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Treino de Controle de estímulos (Treino Discriminativo)

OPERAÇÃO: TREINO DISCRIMINATIVO PROCESSO: DISCRIMINAÇÃO (Catania, 1999)

Quando o responder é reforçado apenas na presença de alguns estímulos, dizemos que o reforço é correlacionado
com aquele estímulo.

Uma classe de resposta criada por este reforço diferencial em relação às propriedades do estímulo é chamada de
operante discriminado.

Uma classe de respostas tem maior probabilidade de ocorrer na presença de estímulos (antecedentes), que foram
correlacionados com o estímulo reforçador (consequências).

PROCESSO: DISCRIMINAÇÃO ou OPERANTE DISCRIMINADO

• E bem provável que não exista um operante sem estímulos discriminativos

• As características que permanecem constantes ao longo de um experimento, como a própria caixa


experimental e os demais dispositivos que ela contém, as vezes são referidos como estímulos contextuais

Estímulos discriminativos

• SDs correspondem aos estímulos coloquialmente denominados de sinais ou pistas;

• Eles não eliciam as respostas;

• Eles estabelecem a ocasião em que as respostas têm consequências;

• Eles ocasionam as respostas.


Treino Discriminativo

• Notação na lousa

• A operação básica, para estabelecer a discriminação simples entre duas situações, consiste em:

• consequenciar, com estímulo reforçador, um determinado operante na presença de um estímulo (SD), mas
não ...

• liberar consequências reforçadoras para este mesmo operante, na presença de outro estímulo (S∆).

• Dois estímulos apresentados, simultaneamente desta maneira, são chamados um par de estímulos
discriminativos, um estímulo discriminativo (SD ) e um estímulo delta(S∆ )

• Os ratos pressionavam a barra na presença e na ausência de luz, programadas alternadamente;

• Quando a luz estava apagada, as pressões à barra não eram reforcadas;

• Quando a luz estava acesa, as pressões à barra ocasionalmente eram reforcadas com alimento

• Fig 8.1: a lâmpada permanecia acesa por períodos que variavam de 5 a 30 segundos

• As pressões à barra eram reforcadas de acordo com um esquema de intervalo variável ou VI: em média,
apenas uma pressão à barra a cada 30 segundos era reforcada enquanto a luz estava acesa.

• Com essa programação, as mudancas de estímulo e as apresentações de reforço variam assistematicamente


ao longo do tempo, de modo que se o rato pressiona mais na luz, do que no escuro, podemos ficar
confiantes de que o estímulo discriminativo é a luz, e não a regularidade temporal

Treino Discriminativo > Estímulo discriminativo > discriminação > operante discriminado

• Ao longo das sessões, o pressionar aumentou durante a luz e diminuiu em sua ausência;

• A luz funciona como um estímulo discriminativo para as pressões à barra;

• O pressionar a barra está sob controle do estímulo “luz”;

• Pressionar a barra na presença de luz é um operante discriminado.

Discriminação e Generalização
(Catania, 1999, p.135, Fig 7.1)

• Rato em uma caixa experimental com 15 lâmpadas;


• As lâmpadas são acendidas em ordem irregular;

• As respostas de pressão à barra são reforçadas na presença das lâmpadas 9-12;

• O responder aumenta ao longo de todas as posições

• A dispersão do efeito do reforço na presença de um estímulo para outros estímulos não correlacionados
com o reforço é denominada de generalização;

• Neste exemplo, reforçar o responder na presença de luzes nas posições 9-12 afetou o responder em
presença não apenas daquelas luzes, mas tbm diante de outras lâmpadas;

• Suponhamos que o reforço diferencial continue nas posições 9-12. Finalmente a maior parte das respostas
ocorre com as luzes correlacionadas com o reforço

• Os estímulos que ocasionam o responder vieram a conformar-se estritamente com a classe de estimulos
correlacionadas com o reforço.

• Esse processo é denominado discriminação e o responder sob tal controle de estímulo é denominado de
comportamento/operante discriminado.

Exemplos:

• Aeroporto

• Abrir embalagens, garrafas (rosca, anel)

• Uso de computadores, celulares

• Montar quebra-cabeça

• Relacionamentos: evitar “confusão”

Ilustração do conceito: Histórico de relacionamentos -Histórico de rejeição

• O que faz alguém confiar em alguém? Possivelmente, confia-se mais naqueles que apresentam provas
inequívocas de fidelidade e lealdade e/ou não se conhecem eventos que indiquem traições.
A desconfiança, em contrapartida, sugere que haja atitudes dúbias ou desinformações por parte do parceiro e/ou
que os comportamentos do cliente estão sob controle de relacionamentos anteriores, pautados por algum tipo de
traição ou rejeição.

• Entretanto, pequenos sinais de preterimento podem gerar comportamentos agressivos ou de desistência.


Em indivíduos que tiveram algum histórico de abandono por seus cuidadores, sinais de rejeição podem ser
especialmente relevantes (Reichenheim, Hasselmann & Moraes, 1999; Williams, 2006).

