1) Alguns argumentam que os ministros não são responsáveis pelos atos do poder moderador de acordo com a Constituição, mas o autor refuta esses argumentos.
2) O autor explica que a palavra "privativamente" no artigo 98 significa que o poder moderador é delegado ao Imperador individualmente, e não que é um poder pessoal sem intervenção ministerial.
3) O autor também afirma que se os ministros não tivessem nenhum papel no poder moderador, então esse poder seria exercido diretamente pelo Imperador, o que seria
1) Alguns argumentam que os ministros não são responsáveis pelos atos do poder moderador de acordo com a Constituição, mas o autor refuta esses argumentos.
2) O autor explica que a palavra "privativamente" no artigo 98 significa que o poder moderador é delegado ao Imperador individualmente, e não que é um poder pessoal sem intervenção ministerial.
3) O autor também afirma que se os ministros não tivessem nenhum papel no poder moderador, então esse poder seria exercido diretamente pelo Imperador, o que seria
1) Alguns argumentam que os ministros não são responsáveis pelos atos do poder moderador de acordo com a Constituição, mas o autor refuta esses argumentos.
2) O autor explica que a palavra "privativamente" no artigo 98 significa que o poder moderador é delegado ao Imperador individualmente, e não que é um poder pessoal sem intervenção ministerial.
3) O autor também afirma que se os ministros não tivessem nenhum papel no poder moderador, então esse poder seria exercido diretamente pelo Imperador, o que seria
nistro pelos actos do poder moderador, aHegam: 1.0 Que Opoder moderador, cOlJforme o art. 89 da Constituição, é privativamente delegado ao chefe da nação, ao passo que o art. i 02 diz que o Imperador é o chefe do poder executivo, c o exercita pelos seus mi- nistros de estado. 2. o Que o art. 132 determina que o ministro de estado as ignaráõ todo os actos do poder executivo, em o que Dão poderáõ ter e:ecução, não dizendo o me mo dos actos do pod r moderador, donde se infere que os nlilJi tros de estado não assignam os actos do poder moderador, ou assignando-o , só o fazem pal'a « authenticar o reconhecimento, a veracidade da firma imperial », n. 3.° Que toda a garantia contra o abuso passiveI das funcções do poder moderador cifra-se na respon- sabilidade dos conselheiros de estado, os quaes, con· fotme o art. 1/..2, devem ser ouvidos em todos os negociO:3 graves e medida gCl'aes da publica admi· nistração, principalmente sobre a declaração de guerra e ajustes de pa.z, negociações com as nações estran-
(*) Direito Publico B/'(tsileil'o ~ AIL1,lys~ da ConslituiFio do I11l.pe,"io,
pelo Dr. José Antonio Pimenta Bueno. geiras, assim como em todas as occasiões, em que o Imperador se propõe exercer qualquer das attribui- ções proprias do poder moderador, indicadas no art. fOI, á excepção da do ~ 6. 4," Que sendo a missão do poder moderador velar sobre a manutenção da independencia, equilibrio e harmonia dos mais poderes politicas, se os ministros tivessem interferencia nos actos des e poLler, acon· selhando-os ou respondendo por elles, um dos po- deres activos, o executivo, aproximando-se do mo- derador, prevalecer-se-hia disso lJara pÓI' em perigo a independencia, o equilibrio, a harmonia dos po- deres llue ao podet' moderador incumbe manter. Apreciarei cada um desses quatro argumentos.
1."
