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A criança demonstra sua criatividade desde cedo por meio de suas brincadeiras e jogos (Vygotsky, 1931/1991).
Além da imitação, ela usa a imaginação para reproduzir as suas experiências prévias de forma diferente da
realidade, combinando impressões e construindo novas realidades.
A criatividade, então, é dependente da acumulação de experiência, sendo uma função vital necessária. Na infância,
a imaginação é desenvolvida, mas a criança, diferentemente do adulto, carece de experiência para tornar-se
independente. No período adolescente, a fantasia é mais criativa que na infância, porém menos produtiva que na
fase adulta.
Para Piaget (1977), toda ação é orientada para a satisfação de uma necessidade em uma sequência de
movimentos aleatoriamente associados. Assim, a adaptação do indivíduo a situações novas está
relacionada com a complexidade da interação do indivíduo com o meio, o que implica a construção
contínua de novas estruturas.
A inteligência seria, então, desenvolvida, construída, exercitada e aperfeiçoada a partir de exercícios
e de estímulos oferecidos pelo meio. Ou seja, o indivíduo só aprende um determinado conhecimento
se estiver preparado para recebê-lo.
O conhecimento novo exige do organismo um conhecimento anterior e requer mecanismos de
assimilação e de acomodação.
A assimilação é o processo de integração de um dado exterior nas estruturas do indivíduo, ainda que
este dado seja percebido ou representado. A realidade existe independente do indivíduo, e é
incorporada por meio da assimilação.
A acomodação é a organização do comportamento no sentido de enfrentar as demandas do meio. Só
há aprendizagem quando os esquemas de assimilação sofrem acomodação.
Vygotsky (1932/1990) expressa seu conceito de criatividade por meio de uma analogia com a
eletricidade: “A eletricidade está presente não somente na magnitude de um raio deslumbrante,
durante uma tempestade, como também em uma lâmpada”. Ou seja, a criatividade é um atributo
humano presente tanto nos grandes trabalhos históricos, dos grandes artistas, como também em toda
a manifestação humana, em todos os lugares, em todos os tempos, sendo considerada uma força
existencial necessária.
Assim, a atividade criativa é concebida a partir da construção de algo novo. Essa construção é
processada em nível consciente e inconsciente, de forma reprodutiva ou combinatória.
As atividades reprodutivas estão conectadas com a memória e são limitadas pela plasticidade de
nosso sistema nervoso, podendo ser uma reprodução ou apenas uma lembrança de elementos
retirados da realidade.
As atividades combinatórias estão relacionadas com a habilidade humana de lidar com a mudança.
Na combinação, as impressões são associadas a novas situações e a novos comportamentos.
Favoráveis
Ambiente familiar:
Uma combinação de liberdade, respeito, laços emocionais saudáveis, priorização de valores em vez
de regras, do bom desempenho acadêmico em vez da ênfase em boas notas em testes, de pais
independentes, ativos, apreciadores da criatividade e que exercem sua autoridade sem atitudes
autoritárias é que favorece a produção criativa. Outra característica presente nesse ambiente é o senso
de humor ao lidar com situações adversas e a confiança nas habilidades dos filhos. As atitudes e os
valores dos pais em suas próprias atividades diárias e profissionais servem como principal modelo
para os filhos desenvolverem sua criatividade no ambiente familiar.
Ambiente escolar:
Na escola, por exemplo, a atitude do professor deve favorecer um clima de encorajamento e de
suporte para o desempenho do aluno. Isso significa dar relativa autonomia à medida que são
estabelecidas regras claras e acordadas com os alunos, evitando atitudes autoritárias e controladoras.
Diversos autores voltaram sua atenção para a investigação das condições que favorecem o
desenvolvimento da criatividade no ambiente educacional.
Desta forma o estimulo da atividade criativa ajuda a criança e o adolescente a investir energia
pulsional, cujo, o desenvolvimento da inteligência é uma evolução da construção da realidade até que
se chegue ao universo dos “possíveis”, onde o pensamento é desvinculado do mundo real. Ou seja, a
realidade existe independente do indivíduo, sendo absorvida por ele; isto o torna, ao mesmo tempo,
sujeito e objeto que transforma e modifica a realidade, e são as suas interpretações e inferências da
realidade que resultarão na abertura cada vez mais numerosa de novos “possíveis”. O que indica que
a necessidade de continuar vivendo, conservar e manter estados relativamente normais leva a
inúmeras possibilidades de variações úteis e tendentes ao progresso, desfocando de ações e
comportamentos infratores.
Referências bibliográficas
A ciência do Desenvolvimento Humano.pdf