Também é importante investigar histórico de bullying: pessoas vítimas de violência física ou psicológica executadas
por seus pares tendem a sentir-se menos passíveis de serem queridas por seus cônjuges (Palácios & Rego, 2006)

Tipos de Treino Discriminativo Simples

• Treino discriminativo sucessivo:

Dois ou mais estímulos são apresentados em momentos diferentes, e que portanto, envolvem uma resposta possível

Treino discriminativo simultâneo:

Dois ou mais estímulos são apresentados ao mesmo tempo, e que portanto, envolvem duas ou mais respostas
alternativas

Tipos de Treino Discriminativo

Exemplos na lousa (Matos, 1981).


Exemplo: Modele a resposta de pressão à barra e a resposta de passar pela argola:

1. os estímulos Luz e Som são apresentados alternadamente. Inicie com um período de Luz.

2. As respostas de pressão a barra em períodos de Luz são reforçadas em FR3 durante, aproximadamente,
um minuto.

3. Após esse período, mude para o período de som (preferencialmente, quando o animal estiver bebendo).

4. No período de Som reforce em FR3 as respostas de atravessar a argola, durante, aproximadamente, um


minuto.

5. Após esse período, mude para Luz (preferencialmente, quando o animal estiver bebendo) e assim
sucessivamente até o final da sessão.

Exemplo na lousa

• Sucessivo

• Simultâneo

Ensino de cores (verde e azul)

Tipos de Treino Discriminativo

O treino simultâneo leva a discriminações bastante precisas, mesmo quando a diferença entre estímulos é
pequena;

O treino simultâneo leva a discriminações mais rápidas;

No treino sucessivo, o organismo pode responder “sem nem sequer olhar para o estímulo que está sendo
apresentado” e ainda sim ser reforçado em 50% das vezes.
discriminação simples simultânea, que é um tipo de discriminação na qual dois ou mais estímulos (estímulos de
escolha) são apresentados simultaneamente, envolvendo portanto duas ou mais possibilidades de respostas de
escolha (Figura a);

discriminação simples sucessiva, discriminação em que dois ou mais estímulos são apresentados cada um em um
momento diferente, e não simultaneamente e que, portanto, envolve somente uma resposta (Figura b)

Atenção:

Atentar para as propriedades dos estímulos

• Os estímulos têm propriedades variadas e não há garantias de que o organismo vá responder apenas
àquelas propriedades que selecionamos

• Na discriminação um rato pode responder com base na intensidade de um estímulo visual, embora o
reforço diferencial seja baseado na forma; podemos dizer que o rato está atento à intensidade

Atentar para as propriedades dos estímulos

O conceito de atenção é essencial quando estamos falando de operantes discriminados, porque os organismos
tendem a responder a algumas propriedades de estímulos, e não a outras

• Explicar os Slides do conceito e experimentos de Atenção

(A “atenção” não será cobrada na prova)

Esvanecimento (esmaecimento) (fading in, fading out)


Esvanecimento

• Esvanecimento, ou Fading, trata-se de um procedimento em que um comportamento que ocorre em uma


situação também passa a ser emitido em outra situação a partir da mudança gradual do estímulo, da
primeira para a segunda ocasião.

• é o nome dado à transferência gradativa do controle de um estímulo para outro, de modo que, ao longo de
repetições sucessivas, possa se obter a mesma resposta a partir de um estímulo modificado parcialmente ou
mesmo de um estímulo novo. 

• O esvanecimento caracteriza-se pela mudança gradativa em uma ou mais dimensões físicas (e.g.,
intensidade, tamanho, cor) de pelo menos um dos estímulos discriminativos . Inicia-se o treino com uma
tarefa de discriminação que o aprendiz já domina;

• O procedimento pode incluir a introdução ou retirada de estímulos que já controlam o responder


discriminado aos estímulos da discriminação final > um estímulo é adicionado ou a apresentação de uma
dimensão do estímulo, que não é a alvo da discriminação, de maneira ressaltada ou exagerada.

• Exemplos: o ensino de responder diferencial às palavras impressas bolo e bola é iniciado com a apresentação
apenas das figuras, considerando-se que as crianças prontamente nomeiam as figuras;

• A introdução das letras, uma a uma, pode ser efetuada aumentando-se gradualmente a intensidade das
linhas, iniciando com linhas pontilhadas, passando para tracejadas e fi nalmente contínuas;

• Nesta etapa intermediária, a nomeação ocorre na presença do estímulo composto palavra impressa – figura.
A seguir, inicia-se a remoção gradual da figura.

• Na situação final, a criança estará dizendo “bolo” diante da palavra bolo e “bola” diante de bola tendo sido,
portanto, modificado o controle dos estímulos iniciais (figuras) para os estímulos finais (palavras impressas)

Melo, R. M. D., Hanna, E. S., & Carmo, J. D. S. (2014). Ensino sem erro e aprendizagem de
discriminação. Temas em Psicologia, 22(1), 207-222.disponível online

• Reforço intermitente ou parcial;

• Ir ao supermercado e encontrar o produto desejado;

• Enviar uma mensagem ao amigo e receber uma resposta;

Esquemas de reforço: arranjos que especificam quais respostas serão reforçadas

• intermitência de reforços não só é capaz de manter nosso comportamento sob controle dos estímulos
discriminativos, como pode torná-lo mais persistente (mais resistente à extinção).

