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SUMÁRIO
UNIDADE IV
A SESSÃO.................................................................................................................................................................................................. 5
CAPÍTULO 1
O AMBIENTE DE TRABALHO I.................................................................................................................................................... 5
CAPÍTULO 2
O AMBIENTE DE TRABALHO II.................................................................................................................................................. 8
CAPÍTULO 3
CONDUZINDO A SESSÃO........................................................................................................................................................ 10
CAPÍTULO 4
ACOMPANHANDO O PACIENTE............................................................................................................................................ 12
REFERÊNCIAS................................................................................................................................................14
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A SESSÃO UNIDADE IV
Capítulo 1
O AMBIENTE DE TRABALHO I
Essa dúvida afeta grande parte dos profissionais em ínicio da nova carreira, salvo aqueles
que já trabalhavam em seus consultórios com suas formações anteriores e podem agora
adicionar a medicina chinesa ao seu dia a dia de atendimentos.
Seja qual for o momento de carreira que está vivendo, essa é uma fase delicada, que
exige planejamento, empenho e muito carinho e dedicação para traçar a nova carreira.
Por esse motivo, vamos abordar diferentes cenários e suas possibilidades.
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UNIDADE IV | A sessão
Nesse sentido, iniciamos pela maca de atendimento. Para atendimentos domiciliares que
exigem procedimentos, é necessário que se leve a maca até a casa do paciente. Hoje já
existem macas próprias para o transporte, dobráveis, de material mais leve e resistente,
mas que ainda assim demandam força e espaço para transportar (não dá para levar uma
maca numa moto ou bicicleta, por exemplo). Por esse motivo, é importante planejar
o seu transporte até a casa do paciente, bem como os gastos e o tempo envolvidos em
cada trajeto (o que varia muito em cada cidade e região) e, caso necessário, ajustar o
valor do atendimento a cada situação.
No caso do uso de ventosas, uma maleta de transporte é uma boa opção. Para a moxa,
faz-se necessário levar um acendedor e apagador, bem como informar ao paciente sobre
o cheiro resultante da queima da artemísia, que pode impregnar em tecidos da casa.
Aproveite para ler a Resolução da Diretoria Colegiada – RDC no 222, de 28 de março
de 2018, que regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços
de Saúde e dá outras providências, para se aprofundar mais no tema.
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A sessão | UNIDADE IV
Caso a sua opção seja por montar um consultório, o primeiro passo é encontrar o
seu espaço. Nesse momento, devemos levar em consideração a localização, o seu
público-alvo, a facilidade de acesso, a concorrência ao redor e os gastos envolvidos com
aluguel.
Além disso, temos que nos atentar às normas previstas por lei e às regras específicas de
cada município, seja para montar a nossa própria clínica ou alugar uma sala dentro de
um espaço já existente. Acesse, na bibliteca da disciplina, a RDC no 50, de 21 de fevereiro
de 2002, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação,
elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.
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Capítulo 2
O AMBIENTE DE TRABALHO II
Nesse ponto, voltamos nossa atenção para nós, terapeutas. O profissional de Medicina
Tradicional Chinesa trabalha com energia: a sua, a do paciente e a do ambiente. Como
vimos anteriormente, somos parte do todo e interagimos o tempo todo com ele. Dessa
forma, é fundamental que o terapeuta goste do seu trabalho, das relações pessoais e de
seu local de atendimento, para que esteja com a melhor energia possível para doar-se
aos seus pacientes.
Desse princípio, seguimos com a escolha dos móveis, entre eles dois de grande importância
ergonômica: sua maca e sua cadeira. A maca, como falado anteriormente, tem que ser
resistente e boa para o terapeuta e para o paciente, seja ela fixa ou dobrável. A maioria
dos modelos disponiveis tem altura ajustável e deve ser adaptada ao terapeuta, com o
auxílio de uma escada para adaptá-la a cada paciente. Lembre-se que, em um longo dia
de atendimento, você usará a maca por muito tempo, bem como passará muito tempo
sentado enquanto aguarda a chegada dos pacientes e o tempo de ação de cada técnica,
sendo fundamental o conforto para a sua saúde.
