapa em que os já falam mais
o português, e quando o professor quer dar uma aula nesta língua, mas não tem certeza que todos
os alunos vão entender. O método Prever-Rever é aconselhado a se usar em disciplinas como:
Matemática, Ciências Naturais, Ciências Sociais, onde há muitos temas novos, principalmente
na fase de transição. Numa aula o método tem as seguintes fases:

1.2.1. Etapas/fases do método:


a) Na L1 (Prever)

O Professor discute, na L1, com os alunos os conceitos básicos da aula a ser ensinada. Por
exemplo numa aula de Ciências Naturais sobre combustão pode discutir conceitos como:
comburente, combustível, etc.

b) Na L2 (Ensinar)

O Professor desenvolve a aula em português. Funciona bem em aulas em que os alunos devem
ler um texto longo e difícil sobre um tema (por exemplo, em História). Conforme o tipo de aula,
o professor pode dirigir a leitura ao longo do processo com perguntas de compreensão ou
prognóstico.

4
O processo de perguntas de compreensão por prognóstico consiste em:

i. Organizar os alunos de modo a visualizarem as imagens;


ii. Conversar com os alunos sobre os tipos de histórias, adivinhas que conhecem
(motivação);
iii. Apresentar a nova informação ou conteúdo;
 Prognosticar o título da história e conformar através da semi-visualização
de uma parte da imagem totalmente ocultada;
 Continuar a prognosticar sucessivamente a confirmar;
iv. Elaborar uma nova história pequena a partir dos prognósticos admitidos ou
confirmadas e intitular;
v. Cada aluno lê a sua história para a turma;
vi. Analisar a moral da história;
vii. O professor corrige gramaticalmente ou textos de acordo com o programa.

c) Na L1 (Rever)

O professor faz perguntas de avaliação na L1, e os alunos respondem na sua língua para mostrar
o que aprenderam na aula. Desta maneira o professor poderá avaliar o que eles aprenderam e que
informação ficou perdida. Pode ensinar de novo uma parte dessa informação em L1, pensar em
outra maneira de repetir (esclarecendo o sentido) para permitir que os alunos aprenderam.

1.2.2. Os passos do Método Prever-Rever


1. Organizar os alunos em grupo;
2. Disponibilização de textos com novos termos na L2 para os alunos;
3. Discussão ou negociação dos termos disponíveis em português para L1;
4. Aplicação ou experiência dos termos na prática em português;
5. Redacção dos textos usando os termos na L1;
6. Leitura dos textos ora escritos na L1
7. Avaliação dos textos entre os grupos.

5
1.3. Método de Situações de Comunicação
Nível: 3ª, 4ª e 5ª classes. L2

1.3.1. Características:
 Desenvolve a oralidade na L2;
 Envolve mais de dois interlocutores;
 Aplica-se nas diferentes disciplinas: Ciências Sociais e Naturais;

1.3.3. Passos:
i. Formação de grupos;
ii. Distribuição de papeis que contenham situações de comunicação;
iii. Preparação de simulação dramatizada ou não;
iv. Apresentação da simulação do grupo à turma;
v. Avaliação do desempenho do grupo por parte da turma.

6
Conclusão
Com a elaboração deste artigo, procurei demonstrar que a tradução em sala de aula de L1 para
L2 ou vice-versa, se utilizada de forma adequada, pode ser uma ferramenta muito útil tanto para
professores quanto para alunos em geral. Acredito conseguir atingir mais directamente os
professores de línguas, pois são eles que lidam diariamente com tal dilema. Acredito, também,
que professores de línguas têm grande parte da responsabilidade de demonstrar a seus alunos
como a prática da tradução pode ser benéfica.

A partir disso, pode começar a haver uma mudança de paradigma quanto a essa prática, criando-
se uma nova visão em que a tradução passe a ser bem-vinda e desejada em sala de aula. O
presente artigo é uma tentativa, mesmo que breve, de conscientizar alunos e professores para as
inúmeras vantagens de se usar a LM em sala de aula, tentando, também, demonstrar que os tabus
envolvendo essa prática não são cientificamente fundamentados.

7
Bibliografia
COSTA, Walter Carlos. Tradução e ensino de línguas. In: BOHN H. I.; VANDRESEN, P.
Tópicos de Linguística Aplicada ao ensino de línguas estrangeiras. Florianópolis: Editora da
UFSC, 1988, p. 282-291.

LEFFA, Vilson J. Metodologia do ensino de línguas. In: BOHN, H. I.; VANDRESEN, P.


Tópicos em linguística aplicada: O ensino de línguas estrangeiras. Florianópolis: Ed. da UFSC,
1988, p. 211-236.

ROMANELLI, S. O ensino/aprendizagem de pronomes do italiano: interferência na interlíngua


do falante do português brasileiro. Revista Desempenho, UnB, 2003, p. 41–50.

Richards, C. Jack & Rodgers. S. Theodore. (2001). Approaches and Methods in Language
Teaching. 2a Ed. Cambridge University Press.

Você também pode gostar