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Universidade Federal do Rio de Janeiro

Escola de Belas Artes

Disciplina: Fundamentos Sociológicos da Educação

Prof: Jorge Ricardo Santos Gonçalves

Nome: Júlia de Aquino Ribeiro Coelho

DRE: 121105183

Crítica sobre: A corrosão do caráter.

No livro “A corrosão do caráter: consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo”, do


sociólogo Richard Sennett, reflete sobre o mundo pré e pós globalização, dentro de um cenário
contemporâneo onde as relações humanas são afetadas intrinsecamente pelo modo de viver
dentro do novo capitalismo.

É revelado um contraste entre os dois mundos do trabalho, das organizações hierárquicas e


rígidas, onde o Enrico estava inserido, e vemos também a reengenharia das corporações, a
instabilidade, a capacidade de se reinventar e ser empreendedor, onde o Rico faz parte.

Uma das coisas que mais me chamam a atenção é que apesar de Rico ter uma vida mais
imediata e um trabalho mais flexível do que seu pai tinha, o conflito entre o tempo para o
trabalho e o tempo para a família é o mesmo, mediante que ele enfrenta questões de falta de
tempo e atenção para seus filhos.

O novo capitalismo ou capitalismo de acumulação flexível surge depois da crise dos anos 70,
onde o processo de globalização tornou-se mais intenso, aumentando a rapidez das produções
e de transportações, e ele apresenta uma economia mais dinâmica e com promessas de um
novo mundo do trabalho, com mais flexibilidade, rapidez, eficácia e sem comprometimento à
longo prazo, o que exigiu uma nova mentalidade dos trabalhadores.

Então interpreto que este novo capitalismo da uma falsa sensação de poder e liberdade,
quando na verdade não é bem assim, pois o capitalismo sempre busca ter o maior lucro
possível, ou seja, ele não irá deixar de exercer o controle sobre a classe operária, apenas
deixaram menos evidentes, além de que a carga de trabalho continua a mesma e ás vezes até
maior, pois os funcionários exercem diversas funções.

A obra é de 1972, porém continua sendo um livro com visões extremamente atuais, pois no
tempo em que vivemos onde a tecnologia faz parte do nosso dia a dia, tendo um papel crucial
em sob o emprego de tantas pessoas, já que hoje se trabalha muito com a internet e redes
sociais, como o Home office.

Assim como o sociólogo Zygmunt Bauman diz que estamos vivendo uma modernidade líquida,
porque estamos numa época em que as relações sociais, econômicas e de produção são
frágeis, fugazes e maleáveis, o que está profundamente ligado ao novo capitalismo, pois com a
chegada deste novo meio de produção, com ele também chegou a falta de confiança, de
lealdade e a falta de compromisso, que são os valores mais essenciais dos seres humanos, ou
seja, desde modo se torna impossível definir o caráter nesta sociedade aonde não há valores
duradouros.

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