Em seguida, temos que avaliar a necessidade e as dimensões dos outros móveis: mesa,
armários, superfícies de apoio. Todo o mobiliário deve ser pensado de maneira prática,
eficiente, sugura e estética. Lembre-se sempre de que o ambiente deve trazer paz,
equilíbrio, calma, cura.
Por fim, a decoração deve ser pensada da mesma maneira que a distribuição dos móveis,
com cores e objetos que tragam a calma, deixem o ambiente leve e aconchegante. Lembre-
se sempre que, ao interagir com o seu ambiente de trabalho, o seu paciente já inicia seu
processo de cura. Quanto melhor o ambiente, melhor é esse processo, mais confortável
fica o seu paciente, mais à vontade para conversar, com desejo de voltar e de indicar o
seu atendimento para outras pessoas.
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A sessão | UNIDADE IV
O espaço da clínica também deve seguir algumas regras, como a presença de banheiros
para pacientes e para funcionários, espaço de copa, arquivo (quando necessário), depósito
de materiais de limpeza e abrigo para descarte de resíduous, com a devida coleta. As
questões de acessibilidade também precisam ser consideradas, principalmente tendo
em mente que muitos pacientes buscam um tratamento com Medicina Chinesa por
problemas de dores, que dificultam a locomoção, além dos pacientes com deficiências
ou idade avançada. Com isso em mente, ambiente térreos, sem escadas, possibilidade de
estacionamento, facilitam muito o acesso do paciente e a continuidade do tratamento.
Embora eu não considere uma boa prática, é permitido o atendimento simultâneo a mais
de um paciente, instalando box de atendimentos para isolar cada paciente agulhado.
Nesse caso, as divisórias não podem ser de madeira ou materiais impermeáveis, pois
necessitam lavagem constante, como as divisórias de cortinas ou lençóis.
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Capítulo 3
CONDUZINDO A SESSÃO
O segundo perfil corresponde aos pacientes que chegam à Medicina Chinesa por “falta
de opção”, são os pacientes que já tentaram diversos tratamentos e, após suscetivas
falhas, chegaram à medicina chinesa, ou ainda os pacientes que chegam por orientação
médica, sem entender o que a medicina chinesa pode fazer, quais as diferenças e os tipos
de tratamentos que pode encontrar.
Outra questão nessa identificação é a de paciente Yin ou Yang. Um paciente mais tímido
pode ficar incomodado com uma abordagem mais invasiva, pode se incomodar com
algumas perguntas e responder de forma mais resumida todas as questões. Pode inclusive
se intimidar de mostrar a língua ou tirar alguma peça de roupa, cabendo sempre o bom
senso do terapeuta para essa identificação e condução da sessão.
Para cada paciente, um diferente conjunto de técnicas pode ser necessário, buscando
sempre a abordagem mais completa para o tratamento. Muitas vezes podemos utilizar,
por exemplo, uma técnica para aliviar os sintomas mais agudos, e outra para tratar a
raiz do problema.
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A sessão | UNIDADE IV
No caso de técnicas como ventosas e guashá, o paciente provavelmente ficará com marcas
vermelhas ou roxas, devendo ser avisado e de preferência ver fotos de como pode ficar,
podendo então escolher fazer a técnica naquele dia ou não.
Com a moxa, o cheiro pode impregnar, causando incômodos em alguns casos, como
no retorno ao trabalho. Por esses motivos, a explicação detalhada de cada técnica, sua
função, ação energética e possíves efeitos devem sempre ser parte do atendimento.
3.3.1. O consentimento
Sabendo de tudo que será realizado, o paciente dará seu consentimento, evitando
maiores problemas no pós-sessão. Muitos profissionais preferem montar um termo
de consentimento, descrevendo as diferentes técnicas e seus efeitos, pedindo para o
paciente assinar que está de acordo com tudo que será feito.
Muitas vezes, é importante avisar à família também quando o paciente tem um responsável
ou acompanhante, para que ninguém se assuste ou se incomode com as possíveis marcas
e reações. Tudo isso aumenta o laço de confiança com seu paciente.
