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Introdução

Ida Jean Orlando Pelletier (1926-2007), mais conhecida, simplesmente, por Ida Orlando, graduou-se
em Enfermagem em 1947, obteve o BS em Enfermagem e Saúde Pública em 1951 e o MS
enfermagem em saúde mental em 1954. Nasceu em Nova Jersey (EUA). O sobrenome Pelletier, vem
do matrimónio com Robert J. Pelletier que se concretizou em 1961.
Teve uma carreira diversificada enquanto profissional (sobretudo como enfermeira psiquiátrica),
educadora, teórica, investigadora e consultora em Enfermagem. Porém, o caminho não foi fácil de
trilhar, pois tal como era tradição da época, a permissão para sair de casa dos pais só deveria acontecer
com o casamento. Conseguida esta autorização, Ida Orlando ingressa na New York Medical College,
Flower Fifth Avenue Hospital School of Nursing. Formada em Enfermagem, trabalha como
Enfermeira em áreas clínicas como a obstetrícia, medicina e a cirurgia. Paralelamente, desenvolve
atividade como supervisora e diretora-assistente no grupo de enfermagem.
Decorria o ano de 1961 quando Ida Orlando, docente de Enfermagem em Saúde Mental Psiquiátrica
na Universidade de Yale, publicou o seu primeiro livro, com o título “The Dynamic Nurse-Patient
Relationship: Function, Process, and Principles”. Aqui apresentou uma Teoria relacionada com as
necessidades dos pacientes que estão com excessivos níveis de stresse, tendo proposto a dinâmica
recíproca e inter-relacional Enfermeiro-paciente. Ou seja, tudo o que um faz e diz afeta o outro.
Recorreu a uma amostra com mais de 2000 interações entre enfermeiro-pacientes. Aqui considerou a
perceção, o pensamento e o sentimento por recurso a ações intencionais, com claros benefícios no
desenvolvimento do papel da enfermagem profissional. Nesta dinâmica, criou a expressão “processo
enfermagem”, cuja principal função assenta na resolução da necessidade de ajuda imediata ao
paciente, assim como o entender a enfermagem como parte importante do processo de recuperação.
Com isto, Ida Orlando deu uma abordagem científica à profissão, diferenciando-a da medicina. Este
“Processo” baseia-se na ação por parte da pessoa, de forma a preencher a necessidade imediata ao
paciente. Com isto, nasceu a “Teoria do Processo deliberativo” de enfermagem.
Ida Orlando foi pilar de uma enfermagem única e independente, colocando o foco no paciente como
uma pessoa. Igualmente, centrou-se na aplicação do processo de relação entre a Enfermeira-chefe e as
restantes enfermeiras que estão sob a sua supervisão.
Em 1962, Ida Orlando ganhou a bolsa de investigação do Instituto Nacional de Saúde Mental,
tornando-se na primeira enfermeira psiquiátrica dos EUA a conseguir essa bolsa.
Em 1972, publicou o seu segundo livro “The Discipline and Teaching of Nursing Process”, o qual
congrega os resultados de 10 anos de pesquisa, disseminando a sua Teoria por todo o mundo.
Em 1992, aposentou-se, mas continuou a apoiar colegas e ex-alunos, tendo o seu trabalho sido
reconhecido pela Massachusetts Nurses Association, atribuindo-lhe o prémio Nursing Life Legend.

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Conclusão
A teoria de enfermagem de Orlando realça a relação recíproca entre enfermeira e paciente. O que a
enfermeira e o paciente dizem e/ou fazem afeta ambos.
Ida Orlando vê a função profissional da enfermagem como múltiplos momentos de descoberta e de
atendimento da necessidade de ajuda à pessoa. Foi pioneira na identificação e no destaque aos
elementos do processo de enfermagem e à importância crítica da participação do paciente no processo
de enfermagem.
A Teoria de Ida Orlando concentrou-se numa visão claramente direcionada para a melhoria do
comportamento do paciente, predominando a evidência no alívio da angústia enquanto mudança
positiva do comportamento do paciente. O Processo Deliberativo de Enfermagem ajudou os
enfermeiros a alcançarem resultados mais sólidos e mais bem-sucedidos para com os pacientes. Não
obstante a distância temporal, esta Teoria continua sendo operacionalizável e eficaz, sendo
particularmente útil para enfermeiros que iniciam a sua prática profissional.

Referências
Toniol, A.C.S. & Pagliuca, L.M.F. (2002). Análise da aplicabilidade da teoria de Orlando em
periódicos Brasileiros de Enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem, v.55, n.5, p. 489-494.
Prá, L.A. & Piccoli, M. (2004). Enfermagem perioperatória: diagnósticos de enfermagem
fundamentados na teoria de ida Jean Orlando. Revista Eletrónica de Enfermagem, v.6, n.2, p.234-253.
Nero, A.C. (2013). A gestão da informação efetuada pela enfermeira na visita pré-operatória à
mulher com cancro ginecológico que vai ser submetida a intervenção cirúrgica. Dissertação de
Mestrado, Enfermagem Médico-Cirúrgica - Enfermagem Oncológica, Escola Superior de Enfermagem
de Lisboa.
Mendes, J.M.G. (1997). As práticas profissionais e os modelos de enfermagem. SERVIR, v.45,
n.1, p.6-15.

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