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Universidade Maurício de Nassau- Polo Palmeira- Campina Grande -PB

Curso de Arquitetura e Urbanismo

Disciplina: Técnicas Retrospectivas II - Turma 2023.1

Professora: Lizia Agra

Aluna: Linalda maria da Silva de Souto Matrícula - 04056444.

RESENHA CAPÍTULO 3 - A UNIDADE POTENCIAL DA OBRA DE


ARTE – TEORIA DA RESTAURAÇÃO – CESARE BRANDI

O Capítulo 3 de "Teoria da Restauração", de Cesare Brandi, trata do


conceito de unidade da obra de arte. O autor argumenta que a unidade que se
aplica à obra de arte é diferente da unidade orgânica e funcional que caracteriza
o mundo físico.

Brandi afirma que a unidade da obra de arte deve ser concebida como
uma unidade qualitativa e não quantitativa, que concerne ao inteiro e não a um
total composto de partes. Isso se deve ao fato de que, se a obra de arte fosse
composta de partes que são, cada uma delas em si, uma obra de arte, seria um
conceito geométrico da obra de arte, semelhante ao conceito geométrico do belo,
que já foi criticado por Plotino.

O autor argumenta que as partes da obra de arte perdem o valor individual


quando são reabsorvidas na obra que as contém, ou a obra de arte que as
contém é uma antologia e não uma obra de arte unitária. Brandi explica que a
atração especial que a obra de arte exerce sobre suas partes, quando se
apresenta composta por partes, já é a negação implícita das partes como
constitutivas da obra de arte.

Para ilustrar sua argumentação, o autor apresenta o exemplo do mosaico


em relação à pintura e dos elementos, como os tijolos e os blocos, para a
arquitetura. Ele afirma que, quando retirados da concatenação formal que o
artista lhes impôs, tanto as tesselas do mosaico quanto os blocos tornam-se
inertes e não conservam nenhum traço eficiente da unidade a que foram
conduzidos pelo artista.

Brandi conclui que a obra de arte deve realizar um inteiro e que essa
unidade não reproduz a unidade orgânica ou funcional como fundamentada de
modo contínuo pela experiência. Ele explica que, na natureza, as coisas não
subsistem como mônadas independentes, mas que é preciso reconhecer
ligações que conectem entre si as coisas existentes e reduzir ao mínimo ou
eliminar as coisas inúteis.

Em síntese, o Capítulo 3 de "Restauração da Obra de Arte" trata do


conceito de unidade da obra de arte e argumenta que essa unidade difere da
unidade orgânica e funcional do mundo físico. O autor explica que a obra de arte
deve realizar um inteiro e que, se fosse composta de partes, perderia o valor
individual e se tornaria uma antologia, e não uma obra de arte unitária. Esse
capítulo oferece uma visão interessante e valiosa sobre como a obra de arte
deve ser compreendida e apreciada, destacando a importância da unidade na
sua apreciação e restauração.

O texto discute ainda a importância da Gestaltismo na análise da relação


figura e fundo na pintura. A lacuna, quando se apresenta como figura em relação
ao fundo, pode prejudicar a imagem, mas a solução empírica da tinta neutra não
se mostrou suficiente. O autor sugere que é necessário impedir que a lacuna se
confunda com as cores da pintura, fazendo com que apareça sempre em um
nível diferente, e que seja destacada por uma cor que se destaque violentamente
no tom e na luminosidade. Com isso, a lacuna passa a funcionar como fundo,
sobre o qual a pintura é figura. Essa solução intuitiva recebeu a validação do
Gestaltismo por frutificar um mecanismo espontâneo da percepção.

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