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Capítulo 4
ACOMPANHANDO O PACIENTE
4.1. A responsabilidade
A área da saúde precisa de profissionais apaixonados por sua profissão. É muito comum,
infelizmente, ouvirmos pessoas dizendo que escolheram a profissão pelo dinheiro.
Lógico que dinheiro é importante, precisamos viver, mas não pode estar acima das
relações humanas. O profissional precisa se dedicar inteiramente ao seu paciente, não
ao dinheiro dele.
Isso implica uma enorme responsabilidade desde o momento em que uma pessoa se torna
sua paciente. Ela está depositando em você a confiança dela, a esperança de melhora, o
dinheiro e, muitas vezes, detalhes da vida que ninguém mais sabe. Por precisarmos de
tantos detahes sobre nossos pacientes, acabamos sabendo muitas coisas confidenciais,
cabendo-nos também a ética e a responsabilidade de mantê-las em segredo.
Lembre-se sempre de que é uma vida que está em suas mãos, por mais simples que
seja o caso. Um deslize de atenção pode ter uma consequência grave, impactando, além
da vida do paciente, todos os que dele dependem e amam. Não vamos gostar de todas
as pessoas que passarem pelos nossos atendimentos, vamos nos identificar mais com
uns do que com outros, mas temos a responsabilidade de fazer o melhor por todos que
chegam até nossas mãos.
4.2. A confiança
Quando tratamos bem um paciente, e isso é muito fácil usando o princípio de atender
como gostaríamos de ser atendidos, com calma, com paciência, dedicação, explicando
todo o tratamento, transmitimos empatia, e empatia gera confiança.
O paciente passa a confiar nos seus conhecimentos, na sua formação, no seu entendimento
do caso e nas suas escolhas terapêuticas. Essa é uma relação construída a cada sessão,
pouco a pouco, sempre crescente.
É muito comum que um paciente conte mais detalhes sobre sua vida e seu caso ao longo
do tratamento, principalmente em questões mais embaraçosas. Da mesma maneira, é
comum um paciente recusar uma técnica nas primeiras sessões, como uma sangria,
que assusta já no nome. Ao longo do tempo, com o aumento da confiança, ele passa
a permitir que a técnica seja realizada, pois confia no seu julgamento de escolha e na
segurança do procedimento.
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A sessão | UNIDADE IV
4.2.1. A fidelização
Todo profissional de sucesso precisa de uma cartela de clientes. Como isso ocorre em
uma área em que o objetivo é resolver o problema que trouxe seu cliente? Se eu curar
meu paciente, ele vai embora, certo? Em partes.
Além disso, um paciente fidelizado é o melhor marketing que existe, porque ele fala de
você, recomenda para amigos, familiares, colegas de trabalho, e, com isso, sua rede se
expande mais e mais. Um bom profissional encanta pelo seu atendimento e por seus
conhecimentos. Com carinho, estudo e dedicação, o sucesso é garantido.
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REFERÊNCIAS
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colaborativa. Comunicação, saúde, educação, vol. 20, n. 59, pp. 905-16, 2016.
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BING, Wang. Princípios de medicina interna do imperador Amarelo. Tradução: José Ricardo
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DAVIS, F. A Comunicação não Verbal. 5. ed. São Paulo: Ed. Summus, 1979.
FRANCO, C. M.; FRANCO, T. B. Linhas do cuidado integral: uma proposta de organização da rede
de saúde.
FRANCO, T. B.; MAGALHÃES JR., H. A Integralidade e as Linhas de Cuidado. In: MERHY, E. E. et al.
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MACIOCIA, Giovanni. Diagnóstico na medicina chinesa: um guia geral; introdução de Julian Scott
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MARTINEZ, Valquiria. Os Mistérios do Rosto. Manual de Fisiognomonia. 4. ed. São Paulo: Ed.
Madras, 1999.
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Referências
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UNSCHULD, Paul U. Huang Di Nei Jing Su Wen. Editora University of California Press, 2003.
WEIL, P.; TOMPAKOW, R. O corpo fala. Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 1996.
YAMAMURA, Ysao; LIKA, Marcia. Guia de acupuntura. Barueri: Manole, 2015 (Série guias de medicina
ambulatorial e hospitalar Unifesp e Escola paulista de medicina).
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