No dizer dos adversarios da respoosabiHdade mi-
nisterial em assnmpLos do pouur moderador, a palavra privativamente, de que se serve o art. 98 da Consti# tuição, ergue um muro de bronze entre a con'>a e os ministros no que toca ao exercicio daqnelle poder, significando que aos ministros de estado, Ilem com o seu conselho ao resolver-se, nem com a sua responsa- bilidade ao executar se qualquer dos acto previ tos no art. i 01, toca o direito de auxiliar e servir o {chefe su- premo do Estado. Tal, porém, 030 é, mas outra e bem distincta, a sig- nificação daquelle termo. A Constituição no art. lO recúnhece quatro poderes politicos: o poder legislativo, o poder moderador, o po- der executivo, e o poder judicial. 25
Desde o art. 13 até o art. 97 trata a Constituição do
poder legislativo e do que com elle tem relação, come- çando por declarar - que o poder legislativo é dele- gado á assembléa geral com asancção do Imperauor - , a saber: que es e poder não é delegado a uma só pessoa physica ou moral, mas a tl'es que são - a ca· mara dos deputado, o senado, e o Imperador. Passando depoi a tratar do poder model'ador diz então no art. 98 a lei fundamental, e não podia deixar de dizê-lo, que esse poder é privativanlef1,te delegado ao Imperador, isto é, - que é delegado a elle só com exclusão de mais pessoa:;, e não a diversos como a res- peito do poder \egi lativo ficára determinano. Com etIeito, e no teITeno da legislação a jJlul'alidalte tem todo o lugar, se oconcurso do chefe do Estado e das duas camaras para fazer leis é da essencia do regimen representativo, a supl'8ma inspecção do Estado, as im como a prompta e regular execução das leis, reclamam indispen avelmente - unidade-, e, pois, a divisão, que alli cabia, era aqui impl'aticavel, impl'aticavel a ponto de que, se a admitti sem, desappareceria da Constitui ão o elemento monarcllico. Dest'al'te a phl'ase - delegado privat'ivcunente - , que o art. 98 applica ao poder moderador, qner sil1l- plesmente dizer que, nesta parte da soberania nacional, differentemellte do que ficára assentado sobre o poder legislativo, a delegaç,ão é feita a um só, ao monarcha, como a3 mai sãas noções de organisação politica e a experiencia dos seculos exigiam, mas ao monarcha, está ubentennido, acooselhano pelas luze de !lomen com- petentes, porque elle não pMe saber tudo, e sen'ido por agentes I'e pon aveis, porque é. e pam que seja, inviolavel e sagrado. O adverbio-privativamente - , elevado á altura d'3 26
argumento irrespondivel para dar ao poder moderador
o caracter de um poder por assim dizer pessoal, com o qual nada tenham que ver os ministros de estado, deve de certo pór em serias embaraços os que assj mpensam, se quizel'em explicar como, sendo esse poder puramente pessoal, apropriaCon tituição d termina, emo art. '142, que o Imperador, todas as vezes que se propoul a exer- cer qualquer das aLLribuições, de que se elle compõe, exceptuando ómente a do , (j" do art. 10'1, ouça o conselho de estado, e no art. U,3 queo conselheiros são Te pons:weis pelo con elhos, que a tal respeito derem, como geralmente o são pelos que proferem em negocios e medidas da publica administraç,ão, sendo oppostos ás leis e interesses publicos. Se a delegação pr'ivativa do poder moderador ao 010- narcha não impede a intervenção dos conselheiros de estado com os seus conselho", e com a garantia de su~ responsabilidade pelos que derem oppostos ás leis e aos interesses do Estado, manifestamente doloso, não e na circumstancia de ser p/"ivativa a delegação que se ha de achar motivo sllfficiente para arredar os ministros de estado não só do conselho, se não da 1'e ponsabilidade pr.la execução dos actos do poder mode.'adol', que forem otTensi vos das leis ou dos interesses do paiz. Onde, pois, achar-se o motivo de tal exclusão? Aqui os propugnadores da doutrina, lue reduz o ministros ao papel de automatos em negocios do poder moderador, invocam o art. 102 da Constituição. o qual, declarando o Imperador chefe do poder executivo, determina que o exercite por seus ministros de estado, e seu argumento e- que, uma vez que a respeito do poder executivo a Constituição manda que o 1m pera- dor o exet'ça por seus ministros e o mesmo não dispõe quanto ao moderador, os ministros de estado tudo 27
tem com o exercicio do poder executivo, e nada com o
do moderador. Ponder:.trei primeiramente que o argumento, dedu· zido do art. 102, P cca el1l que, se algu ma cansa pro vasse, provaria de Illai ; porque scluidos, como se pre- tende com a cita'ão desse artigo, os ministl'os de estado de serem medianeiro no G tos do poder moderador, segue-se CJue, não havendo, como não ha, Da Constitui- yão outros fUDccionarios por meio dos quaes possa o imperadol'legalmente exercer os actos do poder mode- rador, deve·se chegar á conclusão - que o poder mode- derador é exercido pelo Imoerador directamente- absmdo de tal quilate em uma monarcbia onstitucional, que o mesmo é ennncia-lo que refuta-lo. Depoi , os que combatem a todo o transe a interven- ção Llo con.elho e responsabilidade mini terial no exer- cicio do poder moderadol', de medo que esse poder, com tal contacto, perca o pri ati o de sua delegação. esquecem-se de que, se o seu presuppo to fo se verda- deiro, o poder executivo qn , conforme o art. 102 por elJes citado, é exercido pelo Imperador por meio de seu ministro:i, seria, contra toda' as idéas r cebidas, um poder delegado não a um individuo s'l, mas a gl'ande numero de pessoas, isto é, ao primeiro repre- sentante da nação e a sei secrot:1I'ifls de e tado, se maior on menor não rór, como permitte o art. 13'1 da Constituição, o nUl1lero dos secreta rios de e tado. Ora tal suppo ição é inadmissi"cl. No plano da Constituição, traçado nesta parte pelo: verdatleiros principias de orgaoisação politica, o poder executivo' delegado s6 ao Impcrador, Lão privativa- IlJCnto ao imperador como o é o podcr moderador. Com elfeito o arL. '102 ela Con tiLuição diz: « OIlllpc-