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22/08/2020

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22/08/2020

Jurisprudência em
Teses
Processo penal - STJ

Prof. Leonardo Tavares

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procedimento do júri

sumário da culpa
judicium arts. 406/421 SUMÁRIO DA
CULPA
accusationes

juízo da causa PRONÚNCIA


arts. 422/424 e 453/497
judicium causae

JUÍZO DA
pronúncia CAUSA

impronúncia
absolvição sumária
desclassificação
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1) O ciúme, sem outras circunstâncias, não caracteriza motivo torpe.
Homicídio qualificado
Art. 121 § 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo fútil;
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
[...] o ciúme, por si só, não configura a qualificadora (REsp 171.627/GO). Não obstante, isso não quer
significar que todo e qualquer ciúme que venha a ser o motivo da prática do delito, não terá o condão de
tornar a conduta qualificada. Para resolver-se esta polêmica, inevitável será socorrer-se das peculiaridades
do caso concreto. Essa, mutatis mutandis, é a mesma solução para a valoração, por exemplo, da vingança
quando esta for o motor do injusto. (HC 123.918/MG, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA,
julgado em 13/08/2009)

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2) Cabe ao Tribunal do Júri decidir se o homicídio foi motivado por
ciúmes, assim como analisar se referido sentimento, no caso concreto,
qualifica o crime.
Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da
materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de
participação.
[...] 1. É da competência do conselho de sentença decidir se o paciente praticou o ilícito motivado por ciúme
ou vingança, bem como se tais sentimentos, na análise do caso concreto, constituem o motivo torpe que
qualifica o crime de homicídio. (HC 104.097/RS, Rel. Ministro JORGE MUSSI, 5ª T, julgado em 13/08/2009)
[...] 2. O Superior Tribunal de Justiça entende que, ao se prolatar a decisão de pronúncia, as qualificadoras
somente podem ser afastadas quando se revelarem manifestamente improcedentes, o que não é o caso
dos autos (precedentes.) 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no AREsp 827.875/MG, Rel. Ministro
RIBEIRO DANTAS, 5ª T, julgado em 22/09/2016)
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3) Na fase de pronúncia, cabe ao Tribunal do Júri a resolução de
dúvidas quanto à aplicabilidade de excludente de ilicitude.
Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando:
I – provada a inexistência do fato;
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato;
III – o fato não constituir infração penal;
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime.