• O estudo dos esquemas de reforçamento é muito importante para compreendermos como alguns de nossos
repertórios são mantidos e com que “dedicação” nos engajamos em determinadas atividades em detrimento
de outras.

• Por exemplo, como será a história de distribuição de reforços que torna as pessoas mais persistentes?
• Por que será que olhamos sempre na caixa de email?

Esquema de reforço de razão variável (VR)

• VR: a apresentação de um reforçador depende da emissão de um número variável de respostas,


independentemente da passagem do tempo;

• Nos esquemas VR uma taxa de respostas maior também produz uma taxa de reforços maior;

• Nos esquemas VR o responder é mantido em taxas mais altas e constantes entre reforços.

• Quando uma razão torna-se muito alta, a tx de respostas decresce;

ocorre uma transição abrupta entre taxas altas e pausas longas (com alta exigência de respostas)

• Exemplo: Procurar emprego

• Trabalhos da faculdade

Esquema de reforço de razão fixa (FR)

• A última resposta de uma série é reforçada;

• Exemplo: máquina de refrigerantes;

• Quando você sobe os degraus da escada de seu prédio, a resposta de subir um degrau está sendo submetida
a um esquema de reforçamento em razão fixa (FR): é necessário subir um número fixo de degraus até chegar
ao andar pretendido.

• Taxas altas de respostas seguidas por pausas;

• O desenvolvimento do responder em FR ocorre rapidamente

Esquema de reforço de intervalo variável (VI)

• A apresentação de um reforçador depende da passagem de um período variável de tempo e da emissão de


uma única resposta; as respostas que ocorrem antes do final do intervalo não têm efeito

• No esquema em VI o responder é relativamente constante e ocorre uma diminuição gradual durante a


extinção

• A apresentação de um reforçador depende da passagem de um período variável de tempo e da emissão de


uma única resposta;

• as respostas que ocorrem antes do final do intervalo não têm efeito

• No esquema em VI o responder é relativamente constante e ocorre uma diminuição gradual durante a


extinção
• Exemplo:

• Verificar email

• “prova surpresa”

• Não há como prever quando o próximo reforçador estará disponível. O organismo responderá quase o
tempo todo. Caso ele fique muito tempo sem responder, perderá reforços; deste modo, permanecerá
respondendo moderadamente o tempo todo.

Esquema de reforço de Intervalo Fixo (FI)

• Uma resposta é reforçada apenas após a passagem de um período constante de tempo;

• Característica: responder ocorre com taxa baixa no início do intervalo e aumenta à medida que se aproxima
o final do mesmo.

• Esquema de reforço de Tempo Fixo (FT) e Tempo Variável (VT)


• FT: os reforçadores são apresentados independentes da respostas. Após um período fixo de tempo.

• VT: os reforçadores são apresentados independentes da respostas. Após um período variável de tempo.

Identifique os esquemas de reforçamento nos casos abaixo. Coloque

CRF: reforço contínuo

FR: reforço em razão fixa

VR: reforço em razão variável

FI: reforço em intervalo fixo

VI: reforço em intervalo variável

1. Sara é paga por uma comissão na venda de computadores. Ela recebe um prêmio em dinheiro para cada
três computadores vendidos. Razão Fixa

2. Gabriel recebe uma vez por semana, aproximadamente, algum dinheiro de seus pais por ajudá-los nos
trabalhos da casa. Intervalo variável

3. Marta está pescando e pega um peixe na primeira vez que joga a linha. Depois, pega na terceira, depois
joga 5 vezes a linha antes de pegar outro peixe Razão variável.

4. Marcos recebe uma estrelinha dourada de sua professora por livro que lê. Reforço contínuo.

5. Oscar, jogador de basquete, assina um acordo para que seus salários sejam negociados a cada três anos.

Características dos esquemas de reforço

• Esquemas de razão: mantém o responder em uma taxa alta;

• Esquemas variáveis: VR e VI > mantém o responder por longos períodos;

• Intervalo variável (VI): estabelece uma taxa de resposta constante (mesmo ritmo);

• Razão Fixa (FR): pausa pós-reforço

• Intervalo Fixo (FI): desempenho em “lua” ou “ondas” (menos respostas no início do intervalo)

• Razão Fixa (FR): pausa e retorno do responder de forma abrupta

• Razão Variável (VR): pausas curtas ou longas e assistemáticas (imprevisíveis)

• QUAL ESQUEMA É MAIS VANTAJOSO PARA ENSINAR UM COMPORTAMENTO NOVO?

• Primeiro Reforço Contínuo

• Depois razão fixa (FR)


• Depois razão variável (VR)

• Qual é o esquema de reforço mais vantajoso para garantir a manutenção de um comportamento?

• Qual é o esquema de reforço mais vantajoso para garantir a manutenção de um comportamento?

• VR (cuidado para não atribuir uma razão muito alta)

• VI

• E se um comportamento precisa ser mantido sem um monitoramento/supervisão?

• Intervalo variável (VI)

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