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4) A exclusão de qualificadora constante na pronúncia só pode ocorrer
quando manifestamente improcedente e descabida, sob pena de
usurpação da competência do Tribunal do Júri.
Art. 413. § 1º A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade
do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o
juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as
circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena.
CF. Art. 5º XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a
lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
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6) Viola o princípio da soberania dos veredictos a anulação parcial de
decisão proferida pelo Conselho de Sentença acerca da qualificadora
sem a submissão do réu a novo Júri.
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: III - das decisões do Tribunal do Júri,
quando: a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; b) for a sentença do juiz-presidente
contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; c) houver erro ou injustiça no tocante à
aplicação da pena ou da medida de segurança;
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.
§ 3º Se a apelação se fundar no nº III, d, deste artigo, e o tribunal ad quem se convencer de
que a decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos autos, dar-lhe-á provimento
para sujeitar o réu a novo julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo motivo, segunda
apelação.
§ 1º Se a sentença do juiz-presidente for contrária à lei expressa ou divergir das respostas dos
jurados aos quesitos, o tribunal ad quem fará a devida retificação.
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5) A complementação do número regulamentar mínimo de 15
(quinze) jurados por suplentes de outro plenário do mesmo Tribunal
do Júri, por si só, não enseja nulidade do julgamento.
Art. 463. Comparecendo, pelo menos, 15 (quinze) jurados, o juiz presidente declarará instalados
os trabalhos, anunciando o processo que será submetido a julgamento.
§ 1º O oficial de justiça fará o pregão, certificando a diligência nos autos.
§ 2º Os jurados excluídos por impedimento ou suspeição serão computados para a constituição
do número legal.
Art. 464. Não havendo o número referido no art. 463 deste Código, proceder-se-á ao sorteio de
tantos suplentes quantos necessários, e designar-se-á nova data para a sessão do júri.
Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri;*
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7) A ausência do oferecimento das alegações finais em processos de
competência do Tribunal do Júri não acarreta nulidade, uma vez que a
decisão de pronúncia encerra juízo provisório acerca da culpa.
Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da
materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de
participação.
Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para
a acusação ou para a defesa.
Art. 565. Nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa, ou
para que tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja observância só à parte
contrária interesse.
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8) A simples leitura da pronúncia no Plenário do Júri não leva à
nulidade do julgamento, que somente ocorre se a referência for
utilizada como argumento de autoridade que beneficie ou prejudique
o acusado.
Art. 472. Formado o Conselho de Sentença, o presidente, levantando-se, e, com ele, todos os presentes,
fará aos jurados a seguinte exortação: Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com
imparcialidade e a proferir a vossa decisão de acordo com a vossa consciência e os ditames da justiça. Os
jurados, nominalmente chamados pelo presidente, responderão: Assim o prometo.
Parágrafo único. O jurado, em seguida, receberá cópias da pronúncia ou, se for o caso, das decisões
posteriores que julgaram admissível a acusação e do relatório do processo.
Art. 478. Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade, fazer referências:
I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou à determinação
do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado;
II – ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de requerimento, em seu prejuízo.
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9) Na intimação pessoal do réu acerca de sentença de pronúncia ou
condenatória do Júri, a ausência de apresentação do termo de recurso
ou a não indagação sobre sua intenção de recorrer não gera nulidade
do ato.
Art. 392. A intimação da sentença será feita:
II - ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, quando se livrar solto,
ou, sendo afiançável a infração, tiver prestado fiança;
Art. 357. São requisitos da citação por mandado:
I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na qual se
mencionarão dia e hora da citação;
II - declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua aceitação ou
recusa.
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10) A sentença de pronúncia deve limitar-se à indicação da
materialidade do delito e aos indícios de autoria para evitar nulidade
por excesso de linguagem e para não influenciar o ânimo do Conselho
de Sentença.
Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da
materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de
participação.
§ 1º A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do
fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o
juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as
circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena.
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11) É possível rasurar trecho ínfimo da sentença de pronúncia para
afastar eventual nulidade decorrente de excesso de linguagem.
Art. 478. Durante os debates as partes não poderão, sob
pena de nulidade, fazer referências:
I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que
julgaram admissível a acusação ou à determinação do
uso de algemas como argumento de autoridade que
beneficiem ou prejudiquem o acusado;
Art. 472. Parágrafo único. O jurado, em seguida,
receberá cópias da pronúncia ou, se for o caso, das
decisões posteriores que julgaram admissível a acusação
e do relatório do processo.

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12) Reconhecida a nulidade da pronúncia por excesso de linguagem,
outra decisão deve ser proferida, visto que o simples envelopamento
e desentranhamento da peça viciada não é suficiente.
1. Na linha da jurisprudência desta Corte, reconhecida a existência de excesso de linguagem em sentença de
pronúncia devidamente fundamentada, o desentranhamento e envelopamento da peça seria providência adequada e
suficiente para cessar a ilegalidade, uma vez que, além de contemplar o princípio da economia processual, evita que o
Conselho de Sentença sofra influência do excesso empregado pelo prolator da decisão. 2. Ocorre que a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem considerado inadequada tal providência, assentando, em vários
precedentes, que a solução apresentada pelo Superior Tribunal de Justiça não só configura constrangimento ilegal
imposto ao recorrente mas também dupla afronta à soberania dos veredictos assegurada à instituição do júri, tanto por
ofensa ao Código de Processo Penal, conforme se extrai do art. 472, alterado pela Lei n. 11.689/2008, quanto por
contrariedade ao art. 5º, inc. XXXVIII, c, da Constituição da República, uma vez que o acesso à decisão de pronúncia
constitui garantia assegurada legal e constitucionalmente, de ordem pública e de natureza processual, cuja disciplina
é de competência privativa da União. Concluindo, daí, que a providência adequada é a anulação da sentença. (AgRg
no REsp 1442002/AL, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 28/04/2015)
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13) A competência para o processo e julgamento do latrocínio é do
juiz singular e não do Tribunal do Júri.
Súmula 603/STF - A competência para o processo e julgamento de latrocínio
é do juiz singular e não do tribunal do júri.
Art. 74 § 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts.
121, §§ 1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal,
consumados ou tentados.
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão
observadas as seguintes regras:
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum,
prevalecerá a competência do júri;
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14) Compete ao Tribunal do Júri decretar, motivadamente, como
efeito da condenação, a perda do cargo ou função pública, inclusive
de militar quando o fato não tiver relação com o exercício da atividade
na caserna.
CP. Art. 92 - São também efeitos da condenação:
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo:
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos
crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração
Pública;
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos
nos demais casos.
Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser
motivadamente declarados na sentença.
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15) A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o
Tribunal do Júri venha a desclassificar o crime. (Súmula n. 191/STJ)
CP. Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:
II – pela pronúncia;

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